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GEOGRAFIA O TERRITÓRIO NACIONAL; ESPAÇO BRASILEIRO; O MODELO ECONÔMICO BRASILEIRO Livro Eletrônico

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GEOGRAFIAO TERRITÓRIO NACIONAL; ESPAÇO BRASILEIRO; O MODELO

ECONÔMICO BRASILEIRO

Livro Eletrônico

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PRESIDENTE: Gabriel Granjeiro

VICE-PRESIDENTE: Rodrigo Teles Calado

COORDENADORA PEDAGÓGICA: Élica Lopes

ASSISTENTES PEDAGÓGICAS: Francineide Fontana, Kamilla Fernandes e Larissa Carvalho

SUPERVISORA DE PRODUÇÃO: Emanuelle Alves Melo

ASSISTENTES DE PRODUÇÃO: Giulia Batelli, Juliane Fenícia de Castro e Thaylinne Gomes Lima

REVISOR(A): Mayra Barbosa Souza

DIAGRAMADOR: Weverton Carvalho

CAPA: Washington Nunes Chaves

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LUIS FELIPE ZIRIBA

Formado em Geografia pela Universidade de Brasília, leciona desde 2001 em cursos e pla-taformas variadas pelo Distrito Federal, tendo começado em pré-vestibulares, seguindo para preparatórios para o concurso de admissão à carreira diplomática, escolas de ingresso na carreira militar (espcex) além de lecionar para os mais concorridos concurso do Brasil, tais quais Câmara dos Deputados, Senado Federal, BC ,PF, PCDF ,entre outros, promovendo nes-tes últimos, principalmente, aulas na frente de Atualidades e de Realidade do DF

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O Espaço Brasileiro .....................................................................................5

Parte I. O Espaço Brasileiro: Aspectos Naturais (Relevo, Clima Vegetação, Hidrografia e Solos) ....................................................................................6

1. Macrodivisão Natural do Espaço Brasileiro ..................................................6

1.1. Introdução ..........................................................................................6

1.2. Biomas, Domínios, Ecossistemas e Solos .................................................7

1.3. Os Biomas Brasileiros .........................................................................11

2. Clima ..................................................................................................45

2.1. Os Climas do Brasil ............................................................................46

3. Relevo .................................................................................................49

3.1. Os Macro Blocos Geológicos Brasileiros (Estruturas) ................................50

3.2. As Grandes Unidades de Relevo (As Formas de Relevo) ...........................52

Parte II. O Território Nacional: A Construção do Estado e da Nação, a Obra de Fronteiras, Fusos Horários e a Federação Brasileira ................................53

1. Introdução ...........................................................................................53

2. Fusos Horários .....................................................................................55

3. Conceitos: Território, Estado, População, Povo e Nação ..............................59

Parte III. O Modelo Econômico Brasileiro: Industrialização, Energia e Complexos Agroindustriais e as Disparidades Territoriais ................................. 59

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O ESPAÇO BRASILEIRO

Apresentação

Nesta primeira aula, veremos aspectos territoriais naturais do Brasil e suas for-

mações econômicas regionais. Por fim, apresentarei um texto complementar, feito

por mim, bem elucidativo sobre nossa matriz energética.

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PARTE I. O ESPAÇO BRASILEIRO: ASPECTOS NATURAIS (RELEVO, CLIMA VEGETAÇÃO, HIDROGRAFIA E SOLOS)

1. Macrodivisão Natural do Espaço Brasileiro

1.1. Introdução

Caro(a) aluno(a), iniciarei esta primeira aula abordando os temas mais espe-

cíficos de geografia física, pois os demais tópicos estão relacionados a temas de

geografia humana do Brasil: urbanização, campo, população, entre outros.

Visto isso, e sem perder tempo, vale uma introdução importante: fazer a se-

paração entre biomas, domínios e ecossistemas.

Perceba bem que o Cespe, faz algum tempo, em certas provas, menciona conhe-

cimentos acerca de domínios e de biomas (e seus respectivos ecossistemas). Em

nosso edital, cita domínios, mas nem ao menos explica quais são, ou seja, se estes

são domínios geomorfológicos, morfoclimáticos. Tudo bem, isso acontece às vezes,

e é quase certo que esse termo domínios entrou de forma protocolar, mais uma vez

(posso apostar que sim, tal qual em outros concursos), pois o planejamento nacio-

nal trabalha, hoje, com a macrodivisão do território nacional em biomas.

Os domínios, se forem os de Aziz ab’Saber, chamados domínios morfoclimáticos,

ficaram literalmente para trás, sendo uma divisão dos anos 1960, e são, no to-

tal, seis, mais as chamadas faixas de transição. A classificação, inclusive, em

domínios morfoclimáticos é, além de ultrapassada, mais complexa, sem dúvidas,

à medida que leva em conta fatores bióticos e naturais, tais quais clima, vegetação

e relevo, enquanto a divisão em biomas leva como base as tipologias vegetais.

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Domínio Amazônico

Domínio do Cerrado

Domínio dos Mares de Morros

Domínio da Caatinga

Domínio da Araucária

Domínio da Pradaria

Faixas de Transição

Mapa do BrasilDomínios Morfoclimáticos

Aziz Ab’Saber

Domínios morfoclimáticos

1.2. Biomas, Domínios, Ecossistemas e Solos

São, portanto, seis domínios morfoclimáticos, como vemos acima no mapa,

acrescidos de suas respectivas faixas de transição. Vale um destaque de extrema

importância: no mapa brasileiro de biomas do IBGE (nosso mapa oficial apresenta-

do a seguir), não ocorrem as zonas de transição, sendo que, no mapa de biomas,

as áreas de encontro entre essas macrounidades são denominadas ecótonos.

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Obs.:� no mapa de biomas brasileiros, os encontros entre biomas diferentes são

denominados ecótonos. Um ecótono muito importante que representa

recente fronteira de expansão do agronegócio mecanizado e suas escalas

de produção de valor e desmatamento associado é o da Amazônia – Cer-

rado, em estados como Mato Grosso e Tocantins, por exemplo. Utilizarei,

inicialmente, o mapa a seguir e suas legendas correspondentes. Observe

bem que está em duas configurações. Uma mais detalhada com estados

e coordenadas e outra mais destacando apenas as diferenças dos biomas

no mapa brasileiro.

Biomas continentais

Amazônia

Mata Atlântica

Caatinga

Cerrado

Pantanal

Pampa

Biomas continentais

Amazônia

Mata Atlântica

Caatinga

Cerrado

Pantanal

Pampa

Biomas (IBGE)

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Biomas (IBGE)

Por fim, e dando seguimento a esta parte introdutória, e antes de falar especi-

ficamente sobre os biomas nacionais, apresentarei o conceito de ecossistema e

as diferenças principalmente em relação aos biomas.

Um ecossistema é um conjunto formado pelas interações entre componentes

bióticos, como os organismos vivos: plantas, animais e micróbios; e os componentes

abióticos, elementos químicos e físicos, como o ar, a água, o solo e minerais. Esses

componentes interagem por meio das transferências de energia dos organis-

mos vivos entre si e entre estes e os demais elementos de seu ambiente.

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Como são definidos pela rede de interações entre organismos, e entre os or-

ganismos e seu ambiente, ecossistemas podem ter qualquer tamanho. Como

é difícil determinar os limites de um ecossistema, e no Brasil há bem delimitado

o limite dos biomas no mapa que vimos acima – não se esqueça dele –, con-

venciona-se adotar distinções para a compreensão e possibilidade de investigação

científica. Assim podemos estabelecer inicialmente, por exemplo, uma separação

entre os meios aquáticos e terrestres. Então, ecossistemas aquáticos serão

os lagos, naturais ou artificiais (represas), os mangues, os rios, mares e oceanos.

Os ecossistemas terrestres serão as florestas, as dunas, os desertos, as tundras,

as montanhas, as pradarias e pastagens e assim vai.

Veja que ecossistema é diferente de bioma, embora esteja inserido den-

tro deste. Bioma, na definição do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE) é o “conjunto de vida (vegetal e animal) definida pelo agrupamento de tipos

de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com condições geoclimá-

ticas similares e história compartilhada de mudanças, resultando em uma diversida-

de biológica própria”. Em outras palavras, pode ser definido como uma grande área

de vida formada por um complexo de ecossistemas com características homogêneas.

É importante, por fim, destacar que, muitas vezes, o termo bioma é utilizado

como sinônimo de ecossistema, mas, diferentemente do ecossistema, na classifi-

cação de bioma interessa mais o meio físico (a fisionomia da área, princi-

palmente da vegetação) do que as interações que nele ocorrem. O perfil do

local e a dimensão também importam na classificação: um ecossistema qualquer

só será considerado um bioma se suas dimensões forem de grande escala. As-

sim, por exemplo, existe o bioma Mata Atlântica e dentro dele vários ecos-

sistemas, como o das matas ombrófilas, das restingas e dos manguezais,

dos campos de altitude entre outros.

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1.3. Os Biomas Brasileiros

Bom, visto em qual contexto se encaixam os termos biomas, domínios e ecossis-

temas, explicarei especificamente sobre aquele que domina hoje o planejamento am-

biental, estrutural e legal no Brasil: o bioma e sua distribuição pelo território nacional.

Como são divisões que levam em conta prioritariamente a tipologia vegetal das

macroáreas, vale destacar que os biomas podem ser de três extratos diferentes:

• Florestais: árvores de grande porte. Ex.: Mata Atlântica e Amazônia;

• Arbustivos: árvores de médio porte. Ex.: Cerrado e Caatinga;

• Herbáceos: gramíneas. Ex.: Pampas.

Obs.:� o Pantanal é um sistema complexo, no qual se encontram extratos vegetais

de vários tipos.

1.3.1. O Bioma Amazônico

Floresta latifoliada ombrófila equatorial. Latifoliada = folhas largas.

Características

Para começar a falar sobre a Amazônia, vale a pena, caro(a) aluno(a), separar

o conceito de Amazônia Legal e de bioma amazônico.

