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Educação Física Educação Física PONTA GROSSA - PARANÁ 2010 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Maury Fernando Fidelis Redkva Miguel Archanjo De Freitas Jr LICENCIATURA EM FUNDAMENTOS DO ATLETISMO

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Educação Física

Educação Física

pONTA gROSSA - pARANÁ2010

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Maury Fernando Fidelis RedkvaMiguel Archanjo De Freitas Jr

LICENCIATURA Em

FUNDAMENTOS DO ATLETISMO

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSANúcleo de Tecnologia e Educação Aberta e a Distância - NUTEAD

Av. Gal. Carlos Cavalcanti, 4748 - CEP 84030-900 - Ponta Grossa - PRTel.: (42) 3220-3163

www.nutead.org2010

Todos os direitos reservados ao Ministério da EducaçãoSistema Universidade Aberta do Brasil

Ficha catalográfica elaborada pelo Setor de Processos Técnicos BICEN/UEPG.

Pró-Reitoria de Assuntos AdministrativosAriangelo Hauer Dias - Pró-Reitor

Pró-Reitoria de GraduaçãoGraciete Tozetto Góes - Pró-Reitor

Divisão de Educação a Distância e de Programas EspeciaisMaria Etelvina Madalozzo Ramos - Chefe

Núcleo de Tecnologia e Educação Aberta e a DistânciaLeide Mara Schmidt - Coordenadora Geral

Cleide Aparecida Faria Rodrigues - Coordenadora Pedagógica

Sistema Universidade Aberta do BrasilHermínia Regina Bugeste Marinho - Coordenadora Geral

Cleide Aparecida Faria Rodrigues - Coordenadora AdjuntaMarcus William Hauser - Coordenador de Curso

Flávio Guimarães Kalinowski - Coordenador de Tutoria

Colaborador FinanceiroLuiz Antonio Martins Wosiak

Colaboradora de PlanejamentoSilviane Buss Tupich

Projeto GráficoAnselmo Rodrigues de Andrade Júnior

Colaboradores em EADDênia Falcão de BittencourtJucimara Roesler

Colaboradores de InformáticaCarlos Alberto VolpiCarmen Silvia Simão CarneiroAdilson de Oliveira Pimenta JúniorJuscelino Izidoro de Oliveira JúniorOsvaldo Reis JúniorKin Henrique KurekThiago Luiz DimbarreThiago Nobuaki Sugahara

Colaboradores de PublicaçãoDenise Galdino de Oliveira - RevisãoJanete Aparecida Luft - RevisãoAna Caroline Machado - Diagramação Milene Sferelli Marinho - Ilustração

Colaboradores OperacionaisEdson Luis MarchinskiJoanice Kuster de AzevedoJoão Márcio Duran InglêzKelly Regina CamargoMariná Holzmann Ribas

CRÉDITOS

João Carlos GomesReitor

Carlos Luciano Sant’ana VargasVice-Reitor

R317f Redkva, Maury Fernando Fidelis Fundamentos do atletismo. / Maury Fernando Fidelis Redkva e Miguel Archanjo de Freitas Jr. Ponta Grossa : UEPG/NUTEAD, 2010. 127p. il.

Licenciatura em Educação Física - Educação a Distância.

1. Atletismo. 2. Corridas rasas. 3. Corridas com barreiras. 4. Corridas com obstáculos. 5. Corridas com revezamentos. I. Freitas Jr., Miguel Archanjo de. II. T.

CDD : 796.426

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ApRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL

Olá, estudante

Seja bem vindo! Certamente, neste período do curso você já se sente mais preparado para enfrentar

os desafios desta modalidade educacional (EaD). Com certeza, também já percebeu que estudar a distância significa muita leitura, organização, disciplina e dedicação aos estudos.

A educação a distância é uma das modalidades educacionais que mais cresce hoje no Brasil e no mundo. Ela representa uma alternativa ideal para alunos–trabalhadores, que necessitam de horários diferenciados de estudo e pesquisa, para cumprir a contento tanto seus compromissos profissionais como suas obrigações acadêmicas. Também é uma alternativa ideal para as populações dos municípios distantes dos grandes centros universitários, contribuindo significativamente para a socialização e democratização do saber.

As novas tecnologias da informação e da comunicação estão cada vez mais presentes em nossas vidas, desafiando os educadores a inserir-se nesse “mundo sem fronteiras” que é a realidade virtual.

Sensível a esse novo cenário, a UEPG vem desenvolvendo, desde o ano de 2000, cursos e programas na modalidade de educação a distância, e para tal fim, investindo na capacitação de seus professores e funcionários.

Dentre outras iniciativas, a UEPG participou do Edital de Seleção UAB nº 01/2006-SEED/MEC/2006/2007 e foi contemplada para desenvolver seis cursos de graduação e quatro cursos de pós-graduação na modalidade a distância pelo Sistema Universidade Aberta do Brasil.

Isso se tornou possível graças à parceria estabelecida entre o MEC, a CAPES, o FNDE e as universidades brasileiras, bem como porque a UEPG, ao longo de sua trajetória, vem acumulando uma rica tradição de ensino, pesquisa e extensão e se destacando também na educação a distância,

Os cursos ofertados no Sistema UAB, apresentam a mesma carga horária e o mesmo currículo dos nossos cursos presenciais, mas se utilizam de metodologias, materiais e mídias próprios da educação a distância que, além de facilitarem o aprendizado, permitirão constante interação entre alunos, tutores, professores e coordenação.

Esperamos que você aproveite todos os recursos que oferecemos para facilitar o seu processo de aprendizagem e que tenha muito sucesso nesse período que ora se inicia..

Mas, lembre-se: você não está sozinho nessa jornada, pois fará parte de uma ampla rede colaborativa e poderá interagir conosco sempre que desejar, acessando nossa Plataforma Virtual de Aprendizagem (MOODLE) ou utilizando as demais mídias disponíveis para nossos alunos e professores.

Nossa equipe terá o maior prazer em atendê-lo, pois a sua aprendizagem é o nosso principal objetivo.

EQUIPE DA UAB/ UEPG

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SUmÁRIO

PALAVRAS DOS PROFESSO ■ RES 7

OBJETIVOS E EMENT ■ A 9

INTRODUÇÃO AO ATLETISmO SEçãO ■ 1- HISTórIA DO ATLETISMO: DA GréCIA A BEIjING 12

SEçãO ■ 2- POSSIBILIDADES METODOLóGICAS PArA O ATLETISMO ESCOLAr 22

SEçãO ■ 3- FUNDAMENTOS DO ATLETISMO 26

CORRIDAS RASAS 53SEçãO ■ 1- COrrIDAS DE VELOCIDADE 100, 200 E 400M 55

SEçãO ■ 2- COrrIDAS DE rESISTêNCIA DE VELOCIDADE 800 E 1500M 70

SEçãO ■ 3- COrrIDAS DE rESISTêNCIA 5.000, 10.000M E MArATONA 76

SEçãO ■ 4- MArCHA ATLéTICA 84

CORRIDAS COm BARREIRAS, OBSTÁCULOSE REVEZAmENTOS 93

SEçãO ■ 1- 110M (100M) E 400M (BArrEIrAS); 3.000M (2.000) COM

STEEPLE CHASE (OBSTáCULOS) 94

SEçãO ■ 2- 4x100M E 4x400M (rEVEzAMENTOS) 109

PALAVRAS FINAI ■ S 123

REFERÊNCIAS ■ 125

NOTAS SOBRE OS AUTO ■ RES 127

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pALAVRAS DOS pROFESSORES

Prezado aluno, vai ser muito bom estarmos juntos nesta “corrida”. Assim como a história do atletismo, as nossas vidas passaram por inúmeras transformações, decorrentes dos acontecimentos políticos e das pressões sociais.

Atualmente, as pessoas têm pouco tempo para as atividades de lazer, pois vivemos em um mundo cada vez mais competitivo, porém de forma paradoxal, há uma tendência em buscarmos refúgio nas atividades do passado como forma de alento para o presente e de esperança para o futuro.

Diante deste cenário marcado por contradições, pautado pela urgência do tempo, pela velocidade de informação e pela necessidade de conhecimento, vamos iniciar a nossa “competição”, que não será tão rápida quanto uma corrida de 100 metros e nem tão lenta como uma maratona.

Certamente, em alguns momentos, teremos de ser tão rápidos quanto os corredores de velocidade, mas sempre mantendo a perseverança de um fundista, pois a nossa caminhada será longa e ela não poderá ser feita através de saltos, assim como decatleta, só é possível chegar ao final da competição quando completarmos cada uma das provas que nos darão o título tão almejado.

Este curso, em muito se aproxima da vida do atleta, pois assim como ele, você vai precisar de muita dedicação, organização nas suas atividades, de maneira que os estudos passem a figurar entre as prioridades do seu dia-a-dia, caso contrário, no momento da grande decisão o resultado poderá ser frustrante. Mas tenho certeza que juntos vamos conseguir fazer com que você cruze a linha de chegada e suba no lugar mais alto do pódium, pois o fato de você aceitar este desafio já te faz um vencedor.

Bons Estudos!

Os professores.

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OBJETIVOS E EmENTA

ObjetivOs

Objetivamos, em nosso estudo, abranger os assuntos pertinentes ao ensino ■

das habilidades e competências tático-cognitivas do atletismo, também trazer

considerações e informações que sejam importantes e necessárias para que

o professor possa desenvolver um bom trabalho no ensino do atletismo para

seu aluno ou quem sabe, em alguns casos, para o seu atleta que irá participar

das competições em nível escolar.

ementa

Fundamentos do Atletismo ■

Movimentos naturais de correr, saltar, lançar e arremessar. Desenvolvimento dos

conhecimentos das habilidades e provas do Atletismo. Abordagens sobre a história

e atualidades do atletismo. Classificação das provas do atletismo. Fundamentos

metodológicos das principais técnicas, de corrida. Exercícios, para aprendizado

das provas de corrida. Perspectivas pedagógicas sobre as múltiplas e variáveis

formas de realizar o movimento. Noções gerais de regras e possibilidades de

adaptação aos objetivos propostos.

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Introdução ao atletismo

MAuRy FeRnAnDo FiDelis ReDkvAMiguel ARchAnJo De FReitAs JR

ObjetivOs De aPRenDiZaGem

Identificar os vários momentos vividos pelo Atletismo no decorrer da história. ■

Perceber as principais dificuldades encontradas para o profissional que ■

deseja trabalhar com esta modalidade no âmbito escolar.

Compreender a forma com que o atletismo foi introduzido no Brasil. ■

Refletir sobre as transformações dos valores e comportamentos dos atletas ■

que objetivam vencer competições de alto nível.

ROteiRO De estUDOs

SEçãO ■ 1: História do atletismo: da Grécia a Beijing

SEçãO ■ 2: Possibilidades metodológicas para o atletismo escolar

SEçãO ■ 3: Fundamentos do Atletismo

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pARA INÍCIO DE CONVERSA

Desde que surgiu na face da terra, o ser humano apresenta um instinto

competitivo. Competimos diariamente com pessoas que nem conhecemos,

competimos com os nossos colegas de profissão ou da universidade para

provarmos que somos melhores. Isto não quer dizer que devemos passar

por cima de tudo e de todos com o objetivo de sermos campeões.

Mesmo não estando formalmente escritas, existem regras sociais

que precisam ser respeitadas. Mas nem sempre as coisas funcionaram

desta maneira. Nos primórdios da civilização, inúmeros grupos sociais

definiam o valor das pessoas a partir da sua força, velocidade e/ou

resistência.

Neste sentido, acompanhar a trajetória histórica do atletismo é algo

bastante instigante, pois permitirá a você viajar no tempo sem precisar

sair de casa. Vai lá um conselho de um atleta mais experiente: não se

preocupe em tentar armazenar datas, mas sim, em compreender o

contexto em que os fatos aconteceram.

Leve em consideração que a trajetória desta modalidade não

aconteceu de forma linear, através de concessões amigáveis, mas como

todas as outras atividades que fazem parte do campo esportivo e da

sociedade, as suas mudanças foram resultado de longos processos sociais

de disputas de interesses e relações de poder. Este histórico irá te ajudar a

visualizar as várias transformações pelas quais passou o atletismo, desde

a antiguidade clássica até os dias atuais.

SEÇÃO 1HISTÓRIA DO ATLETISmO: DA gRÉCIA A BEIJINg

Antes de iniciarmos a nossa corrida é importante conhecermos

a modalidade esportiva que vamos praticar, por isso, como forma de

aquecimento vamos começar definindo o ATLETISMO.

De acordo com o dicionário Aurélio Buarque de Holanda, utiliza-

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se este termo como: “Designação comum às atividades desportivas,

geralmente de caráter competitivo”.1 Esta definição serve como ponto de

partida, mas faz-se necessário definí-lo melhor.

Uma observação técnica desta modalidade nos permite afirmar que

ele é um esporte formado por provas de pista (corridas e marcha), de

campo (saltos, lançamentos e arremesso), provas combinadas (decatlo

e heptatlo – combinam as provas de pista e campo), o pedestrianismo

(corridas de rua) e as corridas em montanha (cross country).

Agora que você já foi apresentado para o Atletismo, vamos começar a

nossa Maratona, que tem início por vota do ano de 390 aC. Momento marcado

pela prática do atletismo como um meio do ser humano caçar e evitar de

ser caçado pelos outros seres vivos presentes na terra. Para facilitar o nosso

estudo, vamos dividir esta trajetória em três momentos interdependentes:

PRÉ - ESPORTIVIZAÇÃO

Inicia-se nas civilizações primitivas, onde as ações tinham um

objetivo utilitário, sendo realizadas fundamentalmente como um meio de

sobrevivência. Os homens utilizavam a corrida, o lançamento de objetos

e os saltos para tentar conseguir comida e outras vezes para evitar que

eles se tornassem o próprio alimento.

