Histórico da Educação de Jovens e Adultos em Bom Jardim - Maranhão

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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS, ADULTOS E IDOSOS (EJAI) EM BOM JARDIM – MA Por Adilson Motta, 2013 No município de Bom Jardim, a Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI) foi aderido em 1993, no 6º prefeito eleito, Dr. Carlos Celso Ribeiro. Em seu momento inicial funcionou apenas na sede municipal – ou melhor, Zona Urbana – deixando a zona rural como sempre, na condição de excluídos e relegados. A primeira escola do município onde funcionou o EJA foi a Escola Frei Antonio Sinibalde. No momento, o município apresentava um índice de analfabetismo alarmante, cerca de 50%, e em 2000 esse índice caiu para 42%. O índice de analfabetos funcionais era outro indicador perverso, que dentro de um universo ou região Nordeste, colocava o município num elevado índice de pobreza e desigualdade social. Tal realidade ou situação comprimia, ou melhor, levava o grande número de jovens a abandonarem seus estudos, muitos destes, por razões socioeconômicas. De acordo com relatos de professores da época e alunos evadidos, a falta de emprego e renda foi um dos principais elementos que contribuiu para a evasão, e outra causa é a busca de trabalho em outras localidades para garantir o sustento da família. Para VIEIRA (2005), esses problemas devem ser vistos como efeito da má distribuição de renda e a falta de acesso a escola na idade própria. Frente a esse grande contingentes de alunos evadidos daqui e outros que chegavam de outros lugares com situações semelhantes, a gestão que sucedeu aquela que implantou (no ano de 1997 a 2004 – Gestor Manoel Gralhada) abriu largas portas ampliando as demandas educacionais dessa modalidade a esse contingente de desassistidos, entregues a revelia do governo anterior, e em muitos outros municípios, onde não se via na educação um instrumento de fazer política pública para fins de desenvolvimento e da inclusão social. Além de funcionar na Escola Frei Antonio Sinibalde, funcionou também na EMEB. Fernanda Sarney (Hoje Dinare Feitosa), no Ney Braga e escola Nova Brasília (hoje conhecida Rosilda Martins de Oliveira).

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Histórico da Educação de Jovens e Adultos em Bom Jardim - Maranhão

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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS, ADULTOS E IDOSOS (EJAI)

EM BOM JARDIM – MA

Por Adilson Motta, 2013

No município de Bom Jardim, a Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI) foi

aderido em 1993, no 6º prefeito eleito, Dr. Carlos Celso Ribeiro. Em seu momento

inicial funcionou apenas na sede municipal – ou melhor, Zona Urbana – deixando a

zona rural como sempre, na condição de excluídos e relegados. A primeira escola do

município onde funcionou o EJA foi a Escola Frei Antonio Sinibalde. No momento, o

município apresentava um índice de analfabetismo alarmante, cerca de 50%, e em

2000 esse índice caiu para 42%. O índice de analfabetos funcionais era outro indicador

perverso, que dentro de um universo ou região Nordeste, colocava o município num

elevado índice de pobreza e desigualdade social. Tal realidade ou situação comprimia,

ou melhor, levava o grande número de jovens a abandonarem seus estudos, muitos

destes, por razões socioeconômicas.

De acordo com relatos de professores da época e alunos evadidos, a falta de

emprego e renda foi um dos principais elementos que contribuiu para a evasão, e

outra causa é a busca de trabalho em outras localidades para garantir o sustento da

família. Para VIEIRA (2005), esses problemas devem ser vistos como efeito da má

distribuição de renda e a falta de acesso a escola na idade própria.

Frente a esse grande contingentes de alunos evadidos daqui e outros que

chegavam de outros lugares com situações semelhantes, a gestão que sucedeu aquela

que implantou (no ano de 1997 a 2004 – Gestor Manoel Gralhada) abriu largas portas

ampliando as demandas educacionais dessa modalidade a esse contingente de

desassistidos, entregues a revelia do governo anterior, e em muitos outros municípios,

onde não se via na educação um instrumento de fazer política pública para fins de

desenvolvimento e da inclusão social.

Além de funcionar na Escola Frei Antonio Sinibalde, funcionou também na

EMEB. Fernanda Sarney (Hoje Dinare Feitosa), no Ney Braga e escola Nova Brasília

(hoje conhecida Rosilda Martins de Oliveira).

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Em levantamentos realizados verificou-se que de 2002 a 2010, muitas

escolas da Modalidade EJA na zona urbana e rural foram fechadas por mero

descaso e “desvalor” a esse segmento de excluídos na visão de gestores que

não veem na educação um dos eixos centrais para a promoção da inclusão

social e desenvolvimento local. Em 2011, o município contava com um total de

1080 alunos do EJA matriculados na Rede Municipal. No ano de 2013 caiu

para 707 alunos. No entanto, no ano de 2014, devido campanhas ou Mutirão

de Matrículas promovidos pela Secretária de Educação Maria Nazaré, esse

número de alunos matriculados subiu para 1.534 alunos.

Evolução do Número de Matrículas no EJAI 2011-2014

Etapas Ano 2011 Ano2013 Ano 2014

EJA 1080 707 1534

Fonte: Secretaria Municipal de Educação/SEMED – 2014.

Não sendo diferente do que acontece nas outras regiões brasileiras, a

modalidade EJA/EJAI apresenta um alto índice de abandono, conforme mostra

a tabela abaixo.

Em m2014, segundo MEC/INEP, o município apresenta um total de 1.543 alunos

matriculados distribuídos num total de 40 escolas e 77 professores. Três destas funcionam na

zona urbana e as demais na zona rural. Do total de alunos matriculados, 35% são da zona

urbana e 65% da zona rural.

Podemos constatar o descaso no investimento econômico e social, pois o problema

tem maior gravidade dando menos oportunidadeeducacional, apesar de discursos oficiais das

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políticas educacionais procurando-se incluir a população jovem e adultos excluídos da escola

ou dela expulsa precocemente.

Referências

Plano Decenal de Educação de Bom Jardim, 2003-2013.

Raimundinha, Professora. Professora de Educação de Jovens e Adultos

dos primeiros dias em Bom Jardim nos anos 90. 2014.

VIEIRA, Luzinete e Silva. Educação de Jovens e Adultos: Refletindo sobre

a evasão escolar em Bom Jardim – MA. 2005.