Gabarito 3o. ano língua portuguesa 2 - 2o. bim

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1 GABARITO PRé-VESTIBULAR EXTENSIVO | CADERNO 2 | MANUAL DO PROFESSOR GABARITO Língua Portuguesa II MÓDULO 8 Aplicação da teoria 1 A) Referência filosófica/histórica. B) Dados estatísticos. C) Base histórica. D) Questionamento. E) Flashes. F) Tradicional. 2 A) Questionamentos. B) Flashes. C) Tradicional. D) Tradicional. E) Abordagem histórica. 3 Pontos positivos: a redação apresenta uma introdução bas- tante criativa. Utiliza-se a ironia como forma de criar uma expectativa surpreendente no leitor. Pontos negativos: a redação é deficiente na argumentação e na defesa de ideias. Exercícios 1 Tema: democracia e desigualdade no Brasil. Estratégia: contextualização do tema com abordagem his- tórica. 2 a) No Brasil, não tenhamos dúvida, vivemos uma espécie de esquizofrenia, pois a imagem feminina oficial nunca coincide com a real. b) Nessa realidade, todos garantem sua segurança como podem, comprando armas, planejando roteiros, evi- tando sair de casa. Afinal, ninguém quer ser vítima da violência. c) De que adianta a pura consciência individual se o siste- ma não vê obstáculos para sua expansão destruidora? Redação em prática 1 a parte – Relação entre tipo de tema 3 estratégia de texto 1 A configuração social é, portanto, caracterizada pelo para- doxo fundamentado na Antiguidade Grega. Se, de um lado, tem-se a civilidade aparentemente instituída, por outro, vê- -se a barbaridade cotidiana em processo de banalização. Nesse contexto, civilização passa a ser sinônimo de barbárie inerente, em função do panorama social. Das aparências às certezas, certo é que o cenário atual será páginas de livros futuros fundamentais para o estudo da História – intitulados “A História da Civilização Decapitada”. 2 a) O tema avaliado é subjetivo, uma vez que trabalha com noções da ordem sentimental humana – noções essas oscilantes de acordo com as experiências pessoais. b) As palavras-chave do tema são “amar”, “compaixão” e “verdade”, já que há uma conceitualização dos senti - mentos amor e compaixão, relacionando-os ao estatuto de verdade. c) Para concluir o texto, o autor utiliza uma técnica se- melhante à proposta de intervenção – um dos critérios essenciais ao ENEM. Entretanto, essa estratégia é indi- cada somente a temas objetivos, que admitem soluções de aplicáveis e práticas à problemática. Como o tema em questão é subjetivo, a intervenção não é indicada, pois assuntos abstratos não podem ser definidos nem solucionados de forma geral. 2 a parte – Criação de introdução e conclusões 1 a) Palavra é, em sua natureza etimológica, a unidade que, por meio de sua expressão, constitui valor semântico va- riável de acordo com a sociedade em que se apresenta. Nesse sentido, mantendo diálogos com as culturas de determinados povos, esse vocábulo torna-se respon- sável pela comunicação e expressividade humanas. Da literatura a conversas cotidianas, a palavra comporta-se, dessa forma, como a tradutora da arte antropóloga. b) “Palavras apenas, palavras pequenas”. Em sua arte, Cás- sia Eller canta uma aparente inexpressividade das pala- vras, que mascara o seu influente poder de expressão. Nessa dicotomia, qual é a verdadeira realidade inten- cional de um simples vocábulo? Eles não são somente um amontoado de letras? Ou será a palavra apenas um meio de comunicação social? Ela é, sem dúvida, o veí- culo milenar responsável pela integração humana. 2 a) Com base na Tese I, elabore: – Uma Introdução por situação concreta. Passos rápidos denunciavam a pressa para chegar ao destino. Depois passaria no supermercado, esquentaria o jantar congelado e ainda mandaria o relatório para o email do chefe, mas isso só depois da academia. Com a absorção de novos papéis e sua entrada no mercado de trabalho, cenas como essas tornaram-se comuns na rotina de muitas mulheres. Isso é apenas a prova de que a representação sobre elas hoje não segue o mes- mo padrão de antes, visto a sua superação dos antigos modelos e a inauguração de novos padrões. – Introdução por contextualização histórica. Uma passeata de donas de casa pelas ruas revelava mui- to mais que uma greve de aventais. O ano? Década de 1968. O movimento? Feminista. As reivindicações não passavam de meras solicitações por direitos iguais entre os sexos, mostrando que a herança da saga feminina é muito mais do que o cheiro de comida vindo da co- zinha. Com a absorção de novos papéis e sua entrada no mercado de trabalho, a mulher conseguiu superar ainda mais a existência de antigos modelos e inaugurar outros, reinventando sua posição social. b) Com base na Tese II, elabore: – Uma introdução por flashes. Saltos altos às ruas, em protestos. Aventais nas cintu- ras, em casas. Telefones à espera, em escritórios. Esses são os antagonismos que compõem o cenário moderno das mulheres, acompanhadas por desdobramentos em dupla jornada. Porém, o que não aparece nesse mesmo ambiente é o reconhecimento do papel feminino na sociedade contemporâneo. Das panelas aos escritórios, o quadro atual é marcado por preconceitos e limitações impostas por pressupostos anacrônicos. – Uma conclusão por ressalva. Nesse sentido, observa-se que os anseios da mulher atual são limitados muito mais pelo preconceito da sociedade do que por sua própria capacidade, que é inegável. A associação automática de determinados ícones à figura

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GABARITO

Pré-vestibular extensivo | caderno 2 | manual do Professor

gABARITo

Língua Portuguesa II

Módulo 8

aplicação da teoria

1 A) Referência filosófica/histórica.

B) Dados estatísticos.

C) Base histórica.

D) Questionamento.

E) Flashes.

F) Tradicional.

2 A) Questionamentos.

B) Flashes.

C) Tradicional.

D) Tradicional.

E) Abordagem histórica.

3 Pontos positivos: a redação apresenta uma introdução bas-

tante criativa. Utiliza-se a ironia como forma de criar uma

expectativa surpreendente no leitor.

Pontos negativos: a redação é deficiente na argumentação

e na defesa de ideias.

Exercícios

1 Tema: democracia e desigualdade no Brasil.

Estratégia: contextualização do tema com abordagem his-

tórica.

2 a) No Brasil, não tenhamos dúvida, vivemos uma espécie

de esquizofrenia, pois a imagem feminina oficial nunca

coincide com a real.

b) Nessa realidade, todos garantem sua segurança como

podem, comprando armas, planejando roteiros, evi-

tando sair de casa. Afinal, ninguém quer ser vítima da

violência.

c) De que adianta a pura consciência individual se o siste-

ma não vê obstáculos para sua expansão destruidora?

redação em prática

1a parte – Relação entre tipo de tema 3 estratégia de texto

1 A configuração social é, portanto, caracterizada pelo para-

doxo fundamentado na Antiguidade Grega. Se, de um lado,

tem-se a civilidade aparentemente instituída, por outro, vê-

-se a barbaridade cotidiana em processo de banalização.

Nesse contexto, civilização passa a ser sinônimo de barbárie

inerente, em função do panorama social. Das aparências às

certezas, certo é que o cenário atual será páginas de livros

futuros fundamentais para o estudo da História – intitulados

“A História da Civilização Decapitada”.

2 a) O tema avaliado é subjetivo, uma vez que trabalha com

noções da ordem sentimental humana – noções essas

oscilantes de acordo com as experiências pessoais.

b) As palavras-chave do tema são “amar”, “compaixão”

e “verdade”, já que há uma conceitualização dos senti-

mentos amor e compaixão, relacionando-os ao estatuto

de verdade.

c) Para concluir o texto, o autor utiliza uma técnica se-

melhante à proposta de intervenção – um dos critérios

essenciais ao ENEM. Entretanto, essa estratégia é indi-

cada somente a temas objetivos, que admitem soluções

de aplicáveis e práticas à problemática. Como o tema

em questão é subjetivo, a intervenção não é indicada,

pois assuntos abstratos não podem ser definidos nem

solucionados de forma geral.

2a parte – Criação de introdução e conclusões

1 a) Palavra é, em sua natureza etimológica, a unidade que, por meio de sua expressão, constitui valor semântico va-riável de acordo com a sociedade em que se apresenta. Nesse sentido, mantendo diálogos com as culturas de determinados povos, esse vocábulo torna-se respon-sável pela comunicação e expressividade humanas. Da literatura a conversas cotidianas, a palavra comporta-se, dessa forma, como a tradutora da arte antropóloga.

b) “Palavras apenas, palavras pequenas”. Em sua arte, Cás-sia Eller canta uma aparente inexpressividade das pala-vras, que mascara o seu influente poder de expressão. Nessa dicotomia, qual é a verdadeira realidade inten-cional de um simples vocábulo? Eles não são somente um amontoado de letras? Ou será a palavra apenas um meio de comunicação social? Ela é, sem dúvida, o veí-culo milenar responsável pela integração humana.

2 a) Com base na Tese I, elabore:

– Uma Introdução por situação concreta.

Passos rápidos denunciavam a pressa para chegar ao destino. Depois passaria no supermercado, esquentaria o jantar congelado e ainda mandaria o relatório para o email do chefe, mas isso só depois da academia. Com a absorção de novos papéis e sua entrada no mercado de trabalho, cenas como essas tornaram-se comuns na rotina de muitas mulheres. Isso é apenas a prova de que a representação sobre elas hoje não segue o mes-mo padrão de antes, visto a sua superação dos antigos modelos e a inauguração de novos padrões.

– Introdução por contextualização histórica.

Uma passeata de donas de casa pelas ruas revelava mui-to mais que uma greve de aventais. O ano? Década de 1968. O movimento? Feminista. As reivindicações não passavam de meras solicitações por direitos iguais entre os sexos, mostrando que a herança da saga feminina é muito mais do que o cheiro de comida vindo da co-zinha. Com a absorção de novos papéis e sua entrada no mercado de trabalho, a mulher conseguiu superar ainda mais a existência de antigos modelos e inaugurar outros, reinventando sua posição social.

b) Com base na Tese II, elabore:

– Uma introdução por flashes.

Saltos altos às ruas, em protestos. Aventais nas cintu-ras, em casas. Telefones à espera, em escritórios. Esses são os antagonismos que compõem o cenário moderno das mulheres, acompanhadas por desdobramentos em dupla jornada. Porém, o que não aparece nesse mesmo ambiente é o reconhecimento do papel feminino na sociedade contemporâneo. Das panelas aos escritórios, o quadro atual é marcado por preconceitos e limitações impostas por pressupostos anacrônicos.

– Uma conclusão por ressalva.

Nesse sentido, observa-se que os anseios da mulher atual são limitados muito mais pelo preconceito da sociedade do que por sua própria capacidade, que é inegável. A associação automática de determinados ícones à figura

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feminina colaboram ainda mais para esse posicionamen-to. Afinal, não há quem faça um almoço tão bom e cuide tão bem da roupa do filho e marido. Contudo, até que ponto não estará a mulher inserida nessa ideologia des-crente de suas próprias capacidades por causa de uma herança anacrônica? Resta a ela tentar ver além do pano de fundo imposto por esse cenário histórico.

c) Com base na Tese III, elabore:

– Uma conclusão com pergunta reflexiva. Sendo assim, a situação contemporânea da mulher

apresenta o paradoxal encontro entre a mudança e a estabilidade. Alguns modelos foram ultrapassados, outros permanecem, mostrando que há possibilidade de coexistência pacífica entre os dois extremos. Afinal, não será exatamente o equilíbrio de posicionamentos o ideal buscado pela contemporaneidade?

– Uma conclusão por proposta de intervenção.

O quadro atual é pintado, portanto, por tintas e co-res diversificadas em sua essência, que traçam uma fotografia bipolar. De um lado, vê-se um cenário de estabilidade conduzido por tradicionalismos; do outro, tem-se um panorama marcado de mudanças traduzi-das por inovações. Para que essa oscilação seja marca apenas do passado, é preciso a reformulação do con-ceito único de família patriarcal. Com isso, por meio do reconhecimento da figura feminina como ativa desde o início da aprendizagem humana, é certo que as pró-ximas gerações a tratarão como uma projeção artística da superação humana.

