Historia da Farmacia_Sessao 1

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9:41 Faro, 16 de Março de 2013 Escola Técnica de Formação Especializada, Metódica e Analítica HISTÓRIA DA FARMÁCIA IOLANDA GONÇALVES 1

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1ª sessão de História da Farmácia

Transcript of Historia da Farmacia_Sessao 1

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Faro, 16 de Março de 2013

Escola Técnica de Formação Especializada, Metódica e Analítica

HISTÓRIA DA FARMÁCIA

IOLANDA GONÇALVES

!1

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História da farmácia

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1. Objeto de estudo

ÍNDICE

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Índice

1. Objeto de estudo 2. Fontes Históricas 3. Épocas Históricas

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Índice

Épocas Históricas

1.Idade da Pedra: Paleomedicina

2.Medicina pré-técnica, Mesopotâmia

3.Antiguidade Clássica: Grécia e Roma

4.Idade Média

5.Renascimento

!5

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ÍndiceÉpocas Históricas

6.Barroco

7.Iluminismo

8.Romantismo

9.Positivismo

10.Período contemporâneo

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1. Objeto de estudo

1. OBJECTO DE ESTUDO

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Séc. XIX: Nascimento da historiografia

Espanha 1847

Portugal: 1866

1991

1. Objeto de estudo

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1. Objeto de estudo

Universidades

Sociedades cientificas

Museus de farmacia

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Historia da profissão ou do medicamento?

George Urdang foi o primeiro a tentar definir (1927)

Fronteiras da HF: farmacêuticos e pratica farmacêutica

Critica: historia global

1. Objeto de estudo

!10

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O que se estuda em HF?Profissão

Área técnico-cientifica

disciplina que estuda a relação homem-medicamento no tempo

•M

ED

ICA

ME

NTO

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O que se estuda em HF?

Historia das ciencias

Historia económico-social

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1. Objeto de estudo

2. FONTES HISTÓRICAS

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Vestígios da actividade humanas

Materiais

Escritas

Iconograficas

Orais

Em que se baseia o estudo da História da Farmácia?

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Operações usadas no estudo dos documentos Busca (heurística)

Verificação (externa e interna)

Interpretação (hermenêutica)

Síntese

Como se analisa e critica?!15

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1. Objeto de estudo

3. ÉPOCAS

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Idade da pedra

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim Iluminismo,Barroco

RomantismoPositivismo Período contemp

!17

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Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Idade da Pedra

!18

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Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Sociedades Recolectoras

!19

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Estudo por analogia

Paleomedicinas (analogia)

Trepanação de crânios

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

!20

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Esperança de vida curta

Estilo de vida não sedentário

Baixa densidade populacional - infecções

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

!21

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Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

!22

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Profissionais

Doenças

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

!23

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Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

!24

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Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

A trepanação.Ainda falada no Século XXI

!25

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Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Pleistoceno

Cultivo de alimentos

Domesticação de animais

Novas doenças humanas

!26

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Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Sociedades Produtoras

!27

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Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Idade dos Metais

!28

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Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Filme “Idade dos Metais”

!29

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Mesopotamia

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

!30

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Técnicas de medicina, arquitetura, engenharia e hidráulica

Crescente Fértil agricultura

Sistema de leis baseados nos costumes

Sistema de escrita cuneiforme e primeiras bibliotecas

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

!32

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Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Filme “Código de Hammurabi”

!33

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Mais antigas fontes escritas médico-farmaceuticas

Tabuinhas de argila gravadas com estilete em escrita cuneiforme

Tábua de Nippur: texto medicinal mais antigo

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

!34

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Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Todos seres estao subordinados à vontade divina

Caracter teurgico da medicina

Doença é um mal causado por espíritos malignos

"shêrtu": pecado, cólera divina, castigo

Pharmakon: medicamento , veneno (acepção inicial do feitiço)

!35

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Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Surge quando os Deuses retiram a proteção

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Diagnostico é saber o pecado que cometera, que demónio se apoderou do corpo, usando técnicas

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Piromância

Oniromancia

Hepatoscopia

!37

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Piromancia

Técnica de previsão do futuro através do fogo.

Consiste em atear fogo num local sagrado

O fogo é o canal de comunicação com os deuses.

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Piromância

Oniromancia

Hepatoscoipia

!38

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Hepatoscopia

Órgão centro da vida e onde ficava a alma.

A partir deste “mapa”, deduzia-se a enfermidade:

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Piromância

Oniromancia

Hepatoscoipia

Os sinais no lado direito eram

considerados de bom agouro

Os sinais no lado esquerdo eram considerado de

mau agouro

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OniromanciaÉ a adivinhação pelos sonhos

Os adivinhos usavam ervas nos seus travesseiros para obterem sonhos mágicos ou poções para induzir visões em sonhos proféticos.