Com o passar do tempo, acabou prevalecendo o instinto competitivo

do ser humano. Mesmo, não sendo possível afirmar com certeza o

momento em que o atletismo deixa de ser uma prática utilitária e se torna

uma atividade recreativa, existem indícios que apontam para a prática de

competições atléticas nas civilizações primitivas, onde o homem media a

sua força, rapidez e habilidade, inicialmente contra obstáculos naturais

e posteriormente contra outros homens, momento em que essas práticas

foram organizadas através dos Antigos jogos Olímpicos.

Com o advento das guerras, as atividades atléticas tornaram-se um

meio eficiente para a preparação dos exércitos, a ponto do imperador

romano Teodósio I (O Grande), no ano de 393 d.C. resolver extinguir

1 HOLANDA FErrEIrA, Aurélio Buarque de. Mini-Aurélio: o dicionário da língua por-tuguesa. Curitiba: Positivo, 2004. p. 73. 6ª Edição.

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os Antigos jogos Olímpicos2, como prova do seu arrependimento por

ter mandado matar milhares de pessoas no Massacre da Tessalônica.

Iniciando o segundo momento.

SISTEMATIZAÇÃO ESPORTIVA

Ocorreu durante a Idade Média (476 d.C. a 1453)3, momento

em que os educadores vitorianos introduziram os esportes nas escolas

inglesas. Aqui tem início o processo de padronização da regulamentação

do atletismo que, paulatinamente, vai sendo difundido para a Europa e

posteriormente para todo o mundo.

Coube aos ingleses a tarefa de reviver, de forma definitiva, as

competições clássicas de pista e campo, no início do século passado, com

a reforma que os educadores vitorianos introduziram nas escolas públicas,

foram aproveitados os princípios defendidos por Thomas Arnold4, na

rugby School.

2 Os jogos Olímpicos Antigos eram um festival de cunho religioso e atlético realizado na Grécia, a cada quatro anos, no santuário de Olímpia em honra de zeus. Atribui-se à pri-meira edição a data de 776 a.C. A esse respeito vale a pena cf. 2003.

3 A esse respeito vale a pena conferir a descrição feita pela sociólogo francês BOUrDIEU, Pierre. Como é possível ser esportivo? In: ____________.Questões de sociologia. rio de janeiro: Marco zero, 1983.

4 Thomas Arnold foi um educador inglês, que buscou transformar o sistema educacional em toda a Grã-Bretanha. Mostrando que o esporte sistematizado era de grande importância na educação do jovem, disciplinando-o, aprimorando-lhe as qualidades morais, e, sobretudo, le-vando a descarregar nos campos de jogo um potencial de energia que, de outra forma poderia ser utilizado em práticas condenáveis, entre as quais destacavam-se as idéias reformistas dos jovens da classe média, em oposição ao tradicionalismo vitoriano. Dsiponível em http://www.nationalarchives.gov.uk/nra/searches/subjectView.asp?ID=P813. Acessado em 20 out. 2008.

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Outra versão indica que no século xVIII a Inglaterra era considerada

o berço do esporte moderno. Neste momento, ela introduz a prática do

atletismo em suas escolas primárias públicas, sob a égide das teorias

de rousseau. Da mesma maneira que acontece com outros esportes,

a prática do atletismo é levada para o restante do mundo, através dos

vários trabalhadores ingleses que saíram do seu país para auxiliar no

desenvolvimento estrutural de outras nações.5

No século xIx, realizou-se as primeiras competições atléticas

universitárias, envolvendo as universidades de Oxford e Cambridge

(1864), o primeiro meeting nacional em Londres (1866) e o primeiro

meeting amador realizado nos Estados Unidos em pista coberta (1868).

Em 1913, fundou-se a Associação Internacional de Federações de

Atletismo. Com sede central de Londres, a associação é o organismo central

das competições de atletismo em escala internacional, estabelecendo as

regras e dando oficialidade às melhores marcas mundiais obtidas pelos

atletas.6

5 Sobre este assunto cf. CONFEDErAÇÃO BrASILEIrA DE ATLETISMO. regras ofi-ciais de atletismo. rio de janeiro: Palestra Sport, 1989. p. 01- 17. Ler o texto A história do Atletismo mundial, disponível em http://www.pucrs.campus2.br/~brandt/fund_desp_ind_historia.pdf. Vale a pena ver também http://www.cbat.org.br/acbat/historico.asp

6 Disponível em www.iaaf.org. Acessado em 01 out. 2008.

rosseauFonte: acesso http//:www.phases.zip.net/. em 15 de outubro. 2009

COMPETIÇÕES ESPORTIVAS FORMAIS

O atletismo mantém uma correlação direta com os acontecimentos

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que envolveram os jogos Olímpicos, seja na antiguidade e principalmente

na Era Moderna. Em 1892, numa sessão solene realizada na Sorbonne, em

Paris, Pierre de Fredi, mas conhecido como “Barão Pierre de Coubertin”,

apresentou um projeto para que fossem reativados os jogos Olímpicos

extintos por Teodósio I.

Seu objetivo era um movimento internacional, o Olimpismo, que

visava a promover o estreitamento de relações entre os povos através do

esporte. A proposição tinha também, fins pedagógicos, como os de formar

o caráter dos jovens pela prática esportiva, despertando-lhes o senso de

disciplina, o domínio de si mesmo, o espírito de equipe e a disposição

de competir. Mas a ideia só se concretizou em 1894, a partir de um

Congresso realizado também na Sorbonne, dessa vez com a participação

de representantes de 14 países. Foi criado o comitê olímpico internacional,

com sede na Suíça, e estabeleceram-se as normas para a realização dos

primeiros jogos em 1896, na Grécia.

A primeira versão dos jogos Olímpicos da Era Moderna foi realizada

em Atenas, na Grécia. Participaram 285 atletas, de 13 países. Desde então,

a tocha olímpica foi reacendida com a finalidade de promover paz entre

a comunidade mundial. A intenção do Barão de Coubertin era de unir os

povos pelo esporte.

O primeiro programa olímpico de atletismo compreendia corridas

de 100, 400, 800 e 1.500m, e mais a de 110m com barreiras, saltos em

distância, altura, triplo e com vara, lançamentos de peso e disco. Uma

prova especial foi organizada para os corredores de fundo- a maratona.

Uma versão romântica presente na história, relata que o francês Michel

Bréal, pretendia recordar o “ato heróico” de um soldado ateniense que

correu da cidade de Maratona até Atenas, para anunciar aos gregos a

vitória de Milcíades sobre os persas em 490 a.C.

A maratona olímpica - que acabou convertendo-se numa das provas

clássicas dos jogos olímpicos modernos - foi corrida num percurso de 42,195

km, aproximadamente a mesma distância cumprida por Fidípedes.7

As mulheres só começaram a participar regularmente dos jogos

olímpicos em 1928, cumprindo um programa de 100, 800 e 4x100 metros,

7 ALMEIDA, Gonçalves Cesar de. História do Atletismo. Disponível em http://www.hplo-co.com/tudosobreesportes/Atletismo.html. Acesso realizado em 02 de out. 2008.

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17UNIDADE 1

o salto em altura e o lançamento do disco.

Até 1948, outros acréscimos e supressões foram feitos tanto no

programa masculino como no feminino. De 1948, quando o número de

provas para mulheres aumentou consideravelmente, a 1956, ano em que

disputou a primeira marcha de 20 km (a de 50 km já fora introduzida em

1932) o programa oficial sofreu suas últimas ações.

Atualmente, os jogos Olímpicos são realizados, de quatro em quatro

anos, em países e cidades diferentes. O atletismo continua sendo uma

das principais atrações, sendo composto por 26 provas masculinas e 23

femininas.

Ao analisar o desenvolvimento tecnológico esportivo para as

Olimpíadas de Pequim, a repórter Heleni Felippe mostrou que cada

uma das disputas de medalhas está cercada de novidades, que envolvem

as instalações esportivas e os equipamentos utilizados pelos atletas,

destacando-se a confecção de roupas com tecidos inteligentes que

“respiram” não retendo o suor e auxiliando para que a temperatura

corporal permaneça em equilíbrio, além disso, destacam-se os pisos

utilizados nas pistas que impulsionam os pés dos atletas, pés estes que

utilizam calçados feitos sob medida, pesando poucas gramas.8

Em Pequim, o Estádio Ninho do Pássaro, foi projetado para receber

cerca de 91 mil pessoas, a pista foi feita com o mais moderno piso do

mundo, fabricado pela empresa italiana Mondo, que utilizou uma nova

tecnologia: “Amortece o impacto e devolve energia ao atleta”, explica o

engenheiro Décio Chusid. é a nona vez que a empresa cobre a pista de

atletismo em uma Olimpíada.

Além do piso, cronômetros, telões e até ventiladores gigantes foram

utilizados para refrescar o público. De acordo com o diretor técnico do Troféu

Brasil de Atletismo (Martinho Nobre dos Santos), o mais impressionante

são os sistemas gerenciadores de competição, pois, sem sair da cadeira,

o público, o jornalista ou o técnico têm todas as informações no estádio,

recebendo-as na tela do computador, na TV ou no celular. “Os sistemas

são os mesmos, mas na Olimpíada cada fabricante sempre leva o que

tem de mais moderno, as novidades. No atletismo, tudo é interligado, do

8 Tecnologia de Ponta. Disponível em http://www.link.estadao.com.br/index.cfm?id_conteudo=14228 . Acessado em 01 out. 2008.

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disparo do revólver, passando pelo sistema de detecção de largada falsa

no bloco de saída, o vento registrado pelo anemômetro, até a chegada e a

cronometragem, transmitida em forma de resultado por wireless”.9

9 SANTOS, Martinho Nobre. Tecnologia de Ponta. Disponível em http://www.link.estadao.com.br/index.cfm?id_conteudo=14228. Acessado em 01 out.2008.

Discóbolo de MíronFonte: acesso http//:www.//gincanaolimpica.wordpress.com em 15 de

outubro. 2009

O ATLETISMO NO BRASIL

As primeiras matérias sobre o atletismo no Brasil foram localizadas

no jornal carioca Commercio, em 1880, o qual apresentava os resultados

de competições atléticas realizadas naquela cidade.

Nas três primeiras décadas do Século 20, a prática atlética foi

consolidada entre nós. Em 1914, a antiga CBD (Confederação Brasileira

de Desportos) filiou-se à IAAF (Federação Internacional de Atletismo

Amador).

Em 1924, o País participou pela primeira vez do torneio olímpico, ao

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mandar uma equipe aos jogos de Paris. No ano seguinte, foi disputado

pela primeira vez o Campeonato Brasileiro.

O Brasil segue participando das outras edições dos jogos Olímpicos,

mas só consegue conquistar a sua primeira medalha de ouro em 1952,

nos jogos de Helsinque, com Adhemar Ferreira da Silva na prova do salto

triplo. Adhemar foi o primeiro dos três triplistas brasileiros a estabelecer

o recorde mundial na prova. Os outros foram Nelson Prudêncio e joão

Carlos de Oliveira.10

Mesmo apresentando um quadro de melhoras significativas, com

vários atletas destacando-se em provas de pista, campo e rua, o atletismo

brasileiro está longe de atingir o patamar de modalidades coletivas como

o Voleibol e o Futebol, as quais conseguem manter uma sequência de

trabalho, renovando constantemente o seu elenco de bins atletas.

Infelizmente, na atualidade, o atletismo brasileiro ficou marcado

internacionalmente pela utilização do doping. Na busca de superar

limites, os atletas acabam utilizando todos os tipos de substâncias que

lhes permitam ter um maior ganho de massa muscular, recuperação mais

rápida, maior rendimento... Será que isto vale a pena?

Os estudiosos são unânimes em afirmar que a indústria do doping

está anos luz na frente do comitê de anti-doping, inclusive existem

indícios de que alguns pesquisadores trabalham para os dois lados, ou

seja, utilizam as informações privilegiadas do comitê anti-doping, para

prescrever substâncias ilícitas que normalmente não são detectadas.

Você deve estar se perguntando: - Se é desta maneira, como os

atletas são pegos nos testes?

Vejamos como funciona a realização dos testes. O comitê anti-

doping realiza em competições nacionais e internacionais exames de

rotina, onde são escolhidos aleatoriamente alguns atletas para realizar

estes exames. Entretanto, quando ocorrem denúncias anônimas que

sejam consideradas sérias (fundamentadas), os atletas denunciados são

chamados para realizar os testes, que podem ser confirmados ou não.

Caso o teste de doping seja positivo, o atleta tem direito a pedir uma

10 Mesmo sendo uma modalidade significativa para o esporte brasileiro, o atletismo ainda é bastante carente de estudos acadêmicos que ajudem a compreender a sua trajetória no Brasil. Os dados aqui mencionados foram pautados nas informações disponíveis em http://www.cbat.org.br/acbat/historico.asp. Acesso realizado em 02 out. 2008.

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contra-prova, que será feita em um outro laboratório credenciado pela

IAAF. Normalmente, durante o tempo em que se espera o resultado da

contraprova, o atleta fica suspenso preventivamente.

Você pode ter maiores informações sobre o doping dos atletas brasileiros consultando

http://www.cbat.org.br/noticias/noticia.asp?news=3583 – Comunicado oficial do Presidente da CBAT sobre o incidente com os atletas brasileiros;

http://www.arturmonteiro.com.br/07/08/2009/dopping-no-atletismo-brasileiro/ - Entrevista do Técnico da Selção Brasileira de Atletismo, Jayme Netto Jr justificando o ocorrido e relatando o abandono da sua carreira de treinador.

http://www.dw-world.de/dw/article/0,,4577998,00.html – Reportagem mostrando o panorama do doping no mundo e a dificuldade para saber se o resultado é fruto de treinamento ou de substâncias proibidas.

http://saude.terra.com.br/interna/0,,OI367989-EI1497,00.html – Reportagem que indica todos os procedimentos e etapas do exame anti-doping.