O conceito de Amazônia Legal se refere a um planejamento comum a um terri-

tório que abrange também partes de outros biomas. O ecótono (encontro) da

Amazônia com o Cerrado no Mato Grosso e Tocantins, por exemplo.

O planejamento da Amazônia Legal possui, na Superintendência de Desenvol-

vimento da Amazônia (Sudam), sua autarquia de fomento a atividades agrícolas,

pecuárias, industriais e extrativas.

Veja a área de abrangência da Amazônia Legal, abarcando, inclusive, parte de

estados da região Centro-Oeste (MT) e Nordeste (MA).

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Amazônia Legal e bioma amazônico

Há somente a área de abrangência do bioma amazônico e perceba como é me-

nor do que a de cima, que se refere à Amazônia Legal. No caso, a Amazônia Legal

ocorre dentro do planejamento, abrangendo áreas maiores, em Mato Grosso (ecó-

tono Cerrado) e Tocantins (também).

Bioma amazônico: área de ocorrência no Brasil

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A enorme biodiversidade do bioma amazônico se encontra ligada ao clima

quente e úmido (graças, ao qual, fatores bióticos são mais acelerados), à sua

superlativa dimensão em associação aos patamares de relevo.

O clima é o equatorial, em imensa parte da Amazônia brasileira, havendo a

ocorrência de clima tropical apenas em porções ao sul da floresta.

Sobre a superlativa dimensão, o bioma amazônico é disparado o maior bioma no

Brasil, mas se estende para outros oito países: Bolívia, Peru, Equador, Venezuela,

Colômbia, Guina, Suriname e Guiana Inglesa. Em 1978, os países da América do

Sul formalizaram um tratado de cooperação mutua para a Amazônia em vários sen-

tidos (fronteiras, segurança, soberania, preservação de recursos), chamado de Tra-

tado de Cooperação Amazônica (TCA). A seguir, apresento um artigo interessante

sobre o TCA e seus entraves mais recentes. Recomendo a leitura integral, é curto:

https://www.mundorama.net/?p=11110

Por fim, os patamares diferenciados de relevo da Amazônia brasileira promovem

extratos de biodiversidade diferenciados à medida que ocorrem flora e fauna adapta-

das a condições diferentes de solo e disponibilidade hídrica, entre outros fatores. So-

bre esse tema, é preciso analisar um pouco mais, então vamos aos três patamares:

Mata de igapó e matas de várzea: nas margens do rio Amazonas, e em seus

rios tributários, na planície amazônica, onde as terras são mais baixas, formam-se

os chamados igarapés e também, em patamares mais altos, os terrenos de várzea.

A diferença de um para outro é muito simples. Enquanto nos igarapés as matas

são permanentemente inundadas; nas várzeas, são periodicamente (parte do ano)

inundadas. Nessas áreas, as árvores atingem até 20 metros de altura, mas a maio-

ria possui entre quatro e cinco metros, principalmente, nas matas de várzeas (que

são periodicamente inundadas, ao contrário dos igarapés que são permanentemen-

te inundados). As espécies vegetais encontradas são totalmente adaptadas a ter-

renos alagadiços nestes ambientes. Suas plantas, de menor porte, são hidrófilas

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(adaptadas a regiões alagadas), possuindo como espécies comuns a vitória-régia,

as orquídeas, as bromélias e outras e árvores como palmeiras. Vale destacar nova-

mente que os campos, ou matas inundáveis, podem ser perenes, como nos igara-

pés, ou intermitentes, como nas matas de várzeas;

Mata inundada

Obs.:� nas matas inundadas, em ambientes de presença marinha (nas partes lito-

râneas), em foz de rios que deságuam no mar, ocorre a formação dos man-

gues, que são constituídos por vegetação adaptada à inundação ao longo

do ano, porém, com água salinizada. Solos halófitos (adaptados a grande

quantidade de sal) e plantas pneumatófitas (com raízes suspensas) são dois

termos relacionados aos mangues. A seguir, estão as áreas de mangues no

Brasil de forma aproximada e com destaque, também, para sua tipologia

comum com raízes mais elevadas e terrenos inundados. Veja, contudo, que

os mangues não são exclusividade da Amazônia, ocorrendo em praticamen-

te todo o litoral brasileiro.

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Ocorrência dos mangues

Mangues

• Matas de terra firme: são os domínios predominantes em área, com cerca

de 85% de todo o bioma, e situados nas partes planálticas (ou seja, fora da

planície amazônica). São nos terrenos de matas firmes (terras mais altas)

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que o aproveitamento agropastoril se processa em toda a Amazônia Legal,

principalmente em estados como Pará e Rondônia. Nas terras firmes, a flo-

resta é densa, com madeiras nobres como mogno, cerejeira e altíssima bio-

diversidade faunística.

Alguns Dados sobre a Superlativa Biodiversidade e Importância da

Amazônia

Estima-se que praticamente 20% das espécies conhecidas no planeta estejam

na Amazônia. De acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA), em

2005, a fauna amazônica era constituída de 4.221 espécies de animais, 1,3 mil

espécies de peixe, 30% insetos do planeta, 2.500 espécies de árvores e mais

de 30 mil espécies de flora

Na Amazônia, há também a maior bacia hidrográfica do mundo, com 25 mil qui-

lômetros de rios navegáveis e 6.675km somente no rio Amazonas.

Rede hidrográfica amazônica

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Por fim, os solos amazônicos são pobres naturalmente. Em função da intensa

ação de transformação por parte da imensa bacia hidrográfica, não se aprofunda-

ram os perfis e horizontes do solo. São solos, portanto, via de regra, rasos e are-

nosos, onde o que dá sustância e enorme biodiversidade à floresta é exatamente o

humus, ou seja, a camada orgânica de micro-organismos, bichos mortos e folhas.

Texto ComplementarParque Nacional Montanhas de TumucumaqueCom quase 3,9 milhões de hectares, uma área superior à de alguns estados brasileiros como Alagoas e Sergipe, o Parque Nacional Montanhas de Tumucumaque foi criado em agosto de 2002, sendo desde então uma das maiores áreas protegidas tropicais do mundo. Cobre uma porção significativa de uma região de extrema importância ecológi-ca, o Escudo das Guianas, caracterizado por elevadíssimos valores de riqueza biológica e taxa de endemismo. Está situado na região Noroeste do estado do Amapá, uma das áreas de menor densidade demográfica da Amazônia. Tais fatos, associados ao alto grau de proteção de seus ecossistemas, legitimam essa Unidade de Conservação como um dos mais relevantes instrumentos de preservação ambiental da Amazônia brasileira.Os benefícios gerados pelo Parque Nacional são inegáveis: preservação da qualidade da água dos rios do Amapá, a medida que as nascentes dos mais importantes rios do estado estão parcial ou integramente localizadas na Unidade de Conservação: Oiapo-que, Jari, Araguari e Amapari, contribuição, devido à sua extensão, para a estabilidade climática da região, proteção contra processo de erosão e perda do solo, manutenção de populações viáveis de fauna e flora, preservação do patrimônio cultural material e imaterial.A esses aspectos somam-se ainda outros benefícios de caráter socioeconômico. Por se tratar de um Parque Nacional, que tem como seus objetivos promover a visitação pú-blica, abre-se possibilidade para a abertura de um polo ecoturístico. As consequências diretas são a movimentação de recursos financeiros por meio da prestação de serviços aos visitantes, como gastronomia, hotelaria, guias turísticos, transporte etc. com ge-ração de empregos diretos e indiretos e renda para a população local, como mostram inúmeros exemplos de outros parques nacionais no Brasil e no mundo.Segundo dados do Imazon (veja box a seguir sobre a instituição), em dezembro de 2015, as Áreas Protegidas na Amazônia Legal somavam 2.197.485 quilômetros quadra-dos (km2), ou 43,9% da região, ou ainda, 25,8% do território brasileiro. Desse total, as Unidades de Conservação (federais e estaduais) correspondiam a 22,2% do territó-rio amazônico enquanto as terras indígenas homologadas, declaradas e identificadas abrangiam 21,7% da mesma região.

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Bioma amazônico e uso do solo

Obs.:� o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) é uma organização

científica, não governamental, apartidária e sem fins lucrativos que, desde

1995, trabalha pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia. Seu propó-

sito é consolidar, até 2035, o modelo de desenvolvimento tropical da Ama-

zônia, por meio da produção de conhecimento, implementação de iniciativas

locais e influência em políticas públicas, de forma a impactar o desenvolvi-

mento econômico, a igualdade social e a preservação do meio ambiente.

� Outra instituição importante de pesquisa amazônica é o Imazon, um ins-

tituto de pesquisa cuja missão é promover o desenvolvimento sustentável

na Amazônia por meio de estudos, apoio à formulação de políticas públicas,

disseminação ampla de informações e formação profissional. O instituto foi

fundado em 1990, e sua sede fica em Belém, Pará.

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� Por fim, há de se considerar o inédito trabalho do Centro de Biotecnologia

da Amazônia (CBA), que nasce com vistas a assegurar a soberania sobre o

patrimônio genético da floresta e levá-lo como benesses a população bra-

sileira e ao empresariado local. É uma iniciativa fundamental com vistas a

projetar nossa pesquisa sobre o patrimônio genético amazônico à frente

das escalas da biopirataria estrangeira que por décadas vem levando esse

precioso conhecimento. Construído com recursos da Superintendência da

Zona Franca de Manaus, órgão do governo federal vinculado ao Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em parceria com o Ministé-

rio do Meio Ambiente, o Centro de Biotecnologia da Amazônia está localiza-

do no Distrito Industrial de Manaus. São 12 mil m2 de área construída onde

estão integrados um complexo com 26 laboratórios, central de produção de

extratos, instalações para incubação de empresas, alojamentos para pes-

quisadores e instalações de apoio administrativo e à pesquisa.

