[Garoto] 26 Abril 2013

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Informativo dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do ES - 26 de abril de 2013 - Distribuição: Garoto Editorial Linda Morais Coordenadora Geral do Sindialimentação Não sei não, mas acredito que se ele [o supervisor] não melhorar o comportamento perante os subordinados, vai tomar uma surra fora da empresa!!! o cara [supervisor] é o maior malfeitor. Será que a Nestlé tem solicitado esse perfil de supervisores para dominar como escravos os colaboradores? Por que isso não chega aos olhos dos gerentes de fábrica? não aceito mais ser humilhado ou ver que um colega meu seja Denúncias não param de chegar ao Sindicato com relatos sobre o dia a dia insuportável de traba- lhadores que precisam conviver com o assédio moral de supervisores. Hu- milhações, ameaças de advertências e demissão, cobranças indevidas e falta de sensibilidade. Só as denúncias recebidas nas últimas semanas envol- vem pelo menos 7 supervi- sores dos setores Flex, CDES, Utilidades e Unidade 3 da Manutenção. A reclamação do CDES publicada na última edição do Atitude já foi oficializada junto à empresa. As denún- cias recebidas também se- rão apresentadas à direção para que todos os casos se- jam apurados. Na próxima página, da- mos voz aos trabalhadores que exigem um direito sim- ples, resumido no desabafo do trabalhador da Linha Flex: “o mínimo que queremos é respeito e sermos tratados como trabalhadores e che- fes de família”. Humilhação, ameaças e cobranças abusivas. Os trabalhadores testemunham a fúria de supervisores e denunciam a violência psicológica que têm sofrido dentro da empresa Trabalhadores protestam contra assédio moral de supervisores O mundo vem passando por su- cessivas e radicais mudanças. O mundo do trabalho também. Hoje o mercado não privilegia mais em- presas nacionais, a perspectiva de trabalhar numa empresa até se apo- sentar está ficando cada vez mais distante e, de olho no aumento da lucratividade, milhares de empresas têm sido seduzidas pela visão do lu- cro a qualquer custo, ou ao menor custo. Por isso, a palavra terceiriza- ção passou a fazer parte dos planos empresariais. Mas o efeito colateral dessa política logo aparece. Fica difícil manter a qualidade quando se precariza a mão-de- -obra. Por isso, nossa atuação tem sido firme em combater qualquer iniciativa de terceirização de nos- sas atividades na Garoto. Foi assim quando a Nestlé tentou produzir ovos de páscoa na fábrica Tangará e nossa ação nas ruas fez com que a empresa recuasse. E agora come- moramos outras duas vitórias sobre esse tema. A justiça reconheceu que a tercei- rização da carga e descarga, antes feita pela Kaiser era ilegal, ou seja, os trabalhadores dessa empresa de- veriam ser funcionários da Garoto. Isso é um grande passo para aca- bar com a terceirização com a nova empresa que faz essa atividade. Outra grande vitória foi na área da logística. A empresa tentou terceiri- zar essa área e a justiça também re- conheceu a ilegalidade. Na mesa de negociações nossa ação também tem sido firme. O Sur- real voltará para a fábrica, de onde nunca deveria ter saído. Estamos le- vantando novos casos e seguimos na luta contra a precarização e por mais e melhores empregos.

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Informativo dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do ES - 26 de abril de 2013 - Distribuição: Garoto

Editorial

Linda MoraisCoordenadora Geraldo Sindialimentação

Não sei não, mas acredito que se ele [o supervisor] não melhorar o comportamento perante os subordinados, vai tomar uma surra fora da empresa!!!

o cara [supervisor]

é o maior malfeitor.

Será que a Nestlé tem

solicitado esse perfil

de supervisores para

dominar como escravos

os colaboradores? Por

que isso não chega aos

olhos dos gerentes de

fábrica?

não aceito mais ser humilhado ou ver que um colega meu seja

Denúncias não param de chegar ao Sindicato com relatos sobre o dia a dia insuportável de traba-lhadores que precisam conviver com o assédio moral de supervisores. Hu-milhações, ameaças de advertências e demissão, cobranças indevidas e falta de sensibilidade. Só as denúncias recebidas nas últimas semanas envol-vem pelo menos 7 supervi-sores dos setores Flex, CDES, Utilidades e Unidade 3 da Manutenção.

A reclamação do CDES publicada na última edição do Atitude já foi oficializada junto à empresa. As denún-cias recebidas também se-rão apresentadas à direção para que todos os casos se-jam apurados.

