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1 Educação Integral e Territórios Educativos Helena Singer II Colóquio Internacional do NUPSI: Construções de Felicidade São Paulo, setembro de 13 No Brasil, nas últimas décadas, tem se desenvolvido, ainda de forma fragmentária, experiências de arranjos territoriais de políticas, escolas, famílias e comunidades para garantir o desenvolvimento integral de crianças e jovens. Esta visão dialoga com a perspectiva do que vem sendo chamado no país de educação integral 1 . A educação integral propõe a integração dos diversos espaços e agentes de um território para garantir o desenvolvimento dos indivíduos em todas as suas dimensões. Compreende-se que para tão complexa tarefa, é necessária a integração de diversos atores locais em torno de um projeto comum, um projeto que possa transformar localidades em bairros que se educam. Uma das organizações que tem se dedicado a fomentar territórios educativos é a Associação Cidade Escola Aprendiz, que nomeia a tecnologia social que desenvolve como Bairro-escola. Em seu esforço para compreender quais são as condições que caracterizam um território educativo, a organização chegou à seguinte definição: Em primeiro lugar, há ali um fórum intersetorial (poder local, iniciativa privada e sociedade civil organizada), interdisciplinar (educação, saúde, cultura, rede de garantia de direitos, desenvolvimento local etc.) e intergeracional (crianças, jovens e adultos) dedicado a formular e gerir um Plano Educativo Local (PEL), com um diagnóstico do lugar, metas claras, prioridades e definição de papéis. Em segundo lugar, as escolas desenvolvem projetos político-pedagógicos democráticos, alinhados com os princípios da educação integral. Elas reconhecem os saberes comunitários, envolvem-se com as problemáticas locais e promovem a apropriação da cidade, assumindo seu lugar de catalisadoras da produção do conhecimento local. A terceira condição é a de que a rede sociopedagógica (escolas, assistência, saúde, etc) trabalhe de forma integrada, compartilhando dados e agendas, alinhando princípios e construindo estratégias comuns para o trabalho. Por fim, configura-se um território educativo quando há o reconhecimento e o exercício do potencial educador de seus diversos agentes, ampliando e diversificando as oportunidades educativas para todos: um café se abre para cursos de informática em que adolescentes ensinam idosos; museus criam programações voltadas para públicos específicos do bairro, sejam crianças pequenas, imigrantes ou pessoas com deficiência; criam-se espaços de cultura geridos pela comunidade em escolas públicas do lugar; uma praça é revitalizada com intervenções criativas dos artistas e depois passa a ser utilizada para atividades de skate, malabares, horta ou basquete. Sendo estes os elementos que constituem um território educativo, o seu processo de construção deve partir do diagnóstico das condições iniciais para que, em uma perspectiva de pesquisa-ação, na qual os agentes continuamente revisitam sua prática, possa ser elaborado coletivamente um plano com metas definidas a partir das características do lugar. 1 O campo conceitual e político da educação integral é apresentado na coletânea organizada pela pesquisadora Jacqueline Moll, diretora de Currículos e Educação Integral da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação. (MOLL, 2012).

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1 Educao Integral e Territrios Educativos Helena Singer II Colquio Internacional do NUPSI: Construes de Felicidade So Paulo, setembro de 13 NoBrasil,nasltimasdcadas,temsedesenvolvido,aindadeformafragmentria, experincias de arranjos territoriais de polticas, escolas, famlias e comunidades para garantir o desenvolvimento integral decrianas ejovens. Esta visodialoga com a perspectiva do que vem sendo chamado no pas de educao integral1.A educao integral prope a integrao dos diversos espaos e agentes de um territrio para garantirodesenvolvimentodosindivduosemtodasassuasdimenses.Compreende-seque para to complexa tarefa, necessria a integrao de diversos atores locais em torno de um projeto comum, um