Dados sobre o Desmatamento

O desmatamento, como conhecemos hoje na Amazônia, ou seja, gerado pelas

frentes agropastoris e uso de madeira (em sua imensa maioria ilegal), teve início

na entrada da década de 1970, com os grandes projetos de colonização da região

e de integração territorial, leia-se estados do Pará e Rondônia. Estima-se que, de

lá (anos 1970) até hoje, em torno de 20% do bioma já tenha sido desmatado. Vale

destacar que, segundo o Código Florestal (de 1965 e revisado em 2012), todas as

propriedades rurais dento do bioma Amazônico devem conservar 80% de floresta

nativa. É a chamada reserva legal.

O índice está em queda, se comparado à década de 1990, e também meados da

década passada. Em 2004, atingiu 27,7 mil Km2. As séries históricas do Instituto

Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) podem ser vistas a seguir, desde 1988, ano

em que começou a coleta de dados pelo PRODES (satélite).

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Para dados mais apurados e leitura mais abrangente sobre a série histórica

de desmatamento do INPE, recomendo este link retirado do site do próprio INPE:

http://www.obt.inpe.br/OBT/noticias/inpe-registra-6-947-km2-de-desmatamento-

-na-amazonia-em-2017/Graf1_amzlegaltaxa.jpg

Acerca da questão do desmatamento, vale destacar que as maiores partes des-

matadas se encontram no chamado “arco do desmatamento”, que é exatamente

nas partes mais altas, de terras firmes, de estados como Mato Grosso, Rondônia

e Pará, em função das frentes agropastoris. Aliás, no link sugerido acima (vale a

leitura), podemos ver dados sobre o desmatamento em 2017, e como ainda é

muito concentrado em mais de ¾ nesses três estados. Por causa do desma-

tamento com queimadas, o Brasil ainda vigora como sétimo maior emissor

de gases de efeito estufa do planeta, sendo que mais de 70% de nossas

emissões estão associadas apenas ao solapamento da cobertura vegetal

para abertura das frentes agropastoris. Essas frentes não são exatamente no

bioma amazônico, mas, sim, na Amazônia Legal, que abrange áreas de contato do

Cerrado com a Floresta Amazônica.

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Obs.:� a geógrafa Bertha Becker, falecida em 2013, destacava em suas obras, tal

qual no livro Amazônia: geopolítica na virada do III milênio, ser necessá-

rio dar valor à floresta de pé, por meio de processos sustentáveis, como o

extrativismo e o ecoturismo, em vez de criar escalas produtivas que valori-

zem apenas a floresta deitada.

Sobre o arco do desmatamento:

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1.3.2. O Bioma Mata Atlântica

Floresta latifoliada ombrófila tropical de encosta.

Características

No mapa de domínios morfoclimáticos, a Mata Atlântica é denominada como

mares de morros, em função de sua geografia acidentada.

O bioma Mata Atlântica se debruça sobre uma imensa faixa litorânea do territó-

rio brasileiro, que vai de Santa Catarina ao Rio Grande do Norte/Ceará, passando

por faixas climáticas diferenciadas.

Debruçada sobre planaltos e serras, em escudos cristalinos, a Mata Atlântica

se privilegia por receber os ventos úmidos do Atlântico. É exuberante e biodiver-

sa, chegando, em inúmeras partes, a conter uma quantidade relativa de espécies

maior do que a da própria Amazônia. Estima-se em mais de 20.000 espécies de

flora e 1.400 tipos de mamíferos, anfíbios, aves e peixes o contingente de sua

biodiversidade. Chama a atenção, também, o nível de endemismo, ou seja, de

espécies que existem apenas na Mata Atlântica e em mais nenhum outro lu-

gar. Para vertebrados, segundo a ONG Conservação Internacional, são mais de 500

espécies endêmicas.

Na CF/1988, a Mata Atlântica e a Serra do Mar (formação serrana e de Mata

Atlântica, que se estende desde Santa Catarina até o Espirito Santo) foram alça-

das pelo art. 225 como patrimônios nacionais, segundo o qual os usos de suas

áreas far-se-á sob condições legislativas específicas que assegurem a preservação

do meio ambiente.

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Mesmo sendo definido como um bioma de encosta, ocorrem também interio-

rizações importantes da Mata Atlântica (veja com atenção nos mapas a seguir).

Nessas partes interiores, há, por exemplo, as matas de Araucária, no Paraná; e

as florestas estacionais deciduais nas Cataratas do Iguaçu e também no estado de

Minas Gerais. No Nordeste, embora bastante desmatada, a Mata Atlântica é litorâ-

nea por excelência e se debruça no Planalto da Borborema, sendo que, em estados

como Pernambuco e Paraíba, faz parte no planejamento local de cada um desses

estados como Zona da Mata.

Domínio Mata Atlântica

Remanescentes

Área de ocorrência da Mata Atlântica

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Os Ciclos Históricos de Devastação e de Ocupação

Maior desmatamento absoluto e relativo dentre os biomas nacionais.

A Mata Atlântica, em termos relativos, é o bioma mais desmatado den-

tre todos os biomas nacionais. Estima-se que apenas uma minúscula parcela,

algo entre 7% a 10%, ainda esteja de pé. A outra imensa parte, mais de 90% de

sua cobertura vegetal original, foi solapada em função de séculos de intensas ati-

vidades extrativas, agropastoris, de consolidação urbana e industrial impressas em

seus domínios. Vale lembrar que o descobrimento do Brasil e todas as iniciativas

posteriores com vistas à formação de escalas produtivas, e também de formação

de uma sociedade urbana, situaram-se de forma mais intensificada exatamente

onde a Mata Atlântica era a paisagem e o corpo natural. Uma análise rápida em

torno de nossa história socioeconômica evidencia tal assertiva.

Vejamos em tópicos o desenvolvimento históricos das atividades em solos de

Mata Atlântica:

• início com uma intensa exploração do pau-brasil, em nossos primórdios;

• ciclo da cana-de-açúcar e formação da sociedade dos engenhos no Nordeste;

• formação de outras culturas baseadas em plantations, tal qual nos engenhos

(em enormes latifúndios e intenso desmatamento), como cacau, algodão,

café, além de toda uma produção de gêneros alimentícios para suprir escalas

internas de subsistência e excedentes;

• as primeiras iniciativas de instalação de rebanhos no Brasil em associação aos

engenhos;

• parte considerável do ciclo da mineração no século XVIII;

• as escalas de urbanização/metropolização desde seus primórdios;

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• a industrialização em quase todas suas estruturas ainda vigentes, em com-

pleta associação aos grandes centros urbanos, situados também na fachada

litorânea;

• maior parte das atividades econômicas pujantes, até os dias atuais, e a con-

centração demográfica do Brasil, formando exatamente aquilo que o geógrafo

Milton Santos definiu como a região concentrada.

Todos esses processos, em associação a séculos de inépcia tanto da atividade

estatal quanto da sociedade organizada com vistas a fomentar escalas de uso sus-

tentáveis dos espaços, solaparam enorme parte da fauna e da flora da Mata

Atlântica de forma radical. Os rios também, bem menores e caudalosos em se

comparado aos da rede hidrográfica amazônica, em grande parte, apodreceram.

Vejamos os casos do Tietê, em São Paulo; Paraíba do Sul (MG-RJ), rio das Velhas e

Doce, em Minas Gerais, e vários outros cursos hídricos.

No interior da Mata Atlântica, ocorre de forma gritante escalas de desmatamen-

to e de interferências antrópicas abusivas nas paisagens. A Mata de Araucárias,

considerada um dos domínios morfoclimáticos de Aziz Ab’Saber, já foi abaixo em

parcela parecida com a da Mata Atlântica de encosta, dando lugar a cidades, pas-

tagens, rebanhos, culturas agrícolas e usos de madeira para aquecimento, constru-

ções, feitura de móveis, produção de celulose, entre outros.

Contudo, é importante destacar que um compêndio de iniciativas com vistas

a frear as agressões a este biodiverso bioma ganharam corpo desde a década de

1980. Uma série de medidas legais e também de ONGs colocaram a Mata Atlântica

em sua agenda com vistas à proteção dos remanescentes desse fabuloso bioma.

A Unesco, o braço da ONU para a proteção dos patrimônios culturais, históricos e

ambientais, criou a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA), cuja área foi reco-

nhecida pela Unesco, em seis fases sucessivas entre 1991 e 2008, sendo a primeira

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unidade da Rede Mundial de Reservas da Biosfera declarada no Brasil. É a maior re-

serva da biosfera em área florestada do planeta, com cerca de 78.000.000 hectares,

sendo 62.000.000 em áreas terrestres e 16.000.000 em áreas marinhas, nos 17 esta-

dos brasileiros onde ocorre a Mata Atlântica, o que permite sua atuação na escala de

todo o bioma. Para conhecer mais sobre esse importante tema, vale a pena a consulta

a este link da Unesco: http://www.rbma.org.br/rbma/rbma_1_textosintese.asp

Finalmente, destaque também para a SOS Mata Atlântica, ONG fundada em

1986, que realiza, desde então, uma série de ações com vistas a promover estu-

dos, ações e parcerias voltadas a defesa da Mata Atlântica e seus remanescentes e

reconstituição do que foi desmatado e de espécies de fauna e flora extintas.

1.3.3. O Bioma Cerrado

Características

O Cerrado é o maior bioma integralmente brasileiro. Ocupando originalmente

em torno de 25% de todo o território nacional, perde em área, em tese, para

a Amazônia, contudo, enquanto a hileia amazônica divide sua exuberância com

outros países da América do Sul, tal como vimos acima nesta aula, o Cerrado

se encontra apenas em território brasileiro, tornando-se, assim, o maior bioma

exclusivamente brasileiro

A origem do Cerrado advém da separação da placa tectônica sul-americana

da africana, formando uma continuidade especializada da savana africana. Aqui,

diferentemente de lá, formou-se um tipo de bioma no qual a maior umidade nos

solos e quantidade de chuvas promoveu ao longo das eras geológicas um tipo de

savana exclusivo, com variedades endêmicas de peixes, mamíferos, aves e

flora relacionadas a um ambiente mais úmido do que o da savana africana

e outras savanas no mundo.