Agora que você já viu os riscos de utilizar o doping, vamos deixá-lo

fora da nossa competição e conhecer alguns acontecimentos importantes

na história do Atletismo.

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21UNIDADE 1

Você sabia que o ser humano já praticava algumas das modalidades •

do atletismo como forma de sobrevivência na pré-história. A

caminhada, por exemplo, era utilizada para se locomover de um

lugar para o outro. A corrida e os saltos, para escapar das presas

dos animais carnívoros. O arremesso era usado para se defender

e matar animais que serviam de alimento. Desta forma, os

homens e as mulheres foram adquirindo habilidades que, mais

tarde, foram aprimoradas e adaptadas para as competições de

atletismo.

No início das atividades competitivas elas eram restritas somente •

para os homens, pois se acreditava que a função da mulher era

ficar em casa cuidando do lar e dos seus filhos. Foi somente em

1928, em Amsterdã, que as mulheres começaram a competir.

Com o aumento das exigências esportivas que poderiam trazer •

prestígio, fama, dinheiro, etc., muitos atletas começaram a utilizar

meios ilícitos para superar os seus limites. No atletismo, um dos

casos mais famoso ocorreu em Seul (1988) e ficou conhecido

como “Caso Ben johnson”.

O italiano Primo Nebiolo foi presidente da International •

Association of Athletics Federations (IAAF), durante 18 anos.

Sendo considerado um dos principais responsáveis pela

transformação deste esporte em um negócio milionário. Quando

ele assumiu a IAAF, a Federação tinha um orçamento de US$ 50

mil e durante sua administração este patrimônio subiu para US$

50 Milhões.

Nos jogos Olímpicos de Pequim foram utilizados carrinhos de •

controle remoto para trazer de volta para os atletas os implementos

das provas de campo, como dados, martelos, discos e pesos.

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serÁ Que Você É capaZ de lembrar:

a. Qual foi a primeira medalha obtida por um brasileiro em uma olimpíada?

b. Quais são os três momentos da história do atletismo?

Antes de passarmos o bastão para continuarmos a nossa corrida é importante você saber que:

A principal tarefa didática da iniciação ao atletismo, nas escolas brasileiras é aumentar sua atratividade. Um atletismo voltado para o lúdico parece ser a saída pedagógica mais viável, para tornar este esporte mais atraente aos alunos.

SEÇÃO 2pOSSIBILIDADES mETODOLÓgICAS pARA O ATLETISmO ESCOLAR

O atletismo é considerado um esporte de fácil execução. Ele

possibilita trabalhar inúmeras capacidades físicas e movimentos básicos

do ser humano, pois é composto por atividades de corrida, saltos e

lançamentos. Elementos fundamentais para o desenvolvimento de

qualquer modalidade esportiva com execução dinâmica.

Para nosso estudo, devemos lembrar que a iniciação do atletismo

deve ser feita respeitando os padrões de comportamento da criança, que

ainda não são definidos como nos adultos. As crianças não são “adultos

em miniatura”, o que requer cuidados especiais.11

Você nunca deverá esquecer que as crianças estão em fase

11 GALAHUE, David L. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, ado-lescentes e adultos. São Paulo Phorte Editora, 2001. p. 399.

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23UNIDADE 1

de crescimento, por isso, propor uma atividade tendo o rendimento

absoluto como objetivo principal, poderá trazer problemas motores e/ou

psicossociais irreparáveis. Trocar os aspectos lúdicos da sua aula, por uma

rotina de treinos visando competições de alto rendimento, pode estressar

e traumatizar o iniciante resultando no seu desinteresse e possível

abandono precoce do esporte.

Neste sentido, FrEIrE (1992:306) destaca uma das principais

dificuldades vivenciadas pelos professores ao trabalhar no âmbito

escolar:

é necessário que o professor consiga ensinar a todos, o feio e o bonito, o forte e o fraco, o alto e o baixo, o pobre e o rico. E mais, não basta ensinar a todos, é preciso saber ensinar bem a todos. E isso ainda não basta, além de ensinar bem a todos, é preciso que o professor saiba ensinar, ensinando esporte além do próprio esporte.12

Este será o nosso desafio inicial. Devemos nos preparar para ensinar

a todos da melhor maneira possível, tendo consciência que a escola mais

do que buscar revelar ou formar atletas, visa auxiliar na criação de uma

cultura corporal, onde o aprendiz irá valorizar a prática da atividade física

como um meio de melhorar a sua qualidade de vida.

12 FrEIrE, joão Batista. Educação de corpo e alma. São Paulo: Summus. 1992. p.306.

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como a nossa corrida é longa, vamos precisar da ajuda de outras pessoas para que não cansemos demasiadamente no início da competição. por isso, vamos passar o bastão para um experiente professor que pesquisou sobre o estágio de desenvolvimento do atletismo brasileiro. o nome dele é ubirajara oro. seu texto foi escrito na década de 80, mas parece

retratar o momento atual do atletismo no nosso país.

Na visão deste autor, a grande maioria das modalidades esportivas

utilizadas nas escolas são sistematizadas em um regulamento oficial.

Sempre que uma modalidade é praticada, os limites do que é possível e

daquilo que não deveria ser realizado está antecipadamente definido, o

que lhe confere um sentido de rotina.

No caso do atletismo, essa tendência à monotonia é aumentada

por dois fatores essenciais: 1)a naturalidade de seus movimentos, que

os torna menos espetaculares, 2) a quase total previsibilidade do fluxo

de suas ações. A esses fatores pode ser acrescentado o princípio da ação

atlética tradicional: rendimento absoluto.

Uma vez que se torna difícil alterar os dois primeiros fatores acima,

sem descaracterizar o que hoje se entende por atletismo, uma alternativa

interessante seria tentar evitar a elitização e a tendência à especialização

precoce.

A super valorização de possíveis atletas irradia-se para a área

didática, induzindo o professor que acaba buscando resultados cada vez

mais significativos, no menor prazo possível. Em função das competições

mirins, as crianças talentosas tendem a receber atenção especial e

intensiva, enquanto a grande maioria fica sem o mínimo satisfatório de

acompanhamento didático.

Atualmente a maioria dos clubes esportivos não possui

departamento de atletismo – vários o fecharam – e grande parte das

escolas (notadamente públicas) sequer dispõe de espaço físico para a

prática do esporte. Diante destas circunstâncias, torna-se impensável

uma prática que seja voltada para o alto rendimento.

A situação agrava-se, ao ser constatável inexistir Educação Física

de 1ª a 4ª séries. Isso leva os escolares brasileiros de até 10 anos a colherem

experiências motoras apenas intuitivas, de natureza e processamento

apenas espontâneo, limitadas em qualidade e quantidade.

Como grande parte destas crianças integra a população brasileira

urbana o problema torna-se ainda maior quando verificamos que, na

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25UNIDADE 1

grande maioria das cidades brasileiras, não existem em número suficiente,

ambientes públicos voltados para a prática de atividades de lazer. Neste

sentido, é possível acreditar que a maioria da população brasileira infantil

fica sem ter onde se exercitar adequadamente.

Por outro lado, o brasileiro típico associado ao clube não tem o

hábito de frequentá-lo para praticar esporte. Normalmente, a família –

em especial as crianças – não aproveita as possibilidades do clube para

sua educação esportiva.

Aliás, o clube esportivo brasileiro, como instituição sociocultural,

reforça essa situação, aplicando seus recursos materiais e humanos quase

só no atendimento a suas equipes de alto-nível. Ao associado comum,

o clube não estimula e oferece muito pouco, em termos de prática

sistemática.

Interessante notar também que as modalidades de maior prestígio

nacional são coletivas e tem como implemento de ação a bola. Isto nos

leva a acreditar que o brasileiro vive pela filosofia do prazer.

A bola, como instrumento de comunicação interpessoal e de auto

expressão, mais a índole acentuadamente lúdica dos esportes coletivos,

logram preencher suas expectativas de cultura física, por virem ao

encontro dessa filosofia de vida. Tal concepção, talvez, ajude a explicar a

sentença tipicamente brasileira: ATLETISMO NÃO TEM BOLA!

Não estará aí um dos porquês centrais do subaproveitamento do

atletismo neste país? Como explicar, de outra maneira, que o atletismo,

tecnicamente descomplicado, extensivamente ensinado nas escolas de

todos os sistemas e níveis, variado na tipologia da ação e adaptável a

qualquer área livre, não alcança maior iniciativa de uma população, que

não pode ou não tem onde se associar a clubes esportivos, mas vai à

escola e encontra meios de adquirir equipamento para jogar bola?

Todas essas especulações – comprováveis, sem muito esforço,

pela memória e pela experiência da grande maioria dos brasileiros –

indicam uma problemática de natureza mais cultural do que social, mais

educacional do que econômica. Contata-se aí, antes de tudo, que o povo

brasileiro não reconhece o esporte/atletismo como um valor cultural, na

medida em que entende cultura como expressão de intelecto e esporte

como jogo de bola.

Para Ubirajara Oro, as respostas e soluções para essa problemática

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26UNIDADE 1

serão várias e nada simples. A que ele sugere é voltada para a questão

metodológica, isto é, desenvolvida no campo da Didática.

Entendido aqui um problema básico do atletismo brasileiro como

sendo algo cultural, e tendo a educação esportiva como função social de

aperfeiçoar a cultura física, por meio da intervenção curricular, uma proposta

transformativa para a situação do atletismo no Brasil precisa, forçosamente,

levar em conta os aspectos culturais, que pretende modificar.

Ela deve ser capaz de mostrar-se interessante, de criar ao seu redor

uma atmosfera motivadora e favorável, de ter versatilidade em grau

suficiente para indicar aos brasileiros novos caminhos e valores, dentro

do esporte, sem desmerecer suas expectativas e convicções.

é de suprema importância pedagógica colocar a iniciação ao

atletismo nessa perspectiva sociocultural. Pouco adiantará aos autores

brasileiros escrever esmerados livros didáticos, sobre o atletismo, com

cuidadosa metodologia e farta ilustração, se o conteúdo permanecer

alheio a realidade social e aos valores procurados pelos brasileiros nas

atividades esportivas.

O panorama apresentado por Ubirajara Oro é semelhante ao que você encontra na sua cidade?

Quais são os problemas que mais se aproximam e quais distanciam o atletismo que você conhece da realidade apresentada pelo autor?

Você é capaz de criar atividades que envolvam fundamentos do atletismo e tenham a bola como fator de motivação?

SEÇÃO 3FUNDAmENTOS DO ATLETISmO

Diferente do que se pensa, ensinar não é uma tarefa simples,

principalmente quando envolvemos o ser humano em situações muitas vezes

desconhecidas e/ou inusitadas. Por isso, nesta unidade você irá conhecer:

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1. o que diferencia o ato de andar do correr;

2. as diferentes fases que envolvem a corrida;

1. a importância dos exercícios de coordenação para a execução

correta da corrida;

2. a posição correta dos movimentos atléticos durante os vários

momentos que compõem uma prova de velocidade.

Tenho certeza que juntos conseguiremos terminar mais esta volta

da nossa corrida de revezamento, que está se tornando cada vez mais

interessante. Então pegue o bastão e vamos começar.

Você JÁ percebeu Que correr É diferente de andar depressa?

Quando uma pessoa está andando, ela mantém um dos pés no solo e o outro no ar, o tempo todo. Durante a corrida, momentaneamente, ela mantém os dois pés no ar. Isto, permite afirmar que a corrida é uma sucessão de saltos.

A descrição da técnica das corridas deve ser a consideração de que

a boa técnica de correr é a manifestação dos movimentos naturais do ser

humano, quando pretende deslocar-se com maior velocidade e, por isso,

deixa de andar e passa a correr. Movimento que se caracteriza por uma

fase aérea, ou seja, momentaneamente os dois pés perdem o contato com

o solo. (Barros & Dezem, 1990. p. 23)

As corridas dividem-se em curta distância ou velocidade (tiro

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rápido), que nas competições oficiais vão de 100 a 400 metros; média

distância ou de meio fundo (800 metros e 1500 metros); e longa distância

ou de fundo (3000 metros ou mais, chegando até às ultra maratonas de 100

quilômetros). Podem ser divididas também de acordo com a existência

ou não de obstáculos/barreiras presentes durante o percurso.

Um bom professor é aquele que consegue armazenar em sua

memória todos os cuidados corporais que o seu aluno deverá ter durante

a execução de uma corrida. Pois, desta maneira, ele será capaz de ensinar

a forma mais eficiente de deslocamento, cuidando para que ele realize

uma corrida uniforme, com os movimentos voltados para frente, sem

movimentar exageradamente os quadris e ombros, resultando em maior

velocidade com o mínimo desgaste de energia.

EXISTEM QUATRO DICAS PARA REALIZAR UMA BOA CORRIDA

Equilíbrio

O equilíbrio geral do corpo depende, em parte, do comportamento

da cabeça, que é um dos meios mais eficazes de controle. Ela deve estar

em linha com o eixo do corpo, mantendo o olhar dirigido para cerca

de 15metros à frente. Também são importantes a posição do tronco e o

movimento dos membros, pois os braços movimentam-se incessantemente,

sincronizados com a movimentação das pernas.

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Coordenação

O menor dos segmentos deve ser realizado sem choques ou

pequenas sacudidas, em um ritmo sempre idêntico, correspondente ao

das passadas.

Descontração

A ação de correr solicita alguns músculos ou grupos musculares.

Assim sendo, quanto maior for à inibição dos músculos que não estão sendo

induzidos, tanto maior será a economia de energias e, consequentemente,

tanto melhores serão as condições do corredor para realizar o esforço.