Na próxima página, da-mos voz aos trabalhadores que exigem um direito sim-ples, resumido no desabafo do trabalhador da Linha Flex: “o mínimo que queremos é respeito e sermos tratados como trabalhadores e che-fes de família”.

Humilhação, ameaças e cobranças abusivas. Os trabalhadores testemunham a fúria de supervisores e denunciam a violência psicológica que têm sofrido dentro da empresa

Trabalhadores protestam contra assédio moral de supervisores

O mundo vem passando por su-cessivas e radicais mudanças. O mundo do trabalho também. Hoje o mercado não privilegia mais em-presas nacionais, a perspectiva de trabalhar numa empresa até se apo-sentar está ficando cada vez mais distante e, de olho no aumento da lucratividade, milhares de empresas têm sido seduzidas pela visão do lu-cro a qualquer custo, ou ao menor custo. Por isso, a palavra terceiriza-ção passou a fazer parte dos planos empresariais. Mas o efeito colateral dessa política logo aparece.

Fica difícil manter a qualidade quando se precariza a mão-de--obra. Por isso, nossa atuação tem sido firme em combater qualquer iniciativa de terceirização de nos-sas atividades na Garoto. Foi assim quando a Nestlé tentou produzir ovos de páscoa na fábrica Tangará e nossa ação nas ruas fez com que a empresa recuasse. E agora come-moramos outras duas vitórias sobre esse tema.

A justiça reconheceu que a tercei-rização da carga e descarga, antes feita pela Kaiser era ilegal, ou seja, os trabalhadores dessa empresa de-veriam ser funcionários da Garoto. Isso é um grande passo para aca-bar com a terceirização com a nova empresa que faz essa atividade.

Outra grande vitória foi na área da logística. A empresa tentou terceiri-zar essa área e a justiça também re-conheceu a ilegalidade.

Na mesa de negociações nossa ação também tem sido firme. O Sur-real voltará para a fábrica, de onde nunca deveria ter saído. Estamos le-vantando novos casos e seguimos na luta contra a precarização e por

mais e melhores empregos.

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A redução da mão de obra somada à pressão por produção gera a sobrecarga de trabalho entre todos os setores e cargos. Os episódios relatados mostram que os supervi-sores estão desforrando o estresse naqueles que estão abaixo na cadeia de produção.

Algumas denúncia geram preocupa-ção, porque ameaçam a integridade física dos supervisores. “Não sei não, mas acredito que se ele não melhorar o comportamento perante os subordinados, vai tomar uma sur-ra fora da empresa!”, relata um trabalhdor da Unidade 3 da Manutenção.

A empresa é responsável por essa po-lítica que coloca supervisores contra os demais porque pressiona por produção. A preocupação da direção da empresa com esses casos deveria ser muito maior. É estra-nho que alguns supervisores eram bem ava-liados pelos trabalhadores e hoje são moti-vo de reclamação. O que aconteceu com eles?

Diante desse quadro, o Sindialimen-tação defende que a empresa invista em melhor formação desses profissionais que exercem a função de liderança. Além da incapacidade de liderar pessoas, estão ge-rando um clima de insatisfação que coloca em risco sua própria integridade física.

Sindicato se preocupa com clima de violência

Tudo ele [supervisor]

fala que vai tratar

administrativamente

ou que vai dar

advertência, assim

não conseguimos

trabalhar direito

- Setor de Utilidades

um alerta aos supervisores capatazes: é melhor tirarem a b**** das cadeiras e olharem como andam os equipamentos da empresa e tomar conta da situação de forma administrativa e não a base da chicotada”(Setor de Manutenção)

O assédio moral no tra-balho é configurado como atitudes que menospre-zem, reprimam, humilhem ou rebaixem o trabalhador, e têm características de re-petição e prolongamento. Praticado geralmente por pessoas de cargos superio-res contra seus subordina-dos. Muitos trabalhadores se sentem desmotivados e humilhados, alguns che-gam a pedir demissão. Mas, a desmotivação não é a única consequência. A saúde também pode ser afetada. Os danos vão desde tremores, dores ge-neralizadas e palpitações até depressão, distúrbios digestivos, podendo che-gar, em casos extremos, a tentativa de suicídio.