3a parte – Uso de imagens / recursos do “texto-Circuito”

1 As produções cinematográficas são, portanto, projeções

e representações sociais, não só com o objetivo de espe-

lhar o contexto no qual se insere, mas também com o de

traduzir os desdobramentos humanos. Da objetividade à subjetividade de sua apresentação, o cinema passa a ser sinônimo de funcionalismo: ao apresentar o homem junto à sociedade, descreve-os. Assim, tanto a mimesis quanto a catarse são consequências preestabelecidas e vislum-

bradas. É provável, portanto, que os irmãos Lumière não visualizavam a projeção que esse meio de interação social poderia comportar. Acendem-se as luzes. Comentam-se

entre as poltronas. Sobem os créditos.

2 a) Os elementos semânticos foram os que fazem referência

ao cinema, não só como arte, mas também como local

de entretenimento. Podemos destacar, nesse sentido,

os trechos: “Sala escura. Plateia em silêncio. Começa a

projeção” ; “Cena 1” ; “Cena 2” ; “grande tela”.

b) Tese: Valores humanistas, éticos e universais podem ser construídos em detrimento da simples preservação humana.

A1: (causa e consequência) A possibilidade de trocas

culturais intensas acarreta a identificação com as mais

diversas representações simbólicas da humanidade e a necessidade de erguimento de diretrizes tolerantes e

democráticas.

A2: (contra-argumentação) Em um contexto pós-mo-

derno muitos acreditam na necessidade de relativização absoluta de valores éticos e que a condição individual deveria ser privilegiada. Entretanto, essa aceitação ampla e irrestrita de representações provoca, necessa-

riamente, a tolerância de atos intolerantes e a própria

condição íntima é ameaçada.

Estratégias para o texto circuito:

a) Introdução: o texto circuito, nesse caso, seria conse-

guido a partir da imagem do quebra-cabeça. A visão de um jogo aparentemente fragmentado e disperso seria

utilizada nesse primeiro parágrafo.

b) A1: junto com esse argumento seria posta a ideia de

que as peças do jogo podem se encaixar.

c) A2: a ideia de que as peças vão formando um todo a partir do encaixe seria trabalhada.

d) Conclusão: retomando a ideia da introdução, a concep-

ção do quebra-cabeça que aparentemente é um jogo

picotado e na verdade é formado por um todo hetero-

gêneo e diverso seria afirmada.

3 Os japoneses glorificam a comemoração de 80 anos. Os

indianos, a de 60. Já os brasileiros idolatram a de 100 anos.

Atravessando séculos e gerações, o culto clássico à velhice, portanto, marca a maioria das nações. Assim, por mais

que a condição física dos idosos não colabore inteiramente

para a sua interação social, essa parcela da população, com

seu acréscimo de sabedoria, faz valer a sua figuração. O conhecimento dos mesmos, desse modo, não se limita às

problemáticas sociais e físicas, estendendo as suas palavras do pretérito perfeito ao mais-que-perfeito. A velhice perde, então, o estatuto de preterida, e ganha o de preferida.

análise de texto e fenômenos linguísticos

1 B

2 A

3 B

4 D

5 D

6 C

7 B

8 A

9 C

10 C

11 B

12 D

13 D

14 A

15 C

16 A

17 C

Módulo 9

redação em prática

1a parte – Estratégia de introdução e de conclusão

1 a) O autor focou-se em uma ilustração do cenário de he-róis brasileiros por meio da enumeração de diversos ícones. O recurso acabou não sendo eficiente, pois foi utilizado durante todo o parágrafo, não deixando es-paço para que fossem cumpridas as demais funções da introdução. Pode-se dizer também que o fato de o recurso ser usado exageradamente pode deixar o texto cansativo e que a presença da sonoridade das rimas descaracteriza o tom dissertativo.

b) A tese foi apresentada ao final do parágrafo. No en-tanto, pode-se dizer que ela não foi apresentada de

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GABARITO

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maneira forte, pois apenas se afirmou um dos pontos propostos pelo tema, sem apresentar uma ideia dife-renciada com relação ao posicionamento escolhido.

c) A figura do herói nacional criada pelo Romantismo

no século XIX não se ateve ao seu tempo. Analisando a imagem do índio guerreiro, passando pelo grito de

independência de D. Pedro I, e seguindo por tantos

ícones cujos brados, mortes e vitórias – de Getúlio Vargas a Pelé – marcaram a nossa história, percebe-

-se uma nação construída por heróis. Algumas vezes nos restam as cinzas de um herói desacreditado, em

outros casos a esperança de um novo ícone. É impor-tante perceber, no entanto, que a presença de tantos

mitos icônicos, apesar de ilustrar a história de nossa sociedade, afirma a inconsistência de uma nação frágil

e volátil.

2 a) Tema: A relação do homem com os conflitos cotidia-

nos e a sua capacidade de criar mecanismos de defesa.

(mais amplo)

Tema: As mudanças sociais interferem no desenvolvi-mento de novas doenças e no crescimento da indústria farmacêutica. (mais específico) Tese: A presença de no-

vas doenças e males sociais se deve a uma sociedade frágil e desesperançosa. É possível estabelecer outros temas e teses, desde que coerentes com a discussão a

respeito do conteúdo dos parágrafos.

b) São utilizadas palavras do mesmo campo semântico, referentes à guerra. Esse recurso contribui para o texto

como um todo, pois dá coerência e coesão ao encadea-

mento de ideias, gerando o “texto-circuito”.

c) A proposta não é eficaz, porque ela indica que os mé-

dicos devem alertar a população, mas não aponta de forma prática e concreta como isso pode ser feito.

d) • A dificuldade humana em lidar com os conflitos co-

tidianos faz com que os indivíduos se entreguem a novas doenças sociais.

• O surgimento de novas doenças está diretamente re-

lacionado às transformações sociais, que geram novos conflitos e, logo, novas necessidades.

2a parte – Consistência argumentativa

1 Em uma sociedade que combina o domínio da propaganda

e das instantaneidades, tudo se torna compacto e subme-

tido ao ato de compra e venda.

– Na sociedade regida por propagandas, todos os elemen-

tos da vida de um indivíduo tornam-se capazes de propa-

gar sua imagem diante do meio em que vive.

– Outras respostas são possíveis.

2 Assim como o teatro abre suas cortinas para apresentar

um espetáculo a ser adorado e aplaudido pelo público, os

indivíduos constantemente expõem suas vidas em palcos, como meio de propagandas de si próprios, ilustrando para

a sociedade suas ideias, suas relações e suas características

pessoais.

3 As relações subjetivas do indivíduo com o outro e do indi-víduo consigo mesmo acabam sendo materializadas, como reflexo de uma sociedade em que tudo se torna objeto

passível de venda.

Os indivíduos, por influência das campanhas publicitárias, deixam de avaliar suas reais necessidades e desejos, tor-nando-se o consumo um meio de controle e de alienação.

Cria-se uma comparação entre os indivíduos e uma con-sequente padronização dos objetivos materiais que esses devem atingir em suas vidas.

Outras respostas são possíveis.

4 Percebe-se, portanto, que a propaganda é a forma mais direta e eficaz de se vender produtos e ideias a um indi-víduo. No entanto, não se pode esquecer que não só de bolsos e matérias são feitos os homens, mas principalmente de anseios, desejos e necessidades subjetivas. Esses não podem ser superados pelo materialismo, cabendo a cada ser humano a consciência crítica e o autoconhecimento para se avaliar diante da realidade publicitária. Assim, não importa que a propaganda seja a alma do negócio, e sim que a sensibilidade individual seja os olhos da alma e que a alma seja, por vezes, olhos cegos ao consumo.

3a parte – Análise de texto argumentativo

1 Convém destacar, ainda, que a necessidade da hora marca-

da e o temor do envelhecimento fazem com que o homem viva em um paradoxo: é preciso rapidez para o correr das ações, porém a passagem do tempo assusta e desperta

o medo do fim. Concomitantemente ao fato de procurar

desacelerar os ponteiros do relógio por meio de plásticas,

academias e terapias, o ser humano opta pela instanta-

neidade tanto nas relações pessoais quanto no fluxo de

informação, já que são muitos os afazeres e poucas as ho-

ras. Nesse sentido, todos os fatos e atos devem ser velozes, contudo a velocidade significa o aumento dos anos e um medo maior da efemeridade da vida. O sorriso congelado no retrato é o elo com o passado perdido e o afastamento

do presente conturbado.

2 Ter uma atitude egoísta não é a melhor forma de se com-

portar. Pensar somente na própria saúde e família pode

ser mais gratificante quando há predisposição a ajudar o

coletivo. Essa postura faz-se presente quando deixamos de usar carros particulares e incentivamos o uso de transpor-tes coletivos. Pode parecer utópico, mas por meio de ações como essa é possível diminuir drasticamente os níveis de poluição atmosférica e os intermináveis engarrafamentos, o que deixaria menos estressados os motoristas mais im-

pacientes. Assim, até o asfalto agradeceria.

análise de texto e fenômenos linguísticos

1 A

2 B

3 D

4 A

5 B

6 C

7 A

8 D

9 D

10 C

11 B

12 D

13 B

14 A

15 C

16 C

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Módulo 10

Conceito de texto

1 O candidato bem preparado em literatura sabe que os anos

de 1600 foram barrocos, o que leva à letra A como resposta.

análise de textos não verbais

1 C

Eixo interdisciplinar: construção do texto.

Item do programa: compreensão dos elementos não ver-

bais.

Subitem do programa: relação entre e o verbal e não verbal.

Objetivo: discriminar crítica presente na charge, com base

na relação entre sua imagem e texto.

Na charge, faz-se uma crítica direta à arte moderna, por

meio da fala do personagem que observa o quadro. Nota-

-se, também, uma crítica indireta no título do quadro, que

focaliza um aspecto econômico associado ao uso da pala-

vra “rombo”, frequentemente empregada para se referir a

orçamentos insuficientes.

2 A

Eixo interdisciplinar: estrutura e sentido do texto.

Item do programa: organização interna do texto.

Subitem do programa: relação entre imagem e palavra.

Objetivo: explicar associação entre elementos verbais e não

verbais na compreensão do sentido global do cartum.

O cartum de Caulos combina elementos visuais e textuais.

Para seu entendimento, faz-se necessária a leitura desta

combinação. Cada uma das sete letras da palavra “solidão”

aparece em balões distintos, demarcando o pensamento

de sete personagens distintos. A separação das letras dessa

maneira, associada à imagem de personagens que andam

para um lado e para o outro sem esboçarem contato ou

comunicação, e à circunstância de a palavra ser exatamente

“solidão”, expressa, principalmente, a dificuldade de cone-

xão entre as pessoas.

3 C Eixo interdisciplinar: estudo do texto. Item do programa: organização interna do texto. Subitem do programa: recursos tipográficos, imagens. Objetivo: explicar função de recurso não verbal. O recurso visual de balões de pensamento deixa claro que

há diálogo do personagem apenas consigo mesmo, dessa

maneira enfatizando sua condição solitária.

Exercícios

1 E

A “interação pacífica no uso da língua portuguesa e da

língua tupi” aparece com clareza no texto: “Durante mui-

to tempo o português e o tupi viveram lado a lado como

línguas de comunicação”. Os bandeirantes, que eram

portugueses, usavam o tupi nas suas expedições. O Padre

Vieira testemunha a convivência estreita entre as famílias

dos portugueses e dos índios, sendo a língua tupi falada

nessas famílias, mas indo os meninos aprender o português

na escola. Fica claro que é dessa “interação pacífica” que

resulta o patrimônio linguístico brasileiro.

2 B

No primeiro texto, o trecho “resta saber o que ficou das línguas indígenas no português do Brasil” deixa pressupos-to que elementos de uma língua são preservados mesmo que não existam mais falantes dela. No segundo, a antiga escrita egípcia na Pedra de Roseta também comprova a preservação de elementos de uma língua, embora tenham desaparecido seus falantes.