Eficácia

A dosificação da amplitude dos movimentos, juntamente com uma

utilização mais racional das possibilidades do corpo humano, resulta em

um gasto orgânico mínimo, adequando-se melhor ao ritmo desejado.

Essas quatro regras nos dão noções gerais de grande validade

para todas as tendências da corrida. é importante destacar que o estilo

individual surge naturalmente com o decorrer da prática diária.

Cabe salientar que os gestos motores básicos da corrida foram

exaustivamente analisados e chegou-se a conclusão de que existe um

padrão mínimo de movimentos que devem ser respeitados, independente

do estilo individual de cada aluno é necessário cuidar dos seguintes

fatores:

ÂNGULO DO CORPO

O ângulo em que o corpo se coloca durante a corrida é uma

característica natural, porque, à medida que o corredor acelera a passada,

o corpo começa a se inclinar para frente, em uma tomada natural de

equilíbrio.

Para encontrar o ponto ideal da inclinação do corpo, deve-se mantê-

lo no conjunto, em uma linha reta, formada pela perna que está atrás

(perna de apoio posterior), o tronco e a cabeça. Na maioria dos casos,

isso ocorre quando os olhos focam um ponto a certa distância na pista, o

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30UNIDADE 1

que coloca a cabeça posicionada corretamente, fazendo com que o corpo

adquira automaticamente o ângulo adequado.

MOVIMENTO DOS BRAÇOS

Os braços devem movimentar-se lateralmente em relação ao

tronco. Sua ação consiste em balanceamento rítmico, partindo da

articulação do ombro e flexionando-se em um ângulo de mais ou

menos 90 graus.

Os braços devem ser movimentados no sentido ântero-posterior

(da frente para trás) sem cruzar excessivamente o plano anterior e/ou

posterior do corpo, apenas o suficiente para possibilitar o ritmo da corrida,

contribuindo para o equilíbrio e o deslocamento para frente.

Durante a movimentação dos braços, as mãos devem estar totalmente

descontraídas. Essa ação é de muita importância, a ponto de alguns

corredores declararem que finalizaram determinadas provas "correndo

com os braços".

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31UNIDADE 1

COLOCAÇÃO DOS PÉS

A colocação do pé no solo, ao realizar os apoios nas passadas,

depende muito do estilo próprio do corredor. Nas corridas de meio-fundo,

por exemplo, o pé deverá apoiar-se primeiramente sobre o metatarso: (a) já

nas provas mais longas coloca-se primeiro a parte anterior do pé e depois

a parte lateral externa: (b) sendo que o calcanhar aproxima-se mais do

solo em comparação com as corridas de velocidade, onde o calcanhar fica

mais elevado (predomina a ponta do pé), (c) porque a inclinação do corpo

é mais acentuada para aumentar o impulso de deslocamento.

Em todos os casos, os pés devem ser colocados paralelamente um

ao outro e apontados para frente.

MOVIMENTAÇÃO DAS PERNAS

Ao realizar a passada, o pé responsável pelo apoio posterior só

deixa o solo após a extensão total da perna. Nas provas mais longas, as

pernas executam um movimento pendular, com uma elevação não muito

acentuada do calcanhar da perna de trás.

Nas provas de velocidade, o movimento é circular, havendo uma

flexão mais acentuada da perna traseira que provoca uma aproximação

maior do calcanhar junto à parte posterior da coxa e, consequentemente,

faz com que o joelho se eleve mais, para cima e para frente, no momento

em que essa perna vai à frente para realizar o apoio seguinte (apoio

anterior).

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32UNIDADE 1

TÉCNICA DA CORRIDA

A técnica da corrida é uma parte fundamental do treinamento, tanto

para o iniciante como para o atleta formado. Ela deve ser usada em todos

os períodos da iniciação ou treinamento, podendo ser trabalhada como

um componente do aquecimento. Os exercícios de técnica de corrida

são conhecidos como “escolinha de corrida”, sendo compostos pelas

seguintes ações:13

SKIPPING – corrida com elevação alternada dos joelhos, até a •

altura da cintura, tronco ereto, olhar para frente, movimento dos

braços no sentido ântero – posterior, ênfase na frequência das

passadas.

ANFErSEN – corrida com os calcanhares tocando os glúteos, •

tronco levemente inclinado à frente, movimento de braços no

sentido ântero-posterior, ênfase na frequência das passadas.

13 Os termos em inglês são usados pela falta de nomenclatura específica na língua portuguesa.

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DrIBLING – em progressão com as pontas dos pés, executar •

uma semi-flexão dos joelhos, com grande frequência, movimento

de braços no sentido ântero-posterior e no ritmo das passadas,

ênfase na frequência dos movimentos.

HOPSErLAUF – em progressão, saltos consecutivos para cima, •

com elevação alternada dos joelhos até a altura do quadril, perna

de impulso em extensão, braços em movimentos assimétricos às

pernas, lançados para cima.

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- Você deve trabalhar a coordenação no início das aulas, pois o aluno cansado não conseguirá atingir os objetivos desejados.

- Não se esqueça que a mudança de comportamento ocorre de forma processual, por isso, você não conseguirá atingir a execução correta dos movimentos somente em uma ou duas aulas. É preciso planejamento, calma e persistência.

- Inicie as atividades trabalhando os diferentes segmentos corporais de maneira isolada. Por exemplo: realizar somente os movimentos de pernas dos exercícios de coordenação.

sugestões de atiVidades prÁticas

Realizar o skipping com os braços atrás das costas.1.

Realizar o skipping com os braços cruzados no peito.2.

Em círculo realizar o skipping segurando no ombro do amigo 3. da frente.

Em coluna segurar no ombro do amigo e realizar o 4. skipping.

Realizar o skipping parado, fazendo o joelho tentar tocar na 5. mão de um auxiliar que estará à frente.

Parado em pé, realizar o movimento dos braços no sentido 6. ântero-posterior.

No lugar realizar o movimento de braços e pernas do skipping.7.

Em movimento realizar o movimento de braços e pernas do skipping.8.

Realizar o anfersen com as mãos voltadas para trás, na altura do glúteo, os pés deverão tocar as 9. palmas das mãos.

Realizar o anfersen com os braços cruzados na altura do peito, os pés deverão tocar os glúteos.10.

Realizar o anfersen dentro do ritmo estabelecido pelo professor.11.

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35UNIDADE 1

Alternar a execução dos exercícios, 5 metros de skipping, 5 metros de anfersen, 5 metros de 12. hopserlauf, 5 metros de dribling e 5 metros de percussão.

Idem ao anterior, mas deve-se trocar o nome dos exercícios por números. Cada vez que o professor 13. falar o número deve-se mudar imediatamente o exercício que está sendo realizado.

Idem ao anterior acrescentando uma corrida de 10 metros ao final.14.

Corridas realizando os exercícios de coordenação sobre uma das linhas demarcatórias da quadra, 15. conforme o comando do professor.

Corridas realizando os exercícios de coordenação, executando mudanças dos exercícios e de 16. direção de acordo com o comando do professor.

AVALIAÇÃO DOS PROCESSOS COORDENATIVOS DA CORRIDA

Após trabalhar com esses exercícios é importante avaliar o

desenvolvimento do seu aluno, de maneira que ele possa ter um feedback

dos seus erros e acertos. Contudo, é importante lembrar que os erros

devem ser sempre corrigidos dos maiores para os menores e sempre

levando em consideração qual foi o objetivo estabelecido para a sua

aula.

Por exemplo: se você estabeleceu que o objetivo da sua aula era a

realização adequada dos movimentos dos braços, não há motivos para

você ficar se preocupando com a execução incorreta dos movimentos de

pernas, colocação dos pés, etc.

Cada um dos movimentos será trabalhado de forma isolada, até que

o aluno consiga realizá-los dentro de um padrão mínimo de movimento,

que poderá ser avaliado a partir do modelo proposto. Contudo, esse

modelo não deve servir como camisa de força, pois você deve lembrar

sempre que está trabalhando com seres humanos e, por isso, as respostas,

os erros, acertos podem ser diferentes.

Dessa forma, a ficha apresentada é somente um ponto de partida

que foi estabelecido a com base nos erros e acertos cometidos pela maioria

dos escolares, mas temos certeza que a partir da sua prática ela poderá se

tornar cada dia mais completa. Por isso, estarei esperando o seu retorno,

para que juntos possamos ajudar os nossos alunos a movimentar-se com

maior eficiência.

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36UNIDADE 1

AVALIAÇÃO DOS PROCESSOS COORDENATIVOS – PADRÕES BÁSICOS DE MOVIMENTOS

HABILIDADECRITÉRIOS DE

PERFORMANCERESULTADO

COrrIDA

SIM NÃOFase de voo definidaBraços em oposição aos pés, cotovelos flexionadosContato: calcanhar, planta e ponta dos pésPerna de apoio flexionada (90º)- próximo a nádega

GALOPE

Pé de liderança seguido pelo outro pé (sem cruzar)Fase de vôo definidaBraços flexionados próximos ao quadrilCapaz de liderança com os dois pés

SALTITO EM 1 Pé

Perna de equilíbrio flexionada (altura das nádegas)Perna de equilíbrio realiza movimentos de balançoBraços flexionados realizando balanço frontalrealização de movimento com ambos os pés

SALTO ALTErNADO

Salta com um pé e aterrissa com o outroFase de voo pronunciada (preparada)joelhos são flexionados (perna de balanço)Braço contrário ao pé de aterrissagem se estende

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37UNIDADE 1

SALTO HOrIzONTAL

Movimento preparatório (flexão dos 2 joelhos e braços estendidos para trás - 60º)Braços se estendem para frente e para cima (extensão completa do corpo)Saída e aterrissagem com os dois pésBraços para baixo na aterrissagem

SKIPPING

repetição rítmica combinando os passosElevação da perna flexionada (90º)Braços no sentido ântero – posterior sem cruzar a linha médiaBraços na altura do quadril, em oposição às pernas

DESLOCAMENTOLATErAL

Deslocamento lateral com aproximação das pernas (sem cruzar)Fase de voo definidaMovimento rítmico realiza o movimento para os dois lados

agora que você já sabe como coordenar o seu aluno, o próximo passo é ensiná-lo a utilizar o bloco de partida, pois todas as provas de velocidade irão exigir este implemento. desta forma, é fundamental que o aluno passe por um processo de adaptação, de maneira que

consiga sentir-se a vontade quando tiver que realizar uma partida rápida. Vamos conhecer os segredos do bloco de partida?

SAÍDA DO BLOCO

Como as provas de velocidades são realizadas em grande velocidade,

numa curta distância, a partida é fator determinante para o seu resultado.

Normalmente a diferença entre o primeiro e o oitavo lugar ocorre por

frações de segundos.

Começar a correr imediatamente após o tiro de partida é algo

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fundamental para quem deseja obter um resultado satisfatório. Por isso,

criou-se um posicionamento específico para a largada no atletismo,

conhecido como largada baixa.

Contudo, é importante que no âmbito escolar o aluno comece

vivenciando a saída em pé, pois como ele estará em uma posição

confortável, este tipo de saída irá facilitar para que se preocupe somente

em colocar o seu corpo em movimento o mais rápido possível, após ouvir

um estímulo externo. Neste caso, o aprendiz deverá se posicionar da

seguinte forma:

- Em pé, com um ligeiro afastamento das pernas no sentido ântero-

posterior, pequena inclinação do tronco no sentido da corrida. Este tipo

de partida é utilizada em algumas competições escolares, para alunos/

atletas iniciantes, sendo considerada mais fácil e natural, portanto, mais

eficiente para o iniciante.

é comum entre iniciantes, eles olharem para os lados ou para trás,

tentando controlar a aproximação dos adversários. Este ponto deve ser

observado e corrigido pelos professores durante a fase de iniciação do

aprendiz.

Você sabia que nas provas de velocidade é obrigatória a utilização do Bloco de Partida.

Entretanto, devemos levar em consideração o fato de que os atletas apresentam diferentes alturas, o que faz com que o bloco tenha que ser ajustável.

Existem três distâncias básicas de colocação dos blocos: curta,

média e longa. As quais devem ser utilizadas de acordo com o biótipo

do atleta, levando-se em consideração principalmente o comprimento de

suas pernas.

A distância existente entre a linha de partida e o bloco irá definir os

três tipos de partida baixa, que são assim caracterizadas:

Partida Curta ou Grupada

Distância de 30 cm entre os tacos e 40 cm entre o primeiro taco e a

linha de partida. Neste tipo de saída, a ponta do pé de trás é colocada na

direção do calcanhar do pé que está fazendo o apoio no suporte da frente.

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39UNIDADE 1

O quadril coloca-se elevado a um ponto superior ao nível da cabeça,

portanto, bem alto. Esse tipo de saída também é conhecido por saída

grupada, devido à posição do corpo do corredor.

Partida Média

Distância de 40 cm entre os tacos e 30 cm entre o primeiro taco e

a linha de partida. é um tipo intermediário entre as outras duas (curta e

longa), na qual o joelho da perna de trás é colocado na direção da ponta

do pé que está no apoio anterior.

Como referência tem-se que o taco do apoio anterior é colocado 38

cm atrás da linha de partida e o de trás 85 cm. Nesse caso, o quadril não

se eleva tanto como na saída curta, ficando quase que em linha com a

cabeça.

Partida Longa

Distância de 40 cm entre os tacos e 50 cm entre o primeiro taco e a

linha de partida. Aqui, a separação entre os suportes para o apoio dos pés

no bloco de partida é maior do que nos tipos anteriores, onde as medidas

mais comumente utilizadas são 33 cm para o apoio anterior, em relação à

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linha de partida e 103 cm para o posterior.

