Herança Multifatorial e Quantitativa

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1 Herança Multifatorial e Quantitativa Prof. David De Jong Depto. de Genética

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Herança Multifatorial e

Quantitativa

⚫ Prof. David De Jong

⚫ Depto. de Genética

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Distúrbios com herança simples

⚫ Monogênica

– Geralmente rara

⚫ Anomalia cromossômica

– ou mutação em um gene

⚫ Mas há muitos distúrbios com agregação familiar sem herança mendeliana convencional

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Doenças complexas

⚫ Doenças que se apresentam ao nascimento

⚫ - alguns tipos de defeitos cardíacos

⚫ Doenças que ocorrem mais tarde - diabetes e

esquizofrenia

⚫ Mais do que um locus

⚫ Oligogênica ou poligênica

⚫ Fatores ambientais e múltiplos genes - multifatorial

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Interação ambiente - gene

⚫ Câncer

⚫ Doenças cardíacas

⚫ Diabetes

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Separando fatores genéticos e ambientais

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Herança multifatorial

⚫ Efeitos combinados de múltiplos genes –

poligénicas – “muitos genes”

⚫ Muitas características quantitativas (como

pressão sanguínea) são multifatoriais

⚫ Causadas pelos efeitos aditivos de muitos

fatores genéticos e ambientais – tendem a

seguir uma distribuição normal

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Exemplos de características

multifatoriais

⚫ Normais

⚫ Altura

⚫ Cor de cabelo

⚫ Cor dos olhos

⚫ Peso

⚫ Pressão sanguínea

⚫ Patológicas

⚫ Diabete

⚫ Dislexia

⚫ Glaucoma

⚫ Epilepsia (um tipo)

⚫ Retardo Mental leve

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Tendência de voltar para a

media da população

⚫ Se os pais tem uma característica extremo,

como por exemplo altura, os filhos tendem

a não ser tão extremo.

⚫ Filho de pais muito altos geralmente não é

tão alto e filho de pais baixos geralmente

não é tão baixo

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Altura

do

filho

203 cm -

203 cm

- 172 cm

152 cm -

172 cm

Altura do pai

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Tendencias

⚫ Regredir para mediocridade (mediana)

⚫ Filhos de pais muito altos são mais baixos

⚫ Filhos de pais muito baixos são mais altos

⚫ - Regressão à média da população

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Variança Variança Variança

fenotípica genética ambiental

VP = VG + VE

Variância fenotípica

Média = 1,72 m Var = 61 cm2

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Critérios para identificar a

herança multifatorial

⚫ Distribuição populacional da característica

em forma de uma curva normal

– A distribuição fica mais para uma curva normal

quando tem mais locos e mais alelos em cada

loco

– Dois alelos co-dominantes A e a, um loco

– 3 fenotipos: ¼ AA, ½ Aa, ¼ aa

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Aa

AAaa

Adicionando mais genes e alelos – distribuição tende mais

para uma curva normal

AABB

AABb

AaBB

AAbb

AaBb

aaBBAabb

aaBb

aabb

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Altura – 1 loco, 3 alelos

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Altura – 2 locos, 3 alelos

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Conforme mais locos são incluídos

temos duas consequências:

1.O simples relacionamento um a um de

genótipo e fenótipo desaparece; exceto

nos fenótipos extremos não é possível

inferir o genótipo através do fenótipo.

2.Conforme aumenta o numero de locos a

distribuição parece mais e mais como

uma distribuição normal.

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O Modelo de Limiar

⚫ Doenças que não seguem distribuição normal

⚫ Presente ou ausente – mas não seguem padrões esperados nas doenças monogênicas

⚫ Limiar de sensibilidade

⚫ Estenose pilórica – 1/200 homens,

⚫ 1/1.000 mulheres

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Estenose pilórica

⚫ Limiar masculino mais baixo

⚫ Menos fatores causadores da doença são

necessários par gerar o distúrbio nos

homens

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Risco de recorrência

⚫ – risco que outro membros da família de

uma pessoa afetada podem também

desenvolver uma doença com causas

genéticas

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Probando

⚫ Probando é um termo usado em genética

médica e em outros campos da medicina

para designar um indivíduo particular

(pessoa ou animal) que estiver sendo

estudado ou reportado

⚫ Quando uma doença genética é

diagnosticada pela primeira vez numa

determinada família, o indivíduo

diagnosticado é o probando20

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HISTÓRIA FAMILIAR NA

AVALIAÇÃO DE RISCO -Alto Risco

⚫ • Idade de início de uma doença em um

parente de pri meiro grau relativamente

precoce em comparação com a população

em geral

⚫ • Dois parentes de primeiro grau acometidos

⚫ • Um parente de primeiro grau com início

tardio ou desconhecido da doença e um

parente de segundo grau acometido com

doença prematura da mesma linhagem •

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Page 22: Herança Multifatorial e Quantitativa

HISTÓRIA FAMILIAR NA

AVALIAÇÃO DE RISCO -Alto Risco

⚫ Dois parentes de segundo grau maternos ou

paternos com pelo menos um tendo início

precoce da doença

⚫ • Três ou mais parentes maternos ou

paternos acometidos

⚫ • A presença de uma história familiar "de

risco moderado" em ambos os lados do

heredograma

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HISTÓRIA FAMILIAR NA AVALIAÇÃO