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Ocorrência do Cerrado em sua porção contínua e manchas no AP e RR

Estado (apenas na mancha contínua) – porcentagem original:

• Distrito Federal: 100;

• Goiás: 97;

• Mato Grosso: 40;

• Mato Grosso do Sul: 61;

• Tocantins: 92;

• Maranhão: 65;

• Bahia: 27;

• Piauí: 37;

• Minas Gerais: 57;

• São Paulo: 33;

• Paraná: 2.

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Obs.:� note que a única UF onde o cerrado é o único bioma presente é o DF.

As chamadas manchas são nos estados de Roraima e Amapá, já em domí-

nios amazônicos.

A importância hidrográfica do Cerrado, bioma que é considerado o berço das

águas do Brasil, reside no fato de que se encontra em posição altimétrica bastan-

te elevada e centralizada no contexto brasileiro, sendo, assim, um divisor de

águas natural. No Cerrado brasileiro, nascem rios importantes do Brasil: o Pa-

raná, São Francisco, Tocantins/Araguaia, Xingu. No mapa de bacias hidrográficas,

perceba a localização do Cerrado e como está situado (mesmo que em parte) em

várias bacias hidrográficas brasileiras importantes.

Hidrografia e Cerrado

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No Cerrado, as formações arbóreas, via de regra, são de porte médio (em tor-

no de 5 a 8 metros), sendo, portanto, um bioma de porte arbustivo. Contudo,

não podemos deixar de destacar que também ocorrem áreas com presença de ve-

getação rasteira (herbácea), como nos campos, e também de vegetação florestal

(árvores altas), em matas ciliares.

As árvores possuem aspecto tortuoso e casca grossa (como proteção a queima-

das) e são do tipo xeromórficas, ou seja, que se adaptam a extensos períodos de

seca, se utilizando, entre outros recursos, da perda de folhas.

As Cinco Principais Diferenças Fisionômicas

Segundo Jurandyr Ross, em sua obra Geografia do Brasil (1995), são cinco as

fisionomias do Cerrado, diferenciadas em função, entre outros aspectos, pela quan-

tidade de umidade no solo

Campo limpo, campo sujo, campo cerrado, cerrado, cerradão

Ocorrem também as veredas, que são áreas com relativa inundação e palmeiras

(buritis) na paisagem, e também as matas ciliares, vegetação em margens de rios,

onde a exuberância lembra a da Mata Atlântica, por exemplo, com árvores altas,

cipós, bromélias, orquídeas e outras espécies não tão comuns no Cerrado em suas

fisionomias típicas.

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Jardim de Maytreia, Chapada dos Veadeiros: uma vereda típica

Até a década de 1980, não havia ainda uma consciência formada por parte de

acadêmicos, e também da comunidade científica em geral, acerca do tamanho da

biodiversidade do Cerrado. Após esse período, contudo, uma série de recensea-

mentos passaram a divulgar o quão grande é a biodiversidade no Cerrado. Mas

grande parte dessa biodiversidade superlativa, por mais estranho que pareça, não

se encontra visível, estando enterrada, pois cada árvore típica no Cerrado pos-

sui, em média, até seis vezes o seu tamanho em raízes profundas. É a chamada

mata invertida, com seus organismos e micro-organismos formando uma imbri-

cada rede de biodiversidade singular, a qual acaba atuando como uma espécie de

esponja para a alimentação dos aquíferos.

O solo predominante no cerrado é o latossolo, um solo com horizontes (ca-

madas) bem definidos, exatamente por ser um solo maduro, mas pobre em nu-

trientes. Por ser um solo muito antigo, os agentes de intemperismo (água, vento,

sol) atuaram fortemente, levando grande parte de seus nutrientes. Assim, para se

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formar o celeiro do Brasil de produção de grãos no Planalto Central (estados da

Bahia, Goiás, Mato Grosso) como conhecemos, foram necessários muita correção

e embarque tecnológico. Diferentemente dos solos nas regiões de engenho de Per-

nambuco, por exemplo, onde tudo que se planta, produz, tal qual a carta de Pero

Vaz de Caminha; o solo, no Cerrado, não é fértil naturalmente.

Os Impactos Relacionados e a Atual Situação do Bioma

O Cerrado é, atualmente, o bioma onde as escalas de desmatamento são as

mais intensas e aceleradas se comparado a todos os outros biomas nacionais. Em

2012, o Ministério do Meio Ambiente acendeu um alerta: o Cerrado já havia ultra-

passado o nível dos 50% de vegetação original desmatada, com grau de antropi-

zação na casa dos 75%. É um ciclo bem recente, porém, muito acelerado, que tem

seu início nas décadas de 1950/1960, em função da expansão da fronteira agrícola

a partir do Mato Grosso do Sul e Goiás.

Outra forma de dano ao Cerrado que vem crescendo e chama atenção é o uso

de árvores para a atividade carvoeira. Do Pantanal até Minas Gerais, toneladas

de biomassa do Cerrado vem sendo retiradas de seus campos e matas para servir

como matriz de calor.

Por fim, vetor contundente de desmatamento se deve nitidamente à acelerada

urbanização, via de regra, imposta de forma horizontalizada que fora percebida

tanto nas metrópoles, Brasília e Goiânia, quanto em várias cidades médias em es-

tados como Goiás, Minas Gerais, Bahia, entre outros. A região Centro-Oeste, para

se ter uma ideia, mesmo alçada à condição de celeiro de grãos do Brasil, ostenta a

segunda maior taxa de urbanização do Brasil, atrás apenas da região Sudeste, com

mais de 90% de contingente de população urbana.

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A baixa preservação oficial também é fator de solapamento do bioma. Estima-se

que apenas 8% do Cerrado apenas esteja dentro de algum tipo de Unidade de Con-

servação, uma média bem mais baixa do que a média nacional (na casa dos 12%).

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1.3.4. Bioma Caatinga

O bioma Caatinga possui uma característica climática determinante; o clima se-

miárido (médias pluviométricas abaixo de 800mm. anuais), com chuvas em apenas

poucos meses ao longo do ano, geralmente, entre março e agosto. No sertão de

Pernambuco e Paraíba, são registrados, inclusive, os menores índices pluviométri-

cos no Brasil, com valores de precipitação na casa de 300mm. anuais.

A Caatinga tem seu nome oriundo da tradução de mata-branca, em tupi-gua-

rani, em uma clara alusão a um domínio vegetal que passa a maior parte do ano

seco, na época das chuvas, e logo nas primeiras parcas quedas de água, o que se

observa no bioma é o alvorecer de uma grande biodiversidade de plantas e de fau-

na, principalmente, de aracnídeos, insetos e répteis.

Obs.:� geralmente, as bancas costumam promover peguinhas, afirmando ser

pequena, ou baixa, a biodiversidade contida na Caatinga nordestina, o que,

em uma primeira vista, pode parecer verdadeiro, porém, não é. Há uma

biodiversidade de plantas considerável, além de micro-organismos e insetos

e também animais rasteiros, a qual se demonstra mais ativa, contudo, no

curto período de chuvas.

A unidade de relevo principal que contém o sertão é a depressão sertaneja, fei-

ção mais rebaixada em relação ao Planalto da Borborema (Zona da Mata e Agreste),

no chamado componente barlavento. Assim, o sertão nordestino fica na componen-

te sotavento, ou seja, que não recebe os ventos úmidos litorâneos. A seguir, está o

recorte esquemáticos das regiões onde podemos perceber a depressão nordestina

e sua relação com o sertão.

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Área de ocorrência da Caatinga

Componentes barlavento e sotavento

Obs.:� barlavento = oceano. Sotavento = interior.

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Atividades Econômicas Principais no Sertão

O sertão nordestino e a região da Caatinga, por suas características físicas – um

clima marcado por escassez de chuvas, seu inerente distanciamento dos grandes

centros urbanos da região Nordeste e as escalas seculares de apropriação das

terras por latifundiários que restringiram o acesso à terra e também as benesses

necessárias a que as culturas pudessem ter mínimo êxito, tais quais barragens e

açudes, ou seja, as chamadas estruturas hidráulicas –, estiveram à margem dos

processos de modernização do campo brasileiro empreendidos ao longo das últi-

mas décadas e também de qualquer surto industrializante.

Uma exceção considerável dera-se na região do médio São Francisco, em Petro-

lina-PE. A produção agrícola do sertão nordestino encontra, no polo de produção

fruticultora no sertão, situado na mesorregião do São Francisco de Pernambuco,

uma área de produção de frutas de qualidade via irrigação, sendo destaque

nacional e referência global.

A fruticultura irrigada no Vale do Rio São Francisco tem sua origem na década

de 1970, quando o Regime Militar busca pelo Plano de Integração Nacional (PIN) de

1970, a promoção de novas escalas produtivas para o Nordeste e pinça o semiárido

nordestino como área de recebimento de investimentos junto à Amazônia. Assim,

iniciam-se a alocação de estruturas, eminentemente por irrigação, com vistas a

formar o polo de produção de frutas.

Em 1974, a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco

(Codevasf) é criada como uma autarquia federal com vistas a fomentar o desen-

volvimento da região, levando estruturas de irrigação e fomentos vários ao Vale do

São Francisco.

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Na década de 1990, a associação entre investimentos estatais e o capital priva-

do rende frutos, literalmente. Petrolina e Juazeiro se consolidam como o epicentro

da produção irrigada de frutas de qualidade para os mercados globais no Brasil,

com destaque para as uvas, melões e mangas.

O polo fruticultor Petrolina-Juazeiro e suas adjacências exporta em torno de

um milhão de toneladas de frutas por ano, representando enorme parte

das exportações de frutas brasileiras. A estimativa de faturamento anual da

região gira em torno de dois bilhões de reais por ano, número que só vem cres-

cendo. Nessa área de alta produtividade, predominam em mais de 90% as

pequenas propriedades rurais.