Como referência, os atletas utilizam a medida de dois pés para a

colocação do primeiro taco e três para o segundo. O joelho da perna de

trás fica situado mais ou menos atrás do calcanhar do pé da frente e os

quadris situam-se em um ponto pouco abaixo do nível da cabeça.

O uso da ciência para tentar melhorar os resultados

Atualmente muitas experiências têm sido realizadas, quanto às

distâncias utilizadas nos blocos de partida. Esses estudos buscam encontrar

meios eficientes que auxiliem na obtenção de melhores resultados para

as saídas nas corridas de velocidade.

é verdade que estas corridas têm constituído uma das especialidades

do atletismo em que a quebra de recordes está se tornando cada dia mais

difícil. Portanto, qualquer contribuição técnica será de vital importância,

visto que as marcas atuais são realmente difíceis de serem quebradas.

Dessa forma, dados procedentes de treinadores russos nos abrem

perspectivas em relação às saídas baixas. Trata-se da posição dos blocos

e da colocação dos pés sobre o apoio. A própria construção dos blocos

tradicionais determina que o apoio anterior deva ser realizado sob um

ângulo de 40-45 graus, enquanto que o posterior se faz com um ângulo de

60-85 graus. Calcula-se que nessa posição, o velocista aproveita apenas

parcialmente as propriedades de elasticidade dos músculos gêmeos

(panturrilhas) no ato da impulsão, no momento da saída.

é preciso ter clareza que estas medidas são referencias que

auxiliam o iniciante, podendo variar de acordo com as necessidades de

cada atleta. O importante é que o aluno consiga inicialmente sentir-se em

uma posição confortável, mas que permaneça em uma posição grupada,

para que ao ouvir o estímulo consiga impulsionar-se como uma mola que

estava encolhida.

agora que você já sabe para que serve a saída baixa e as variações das distâncias dos blocos de partida, vamos aprender os procedimentos utilizados

pelo atleta, antes dele começar a correr.

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41UNIDADE 1

Entrada no bloco

Após colocar o bloco de partida na posição escolhida por ele, o

corredor deve ficar em pé, atrás do seu bloco, aguardando até que todos

os competidores estejam na mesma posição. Neste momento, o árbitro

de partida dará o comando: “AS SUAS MARCAS”. O atleta deverá se

aproximar do bloco e tomar sua posição, colocando o seu pé de impulso

na parte da frente do bloco e o outro na parte de trás.

A seguir, ajoelha-se na perna de trás, apoiando as mãos

imediatamente atrás da linha de partida, a uma distância igual a dos

ombros, com os dedos voltados para fora, com exceção dos polegares que

ficarão voltados para dentro.

A cabeça fica no prolongamento do tronco, com o atleta procurando

não contrair os músculos do pescoço, o peso do tronco estará sobre os

braços, que deverão estar estendidos na vertical. O atleta deverá estar em

cinco apoios (duas mãos, dois pés e o joelho da perna de trás).

Colocados desta forma, o corredor aguarda em posição imóvel o

novo comando do árbitro que dirá: "PRONTOS!" Ao comando, o corredor

eleva o quadril, para isto, levantará o joelho que está em contato com

o solo, ficando ligeiramente mais alto do que os ombros, os quais são

projetados um pouco à frente da linha de partida, o centro de gravidade é

deslocado para os braços e o equilíbrio do corpo é mantido com os braços

bem estendidos.

A elevação dos quadris varia para mais ou menos, de acordo com

o tipo de saída utilizada. Quanto mais próximo for a distância entre os

apoios dos pés, tanto maior será a elevação.

Os braços devem estar totalmente estendidos, o pescoço relaxado, a

cabeça abaixada, de forma que o olhar esteja dirigido a um ponto, cerca de

1,5 metros adiante, ou entre os joelhos. Tomada essa posição, o corredor

deve manter-se estático, aguardando o tiro de partida, que será dado logo

que todos os demais corredores estejam em posição.

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42UNIDADE 1

A partida

Ao ouvir “O TIrO” de partida, o corredor deve reagir o mais rápido

possível, realizando uma ação simultânea das duas pernas que devem ser

estendidas bruscamente, onde a perna da frente impulsiona o corpo, com

toda a força adquirida pelo apoio do pé sobre o suporte.

A perna de trás atua por um período de tempo mais curto e a direção

da impulsão provocada pela sua ação é mais no plano horizontal, sendo

imediatamente levada para frente, iniciando uma passada curta, a fim

de reter a queda para frente, decorrente do abandono das mãos e pela

projeção do centro de gravidade para frente.

A ação dos braços é, ao mesmo tempo, propulsora e equilibradora.

Depois que as mãos deixam o solo, os braços entram energicamente em

ação. O braço do lado da perna de impulso eleva-se para frente ajudando

o movimento executado pela perna do mesmo lado, contribuindo para o

equilíbrio da corrida.

O braço oposto é lançado vivamente para trás. A primeira passada

é mais curta, com a amplitude sendo aumentada nas passadas seguintes

ao mesmo tempo em que o tronco que estava inclinado, vai tomando a

sua posição vertical.

O bloco de partida oferece uma grande ajuda, devido à forte ação

dos pés sobre os apoios que ele suporta no momento da impulsão, ao ser

realizada a partida. A ação dos braços é muito forte no princípio, para

logo em seguida entrar em ritmo rápido e compassado com as pernas.

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43UNIDADE 1

Para completar o estudo sobre a saída baixa, vamos relacionar uma série de observações a serem respeitadas na totalidade dos gestos da saída. Assim, temos pontos positivos e negativos.

Pontos Positivos

Podemos observar as características de uma boa partida, que são

consideradas os pontos positivos a serem buscados.

Impulsão poderosa sobre o apoio anterior, com extensão total da •

perna e espáduas e lançamento dos quadris para frente;

Ação bastante rápida dos braços; a mão do braço que vai para •

trás não ultrapassa a linha do quadril; o braço da frente não

deve elevar-se exageradamente, e sim colocar-se paralelamente

à pista;

A perna de trás deve ser projetada rapidamente adiante, por •

uma ação rasante.

Pontos Negativos

Entre os erros mais comuns, devemos evitar os seguintes:

Levantar-se, em vez de impulsionar-se para frente;•

Elevação demasiada do braço de trás, o que proporciona um •

atraso em sua colocação na posição correta. Lançamento do

braço da frente para o alto em linha oblíqua, o que produz uma

elevação muito rápida do corpo;

Tirar os quadris sem que eles façam uma impulsão efetiva sobre •

o apoio de trás.14

14 AS COrrIDAS DE VELOCIDADE. Disponível em http://adect2.no.sapo.pt/artigos/pdf/velocidade.pdf . Acesso realizado em 15 out. 2008.

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44UNIDADE 1

Erros comuns Possibilidades de correçãoO peso do corpo encontra-se ainda por demais sobre as pernas, durante “fase do pronto”.

Exercícios de apoio para sentir as variações, até uma distribuição proporcional do peso do corpo.

OS quadris são elevados acima da posição correta, resultando em perda da projeção para frente.

Com ajuda de um companheiro, corrigir o posicionamento.

No momento do “Pronto” a cabeça está voltada muito para frente, ocasionando desequilíbrio devido ao corpo entrar na posição ereta antes do tempo.

Colocar um “controlador de olhar”a cerca de 1,50 a 2,00 metros na frente da linha de partida (pequenos pedaços de papel).

Não empurrar o bloco durante a partida, fazendo um movimento normal de andar, sem explosão e consequente aceleração.

Utilizar uma corda logo à frente do bloco de partida, para que o aluno busque realizar um movimento explosivo no taco pisando na frente da marca estabelecida.

Na saída de bloco, o peso do corpo deve ser deslocado para frente, ficando distribuído sobre as pernas e os braços. Após a voz de comando “prontos” ocorre a saída, que deve ser executada de forma explosiva, com a perna de impulsão à frente sendo completamente estendida. Na parte inicial do percurso, o corpo estará levemente inclinado para frente. A postura de corrida normal é tomada somente depois de 12 a 15 metros.

Você já está quase pronto para sair do bloco de partida. mas para que não cometa nenhuma infração vamos conhecer os aspectos básicos das regras

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45UNIDADE 1

REGRAS - BLOCOS DE PARTIDA

1. Os blocos de partida devem ser usados em todas as corridas até

e inclusive 400m (incluindo a primeira etapa dos revezamentos 4x100 e

4x400m) e não deve ser usado para qualquer outra corrida. Quando em

posição na pista, nenhuma parte do bloco de partida deve ultrapassar a

linha de saída ou estender-se até outra raia.

Os blocos de partida devem obedecer às seguintes especificações

gerais:

a) Eles devem ser inteiramente rígidos em sua construção e não

devem oferecer nenhuma vantagem ao atleta.

b) Eles devem ser fixados na pista por um número de fixadores ou

pregos, dispostos para causar o mínimo possível de danos à pista.

c) Os blocos de partida consistirão de dois tacos, contra os quais os

pés do atleta farão pressão na posição de saída.

d) Em competições oficiais internacionais, os blocos de partida

serão conectados a um equipamento detector de saídas falsas aprovado

pela IAAF.

REGRAS - PARTIDA

1. A partida de uma corrida deve ser marcada por uma linha branca

de 5 cm de largura. Em todas as corridas em raia livre, a linha de saída

será curva, de maneira que todos os corredores percorram a mesma

distância, da saída à chegada.

2. Todas as provas serão iniciadas pelo tiro da pistola do árbitro de

Partida ou aparelho de partida aprovado, após o árbitro ter verificado que

os competidores estão em seus lugares e na posição correta de largada.

3. Em todas as competições internacionais, os comandos do árbitro e

Partida serão feitos em inglês, francês ou no idioma local, nas corridas até

e inclusive 400m (incluindo 4x200m e 4x400m), serão: “As suas marcas”,

“Prontos”, e quando os competidores estiverem “prontos e imóveis”, o

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46UNIDADE 1

revólver será disparado ou o equipamento de partida será ativado.

4. Em corridas acima de 400m, o comando será “Às suas marcas”

e quando os competidores estiverem em seus lugares, o revólver será

disparado ou o equipamento de partida aprovado será ativado.

5. Após o comando “Às suas marcas”, o competidor deve aproximar-

se da linha de largada, assumir uma posição completamente dentro de

sua raia e atrás da linha de largada. Ambas as mãos e um joelho devem

estar em contato com o solo e ambos os pés em contato com os blocos de

partida. Ao comando de “Prontos” o competidor deve, imediatamente, se

levantar para sua posição final de largada, retendo o contato das mãos

com o solo e dos pés com os blocos. Um competidor não pode tocar a

linha de saída ou o solo além dele, com suas mãos ou seus pés, quando

estiver em suas marcas.

6. Será considerada uma saída falsa se um competidor inicia seu

movimento de saída após assumir sua total e final posição, acontecendo

isso antes que o tiro do revólver ou o sinal do equipamento de largada

aprovado seja dado.

7. Qualquer competidor que cometa uma saída falsa será advertido.

Somente uma saída falsa por corrida será permitida sem a desqualificação

do(s) atleta(s) que a cometeu. Qualquer (quaisquer) atleta(s) que cometer

(em) outras saídas falsas na corrida deve(m) ser desqualificado(s) desta.

8. Em provas combinadas, se um competidor é responsável por duas

saídas falsas, ele será desqualificado.

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• De acordo com vários estudos, ao duplicar a velocidade da corrida de 10 para 20 km/h, o comprimento da passada aumenta 85%, enquanto a frequência da passada aumenta apenas 9%.

• A velocidade de corrida é a maior velocidade que o corredor pode atingir; a resistência é a sua capacidade de resistir à fadiga. A velocidade máxima ocorre só em curtos percursos, podendo ser mantida não mais de 40 a 50 metros do início da fase de saída e aceleração. Assim mesmo, nos 100 metros, é a resistência do corredor que vai definir o resultado.

• Não deve ser aplicado treinamento de velocidade e/ou coordenação para uma pessoa fatigada. Deve ser interrompido o trabalho quando a cadência diminuir (deve ser limitado a 5-10 repetições por unidade de treinamento o volume de exercício).

• Na saída em curva, no caso das provas de 200 e 400 metros é aconselhável colocar os blocos junto à linha extrema da raia, pois isto permite ao atleta percorrer uma distância muito maior em linha reta.

• São frequentes as falsas partidas que ocorrem quando o atleta sai antes do tiro de partida, que é o sinal dado para começar a prova. Após ter sido assinalada uma falsa partida, qualquer atleta que dê uma nova falsa partida será desclassificado. A exceção ocorre nas provas combinadas (Decatlo e Heptatlo), onde cada atleta tem direito a uma falsa partida.

• Um atleta dá 45 passadas em média para percorrer o percurso de 100 metros e cruza a linha de chegada a cerca de 36 km/h. Uma pessoa comum faria a prova com 100 passadas e a uma velocidade de 22,5 km/h.

curiosidade

Acompanhe a matéria produzida pelo jornalista Lucas Cipriano, demonstrando que não é necessário o atleta sair do bloco para ser considerada uma saída falsa.

Um erro técnico de Francis Obikwelu nos blocos de partida levou

à surpreendente desclassificação do velocista português na primeira

eliminatória dos 100 metros do Mundial de atletismo em Osaka, no japão.

resta agora, ao duplo campeão da Europa, a classificação para a final dos

200 metros, na quinta feira, onde poderá superar a desilusão dos 100

metros e chegar às medalhas.

Depois de uma primeira falsa partida do atleta centro-africano

Gibrilla Pato Bangura, da Serra Leoa, a eliminatória ficou em perigo para

todos os oito participantes. O que significa que o próximo erro, fosse de

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quem fosse, resultaria em exclusão.

Aos juízes não escapou uma pequena falha técnica do luso-nigeriano:

um ligeiro mexer de ombro e cabeça. Sem contemplações, deram ordem

de saída a Obikwelu, que parecia não perceber o que se estava a passar.