3 E

A resolução dessa questão depende mais da interpretação do texto do que de conhecimentos prévios. No trecho em que o autor menciona as duas variedades da “língua geral”, elas se mostram distribuídas espacialmente (norte/sul).

4 E

O trecho de Cornélio Pires contém usos de variedades linguís-ticas não referendadas pelo normativismo — seja na morfos-sintaxe (“as perna curta”), seja na busca por representar a pro-núncia dessas variedades (“sombranceia”). Desse modo, ao registrar na escrita a descrição da personagem “Pisadeira”, o autor documenta e valoriza não só o folclore brasileiro, como também a própria fala característica do universo popular.

5 B

“Corasamborim” (junção de “coração”, “samba” e “tambo-rim”) é uma criação vocabular dos enunciadores da canção, portanto um neologismo, formado por um mecanismo pre-visto no sistema linguístico: a composição por aglutinação ou, mais especificamente, a formação de palavra-valise.

6 A

Como o enunciado já sinaliza, trata-se da função expressiva da linguagem. Cabe, então, comprovar isso assinalando suas características. Já que tal função centra-se no emissor, seus sentimentos e emoções são explorados, como revela o uso da interjeição “ah” e de pronomes e verbos na primeira pessoa, como “eu”, “me” e “vou”.

7 B

A questão requer conhecimento sobre as funções de lin-guagem. Trata-se da função referencial porque tem caráter informativo, centrado na constatação. Empregam-se para isso, adjetivos neutros e vocabulário denotativo.

8 D

O texto utiliza a metalinguagem de forma a referir-se a um assunto da própria Língua Portuguesa. Nele, é ressal-tado que expressões idiomáticas são inerentes a todas as diferentes regiões do Brasil. Assim, não se faz referência a discriminações sociais pela forma de falar entre as diferentes regiões do país, nem se tenta esclarecer o significado de ne-nhuma expressão; a preocupação do texto é simplesmente a de esclarecer o que são as tais expressões idiomáticas.

9 A

No poema “Sentimental”, de Carlos Drummond de An-drade, o eu-lírico incorpora à sua reflexão elementos da realidade: escreve o nome da sua amada com letras de macarrão, enquanto a sopa esfria. Essa brincadeira faz alu-são ao próprio fazer poético, uma vez que a letra que falta para completar aquele nome pode refletir o impasse vivido pelo poeta durante o processo de composição: a busca por um termo específico, uma palavra adequada ou mesmo um encerramento ideal para o seu poema. Nas duas primeiras estrofes, ele se dirige à amada (“Ponho-me a escrever teu nome”, “uma letra somente / para acabar teu nome!”); na última, descreve o seu estado, além de criar poeticamente a metáfora do cartaz amarelo que paira sobre todas as consciências como forma de censura.

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5Pré-vestibular extensivo | caderno 2

10 B

No texto, a função de linguagem característica é a refe-

rencial, uma vez que o elemento da comunicação que

ganha destaque é o referente, isto é, o objeto de que se

fala. Em outros termos, a finalidade do artigo é informar

o leitor a respeito de algo: no caso, trata da importância

tanto do clorofórmio quanto do computador para o fazer

científico.

11 C

Embora o texto apresente um efeito positivo do dióxido

de carbono, ele não deixa de apresentar os seus efeitos

negativos, expressos por meio dos adjetivos encontrados

nas expressões “consequências calamitosas” e “efeitos in-

calculáveis”.

12 E

A biografia de Machado de Assis que serviu de base à

questão apresenta informações encadeadas de maneira

cronológica: seu nascimento, a perda da mãe, a criação

pela madrasta e a matrícula na escola pública. Apesar de

um trecho de maior subjetividade (“o maior escritor do

país e um mestre da língua”), a linguagem da biografia é

marcada pela objetividade, ou seja, os enunciados foram

elaborados para enfatizar o assunto, as informações sobre

a vida de Machado, não as impressões pessoais do enun-

ciador sobre elas.

13 E

Na primeira ocorrência, o conectivo “mas” expressa con-

teúdo de oposição: o vento batendo na cortina contrasta

com o calor do apartamento. Na segunda, não tem valor

de adversidade, mas de reiteração: o narrador diz que a

personagem plantara “as sementes que tinha na mão, não

outras”; logo, o trecho “mas essas apenas” enfatiza a in-

formação dada.

14 D

O gênero textual apresentado é a resenha crítica. O au-

tor deve ter um conhecimento abrangente do assunto a

ser tratado para que possa elaborar sua crítica (entendida

aqui no sentido de comentário, análise ou apreciação). As

opiniões apresentadas devem ser fundamentadas com

exemplos, comparações e outros recursos que convençam

o leitor da consistência das afirmações feitas.

15 A

O texto pertence ao gênero anedota, que se caracteriza

pela brevidade e simplicidade do enredo, visando à comici-

dade e, normalmente, culminando em um efeito-surpresa.

Não procura exibir um estilo literário refinado, nem neces-

sariamente registrar uma experiência real.

16 a) O problema está na aberração que a clonagem repre-

senta: a ovelha nasceu velha, já que seus telômeros “são

20% mais curtos do que deveriam ser numa ovelha de

sua idade”.

b) “Sabe-se que o comprimento dos telômeros diminui à

medida que as células vão se dividindo...”

c) “Se essa anomalia pode acarretar o envelhecimento

precoce da ovelha ou não é outra história ainda a in-

vestigar.”

17 a) São “mamíferos aquáticos, carnívoros”. No entanto, o

texto está mal redigido, induzindo a uma contradição

em “diferentemente de outros animais carnívoros, eles

não comem um pedaço sequer de suas vítimas”.

b) O medo de que os “dóceis e úteis” golfinhos venham a

agredir os seres humanos que frequentam os parques

aquáticos ou cidades costeiras “onde há muita proximi-

dade com golfinhos”.

c) “Lobo na pele de cordeiro”.

18 a) Millôr Fernandes utiliza o sufixo grego “logos/logia”,

indicativo de áreas de conhecimento, para ironizar o

ato de enganar, enrolar, embromar.

b) “... só foi achar genial quando aprendeu que aquilo tudo

era ecológico?”

c) “... estava escrito que é pausterizado, ou pas-teurizado,

sei lá, tem vitamina, é garantido pela embromatologia,

foi enriquecido e o escambau.”

19 a) “Alto demais” implica quantificação de valor que entra

em contradição com o “em branco” do cheque.

b) Prerrogativa são privilégios de maneira genérica, en-

quanto privacidade é um dos privilégios: o todo (prer-

rogativa) e a parte (privacidade).

20 a) Em “só no período de janeiro a abril, já foram 31” os

marcadores só e já permitem inferir que a quantidade

de acidentes, neste ano, será bem maior do que a do

ano anterior.

b) Os pichadores deveriam ser severamente punidos “por

crime inafiançável” e trancados “em presídios por lon-

gos anos”.

21 a) Ficaria um goleiro com cada vez mais defeitos. Rees-

crevendo: “ficava horas aprimorando sua técnica” ou

“ficava horas corrigindo seus defeitos”.

b) O que vem após a expressão “por outro lado” deveria

apresentar uma relação adversativa. O que ocorre é

uma adição às informações contidas no período ante-

rior.

c) Racionalismo é termo empregado para designar um

sistema filosófico em que a razão é considerada inde-

pendente da experiência. Poderia ser substituído por

racionalidade, objetividade ou frieza.

22 a) A alusão é feita à batalha de Waterloo (1815), em que

Napoleão foi derrotado pelas tropas lideradas pelo du-

que de Wellington, o que colocou um ponto final no

Império Napoleônico.

b) O profissional é considerado incompetente e sua estra-

tégia levaria o exército a uma derrota, tal como a de

Napoleão em Waterloo.

c) O raciocínio do crítico toca em um ponto fundamental:

a herança genética que determinaria as características

intelectuais do estrategista.

23 a) A distinção básica estabelecida no texto é feita entre

meios e resultados: “A responsabilidade civil dos mé-

dicos em ações de indenização é, em geral, de meios e

não de resultado.”

Os médicos não se responsabilizam pelos resultados,

apenas pelos meios (dedicação, atenção, cuidado,

conhecimento), exceto em casos de cirurgia estética

embelezadora e anestesia, “atos médicos tidos como

obrigações de resultado”.

b) Trata-se de uma pequena redação em forma de carta,

em que o reclamante alega falta de dedicação, atenção,

cuidado ou conhecimento por parte da firma responsável

pelo conserto. A resposta fica, portanto, aberta, devendo

o vestibulando enfatizar os elementos mencionados.

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6 Pré-vestibular extensivo | caderno 2

c) No sentido no 7: “reconhecer como legítimo; acolher, sancionar”.

24 a) A legenda faz menção a escalar o Everest (montanha mais alta do mundo) em outros continentes, o que é impossível visto o Everest ser único.

b) Erik Weihenmayer quer escalar outros picos em outros continentes.

25 a) No noticiário, a farinha era usada criminosamente no lu-gar do princípio ativo do anticoncepcional. Na charge, a relação aparece invertida: a pílula usada como elemento básico (= farinha) da massa de pizza.

b) A pizza é uma mistura tamanha que fica impossível a distinção dos ingredientes.

c) A expressão subentendida é “Tudo termina em pizza”, alusão à impunidade que seria, segundo sugere a char-ge, característica da sociedade em questão.

26 a) Sim. “Capitulação” é sinônimo de submissão, de en-trega, de rendição. Como o poema critica o povo que, “com vergonha / Da própria língua”, rende-se aos es-trangeirismos — representados pelo termo “delivery” —, o título do texto está adequado ao seu conteúdo.

b) Não. O termo “delivery” é um anglicismo evitável, pois existem expressões em português — como entrega em domicílio ou a domicílio — que possuem praticamente o mesmo sentido de “delivery”. Já o termo “telepizza” foi formado a partir de “tele-” (do grego “longe”, “à distância”) e de “pizza”, palavra italiana cuja grafia não foi adaptada para o português. Lembrando que a palavra “até” é um marcador de pressuposição que inclui algo não usual num determinado grupo, pode-se concluir que, ao dizer que “delivery” é exagero “Até pra telepizza”, o enunciador deixa subentendida a noção de que “telepiz-za” não é uma palavra tão exótica quanto “delivery”.

27 “… todas sabemos …”

28 “… doce organograma …”

29 No primeiro caso, o valor da barra é de acréscimo, enquan-to no segundo caso, o valor do hífen é de comparação.

30 a) A presença marcante de adjetivos ou de sensações vi-suais, auditivas; o uso do imperfeito do indicativo; a unidade temporal.

b) “... silêncio doce tudo envolvia...”; “Conceição lia, com os olhos escuros intensamente absorvidos na brochura de capa berrante.”

31 Um dentre os exemplos de função referencial:

• “... e logo está a Cintura Industrial, quase tudo parado, só umas poucas fábricas ...”

• “... e agora a triste Cintura Verde, as estufas pardas, cinzentas, lívidas ...”

Um dentre os exemplos de função expressiva:

• “... que parecem fazer da laboração contínua a sua re-ligião ...”

• “... por isso é que os morangos devem ter perdido a cor, não falta muito para que sejam brancos por fora como já o vão sendo por dentro e tenham o sabor de qualquer coisas que não saiba a nada ...”

32 O pronome lhe indica que o personagem principal é o pos-suidor da louça ou indica posse. Um dentre os fragmentos:

• “... de repente, sem avisar, apertou-se-lhe o coração a Cipriano Algor, ...”

• “... o cão subia-lhe a os braços, ...”

• “... e lambia-lhe a cara ...”

33 • “... Viremos agora à esquerda, lá ao longe, onde se

veem aquelas árvores, sim, aquelas que estão juntas

como se fossem um ramalhete, ...”

• “... que a água desta fonte não poderá matar-te a sede

naquele deserto, ...”

34 Mas há tantas músicas esperando ser escritas!

Estilização.

35 Dois dentre os exemplos de reescritura:

• A vela, porque ilumina, é uma vela alegre.

• A vela, visto que ilumina, é uma vela alegre. causa

• A vela, por iluminar, é uma vela alegre.

• A vela, enquanto o ilumina, é uma vela alegre.