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Um número significativo de sonhos é de natureza profética e quando correctamente interpretados, podem revelar o futuro

Piromância

Oniromancia

Hepatoscoipia

!40

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9:41

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Piromância

Oniromancia

Hepatoscoipia

Terapêutica é adivinhar o prognóstico da doença com rituais mágicos

!41

Page 42: Historia da Farmacia_Sessao 1

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Sacrifícios

Expulsão dos demónios

Orações

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Terapêutica: reconciliação com os deuses

!42

Page 43: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41

Dificuldade: O justo doente

- O que adoeceu sem pecar

- Porque é que os deuses o desamparam ?

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

!43

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Mitologia mesopotamica

A utilização da serpente como símbolo médico-farmacêutico teve a sua origem na lenda do herói Gilgamesh, a que mergulha até ao fundo dos mares para colher a planta da eterna juventude.

Ao regressar, num momento de distracção, uma serpente rouba-lhe a planta e ao engoli-la rejuvenesce mudando a sua pele.

CURIOSIDADE

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

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EGIPTOEGIPTOEgito

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

!45

Page 46: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41

Inscrições referentes à medicina em vários monumentos As fontes escritas são principalmente papiros, o mais famoso o de Ebers Contrariamente ao que acontece nas fontes mesopotâmicas são quantitativas.

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

!46

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9:41

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Deus Thot: Deus de toda a sabedoria, fundador da medicina

!47

Page 48: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Castigo dos deuses, por pecados cometidos

!48

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9:41

Sacerdotes

Magos

Médicos

não religiosoa

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

!49

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9:41

Sacrificios, Preces, rituais

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

!50

Page 51: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Maquilhagem pesada Pode ter tido finalidade medicinal Amostras de cosméticos em tumbas

!51

Page 52: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Filme “Mumificação”

!52

Page 53: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41

Antiga Pérsia

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

!53

Page 54: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Médicos Sacerdotes

Cirúrgico

s

Conflito entre o Bem e o Mal

!54

Page 55: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Médicos Sacerdotes

Cirúrgico

s

!55

Page 56: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Médicos Sacerdotes

Cirúrgico

s

Mágico religiosa, práticas de

higiene

!56

Page 57: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41

Índia Antiga

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

!57

Page 58: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Deuses, responsáveis

pelo Destino do homem

Homem

!58

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9:41

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Homem

!59

Page 60: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41

Povo Hebreu

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

!60

Page 61: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Doença=impurezaSaúde=purezaMoral e Físico

Tratamentos

!61

Page 62: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

TratamentosPráticas de Higiene

Higiene Social

!62

Page 63: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41

Continente Americano

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

!63

Page 64: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41 c

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Castigo Sobrenatural

!64

Page 65: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41 c

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Bruxo Curandeiro

!65

Page 66: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41 c

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

!66

Page 67: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41 as

Incas

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

!67

Page 68: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Castigo Sobrenatural

!68

Page 69: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Bruxo

Curandeiro

!69

Page 70: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Medicação Coom virtudes mágicas

!70

Page 71: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41

Maias

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

!71

Page 72: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41 te

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Pecado ou falta cometida

!72

Page 73: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41 te

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

MÈDICO Classe Sacerdotal

!73

Page 74: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41 te

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Arrependimento, cirurgia

!74

Page 75: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41 te

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Arrependimento, cirurgia

FISIOTERAPIA

!75

Page 76: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41

Aztecas

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

!76

Page 77: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Falta cometida ou pecado

!77

Page 78: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Médicos

!78

Page 79: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

Drogas e rituais

!79

Page 80: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

BANHOS

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Page 81: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41

Grécia

Idade da Pedra

Medicina pré-técnica

Grécia e Roma

Idade Média

Renascim IluminismoBarroco

RomantismoPositivismo Período contemp

!81

Page 82: Historia da Farmacia_Sessao 1

9:41

Apaixonado Saudável

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Page 83: Historia da Farmacia_Sessao 1

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Doença:Fatores biofísicos

Modo de vida

Observação:Paixão

Verdade

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PATHOS APATHOS

Apaionado Saudável

Desapaixonado Doente

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Deuses

Apolo: deus da medicina

Asclepio: "incubatio"

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Incubatio

Noite no templo

Vsitados pelo deus

Dava instruções ou fazia um milagre

Administração de medicamentos

Acto cirúrgico

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Incubatio

Médicos-sacerdotes de Epidauros

Vasta experiência na medicina

Cerimonias para a aproximação dos devotos ao deus Asclépios

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Juramento de Hipócrates Subsiste ainda hojes, e inicia-se com a invocação aos deuses: ``Juro por Apolo médico, por Asclépio, por Higeia e Panaceia, por todos os deuses e deusas, fazendo-os minhas testemunhas, que eu cumprirei inteiramente este juramento de acordo (...)”