Contudo, Obikwelu não fez falsa partida. Os sensores do sistema

eletrônico integrado nos blocos e na pistola de partida não assinalaram

nenhum movimento do atleta antes do tiro de partida. De resto, foi o

sexto pior tempo de reação na série (162 centésimos de segundo). Mas

aos juízes não escapou um pequeno erro técnico do luso-nigeriano que

poderia induzir em erro os adversários.

Francis Obikwelu tem na partida o seu ponto fraco. O atleta tem

conseguido suprir essa limitação por meio de uma excelente terminação,

que lhe valeu a prata nos jogos de Atenas em 2004. Apesar de ter trocado

Lisboa por Madrid e de treinador - o português Fausto ribeiro pela

espanhola Maria josé Martinez - a verdade é que nessa área e, aos 28

anos, Obikwelu pouco ou nada evoluiu.

Na madrugada de sábado, Obikwelu facilitou num momento da

prova, onde não pode sequer vacilar. O português mexeu-se nos blocos e

acabou por ser desclassificado. Os responsáveis da delegação portuguesa

ainda pensaram, numa primeira fase, protestar contra a decisão, mas

depois de verem e reverem a gravação em vídeo preferiram acatar a

desclassificação.15

15 CIPrIANO, Lucas. Obikwelu desclassificado por se mexer nos blocos de partida. Disponível em http://dn.sapo.pt/2007/08/26/desporto/obikwelu_desclassificado_se_mexer_bl.html

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49UNIDADE 1

sugestões de atiVidades prÁticas

Os alunos devem estar sentados um ao lado do outro, ao comando do 1. professor devem levantar-se e correr o mais rápido possível em linha reta (variar a distância, contudo, lembre-se que o mais importante neste momento é a saída e não a corrida).

Idem ao anterior, porém todos devem estar deitados em decúbito 2. ventral (variar utilizando decúbito dorsal e lateral).

Divida os alunos em dois grupos, um estará de costas para o outro. 3. O professor avisará que inicialmente os números pares começarão fugindo e os ímpares serão os pegadores o que mudará a cada comando. A seguir, o professor fará uma operação matemática, cujo resultado será um número par ou impar, determinando a fuga dos alunos. (por exemplo: 2 +2 = 4, os alunos pares devem fugir). Este exercício pode ser variado, utilizando-se cidade e capital...

Em pé, um auxiliar atrás de cada aluno. O auxiliar joga a bola e o aluno deverá partir atrás dela o 4. mais rápido possível, evitando que ela chegue na linha demarcada a 15 metros de distância (após pegar a bola o aluno poderá trazê-la da maneira que desejar).

Aluno em pé, o auxiliar lança uma bola a sua frente, por cima da cabeça. O executante deve tentar 5. pegá-la antes que caia ao solo.

Aluno em pé, pernas afastadas e de costas para auxiliá-lo. O auxiliar lança uma bola por entre 6. as suas pernas, o executante deverá pegá-la antes que a bola cruze uma linha de 5 metros que estará a sua frente.

O aluno pode ficar em qualquer posição (em pé, sentado, deitado, de joelhos, de cócoras, etc.), 7. os olhos devem estar fechados. Ao estímulo do auxiliar, ele deve levantar-se rapidamente e tentar pegar a bola lançada antes que esta toque o solo.

Na quadra poliesportiva, divide-se a turma em duas equipes. Ambas deverão sentar-se na linha 8. de fundo da quadra. Coloca-se um objeto no centro da quadra. Ao sinal do professor todos devem levantar e correr o mais rápido possível passando pelo lado direito do objeto e sentando na linha de fundo do lado oposto da quadra.

Saída de bloco, com variações na distância a ser percorrida (5, 10,15 e 20 metros).9.

Saída de bloco com variação no estímulo de partida (visual, sonoro, tátil). 10.

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As atividades de aprendizagem deste módulo de ensino devem ter ajudado você a perceber como se deu o processo de modernização do atletismo. Iniciando em suas práticas naturais voltadas para a sobrevivência e realizando uma viagem através dos tempos, chegando à profissionalização dos atletas, na utilização da tecnologia para a confecção dos materiais esportivos e no dopping como forma de auxiliar na superação dos limites humanos.

É muito importante que, além das questões técnicas, você mostre para os seus alunos os prejuízos decorrentes da utilização de substâncias ilícitas, sejam elas anabolizantes ou falsificação ideológica. O professor nunca deve esquecer que antes dele ser um técnico ele é um educador.

Pelo que foi visto até aqui, você deve ter percebido que a velocidade é um fator fundamental para a performance de várias provas do atletismo. Quando trabalhada adequadamente em conjunto com outras capacidades motoras, ela pode levar o aluno/atleta a obter desempenhos significativos na sua performance atlética.

Contudo, para que o seu aluno consiga ter um maior rendimento é fundamental que você saiba a descrição técnica da corrida, pois só desta maneira, você conseguirá evitar os movimentos desnecessários.

Além disso, não se esqueça que os exercícios de coordenação são fundamentais para uma aprendizagem eficaz dos vários movimentos que compõem as corridas. Após verificar esta parte básica é necessário ensinar o seu aluno a deixar rapidamente o bloco de partida, o qual deverá estar adequado ao seu biótipo, é importante que no início ele se sinta confortável, para que paulatinamente as medidas padrão passem a ser utilizadas.

Quais são as quatro regras importantes para a execução de uma corrida eficiente?1.

Mesmo sabendo da necessidade de respeitar a individualidade biológica, o professor precisa 2. tomar alguns cuidados durante o processo de iniciação das corridas. Cite e explique quais são estes processos.

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Corridas rasas

ObjetivOs De aPRenDiZaGem

ROteiRO De estUDOsSEçãO 1: ■ Corridas de velocidade 100, 200 e 400m

SEçãO 2: ■ Corridas de resistência de velocidade 800 e 1500m

SEçãO 3: ■ Corridas de resistência 5.000, 10.000m e maratona

SEçãO 4: ■ Marcha Atlética

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MAuRy FeRnAnDo FiDelis ReDkvAMiguel ARchAnJo De FReitAs JR

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54UNIDADE 2

pARA INÍCIO DE CONVERSA

Agora que você já aprendeu como sair rapidamente do bloco de

partida, vamos compreender as principais diferenças existentes nas provas

de velocidade (100, 200 e 400 metros). Na sequência, vamos continuar a

nossa corrida observando as provas de meio fundo (800 e 1500 metros)

e para terminamos esta primeira etapa, analisaremos as particularidades

das provas de resistência (5.000, 10.000 metros e a maratona).

Para que possamos estar nas primeiras colocações desta corrida

é necessário conseguirmos compreender os aspectos básicos de cada

uma destas provas, as quais apresentam algumas semelhanças e

muitas singularidades. Por isso, você vai precisar ser resistente, veloz,

perseverante e ter muita disposição.

Você estÁ pronto?então vamos iniciar a nossa corrida!

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SEÇÃO 1CORRIDA DE VELOCIDADE 100, 200 E 400m.

Nas corridas rasas de velocidade, representadas pelas provas com

distância de até 400m, os atletas necessitam de uma estrutura muscular

bem treinada, que esteja preparada para suportar a extrema exigência

muscular que irão sofrer.

A velocidade é um fator natural, determinada em grande medida

pelos nossos fatores genéticos. Entretanto, o velocista necessita de outras

qualidades. Você sabe quais são?

Se não sabe, não se preocupe. Vou pegar o bastão momentaneamente

e ajudá-lo nesta parte do percurso.

QUALIDADES DE UM BOM VELOCISTA

Entre as principais qualidades de um bom velocista devemos

considerar a agilidade, a capacidade de reação neuromuscular, a máxima

coordenação muscular e a constituição física forte. Estas qualidades

devem ser aliadas à combatividade, força de vontade, persistência, e

espírito de sacrifício, fatores estes que poderão determinar aqueles que

possivelmente se transformarão em futuros campeões.

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56UNIDADE 2

Chegou o momento de passar o bastão para o pesquisador chamado

Balreich. Em 1983, ele analisou um grande número de corredores,

descobrindo que os principais fatores que interferem no resultado de

uma corrida de velocidade são:

•Velocidadedereação(3,3%)

•Forçaevelocidadedesprint(86,6%)

•Resistênciadesprint(10%)

Velocidade de reação 1. – é a capacidade de responder no menor

tempo possível a um estímulo externo. Como ela vem do sistema

nervoso central, pouco se consegue melhorar. Isto se leva a dizer

que o velocista nasce pronto e não é feito.

Velocidade de sprint 2. - é a capacidade de se atingir a maior

velocidade possível. Também está diretamente ligada ao sistema

nervoso central.

Força de sprint 3. - é a capacidade de conseguir a maior aceleração

possível no menor espaço de tempo;

Resistência de sprint 4. - é a capacidade de se manter na mais alta

velocidade no maior tempo possível, ou diminuir ao máximo a

queda de velocidade.

A diferença entre a resistência de sprint e a resistência de velocidade

é que na primeira o nível de intensidade é máximo e na segunda é

submáximo.

O tempo de reação de estímulos óticos, acústicos e táteis é diferenciado. A reação a um sinal ótico é um pouco mais lenta do que a um sinal acústico.

O aparecimento de lesões desportivas, na fase final dos esportes coletivos ocorre principalmente pela menor capacidade de reação, quando o indivíduo está em estado de fadiga.

Existe a velocidade cíclica que ocorre através de uma sucessão de ações motoras (corrida), e a velocidade acíclica, que ocorre em uma ação motora isolada (lançamento).

A melhora da performance da velocidade é algo difícil de se obter apenas com o treinamento, pois ela é algo inato, diferente da força e da resistência que podem ser melhorados significativamente com treinamento, a velocidade pode ser

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melhorada cerca de 15 a 20% no máximo. Isto ocorre devido às diferenças de fibras musculares e o modelo de inervação geneticamente definidos, o treinamento pode apenas modificar o volume (aumento da seção transversal) ou a capacidade de coordenação, mas não a distribuição percentual das fibras.

A velocidade é a capacidade física que diminui mais cedo e mais fortemente, com o aumento da idade.

A capacidade que um atleta tem em executar os movimentos mais depressa é uma qualidade específica, ou seja, não há transferência direta da velocidade para movimentos diferentes (atletismo/natação). Isto pode ocorrer apenas em atividades que apresentam movimentos de coordenação semelhantes.

Para avaliar a força de sprint, existem várias formas, uma delas seria tomar o tempo a espaços regulares, como por exemplo, a cada 5 metros, o que na prática de treinamento é impossível dada às dificuldades de cronometragem.

Por isso, estabeleceu-se a correlação entre a saída (10 primeiros metros) e a Força Sprint, que deve ser medida até os 30 metros (durante os testes devem-se repetir as distâncias).

Após verificarmos os aspectos gerais da corrida, vamos analisar as

singularidades presentes em cada uma das provas de velocidade.

100 METROS RASOS

Os 100 metros rasos são considerados uma prova “nobre” do

atletismo, pois define quem é o indivíduo mais rápido do mundo, é

marcada por duelos históricos como a disputa entre o americano Carl

Lewis e o jamaicano naturalizado Canadense Ben johnson.

Os 100 metros rasos foram introduzidos no programa olímpico em

jogos Olímpicos de Verão de 1896, para homens e nos jogos de 1928,

para mulheres. Os primeiros campeões olímpicos foram, respectivamente,

Tom Burke e Betty robinson dos Estados Unidos da América.

O recorde mundial dos 100 metros masculinos pertence a Usain

Bolt, da jamaica, obtido durante o mundial de atletismo, realizado em

Berlin, na Alemanha, em 16 de agosto de 2009, com a marca de 9,58

segundos. No feminino, o recorde de 10,49 segundos pertence a Florence

Griffith joyner, estabelecido em Indianápolis em 1988. O recorde nacional

e também sul-americano é de 10s e pertence a robson Caetano da Silva.

As condições climatéricas, em particular o vento, são muito

importantes na prova dos 100 metros, pois podem influenciar os tempos

de chegada. Para efeitos de recorde do mundo, não são consideradas

provas corridas com ventos traseiros de mais de 2 m/s.

De acordo com as pesquisas desenvolvidas pelo grupo de trabalho

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do Ministério da Educação e Cultura, sob o controle do Departamento

de Educação Física e Desportos, o comportamento do corredor de 100

metros é determinado por três fatores básicos: velocidade, amplitude de

passada e frequência de passada.

é fundamental que o corredor realize as passadas de maneira

rápida e com boa amplitude, procurando manter isto pelo maior tempo

possível, ou seja, buscando evitar a diminuição da amplitude da passada,

o mesmo sendo válido para a frequência. Como já vimos anteriormente,

pode-se dizer que um bom corredor necessita de: força de frequência

da passada, força da amplitude de passada, resistência de frequência de

passada e resistência de amplitude de passada. Esses fatores, somados

a velocidade de reação, fornecem as qualidades necessárias para um

excelente velocista.

Para que possamos melhor analisar a prova de 100 metros, vamos

dividí-la em quatro fases distintas:

Fase de reação • (logo no início) – corresponde ao tempo de

reação (intervalo de tempo entre o tiro de partida e o momento

em que o atleta sai do bloco de partida).

Fase de aceleração • – período durante o qual o atleta aumenta a

velocidade.

Fase de velocidade máxima • – período em que, após ter corrido

de 60 a 70 metros, o atleta atinge a velocidade máxima e corre

uma distância de cerca de 20 a 30 metros a essa velocidade

máxima.

Fase final • – período em que, a uma distância entre 20 e 10

metros da meta, o atleta reduz a velocidade.

Evolução da prova

Todos os atletas de 100 metros rasos são treinados para responder

ao disparo do tiro de partida com prontidão. Um velocista campeão gasta

em média dezoito centésimos de segundo para dar início à sua corrida.

