GEOPROCESSAMENTO APLICADO NA ELABORAÇÃO DO … · conhecimentos adquiridos durante a sua...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA COLÉGIO POLITÉCNICO CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GEOPROCESSAMENTO GEOPROCESSAMENTO APLICADO NA ELABORAÇÃO DO CADASTRO AMBIENTAL RURAL RELATÓRIO DE ESTÁGIO CRISTIANE RODRIGUES DE OLIVEIRA Santa Maria, RS, Brasil 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

COLÉGIO POLITÉCNICO

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GEOPROCESSAMENTO

GEOPROCESSAMENTO APLICADO NA ELABORAÇÃO

DO CADASTRO AMBIENTAL RURAL

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

CRISTIANE RODRIGUES DE OLIVEIRA

Santa Maria, RS, Brasil

2015

GEOPROCESSAMENTO APLICADO NA ELABORAÇÃO DO CADASTRO AMBIENTAL

RURAL

Cristiane Rodrigues de Oliveira

Relatório de Estagio apresentado ao Curso Superior de Tecnologia em Geoprocessamento do Colégio Politécnico da UFSM, como

requisito parcial para a obtenção do grau de

Tecnóloga em Geoprocessamento.

Orientadora: Prof.ª Drª Ana Caroline Paim Benedetti

Santa Maria, RS, Brasil 2015

Universidade Federal de Santa Maria

Colégio Politécnico da UFSM

Curso Superior de Tecnologia em Geoprocessamento

A comissão Examinadora abaixo assinada, Aprova o Relatório de Estágio

GEOPROCESSAMENTO APLICADO NA ELABORAÇÃO DO CADASTRO AMBIENTAL RURAL

Elaborado por Cristiane Rodrigues de Oliveira

Como requisito parcial para obtenção do grau de

Tecnólogo em Geoprocessamento

COMISSÃO EXAMINADORA:

Ana Caroline Paim Benedetti, Drª (Orientadora)

Valmir Viera, Dr (UFSM)

Manoela Sacchis Lopes, MSc. (UFRGS)

Santa Maria, 15 de Julho de 2015

Universidade Federal de Santa Maria

Colégio Politécnico da UFSM

Curso Superior de Tecnologia em Geoprocessamento

GEOPROCESSAMENTO APLICADO NA ELABORAÇÃO DO CADASTRO AMBIENTAL RURAL

Relatório de Estágio realizado na

ENGEAMBIH

Elaborado por Cristiane Rodrigues de Oliveira

Ana Caroline Paim Benedetti, Drª. (Orientadora)

Francisco Monte Alverne de Sales Sampaio (Diretor da empresa)

Cristiane Rodrigues de Oliveira (Estagiária)

Santa Maria, 15 de Julho de 2015

RESUMO Relatório de Estágio

Colégio Politécnico da UFSM Universidade Federal de Santa Maria

GEOPROCESSAMENTO APLICADO NA ELABORAÇÃO

DO CADASTRO AMBIENTAL RURAL

AUTOR: CRISTIANE RODRIGUES DE OLIVEIRA ORIENTADORA: PROFª. DRª. ANA CAROLNE PAIM BENEDETTI

Santa Maria, 15 de Julho de 2015

O estágio supervisionado, como requisito parcial para formação no Curso Superior de Tecnologia em Geoprocessamento do Colégio Politécnico da UFSM, foi desenvolvido na empresa Engeambih – Soluções em Engenharia e Meio Ambiente, no município de Santa Maria, RS, totalizando uma carga horária de 300 horas e teve como intuito aplicar e aperfeiçoar as técnicas e noções adquiridas durante a graduação. Foi possível acompanhar e executar diversas tarefas relacionadas, em grande parte, à área do meio ambiente, como a realização do Cadastro Ambiental Rural (CAR), a elaboração de mapas e o auxílio na realização de levantamentos topográficos. Conclui-se que o Geoprocessamento possui ampla aplicabilidade, serve como base para diversos serviços e sua utilização tem um grande potencial na área ambiental.

Palavras-chave:Geoprocessamento.Cadastro Ambiental Rural.Topografia

LISTA DE FIGURAS Figura 1: Área de Uso Restrito com inclinação de 25° e 45°. ............................. 6

Figura 2: Áreas de APP ...................................................................................... 8

Figura 3: SiCAR ............................................................................................... 12

Figura 4: Imagem Google Earth ....................................................................... 14

Figura 5: Imagem do CAR ................................................................................ 15

Figura 6: Etapa Geo ......................................................................................... 16

Figura 7: Mapa do Imóvel .................................... Erro! Indicador não definido.