!88

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Explicação da saúde e doença

Sem ser em bases sobrenaturais

Patologia geral

Desiquilibrio humoral, em 3 fases:

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PEPSIS

CRISIS ou LYSIS

APEPSIA

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Hipócrates de Kos (460-370 a.C.) Contemporâneo de Péricles, de Empédocles, Sócrates e Platão, É atribuída a Hipócrates uma vasta obra constituída por 53 livros constituindo o chamado Corpus Hippocraticum, mas sabe-se hoje que só uma parte dessa obra foi escrita por Hipócrates.

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Poucas diferenças

Medicina Romana

Medicina Grega

Asclépio Esculápio

Baixo estatuto; Pouco adequada

CelsoPlínio o Velho

Scribonius Largus,

Galeno.Dioscórides

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Poucas diferenças

Medicina Romana

Medicina Grega

Asclépio Esculápio

Baixo estatuto; Pouco adequada

CelsoPlínio o Velho

Scribonius Largus,

Galeno.Dioscórides

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CelsoPlínio o Velho

Scribonius Largus,

Galeno.Dioscórides

Pedáneo Dioscórides (fl. 50-70) Nasceu em Anazarbo, próximo de Tarsos, Estudou Medicina em Tarsos e em Alexandria, Acompanhou as legiões romanas, provavelmente como médico, É considerado o fundador da Farmacognosia Procurou desenvolver um método para - observar e - classificar os fármacos - testando-os clinicamente.

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CelsoPlínio o Velho

Scribonius Largus,

Galeno.Dioscórides

Galeno (129-200) nasceu em Pérgamo Foi médico de gladiadores e foi viver para Roma em 161, Nomeado médico do filho do imperador Marco Aurélio, Transformação da patologia humoral Tornava necessário classificar os medicamentos Dominando a Medicina e a Farmácia até ao Século XVII Grande influência no século XVIII, Os medicamentos na terapêutica galénica dependiam de vários factores Afectavam a própria natureza da mistura (krasis) dos humores no corpo humano

!95

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A utilização de drogas e especiarias na Antiguidade - patologia e a farmacologia galénicas recorriam aos caracteres organolépticosFortes percepções gustativas e olfactivas: - mais fáceis de classificar; forte actividade farmacológica.

CelsoPlínio o Velho

Scribonius Largus,

Galeno.Dioscórides

Amago Azedo Salgado Doce

Quente Seco Frio Húmido

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Profissões na área farmacêutica - Sem grau de profissionalização ou diferenciação - Na Antiguidade Clássica: divisão de trabalho muito rudimentar e imprecisa:Pharmakopoloi Vendedores de medicamentosRhizotomoi Cortadores de raízes, estatuto mais elevado e mais conhecimentos

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Médicos : Sem estatuto definido Maioria pertencia ao grupo social baixo dos artesãos Apenas um pequeno número se aproximava de estratos sociais superioresHipócrates pertencia a esta minoria. A sociedade grega, baseada no trabalho escravo, considerava o trabalhador manual, cheir ourgos, como muito inferior ao que se dedicava ao cultivo do intelecto, Isso explica que no Juramento de Hipócrates se introduza a proibição do uso da faca pelo médico.

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Em Roma Preparadores e vendedores de medicamentos, drogas e cosméticos eram conhecidos por pharmacopoli e pharmacopoli circumforanei (vendedores itinerantes de medicamentos), Sellularii: vendedores de medicamentos estabelecidos em lugar fixo Seplasiarii: vendiam unguentos e drogas orientais Em Roma, os médicos eram de origem grega até finais da antiguidade.

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IDADE MÉDIA

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Medicina Bizantina

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IDADE MÉDIAPeríodo que medeia a queda do Império Romano e a tomadade Constatinopla pelos turcos (1453).Pode dividir-se em 3 fases:- Bizâncio - Influencia Árabe - Idade Média Europeia

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Morte do imperador Teodósio (395), Império foi partilhado entre os seus dois filhos:- um dos quais ficou a governar o Império romano do Ocidente e o outro o - Império romano do Oriente. Nascem assim dois percursos diferentes da Medicina. Não há grande novidades para os saberes médicosEntre os médicos bizantinos destacaram-se vários autores de obras médicas de carácter enciclopédico, no entanto a obra de Galeno faz-se sentir com muita intensidade.