Uma pessoa determinada levará cerca de 27 centésimos de segundo

para reagir. A respiração é também muito treinada: os atletas inspiram

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59UNIDADE 2

na largada, expiram e inspiram novamente na marca dos 50 metros e

expiram novamente só no fim da corrida.

No primeiro movimento, o atleta avança cerca de cinco metros e as

passadas iniciais medem 1,60m. Os campeões atingem sua velocidade

máxima (ca. 43 km/h) aos 35 metros de corrida, quando a extensão das

passadas é em torno de 2,10 metros, e consegue mantê-la até os setenta

metros. Um atleta comum já terá alcançado a velocidade máxima (27

km/h) na altura dos 25 metros de prova e começa a desacelerar a cinquenta

metros do final da competição.

TÉCNICA DA CORRIDA DE 100 METROS 16

Para facilitar o nosso estudo, vamos dividir a corrida de 100 metros

em três fases interdependentes:

Fase de apoio anterior1. : começa após a fase de suspensão, no

momento em que o pé da frente tem contato com o solo e termina

no momento em que a coxa da perna de balanço (posterior)

cruza a perna de apoio.

Fase de apoio posterior:2. começa quando a perna de balanço

cruza a perna de apoio e vai até o momento em que o corredor

realiza a impulsão perdendo contato com o solo.

Fase de suspensão:3. começa quando o joelho da perna de

balanceamento anteiror se encontra no ponto mais alto e o pé

da fase de contato posterior conclui a sua impulsão.

Essas fases não são realizadas isoladamente, pois quando ocorre a

fase de impulsão posterior, a perna de balanço estará à frente, ou seja, os

movimentos são interligados. Contudo, a fase mais importante é o apoio

anterior, pois ela é responsável pelo movimento de impulsão do corpo

para frente.

Após realizar a impulsão, a perna de balanço deve buscar a posição

ideal (junto as nádegas) para que possa ir o mais rápido possível à frente,

16 Para realizar uma análise mais detalhada das fases da corrida, vale a pena consultar MINISTérIO DA EDUCAÇÃO E CULTUrA. Caderno Técnico- Didático: Atletismo. Brasília: Departamento de Documentação e Divulgação, 1977. p.72-73.

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o que irá manter a relação entre a fase anterior e fase posterior da corrida.

Ou seja, quanto melhor e mais rápida for a fase posterior, melhor e mais

rápidas será a fase anterior.

ERROS MAIS COMUNS DOS INICIANTES

Correr aplicando mais força que a necessária no sentido 1.

vertical;

Correr aplicando força, não no sentido da corrida, mas 2.

obliquamente a esta;

Executar movimentos de braços, não no sentido da corrida, mas 3.

lateralmente;

Correr contraíndo as mãos ou outros músculos do corpo. Isto 4.

resulta em tensão, prejudicando a coordenação e descontração

dos movimentos.

• A prova dos 100m rasos tem sido dominada por atletas norte-americanos/estadunidense desde a sua primeira aparição nos Jogos Olímpicos de Verão em 1896. Entre os medalhados olímpicos da prova contam-se Jesse Owens (dos Estados Unidos), que chocou o regime nazista com a sua vitória nos Jogos de 1936 em Berlim, Fanny Blankers-Koen (dos Países Baixos), conhecida como a Dona de Casa Voadora, e Wilma Rudolph.

• Em 1968, o Jim Haines foi o primeiro homem a fazer os 100 metros rasos em menos de 10 segundos, marca mais tarde baixada para os 9,95s. Este recorde durou quinze anos, até que outro norte-americano/estadunidense, Calvin Smith, chegou aos 9,93s, em 1983. A maior polémica da prova surgiu com a vitória do canadiano Ben Johnson, no evento dos Jogos de 1988, em Seoul, depois de uma rivalidade de meses com Carl Lewis. Johnson ganhou a medalha de ouro com o recorde do mundo de 9.79 s, mas viria a ser desqualificado por uso de esteroides.

• Os 100 metros mais rápidos de sempre foram corridos por Obadele Thompson dos Barbados, que obteve a marca de 9.69 s. Este tempo não constitui um recorde mundial, uma vez que a prova foi disputada com 5 m/s de vento, acima dos limites permitidos pela IAAF.

• Na prova dos 100m, os atletas calçam sapatilhas que são tão leves quanto as de balé e

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pesam 170 gramas cada (50% menos que um chinelo estilo Rider). As solas têm pregos de comprimento máximo fixado em 8,4 milímetros e a espessura da sola não pode ultrapassar treze milímetros.

• No caso de uma chegada embolada nas provas de atletismo, os juízes irão observar a posição dos ombros ou do torso do atleta para determinar o vencedor. Pernas e braços não são levadas em conta.

• Um atleta é desqualificado de uma prova se realizar uma falsa partida após ter acontecido uma anterior. Anteriormente a desclassificação ocorria quando o mesmo atleta provocasse duas falsas partidas, já, hoje, um atleta pode ser desclassificado se ele cometer uma falsa partida e outro atleta (ou ele mesmo) já terem praticado uma falsa partida anteriormente.

sugestões de atiVidades prÁticas

In and out ou interval sprint (numa pista de 400 metros, 1. correr 50 metros, trotar 50 metros, andar 50 metros e assim sucessivamente);

Brincadeiras de pega-pega;2.

Em duplas, ao comando do professor, vamos descobrir 3. quem é o mais rápido;

A turma é dividida em dois grupos distintos, os quais deverão 4. estar sentados em círculos. O professor lança a bola para cima e chama um número, os dois alunos das equipes que representam este número deverão correr para pegar a bola;

Iniciar com um dos exercícios de coordenação, ir acelerando até transformar em corrida;5.

Brincadeiras de revezamentos;6.

Realizar a corrida de 100 metros, cronometrando os tempos parciais de 20 em 20 metros.7.

agora vamos duplicar a distância e compreender as particularidades da prova de 200 metros

A base de trabalho para o corredor de 200 metros, com o objetivo

de desenvolver a velocidade é a mesma do corredor de 100 metros. A

principal diferença que podemos considerar como uma especificidade

dos 200 metros seria ao volume de treinamento, o qual é maior nos 200

metros, visando um treinamento aprimorado da resistência de velocidade.

Podemos notar isso, observando que é muito mais fácil encontrarmos

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corredores de 200 metros fazendo excelentes provas nos 100 metros, do

que o inverso.

Considerando que nos primeiros 100 metros o atleta sai do bloco, o

que não acontece nos segundos 100 metros, teremos um tempo extra para

os primeiros 100 metros, devido à perda pela aceleração inicial. Segundo

pesquisas realizadas com velocistas, essa perda é de 1’’17 a 1’70, porém

os melhores, a mesma não ultrapassa os 0,9”. Desse modo, logo veremos

que levando-se em conta essa aceleração inicial, os primeiros 100m são

corridos mais velozmente que os segundos.

O comportamento da passada na prova de 200 metros

A questão inicial que se apresenta é: DEVE-SE OU NÃO rEALIzAr

UMA PrEPArAÇÃO ESPECIAL/DIFErENCIADA PArA AS PrOVAS

DE 100 E 200 METrOS?

O corredor de 200 metros deve ter o mesmo objetivo que o de

100 metros – desenvolver a velocidade – as bases do treinamento no

que se refere ao desenvolvimento de velocidade não se diferenciam. A

diferença está no volume do treinamento, apresenta-se maior volume de

treinamento para o corredor de 200 metros, devido à necessidade de uma

maior resistência de velocidade. Isto faz com que se tenha mais corredores

de 200 metros disputando a prova de 100 metros.

A diferença básica no trabalho com os atletas de duas provas está na

quantidade de treinamento de resistência de velocidade do corredor de

200 metros, a qual deverá sem superior.

O comportamento da passada na corrida de 200 metros tem uma

importância bastante grande dentro do ensino do treinamento. Esse

comportamento tinha, até pouco tempo uma má interpretação, dado o

fato de não haver nenhuma pesquisa científica a esse respeito.

No livro Der Sprint (1989), Toni Nett cita uma pesquisa feita com

treinadores alemães, os quais foram partidários de uma maior importância

à amplitude da passada 200 metros. Segundo esses treinadores, atletas

com maior amplitude de passada teriam grande vantagem em relação a

atletas de amplitude pequena e que atletas altos teriam vantagem sobre

atletas baixos. Isto nos leva há duas conclusões:

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os melhores corredores de 200 metros correm com maior •

amplitude;

os melhores corredores de 200 metros são mais altos.•

Partindo dessas hipóteses, o Prof. Letzelter (1970) desenvolveu na

Olimpíada em Munique uma pesquisa envolvendo 32 participantes dos

200 metros. Os resultados mostraram ser falsas essas duas hipóteses.

O resultado da pesquisa indica que tanto no melhor quanto no pior

grupo, têm a mesma média de amplitude, o que mostra que os melhores

atletas não têm uma maior amplitude. A diferença de tempo existente

entre os melhores e piores atletas deve ser atribuída a frequência de

passadas.

alguns detalHes tÉcnicos sÃo fundamentais para alcançar os obJetiVos estabelecidos

• Quanto maior a velocidade, menor será a superfície de contato dos pés no solo;

• Quanto maior a velocidade, maior será a inclinação do corpo;

• Quanto maior a velocidade, mais amplos serão os movimentos dos braços no sentido ântero- posterior;

• Quando se pretende dar maior amplitude as passadas, deve-se projetar mais o lançamento dos joelhos para frente e para cima.

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Os 200 metros rasos é a prova mais próxima do primeiro evento das Olimpíadas da antiguidade, a corrida de um “estádio” (cerca de 192 metros) que consagrou o primeiro campeão Olímpico, Koroibos de Elis, em 776 AC.

Nos jogos atuais, disputados em uma pista de 400 metros, a prova começa numa das curvas e termina na reta.

Mesmo sendo uma prova mais longa, os 200 metros são corridos com mais velocidade que os 100 metros. Por exemplo, o antigo recorde do mundo pertencente a Michael Johnson corresponde a uma velocidade de 37.3 km/h, enquanto que a marca de 9.77 s de Asafa Powell nos 100 metros, representa uma velocidade de 36.9 km/h. Isto se deve ao facto de, nos 200 metros, os atletas chegarem à reta final em velocidade de ponta, o que permite que a segunda metade da prova seja mais rápida que a primeira.

Atualmente o record da prova masculina pertence ao jamaicano Usain Bolt, com o tempo de 19’19”s. Obtido no mundial da Alemanha em 20 de agosto de 2009.

Na prova feminina, o record dos 200 metros pertence a norte-americana Florence Griffith-Joyner, com o tempo de 21’34 s. Obtido nas olímpiadas de Seul em 29 de setembro de 1988.

Vale a pena conferir em http://www.youtube.com/watch?v=_DjvvI-

0xjc&feature=fvst a conquista de Usain Bolt, um corredor se que diverte

antes, durante e após a prova. Para ele correr é uma brincadeira, é algo

prazeroso e fácil de ser feito. é isto que precisamos passar para os nossos

alunos.

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sugestões de atiVidades prÁticas

Em círculo, todos os alunos devem estar trotando, ao 1. comando do professor todos devem correr o mais rápido possível;

Em círculo, todos os alunos devem estar trotando, ao 2. comando do professor o aluno de trás tenta tocar nas costas do aluno da frente;

Em círculo, todos os alunos devem estar trotando, ao 3. comando do professor deve-se mudar o sentido da corrida e tentar tocar nas costas do aluno da frente.

Em grupos de 8 a 10 pessoas, correndo em círculo, em trote 4. moderado, com distância de alguns metros entre os grupos. Ao apito do professor, o último aluno de cada fila deverá acelerar rapidamente tomando a frente do seu grupo. (O professor pode variar a duração da pausa, controlando desta maneira a intensidade da atividade)

Realizar tiros curtos de 40 a 80 metros, procurando marcar os tempos parciais.5.

Realizar saídas de bloco na curva.6.

In and out (curtos). Realizar corridas de até 120 metros, onde o aluno irá intercalar velocidade 7. máxima em distâncias de 10 metros e diminuição de velocidade nos outros 10 metros. Esta distância pode ser aumentada progressivamente.

Realizar corridas de 300 metros, procurando aferir os tempos parciais.8.

De acordo com o que você viu até aqui. É possível afirmar que na prova dos 400 metros, os atletas mais velozes na primeira metade, são também os mais velozes na segunda metade?

A CORRIDA DE 400 METROS

Os 400 metros rasos são uma modalidade olímpica de atletismo,

onde os competidores correm uma volta na pista. é a mais longa das

provas de velocidade pura.

Os corredores saem de uma linha de partida escalonada, de dentro

para fora da pista, que compensa o efeito da curva e garante a mesma

distância para todos. A chegada é feita na reta principal da pista de

atletismo.

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Estudos realizados mostram que corredores que são 1 segundo

mais rápidos na primeira metade dos 400 metros, são 1,2 segundos mais

lentos na segunda parte. Essa queda de velocidade nem sempre é por

uma questão de falta de resistência, mas por uso de uma tática errada.17

Na prática é válida a regra geral da diferença dos dois segundos a

mais para a segunda parte da corrida. Por exemplo: um atleta que corre

os 400 metros para 46 segundos deve correr os primeiros 200 para 22

segundos e os outros para 24 segundos.

TEMPOS IDEAIS PARA A PROVA DE 400 METROSTempo 400 44,50 s 45,00 s 45,50 s 46,00 s 46,50 s 47,00 s 47,50 s

T 100 m 11,20 s 11,25 s 11,35 s 11,45 s 11,55 s 11,60 s 11,70 s

T 200 m 21,40 s 21,60 s 21,80 s 22,00 s 22,25 s 22,45 s 22,65 s

T 300 m 32,00 s 32,60 s 33,10 s 33,50 s 33,85 s 34,05 s 34,20 s

17 Para uma compreensão mais detalhada consultar MINISTérIO DA EDUCAÇÃO E CULTUrA. Caderno didático – atletismo. Brasília: Departamento de Documentação e Divulgação, 1977. p.85- 93.