Figura 8: Demarcação com piquete ................................................................. 19

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1

1.1 Justificativa ........................................................................................................... 1 1.2 Apresentação da Empresa ................................................................................... 1 1.4 Objetivo Geral ....................................................................................................... 2 1.5 Objetivo Específico ............................................................................................... 2 2 REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................................... 3

2.1 Geoprocessamento .............................................................................................. 3 2.2 Cadastro Ambiental Rural .................................................................................... 4

2.2.1 Imóvel Rural .................................................................................................. 4

2.2.2 Área Rural Consolidada ................................................................................ 4

2.2.3 Área de Reserva Legal ................................................................................. 5

2.2.4 Área de Uso Restrito ..................................................................................... 5

2.2.5 Área de Preservação Permanente ................................................................ 6

2.3 Levantamento Topográfico .................................................................................. 8 2.4 Mapa Temático ...................................................................................................... 9 3 ATIVIDADES REALIZADAS ................................................................................... 10

3.2 Cadastro Ambiental Rural .................................................................................. 10 3.3 Curso de Capacitação ........................................................................................ 10 3.4 Auxílio no levantamento topográfico ................................................................ 11 4 RESULTADOS DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS .......................................... 12

4.1 Pesquisa Bibliográfica sobre o CAR ................................................................. 12 4.2 Cadastro Ambiental Rural ..................................................................................... 12 4.3 Auxílio no Levantamento Topográfico ................................................................... 19 5 CONCLUÕES E SUGESTÕES................................................................................ 20

5.1 Empresa .............................................................................................................. 20 5.2 Dificuldades encontradas durante a realização do estágio ............................. 20 5.3 Recomendações ao curso .................................................................................. 20 5.4 Conclusão ........................................................................................................... 20 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 21

ANEXO A –Formulário do CAR da empresa ........................................................... 23

1

1 INTRODUÇÃO

1.1 Justificativa

O estágio supervisionado é de extrema importância para a formação do

aluno, pois é por meio dele que se pode aplicar e complementar os

conhecimentos adquiridos durante a sua formação, além de aperfeiçoar-se na

área de atuação em que melhor se adapta. O mesmo foi realizado na empresa

Engeambih -Soluções em Engenharia e Meio Ambiente localizado na cidade de

Santa Maria, RS, no período de 23 de Fevereiro a 05 de Maio de 2015, sob a

orientação da professora Ana Caroline Paim Benedetti e supervisão de

Francisco Monte Alverne de Sales Sampaio. A empresa Engeambih, atua na

prestação de serviços, seja para com as instituições públicas ou privadas.

1.2 Apresentação da Empresa

A empresa Engeambih – Soluções em Engenharia e Meio Ambiente foi

fundada em 18 de Outubro de 2012, formada por uma equipe multidisciplinar de

profissionais. O grupo trabalha para pessoas físicas, jurídicas, empresas

privadas, públicas e organizações não governamentais (ONG’s), inclusive junto

à Justiça Estadual, Federal e Ministério Público realizando perícia judicial ou

assistência técnica, nas áreas de engenharia e meio ambiente, executando

todas as suas atividades, ora como pessoa física ou jurídica. Atua, também, por

demanda social.

A empresa atua as seguintes áreas:

Serviços de Engenharia;

Serviços de Arquitetura;

Desenho Técnico relacionado à Arquitetura e Engenharia;

Perícias técnicas relacionadas à segurança do trabalho;

Atividades de pesquisa e desenvolvimento experimental à

Engenharia;

Treinamento em desenvolvimento profissional e gerencial;

Obras de urbanização - Ruas, praças e Calçadas;

Obras de infraestrutura;

2

Assessoria e consultoria em gestão empresarial;

Serviços de Cartografia, topografia e Geodésia;

Pesquisa e desenvolvimento experimental, relacionados à

engenharia;

Consultoria, assessoria em projetos do meio ambiente;

Captação, tratamento e distribuição de água;

Diagnóstico e monitoramento da fauna;

Produção de software para gerenciar atividades diversas;

Elaboração de plano de gestão integrada de resíduos sólidos;

Diagnóstico e monitoramento Florestal.