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A visão cristã da Medicina. No século V, o teólogo Teodoreto (ca. 393-458) referia-se a um outro religioso como "estando adornado com a qualidade de padre e também com a arte racional da terapia, que aprendera em Alexandria e com a qual podia ajudar os doentes e combater doenças. Esta arte racional da terapia é a medicina greco-romana, dominada pelas teorias e de Hipócrates e Galeno, que foi utilizada como metáfora, estudada por várias figuras da Igreja e que se tornou parte integrante da sua tradição cultural até finais da Idade Média.

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A existência de espíritos malignos, ou demónios, é uma herança do mundo mesopotâmico que vai ser mantida pelo Cristianismo. Diabo e demónios estão presentes nos Evangelhos, ameaçando os homens com vários males: causando doenças, possuindo-os e enganando-os, fazendo-os cair em tentação e pecar. - nova categoria de demónios: os deuses greco-romanos. O Mártir Justino (mart. ca. 165) descreve a sua origem. Os deuses gregos não eram uma ficção, mas eram sim os anjos caídos que se tinham cruzado com as filhas dos homens e os seus descendentes. Ignorantes deste facto, os antigos tinham-nos adoptado como deuses, com os nomes que estes demónios tinham dado a si próprios e aos seus descendentes. Asclépio era um deles. Os autores cristãos não negaram as suas curas, da mesma forma que não negaram a sua existência. Apenas afirmaram que as praticava na qualidade de demónio.

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A Criação, - separava os padres da Igreja dos filósofos pagãosFilósofos: o homem era um produto da natureza, da qual fazia parte, juntamente com os próprios deuses, Cristianismo: tanto o homem como a natureza, a terra, os astros, os animais e as plantas, eram criaturas de Deus e existiam em resultado da vontade divina. O mundo é necessariamente bom enquanto produto de Deus e do seu plano para a salvação. O corpo é também ele criação de Deus e deve ser cuidado e preservado do pecado. A divina Providência concedeu ao homem os meios materiais para sobreviver fora do Paraíso, incluindo a sabedoria e o conhecimento para os utilizar. “ Todo o conhecimento vem de Deus ”

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O culto dos santos - superioridade do poder curativo do cristianismo (Cresceu quando quando a Igreja teve que lidar com o crescimento massivo do seu rebanho)- culto dos santos e das relíquias, no qual a sua capacidade de produzir curas miraculosas ocupa um lugar destacado, adquiriu uma importância de primeira linha, tanto para convencer e ganhar estas populações, como para integrar no seio do Cristianismo uma forma de relação com o sobrenatural - Entre os santos cujo culto se desenvolveu desde a antiguidade contaram-se vários anargyroi, médicos que curavam sem dinheiro, como os Santos Cosme e Damião, irmãos martirizados sob o imperador Diocleciano (284-305), que seriam os santos padroeiros das profissões de saúde durante as Idades Média e Moderna.

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Influencia Árabe

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A Medicina islâmica baseou-se na teoria humoral. Os árabes terão acrescentado cerca de três a quatro centenas ao cerca de um milhar de drogas medicinais conhecidas na Antiguidade clássica. O mundo árabe foi o primeiro a desenvolver uma divisão de trabalho entre médicos e farmacêuticos. Em Bagdad estabeleceram-se estabelecimentos de venda de drogas e medicamentos. Muitos desses estabelecimentos seriam dirigidos por comerciantes de fraca preparação técnico-científica, o al-attar, mas desde o séc. VIII que também passou a existir um outro profissional de mais elevada formação, o Sayadilah.

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Idade Média Europeia

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1. A medicina e a farmacia monástica 2. O ensino 3. A profissão

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1- A Medicina e a Farmácia monástica

O início do desenvolvimento é marcado pela fundação em 529 do Mosteiro de Montecassino por São Bento (c. 480-544) e pela redacção por este da Regula

Benedicti,

- um dos capítulos estabelecia a necessidade de cuidar dos enfermos,

- existência de um local próprio e de um religioso dedicado a esse serviço;

- Surge a figura do irmão enfermeiro e das celas para enfermos,

- Seguiram-se as enfermarias, as boticas e os jardins botânicos.

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Isidoro de Sevilha (c. 560-636) foi bispo da cidade por cujo nome ficou conhecido. Para além de vários temas de religião, escreveu a obra enciclopédica Etymologiarum Libri XX, compendiando em vinte livros os conhecimentos do seu tempo sobre as artes e as ciências. Esta obra parece ter sido escrita para o ensino na escola fundada por Leandro, bispo de Sevilha e irmão de Isidoro, que este também dirigiu e que constituiu um importante centro de cultura. Alguns livros desta obra são dedicados à - Medicina, - ao corpo humano, - e à dietética.