projeto que possa transformar localidades em bairros que se educam.UmadasorganizaesquetemsededicadoafomentarterritrioseducativosaAssociao CidadeEscolaAprendiz,quenomeiaatecnologiasocialquedesenvolvecomoBairro-escola. Emseuesforoparacompreenderquaissoascondiesquecaracterizamumterritrio educativo, a organizao chegou seguinte definio:Emprimeirolugar,haliumfrumintersetorial(poderlocal,iniciativaprivadae sociedade civil organizada), interdisciplinar (educao, sade, cultura, rede de garantia dedireitos,desenvolvimentolocaletc.)eintergeracional(crianas,jovenseadultos) dedicadoaformularegerirumPlanoEducativoLocal(PEL),comumdiagnsticodo lugar, metas claras, prioridades e definio de papis.Emsegundolugar,asescolasdesenvolvemprojetospoltico-pedaggicos democrticos,alinhadoscomosprincpiosdaeducaointegral.Elasreconhecemos saberescomunitrios,envolvem-secomasproblemticaslocaisepromovema apropriaodacidade,assumindoseulugardecatalisadorasdaproduodo conhecimento local.A terceira condio a de que a rede sociopedaggica (escolas, assistncia, sade, etc)trabalhe de forma integrada, compartilhando dados e agendas, alinhando princpios e construindo estratgias comuns para o trabalho.Porfim,configura-seumterritrioeducativoquandohoreconhecimentoeo exerccio do potencialeducador deseus diversos agentes, ampliando ediversificando asoportunidadeseducativasparatodos:umcafseabreparacursosdeinformtica emqueadolescentesensinamidosos;museuscriamprogramaesvoltadaspara pblicosespecficosdobairro,sejamcrianaspequenas,imigrantesoupessoascom deficincia; criam-se espaos de cultura geridos pela comunidade em escolas pblicas dolugar;umapraarevitalizadacomintervenescriativasdosartistasedepois passa a ser utilizada para atividades de skate, malabares, horta ou basquete. Sendoestesoselementosqueconstituemumterritrioeducativo,oseuprocessode construo deve partir do diagnstico das condies iniciais para que, em uma perspectiva de pesquisa-ao,naqualosagentescontinuamenterevisitamsuaprtica,possaserelaborado coletivamente um plano com metas definidas a partir das caractersticas do lugar.

1Ocampoconceitualepolticodaeducaointegralapresentadonacoletneaorganizadapela pesquisadoraJacquelineMoll,diretoradeCurrculoseEducaoIntegraldaSecretariadeEducao Bsica do Ministrio da Educao. (MOLL, 2012).2 1.Ascondiesdevidadolugareaspossibilidadesdodesenvolvimentointegraldas pessoasOterritrioeducativotemcomoobjetivomaiorcriarascondiesparaqueosjovensse desenvolvam integralmente, ou seja, em todas as suas dimenses intelectual, fsica, afetiva, social, simblica. Para criar metas e monitorar esse processo, preciso conhecer as condies iniciais de vida das novas geraes no bairro.Emumterritrioeducativoestogarantidasascondiesparaaformaodecidados autnomos,comaampliaodoseurepertriosocioculturaleofortalecimentodasua capacidadeassociativaedeparticipaoativanasociedade.Umcidadoplenodedireitose participanteativonasdecisesqueafetamsuacomunidadeconstitui-secombaseno desenvolvimentodeseucorpo,desuasingularidade,desuacapacidadereflexivaedesuas habilidades para a comunicao e a criao.Porissoascondiesdeumbairroparaessaformaodecidadosautnomosprecisamser conhecidas no incio do processo de construo de um plano voltado para a transformao do local em um bairro educador. Segundo o socilogo e professor Miguel Arroyo, as vivncias dos tempos-espaossocentraisnosprocessosdesocializao,humanizao,formaoe aprendizagem do prprio viver (ARROYO, 2012, p. 33-45). Propostas orientadas pela educao integral, ao levarem em considerao as dimenses vida-corpo-espao-tempo, precisam partir dainvestigaodecomooseducandosvivemavidaeaquevivnciassosubmetidosnos diversosespaosetemposenatotalidadedeseuviver.precisoconhecerascondiesde moradia, de trabalho, transporte, alimentao para construir uma proposta educativa voltada para o pleno desenvolvimento das pessoas dali.Umprojetodeeducaointegralnoseparaocorpodopensamento.Aorigemdetodo conhecimento est no corpo, e ele precisa ser mobilizado para que o conhecimento acontea. Esse conhecimento acontece na relao entre o corpo e o ambiente em constante experincia exploratria, uma experincia que modifica a ambos continuamente. As pessoas, aprendendo