DE RISCO - Risco Moderado

⚫ • Um parente de primeiro grau com início

tardio da doença

⚫ • Dois parentes de segundo grau da mesma

linhagem com início da doença tardio

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HISTÓRIA FAMILIAR NA

AVALIAÇÃO DE RISCO

⚫ Ter um parente de primeiro grau com uma

doença comum da vida adulta — como as

doenças cardiovasculares, câncer de mama,

câncer de colo ou próstata, diabetes tipo 2,

osteoporose ou asma — aumenta o risco

⚫ de um indivíduo para a doença em

aproximadamente duas a três vezes em

relação à população em geral

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HISTÓRIA FAMILIAR NA

AVALIAÇÃO DE RISCO

⚫ um homem com três parentes de primeiro

grau do sexo masculino com câncer de

⚫ próstata tem um risco relativo 11 vezes

maior de desenvolvimento da doença do

que um homem sem história familiar

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Risco – Recorrencia (%)

Estenose Pilórica

Parentes Probandos

masculinos

Probandos

femininos

Irmãos 3,8 9,2

Irmãs 2,7 3,8

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Autismo Infantil

⚫ Frequência na população em torno de 1%

⚫ Quadro similar – mais comum em meninos

⚫ Proporção masculino/feminino 4:1

⚫ Risco de irmãos de probandos masculinos

3,5%

⚫ Risco de irmãos de probandos femininos

7,0%

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Modelo de limiar para

doenças

Page 29: Herança Multifatorial e Quantitativa

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Multifactorial traits are those which result from an interaction

between multiple genes and often multiple environmental factors.

diabetes

hypertension

schizophrenia

Intelligence

cleft palate

neural tube defects

Obesity

Most common diseases

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Estimativas de herdabilidade de

doenças de etiologia multifatorial

Doença Freq. (%) Herd. (%)

Esquizofrenia 1 85

Asma 4 80

Lábio leporino 0,1 76

Estenose pilórica 0,3 75

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Critérios para identificar a

herança multifatorial⚫ 1. O risco aumenta se mais de um membro

da família for afetado

⚫ Exemplo: risco de recorrência de um irmão para um defeito de septo ventricular (VSD)

⚫ 3% se tiver um irmão com VSD

⚫ 10% se tiver dois irmãos.

⚫ O risco para doenças monogênicas não muda

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Critérios para identificar a

herança multifatorial

⚫ 2. Se a expressão no probando é mais grave,

o risco de recorrência é maior

⚫ Indica que a pessoa afetada está em um

extremo da distribuição de suscetibilidade

⚫ Exemplo – ocorrência bilateral de fenda

labial/palatina

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Critérios para identificar a

herança multifatorial

⚫ 3. O risco de recorrência é maior se o

probando é do sexo menos comumente

afetado

⚫ Porque uma pessoa afetada do sexo menos

suscetível está em geral numa posição mais

extrema na distribuição de suscetibilidade.

Page 36: Herança Multifatorial e Quantitativa

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Critérios para identificar a

herança multifatorial

⚫ 4. O risco de recorrência para a doença

diminui em geral rapidamente nos parentes

mais distantes entre si.

⚫ Nos monogênicos 50% a cada grau de

parentesco. 50% irmãos, 25% para tio-

sobrinho, 12,5% primos em primeiro grau

⚫ Mais rápido em herança multifatorial

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Proporção de genes compartilhadas em média

Grau Graus

de parentesco Exemplos de Parentesco

Primeiro 50% Pais, irmãos, filhos

Segundo 25% Avós, netos, tios, meio-irmãos

Terceiro 12,5% Primos em primeiro grau,

bisnetos, bisavós, meio-tio

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Doença Risco

1 grau 2 grau 3 grau geral

Fenda labial 4.0 0.7 0.3 0.1

Pé torto 2.5 0.5 0.2 0.1

Autismo

infantil

4.5 0.1 0.05 0.04

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Critérios para identificar a

herança multifatorial

⚫ 5. Se a prevalência da doença em uma

população é f, o risco para o prole e irmão

dos probandos é de aproximadamente o raiz

quadrado de f.

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Natureza e ambiente

⚫ Separação dos efeitos do gene e dos efeitos

do ambiente.

⚫ Estudos de gêmeos

⚫ Estudos de adoção

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Adoption study

Esclerose multipla

λr

Parentes em primeiro grau 20-40

Irmãos ou filhos (adotados) 1

The

Agregação em famílias –causa genética ou ambiental?

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A herdabilidade

⚫ Indica se o papel dos genes na determinação

de um fenótipo é grande ou pequeno

⚫ Proporção da variação fenotípica resultante

de diferenças genéticas em relação a

variação fenotípica total (genética +

ambiental)

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Característica

ou doença

MZ DZ Herdabilidade

Alcoolismo >0,60 <0,30 0,60

Altura 0,94 0,44 1,0

QI 0,76 0,51 0,50

Fenda labial 0,38 0,08 0,60

Esclerose mult. 0,28 0,03 0,50

Índice de massa

corporal

0,95 0,53 0,84

Page 44: Herança Multifatorial e Quantitativa

Defeitos no tubo neural

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Espinha bífida – o mais comum

Anencefalia, encefalocele

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Defeitos do tubo neural (NTD)

⚫ Espinha bífida 1-3/1.000

⚫ Anencefalia, Encefalocele – mais raro

⚫ Tubo neural normalmente fecha – 4 semanas

⚫ Acido fólico para a mãe reduz risco 50-70%

⚫ Gatilho ambiental

⚫ Se tiver um filho com NTD, risco de recorrência

aumenta para 3%

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Frequência de NTD e redução

com acido fólico

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