Atualmente as atividades da empresa estão voltadas para as Perícias

Ambientais, Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) e o Cadastro Rural

Ambiental (CAR).

1.3 Objetivos

1.4 Objetivo Geral

Aplicar técnicas de geoprocessamento e trabalhos de campo para

elaboração de mapeamentos temáticos para Cadastro Ambiental Rural na

empresa Engeambih.

1.5 Objetivo Específico

Aplicar Geoprocessamento nas atividades realizadas na empresa, dentre

elas:

Auxiliar os profissionais da Empresa Engeambih na elaboração de

Cadastro Ambiental Rural;

Realizar levantamentos topográficos;

Produzir mapas temáticos;

3

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Geoprocessamento

Geoprocessamento, de acordo com Veiga e Silva (2004, p. 189) “é um

termo pelo qual tornou-se conhecido o processamento digital de dados

referenciados geograficamente através da sua localização e relação espacial”. É

uma união de tecnologias para coletar, tratar, manipular, e apresentar

informações espaciais, que abrigam muitos sistemas e técnicas para tratar essas

informações, que podem ser visualizadas em forma de mapas, relatórios e

tabelas, formando uma ferramenta de análise e subsídio na tomada de decisão.

Para Xavier da Silva (2001) o geoprocessamento é um conjunto de técnicas

computacionais que opera sobre bases de dados (que são registros de

ocorrências) georreferenciadas, para transformar em informação (que é um

acréscimo de conhecimento) relevante, deve necessariamente apoiar-se em

estruturas de percepção ambiental que proporcionem ao máximo de eficiência

nesta transformação.

Rocha (2000, apud CARVALHO, BALSAN e LEITE, 2012 p.116) define

geoprocessamento como

Uma tecnologia transdisciplinar, que através da axiomática da localização e do processamento de dados geográficos, integra várias disciplinas, equipamentos, programas, processos, entidades, dados, metodologias e pessoas para coleta, tratamento, análise e apresentação de informações associadas a mapas digitais georreferenciados.

O principal objetivo do geoprocessamento é o fornecimento de

ferramentas computacionais para que os diferentes analistas possam determinar

as evoluções espacial e temporal de um fenômeno geográfico e as inter-relações

entre diferentes fenômenos (Câmara e Medeiros, 1998).

4

2.2 Cadastro Ambiental Rural

O Cadastro Ambiental Rural (CAR) é um registro eletrônico obrigatório

para todos os imóveis rurais que tem por finalidade incluir as informações

ambientais referentes à situação das Áreas de Preservação Permanente (APP),

das áreas de Reserva Legal, das florestas e dos remanescentes de vegetação

nativa, das Áreas de Uso Restrito e das áreas consolidadas das propriedades e

posses rurais do país conforme a Lei 12.651 de 25 de Maio de 2012 e

regulamentado pelo nº 7.830/2012.

O Cadastro Ambiental Rural tem como objetivo promover a identificação

e integração das informações ambientais das propriedades e posses rurais,

visando ao planejamento ambiental, monitoramento, combate ao desmatamento

e a regularização ambiental.

2.2.1 Imóvel Rural

É um prédio rústico de área contínua, qualquer que seja sua localização,

que se destine ou possa se destinar à exploração agrícola, pecuária, extrativista

vegetal, florestal ou agroindustrial, conforme disposto no inciso I do Art. 4º da Lei

8.629, de 25 de fevereiro de 1993, sendo caracterizado como:

a) Pequena propriedade ou posse: com área de até 4 módulos fiscais,

b) Média propriedade ou posse: com área superior a 4 até 15 módulos fiscais;

c) Grande propriedade ou posse: com área superior a 15 módulos fiscais.

2.2.2 Área Rural Consolidada

Área de imóvel rural com ocupação antrópica preexistente a 22 de

julho de 2008, com edificações, benfeitorias ou atividades

agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a adoção do regime

de pousio (Inciso IV Art. 3° Lei 12.651/12).

5

2.2.3 Área de Reserva Legal

Área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada

nos termos da legislação vigente, com a função de assegurar o uso econômico

de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a

conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e da biodiversidade,

abrigar a fauna silvestre e proteger a flora nativa.

Conforme o Art. 12 da Lei 12.651/12 todo imóvel rural deve manter área

com cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo da

aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente, observados

os seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel, excetuados os

casos previstos no art. 68 desta Lei.