• A vela, ao iluminar, é uma vela alegre. tempo

• A vela, iluminando, é uma vela alegre.

• A vela, se ilumina, é uma vela alegre.

• A vela, caso ilumine, é uma vela alegre. condição

• A vela, desde que ilumine, é uma vela alegre.

• A vela, á medida que ilumina, é uma vela alegre. pro-

porção

• A vela, á proporção que ilumina, é uma vela alegre.

36 a) “a obrigatoriedade do diploma do jornalista para quem

exerce a profissão”

b) O enunciador mostra-se favorável à decisão do Supre-

mo Tribunal Federal, que acabou com a exigência de

curso superior específico para alguém trabalhar com a

atividade jornalística. Ele considera essa exigência uma

“excrescência”, “herança da ditadura militar”, cujo “ri-

dículo” foi exposto por uma “comparação brilhante de

Gilmar Mendes”, que associou a exigência do diploma

de jornalista à pitoresca situação em que “toda e qual-

quer refeição” devesse ser preparada por pessoas que

cursaram “uma faculdade de culinária”.

37 a) O verbo “poder” está flexionado no plural concordando

com o sujeito composto “o jornalismo e a liberdade

de expressão”. A forma “pensados” está no masculino

plural porque concorda com substantivos de gêneros

diferentes (“jornalismo” é masculino e “liberdade” é

feminino, prevalecendo o masculino na concordância

nominal).

b) O exemplo do chef, transposto para o jornalismo, pode

ser assim traduzido: Um excelente jornalista certamente

poderá ser formado numa faculdade de jornalismo, o

que não legitima o estado a exigir que toda e qualquer

matéria seja escrita por profissional registrado mediante

diploma de curso superior nessa área.

38 a) “Aonde ele foi?” e “Vai aonde for preciso!”

Na norma culta canônica há uma oposição entre

“onde”, advérbio que designa “lugar em que” se situa

a ção ou processo e “aonde” (preposição “a” 1 advér-

bio “onde”), que indica “lugar a que” se dirige a ação,

seu ponto de destino.

Exemplos:

Hotel onde nos hospedamos.

Hotel aonde nos dirigimos.

b) “Você conhece-o...” ou “Você o conhece...”

O pronome pessoal na forma reta “ele” com função

de objeto direto é típico da informalidade. O usual, na

norma culta, é o pronome oblíquo “o”.

Nós temos camisa para o frio?

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GABARITO

7Pré-vestibular extensivo | caderno 2

Compreendemos que a banca, ao exigir o uso da “nor-

ma padrão”, tenha pensado no grau maior de formali-

dade. O uso de “a gente” incluindo a primeira pessoa

do plural é marca de informalidade; na norma culta

canônica se usa “nós”. A combinação “pro” (preposição “para” + artigo “o”) também é informal; o uso “para

o” é seu correlato formal.

39 a) No texto da revista Veja, reconhece-se uma evidente re-

ferência à corrente ultrarromântica, também conhecida

como geração byroniana daquele movimento literário, que marcou presença nas décadas de 1850 e 1860.

Os representantes dessa 2a fase da poesia romântica

brasileira produziram obras de teor mórbido, em que

se acentuam o gosto pelo tédio, a solidão noturna, a

insatisfação amorosa e o culto da noite, temáticas inci-

tadas pelo mal do século.

b) Os versos “Quanta glória pressinto em meu futuro! / Que aurora de porvir e que manhã! / Eu perdera chorando essas coroas / Se eu morresse amanhã!”, do poema de

Álvares de Azevedo, podem ser vistos como ilustração do “fim precoce” dos autores românticos, enfatizado

por Manoel Carlos em seu texto. A estrofe citada exem-

plifica, por um recurso fantasioso de autocontemplação,

a angústia desses poetas perante a ideia da morte.

40 a) Os dois textos exploram a mesma temática: a mudança

das coisas. Essa ideia é explicitada nos seguintes tre-

chos: “Muda-se o ser, muda-se a confiança; / Todo o

mundo é composto de mudança” (texto 1); “elas [as

pessoas] vão sempre mudando” (texto 2). No entanto, convém explicitar que esse tema é tratado de forma diferenciada em cada um dos textos. O eu lírico do poe-

ma camoniano vê com pessimismo as mudanças que se operam no mundo, porque constata que elas são

geradoras de um mal cuja dor não pode ser superada

(“Do mal ficam as mágoas na lembrança”) e ainda con-

sidera que a ocorrência do bem, apenas hipotética (“se

algum houve”), pode trazer mais sofrimento ao deixar “saudades”. Já o narrador de Grande sertão: veredas vê as mudanças com mais otimismo, ao qualificá-las como

algo “importante e bonito”.

b) Depois de sua reflexão a respeito das mudanças a que

a vida humana está submetida, Riobaldo, o narrador de Grande sertão: veredas, passa a tecer comentários so-

bre Deus e o diabo: “E, outra coisa: o diabo, é às brutas;

mas Deus é traiçoeiro!” Isso significa reconhecer que

Deus e o diabo exploram estratégias opostas em seu

esforço de dirigir (e mudar) a vida humana. Enquanto o diabo age “às brutas”, isto é, de forma mais violenta e explícita, Deus atua “na lei do mansinho”, o que sugere

maior sutileza. A ação divina se dá por intermédio de milagres nem sempre reconhecidos pelo ser humano;

daí dizer que “Deus é traiçoeiro” – adjetivo destituído do sentido negativo habitual e revestido de carga po-

sitiva, associado à bondade na condução do destino humano.

41 “... seus detratores, pessoas que não amam o Rio de Janei-

ro,”

“... copacabanização – para designar tudo de ruim que

pode acontecer a um bairro,”

42 B

43 C

44 B

45 D

46 D

47 O aluno deverá identificar a intertextualidade proposta pelo texto de Adélia em relação ao trecho de Drummond,

destacando a presença da paródia como recurso estilístico

e a diferenciação do eu lírico em ambos os poemas.

48 Duas expressões cristalizadas são evocadas no título, a sa-

ber, “com licença” e “licença poética”. O jogo de palavras permite condensar uma série de aspectos presentes no

poema. A expressão “com licença” evoca a ideia de pedido de permissão, associável no poema, entre outras coisas, à apropriação do texto de um outro poeta e à caracteriza-

ção da condição ainda submissa da mulher. Já a expressão

licença poética remete às liberdades especiais franqueadas

pela linguagem poética, ao espaço aberto pela poesia para

a transgressão e para o inusitado.

Módulo 11

Exercícios

1 a) “não esquecestes que ela era um nadinha mais alta que

eu, mas ainda que fosse da mesma altura.”

b) pontas – que / cabelos – os

2 a) Modo narrativo no primeiro parágrafo e modo argu-

mentativo (ou dissertativo) no restante do texto.

b) 1o segmento: verbos de ação tempo passado 2o seg-

mento: verbos de estado tempo presente

3 a) Bufando e eriçava. Atribuição de agressividade ao au-

tomóvel e à cidade.

b) Antítese. Há uma relação de oposição entre as palavras.

4 a) Primeira etapa: automóvel. Segunda etapa: transforma-

ção da linguagem.

b) Reformador e reforma.

5 a) Paralelismo. Apresentação de estruturas sintáticas se-

melhantes.

b) Diferença: os elementos comparados representam clas-

ses sociais diversas. Semelhança: os elementos compa-

rados seguem um modo geral de organização, uma

rotina imposta por diferentes grupos sociais.

6 a) Engrenagem: relaciona-se com a ideia de modo de or-

ganização e controle da sociedade, que deve funcionar em perfeita ordem. Parafusos: referem-se aos indiví-duos que participam dessa engrenagem e que devem mantê-la em funcionamento perfeito (ou referem-se à

mecanização do homem na sociedade).

b) O enunciador aceita/defende a rebeldia, como fuga às

imposições do sistema social.

Docemente/docemente frouxos

7 a) Duas dentre as intenções:

– motivar a reflexão.

– aproximar o enunciador do leitor.

– expressar uma dúvida do enunciador.

– exprimir estado emocional do enunciador– destacar

o fato seguinte, independentemente de sua causa.

b) Duas dentre as características:

– rebeldia.

– persistência.

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Page 8: Gabarito 3o. ano   língua portuguesa 2 - 2o. bim

8 Pré-vestibular extensivo | caderno 2

– ânsia de paixão.

– desejo de liberdade.

– anseio por ultrapassagem de limites.

– instinto para a defesa contra os perigos.

8 a) A palavra que permite concluir que o fragmento apre-

sentado não é o início do texto é o pronome demonstra-

tivo “essa”. Apenas com o trecho dado, não é possível determinar a qual atividade o partido X se dedica, pois o pronome “essa”— de caráter anafórico — só adquire sentido pleno confrontado com um termo anterior a

que faz referência.

b) A incoerência do trecho estabelece-se pela seguinte

passagem: “falta [...] de incapacidade”. Se falta incapa-

cidade ao partido, significa dizer que ele é capaz para

resolver o problema ao qual se tem dedicado. Entre as maneiras de se eliminar a incoerência, eis duas:

1. Seja por falta de vontade, de vocação ou de capa-

cidade.

2. Seja por falta de vontade, de vocação ou por inca-

pacidade.

c) Entre as passagens que apontam uma postura pessimis-

ta (crítica) em relação ao partido X, pode-se destacar:

“está longe do desejado”.

Essa passagem, em coesão com “dedica-se a essa ativi-dade mais do que nunca”, permite concluir que o texto

tem uma postura pessimista, já que a não realização

de uma intenção decorreu da incompetência, e não da

falta de empenho do sujeito.

9 Para responder a este item, o candidato deveria observar:

– Entre as frases I e II, está implícita uma relação de oposi-

ção (que pode ser explicitada por um conector adversativo ou concessivo).

– Entre II e III, uma relação de causa / consequência ou

ainda entre uma afirmação e sua justificativa. Levando em conta essas observações, eis duas possibilidades de rees-critura das frases:

• Para desespero meu, havia leitura obrigatória de livro in-

dicado; / , porém sobreveio uma surpresa: era tão bom aquele livro (,) que não senti nenhum aborrecimento na leitura.

• Embora me causasse desespero uma leitura obrigatória de livro indicado, sobreveio uma surpresa: era muito bom aquele livro, pois não houve nenhum aborreci-mento na leitura.

10 B

11 D

12 C

13 D

14 a) Artigo

b) Artigo

c) Pronome

d) Elipse

e) Pronome

f) Pronome

g) Numeral

h) Advérbio

i) Expressão adverbial (o seguinte)

j) Expressão verbal ou “predicado pronto” (fizeram o mes-mo)

k) Expressão verbal ou verbo vicário (é)

l) Epíteto ou expressão nominal

m) Epíteto ou expressão nominal

n) Sinônimo

o) Hiperônimo

15 a) Recorrência de termos. b) Paralelismo sintático ou re-

corrência de recursos fonológicos. c) Paráfrase.

16 a) Assinala o argumento mais forte de uma série em que

os argumentos apontam para conclusões contrárias.

b) Assinala o argumento mais fraco de uma série em que

os argumentos apontam para conclusões contrárias.

c) Assinala o argumento mais forte de uma série em que

os argumentos apontam para a mesma conclusão.

d) Assinala o argumento mais fraco de uma série em que

os outros argumentos, implícitos, apontam para a mes-

ma conclusão.

e) Assinala o argumento mais forte de uma série em que

os argumentos apontam para a mesma conclusão.

f) Soma argumentos que apontam para uma mesma con-

clusão.

g) Introduz um argumento decisivo para a série.

h) Introduz uma conclusão para a argumentação realizada.

i) Introduz um reforço para a argumentação anterior.

j) Estabelece uma comparação para valorizar o primeiro elemento da série e comprovar a argumentação anterior.

redação em prática

1a parte – Consistência na argumentação

1 Sugestão de parágrafo: A internet é, reconhecidamente,

um canal de informação. Porém, contrariando o pensa-

mento da maioria das pessoas, ela não produz conheci-

mento. É inegável que por meio da WEB se pode, a título de exemplo, saber tudo sobre a vida de Mozart, mas pou-

co se sabe sobre o músico e sua produção artística. Para

que o conhecimento se dê, essas informações têm de ser

transformadas, função desempenhada majoritariamente

por pesquisadores, que organizam dados em um sistema

estruturado e complexo. Na internet ocorre o inverso: sis-temas complexos são fragmentados, consultas rápidas a

essas fontes são feitas e assim dificilmente se integra o

intelecto.

