HC Crise Do Capitalismo Liberal Dia 10 e 11
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Transcript of HC Crise Do Capitalismo Liberal Dia 10 e 11
ARRUDA, José Jobson de Andrade. A crise do capitalismo liberal. In: FILHO, Daniel Aarão
Reis; FERREIRA, Jorge; ZENHA, Celeste (orgs.). Século XX: o tempo das crises. Rio
de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.
1. Prosperidade material, liberalismo e intolerância
Ideiais de programa de paz do presidente Woodrow Wilson foram esquecidos e
uma política isolacionista marcou o país.
Na verdade, houve resistência da população norte-americana para a entrada na
guerra, devido à influência do lema doutrinário da “A América para os americanos”.
Ações políticas do presidente X Tendência isolacionista da população norteamericana
A Nova Era da América: anos 20 – obsessão pela riqueza e acúmulo de capital.
Conservadorismo: intolerância política, racial e social.
Símbolos: do apogeu e prosperidade: Empire State Building; do racismo: Ku Klux
Klan.
Aparente prosperidade camuflava a miséria e as iniquidades.
Cultura: Jazz e charleston
Sociedade cega para as advertências do presidente Wilson em 1924 de que em
uma geração o mundo entraria em guerra novamente.
Aumento da criminalidade
2. Volta à normalidade
Normalidade: aposta de candidatos à presidência, como Warren C. Harding, focava
o isolacionismo, conservadorismo e a prosperidade material.
Os números ajudavam: renda per capita: + 25% entre 21 e 29; construção civil
disparou; de 20 a 30, os automóveis aumentaram de 6 milhões para 20 milhões
(Ford T); geladeiras, fogões e rádio passaram de luxo para bens de necessidade
básica;
Economia norteamericana modelou as chamadas sociedade capitalistas;
Podemos citar 3 condições para o consumo de massa: I – ritmo crescente dos
salários, II – baixas taxas de desemprego e III – Expansão do crédito.
Credores: faturaram milhôes que investiam no próprio país: mercado interno,
barreiras ao mercado internacional e altas tarifas alfandegárias.
3. Nos subterrâneos da prosperidade
O autor apresenta uma série aspectos da vida norte americana que estava
camuflado pela sociedade capitalista liberalista:
Setor Urbano e Atividades Industriais X Setor Rural
Setor Rural não acompanhava a política de reconversão do pós guerra e os
excedentes eram crônicos. Consequências:
Preços agrícolas encolhidos;
Rendas diminuídas;
Pobreza
Desnutrição
Política do Isolacionismo:
Teve implicações econômicas: balança comercial favorável, mas em bases
precárias porque transformaram o capital excedente durante a 1ª Guerra em
financiamento para a reconstrução da Europa. Se exigissem o repatriamento desse
investimento não teriam retorno.
Acentuação da intolerância social, racial e política:
Crescimento da Ku Klux Klan (contra negros, judeus e católicos);
Da restrição (Lei de 1917) à proibição de imigrantes (Lei de 1921 – cotas severas);
Gangsterismo praticado por italianos, irlandeses e judeus;
O caldo cultural que impulsionava os EUA agora estava arrefecido.
Corrupção nos altos escalões do governo, mesmo com falas morais do presidente
Coolidge
4. O crime compensa
Desdobramentos do isolacionismo e conservadorismo:
Lei Seca (1920-1933): proibia produção e comercialização de bebidas alcoólicas –
limpeza moral com a extinção de bares. No fundo representava a última tentativa
da supremacia do país rural e provinciano sobre o crescente poder das cidades e
sua liberação de costumes.
Explosão do crime organizado: gangsters e máfia + destilarias clandestinas,
contrabando, corrupção de autoridades policiais e judiciais.
A Grande Depressão fez secar a torneira de recursos que jorrava nos bolsos das
quadrilhas organizadas e propiciou o contra ataque da legalidade.
5. Liberalização dos costumes e escapismos
Década de 20, a era “dancing days”:
Foxtrots e blues com a era do Jazz ;
Concursos de charleston – mais de 30 horas de dança sem parar;
Moda da dança x moda da praia;
Aumento da circulação de revistas de conteúdo sexual e esportistas (Jack
Dempsey e Babe Ruth);
Cinema: vértice mobilizador da indústria do entretenimento. Revolucionou a arte da
comunicação com mensagens que era decodificadas pelas grandes massas. No
final da década de 20 surgem a união da imagem com o som e a Quebra da Bolsa,
termômetro financeiro do mundo capitalista.
6. A crise se anuncia na prosperidade
Crise decomposta em 3 períodos:
1. 1919 a 1924-28, quando os países europeus procuraram liquidar os resquícios
deixados pela guerra e tentaram voltar às condições econômicas normais, antes de
1914;
2. 1924-28 a 1931-33: período de grande surto de prosperidade, que trazia os
elementos da crise detonada nos EUA em 1929;
3. 1932-33 a 1939: os governos se empenharam no esforço coletivo para superar a
crise desenvolvendo práticas intervencionistas.