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2. O ensino

Criam-se as universidades e desenvolve-se o ensino da Medicina

Algum ensino médico começou a ser ministrado ainda nas escolas clericais, a partir da divisão da última arte do quadrivium:

- a astronomia extraterrestre,

- a astronomia propriamente dita, e outra terrestre,

- a física,

- A Medicina, como parte fundamental desta última, integra-se no conjunto do sistema universal do saber e da filosofia e desta forma deixa de ser um mero ofício manual.

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- 2. O ensino

criação das universidades nasce da necessidade de professores e alunos criarem uma estrutura própria, diferenciada das estruturas

clericais originais, capaz de afirmar o seus direitos e privilégios.

- Em Salerno e Montpellier, foram os professores médicos que estiveram na origem do impulso para a criação das universidades, mas em regra foram outras faculdades que dominaram a criação

dos studium generale.

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2. O ensino - estudo da medicina -bacharel, - licenciado - e magister, este substituído mais tarde pelo título de doutor. Bacharelato: era obtido através de um ou mais exames, depois de 4anos de estudos, um em Artes e três em Medicina.

Licenciado tinha que desenvolver um certo número de textos na forma de lições próprias, assim como assistir a três séries de lições teóricas e uma prática. Este título dava direito (licença) ao exercício da Medicina.

Magister: Para ensinar na universidade tinham que obter o título de magister, através de um período de prática e da submissão a dois novos exames.

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A profissão

. Médico

. Especieiro

. Boticário

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3. A profissão

Separação das profissões médicas.

• O desenvolvimento do ensino universitário da medicina deu-se ao mesmo tempo que sofreu um novo impulso o comércio de especiarias

• Estes comerciantes, os especieiros, foram sofrendo um progressivo processo de especialização na preparação de medicamentos, aumentando a sua perícia e formação técnica e perdendo progressivamente o carácter ambulante,

• Abandono progressivo das funções manuais, incluindo a preparação de medicamentos, deixando o campo aberto para o crescimento do número de boticários

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• A separação de facto entre as duas profissões foi seguida pela separação legal.

• Em Itália proibiu-se qualquer sociedade entre médicos e farmacêuticos e determinou que estes tinham de dispensar os medicamentos de acordo com as receitas médicas e as normas da arte provenientes de Salerno.

• O mesmo diploma introduziu o princípio da necessidade de algum tipo de controlo dos preços dos medicamentos e do licenciamento e inspecção da actividade farmacêutica. Estas normas foram progressivamente adoptadas pela Europa.

3. A profissão

Separação das profissões médicas.

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Renascimento. Contexto cultural. Contexto político. A reforma . Interesse pela anatomia . Novas técnicas: a destilação. Saúde e reforma . Drogas americanas

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9:41 A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento

Contexto cultural

-A queda de Constantinopla em 1453, às mãos dos turcos levou à emigração para Itália de grande número de bizantinos, continuadores da

cultura de língua grega e portadores de manuscritos de ciência, de medicina e de outras

áreas do saber.

- Essa chegada que marcou o início do Renascimento, provocando uma enorme renovação do interesse pela cultura clássica, num movimento crescente que foi das letras e das artes à ciência e à tecnologia, potenciado pela introdução dos caracteres móveis na imprensa por Gutemberg (1454).

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9:41 A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento

Contexto cultural

- A descoberta da imprensa foi o culminar de um longo processo.

Durante a Idade Média: o principal suporte da escrita é o pergaminho.

Este, preparado a partir da pele de animais, constituira um grande avanço em relação ao papiro, mais raro, caro e difícil de conservar em climas húmidos.

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• No campo geográfico e político-económico, o Renascimento foi complementado pela expansão europeia, de que podemos indicar, como marcos:

• Passagem do Cabo da Boa Esperança por Bartolomeu Dias (1487),

• Chegada de Colombo às Antilhas (1492)

•Viagem de Vasco da Gama, contornando a África e chegando à Índia (1498)

A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento

Contexto político

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• Outro desenvolvimento, de carácter religioso, com profundas consequências para a história das ciências e da medicina na Europa, foi a Reforma.

•Iniciada em 1517, com a afixação na porta da Igreja universitária de Wittenberg das noventa e cinco teses do monje alemão Martinho Lutero (1483-1546) contra o sistema das indulgências da Igreja católica. Este movimento, que ganhou fortes raízes na Europa central e do Norte, originou uma reacção por parte da Igreja católica, iniciada com o Concílio de Trento (1545-1563), que é denominada a Contra-Reforma.

A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento

A Reforma

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- Surge o interesse pelo retorno às fontes gregas clássicas: o Humanismo médico tomasse uma forma particularmente militante contra a corrente dominante durante a Idade Média

-Partilha Teoria dos Humores - e as polémicas contra a Medicina árabe visaram principalmente a busca da pureza hermenêutica da literatura greco-romana, contra as adulterações que teriam sido introduzidas pelos autores islâmicos.