I - localizado na Amazônia Legal: a) 80% (oitenta por cento), no imóvel

situado em área de florestas; b) 35% (trinta e cinco por cento), no

imóvel situado em área de cerrado; c) 20% (vinte por cento), no imóvel

situado em área de campos gerais; II - localizado nas demais regiões

do País: 20% (vinte por cento), (BRASIL,2012).

2.2.4 Área de Uso Restrito

As Áreas de Uso Restrito se constituem em um segundo tipo de áreas

especialmente protegidas pela legislação. Neste caso estão inclusos não só os

pantanais e as planícies pantaneiras bem como as encostas com inclinações

entre 25º e 45º.

De acordo com o Art. 10. Nos pantanais e planícies pantaneiras, é

permitida a exploração ecologicamente sustentável, devendo-se considerar as

recomendações técnicas dos órgãos oficiais de pesquisa, ficando novas

supressões de vegetação nativa para uso alternativo do solo condicionadas à

autorização do órgão estadual do meio ambiente, com base nas recomendações

mencionadas neste artigo. (BRASIL,2012)

6

Conforme o Art. 11. Em áreas de inclinação entre 25° e 45°, serão

permitidos o manejo florestal sustentável e o exercício de atividades

agrossilvipastoris, bem como a manutenção da infraestrutura física associada ao

desenvolvimento das atividades, observadas boas práticas agronômicas, sendo

vedada a conversão de novas áreas, excetuadas as hipóteses de utilidade

(BRASIL,2012).

A figura 1 abaixo representa as áreas de inclinação entre 25° e 45°:

Figura 1: Área de Uso Restrito com inclinação de 25° e 45°.

Fonte: <http://www.ciflorestas.com.br/cartilha/area-de-uso-restrito.html>Acesso em 26/5/2015

2.2.5 Área de Preservação Permanente

Área de Preservação Permanente é uma área protegida, coberta ou não

por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos,

a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico

de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações

humanas, de acordo com Inciso II Art. 3º Lei 12.651/12.

De acordo com o Art. 61-B, aos proprietários e possuidores dos imóveis

rurais que, em 22 de julho de 2008, detinham até 10 módulos fiscais e

7

desenvolviam atividades agrossilvipastoris nas áreas consolidadas em Áreas de

Preservação Permanente é garantido que a exigência de recomposição, nos

termos desta Lei, somadas todas as Áreas de Preservação Permanente do

imóvel, não ultrapassará:

10% (dez por cento) da área total do imóvel, para imóveis rurais

com área de até 2 módulos fiscais;

20% (vinte por cento) da área total do imóvel, para imóveis rurais

com área superior a 2 e de até 4 módulos fiscais.

O Artigo 4° da Lei 12.651/12 Considera as Áreas de Preservação

Permanente, em zonas rurais ou urbanas, estabelece que:

I- As faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e

intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito

regular, em largura mínima.

a)30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez)

metros de largura; b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que

tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; c) 100 (cem)

metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200

(duzentos) metros de largura; d) 200 (duzentos) metros, para os cursos

d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de

largura; e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham

largura superior a 600 (seiscentos) metros. (BRASIL,2012).

A figura 2 abaixo exemplifica as Áreas de Preservação Permanente do

Novo Código Florestal:

8

Figura 2: Áreas de APP Fonte:http://meioambiente.culturamix.com/recursos-naturais/erros-e-acertos-do-codigo-florestal> Acesso em 15 de Jul. 2015.

2.3 Levantamento Topográfico

Conforme a NBR 13.133/1994 o levantamento topográfico é um conjunto

de métodos e processos que, através de medições de ângulos horizontais e

verticais, de distâncias horizontais, verticais e inclinadas, com instrumental

adequado à exatidão pretendida, primordialmente, implanta e materializa pontos

de apoio no terreno, determinando suas coordenadas topográficas. A estes

pontos se relacionam os pontos de detalhes visando à sua exata representação

planimétrica numa escala predeterminada e à sua representação altimétrica por

intermédio de curvas de nível, com equidistância também predeterminada e/ ou

pontos cotados (ABNT1994 p.3).