2 Sugestão de parágrafo: Acreditar que o desenvolvimento do gosto pela leitura é uma questão puramente pessoal

e emotiva significa adotar uma postura ingênua em rela-

ção a esse tópico. Campanhas que incentivam a leitura enfatizando as transformações emocionais ocorridas no

indivíduo leitor são inócuas. Um sujeito não se torna ne-

cessariamente uma pessoa melhor após ler Crime e cas-

tigo. Em nossa sociedade, ler está intimamente ligado ao

quadro político-social vigente. A avaliação subjetiva de que a leitura é uma forma de redenção individual esbarra no fato de que o leitor não é um indivíduo desarraigado de sua condição de classe. A leitura é um direito que deve ser garantido a todos os indivíduos pelo Estado, sob a for-ma de bibliotecas públicas, barateamento de livros, entre outros incentivos.

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GABARITO

9Pré-vestibular extensivo | caderno 2

3 Sugestão de parágrafo: Políticas habitacionais democráti-cas que atendam aos interesses e aos anseios da popula-ção moradora de favelas precisam estar necessariamente comprometidas com a distribuição igualitária da condição urbana. As políticas implementadas no Rio nos anos 1990, entre elas o Favela-Bairro, ilustram bem a viabilidade dos novos modelos habitacionais. A irregularidade das mora-dias é fruto de um modelo que vigora desde o Estado Novo, paternalista e autoritário. O século XX tratou o pro-blema das favelas de dois modos distintos, um absenteísta e outro autoritário; ambos fracassaram. Sempre ligadas aos interesses do governo, tais políticas desconsideraram o papel das famílias que moravam nesses lugares. O reco-nhecimento da importância desses cidadãos contribui, so-bretudo, para a prática de medidas ligadas à infraestrutura e aos serviços básicos.

2a parte – Uso dos operadores argumentativos

1 A situação dos idosos é marcada por desrespeitos e abusos que caracterizam a impaciência para com um grupo não mais considerado produtivo. Diante das constantes injus-tiças, em 1999, a ONU investiu em medidas no sentido de garantir, no mínimo, a atenção básica a esse setor da população. Além disso, ficou claro que precisam ser resta-belecidos o direito de dignidade e o de participação para a inclusão dos idosos na vida social. Sem dúvida, eles são reflexo e afirmação da nossa história, dos nossos valores e da nossa cultura, e, por isso, devem ser adequadamente reconhecidos.

2 a) “A atividade física emagrece e é fundamental para o funcionamento do corpo todo.”

b) – Embora a atividade física emagreça e seja fundamen-tal para o funcionamento do corpo todo, a dieta ainda é muito importante para perder peso.

– A atividade física emagrece e é fundamental para o funcionamento do corpo todo, porém, a dieta é muito importante para perder peso.

– Outras opções são possíveis.

c) Os conectivos de concessão marcam os argumentos mais fracos, por isso, sabe-se que, nesse caso, fazer dieta tem mais relevância que a atividade física. Já os de adversidade assinalam a ideia mais forte. Além disso, é preciso lembrar que os elementos de concessivos for-mam orações subordinadas, e os adversativos, orações coordenadas.

3a parte – Construção do roteiro

1 Tese: ver o Brasil por meio de antigos clichês, tais como “nação do futuro” ou “país de contrastes”, noções já tão mascateadas, impossibilita que se construa uma avaliação crítica da vivência nacional. Não analisamos o nosso en-torno nem construímos, por nós mesmos, uma identidade brasileira revitalizada, condicionados que estamos a repetir as expressões desgastadas e usuais.

Antítese: criticar intensamente a realidade encontrada no país, sem que haja uma reflexão acerca das fontes de nossas mazelas, é, a seu modo, uma postura tão alienada quanto a reprodução de discursos ufanistas, por também estar fundamentada na mera repetição de falas prontas. A denúncia de uma situação brasileira, quando oca, não acarreta efeito algum, nem provoca conscientização; per-de, portanto, seu sentido.

Síntese: um posicionamento unicamente ufanista é pre-judicial, por tender à limitação; entretanto, colocar-se gra-tuitamente no papel de censor pouco acrescenta para o debate acerca das questões cruciais da realidade nacional. É necessário encontrar um ponto de equilíbrio entre esses dois extremos para que, desse modo, a nação sonhada deixe de ser apenas uma utopia.

análise de texto e fenômenos linguísticos

1 C

2 B

3 A

4 B

5 D

6 C

7 A

8 D

9 B

10 C

11 A

12 D

13 B

14 C

15 B

16 C

Módulo 12

Exercícios

1 C

O texto trabalha com a noção da variação linguística, abor-dando a variedade referente ao Português brasileiro e ao Português de Portugal. Além disso, sinaliza a existência de normas locais cultas e populares. Com isso, objetiva-se sinalizar que há uma norma brasileira e outra portuguesa, cada uma com suas particularidades.

2 A

A questão envolve a variação linguística relativa aos fatores regionais. O enunciado constata que há variação nas pala-vras empregadas para nomear elementos de acordo com a localidade.

3 A

O texto trata das variações linguísticas, resultantes de um processo de regionalização, entre falantes de uma mesma língua, a Portuguesa. A peculiaridade, dentre as muitas que sabemos existir na forma de falar dos brasileiros – os nordestinos que vivem em São Paulo, no caso -, que é re-tratada no texto e que faz com que possa ser feita essa dis-tinção, é a forma como se pronunciam as mesmas palavras por pessoas de origens diferentes. Trata-se da fonologia.

4 D

No início, a menina dirige-se a Hagar de um modo mais for-mal, como estratégia para que ela seja levada a sério, já que ela mesma afirma que os adultos não o costumam fazer quan-do interagem com as crianças. À medida que vai ganhando sua atenção e confiança, ela deixa aflorar suas emoções e se impõe, partindo, então, para o discurso informal, o que pode ser notado pela utilização da expressão “tomar jeito”.

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10 Pré-vestibular extensivo | caderno 2

5 E

No trecho “Enquanto o racismo que não quer dizer seu

nome continua no Brasil, uma integração real pode come-

çar pela linguagem”, pode-se inferir que ainda há racismo

no Brasil, apesar dos eufemismos que se manifestam na

linguagem, No entanto, uma mudança na forma de se fa-

lar sobre essas questões pode ser o primeiro passo para

mudança nas atitudes.

6 a) Ocorre “balbucio”, na acepção que lhe dá Roland Bar-

thes, em: “Não o MST, a política de assentamento, de

pequena economia familiar.”

b) Os dois complementos utilizados são “saídas” e “um

setor agrícola imenso”. A relação semântica que se es-

tabelece entre eles é que o “setor agrícola” serve de

exemplificação, como uma das várias “saídas” que o

presidente julga haver para o Brasil.

7 a) Tu, que foste hasteado na lança dos heróis após a guerra

da liberdade.

b) O pronome tu, nesses versos de Castro Alves, refere-

-se ao “auriverde pendão”, ao “estandarte”, ou seja, à

bandeira do Brasil. Trata-se de uma apóstrofe (figura

freqüente neste poeta), na qual a bandeira, tratada

como interlocutora do eu-lírico, é personificada. O

emprego do pronome tu, além da personificação, su-

gere proximidade afetiva.

8 a) “... é aplicado uma vez por dia, e em doses pequenas”.

[...] “não apresenta efeitos colaterais”.

b) Produto (mais geral); anti-inflamatório (mais específico).

c) Medicamento e remédio.

9 a) Autor: procura pessoas de nível social, econômico e

cultural superior, deixando entrever que quer auferir

vantagens do relacionamento.

Leitor: mulher casada, sexualmente insatisfeita, tentada

a novas aventuras e cujo universo social e cultural lhe

permita decodificar a mensagem.

b) “te conheceu ele fazia você”: falta de uniformidade na

utilização dos pronomes;

• “à um salário”: não se usa crase antes de termos mas-

culinos;

• “cujo ele só visita”: emprego inadequado do pronome

relativo; repetição desnecessária do pronome pessoal.

• “Eu casado”; “altura de 18 a 45 anos”; “São Paulo/

Capital”; “passagem fazendo”: omissão de vírgulas;

• “estiver por passagem”: preposição usada incorreta-

mente;

• utilização de abreviações, maiúsculas e hífen de forma

inadequada.

c) A terceirização significa, metaforicamente, a busca da

realização sexual fora do casamento, através do adul-

tério, que é um comportamento socialmente discutível.

10 a) O efeito cômico é obtido pela contradição existente em

cada um dos itens: o que se condena é colocado na

própria condenação.

b) 1. Utilização da frase feita “como o diabo foge da cruz”,

exemplo típico de lugar-comum.

2. Os advérbios nunca e sempre implicam generaliza-

ção, o que está sendo condenado.

3. Utilização da voz passiva “deve ser evitada” para

aconselhar que ela não seja empregada.

11 a) “Aí”, “deita e rola”, “está por cima da carne-seca”, “se-

ria um inferno”, “entrar em parafuso”.

b) “Aí” 5 dessa forma, assim, então.

“deita e rola” 5 faz o que quer.

“está por cima da carne-seca” 5 está em situação pri-

vilegiada.

“seria um inferno” 5 seria traumático, difícil.

“entrar em parafuso” 5 perder o controle.

12 a) Vista/visto e evolui/revoluciona.

b) Em (1), utiliza-se a paronomásia (vista/visto) procurando

obter, através da homofonia, uma identidade sonora

para sentidos diferentes (vestir/ver).

Em (4), os termos cognatos – termos que possuem a

mesma raiz – (evolui/revoluciona) são utilizados para

dar uma continuidade sonora (aliteração) a palavras de

conotações diferentes (evolui, mais lento e natural / re-

voluciona, maior rapidez, radical).

13 a) A seleção lexical (cultivar, semear, preservar) está no

mesmo campo semântico e resgata metaforicamente os

elementos da agricultura para se referirem a elementos

culturais que “fazem parte da nossa natureza”.

b) O cultivo de (cultivação de ou cultivamento de) amiza-

des, a semeação de (ou semeadura de) empregos e a

preservação da (preservamento da) nossa natureza.

14 As expressões são “que raio de língua é essa” e “que eu

percebo”. Constituem paradoxo porque ao mesmo tempo

a língua falada pelo grupo soava diferente, mas, por ele

compreender, tornava-se igual à dele.

15 a) “rodar”. Para o patrocinado (o cinema nacional) rodar

indica a produção e exibição de filmes; para o patrocina-

dor (Petrobras Distribuidora) rodar indica o combustível

(tanto para o carro quanto para o cinema nacional).

b) – 1a leitura: papel importante porque o consumidor

é copatrocinador, isto é, ele financia indiretamente o

cinema nacional ao consumir produtos da Petrobras

Distribuidora.

– 2a leitura: papel importante porque o consumidor é

personagem que faz parte de uma “trama” que incen-

tiva o cinema nacional.

16 a) O provérbio — tal como vem estruturado — explora re-

cursos sonoros típicos da função poética da linguagem,

a saber:

• cada segmento da oposição estabelecida no enuncia-

do é constituído por um “verso” de sete sílabas;

• no primeiro segmento, explora-se rima toante entre

“fora” e “viola”; no segundo, entre “dentro” e “bo-

lorento”;

• as mesmas rimas citadas são internas;

• as vogais tônicas abertas (ó) remetem à noção de ex-

terioridade; as fechadas (e nasais) reforçam no plano

da expressão a noção de interioridade.

Nenhuma dessas coincidências se dá no texto publicitá-

rio, que lembra o provérbio apenas na estrutura sintática

de duas orações nominais e na antítese entre exteriori-

dade e interioridade no adjunto adverbial de lugar.

b) No texto publicitário, explora-se o recurso semântico da

ambiguidade: a palavra “planta” pode ser interpretada

como ser vivo do reino vegetal e como representação

gráfica de uma construção arquitetônica (lembre-se de

que a mensagem publicitária faz referência a um em-

preendimento imobiliário).