Expansão do consumo e da produção, ampliaram a margem de lucro dos
capitalistas
Explicação para o consumo acelerado: aumento dos salários, resultado dos
ganhos de produtividade ou estímulado pelos próprios empresários, a destruição
do espírito de poupança, por causa da crise monetária, a ampliação da
assistência social, que estimulava o gasto em bens de consumo e serviços,
ampliação do crédito voltado para o consumo (+ 15% nas vendas e + 60% nos
automóveis), a baixa dos preços agrícolas, que permitiu o deslocamento do
poder aquisitivo para o consumo de produtos industriais e serviços e a atuação
crescente da publicidade, que estimulava o consumo e criava novas
necessidades, além de produzir a figura do novo consumidor.
Forma de vida dos americanos passou a ser o padrão para a civilização moderna
ocidental, que foi simbolizada nos altíssimos edifícios, multiplicação das
residências, carros e aparelhos domésticos;
Ritmo de crescimento da produção americana: explicados pelo progresso técnico
(mão de obra mais racional) e pelo processo de concentração industrial. Os
investimentos permitiram a redução de preços, o que aumentou os investimentos
dos capitalistas americanos no exterior.
Em 1929, 44,8% da produção industrial do mundo era americana, expressa nos
comglomerados e holdings da área automobiística, mineradora e fotográfica, para
citar alguns exemplos.
De 1912 a 1929, a produção industrial cresceu 90%.
7. As razões imediatas da crise de 1929
Motivo da crise de 29: manter o mesmo ritmo de produção alcançado durante o
conflito da 1ª G.M., que abastecia os países envolvidos em combate, fornecendo
desde gêneros alimentícios até produtos industrializados e combustivel;
Com a paz, os países europeus recomeçaram a produção de bens que importavam
dos EUA, com isso, as exportações americanas caíram e o mercado interno ficou
com grande quantidade de produtos que não eram absorvidos totalmente;
A curto prazo, a industria, a agricultura e a mineração teriam que reduzir o
movimento de seus negócios, o que representaria menos lucros e mais
desemprego;
A política de governo, essencialmente liberal, não poderia intervir na produção;
Estratégia encontrada: parte dos capitais excedentes ao mercado americano foram
emprestados a países carentes de reservas financeiras, para que pudessem
comprar dos Estados Unidos (máquinas e acessórios industriais) e outra parte foi
investida diretamente nos Estados Unidos, sob a forma de empréstimos para
consumo, para estimular o mercado interno.
Produção agrícola foi armazenada – o que em geral era muito caro e resultou na
hipoteca de fazendas.
Salários aumentaram em média 18%, o poder de compra dos agricultores abaixou
e os lucros dos capitalistas cresceram 60%.
O valor das ações atingiu o total de U$ 87 bilhões, quando na verdade valiam U$27
bilhões.
Estrutura bancária de 24 mil pequenos bancos tomava empréstimos a 5% ao mês
e repassava aos clientes a 12 e 15%, o que contribuiu para aumentar a
especulação. BOLHA DE LIQUIDEZ.
8. As razões profundas da crise de 1929
A crise tinha estrututa na natureza do capitalismo monopolista americano, com a
distribuição da riqueza desequilibrada: salários e preços estáveis e lucros
aumentados pelo crescimento da produtividade.
Em 1929: 5% da população dominava 35% da riqueza gerada no país;
Na indústria do aço, trabalhava-se 12 horas por dia e em outras até 7 dias por
semana. INDÚSTRIA PESADA + 70%, CONSUMO NÃO DURÁVEIS + 35% e
CONSUMO DURÁVEIS + 50%.
A concentração de rendimentos conservaa potencialidade de investimento, mas
depois de um certo tempo não há mais aonde investir, que resulta na redução da
margem de lucros, estagnando-se o processo de acumulação.
CAPITALISMO MONOPOLISTA: preços ficam estáveis e numa crise, paraliza-se
parcialmente a produção, o que gera desempregos, redução salarial e
RETRAIMENTO da margem de lucro em fases agudas da crise. MERCADO SE
CONTRAI e INVESTIMENTOS E LUCROS SE REDUZEM.
9. A crise em marcha
NO PLANO EXTERNO: Os investimentos dos empresários no exterior foram
retirados e as exportações foram diminuídas e a França e Inglaterra voltam a atuar
no comércio internacional.
NO PLANO INTERNO: Grandes estoques agrícolas começam a afetar o preço
desses produtos e quanto mais bens industrializados eram produzidos, mais
estoques desse gênero também cresciam, pois os desempregados já não tinham o
mesmo poder de compra.
As ações passaram a valer menos: quem tinha queria vender e quem não tinha
não queria comprar.
Ápice: 29 de outubro de 1929: as ações despencaram em queda livre e o índice
Dow Jones, que mede a variação das principais ações negociadas despencou
após registrar a queda histórica de 12,82%.
Encerrou-se a fase de prosperidade do pós guerra e deu início à Grande
Depressão.
10.O impacto mundial da crise
Repercussões da crise prolongaram-se por até 1933.
Quedas, crises e falências fazem parte do panorama econômico do país;
Capitais repatriados, reduzindo as importações dos países estrangeiros a 32%.
Partidos socialistas ganham força numérica.