No estado, tem cres-cido o número de ações

“Assédio Moral”, o que é isso?judiciais que denunciam assédio moral no trabalho, chegando a 176 ações, que representam 37% do total do ano passado, ape-nas nos três primeiros meses deste ano. O Espírito Santo foi o pioneiro a dar ganho de causa a um trabalhador, em 2012, quando um banco foi condenado a indenizar seu funcionário, que adqui-riu síndrome do pânico por abusos e pressões no local de trabalho, caso inédito no Brasil.

Se você se sente vítima desse tipo de atitude, não se cale! Relate os aconteci-mentos ao seu sindicato, re-úna-se com colegas de tra-balho e junte testemunhas contra o comportamento abusivo de seu chefe. O ambiente de trabalho deve ser fundamentado no res-peito e na ética profissional.

[a supervisora tem] visão de carrasca, vingativa, opressora, com jeito angelical cruel, falsa e impulsiva(Linha Flex)

A supervisão reuniu a equipe e, ao invés de tratar do expedien-

te do dia, humilhou e constrangeu os trabalhadores. O supervisor

perguntou: “- Qual é o seu nome? O trabalhador respondeu. Não

satisfeito, o supervisor perguntou de novo agressivamente, por

quatro vezes: “- Qual é o seu nome?! Fala bem alto, p**** que eu

não estou escutando! Por fim, o trabalhador gritou bem alto o seu

nome e sobrenome. O supervisor, então, proferiu palavras ofensivas

à integridade do trabalhador.E o descontrole continuou: o supervisor perguntou qual tipo de

chocolate cada trabalhador gostava. Após a resposta de alguns, ele

jogou uma caixa nova de tabletes no chão, chutou e espalhou as

barras para todos os lados. Algumas voaram e atingiram trabalha-

dores.

No dia 10 de março, mais desrespeito. Os trabalhadores do CDES

foram obrigados operar empilhadeiras na chuva, o que não é per-

mitido pelas normas de segurança. Os trabalhadores foram humi-

lhados com palavras ofensivas e ameaças de demissão.

CDES DENÚNCIA

Sindialimentação

ATÉ QUANDO TEREMOS QUE PASSAR

POR ISSO? ATÉ QUANDO VAMOS SER

SUBMETIDOS ÀS OPRESSÕES?

SERÁ QUE ESTE É O PADRÃO DA NESTLÉ?

(LINHA FLEX)

Será realmente necessário

ocorrer algo lá fora para

mudarem o comportamento

aqui dentro?

ASS. Manutenção

É incrível como falta sensibilidade dos supervisores... É triste, mas algo vai ter que acontecerUnidade 2 de Manutenção

Exemplo a não ser seguido, arrogante, ignorante, falta com respeito aos seus supervisores e manutentores

*Unidade 1 de Manutenção

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O Sindialimentação ven-ceu dois processos contra ter-ceirizações ilegais que existiam na Garoto. A justiça considerou contra a lei a contratação das empresas Eximilog e Kaiser. A Eximilog realizava trabalhos de logística, já a Kaiser fazia carga e descarga. As duas empre-sas prestavam atividades fins, e não meio, o que caracteriza uma terceirização contra a lei.

O contrato com a Eximi-log foi cancelado pela Garo-to quando o Sindicato ajuizou ação questionando a legalida-de da parceria. Mesmo assim, a justiça confirmou a ilegalidade

Kaiser e Eximilog: Sindicato conquista vitórias contra a terceirização

da terceirização durante o pe-ríodo de validade do convênio.

Quanto à Kaiser, a decisão judicial exige que o contrato seja suspenso, que os funcio-nários sejam efetivados como trabalhadores da Garoto e que sejam pagas as diferenças sa-lariais referentes ao período de duração do contrato.

O Sindialimentação fiscaliza constantemente os contratos de terceirização da empresa. Nosso objetivo é impedir que a terceirização provoque demissões, má qualidade no serviço prestado e condições inadequadas de trabalho.

O Sindicato está tomando todas as medidas possíveis para operacionalizar com agilidade o pagamento dos mais de 1.400 trabalhadores que vão receber o repasse financeiro do processo de horas extras de setembro de 1998. Quem possui conta na Caixa ou Bradesco pode receber a quantia mais rapidamente, por transferência bancária. Os demais serão orientados pelo setor financeiro do Sindialimentação.