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Page 11: Gabarito 3o. ano   língua portuguesa 2 - 2o. bim

GABARITO

11Pré-vestibular extensivo | caderno 2

Observação: Vale dizer que a ambiguidade aqui não

é um defeito de construção, mas uma estratégia cons-

cientemente utilizada pelo enunciador para produzir tal

efeito de sentido, conferindo maior expressividade à

mensagem.

17 a) Na onomatopeia cá, cá..., o narrador representa a risada

de quem não está participando da história, no caso, o

leitor.

b) Como o texto trabalha a intertextualidade (o conto do

Aladim), há uma confusão entre o “gênio”, que con-

cretiza pedidos, e o “cliente”, que faz (encomenda)

pedidos.

c) A expressão “três pedidos”, pela ambiguidade que

apresenta no contexto, levando João a inferir que se

tratava de um comprador.

18 a) No primeiro quadrinho, ao usar a expressão “passar

vergonha”, a personagem circunscreve o sentido de

“palavrão” ao de “palavra obscena ou grosseira”. Cria-

-se, assim, a expectativa de que o papagaio utiliza, com

frequência, palavras de baixo calão.

b) O efeito cômico do quadrinho surge do descompas-

so entre a expectativa do leitor em relação a palavras

obscenas e a escolha lexical realizada pelo papagaio.

Palavras como “bocó”, “xixi”, “cocô” e “bumbum” re-

metem a um campo de significado a que expressões

grosseiras habitualmente se associam (xingamentos,

aspectos fisiológicos e partes pudendas), mas que, nas

escolhas do jargão infantil, perde qualquer efeito de

obscenidade. O temor da personagem se concretiza,

ela realmente passa vergonha diante dos amigos, mas

altera-se o motivo: não é a obscenidade, mas a inge-

nuidade das palavras que o envergonha.

19 a) A ironia, percebida apenas se se toma a palavra com

significação de sarcasmo, está contida no trecho “ou

também quando votam?” Ao indagar se não existe tam-

bém a possibilidade de as mães produzirem marginais

por meio do voto, o leitor da Folha está estabelecendo

o pressuposto de que o governador do Rio de Janeiro,

na condição de político eleito, pertenceria à classe dos

marginais.

b) No trecho citado, há inequivocamente uma crítica à

declaração do governador do Rio de Janeiro. No en-

tanto, ela é relativizada, ou seja, atenuada, já que não

se endereça somente a ele. Ao incluir na interrogação

o operador sintático apenas, o enunciador não deixa

de concordar com o que Sérgio Cabral disse, isto é, que

mães faveladas dão à luz marginais.

20 a) A polissemia da palavra “veículo” desencadeia no

contexto uma ambiguidade, responsável pelo efeito

de humor da tirinha. Na fala do garoto, tem o sentido

de “meio” utilizado para a transmissão da cultura.

Na fala de Mafalda, é interpretada com o sentido de

“meio de locomoção” usado para o transporte da

cultura.

b) Sim. O efeito crítico está na denúncia de que a televisão

não atua de fato como meio de transmissão da cultu-

ra, mas como veículo, por exemplo, de ideias ligadas à

banalização da vida pela violência, como sugerem as

onomatopeias do terceiro quadro da tirinha. Por isso,

Mafalda diz sarcasticamente que, se ela fosse a cultura,

saltaria do veículo “TV” para seguir a pé.

21 a) Sim. O advérbio “porventura” está presente em uma

pergunta delicada e retórica. Retórica porque já contém

em si a resposta, isto é, o enunciador não se sente cul-

pado por ter contrariado o pai ao mudar-se para o Rio

de Janeiro, mas se sente afetivamente condoído, daí a

delicadeza. Percebe-se que, na verdade, o propósito do

enunciador é afirmar delicadamente que seu ato foi, no

fundo, motivado pelo próprio pai, ao dar-lhe “o gosto

pela arte” e ao dedicar-lhe “esforços e sacrifícios” que,

por sua vez, geraram a “ambição de glórias futuras” e

a necessidade de mudar-se para o Rio de Janeiro.

b) As duas palavras que atestam mais evidentemente mo-

dificações na língua portuguesa são “cousa” e “vosse-

mecê”, variantes históricas de “coisa” e “você”, respec-

tivamente.

22 D

23 B

24 C

25 A

26 A

27 a) comprão / pagala / dirija-se mossa / escriptorio / duvida

b) compram / pagá-la / dirigir-se moça / escritório / dúvida

28 No 2, trabalhador escravo, não remunerado, portanto.

No 3, trabalhador remunerado, com experiência em car-

teira.

No 4, valorização da aparência física.

29 Ausência de referente (rua, número, telefone).

Presença de personagens (anunciados nos dois últimos

parágrafos).

30 Os dois traços aparecem na paródia do discurso religioso.

A vertente ‘destrutiva’ pode ser observada na descons-

trução do “Pai Nosso”; a ‘construtiva’ fica evidente na re-

construção poética dessa prece, acrescentando-lhe novos

elementos, que garantem a dimensão estética do poema.

31 O autor privilegia o sentido (i), “sentimento de dignidade

pessoal”, na medida em que afirma, repetidas vezes, que

o orgulho tem origem em uma convicção interior dos pró-

prios méritos, do próprio valor.

32 a) “Mas o homem vaidoso deveria saber que a alta opinião

dos outros, alvo de seus esforços, se obtém mais facil-

mente por um silêncio contínuo do que pela palavra,

mesmo quando há para dizer as coisas mais lindas.”

(linhas 10-14)

b) “Não é orgulhoso quem quer; pode-se, no máximo,

simular o orgulho, mas, como todo papel de convenção,

não logrará ser sustentado até o fim.” (linhas 14-17)

33 Com a expressão “esta persuasão”, faz-se referência à con-

vicção que o vaidoso deseja despertar nos outros de sua

superioridade em todas as coisas.

34 Espera-se que o aluno estabeleça articulações lógicas entre

os vocábulos que selecionará nos dois contextos de signifi-

cação – “rios” e “discurso” – e a interpretação construída.

35 a) A expressão “dicionária” pode ser entendida no con-

texto do poema como remetendo ao estado da palavra

antes de seu uso no fluxo da linguagem, quando ganha

vida ao se combinar com outras palavras. “Enfrasem”,

por sua vez, associa-se à noção de interligação. Poços

que se enfrasam são poços que se intercomunicam, que

se inter-relacionam num processo análogo ao que ocor-

re com as palavras no âmbito do discurso.

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12 Pré-vestibular extensivo | caderno 2

b) dicionária: a palavra “dicionário”, normalmente um

substantivo, é usada como adjetivo, concordando em

gênero e número com o substantivo “situação”. enfra-

sem: a partir de um substantivo, “frase”, criou-se um

verbo, “enfrasar”, pelo acréscimo do prefixo “en-” e do

sufixo “-ar”.

36 Há hoje uma distinção bastante acentuada entre a figura

do proprietário e a figura do administrador. Isso não signi-

fica que o proprietário não possa administrar sua empresa,

mas sim que deve fazê-lo de acordo com técnicas geren-

ciais.

37 No enunciado (a), o verbo poder traz a ideia de ter capaci-

dade, e no (b), de possibilidade.

38 Há (Existe) uma palavra que conheço mas que não consigo

lembrar(recordar).

39 a) Uma das possibilidades de leitura seria considerar o ter-

mo do neurocientista como paciente da ação, ou seja,

nesse caso, o neurocientista foi indicado (indicaram o

neurocientista; alguém indicou o neurocientista), e esse

fato trouxe benefícios para a pesquisa. A outra possibili-

dade seria reconhecer o termo do neurocientista como

agente da ação, isto é, o neurocientista fez a indicação

(indicou algo/ alguém) e essa indicação feita por ele

trouxe benefícios para a pesquisa.

b) A indicação que o neurocientista fez trouxe benefícios

para a pesquisa. / O fato de terem indicado o neuro-

cientista trouxe benefícios para a pesquisa / A indicação

feita pelo neurocientista trouxe benefícios para a pes-

quisa.

40 a) Mantenha-se informado.

b) Não guarde ressentimentos. Desconsidere fatos passa-

dos.

41 Assim como a boa comunicação, o domínio da informática

e de idiomas.

42 a) Viva o povo brasileiro!

b) Depois de duas horas, o operário afinal conseguiu fixar

a viga.

43 a) Dispensáveis

b) Suspeito

c) Maliciosas

d) Ponderadas

44 a) As normas de etiqueta devem ser conhecidas.

b) Deve-se ler sobre estratégias de carreira.

45

Estado de espírito

Comportamentos sociais

Providências práticas

a) Mantenha o bom humor

a) Procure se relacionar bem

com todos

a) Compre malas resistentes

b) Interesse se pelo novo

b) Cumpra os horários

combinados

b) Tenha seus documentos

sempre à mão

46 E

47 a) O termo “bexigas” pode fazer referências a balões de

gás, erupções da pele decorrentes da varíola e parte do

aparelho urinário.

b) O emprego do sinônimo “balão” em “600 balões”.

c) Balonismo.

48 a) Não. “Literalmente” significa rigorosamente. Nenhuma

gíria ou termo conotativo (“dança” em I e “apagadas”

em II) podem ser interpretados com rigor, visto que múl-

tiplas significações sempre estão presentes.

b) “Apagadas”. Há ambiguidade: as mulheres dos diri-

gentes do Kremlin tinham um papel inexpressivo na

sociedade russa (veja o contraste entre Raísa – “ela”,

esposa de Gobartchev – e as esposas dos outros líderes

russos). Além disso, muitas foram assassinadas. Co-

nhecimentos de História auxiliariam na resposta dessa

questão.

49 a) Assim como o aço da navalha,

A tua saudade (também) corta.

b) Haveria prejuízo porque as interjeições “ai, ai” reverbe-

ram o termo “atrapaia”, como verdadeiro eco.

50 O título do poema de Cacaso e seus dois primeiros versos

remetem a um amor predestinado, idealizado. O desejo

de realização desse amor, entretanto, é desmontado pelo

terceiro verso, que traz a contingência da realidade. Essa

ironia destrutiva é característica do discurso paródico.

51 A essência a que se refere o narrador corresponde a uma

visão positiva diante dos fatos. Quanto à variação de for-

ma, a primeira expressão é constituída de um adjetivo

(“estupendo”), a segunda, de um substantivo e um adje-

tivo (“sol glorioso”), e a terceira, de um substantivo mais

locução adjetiva – preposição e substantivo (“delícia de

vida”).

52 a) A passagem em que a percepção do narrador em rela-

ção aos fatos narrados não coincide com a do persona-

gem é a seguinte: “[...] porém outras vezes a natureza

mostrava-se carrancuda”.

b) No sentido literal, a expressão “mau tempo” limita-se a

informar as condições atmosféricas, enquanto, no sen-

tido figurado, indica dificuldades, adversidades de toda

ordem.

Módulo 13

Exercícios

1 D

A imagem mostrando um alto padrão de vida america-

no contrasta com a real condição das pessoas durante a

Grande Depressão. Na foto, uma fila de desempregados

esperando por alimentos mostra a discrepância entre o que

mostra o cartaz e a realidade vivida pela população.

2 B

Abordando a vida de uma criança que tem a marca de um

homem e marca de oficina humana, o fragmento de Morte

e Vida Severina destacado na resposta mostra a condição

árdua em que vive o menino Leandro Pereira Rodrigues,

cuja realidade foi apresentada pela reportagem.

3 A

A questão da escravidão, abordada no poema do poeta

romântico Castro Alves, é retomada de forma a mostrar

uma postura do negro como construtor ativo de sua li-

berdade no texto de Craveirinha, apresentado na letra

A. Nele, o negro – a voz do poema – estabelece uma

interlocução direta com o seu patrão, expondo sua não

aceitação do papel de eterno trabalhador serviçal (força

motriz).