O atual modelo de negócio por lá envolve os clusters, ou seja, união de em-

presas do mesmo setor que, ao serem associadas em cooperativas, entre outras

estruturas, acabam facilitando a atividade conjunta por meio do compartilhamento

de expertises, tecnologias avançadas, mão de obra especializada e outros fatores.

Destaque na região, também, para o aeroporto de Petrolina Senador Nilo Co-

elho, inaugurado em 1981, e que hoje se consolida como um dos aeroportos no

Brasil com a maior capacidade de exportação de carga.

Outro polo dinâmico de produção de frutas irrigadas encontra-se no

oeste potiguar, cujos vales úmidos das bacias dos rios Apodi e Piranhas-Açu

transformaram-se em espaços de interesse para a valorização do capital nacional

e multinacional via desenvolvimento da agricultura irrigada em bases tecnológi-

cas modernas. O Polo Integrado Açu/Mossoró de Fruticultura, em espaço de clima

semiárido, distribuído nos municípios do entorno de Assu e de Mossoró, ao seguir

diretriz baseada no modelo empreendido em Petrolina-Juazeiro, fomentou a produ-

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ção irrigada de frutas em Açu/Mossoró. Por meio de uma sinergia entre investimen-

tos estatais (em macroestruturas) e as atividades de empresas privadas, desde os

anos 1990, há um eldorado produtivo no semiárido potiguar.

No campo estatal, as ações da Companhia de Desenvolvimento do Vale do Rio

São Francisco (Codevasf) e da Empresa Brasileira de Desenvolvimento de Pesquisa

Agropecuária (Embrapa) fomentaram a introdução de uma gama de arcabouços

técnicos necessários ao desenvolvimento das atividades produtivas. A Superinten-

dência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) se encarregou, junto ao Banco

do Nordeste e o Banco do Brasil, pelo fomento financeiro e isenções fiscais.

O Polígono das Secas

Segundo a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf),

o Polígono das Secas é reconhecido pela legislação como a área sujeita a períodos

críticos e prolongados de estiagens, havendo também, dentro dessa área, lugares

bastante suscetíveis a desertificação.

O Polígono das Secas compreende uma divisão regional efetuada em termos

político-administrativos dentro da zona semiárida, apresentando diferentes zonas

geográficas com distintos índices de aridez, indo desde áreas com características

estritamente de seca, com paisagem típica de semideserto a áreas com balanço

hídrico positivo, como a região de Gilbués, no Piauí.

Sua área compreende todos estados da região Nordeste, com exceção do Ma-

ranhão, levando também municípios da região Sudeste, em Minas Gerais, em sua

parte Norte, denominada como Vale do Rio Jequitinhonha.

Criada pela Lei n. 1.348, de 10 de fevereiro de 1951, a área do Polígono sofreu

revisão dos seus limites. Depois, a Lei n. 4.239, de 27 de julho de 1963, estatuiu

que o município criado com desdobramento de área de município incluído no Po-

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lígono das Secas será considerado como pertencente a este para todos os efeitos

legais e administrativos. De outra parte, a Lei n. 4.763, de 30 de agosto de 1965,

incluiu o município de Vitória da Conquista.

E, finalmente, o Decreto-Lei n. 63.778, de 11 de dezembro de 1968, delegou

ao superintendente da Sudene a competência de declarar, observada a legislação

específica, quais os municípios pertencentes ao Polígono das Secas. Esse decreto-

-lei regulamentou e esclareceu que a inclusão de municípios no Polígono somente

ocorreria para aqueles criados por desdobramento de municípios anteriormente in-

cluídos total ou parcialmente, no mesmo Polígono, quando efetuados até a data da

lei regulamentar, ou seja, de 30 de agosto de 1965, quando foi declarada como lei.

Em 19 de dezembro de 1997, o Conselho Deliberativo da Sudene (extinta em

2001), com a Resolução n. 11.135, aprovou a atualização da relação dos municí-

pios pertencentes ao Polígono das Secas, incluindo aqueles que foram criados por

desmembramento até janeiro de 1997.

Em 2005, a nova delimitação do semiárido brasileiro ampliou os critérios de

inclusão dos municípios, por considerar insuficiente o índice pluviométrico apenas.

Os critérios passaram a ser:

• precipitação pluviométrica média anual inferior a 800 milímetros;

• índice de aridez de até 0,5 calculado pelo balanço hídrico que relaciona as

precipitações e a evapotranspiração potencial, no período entre 1961 e 1990;

• risco de seca maior do que 60%, tomando-se por base o período entre 1970

e 1990.

Estão inclusos 317 municípios, além dos 1.031 anteriores. A área do semiárido

passou a ser de 969.589,4 quilômetros quadrados, sendo o maior aumento regis-

trado em Minas Gerais: 51,7% do estado passaram a integrar o semiárido.

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Essa nova diretriz visa nortear as políticas públicas do governo federal, sobre-

tudo, as aplicações do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE).

Os municípios integrantes do novo semiárido brasileiro terão bônus de adimplência

de 25% dos recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE),

enquanto no restante da região Nordeste, por exemplo, esse percentual é de 15%.

Ainda quanto ao FNE, a Constituição determina que, pelo menos, 50% dos recursos

desse Fundo sejam aplicados no financiamento de atividades produtivas em muni-

cípios do semiárido.

A Sudene

Criada em 1959, a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste nasce

com vistas a promover um desenvolvimento para a região fora do âmbito

das oligarquias tradicionais agrárias, consideradas responsáveis pelo atraso

secular que se aprofundava com a modernização do centro-sul brasileiro e suas

escalas de industrialização e metropolização empreendidas a partir da década de

1940. Em 2001, a Sudene esteve extinta após denúncias de corrupção, sendo

criada a Agência de Desenvolvimento do Nordeste (Adene). Em 2007, a superin-

tendência é reeditada. Sua área de atuação original compreendia basicamente

os estados da região Nordeste (com apenas e a parte do Maranhão) e a de Minas

Gerais compreendida pelo Polígono das Secas. Após algumas alterações, a área de

ação da Sudene oficialmente é delimitada pela Lei n. 9.690/1998, abrangendo mais

municípios de Minas Gerais e uma pequena parte ao norte do Espírito Santo, com

27 municípios. Veja no mapa:

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Polígono das Secas

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1.3.5. Bioma Pantanal

Pantanal

Introdução

O Pantanal é um dos menores biomas brasileiros, porém, um dos mais com-

plexos. Localizado na porção oriental da região Centro-Oeste, entre os estados de

Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o Pantanal recebe influência em sua fauna e

flora tanto do Cerrado (domínio arbustivo) quanto da Amazônia (domínio florestal),

havendo ainda extensas áreas campestres (herbáceas).

No mapa de domínios morfoclimáticos, apresenta-se, porém, como um domínio

de transição, exatamente por sua posição entre o Cerrado e a Amazônia (e forçan-

do um pouco a barra, alguns autores ainda acrescentam os campos sulinos).

A planície pantaneira funciona como uma esponja, bem verdade, à medida que

drena para dentro de si as águas do Planalto Central (na sua parte Leste) e as

águas do rio Paraguai (em sua parte oeste). Assim, mesmo sendo uma das regiões

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em que menos chove no Brasil (médias de 1000mm/anuais), o Pantanal possui

uma rede hídrica volumosa e muita quantidade de água, principalmente no período

das cheias (novembro/abril). Contribui enormemente para a presença de um solo

hidromórfico, com grande capacidade de absorção de água.

Note no mapa, em: https://www.researchgate.net/figure/Bacia-de-drenagem-

-do-rio-Paraguai-com-exutorio-na-estacao-fluviometrica-de_fig2_328583405,

a rede de drenagem do Pantanal e a presença de porções mais elevadas a leste,

tais quais o Planalto dos Guimaraes e Planalto Maracaju, Campo Grande.

Obs.:� a parte denominada como Chaco se encontra totalmente em território paraguaio.

Rede hidrográfica do Pantanal

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Paisagem pantaneira típica: mesclando elementos da Amazônia (vitória-régia)com vegetação arbustiva (e clima) do Cerrado

As Questões Ambientais Pantaneiras

O Pantanal, ao longo das décadas, foi sendo retalhado em enormes fazendas

de criação de gado. Durante muito tempo, essas propriedades rurais quase secu-

lares determinaram o lento processo de produção do espaço pantaneiro, criando a

interessante figura do boiadeiro, peão local que durante o ano transita o rebanho

para fugir dos alagadiços que ocorrem, principalmente, entre os meses de novem-

bro e abril, conduzindo centenas (às vezes, milhares) de bois com seu berrante,

e a cavalo, nas chamadas comitivas. Mas essa atividade relacionada à alocação de

enormes rebanhos de boi de corte no Pantanal resultou em certos tipos de danos

ao meio ambiente, tais quais a compactação de solos em partes mais firmes pelo

pisoteio do gado e, principalmente, a caça indiscriminada aos animais que matam

rebanhos, leia-se cobras (e muita sucuri) e onças de todos tipos.

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Contudo, com a chegada das décadas de 1980 e 1990, outros impactos am-

bientais começam a ganhar espaço no Pantanal, principalmente, em função da

expansão da fronteira agrícola em solos de cerrado e mineração. As atividades das

fazendas de gado passam a ser um problema bem menor frente aos desafios que o

assoreamento causa (acúmulo de sedimentos em cursos d’água) nos principais rios

pantaneiros, em função da atividade agrícola monocultora empreendida no Planalto

Central. Outro ponto importante acerca dos desafios ambientais do Pantanal reside

no corte de vegetação em suas cercanias (bioma Cerrado) para uso como lenha,

além da poluição gerada pelas atividades mineradoras ao sul do bioma (no Maciço

do Urucum, MS) resultada pela extração de minério de ferro e manganês, principal-

mente, por mais de 160 empresas mineradoras.