Lista disponível na sede do SindicatoComo já foi veiculado em Circular, a justiça

deu ganho de causa aos trabalhadores que fize-ram 40 minutos de horas extras em setembro de 1998 enquanto corria a negociação do acordo coletivo. Cerca de 1.450 pessoas têm direito de receber o ressarcimento pelas horas extras. Para saber se você foi contemplado, basta se dirigir à sede do Sindialimentação com RG e CPF.

Esse processo de horas extras é resultado da luta pelo aumento do tempo de almoço que antes era de 30 e passou a ser de 40 minutos. Na época, não havia tempo suficiente para atravessar a pas-sarela e almoçar.

Processo de horas extras: Sindialimentação agiliza entrega de ressarcimento

Demissões continuam preocupando SindicatoEsta semana, fortes boatos de demissão voltaram a preocupar o Sindicato. Por isso, o Sindialimentação solicitou uma nova reunião de urgência com a Garoto para esclarecer o boato de cerca de 100 demissões. Para o Sindicato, é estranho que esse boato tenha surgido, visto que nós já discutimos férias como uma alternativa para evitar demissões em massa. a empresa chegou, inclusive, a anunciar mais 200 férias além das 150 já anunciadas. Em função dos boatos, o Sindicato retomou sua campanha contra as demissões e colocou nessa quinta-feira (25) um carro de som que circulou pela Glória e na porta da empresa exigindo a suspensão de demissões em massa.

Essa ação é um desdobramento da campanha pública iniciada na Festa da Penha ondea diretoria distribuiu mais de 20 mil panfletos denunciando as demissões de trabalhadores doentes e antigos de casa.

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INFORMATIVO DOS TRABALHADORES NASINDÚSTRIAS DE ALIMENTAÇÃO DO ES

Estrada Jerônimo Monteiro, 1732 - Vila Velha - ESTelefone: 3339-5027E-mail: [email protected]

COORDENADORA GERAL DO SINDICATOLinda Morais

COORDENADOR DA SECRETARIA DE COMUNICAÇÃOElifas Medeiros

EDIÇÃO E DIAGRAMAÇÃOSylvia Ruth

Corpus Christi:troca de feriado

Nessa segunda-feira (29),o Sindicato irá discutir com a empresa a proposta de trabalhadores de trocarem a data do feriado do dia 31 pelo dia 23 para que seja possíve emendar a folga.

O Sindialimentação e a CrediGaroto oferecem um cur-so gratuito para as mães que querem ficar mais bonitas. No dia 9 de maio, quinta-feira, será realizado um curso rápido de automaquiagem. As aulas vão acontecer no Espaço Atitude e serão ministradas pela diretora da Mary Kay Cosméticos Re-nata Felício. Você escolhe o horário: às 9h30, 14h30 ou 19h30.

Durante o curso, também haverá o sorteio de brindes en-tre as participantes. Podem participar as mães trabalhadoras filiadas ao Sindialimentação ou à CrediGaroto. Inscrições de 24 a 30 de abril, na sede do Sindialimentação.

O evento é promovido pelo Sindialimentação em parce-ria com a CrediGarto.

Apoios: Salão da Luiza e Mary Kay.

Dia das mães: curso de automaquiagem vai presentear trabalhadoras

Inscrições: sede do Sindialimentação, de 24 a 30 de abrilData: 9 de maio (quinta-feira)Local: Espaço AtitudeEndereço: Rua Gonçalves Dias (rua do vestiário)Professora: Renata Felício − Diretora da Mary KayHorários: 9h30, 14h30 ou 19h3Duração: 2 horas

Curso de Automaquiagem

O 1º Pedalaço Traba-lhando pela Vida teve sua data alterada devido as agendas de atividades da cidade e das entidades rea-lizadoras do evento, o Sindia-limentação e a CrediGaroto.

Nos próximos dias, as en-tidades definirão uma nova data. As inscrições feitas se-rão mantidas e quem ain-da não se inscreveu deve aguardar uma nova data para inscrição.

Cada trabalhador ou as-sociado pode inscrever até um dependente legal de, no mínimo, 12 anos completos

até a data do pedalaço. A taxa solidária é de uma lata de leite em pó, que será do-ada para a instituição mais escolhida da lista no ato da inscrição.

A largada será dada em frente à sede do Sindialimen-tação e a chegada será na pracinha da Garoto, onde acontecerá uma confrater-nização com pula-pula, al-godão doce e pipoca para a festa da criançada. Fique atento à nova data que sai-rá nas próximas edições e ve-nha participar conosco des-ta grande iniciativa em prol da vida.

Pedalaço tem data alterada