O Levantamento Topográfico Altimétrico é descrito no item 3.15 da NBR 13.133/94 sendo como um “Levantamento que objetiva, exclusivamente, a determinação das alturas relativas a uma superfície de referência, dos pontos de apoio e/ou dos pontos de detalhes, pressupondo-se o conhecimento de suas posições planimétricas, visando à representação altimétrica da superfície levantada”.

9

2.4 Mapa Temático

Os mapas temáticos são representações gráficas da superfície terrestre,

ilustradas de acordo com algum assunto especifico objeto do estudo. Para

designar os diferentes aspectos do espaço geográfico, utiliza-se de elementos,

tais como base de origem, referências, título do mapa, escala, sistema de

projeção e convenções (FITZ, 2005). Mais do que apenas realizar descrições

espaciais sobre determinadas atividades ou fenômenos naturais, os mapas

temáticos também possuem a capacidade de apresentarem formas distintas de

leitura e interpretações da realidade.

Para Câmara e Medeiros(1998) mapas temáticos descrevem a

distribuição espacial de uma grandeza geográfica, expressa de forma qualitativa,

como os mapas de pedologia e a aptidão agrícola de uma região. Estes dados,

obtidos a partir de levantamento de campo, são inseridos no sistema por

digitalização ou, de forma mais automatizada, a partir de classificação de

imagens.

10

3 ATIVIDADES REALIZADAS

As atividades do estágio foram realizados no escritório da empresa

Engeambih e executadas conforme a demanda de trabalhos solicitados à

empresa. Esporadicamente ocorriam atividades em campo.

3.1 Pesquisa Bibliográficas sobre o CAR

Na primeira etapa do estágio foi necessário fazer pesquisas sobre a

plataforma do Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (SiCAR), para

poder compreender como funcionava o sistema. Foram feitas leituras sobre o

Novo código Florestal Lei 12.651/12 para ter um melhor entendimento sobre as

questões do relacionadas ao cadastro ambiental rural.

3.2 Cadastro Ambiental Rural

Durante o estágio foi possível participar da elaboração do Cadastro

Ambiental Rural (CAR) de uma propriedade no município de Itaara, não houve a

necessidade de realizar o levantamento topográfico da propriedade rural, pois o

proprietário já possuía o geoferrenciamento. Foram inserido os dados do cliente

na plataforma do SiCAR para o cadastramento da propriedade, depois do

preenchimento da documentação foi realizado a etapa Geo na plataforma SiCAR

onde são inseridos os shapes da área imóvel, remascentes de vegetação nativa,

área consolidada e área de reserva legal. Não foi enfrentada nenhuma

dificuldade para executar o Cadastro Ambiental Rural desta propriedade, devido

a plataforma de cadastramento ser simples e de fácil preenchimento.

3.3 Curso de Capacitação

Durante a realização do estágio teve-se a oportunidade de fazer cursos

de capacitação sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que foi organizado pelo

Colégio Politécnico em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural

(Senar-RS) e também foi realizado um curso a distância de Capacitação para o

Cadastro Rural (CapCAR), realizado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA)

11

em parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA) que teve duração de

1 mês. Ambos os cursos foram de extrema importância para adquirir

conhecimentos sobre o Cadastro Ambiental Rural.

3.4 Auxílio no levantamento topográfico

Entre as atividades desenvolvidas na empresa Engeambih, foi possível

auxiliar no levantamento topográfico de uma área para a regularização de um

loteamento no município de Restinga Seca/RS, para a realização de um estudo

das cotas máximas de cheia do Rio Vacacaí para saber se a inundação chagaria

até o loteamento. Realizou- se um levantamento Altimétrico da área de estudo,

onde auxiliei no estaqueamento dos piquetes e no prisma.

.

12

4 RESULTADOS DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

4.1 Pesquisa Bibliográfica sobre o CAR

De acordo com a figura 3 foram feitas as pesquisas sobre o funcionamento

da plataforma do SiCAR para obter informações sobre como é realizado o

cadastro ambiental rural. As pesquisas foram de fundamental importância para

realizar estudos sobre o Novo Código Florestal (Lei 12.651/12) e para a realizar

o cadastro dos futuros clientes.

Figura 3: SiCAR Fonte: Autora

No site do SiCAR tem algumas ferramentas e informações que pode se

obter, tais como instruções de como baixar o módulo do CAR e consulta de

situação.