Por fim, importa destacar que o Pantanal é o bioma brasileiro (junto com os

campos sulinos) menos protegido oficialmente por Unidades de Conservação, não

atingindo a ínfima taxa de 5% a quantidade de áreas protegidas.

Também conhecido como Campos do Sul ou Campos Sulinos, ocupa uma área

de 176,5 mil Km² (cerca de 2% do território nacional) e é constituído, principal-

mente, por vegetação campestre (gramíneas, herbáceas e algumas árvores).

No Brasil, o Pampa está presente no estado do Rio Grande do Sul, ocupando

63% do território gaúcho e também em territórios da Argentina e Uruguai.

Os campos da região Sul do Brasil são denominados como pampa, termo de

origem indígena para região plana, entretanto, essa denominação corresponde so-

mente a um dos tipos de campo, encontrado mais ao sul do Rio Grande do Sul,

atingindo o Uruguai e a Argentina.

O solo, em geral, de baixa fertilidade natural, é bastante suscetível à erosão.

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À primeira vista, a vegetação campestre mostra uma aparente uniformidade,

apresentando nos topos mais planos um tapete herbáceo baixo, de 60cm a 1m, ralo

e pobre em espécies, que se torna mais denso e rico nas encostas, predominando

gramíneas, compostas e leguminosas; os gêneros mais comuns são: Stipa, Pipto-

chaetium, Aristida, Melica, Briza. Sete gêneros de cactos e bromeliáceas apresen-

tam espécies endêmicas da região.

A região Sul tem, na pecuária, uma tradição que se iniciou com a colonização

do Brasil.

2. Clima

O Brasil, por sua imensidão territorial, possui uma variedade de climas. Em um

ano, em nosso território, experimentamos extremos de chuvas e aridez, além de on-

das de calor acima de 40 graus em várias localidades, seja no interior, ou no litoral e

até neve nas serras, principalmente, de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná.

É claro que, por estarmos situado em imensa maioria do território na faixa tropical

do globo, somos, via de regra, um país de climas quentes e úmidos, com exceções.

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2.1. Os Climas do Brasil

Os microclimas do Brasil se baseiam na atuação das massas de ar

nascidas em áreas extensas de características homogêneas. Variam de

intensidade de acordo as estações do ano e podem ser apenas quentes ou frias,

ou secas ou úmidas.

2.1.1. Equatorial

Característica: quente e úmido sem estação seca.

Gerado pela zona de convergência intertropical, que são os ventos úmidos

conhecidos como alísios.

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Por ser um clima hermeticamente quente, ocorre uma baixa amplitude térmica anual.

Observar também a influência mais do que direta da massa equatorial continen-

tal (quente e úmida) formada na Amazônia brasileira.

2.1.2. Tropical Típico

Características:

• quente, via de regra, alternando entre estação úmida e seca. O período de

chuvas se relaciona, principalmente, com a atuação expandida da Massa

Equatorial Continental (mEc);

• baixa a média amplitude térmica anual;

• o período de seca está relacionado com a formação de uma zona de alta pressão.

Obs.:� tropical de altitude – temperaturas amenizadas pela altitude com ocor-

rência nas serras da região Sudeste.

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2.1.3. Tropical Litorâneo

Características: quente em alternação de estação chuvosa inversa a do clima

tropical típico. No tropical litorâneo, as chuvas são abundantes entre abril e agosto,

resultado do encontro de massas de características diferentes, a massa polar atlân-

tica (mPa) e massa tropical atlântica (mTa), formando instabilidade no inverno.

2.1.4. Semiárido

Características:

• quente e predominantemente seco, com estação chuvosa reduzida;

• nos estados de Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e na parte sul do Rio

Grande do Norte, uma componente orográfica (de relevo), o Planalto da Bor-

borema segura os ventos úmidos. É a chamado componente barlavento.

O semiárido se caracteriza por isoietas médias entre 800mm e 300mm, como

em Cabaceiras, na Paraíba, a menor taxa no Brasil.

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2.1.5. Subtropical

Características:

• estações bem definidas e chuvas bem distribuídas no ano e praticamente sem

estação seca;

• possui média a alta amplitude térmica anual. Em Porto Alegre, por exemplo,

pode fazer facilmente 38 até 40 graus no verão e, no inverno, zero grau, além de

que, num mesmo dia, grandes variações de temperatura também são normais.

É no clima subtropical no Brasil que são registradas as menores temperaturas

no País e a maior parte da ocorrência de neve.

A transição entre verões quentes e invernos frios se deve à atuação da mPa

(fria e úmida) no inverno e mTa (quente e úmida) no verão.

Obs.:� alguns materiais mais antigos de geografia do Brasil classificavam as áreas

em clima subtropical como de clima temperado, mas está errado. Mesmo

fazendo parte do regime temperado climático do globo, tais localidades

ainda são definidas como de abrangência do clima subtropical.

3. Relevo

O que forma o relevo?

A formação de um relevo se deve a dois fatores: fatores endógenos, ou seja,

ação de dentro da terra, como atividades tectônicas que vem e removem o solo por

força interna ou vulcanismo; e agentes exógenos, de intemperismo, tais quais o

vento, a chuva, água, gelo etc.

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Características importantes do relevo brasileiro:

• o território brasileiro se encontra em meio à placa tectônica sul-americana,

em zona de estabilidade tectônica, portanto, nosso relevo não sofre ações

constantes tectônicas;

• nosso relevo possui feições desgastadas de altimetrias baixas, visto que + de

90% do território possui altitudes inferiores a 800 metros.

Vulcanismo: no Brasil, não existe nenhum vulcanismo ativo mesmo em tem-

pos geologicamente recentes. O território nacional não foi afetado por nenhuma

atividade vulcânica durante os últimos 80 milhões de anos.

O vulcanismo mais recente foi o responsável pela formação de diversas ilhas do

Atlântico brasileiro, como Fernando de Noronha, Trindade e Abrolhos.

Tectonismo: no Brasil, ocorrem em torno de 20 abalos sísmicos por ano com

mais de 3,0 graus na Escala Richter. O mais forte foi no interior Mato Grosso (6,2

em 1955) + Acre (mais alto número relativo), com reflexos de epicentros em áreas

andinas + casos no interior da região Nordeste (relação com falhas geológicas) e

Norte, MG (em Caraíbas, única morte no Brasil em 2007).

3.1. Os Macro Blocos Geológicos Brasileiros (Estruturas)

Os escudos cristalinos: conhecidos também como escudos cratônicos, são, na

verdade, os maciços rochosos.

Área: compreendem 36% do território. São muito antigos, mas abrangem os

dobramentos modernos também, como a Serra do Mar, no litoral sudeste.

Potencial econômico: formação de jazidas de minerais metálicos.

Os principais escudos cristalinos brasileiros: das Guianas e escudo brasilei-

ro, sendo que este último compreende os escudos atlântico + central e nordestino).

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As bacias sedimentares: resultaram da deposição de sedimentos oriundos da

fragmentação dos escudos cristalinos e/ou da sedimentação promovida, principal-

mente, por cursos de rios.

Área: perfazem 64% do território nacional.

Datação: vão de antigos a recentes (eras: paleozoica, mesozoica e cenozoica).

Potencial econômico: depósito de combustíveis fósseis.

As principais bacias sedimentares brasileiras: amazônica, pantaneira,

costeira, Sanfranciscana, Paraná.

Obs.:� não confundir macroestruturas geológicas com formas de relevo. As macro-

formas originais são as estruturas geológicas e seus compartimentos as

formas de relevo. Sendo assim, o segundo se encontra inserido no primeiro.

� As bacias sedimentares possuem depósitos de matéria orgânica em profu-

são, formando, por exemplo, em fundo de mares, os depósitos de petróleo.

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3.2. As Grandes Unidades de Relevo (As Formas de Relevo)

Planaltos: são formações em altitudes mais altas dispostas ao longo do ter-

ritório nacional. São desgastadas e fornecem sedimentos para a formação

das planícies:

• possuem subunidades, como serras e chapadas;

• nas áreas de escarpas, costumam ter suas bordas;

• formam rios com alto poder de represamento para uso em produção de ener-

gia, como o Paraná, o Tietê, o São Francisco.

Planícies: são formações planas, oriundas do acúmulo de sedimentos. Sendo

assim, o processo de deposição, logicamente, supera o de perda.

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Na mais atual classificação do relevo brasileiro, de 1995, promovida por Juran-

dyr Ross, reduziu-se bastante o número e a extensão das planícies se comparado a

classificações anteriores. Repare no mapa as planícies amazônica (23), pantaneira

(26), litorânea (28).

A rede hidrográfica debruçada em planícies, tal qual a da bacia amazônica e do

rio Paraguai, é composta por rios excelentes para a navegação.

Depressões: são consideradas depressões as formações rebaixadas em rela-

ção às áreas adjacentes, sendo, portanto, geralmente circundas por planaltos.

Ex.: depressão cuiabana, depressão sertaneja.

Obs.:� no Brasil, não ocorrem depressões absolutas, ou seja, áreas situadas

abaixo do nível do mar, apenas relativas.

Parte II. O Território Nacional: A Construção do Estado e da Nação, a Obra de Fronteiras, Fusos Horários e a Federação Brasileira

1. Introdução

O território brasileiro é o quinto maior dentre o de todos os países. Com 8.514.876

km2 (5,6% das terras emersas do planeta), estamos à frente da Austrália em di-

mensão e atrás apenas dos EUA, China, Canadá e Rússia.

É importante destacar um termo corretamente utilizado em Geopolítica, que diz

respeito ao fato de sermos um país, continente, devendo-se isso exatamente em

função de nossas superlativas dimensões. Vale destacarmos que, dentro do sub-

continente sul-americano, o Brasil responde por 47% da área total.