acontrolarasinteraesdeforasdocorpoemseumeioambiente,estabelecemrelaes cognitivasesociais.Acogniocorporificadacolocaamotivaonocentrodoprocesso: precisodesejar,teralgumanecessidade,parasemover(SAITO,2010).Umterritrio educativoofereceascondiesnecessriaspara,naspalavrasdeArroyo,umjustoedigno viverambientessaudveis,espaosprpriosparaoexercciomotor,segurana,asseio, acessibilidade,serviosdesade,condiesdemoradiaadequadas,entreoutrospontosde fundamentalimportncia.Porm,maisdoqueisso,umterritrioeducativoefetivamente ofereceascondiesparaqueaspessoasdesejemaprender,conheceromundo,se desenvolver.Um projeto de educao integral tambm no separa a capacidade de criar dos afetos, a base paraodesenvolvimentodeumaindividualidadeplena,emcontatoconsigomesmaecomo mundo.Acriaodesmbolossedapartirdesensaesesentimentos,promovendoa integraofsica,afetiva,intelectualesocial.ComopsiclogoamericanoHowardGardner, aprendemos que o pensamento intuitivo e simblico, normalmente desprezado nos ambientes escolaresemfavordaprimaziadopensamentolgico-matemtico,umadasformasde compreenderomundo(GARDNER,1994).Osprocessossimblicosmanifestamacapacidade paraperceberdiferenasesingularidades,expressar,relacionar,ritualizarecriarosdistintos aspectos da vida. O impulso criativo vem de cada um, da sua curiosidade, sua capacidade de se emocionar, compreender e desejar. Do ponto de vista psicocognitivo, os processos simblicos searticulamintrinsecamentecomodesenvolvimentocorporaleintelectual,podendo-se mencionar, especificamente a importncia do desenho para a elaborao da noo de espao, a manipulao de instrumentos para a estruturao de conceitos geomtricos, e os jogos para 3 ashabilidadesdeabstraoecomunicao.Aomesmotempo,dopontodevistada democracia,odesenvolvimentolivredaexpressoarticula-secomorespeitodiferena,o respeitoaodireitodetodosaseexpressaredesenvolversuasingularidade. Porisso,para se criar um Plano Educativo Local tambm fundamental conhecer as condies de vida afetiva, aorganizaofamiliar,asformasdeexpressopresentesnaquelacomunidade,seusvalores, suas culturas, linguagens e smbolos. Ocorpo,opensamentoeaexpressosotambmindissociveisdasinteraessociais.O desenvolvimentointegraldosindivduosdependedasuacapacidadedeserelacionare comunicar,dassuashabilidadesdeexpresso,docompartilhamentodesuasideiasedoseu envolvimentoemprojetoscoletivos.NaspalavrasdePauloFreire,acomunicaoumato pedaggicoeaeducaoumatocomunicativo(FREIRE,1973).Educadorescomoofrancs CelstinFreinet eopolonsJanuszKorczak,muitas dcadasantesdoadvento daInternet,j ressaltavamaimportnciadosmeiosdecomunicaofeitospelosjovens(FREINET,1975; KORCZAK, 1981), como jornal, mural e rdio. Estas ideias seatualizam no contexto das redes, dasociedadedoconhecimento:educar-sesignificaenvolver-seemmltiplosfluxos comunicativos,fluxosqueserotantomaiseducativosquantomaisricaforatramade interaescomunicativas.Umterritrioeducativopotencializaosfluxoscomunicativosnos quaisaspessoasseenvolvem,ampliandosuasredesepossibilidadesdetrocas.Daa necessidade de conhecer estes fluxos e redes no incio de todo o processo de construo.A dimenso intelectual do desenvolvimento humano intrinsecamenteconectada s demais. Odesenvolvimentodointelectodependedodesenvolvimentoafetivo,corporal,simblicoe social.Porissoqueaescola,apesardesertotalmentecentradanessadimenso,defatoa limita.Osbairros,ascidadessocontextosmaispropciosparaasmuitasaprendizagensea educao integral reconhece este fato quando dialoga com a pedagogia das cidades (VILA, 2012, p. 258-266). Mesmo quando se reduz o foco apenas inteligncia lgico-matemtica, os bairros e a cidade se mostram muito potentes. Nestes contextos da vida vivida, multiplicam-seassituaesemqueaescuta,aleituraeaproduodetextosorais,escritosevisuaisse relacionamdeformasignificativacomaanliselingustica,envolvendotarefasquearticulam asdiferentesprticas:lerparaconhecer,lerparaescrever,escreverparaler,decorarpara representarourecitar,escreverparanoesquecer,leremvozaltaparaoutrosescutarem, falarparaanalisar.Comoresultado, tem-seproduodevdeos, exposies,ediodelivros, murais, jornais, boletins informativos, pginas virtuais, circulares, manifestos, campanhas que se espalham por bairros medida em que estes se tornam