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GABARITO

13Pré-vestibular extensivo | caderno 2

4 E

Para aproximar-se do leitor, os produtores da propaganda estabeleceram um vínculo pautado na oposição entre o

leitor e os necessitados. Dessa forma, o primeiro teria difi-culdades para acordar no inverno, já que desfruta de uma

condição agradável e quente em oposição aos necessitados

que não podem dormir dado o frio enfrentado. Esse ponto de contato objetiva persuadir o leitor, sensibilizando-o a

contribuir em favor dos que não podem também usufruir

de uma cama quentinha no inverno.

5 C

É comum que as campanhas publicitárias destinadas aos jovens contra o uso de drogas contenham a mensagem

“diga não à droga” ou “diga não às drogas”. Ziraldo dia-loga com tal enunciado por meio de “não a droga”, sem o acento grave, mas sem, contudo, impedir a ambiguidade. O

sentido é outro, mas busca objetivo semelhante: fazer com

que recaia sobre o jovem a responsabilidade de escolher o

caminho, uma vez que não é a droga que deve fazê-lo.

6 B

As alternativas presentes na imagem têm por finalidade

desconstruir um pensamento estético enraizado na socie-dade. Dessa forma, elas fazem como que o leitor procure rever seus conceitos e aceitar um análise mais sensível em

relação à beleza.

7 B

O texto jornalístico apresenta maneiras ecossustentáveis

em atos simples do cotidiano. Dentre elas, “reduzir a quan-tidade de calorias, fervendo a água em recipientes tampa-dos”.

8 C

A alternativa mais coerente é aquela em que se faz a ade-quada comparação entre os textos, de acordo com os obje-tivos/intenções de seus enunciadores. Isso necessariamente

sobre uma função da linguagem predominante em cada um dos textos, as quais são, respectivamente, poética e

referencial.

9 D

Ao elaborar o anúncio, os publicitários se valem da meta-linguagem quando empregam, conscientemente, a estraté-gia de negar a característica exagerada a respeito do item anunciado. Este é o propósito de todo o texto: sinalizar a postura reguladora do conselho a fim de garantir a credi-bilidade.

10 E

Na charge, o último estágio de desenvolvimento da evolu-ção humana é ilustrado por um homem arqueado, diante de um computador. Sua postura, no contexto da teoria evolucionista, pode ser interpretada como figura concreta

do tema do retrocesso do desenvolvimento humano. De

outro modo, é possível interpretá-la também em seu senti-do literal: a posição incorreta do corpo para o uso contínuo do computador pode acarretar problemas físicos graves à

coluna e vícios de postura corporal.

11 E

O pequeno fragmento do Caderno do professor, editado pela Secretaria da Educação, associa a busca por exercícios físicos à moda, que incentiva uma modelagem do corpo

para melhor se prestar ao exibicionismo de uma época em que “o corpo foi descoberto, despido e modelado pelos

exercícios físicos”. Tomando por base o conhecimento de mundo, pode-se inferir que esses fins não sejam compatí-veis com a promoção da saúde, incentivando, ao contrário,

uma série de condutas prejudiciais, tais como a adoção de dietas não balanceadas, a ingestão de suplementos nutricionais, de drogas e de hormônios. Exercícios exclu-sivamente focados no aumento da massa muscular e na

modelagem do corpo também estariam incluídos nesse contexto. Apelando para essas ilações e referências cultu-rais, pode-se sustentar a correção da alternativa E.

12 A

Afirma-se que a dança integra o folclore de um povo.

Considerando-o como referente às tradições de um povo,

expressas nas lendas, crenças, canções e costumes, é ne-cessário, então, assinalar a alternativa que explicite a correta

caracterização da dança como elemento folclórico. Isso sig-nifica que, por meio da dança, pode-se externalizar o modo pelo qual determinado povo se relaciona com o mundo.

13 B

O texto pretende mostrar que houve modificações no con-ceito das lutas e das artes marciais, que originalmente se vinculavam às necessidades da guerra ou representavam

uma filosofia de vida. O enunciado assinala que as lutas

têm sido usadas de modo inadequado e cabe ao candidato identificar entre as opções aquela em que se ressalta a verdadeira concepção de luta, que se opõe ao uso que se

tem feito dela na atualidade.

14 E

A resposta a essa questão depende de inferências feitas a partir do texto. O autor apresenta as variadas formas de

dança de diferentes povos, as quais podem se transformar

devido às influências de outras culturas, ou devido à mu-dança dos tempos. Além disso, ele afirma que qualquer indivíduo pode dançar, não havendo pré-requisitos espe-cíficos.

15 B

Essa alternativa demonstra, por meio da linguagem conci-sa, a rapidez imprescindível de que este tipo de comunica-ção necessita, visto que simula uma conversa direta e em

tempo real.

16 C

A partir da análise dos textos verifica-se que a única men-sagem que não necessita de auxílio da falada é a figura 4, pois os símbolos já estão explicados na figura pela escrita.

17 A

Os participantes de um chat são pessoas aleatórias que podem se identificar ou não, sem determinação etária para isso, em tempo real.

18 E

O hipertexto apresenta uma concepção de que a leitura é resultado da interação autor – texto – leitor. Assim, cabe a este não só captar intenções do autor, mas construir sentidos. Essa autonomia é garantida pelo hipertexto.

19 E

A questão pede que se associe o Twitter à concisão, sua característica mais evidente, que permite tratar dos mais

diversos assuntos, com os mais variados objetivos: provo-car humor, informar, fofocar. Como o limite dos textos é de 140 caracteres, torna-se indispensável desenvolver a

expressão clara e compreensível das ideias.

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14 Pré-vestibular extensivo | caderno 2

20 D

O texto afirma que as novas bases tecnológicas que foram

criadas estão presentes em todos os meios produtivos da

atualidade. A expressão “Divisão Digital” que acompanhou as

TIC (tecnologias de informação e comunicação) faz referência

às diferenças sociais, tanto que um dos seus outros nomes

entre os traduzidos para o português é “Exclusão Digital”.

21 A

Percebe-se pelo texto a possibilidade de criar e de recriar

informações para o site em questão, o que pode provocar

a aquisição de informações verdadeiras ou não.

22 C

O texto serve de exemplo para a nova forma de comu-

nicação, geradora da chamada cultura “blip”, por meio

da qual as informações servem de base para o universo

comunicativo instaurado. Da união entre público e privado,

reinventa-se a privacidade.

23 D

Com o advento da explosão da informação a partir da se-

gunda metade do século XX, houve uma ampliação da difu-

são de conhecimento. Assim, há uma maior troca de ideias

de forma híbrida entre diferentes culturas, visto a facilidade

proporcionada pelos meios de comunicação que surgiram

na época. Com isso, há uma maior disseminação de infor-

mação de forma mais democrática e interativa.

24 D

A partir da leitura do infográfico, é possível perceber que

a amizade assimétrica, por não ser regulada pelo filtro do

mútuo conhecimento facilita a interação entre pessoas e a

criação de novos amigos. Assim, fica caracterizada a opo-

sição amizade simétrica - em que a reciprocidade reduz

chances de conhecer novas pessoas - e a amizade assi-

métrica - em que a ausência de reciprocidade possibilita

ampliar o rol de amigos.

análise de texto e fenômenos linguísticos

1 B

2 B

3 D

4 D

5 B

6 C

7 D

8 C

9 a) A representação é a de que o dicionário é um auxí-

lio para os ignorantes, ideia contida na expressão “pai

dos burros”. Ela é inadequada, porque o vocabulário de

uma pessoa, por mais culta que seja, sempre é extre-

mamente inferior ao número de palavras que um bom

dicionário comporta, portanto ele também é um auxílio

importante para as pessoas que não são ignorantes.

b) O termo “pra burro” pode ser lido como uma expressão

idiomática, que vale como adjunto adverbial de intensi-

dade e que visa assim a enfatizar as qualidades do dicio-

nário. O que produz humor é a possibilidade de outra

leitura da expressão, como indicadora do leitor adequado

a esse dicionário. Quebrando-se, portanto, a expectativa

e gerando comicidade, chama-se a esse leitor de burro.

10 a) Para Mafalda, o termo “estrangeiro” tem como refe-

rência qualquer país que não seja o dela; para Mano-

lito, o país onde está quem não nasceu nele. A garota

analisa o termo a partir de sua perspectiva exclusiva,

por isso sua pátria não pode ser em hipótese alguma

um país estrangeiro. O garoto, em contrapartida, en-

tende a palavra também a partir da perspectiva de

quem não é nascido onde está. Assim, para Mafalda,

tudo o que está na pátria não é estrangeiro; para Ma-

nolito, pode ser.

b) No primeiro quadrinho, o artigo “o”, em “o país”,

especifica o substantivo, determina-o como o local de

origem de Mafalda. O mesmo se dá no terceiro quadri-

nho, com o emprego do pronome “este”, que se refere

ao país da personagem, ou seja, à sua pátria. No segundo

quadrinho, o artigo “um”, em “um país estrangeiro”,

indetermina o substantivo, indicando qualquer país que

não seja a pátria. Por isso é que a personagem diz que o

país dela não pode ser um país estrangeiro.

11 a) Como consideração inicial, convém ressalvar que a

expressão “um interessante paradoxo” está inscrita

numa transcrição literal da pesquisa da socióloga Bianca

Freire-Medeiros. Por isso, pressupõe-se que o parado-

xo seja sua opinião, e não do articulista Carlos Haag

(enunciador do texto). O primeiro parágrafo estabelece

uma oposição explícita entre escassez e abundância,

confortos (consumo) × a privação disso. O paradoxo,

portanto, é estabelecido por meio do confronto entre

ser e parecer: o turista constrói um parecer de que ele

mudou sua escala de valores, por ser capaz de “dar

valor ao que realmente importa”. Entretanto a socióloga

afirma que não houve essa transformação, uma vez que

o turista, ao tomar contato com a miséria característica

das favelas, reforça “as vantagens, os confortos e os

benefícios do [seu] lar”.

b) Eis uma das várias respostas possíveis: Um guia relatou,

interpelando o interlocutor, que o turismo na favela é*

um pouco invasivo porque se anda* em ruas estrei-

tas, e os moradores deixam* as janelas abertas. Disse

também que havia turistas inconvenientes: observavam

indiscretamente o interior das casas, atitude bastante

desagradável. O guia acrescentou que já tinha aconteci-

do/acontecera algo similar com um colega de profissão:

uma moradora estava cozinhando no fogão, que ficava

ao lado da janela, e um turista tinha passado/passara,

tinha posto/pusera a mão pela janela e tinha aberto/

abrira a tampa da panela. Ela, enfurecida, tinha batido/

batera na mão dele.

Obs.: *o presente do indicativo, nesses casos, indica

ação de duração costumeira e não admite distinção

nítida entre anterioridade e posterioridade.

12 a) As imagens ajudam a distinguir os sentidos que o termo

polissêmico “globo” assume na propaganda. A repre-

sentação esférica do planeta é associada ao periódico,

pois a América do Sul está coberta pela primeira página

do jornal. Portanto o trecho “o GLOBO é avançado”

deve ser lido em sentido metafórico, relacionado aos

temas figurativizados pela imagem da esfera (globa-

lização, maior integração entre as nações, avanços

científicos e tecnológicos). Já a imagem em formato

cúbico figurativiza o modo conservador de ver o mun-

do, o que se reforça pelo termo “quadrado” — que na

língua corrente significa “retrógrado”, “antiquado”.

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GABARITO

15Pré-vestibular extensivo | caderno 2

b) A propaganda investe no jornal a qualidade de ser pro-

gressista, pois afirma que, se estivesse envolto por um

mundo retrógrado, ainda assim “O GLOBO” superaria

as limitações de seu tempo e estaria à frente dele.

13 a) A personagem que defende o acordo ortográfico tem

por base o pressuposto de que ele instaura a padro-

nização da língua, a unificação do idioma. Na prática,

isso significa que, por força do acordo, a língua portu-

guesa passaria a ser falada da mesma maneira em to-

dos os países lusófonos. Tal pressuposto é inadequado

porque não se trata de unificação do idioma, mas da

unificação das normas que regem a grafia das palavras

do idioma.

b) Na tira, o pressuposto é efetivamente quebrado. Com

efeito, um livro, editado em Portugal e apresentado como

já adaptado às normas do acordo, traz peculiaridades de

linguagem que prejudicam sua compreensão por um

brasileiro. O próprio personagem que defendia o acordo

não sabe o que é “bica” e “peúgas”. Ou seja, o acordo

ortográfico não unifica o idioma.