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Fazemos fronteira com 10 países. Dentro do continente sul-americano, não

somos vizinhos apenas do Chile e do pequeno Equador. No mapa, há as principais

extensões de fronteiras, com destaque para o Peru (2º lugar) e Bolívia (1º lu-

gar, com mais de 3000km de fronteiras, em boa parte pela Amazônia). Esses

dados de tamanho das fronteiras são estanques, ou seja, não sofrerão altera-

ções, à medida que os tratados com os países fronteiriços ao Brasil foram

ratificados há tempos, não devendo haver mudanças.

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2. Fusos Horários

O Brasil possui, desde 2014, quatro fusos horários. Todos com horas a menos

em relação ao fuso central de Greenwich. Observe no mapa:

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O primeiro fuso (GMT – 2 horas) é um fuso insular, que ocorre apenas em ilhas do

território brasileiro. O segundo fuso (GMT – 3 horas) é o fuso mais abrangente, ou seja,

aquele que envolve a capital federal e nossas maiores metrópoles, Rio de Janeiro e São

Paulo, e também maior número de estados e população. É o fuso que representa a

hora oficial do Brasil e onde ocorre, em grande parte, o horário de verão.

Indo para o oeste, há o fuso de parte de estados do Centro-Oeste, como Mato

Grosso, Mato Grosso do Sul; no Norte (Rondônia, enorme parte do Amazonas e

Roraima), há o terceiro fuso brasileiro (GMT – 4 horas). Por fim, 13 municípios do

Amazonas e o estado do Acre ficam no fuso GMT – 5 horas, nosso fuso mais a oeste.

O Brasil é dividido politicamente por 26 estados mais o DF, totalizando

27 Unidades da Federação (UFs). Os maiores estados são Pará – 1.247.689km²,

em segundo lugar; e Amazonas – 1.570.745km², em primeiro. Já o menor estado

é Sergipe, sendo o DF a menor Unidade da Federação (5.802K2).

A atual configuração é dividida em cinco regiões (Norte, Nordeste, Centro-Oes-

te, Sudeste e Sul), que atende a uma divisão de 1969 do IBGE.

Veja a evolução das divisões em capitanias, províncias e, por fim, em estados:

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Divisão regional e sua evolução:

Vale destacar que os estados brasileiros podem se desmembrar inter-

namente em outros menores, bastando haver a aprovação pela Câmara

dos Deputados e a consulta à população dos estados, porém, os mesmos

não podem se destacar do Brasil para formar outro país. Há pleitos em torno de

desmembramento de estados em análise atualmente para o Piauí, o Mara-

nhão, a Bahia, entre outros. O pleito que, nesse sentido, foi levando mais adiante

se deu no Pará, em 2011; sua população em plebiscito não aceitou a fragmentação

do estado em três outros estados (com capitais em Marabá, Santarém e Belém).

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Em 2018, o Brasil possuía 5.570 municípios. Os estados com mais muni-

cípios são Minas Gerais, com 853, e São Paulo, com 645. Na rabeira, há Roraima,

com apenas 15, e o Amapá, com 16. Observe que, segundo a CF/1988, o Distrito

Federal não é um estado, e sim uma Unidade da Federação, tendo apenas Brasília

como único município.

O Tratado de Madri, de 1750, estabeleceu a dimensão do que viria a ser o nosso

imenso território, pois consagrou o princípio uti possidetis, ou seja, a posse para

a Coroa Portuguesa das áreas por eles já demarcadas. Contudo, as fronteiras do

que viria a ser o atual território brasileiro ganha um aspecto formalizado, de fato,

somente com a advento da Proclamação da República (em 1889). O trabalho da

diplomacia impresso pelo barão do Rio Branco obteve êxito inequívoco ao chancelar

as fronteiras centro-norte do Brasil, desde a Bolívia até a Guiana Francesa.

Resolvidas as questões fronteiriças, a unicidade territorial do Brasil se encontra

umbilicalmente atrelada ao preceito federativo, consagrado pela atual Constitui-

ção de 1988. Somos uma República Federativa, sendo a Federação uma forma

de Estado, em que há poderes autônomos, tais quais o das Unidades da Fe-

deração (26 estados + DF), consagrados por suas constituições estaduais,

mas indissociáveis do Estado brasileiro, não sendo possível, assim, que municípios,

ou Unidades da Federação, promovam dissidências com vistas a se separar do Es-

tado brasileiro. Há autonomia, portanto, mas não há soberania para a União, nem

para as 27 Unidades da Federação e muito menos para os mais de 5500 municípios

nacionais. Assim, é formada a Federação e, consequentemente, o Pacto Federativo,

por meio de uma relação de autonomia entre os entes, na qual apenas quem tem

soberania é o Estado brasileiro.

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3. Conceitos: Território, Estado, População, Povo e Nação

O conceito de território coaduna com o de Estado. Onde se determina, no Bra-

sil, haver um território (delimitação física/fronteiriça), ocorre ladeada a presença

do Estado (delimitação jurídica).

Povo é o contingente de população de um estado (e consequentemente em um

território), sendo apenas os nacionais e os cidadãos. Já o conceito de popula-

ção se encontra associado ao total do número de residentes em um território,

independentemente se possuem cidadania, ou não. Assim, como exemplo, o atual

contingente de venezuelanos, haitianos, bolivianos, entre outros povos que aqui

estão ilegalmente, perfazem o nosso contingente populacional apenas.

Por fim, o conceito de nação pode ser entendido como uma identidade mar-

cadamente de cunho cultural e identitário. Assim, há a nação indígena, a na-

ção flamenguista, entre outras.

Parte III. O Modelo Econômico Brasileiro: Industriali-zação, Energia e Complexos Agroindustriais e as Dispari-dades Territoriais

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PIB por regiões 2017:

• Sudeste: 55%;

• Sul: 17%;

• Nordeste: 13%;

• Centro-Oeste: 9%;

• Norte: 6%.

Uma análise mais esmiuçada sobre as escalas produtivas e divisão do valor entre

as regiões do Brasil revela-nos um país com enormes disparidades inter-regionais.

Na verdade, há de se considerar uma análise mais apurada sobre esses fatores de

desigualdade. É que os ciclos históricos produtivos, agrários, industriais e

de concentração demográfica se desenvolveram de forma diferenciada ao

longo dos séculos de formação do Brasil pelas nacionais.

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Região Sudeste

A região Sudeste como conhecemos (Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e

Espírito Santo) é, disparada, a região mais desenvolvida do Brasil. As escalas de

ocupação e desenvolvimento econômico nacional não se iniciam por essa região,

e sim na região Nordeste, mas, logo em sequência, os processos de desenvolvi-

mento agrário, produtivo, urbano e industrial nessa região se deram de forma bas-

tante contundente e fecunda, de forma incomparável dentro do contexto nacional.

Assim, mesmo possuindo apenas 10% da área territorial brasileira, a região

possui mais de 40% da população do Brasil (aproximadamente 84 mi de habitan-

tes) e concentra algo em torno de 55% do PIB. Atualmente, é disparada a região

mais populosa do Brasil e com a maior parcela do PIB nacional. Vejamos alguns

pontos importantes nessa divisão inter-regional atinentes à região Sudeste.

Região onde o processo de metropolização foi mais intenso: as duas

maiores cidades e regiões metropolitanas do Brasil encontram-se nessa região. São

Paulo, atualmente, possui mais de 22 milhões de habitantes na sua Região Metro-

politana (e 11 milhões somente na cidade) e o Rio de Janeiro algo em torno de 12

milhões (6,5 milhões na cidade). A região Sudeste é também aquela que ostenta

os maiores indicadores de urbanização no Brasil.

Foi na região Sudeste que a industrialização dirigida, ou seja, comandada

pelo Estado, inicialmente, com implementos na indústria de base no RJ (década de

1940) e, em seguida, com um parque de produção de bens de consumo duráveis e

não duráveis em São Paulo, tem início. Até hoje, é a região mais industrializada do

País. Para se ter uma ideia, chegou a um ponto, em 1970, em que mais de 80% da

produção industrial do país estava concentrado na região. Hoje, esse número gira

em torno de 60%.

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A região representa um polo dinâmico na produção agrícola nacional e

também no beneficiamento de alimentos (agregando valor), liderando o ranking

nacional da produção de três culturas, no qual o Brasil é líder global; cana-de-açú-

car, café e laranja. É também a maior produtora de frutas no Brasil e recebe uma

gama incomparável as outras regiões de investimentos de indústrias multinacionais

do setor de beneficiamento de alimentos.

A alocação de pesquisas em tecnologia encontra, na região Sudeste, o polo

mais dinâmico do Brasil. Destaque para três grandes centros de pesquisa em tecno-

logia, todos no estado de São Paulo: o primeiro em São Carlos, orbitando em torno

da Universidade Federal de São Carlos (no dia 11 de outubro de 2011, a presidente

Dilma Rousseff sancionou a Lei n. 12.504, concedendo à cidade de São Carlos o

título de capital nacional da tecnologia); o segundo no grande (e populoso) eixo

entre Campinas e São Paulo, onde, além de pesquisa, ocorre também a instalação

de empresas de tecnologia nacionais e, principalmente, filiais de empresas inter-

nacionais de grande porte e visibilidade global. Por fim, há um eixo de produção

tecnológica em torno da cidade de São José dos Campos, a segunda maior cidade

no interior do Brasil, perdendo apenas para Campinas, sede da Embraer e do Ins-

tituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), de uma série de empresas multinacionais

de porte, tais quais Johnson & Johnson, Panasonic, General Motors, entre outras.

Região Sul

A região, embora seja a menor região em área (6,8% do território) e em núme-

ro de estados (3), possui um campo dinâmico, de alto aproveitamento dos solos

e produtos bastante diversificados. Historicamente, recebeu os implementos de

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uma sociedade camponesa e as benesses inerentes de uma divisão fundiária mais

igualitária. Atualmente, a região vem experimentando um crescimento na concen-

tração de terras em função da penetração de escalas monocultoras, tais quais as da

produção de soja, café e fumo. Destaque também para a produção de carne suína e

de frango, comandadas na origem por grandes empresas alimentícias nacionais do

setor, como Perdigão, Sadia e Aurora. Para tais cortes de rebanhos suínos, o traba-

lho associado é do tipo em cooperativas, em que os pequenos e médios produtores,

sob regras estabelecidas pelas empresas, fornecem as matrizes. É o que se consi-

dera como integração vertical da produção no campo.