4.2 Cadastro Ambiental Rural

Durante a realização do estágio foi feito um Cadastro Ambiental Rural de

uma propriedade localizada no município de Itaara- RS, a propriedade possui

13

uma área total de 12,48 hectares, não foi preciso realizar o georreferenciamento

da propriedade pois a mesma já possuía.

A primeira etapa consiste em baixar a imagem do município que será

usada como base. Na segunda etapa é feito o preenchimento da documentação

com os dados do proprietário e depois os dados da propriedade. Nesta

propriedade foram observadas as seguintes características ambientais do local:

Remanescente de vegetação nativa, área consolidada e um lago.

Primeiramente foi feito a delimitação da área no Google Earth para um

reconhecimento do local. Os dados foram salvos em KML para serem

transformar em shapes no software ArcGIS versão 10.1 para serem inseridos no

módulo de cadastro do CAR.

Na etapa GEO do cadastro ambiental rural foram observados algumas

diferenças entre as imagens do Google Earth e as imagens do CAR.

Na imagem do CAR tem um descolamento da área que se sobrepõem

com a área de servidão e a base de imagens do sistema é de baixa qualidade,

já na imagem do Google Earth não teve esse problema de descolamento a

imagem é muito nítida e é mais fácil de se trabalhar, a figura 4 e 5 mostram as

diferenças entre as imagens.

14

Figura 4:Imagem Google Earth Fonte: Autora

A figura 5 representa a área da propriedade no Sistema CAR, onde

apresenta nitidamente a sobreposição da propriedade com a área de servidão.

15

Figura 5: Imagem do CAR Fonte: Autora

16

A figura 6 demostra a etapa GEO do CAR com os dados das

características ambientais da propriedade inseridos no sistema.

Figura 6:Etapa Geo Fonte: Autora

Na finalização do Cadastro Ambiental Rural é gerado um arquivo em PDF

com as informações do imóvel rural, informações gerais, representação gráfica,

áreas declaradas (hectares), identificação do proprietário/possuidor e

informações adicionais.

Também foi elaborado uma mapa de localização e mapa temático com as

características ambientais do imóvel rural (figura 7).

17

Figura 7:Mapa do Imóvel Fonte: Autora

18

Foram observados na propriedade as seguintes características ambientas Tabela 1: Características Ambientais

Área (há) %

Remanescente de vegetação

nativo

4,43 35,5

Área consolida 8,03 64,3

Lagoa 0,008 0,6

Reserva legal 2,57 20,6

O percentual da área de Reserva legal desta propriedade é de 20% está

adequada conforme a Lei 12.651/12.

19

4.3 Auxílio no Levantamento Topográfico

Outra atividade executada no estágio foi no auxílio no levantamento

topográfico para a regularização de um loteamento situado no município de

Restinga Seca –RS, foi realizado um levantamento Altimétrico do local para obter

as cotas do terreno para um estudo de inundação (Figura 8).

Até o momento da conclusão do estágio não foi finalizado este trabalho,

como atividade de estagiaria fiquei responsável pelo estaqueamento.

Figura 7: Demarcação com piquete Fonte: Autora

Foram coletados pontos de 10 em 10 metros, para gerar curvas de nível

para descrever o perfil Altimétrico do terreno, estendidos até a margem do Rio

Vacacaí.

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5 CONCLUÕES E SUGESTÕES

5.1 Empresa

A empresa Engeambih se demostrou cordial com os estagiários durante

a realização do estágio, os colaboradores da empresa auxiliaram em parte nos

trabalhos de saída de campo, pois a empresa não tem um funcionário que

trabalhe exclusivamente com Geoprocessamento.

5.2 Dificuldades encontradas durante a realização do estágio

Durante a realização do estágio foram feitas pesquisas sobre o

levantamento topográfico, pois tive bastante dificuldade nesta questão, faltou

conhecimento da parte prática.

5.3 Recomendações ao curso

Recomendo ao Curso Superior de Tecnologia em Geoprocessamento,

para que tenha mais aula prática de topografia no decorrer do curso, pois a

disciplina é ministrada nos primeiros semestres. Poderia ter mais uma disciplina

complementar de graduação sobre topografia para complementar o aprendizado

do aluno.

5.4 Conclusão

O estágio supervisionado foi de suma importância para a vida profissional,

pois é um suporte de complemento para a formação e através do estágio que se

pôde vivenciar a realidade de uma empresa com as dificuldades e exigências

impostas no dia-a-dia e, assim, pode-se ampliar os conhecimentos adquiridos

durante o decorrer do curso.