educativos.Osprojetossemultiplicamapartirdeinquietaes,desejos.Especialmentenocasodas crianasejovens,suacuriosidadevigorosapossibilita-lhesaformulaodeperguntas provocadoras e perspicazes orientadas pelo prazer da descoberta. Uma pergunta leva a outra, queinduzarepresentaesmentais,conceituaeseconexesentreosconceitos apreendidos.Oconhecimentosefazemrede,comconexes,processoscriadores, potencialidades quese atualizamna relao entre significados, objetos eacontecimentos. Na buscadossignificados,aspessoasaprendemaobservar,comparar,associar,classificar, ordenar,medir,quantificar,inferir,verificarerefletir.Essashabilidadessedesenvolvemno contatocomosobjetos.Porexemplo,emcontatocomumaobradearte,oobservador estimuladoparaodesenvolvimentodashabilidadesrelacionadasaosensoespacial,comoa proporcionalidade e a localizao. J em contato com uma narrativa, o leitor apresentado a sequnciassingularesdeacontecimentoseemoesqueenvolvemospersonagense,na buscadaconstruodessessignificados,precisadesenvolveracapacidadederelacionara partecomotodoeaspartesentresi.Nagestodostemposeespaosnecessriosparaa realizaodosprojetosnosterritrios,aspessoasaprendemaformacomosuasculturas classificam,ordenam,contextualizam,selecionam,organizam,distribuem,partilhame compartilham.(SINGER, 2009) Multiplicao multiplicar alguma coisa em: voc tem uma cereja e voc planta ela vai nasser uma arvore e voc multiplicol aquela cereja. 4 Ao alargar a viso de educao, a educao integral articula o direito s cincias e tecnologias comodireitosculturas,aosvalores,aouniversosimblico,aocorpoesuaslinguagens, expresses, ritmos, vivncias, memrias e identidades diversas.2 A governana democrtica e as instncias de participao do bairro Agovernanadoterritrioeducativoconstri-seemfrunspblicosdemocrticosonde crianas,adolescentes,jovens,gestoresetcnicosdospblicosdosdiversossetores, lideranascomunitrias,educadoresetodososdemaisinteressadosencontram-separa desenhar um plano voltado garantia das condies para que as novas geraes desenvolvam-se integralmente. O territrio educativo convida seus atores a, juntos, conhecerem a realidade em que vivem e proporem aes que visam transform-la, tornando-a mais justa, democrtica e solidria. Instituirumfrumcomestascaractersticasnoprocessofcil,aomenosnonasgrandes cidadesbrasileiras,ondeaculturadeparticipao,escuta,articulaoeresponsabilidade coletivasmuitofrgil.Haindaqueseinstituirprocessosdecisriosbaseadosnaanlise consistente de dados, utilizando como mtodo, a pesquisa-ao.2

Osprocessos decisrios envolvidos na pesquisa-ao so sempre participativos, colaborativos eacompanhadosdeumareflexosistemtica.Porisso,apesquisa-aodependedeum espao democrtico de deciso, no qual o projeto de interveno, no caso, o Plano Educativo Local,sejacontinuamentedebatidoesistematicamenterefletidocombaseemleituras coletivas dos dados levantados.A Pesquisa-ao como mtodo Apesquisa-ao,comopareceevidente,nosepropeaocuparolugardaneutralidade cientfica.Aocontrrio,elaassumequealteraoqueestsendopesquisadoerompecoma noodeverdadecientfica.Oobjetivodapesquisa-aonocriarumaexperinciaque possaserreplicadaemumasituaototalmentecontroladacomoadeumlaboratrio, garantindo-sesempreosmesmosresultados.Emborahajaorigordasistematizaoedo monitoramentodosresultados,nopossvel,emumprocessodepesquisa-ao,prevero futuro. O pesquisador no tem o controle da situao.NainstnciadeformulaoegestodoPEL,ocoletivosistematizaumareflexosobreas caractersticasdacomunidade,suasvocaes,seuspotenciaisedesafios.Combaseneste diagnsticoparticipativo,quetambmenvolvediversosmapeamentos,elabora-seumplano deaosustentvel,definindometas,indicadoreseformasdemonitoramento.Criam-se instrumentosquepossibilitamaconstruocolaborativadoconhecimento,comositese gruposdediscusso.Asdecisessosemprefeitaspelocoletivoeosresultadosalcanados compartilhados com a comunidade para orientar polticas pblicas locais.Destaforma, osagentesdoterritrioeducativoproduzem,circulameutilizaminformaes e orientamaestomandodecisescombaseemconsideraesestratgicasetticas,no contexto de uma atividade planejada. Uma situao de aprendizagem, portanto. O frum onde sedagovernanadoterritrioeducativoalinha-se,assim,aumnovoparadigmadegesto pblica.