Embora as escalas industriais não sejam do porte da região Sudeste, os imple-

mentos nesse setor são fortes e presentes nos três estados da região. Na

década de 1990, com o início do Mercosul e uma gama de expectativas (algumas

frustradas) positivas acerca do bloco, houve uma dispersão industrial de plantas

fabris de empresas do Sudeste brasileiro, dentro daquilo que se convencionou cha-

mar de “desconcentração concentrada”, ou seja, a saída de empresas da região

imediata da cidade de São Paulo para outra região ao lado.

A urbanização na região Sul também é alta, em índice maior do que a mé-

dia nacional. Destaque para o crescimento, dinamismo econômico e qualidade de

vida em cidades médias da região, ligadas, estas, em larga medida à atividade do

agronegócio, tais quais Maringá, Londrina, Cascavel e Guarapuava, todas no Para-

ná, além de Joaçaba e Chapecó, em Santa Catarina. Há também campos universi-

tários bem-conceituados, tanto nas capitais de estado quanto no interior, tais quais

os da UFRS, UFSC, Tunisinos e UEL (esta última em Londrina).

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Região Centro-Oeste

A região Centro-Oeste participa do contexto nacional da produção e do trabalho,

de forma cada vez mais contundente, por meio, principalmente, do dinamismo

impresso pelo agronegócio. Somados, os quatro estados ultrapassaram, em

tempos recentes, a região Sul na produção de grãos. Há, também, a intensidade

da atividade pecuária (de corte), relacionada, principalmente, aos estados de Mato

Grosso e do Mato Grosso do Sul

A região Centro-Oeste vem aumentando a sua participação no contexto

industrial brasileiro à medida que vem crescendo o número de empresas as-

sociadas ao beneficiamento de alimentos. Outo setor que empurra a participação

industrial da região para cima é o de produção de medicamentos e afins. Na cidade

de Anápolis, está localizado o Distrito Agroindustrial de Goiás (Daia), sendo hoje o

segundo polo farmoquímico do Brasil, localizado próximo ao Porto Seco de Anápolis

e no quilômetro zero da Ferrovia Norte-Sul.

A urbanização na região é bastante alta, sendo, atualmente, a segunda mais

urbanizada (91%) do Brasil, atrás apenas da região Sudeste. Destaque para o

crescimento metropolitano de Brasília, com seus 3 milhões de habitantes, a qual

situa a capital federal, inaugurada em 1960, já como a terceira maior cidade do

Brasil. Destaca-se no contexto nacional um setor de serviços bastante avançado,

principalmente se comparado às regiões Norte e Nordeste.

Região Nordeste

A região Nordeste vivencia uma realidade em seu campo, ainda bastante

longe do dinamismo visto no campo das regiões Centro-oeste, Sudeste e Sul.

Destaque para a produção de cana-de-açúcar; mesmo não sendo mais líder nacio-

nal (perdeu para a região Sudeste), nessa atividade possui enorme presença da

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divisão da produção e trabalho na região. Vale destacar que a presença de uma

barreira climática, ou seja, o semiárido nordestino na região, prejudicou bastante a

alocação de escalas mais dinâmicas agropastoris de relvo no contexto nacional. Em

nosso material, na parte sobre o bioma Caatinga, há leitura fundamental, caro(a)

aluno(a), sobre dois polos dinâmicos fruticultores do semiárido: o de Petrolina-Ju-

azeiro e o de Mossoró-Açu.

A indústria na região Nordeste recebeu implementos importantes ao longo da

última década, se consolidando dentro do panorama nacional em áreas pon-

tuais, especialmente no litoral da Bahia, Pernambuco e Ceará (os três estados

mais ricos da região). O deslocamento de plantas fabris de empresas alimentícias

do centro-sul, e também do setor têxtil, auxiliou bastante nesse processo. Outra

indústria que vem ganhando força na região é a automobilística, com fábricas de

automóveis construídas desde 2000 em Camaçari, na Bahia (Ford) e Goiana, Per-

nambuco (Jeep). Outro implemento importante se deve ao parque petroquímico

instalado também em Camaçari, sendo este o maior complexo industrial integrado

do hemisfério sul, com mais de 90 empresas de diversos setores.

O setor de serviços se desenvolveu, principalmente, nas capitais de es-

tado via de regra. Um destaque importante no setor de serviços para o interior é o

centro tecnológico formado em Campina Grande, na Paraíba. Assim, ao longo das

últimas décadas, em Campina Grande, se consolida um polo sui-generis tecnológi-

co, principalmente em relação à TI, abarcando, atualmente, uma dúzia de univer-

sidades, mais de uma de dezena de fábricas e quase 100 de empresas de serviços

em tecnologia, com milhares de profissionais e estudantes. Para se ter uma ideia,

a revista norte-americana NewsWeek conceituou, em 2004, a região como o Vale

do Silício brasileiro e também o mais quente ambiente de produção tecnológica e

inovação em TI de toda a América Latina.

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Região Norte

Destaca-se, na região Norte, dentro do contexto da produção e da divisão de

trabalho no País, o Polo Industrial de Manaus, oriundo das ações impressas

pela Superintendência de Desenvolvimento da Zona Franca de Manaus (Su-

frama). Atualmente, a cidade de Manaus concentra quase 4% de toda produção

industrial do País. Em uma região marcada pela distância e escalas reduzidas de

atividades produtivas, desde a década de 1960, a Zona Franca vem conseguindo

atrair investimentos por meio de uma gama de isenções fiscais e facilidades diver-

sas à que empresas do ramo automobilístico, de produção de componentes, eletrô-

nicos, entre outros, se instalem.

Outro padrão de inserção da região Norte do Brasil nas escalas produtivas e

na divisão do trabalho nacional se deve à subida da fronteira mineral (adstrita

anteriormente apenas ao estado de Minas Gerais) empreendida a partir da década

de 1970 alcançando, principalmente, o estado do Pará como um polo de produção

global de minérios com investimentos de mineradoras de todo o mundo.

A fronteira agropecuária também atinge a região, principalmente, em esta-

dos como Tocantins, Pará e Rondônia, estando baseada na monocultura e em escalas

de intensa mecanização, se utilizando da abundância de água e terras (bem mais

baratas em se comparado ao centro-sul), do clima quente e de um relevo plano.

Texto ComplementarA Produção de Energia Elétrica no BrasilO Brasil é um dos grandes produtores de energia do Mundo. Nosso parque de produção de energia elétrica possui algumas peculiaridades, vamos às principais.Em termos globais, a nossa produção está na casa de em 75% (dados de 2017) oriunda de fontes renováveis. Veja os números abaixo:Hidrelétrica: 61%Eólica: 6%Termoelétricas a biomassa: 8%Acrescenta-se, contudo, a nossa matriz energética, mais 18% de termoelétricas, 1,5% nu-clear e o restante, em torno de 5%, importada (basicamente do Paraguai através de Itaipu).

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As Hidrelétricas

Poucos países no mundo possuem proporção tão alta em sua matriz energé-

tica baseada em hidrelétricas como o Brasil. Nosso parque hidrelétrico já este-

ve bastante concentrado no centro-sul e Vale do Rio São Francisco, e por lá grandes

estruturas com as usinas de Paulo Afonso-BA e Itaipu-PR permanecem, mas o dire-

cionamento do sistema elétrico nacional evidencia uma subida de novas estruturas,

agora, se apropriando dos rios amazônicos. Assim, nasceram, nas últimas décadas,

gigantescos projetos, como o Jirau e Santo Antônio, em Rondônia; Tucuruí e Belo

Monte, no Pará. Aliás, esta última, quando estiver em pleno funcionamento, será

a maior usina do Brasil e a segunda do mundo. Ao todo, hoje, são 218 usinas em

funcionamento no Brasil.

Em auxílio a essas estruturas, há também as pequenas centrais hidrelétricas,

e as centrais geradoras, estas últimas, de tão pequenas, não chegam nem a cons-

tituir barragem e possuem um licenciamento ambiental bastante simplificado.

Obs.:� hidrelétricas -> PCH -> centrais geradoras.

O Parque Eólico

Existem, hoje, no Brasil, 368 usinas eólicas, além de 133 em construção. Pre-

dominantes em regiões de vegetação baixa, como no centro da Bahia, ou

no litoral, onde a incidência de ventos é favorecida, utilizam a energia de

movimento do vento para produção de eletricidade. Respondem por quase 6%

da eletricidade em estados como o Ceará e Rio Grande de Norte, que não possuem

grandes hidrelétricas, já representam grande parte da produção de energia local. Nos

últimos 15 anos, cresceu enormemente a produção por meio dessa importante fonte.

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Termoelétricas

Incentivos ao emprego de termelétricas, sobretudo, as com uso de biomassa,

buscam diversificar a matriz energética elétrica, que até 2006 tinha 83,2% de sua

potência composta por hidrelétricas. Licor negro (resíduo da produção de pa-

pel) e bagaço de cana são as principais fontes de biomassa (renováveis).

Gás natural e derivados de petróleo são as fontes fósseis mais comuns

(não renováveis). Dentro do mapa nacional de termoelétricas, há termoelétricas

por todo o País, contudo, aquelas que se utilizam biomassa estão no centro-sul; e

as que queimam gás natural e petróleo (fontes não renováveis e poluidoras), na

Amazônia, via de regra.

Nuclear

Localizadas em Angra dos Reis (RJ), as usinas nucleares Angra 1 e 2 utilizam o

átomo do elemento químico urânio para produção de 1.990MW de energia elétrica,

distribuída no eixo Rio-São Paulo. Em construção, Angra 3 deve fornecer 1.350MW.

O Brasil é o 23º país do mundo em potência nuclear instalada.

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