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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 13133:

Execução de levantamento topográfico. Rio de Janeiro,1994.

FITZ, P. R. Cartografia básica. Canoas/RS: Unilasalle, 2005.

SANSOLO, Davis Gruber; BACK, Gilberto. O ensino de geoprocessamento

para estudantes de turismo: uma discussão sobre suas potencialidades.

Universidade Anhembi Morumbi. In V Seminário de Pesquisa em Turismo do

MERCOSUL (SeminTUR) Turismo: Inovações da Pesquisa na América Latina.

Universidade de Caxias do Sul, RS, Brasil, 27 e 28 de Junho de 2008.

VEIGA, Teresa Cristina; SILVA, Jorge Xavier da. Geoprocessamento aplicado a

identificação de áreas potenciais para atividades turísticas: o caso do município

de Macaé – RJ In Geoprocessamento & análise ambiental: aplicações. Silva,

Jorge Xavier da; Zaidan, Ricardo Tavares (orgs). Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,

2004. 189 p.

Câmara, G.; Medeiros, J. S. Geoprocessamento em projetos ambientais. 2a. Edição - Revisada e Ampliada. São José dos Campos, São Paulo. INPE, 1998. Disponível em: <http://www.dpi.inpe.br/gilberto/tutoriais/gis_ambiente/> Acesso em: 05/5/2015 ROCHA, Cézar Henrique Barra. Geoprocessamento. Tecnologia transdisciplinar. 2. ed. rev., atual e amp. Juiz de Fora, MG: Ed. do Autor, 2002. 220p.

CARVALHO, Elisangela Martins; BALSAN, Rosane; LEITE, Emerson Figueiredo.

Geoprocessamento aplicado no planejamento turístico: discussão teórica.

Revista Eletrônica da Associação dos Geógrafos Brasileiros – Seção Três

Lagoas/MS – nº 15 – Ano 8, Maio 2012.

BRASIL. Lei 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da

vegetação nativa; altera as Leis 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de

19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006, revoga as

Leis 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.745, de 14 de abril de 1989, e a

Medida Provisória 2.166-67, de 24de agosto de 2001; e dá outras

providências. Diário Oficial da União. Brasília – DF: 12 mai. 2012.

CARVALHO, Elisangela Martins; BALSAN, Rosane; LEITE, Emerson Figueiredo.

Geoprocessamento aplicado no planejamento turístico: discussão teórica.

Revista Eletrônica da Associação dos Geógrafos Brasileiros – Seção Três

Lagoas/MS – nº 15 – Ano 8, Maio 2012.

22

XAVIER-DA-SILVA, J. Geoprocessamento para análise ambiental. Rio de

Janeiro: Ed. Jorge Xavier da Silva, 2001. 228 p.

ROCHA, C.H.B. Geoprocessamento: Tecnologia transdisciplinar. Juiz de

Fora, MG: Ed. do autor, 2000.

Cartilha do Novo Código Florestal. Disponível em: <http://www.ciflorestas.com.br/cartilha/area-de-uso-restrito.html> acesso em 26/5/2015

Erros e Acertos do Novo Código Florestal. Disponível em:

<http://meioambiente.culturamix.com/recursos-naturais/erros-e-acertos-do-

codigo-florestal >Acesso em:15 jul. 2015.

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ANEXO A –Formulário do CAR da empresa

FORMULÁRIO PARA O CAR

* Não obrigatório

Dados do Imóvel

Nome do Imóvel

UF RS Município Itaara

CEP Zona ( x ) Rural ( ) Urbana

Descrição de Acesso Ao Imóvel

Endereço para correspondência

Rua

Nº Complemento

Bairro CEP UF RJ

Município Telefone*

E-mail* CPF/CNPJ

Domínio

Data de Nascimento Nome

Nome da Mãe (x) Propriedade ( ) Posse

Documentação

Área (há) ( ) Contrato de compra e venda ( ) Escritura

( ) Em regularização ( ) Certidão de registro Caso informe o nº de matricula também deve constar: data do documento, livro, folha, UF do cartório e município/comarca do cartório.

Nº da Matrícula ou Documento Data

Livro Folha UF/Cartório RS

Município Cartório Itaara Cod. no INCRA*

Possui Reserva Legal averbada e/ou aprovada não averbada ( ) Sim ( ) Não