2Apesquisa-aoummtodoforjadonosanos1940naEuropaenosEstadosUnidos,utilizadoem diversasreasdoconhecimento,masqueganhoucontornosdefinitivosnocampodaeducaona AmricaLatinanosanos1970,mesmapocaemqueostrabalhosdoeducadorPauloFreirese consolidavam e se tornavam cada vez mais conhecidos (TRIPP, 2005, p. 443-466). 5 Nesse novo paradigma, a transparncia e a efetividade da comunicao so fundamentais. Os produtoresdainformaosoaspessoasdacomunidadeeestasinformaesnascemdas definiesdofrumpblico.Aefetividadedacomunicaoavaliada,sobretudo,pelonvel de participao nas aes promovidas e decises tomadas (APRENDIZ, Vol. 3, 2011). Naperspectivadoterritrioeducativo,agestopblicatambmsecaracterizapela apropriao comunitria daquilo que pblico. Isto porque, quando um frum inicia processo depesquisa-ao,compartilhandoconceitosouexperinciaselevantandopotenciais educativosdacomunidade,muitasvezesesbarranodesperdcioenagestoautoritriade recursos pblicos.Aspolticaspblicassoinvariavelmentedesperdiadasquandonohboaarticulao entre osnveisdegoverno,secretariaseequipamentosencarregadosdepromov-las,ouseja, quando estes no dialogam nem convergem. Tambm so autoritrias quando so formuladas eimpostaspelosrgoscentraisdogoverno,semparticipaodoscidadosdiretamente envolvidos, com critrios de gesto e avaliao definidos de maneira centralizada.Ospotenciaisdegeraoderendalocaisigualmentesodesperdiadosquandonose reconhecemasvocaesprpriasdolugar,ossaberesecompetnciasdaspessoasdali. Espaosdacomunidade,comopraaseruasdelazersomuitasvezessubutilizadosporque no se encontram em bom estado de conservao ou simplesmente porque a populao tem medo de permanecer naquele local pblico, sentindo-se vulnervel violncia. Equipamentos decultura,comobibliotecasegalerias,so esvaziadosporquenoatraemapopulaolocal, quenosevreconhecidaemseusambienteseprogramas.Osveculosdecomunicao, assimcomoosequipamentosdeculturaeasinstituieseducadorasdolugar,muitasvezes, soesvaziadospelalgicadacompetioqueterminaporbeneficiarosgrandesgrupos,que notmvnculoqualquercomascomunidades.Escolaseoutrasinstituiesdeservios pblicossogeridascomosefossempropriedadedeseusdiretores,queesvaziamos conselhos gestores e no prestam contas comunidade.3 A escola articuladora dos potenciais locaisNoterritrio educativo,a escoladevetornar-seum ncleoarticulador:daspolticaspblicas, dos recursos comunitrios e, principalmente, do conhecimento local. Pode desempenhar este papel porque tem em sua misso a tarefa educativa e porque , hoje no Brasil, o equipamento pblicocommaiorcapilaridadepeloterritrionacional,frequentadodiariamentepelaquase totalidadedecrianaseadolescentesdopas.Daqueaescolaestejanocentrodareade abrangncia do territrio a ser diagnosticado.Na escola articuladora do territrio, todos que dela participam tm direitos de deciso sobre o seudestino.Ocompartilhamentodasresponsabilidades,asdecisesquepodemalterara posiodecadaumnocoletivosotomadasemconjunto,incluindogestores,educadores, funcionrios,estudantesepais.Cadaum,nestesentido,responsvelporsi,mastambm pelos demais. Isso faz com que se intensifique a afetividade dos relacionamentos.Oaprendizadodocomportamentodemocrticosedcomaprtica.Trata-sedegrande variedadedeprticasdemediaoedetomadascoletivasdedeciso,cujavivncia indispensvel para que todos possam aprender o que deles se espera e o que devem esperar dosoutros.Osqueseformamnummeioemqueprevaleceademocraciavivemdesdecedo situaesdefinidasporcomportamentossolidrios.Aprendemqueaspessoasdiferem,mas queestasdiferenassopositivas;queningumtofortequenoprecisedoauxliodos outrosequeauniofortaleceocoletivoeoindivduo.Solevadosaperceberquea desigualdadenonaturalenemdecorredasuperioridadedequemmandasobrequem 6 obedece.Queadesigualdaderuimeinjustaequeelaspodeserabolidapelaprticada solidariedade entre todos (SINGER, 2009).Talvezoaspectomaisimportanteparaaconstituiodaescolacomoncleoarticuladordo territrioeducativosejaaatitudedeacolhimentoerespeitoeaconsequentecriaode vnculos entre equipe, estudantes e famlias, vnculos queperduram mesmo depois que eles jsaramdaescola.Paraobomfuncionamentodaescola,aunioentreestudantes, educadores, funcionrios e famlias essencial. Neste ambiente, a vigilncia substituda pelas relaesdeconfiana.Estudantes,educadoresefuncionriosnoestonaescolapara cumprir tarefas que lhes so