A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento

A Reforma

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-desenvolvimento da investigação filológica dos textos clássicos, que origina a

- fixação da terminologia científica, baseada na raiz etimológica greco-latina.

- Esta preocupação pela fiel interpretação dos textos, aliada ao desenvolvimento da tipografia, leva a uma

- difusão da literatura médica e à edição de novos textos latinos de Hipócrates, Galeno e Dioscórides.

A Farmácia e a Terapêutica no RenascimentoA Reforma

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-Tensão entre o Humanismo médico e a Medicina clássica é a do desenvolvimento da Anatomia.

-impulso, proveniente das artes. Desde o século XV que pintores e escultores demonstraram um grande interesse pela anatomia e contribuíram com uma nova atitude de representação do natural.

- Para estes artistas não era possível representar o exterior do corpo humano sem um conhecimento do seu interior. Esta atitude encontra-se patente

na obra de Leonardo da Vinci (1452-1519), Albrecht Dürer (1471-1528), Miguelangelo (1475-1564) e Rafael (1483-1521).

A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento

Interesse pela anatomia

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- Apontamentos anatómicos de Leonardo da Vinci, desenhados entre 1489 e 1514. Nos seus trabalhos de dissecção anatómica, ele colaborou directamente com Marco Antonio della Torre, que viria a ensinar Medicina em Pádua. Colaboração de tipo semelhante foi desenvolvida entre 1547 e 1559, por Miguelangelo e o anatomista Realdo Colombo (f. 1559).

Interesse pela anatomia

A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento

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- publicação da edição latina da primeira parte dos Procedimentos anatómicos (1529 e 1531), o tratado de métodos e técnicas anatómicas de Galeno.

- Revela-se um Galeno com um método mais racional e com uma técnica descritiva superior à dos autores medievais, o que aumentou a confiança e a perícia dos anatomistas e continha em si um programa de investigação,

Interesse pela anatomia

A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento

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- Galeno, por falta de cadáveres humanos, utilizara macacos e outros animais, mas indicara o estudo preferencial com humanos e aconselhara os estudiosos a fazerem as suas próprias observações.

-Daqui resultou um apreciável número de textos na senda da observação pessoal e original. O mais importante de todos foi o De Humani Corporis Fabrica (1543).

- A sua De Humani Corporis Fabrica, preparada entre 1540 e 1542, inclui uma crítica sistemática à anatomia de Galeno, assente na observação pessoal e directa do corpo humano.

Interesse pela anatomia

A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento

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Amato Lusitano, De seu nome João Rodrigues de Castelo Branco (1511-1568), dedicou grande atenção ao estudo da Matéria médica de Dioscórides

As correcções feitas por Amato a algumas traduções feitas, levaram a uma violenta reacção deste, acompanhada da denúncia das origens judaicas de Amato, que obrigaram o português a exilar-se de Ragusa (Ancona) para Salónica.

A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento

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A destilação

odores e sabores das drogas

• Retorno do conceito galénico dos odores e sabores

• manifestação das qualidades dos medicamentos, junto com o aperfeiçoamento das técnicas de destilação pelos árabes,

• levou ao desenvolvimento do conceito de princípio activo e ao aparecimento da química farmacêutica.

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A destilação

•A aplicação da destilação por via húmida a especiarias e outras drogas aromáticas permitiu a obtenção de essências, onde o odor e o sabor da droga original se encontrava concentrado. Daí se desenvolveu a ideia de ser possível extrair das drogas um princípio activo ou essência, que concentrasse as suas qualidades e acção terapêutica, eliminando os componentes supérfluos e aumentando o efeito farmacológico.

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A destilação

• Um raciocínio análogo foi desenvolvido para as drogas minerais, mas aplicando técnicas metalúrgicas por via seca para a purificação dos metais.

• Daqui se desenvolveram em paralelo as novas técnicas da química farmacêutica, utilizando as duas vertentes, húmida e seca, aplicadas respectivamente às drogas vegetais e às minerais.

• Popularização da utilização de essências de especiarias e drogas aromáticas, chamadas vulgarmente águas destiladas, como as essências, quintas-essências ou águas de canela.

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• O mais evidente conceito de âmbito sanitário que separava católicos e protestantes, era a crença na intervenção da Virgem Maria e dos santos e suas relíquias.

•A primeira reacção das autoridades protestantes consistiu em tentar acabar com as peregrinações a muitos desses locais, fechando templos e fontes e vedando os acessos, mas cedo essas medidas foram substituídas por preocupação que se limitavam aos aspectos doutrinários da sua utilização, enfatizando a intervenção divina directa através das águas e mesmo as suas propriedades médicas.