14 a) Considerando que a carne de gato é bastante semelhan-

te à de lebre, mas de qualidade inferior, duas paráfrases

possíveis seriam: “Não adquira um produto de qualida-

de inferior crendo que é superior” ou “não adquira um

produto guiando-se apenas pela aparência”.

b) A expressão idiomática “Não leve gato por lebre” alerta

para o risco de o consumidor se deixar iludir e adquirir

um produto que aparenta ser de qualidade superior,

mas na verdade não é. Ao afirmar que “Só Bom Bril é

Bom Bril”, a propaganda manifesta que nenhum outro

produto se iguala a “Bom Bril” (lebre), sendo os de-

mais de qualidade inferior (gatos). Pode-se considerar

também que o termo “Bom Bril” — por um processo

metonímico em que o nome de uma marca é usado

para designar o produto, tal qual em Gillete, por exem-

plo — é comumente usado para referir-se ao produto

“palha de aço”, qualquer que seja sua marca.

Assim, a propaganda também lembra o consumidor de

que imitações (gatos), apesar de comumente chamadas

de “Bom Bril”, não têm a qualidade do verdadeiro Bom

Bril (lebre).

Módulo 14

Exercícios

5 A visão do autor é, simplesmente, mostrar um grupo que

tem preferências contrárias ao grupo da maioria. Escolhe

um termo que causa um estranhamento, mas totalmente

pertinente pelo contexto.

6 Proporcionar uma quebra na leitura padrão e provocar uma

reflexão maior no leitor.

7 a) O “mas”, do 1º parágrafo, e “evidentemente”, no início

do 2º parágrafo.

b) Primeiramente, fazer o leitor aderir à leitura; por isso,

aproximando-se na linguagem. Em seguida, o autor

trata o assunto com mais seriedade e a análise passa a

apresentar elementos racionais.

8 Uma saudação “religiosa” a uma festividade popular. Tratar

algo simplista de forma mais elevada.

9 Com a colocação dos artigos definidos, passou-se a especi-

ficar mais os substantivos em questão. Com isso, houve uma

mudança radical de sentido. Na primeira sentença, colocava-

-se apenas uma caracterização do termo “franzinos”.

redação em prática

1a parte – Construir a interdisciplinaridade e a proposta

de intervenção

1 a) O esquema deve ser feito com sugestões interdiscipli-

nares para ajudar na fundamentação dos parágrafos.

– O Brasil tem uma formação histórica que deixa o po-

der político na mão de poucos, muitas vezes coronéis,

o que não facilita uma atuação na esfera pública em

favor dos marginalizados.

– O Brasil foi um dos últimos países do mundo a abolir

a escravidão e, quando o fez, não tratou da questão

social. Novos cidadãos não tinham espaço no âmbito

econômico.

– Nunca foi feita a reforma agrária no país, e o latifúndio

sempre foi priorizado. A divisão do país em algumas

capitanias hereditárias é uma prova disso.

– A economia brasileira se baseou, durante a coloniza-

ção, na monocultura agrícola. Isso provocou um atraso

na industrialização e uma escassa oferta de empregos.

– Dentro de um contexto de economia mundial, o Brasil

ocupou durante muito tempo uma posição de forne-

cedor de mão de obra barata e de não exportador ou

produtor de tecnologia. Com isso, a produção de ri-

queza não foi satisfatória, pois o país sempre precisou

importar tecnologia, gastando muito dinheiro com o

comércio desse produto.

Obs.: Mais ideias podem ser produzidas, tendo em vista

que a interdisciplinaridade deve estar sempre em função

da abordagem do tema e da argumentação.

b) O Brasil tem seus alicerces fundacionais baseados na

exclusão da maioria de todas as esferas que poderiam

proporcionar um certo nivelamento social. No âmbito

político, o coronelismo concentrou o poder de deci-

são na mão de poucos. Além disso, a concentração de

terras, que tem sua origem no sistema de capitanias

hereditárias em que o país estava dividido entre poucos

mandatários, perpetuou-se. Fatos históricos como esses

acarretaram uma exclusão clara e ajudaram a manter a

pobreza no país.

c) O país tem uma permanente dificuldade de produzir

riqueza. Com um passado agrário monocultor e uma

inserção na economia mundial baseada no forneci-

mento de matéria-prima, o Brasil não conseguiu, por

muito tempo, criar um fluxo de capital favorável com

o intuito de enriquecer a nação. Sem produzir bens

que agreguem valor realmente significativo, como

tecnologia de ponta, o país teve problemas, durante

várias décadas, para fazer a economia crescer. Isso

provocou uma escassez de recursos para a distribui-

ção, ajudando a perpetuar um contexto de pobreza

e miséria.

d) Em um contexto de grave miséria e desigualdade, me-

didas de efeito imediato são importantes para ame-

nizar uma necessidade latente, e decisões de alcance

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16 Pré-vestibular extensivo | caderno 2

estrutural são fundamentais para a resolução definitiva.

Um acompanhamento social, tendo em vista a assis-tência alimentar e médica, é importante para combater o problema da fome, pois essa atrapalha a educação por motivos biológicos. Além disso, investimentos em

produção de tecnologia, a partir de cursos técnicos em zonas periféricas, são necessários para solucionar a questão a longo prazo.

2 Quanto à construção do argumento, é importante que o aluno reconheça que a ideia central do parágrafo – a ca-pacidade, inerente à religião, de compreender o mundo – não é bem trabalhada e, principalmente, não chega a ser fundamentada. Assim, a interdisciplinaridade, que seria importante para a fundamentação também, não recebe a atenção que poderia ter recebido, de modo a explorar a essência de tal recurso. Sugestão de parágrafo: A religião, importante ao homem por trazer explicações a fenômenos

tanto objetivos quanto subjetivos, criva-se como essencial

não apenas em momentos de crise. Seja na Grécia Antiga – quando, no apogeu da civilização, o politeísmo assume

grande peso –, seja nos dias atuais – em que a contempo-raneidade é traduzida pela multiplicidade de crenças –, a religião representa, ao indivíduo, a possibilidade de com-preensão do mundo. Nesse sentido, de filósofos gregos e troianos aos norte-americanos e japoneses, a coerência religiosa é mais do que uma opção, é uma faculdade ine-rente à humanidade.

3 a) Não. A conclusão não propõe uma intervenção eficaz

por não trazer uma problemática formulada. Isso quer dizer que nem todos os temas exigem uma proposta de intervenção, por não formularem, de fato, um conflito.

b) Sugestão de respostas: Situação-problema: A multipli-cidade que marca a cidade traduz a impossibilidade de formulação de uma identidade específica.

Solução: A identidade de uma determinada cidade não precisa ser, por essência, homogênea e uniforme.

4 Para, enfim, desenvolver uma noção ativa de cidadania, o

povo brasileiro precisa refletir sobre dois graves problemas:

a importância dos investimentos em saúde e em educação

e o senso de liberdade cívica. O cidadão não precisa ser

substituído, mas alimentado, educado, instruído. A liber-dade cívica exige como contrapartida o senso de liberdade

do outro. Logo, a prioridade deve ser a construção de um

aparato público em que a essência do governo democrático

possa conciliar os interesses divergentes. A ausência da cul-tura cívica compromete o exercício dos direitos políticos, e

o cidadão político só é eficaz quando se apoia nos ombros do cidadão civil.

2a parte

Coletânea texto 1: a primeira coletânea nos mostra que, contrariando aspectos históricos brasileiros, o crime deixou de ser “coisa de pobre”. Anteriormente, verificava-se uma

maior incidência na taxa de criminalidade entre a popula-ção mais pobre da sociedade. Hoje em dia, no entanto, o que se verifica é uma “democratização” das cadeias, com

a presença, cada vez mais evidente, de presos oriundos

da classe média. Ainda de acordo com o texto, isso se justificaria pelo desejo insaciável dos jovens de consumir,

o que os leva a cometer pequenos delitos. Além disso,

há, na prática desses crimes, um teor de exibicionismo e de demonstração de poder. O sentimento de frustração,

muitas vezes em não conseguir manter o padrão de vida

da juventude leva a população da classe média a uma sen-sação de frustração e impotência, mais uma justificativa,

ainda segundo o texto, para o ingresso da classe média no mundo do crime.

Coletânea texto 2: a charge presente no segundo texto da coletânea ratifica a ideia defendida no primeiro texto de que o crime, nos dias atuais, não se limita à classe mais baixa da população. Isso se verifica pela caracterização

do personagem à esquerda do quadrinho, de bermuda, chinelo e gorro representando a classe baixa da população, que chega para assaltar o menino rico, de classe média, caracterizado pelos bolsos cheios de dinheiro. Ao abor-dar a “vítima” a ideia é confirmada na medida em que

o garoto classe média também apresenta uma arma e se mostra habituado à situação, pois além de considerar o assaltante um “colega de trabalho” lida de forma natural com a abordagem do criminoso. O aluno deve perceber

a importância da observação de pequenos detalhes para

interpretar de forma completa a mensagem expressa em charges e caricaturas.

Tese: ao contrário do que se pode imaginar, o alto índice de crimes praticados pela classe média não está ligado à busca por bens materiais, mas mais do que isso, é devido

a uma destruição dos valores familiares e educacionais, o

que gera uma insatisfação permanente e um desejo de transgressão.

Argumento 1: o aluno pode abordar o argumento da en-trada da mulher no mercado de trabalho como causa para uma nova formação familiar: a mulher, ausente, transfere

o papel de mãe para empregados e outros membros da família. Neste parágrafo, o aluno pode recorrer a uma in-terdisciplinaridade histórica, ilustrado seu argumento com a luta feminista por igualdade de direitos.

Argumento 2: o jovem busca, inevitavelmente, o ca-minho mais fácil para alcançar seus objetivos. O aluno

pode abordar a ideia de que o crime traz efeitos imediatos e esse imediatismo, muitas vezes, transgride leis e cria

uma sensação de poder diante do mundo. Aproveitando

a ideia do imediatismo, o aluno poderá recorrer à litera-tura para sua citação interdisciplinar, como o carpe diem por exemplo.

Argumento 3: neste parágrafo, o aluno poderá ratificar sua tese e para isso questionar como duas realidades tão diferentes (o rico e o pobre) conseguem uma interação, ainda que no mundo do crime. Isso pode ser justificado, por exemplo, por meio do desenvolvimento de um argumento

que defenda a ideia de que o jovem, ao ingressar no mundo

do crime, está, de fato, interessado no diferente e não na aquisição de bens materiais. É a busca pela ausência, pela falta e, ao mesmo tempo o oferecimento de outra realidade que permite a interação entre realidades tão diferentes.

Como proposta de intervenção para a conclusão, o aluno

poderá desenvolver uma das ideias abaixo:

– reavaliação da estrutura familiar;

– não favorecimento da classe alta no momento da aplica-ção de penas para os delitos cometidos;

– despertar a consciência de que o foco do problema não está apenas na classe menos favorecida, e adotar, assim,

medidas educacionais que busquem atingir também a classe média.

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GABARITO

17Pré-vestibular extensivo | caderno 2

análise de texto e fenômenos linguísticos

1 B

2 D

3 B

4 A

5 C

6 D

7 D

8 C

9 A

10 B

11 D

12 A

13 A

14 C

15 C

16 D

17 C

18 C

19 A

20 B

21 C

Módulo 15

análise de texto e fenômenos linguísticos

1 B

2 C

3 D

4 A

5 A

6 C

7 A

8 B

9 C

10 C

11 D

12 A

13 D

14 A

15 C

16 D

17 B

18 A

19 D

20 A

Módulo 16

análise de texto e fenômenos linguísticos

1 B

2 C

3 D

4 A

5 A

6 B

7 A

8 B

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10 C

11 D

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15 C

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