impostas ou se submeter a critrios externos relativos evoluo doaprendizado,comopromoesourepetncias.Todossomembrosdeumcoletivo, responsveis pelas decises que afetam suas vidas e reconhecidos em sua individualidade.Elemento chave das atitudes de acolhimento e respeito em um ambiente onde prevalecem as relaesdeconfianaoquesereferesprticasdecontrolesocial.Nasescolasabertas comunidadeestasprticasvoltam-separaarestauraodasrelaesentreaspartes envolvidasnoconflitoetambmcomacomunidadeafetadaporele.Estruturando-sesobre relaescooperativas,as escolasfavorecem atitudesderespeito.Nessecontexto,asprticas decontrolesocial visam,aumstempo,apoiaraspessoasenvolvidas emconflitoegarantir queelasassumamresponsabilidadeporseusatos.Paratanto,todososmembrosda comunidadeescolarsoestimuladosadesenvolverestratgiasnopunitivasnassuas relaes, aprendizado que levam para a mediao dos conflitos envolvendo outras pessoas da comunidade.Quandonecessrio,oconflitodebatidocoletivamentedeformapblica,eo coletivobuscaqueosenvolvidosassumamsuasresponsabilidades,reparemosdanos, reconheam ossentimentosdetodosepassemacuidardesiprprios,dos outrosedobem comum. Outroaspectodiretamenteafetadopelaaberturadaescolaaoterritrioasuaorganizao espacial, ou o que Paulo Freire chamou de pedagogicidade da materialidade (FREIRE, 1992). As escolasqueseabremaodilogorompemcomaorientaodisciplinarqueenfileiraas carteirasdefrenteparaa mesadoprofessor,naqualsepropeano-comunicao entreos estudantes, e em seu lugar introduzem o trabalho em grupo, a forma circular. A abertura para o dilogo coma comunidade tambmabre os portes,destranca as portas, disponibiliza os recursos, integra a escola com a rua. Torna pblico o que pblico, dos livros da biblioteca ao auditrio,passandopeloscomputadores,materiaiseletrnicosequalqueroutrotipode recurso. E isto se reflete na boniteza das salas de que fala Freire. Quando os recursos so de todos, todos cuidam. Ocoletivobuscaqueosenvolvidosassumamsuasresponsabilidades,reparemosdanos, reconheam ossentimentosdetodosepassemacuidardesiprprios,dos outrosedobem comum. Estas transformaes no espao tm, ao menos, outras duas implicaes importantes. De um lado,elasestimulammudanasnospapisdeeducadoreseestudantes.Emroda,quandoo estudanteexpesuasexperinciasereflexes,oeducadorescuta.Quandoosestudantes trabalhamemgrupos, oeducadorparticipanamedidaemquesolicitado.Nomaisaquele queprofessaoconhecimentodiantedeumaplateiapassiva,massimaquelequeescuta, aprende e orienta. De outro lado, as transformaes no espao estimulam o autoaprendizado. Quandoasportasdasbibliotecasseabremeoslivrossaemdosplsticos,oscomputadores saemdasaladeinformticaesedistribuempelaescola,aquadraficadisponvel,quando enfimosestudantesadquiremliberdadedeacessoeusosobreosrecursospedaggicos, 7 desenvolvem habilidades fundamentais para o exerccio autnomo de suas pesquisas. Mas, em umterritrioeducativo,osespaoserecursosdaescolanoficamdisponveisapenaspara estudanteseprofessores,abrem-setambmparaacomunidadeemgeral,quepassaa frequent-la e participar de sua gesto. Almdoespao,tambmotemposeflexibiliza.Quandoadiversidadelocalincludano projeto poltico-pedaggico da escola, o dia no precisa mais ser fragmentado em aulas de 50 minutos, assim como os anos no precisam necessariamente ser fragmentados em sries. No seesperaquepessoasdamesmaidadesejamiguaisemhabilidades,interessesetalentose no se aposta na homogeneidade para o progresso do aprendizado. Ao contrrio, a aposta se faznosestmulosedesafiosqueaconvivnciacomosdiferentespossibilitaeotempose organiza na medida das necessidades da aprendizagem. Quem sabe l para os que ainda no esto alfabetizados e quemno conhece algum assunto pergunta para quem conhece. Com liberdade para pesquisar o que de seu interesse, cada estudante compartilha com os demais suas paixes e talentos. (SINGER, 2009) Istosignificaqueoterritrioeducativotemimplicaesdefinitivassobreaorganizao curricular.Quandoaescolaseabreparaobairro,asdiversasculturasdeseusestudantes, educadoresedacomunidadeondeestinseridatornam-seopontodepartidadeseu currculo. Com esta base, a solidariedade o elo que possibilita a produo de conhecimento, que,emboranoreproduza,certamentedialogacomaculturaacadmica.Osestudantes realizam seus projetos usando a solidariedade como organizador coletivo