A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento

Saúde e reforma

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•Nascida na tradição cultural humanista, a reforma luterana partilhou várias características importantes com o humanismo médico.

•A preocupação de Lutero em encontar a pureza primitiva do texto da bíblia é paralela com a preocupação humanista em expurgar tudo o que fora adulterado nos textos médicos clássicos. Como corolário da reforma religiosa, a que trataria da cura das almas, muitos autores protestantes entenderam ser uma prioridade proceder de seguida à reforma da medicina, a que trataria da cura dos corpos. Do ponto de vista teórico, a primeira tentativa de reforma radical do galenismo vai ser levada a cabo

A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento

Saúde e reforma

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A primeira corrente médica europeia oposta à teoria dos humores desenvolveu-se no século XVI com Paracelso (1493-1541). nasceu na Suíça e era filho de um médico. - teve uma educação mais prática e mística do que seria usual num médico do seu tempo. - Com o pai aprendeu a medicina, a botânica, a mineralugia, a metalurgia e a filosofia natural, artes mágicas e ocultismo.

A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento

Saúde e reforma

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- frequentou a escola de minas em Huttenberg e chegou a ser aprendiz nas minas. - desenvolveu um maior interesse pelas manifestações da cultura contemporânea e local, dos camponeses e artesãos e menor veneração pela cultura clássica dos humanistas do seu tempo. - a obra de Paracelso caracterizou-se por uma profunda religiosidade, por uma simultânea hostilidade à religião organizada e à medicina oficial, e aproximou-se da magia e da alquimia.

A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento

Saúde e reforma

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- É a fase da procura de drogas americanas que substituíssem as orientais no comércio. - Nesta fase foram igualmente introduzidas drogas destinadas à cura da sífilis, - Mantem-se a ideia galénica de que as doenças de determinado clima, deviam ser combatidas com drogas provenientes do mesmo clima. - As drogas americanas mais singulares e que, por essa mesma razão, mais impacto teriam na Medicina europeia só seriam introduzidas no século XVII.

A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento

Drogas americanas

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O primeiro médico europeu a introduzir as drogas americanas na literatura especializada foi Nicolás Monardes (c. 1512-1588), natural e morador em Sevilha, que publicou o Dos libros... cosas de nuestras Indias Occidentales que sirven al uso de Medicina (1565), rapidamente traduzido em outros idiomas, descreveu as propriedades de várias drogas americanas como: -coca, -tabaco e -árvores dos bálsamos do Peru e Tolu. Filipe II mostrou muito cedo interesse pela nova flora, iniciando o cultivo de uma secção de plantas medicinais no Jardim de Aranjuez

A Farmácia e a Terapêutica no Renascimento

Drogas americanas

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A Farmácia em Portugal nos séculos XIV a XVI

•Os primeiros boticários terão surgido em Portugal ainda no século XIII, mas antes destes já existiam os especieiros.

•As especiarias tiveram na Idade Média uma utilização generalizada para fins terapêuticos, entrando na composição de variadíssimos medicamentos, quer como drogas activas quer como correctivos.

• O açúcar, que pelo elevado preço que então tinha pode ser incluído entre as especiarias, ocupava um lugar de destaque na galénica

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•Os boticários surgiram depois dos especieiros e coexistiram com estes ainda durante um certo período. A evolução de uma denominação para a outra parece corresponder precisamente ao aparecimento de um estabelecimento fixo para a venda de medicamentos. O boticário surge assim com a botica, que tem precisamente o significado etimológico de armazém ou depósito.

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•O primeiro documento respeitante à profissão farmacêutica que se conhece em Portugal é um diploma promulgada por D. Afonso IV em 1338 que estatuia a obrigatoriedade de serem examinados pelos médicos do rei todos os que exerciam os ofícios de médico, cirurgião e boticário na cidade de Lisboa.

•O número de boticários não terá deixado de crescer em Portugal desde 1338, mas no século seguinte ele ainda seria insuficiente, principalmente para responder às necessidades em momentos de crise, como as resultantes das vagas epidémicas.

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•D. Afonso V concedeu em 1449 uma carta, conhecida por arta de Privilégios dos boticários A Carta atribui vários privilégios aos boticários,

• respeitantes às condições em que podiam ser sujeitos à aplicação da justiça,

• à isenção do recrutamento militar,

• ao direito de porte de armas

• à isenção da obrigação de aposentadoria e à

• isenção de vários impostos próprios dos ofícios mecânicos.

• Estas liberdades e privilégios eram alargadas às viúvas que mantivessem as boticas em funcionamento

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•No século XVI, contrariamente ao texto da carta de privilégios, a profissão farmacêutica é considerada como um ofício mecânico e esse é o entendimento que se manterá até ao Liberalismo.

•Este corresponde à forma como a farmácia e as restantes profissões da área de saúde se enquadravam na classificação clássica das artes, na qual a arte dos boticários e cirurgiões, a "Medicina ministrante", pertencia ao ramo mecânico enquanto a "Medicina Dogmática", a dos médicos, pertencia ao doutrinal.

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A separação entre as profissões médica e farmacêutica também foi regulamentada por D. Afonso V, que promulgou outra carta em 1461 determinando a completa separação entre as profissões médica e farmacêutica. Este diploma vedou aos médicos e cirurgiões a preparação de medicamentos para venda e proibiu qualquer outra pessoa de vender medicamentos compostos ao público em localidades onde houvesse boticário. os boticários foram proibidos de aconselhar qualquer medicamento aos doentes. Este princípio da separação de interesses entre a prescrição e a dispensa foi reforçado em 1561, com a proibição das sociedades entre médicos e boticários e da dispensa de medicamentos por boticário parente do médico que os receitou.

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•No final do século, em 1497, foi elaborado o Regimento dos boticários da cidade de Lisboa, reformado em 1572. Estes regimentos não estipulavam quaisquer funções ou direitos para as corporações farmacêuticas, mas determinavam um série de obrigações, definindo quais os livros que os boticários eram obrigados a possuir, assim como os pesos e as medidas convenientes ao seu ofício. O •Os preços dos medicamentos tinham que corresponder aos de uma tabela registada na câmara e deviam ser inscritos na própria receita. Os medicamentos só podiam ser vendidos pelo próprio boticário e na ausência deste, por um praticante com um mínimo de dois anos de prática e com licença da câmara. O boticário era obrigado a avisar o médico de que iria compor o medicamento receitado, para que ele assistisse à sua preparação.

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As questões relativas ao exercício das profissões sanitárias em geral e ao exercício da profissão farmacêutica em particular encontravam-se debaixo da alçada do físico-mor do reino, apesar de outras entidades, nomeadamente as câmaras municipais, também terem tido algumas atribuições neste campo. A administração das questões sanitárias relacionadas com epidemias e salubridade estava atribuída ao Provedor-mor da Saúde. O físico-mor era escolhido pelo rei entre os médicos da sua casa e regia-se por regimento próprio, vigorando durante mais tempo o de 1521.

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A falta de boticários nas localidades mais pequenas levou ao aparecimento dos partidos municipais. Estes partidos, que abrangiam igualmente outras profissões sanitárias como os médicos e os cirurgiões, surgiram em meados do século XVI e difundiram-se um pouco por todo o país. As condições variavam de acordo com a localidade, mas em geral consistiam na atribuição de uma quantia, retirada dos rendimentos do próprio concelho e definida em valor monetário ou em géneros, ao boticário que aceitasse estabelecer-se na localidade, residindo nela e mantendo botica aberta. Por vezes eram exigidas algumas contrapartidas, como o fornecimento gratuito de medicamentos aos pobres ou o fornecimento em condições vantajosas ao hospital local.

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Os médicos e boticários, muito abundantes entre os descendentes dos judeus convertidos à força no reinado de D. Manuel, constituíam um dos alvos preferidos das campanhas de intolerância religiosa. No caso das profissões ligadas à saúde, há também a considerar o grande peso da religião nas crenças terapêuticas, sendo natural que as populações cristãs-velhas desconfiassem da acção de medicamentos vindos das mãos de quem eles consideravam falsos cristãos.

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1525: Desde 1525, que foram apresentadas nas Cortes petições para que os cristãos-novos fossem proibidos de ser boticários, a par do pedido de que as receitas médicas não pudessem ser redigidas em latim. 1565: Em 1565, os boticários de Lisboa foram mesmo proibidos de ter praticantes cristãos-novos nas suas boticas, mas esta medida não terá sido seguida à risca, pois continuamos a encontrar praticantes e boticários cristãos-novos nesta cidade ao longo dos dois séculos seguintes. Além da discriminação profissional, ainda há a considerar a perseguição directa. Só no tribunal de Évora, os processos de boticários somam a meia centena desde o século XVI até finais do século XVIII.

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Curiosidade...

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Page 153: Historia da Farmacia_Sessao 1

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Uma peculiaridade portuguesa é a existência de mulheres boticárias, fenómeno singular na Península Ibérica. A mais antiga referência diz respeito a uma boticária em Lamego em 1326, mas nada sabemos sobre o seu verdadeiro estatuto ou funções profissionais. Nos séculos XV e XVI surgem outras referências a mulheres boticárias, ligadas a senhoras da alta nobreza, a quem serviam na qualidade de responsáveis pelas respectivas boticas e de manipuladoras de medicamentos e preparados que utilizavam técnicas afins, como as conservas.

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