da atividade escolar, ao somar seus saberes aos de educadores, colegas e outras pessoas de sua comunidade, cada um com suas mltiplas experincias. Assim, os saberes especficos e os genricos constroem a sabedoriacoletivasolidariamente.Oterritrioeducativopromove,enfim,oqueArroyo chamou de outra pedagogia, que parte de outros sujeitos (ARROYO, 2012). Aoseabrirparaacomunidade,aescolanostransformaospapisdeestudantese educadoreseabreseusportes,comotambmseabreparaomundo,trazendopessoasda comunidade para desenvolverem projetos, promovendo trilhas educativas (APRENDIZ, vol. 2., 2011) que incluem a cidade como campo de pesquisa, intervenes no bairro, participao nas organizaes comunitrias e parcerias com outras organizaes.4 A rede intersetorial para a educao integral Opressupostodaeducaointegraloreconhecimentodaresponsabilidadeconjuntado Estado,dasociedade,dafamliaedosprpriosjovensnoprocessodeseudesenvolvimento integral.Amissodoterritrioeducativopromoveroaprimoramentodascondies necessrias para isso.Osistemaescolarbrasileiroassimcomoemmuitosoutrospasestemdemonstradoseus limites em altos ndices de evaso escolar e no baixo desempenho dos estudantes em relao shabilidadesmaisinstrumentais.Afaltadecondiesbsicasparaaaprendizagem,o distanciamento entre famlias e escolas (e consequente pouco compartilhamento de valores e processoseducacionais),adesvalorizaodouniversoculturaldosestudantespelaescola,o absentesmodocorpodocenteeasdificuldadesdagestoescolarsoosfatoresmais evidentes ai implicados.Noentanto,paraalmdasdificuldadesestruturaisdomodeloescolarultrapassado, fundamentalconsiderarqueadesarticulaoentreosserviospblicosnosdiferentesnveis degoverno(municipal,estadualefederal),adescontinuidadeentreossegmentosdoensino (infantil, fundamental, mdio e superior) e a desarticulao das organizaes que compem o sistemadegarantiadedireitosdacriana,doadolescenteedojovemsofatoresque concorremparaagravaroquadroeducacionalbrasileiro.Asorganizaesquetmcomo 8 pblicoalvoascrianaseosadolescentespartemdeconcepesmuitodiferentesdo desenvolvimentohumano,deeducaoededireitoeoperamnumalgicafragmentadae competitiva. Como diz Arroyo: Essavelhadicotomia,deumladoodireitoaviver,aocuidadodeixadoporcontada famlia, da esfera privada, da me, sobretudo, ou deixado por conta das instituies como creches, orfanatos, Febens. (...) [De outro lado], o direito a aprender, ao conhecimento, ao domniodascompetnciasdeixadoporcontadasescolas,dosprofissionaisdo conhecimento,daformaoparaacidadaniaeparaotrabalho.(...)sescolaschegam sereshumanosnicos,queexigemoutrasconcepespedaggicasmenosdicotmicas, mais unitrias da formao e do desenvolvimento humano/cidado, total. (2012, Op. Cit., 255) Estavelhadicotomiaimpeumalgicadeencaminhamentosquelevaaodesperdciode diversos recursos existentes na comunidade. No caso das crianas e dos jovens, por exemplo, comum que aqueles que no se enquadram no modelo de ensino vigente sejam encaminhados para os servios de atendimento psicopedaggico e psiquitrico ou para o Conselho Tutelar. A ausnciaderesultadosacabalevandoanovosencaminhamentos,destavezparaoutras escolas.Assim,todososserviospblicosdisponveissoacionados,masnosurtemefeito positivo quando simplesmente so destitudos da sua funo educadora. Para que o territrio se torne educador, necessrio que se formem redes de proteo social criana,aoadolescenteeaojovemorientadaspelosprincpiosdaeducaointegral.Tais redesalinhamagendasecompartilhamseuscadastrosesistemasdeinformaoemuma lgica de colaborao e transparncia. Como princpio orientador, as redes de proteo social desenvolvemestratgiasdeintegraodosagenteslocaisvisandosuperaodalgicados encaminhamentospelaabordagemintegrada,quepriorizaacriaodeequipes multidisciplinares de referncia para cada um dos atendidos.Oterritrioeducativoarticuladiversasiniciativasvoltadasparainfncia,adolescnciae juventudecomapolticadeeducaointegralnacidadeaoapoiaraformaoderedes intersetoriais, integrando as escolas s organizaes no governamentais, conselhos tutelares, centrosdereferncia,deapoioedeformaodasade,assistnciasocialejustia.esta integrao que possibilita a territorializao de polticas, programas e aes que fortalecem as famlias, as comunidades e as prprias escolas.Almdaconstituiodasredesdeproteosocial,houtroespectrodearticulao intersetorialnecessriaaoterritrioeducativo.Trata-sedaquelaquepossibilitaa diversificao das oportunidades educativas, via integrao de polticas, programas e projetos de educao, cultura, esporte, meio ambiente, artes, direitos humanos, comunicao, sade eoutros.Paraqueissoocorrapreciso,deumlado,queadiversidadeculturaldacidadeseja reconhecida,mapeada,valorizadaedivulgadae,deoutro,quenovasediversificadas oportunidades educativas se consolidem nos bairros. Mais uma vez, a escola desempenha aqui papelarticuladorquandoassumeumapropostacurricularquelegitima,valorizaeintegraao conhecimento acadmico a cultura tradicional e as diversas manifestaes culturais da cidade (APRENDIZ, Vol. 4, 2011).Desta forma o Bairro-escola contribui para, como descreve Moll, a organizao de territrios educativos a partir da escola e de articulao de arranjos educadores construdos com base em aesintersetoriais(MOLL,2012,p.129-156).Aconvergnciaparaoterritriodepolticas pblicasnoscamposdiversosestruturaprincpiosorientadorescomunsecolaboraparaa formaodecomunidadeseducativasconstitudasdeexperinciasrealizadasnasdistintas organizaesdasociedadecivil,abrangendobibliotecas,museus,centrosculturais,clubes-escola,quadras,centrospoliesportivos,praas,parques,cineclubes,museus,bibliotecas, garagens digitais, pontos de cultura, telecentros. 9 Paraisso,noPlanoEducativoLocal,fundamentalacriaodebasesterritoriaispara integrao dos programas das diversas secretarias, rgos da prefeitura e tambm programas dos nveis estadual e federal. Estas bases precisam ser construdas a partir de um diagnstico consistente relativo s polticas, aos equipamentos e programas disponveis no territrio. Territrios Educativos para Construes de Felicidade Aperspectivadaeducaointegral,quebuscaodesenvolvimentodossujeitosemtodasas dimenses,apartirdaintegraodosdiversosagentes,espaosetemposdeumterritrio, refora e amplia as possibilidades para construes de felicidade.Naperspectivadafelicidade,poderamosdizerqueumapessoacujodesenvolvimento integralmenteatingido tem maiorespossibilidades deestabelecerrelacionamentosamorosos duradourosecrculosocialforte,sermaiscriativa,cooperativa,socivelegenerosa,atingir sucesso profissional, ter maior autocontrole, liderana e competncia para lidar com situaes diversas (ANDREWS, 2011:13-4). Osterritrioseducativosampliamaspossibilidadesdafelicidadenamedidaemque,ao promover articulaes e alianas em torno de objetivos comuns, reforam laos afetivos entre aspessoasqueconstroemasorganizaes,eosentimentodecolaboraocoletivaporuma causa maior, fatores definitivos para a conquista da felicidade duradoura (ANDREWS, 2011:20-21). No que se refere especificamente s crianas, os territrios educativos so os mais adequados paraagarantiadoseubem-estar.SegundoocientistapolticoRobertPutnam,o desenvolvimentodacrianafortementecondicionadoporlaossociais,tantofamiliares quantocomunitrios.Comunidadescommenoscapitalsocialtmbaixapontuaonuma longa lista de medidas de bem-estar infantil (Robert Putnam Apud ANDREWS, 2011: 56). Aestruturadasescolasarticuladorasdosterritrioseducativoscolaboraparaasconstrues defelicidadeporsebasearemgestoparticipativaecurrculoquetransversalizaos parmetros comuns com os interesses pessoais e o contexto social. As pesquisas no campo da felicidadedemonstramqueoelementoquemaistrazsatisfaospessoasoengajamento ematividadesintencionaisesignificativas,quepromovemaautonomia,nasquaisso razoavelmente eficientese habilidosas eque tambm lhespermitam conectar-seecontribuir com o bem-estar coletivo, fortalecendo seus relacionamentos.Nomesmomovimentoemqueestasescolasbuscamgarantirasatisfaopessoal,tambm promovemodesenvolvimentodascompetnciasnecessriasaobem-estarcoletivo: curiosidadeeaberturaparanovasexperincias,gostopeloaprendizado,pensamentocrtico, criatividade,visosistmica,perseverana,honestidade,generosidade,empatia,cooperao, sensodejustia,liderana,autocontrole,prudncia,sensoesttico,entusiasmo,propsito (ANDREWS, 2011:94-5). Referncias bibliogrficas ANDREWS, Susan, 2011. A cincia de ser feliz. So Paulo: gora.ARROYO, Miguel, 2012. O direito a tempos-espaos de um justo e digno viver. In MOLL, MOLL, Jacqueline (org.). Caminhos da Educao Integral no Brasil. Direito a outros tempos e espaos educadores. 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