CONHECENDO UM POUCO DAS REGRAS

REGRAS - CORRIDAS

1. A direção da corrida deve ser definida pela mão esquerda do

atleta que deverá estar voltada para a borda interna da pista (campo), e

será numerada a partir daí.

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Obstrução

2. Qualquer competidor, corredor ou marchador, que empurrar

ou obstruir outro competidor, de modo a impedir sua progressão, estará

passível de desqualificação nessa prova.

Corridas em Raias

3. Em todas as provas realizadas em raias marcadas, cada competidor

deverá manter-se em sua raia do início ao fim. Isso se aplica a qualquer

parte de uma prova corrida em raias marcadas.

4. Nas competições realizadas segundo a regra 12.1 (a), (b) e (c),

a prova de 800m será corrida em raias marcadas até a linha de raia livre

depois da primeira curva, ponto onde os corredores podem deixar suas

respectivas raias.

•A linhade raia livre seráuma linha curva, de 5 cmde largura

através da pista assinalada por uma bandeira de pelo menos 1,50m de

altura situada fora da pista.

REGRAS - CHEGADA

1. A chegada de uma corrida deve ser marcada por uma linha branca

de 5 cm de largura.

2. Com a finalidade de facilitar a colocação do equipamento de photo

finish e a leitura do filme de photo finish, a intercessão das linhas das

raias e a linha de chegada deverá ser pintada de preto de uma maneira

adequada.

3. Os competidores devem ser classificados na ordem em que

qualquer parte de seu tronco (ficando excluídos: cabeça. pescoço, braços,

pernas, mãos ou pés) atinja o plano vertical que passa pela borda anterior

da linha de chegada, como ficou definido anteriormente.

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Nas saídas das provas de 200 e 400 metros recomenda-se que os blocos de partida sejam colocados o mais próximo possível da linha externa da baliza, o que permitirá que o corredor percorra uma distância maior em linha reta.

O corredor deve apresentar grande capacidade de correr na curva controlando o seu corpo, para manter-se o mais próximo possível da borda interna da raia.

A velocidade é resultante da amplitude (tamanho da passada) de passada e a frequência da passada (número de vezes que o pé toca o solo).

Os 400 metros estiveram presentes em todas as edições dos jogos olímpicos da era moderna. O primeiro campeão olímpico foi o estadunidense Tom Burke. O episódio mais controverso da história da modalidade ocorreu nos Jogos de 1908 em Londres, na final olímpica da prova, que contou com três estadunidenses e um britânico. A polêmica surgiu quando um concorrente dos Estados Unidos foi desqualificado por bloquear a passagem do britânico Wyndham Halswelle, numa manobra permitida pelas regras dos EUA, mas ilegal segundo o regulamento britânico. Após diversos protestos, a corrida foi anulada e os três competidores restantes foram chamados a correr nova final. Os dois estadunidenses recusaram-se a correr boicotando a final. Halswelle correu sozinho e recebeu a medalha de ouro num pódio vazio.

O evento de senhoras apareceu pela primeira vez nos Jogos de 1964, em Tóquio, onde foi vencido pela australiana Betty Cuthbert. Em Sydney, 2000, a prova foi vencida por Cathy Freeman, a primeira aborígene a ganhar uma coroa olímpica.

O recordista mundial é Michael Johnson, com um tempo de 43,18 segundos, estabelecido em 26 de agosto de 1999, em Sevilha.

É a prova mais amplamente dominada pelos Estados Unidos no atletismo masculino. No início de 2009, os doze melhores corredores da história desta prova eram americanos.

DICAS PARA MELHORAR A VELOCIDADE

A intensidade dos exercícios deve ser escolhida de tal modo que •

atinja os níveis elevados, necessários para o desenvolvimento

da velocidade;

a duração do exercício deve ser escolhido de maneira que a •

velocidade não diminua em consequência da fadiga, que deve

ocorrer somente no final do exercício;

considerando-se que quando se observam pausas ótimas de •

recuperação, os efeitos cumulativos do treinamento causam

fenômenos de fadiga, relativamente cedo, devendo ser limitado

a 5-10 repetições por unidade de treinamento;

não realizar exercício de velocidade para a pessoa fadigada;•

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interromper o trabalho de velocidade se a cadência diminuir;•

todo o trabalho de velocidade deve ocorrer em um estado de •

aquecimento ótimo.

sugestões de atiVidades prÁticas

Os alunos estarão correndo a vontade em várias direções. O 1. professor determinará alguns lugares que serão demarcados com nomes (times, números, pontos cardeais, cidades, etc.). Ao comando do professor todos deverão deslocar-se o mais rápido possível para aquele lugar.

Na quadra poliesportiva, os alunos deverão correr em 2. velocidade pela lateral e andar no fundo da quadra.

Espalhados pela quadra, todos os alunos deverão trotar (é 3. proibido ficar parado ou andar). Ao comando do professor o aluno determinado como pegador sairá atrás dos outros, quando ele tocar em alguém este lhe dará a mão para formar uma dupla. A dupla continua pegando até conseguir tocar em novos alunos que formarão uma nova dupla de pegadores.

Dividir a turma em duas equipes. Equipe A pega - Equipe B foge, verificar quanto tempo a Equipe 4. A leva para pegar os membros da Equipe B. Depois inverte-se os pegadores, vence a equipe que conseguir pegar os fugitivos no menor tempo.

Na quadra poliesportiva coloca-se um grupo de jogador em cada canto da quadra, ficando dois 5. alunos no meio. Ao sinal do professor os grupos deverão mudar de lugar o mais rápido possível, evitando que os dois jogadores do meio consigam tocá-los, cada vez que a equipe consegue passar pelas quatro bases marca quatro pontos, mas sempre que um jogador for pego a equipe perde 1 ponto.

Os alunos serão separados em grupos. O professor delimitará uma distância de 15 metros, ao 6. seu sinal os alunos deverão percorrer o mais rápido possível a distância estabelecida, vencendo aquele que conseguir repetir cinco vezes o trajeto.

Na pista de atletismo, os alunos deverão correr 100 metros o mais rápido possível, a seguir eles 7. vão andar 100 metros e trotar 100 metros. Repete-se novamente a sequência.

Na pista de atletismo, 200 metros correndo e 200 metros trotando.8.

Na pista de atletismo, 300 metros correndo e 100 metros andando.9.

Na pista de atletismo, realizar corridas de 400 metros, marcando o tempo a cada 100 metros.10.

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muito bem meu companheiro de corrida, agora você já está pronto para ensinar as provas de velocidade.

mas a nossa corrida está apenas no começo e nós precisamos continuar correndo, porque os nossos adversários estão tentando nos alcançar. por isso:

“as suas marcas” ... “prontos”....

SEÇÃO 2CORRIDAS DE RESISTÊNCIA DE VELOCIDADE 800 E 1500m

Conhecidas também como corridas de meio-fundo ou velocidade

prolongada, são compostas pelas provas de 800 e 1500 metros rasos.

São provas de meia distância, que exigem do corredor uma mistura de

resistência e velocidade.

A corrida de 800 metros rasos é uma prova olímpica clássica.

Disputada desde a 1ª edição dos jogos Olímpicos da Era Moderna,

realizados em Atenas, em 1896. A prova consiste em duas voltas completas

na pista oficial de atletismo.

A partida é feita de forma escalonada, para que todos os atletas

percorram a mesma distância, ou seja, os atletas são colocados cada um

em uma raia, devendo correr o trajeto inicial, até o final da primeira curva

(cerca de 115 metros) na sua raia, podendo, a partir daí, posicionarem-se

em qualquer uma das raias, não podendo, no entanto, fechar ou empurrar

o seu adversário para ocupar um lugar próximo da parte interna da

pista.

O brasiliense joaquim Cruz foi um dos maiores corredores brasileiros

nesta prova, conquistando a medalha de ouro nos jogos Olímpicos de Los

Angeles em 1984, se tornou o primeiro brasileiro a obter esta medalha nas

provas de pistas em uma olimpíada. Em 1988, ele conquistou a medalha

de prata nas olimpíadas realizadas em Seul.

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A edição do dia 20 de agosto de 1997, da Revista Veja, traz uma reportagem com o título “Velocidade Total”, onde destaca a quebra de recordes de algumas provas do atletismo, entre as quais está os 800 metros rasos. Confira o texto:

No domingo dia 10, chegou-se a suspeitar do fim da história do atletismo. O campeonato mundial terminara sem a quebra de um único recorde. Três dias depois, o Grand Prix de Zurique restabeleceu a emoção das corridas. No espaço de quatro horas, o queniano residente na Dinamarca Wilson Kipketer pulverizou o recorde mundial dos 800 metros, que já durava dezesseis anos, o também queniano Wilson Boit Kipketer (nenhum parentesco com o anterior) baixou o tempo dos 3.000 metros com obstáculos e o etíope Haile Gebrselassie melhorou sua própria marca nos 5.000 metros. Cada um dos novos recordistas ganhou um bônus extra de 50.000 dólares e 1 quilo de ouro. “Quando tantos quenianos correm juntos neste estádio, a única coisa que se pode esperar são recordes”, brincou Moses Kiptanui, o ex-recordista dos 3.000 metros com obstáculos. Com razão. Todos os recordistas em distâncias acima de 800 metros são africanos, alguns deles quenianos.

Wilson Kipketer mora há cinco anos na Dinamarca, mas só deve receber a cidadania dinamarquesa em dezembro. Por essa razão, não pôde participar da última Olimpíada. O Quênia não o autorizou a correr pela Dinamarca e Kipketer não quis disputar pelo Quênia. “Não importa a camisa que visto”, diz Kipketer. “Eu corro antes de tudo para mim mesmo.” Um dos maiores talentos do atletismo atual, Kipketer especializou-se numa prova fascinante. A corrida dos 800 metros requer do atleta, ao mesmo tempo, velocidade e resistência, força bruta e estratégia. Os maiores expoentes da prova reinaram nos anos 80. Antes de Kipketer ninguém correu tão rápido os 800 metros quanto o inglês Sebastian Coe, detentor do antigo recorde mundial, e o brasileiro Joaquim Cruz, medalha de ouro e prata na Olimpíada de Los Angeles e na de Seul. O recorde mais antigo do atletismo continua sendo dos 800 metros, mas na versão feminina. Foi estabelecido em 1983, pela checa Jarmila Kratochvilova.

http://veja.abril.com.br/200897/p_093a.html

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Um atleta deve correr pelo seu país de origem ou pelo país onde está treinando?O que deve prevalecer as melhores condições financeiras e estruturais ou o respeito com a

história, cultura e tradição do seu povo?

POSSIBILIDADES PRÁTICAS

Para as provas de 800 e 1500 metros, uma possibilidade bastante

interessante de trabalho é o Método Intervalado. Ele é diferente do

interval trainning, pois configura-se por um trabalho periódico de esforço

e pausa. A partir do quadro abaixo, você terá referências para poder

organizar a sua atividade. Pois a quantidade de repetições a distância a

ser trabalhada irá depender da condição física dos alunos.

MÉTODO INTERVALADO↓ ↓ ↓ ↓

Distância Intensidade Intervalo repetições

↓ ↓ ↓ ↓Curta muito alta Curto

(deitar ou trotar)muito frequente

↓ ↓ ↓ ↓Média alta Médio

(andar ou trotar)frequente

↓ ↓ ↓ ↓Longa média Longo médio

↓ ↓baixa baixo

Exemplo

realizar tiro de 1000 metros, com intensidade baixa, intervalo de

três minutos entre cada corrida andando e com três repetições.

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Do ponto de vista teórico é possível fazer 225 combinações

com estes fatores, mas na prática este número é reduzido, pois não é

aconselhável combinar distâncias longas com intensidades muito altas e/

ou com grande número de repetições.

Este método de trabalho possibilita o desenvolvimento de três

qualidades fundamentais para os corredores de distâncias longas e

médias – resistência aeróbia, anaeróbia e velocidade.

Quando trabalhamos em distâncias curtas, com intensidade

alta, com pausas longas e baixo número de repetições, objetiva-se a

velocidade.

Através de outras combinações destes fatores, podemos buscar o

desenvolvimento da resistência aeróbia e anaeróbia. Contudo, deve-se

lembrar sempre que ao diminuirmos as distâncias acabamos possibilitando

ao jovem aluno correr em intensidade maior e, com isso, contrair um

grande débito de oxigênio, o que é desaconselhável do ponto de vista

fisiológico e pedagógico. Por isso, o ideal seria aumentar a distância e não

diminuí-la.

A PROVA DOS 1500 METROS

Esta prova é disputada em uma pista de 400 metros, desta maneira

são necessárias três voltas e 3/4 para se completá-la. A corrida é

desenvolvida em raia livre, ou seja, os atletas podem correr em qualquer

raia, do começo ao final da prova.

Nesta corrida a resistência do atleta é posta em prova, juntamente

com a sua capacidade tática de gerir o esforço em função da corrida.

O tipo morfológico predominante entre os atletas meio-fundistas são

os indivíduos de baixa estatura e peso leve, que normalmente possuem

uma qualidade essencial para esta prova, uma passada fácil e uniforme,

fundamental para que o atleta possa dosar suas energias.

O atleta deve adotar uma boa estratégia. Nem sempre disparar na

frente para assumir a ponta logo no início é o mais sensato, pois corre o

risco de se desgastar para o sprint final. Por isso, muitos corredores ficam

um pouco atrás do líder, correndo com menos resistência do ar e podendo

se poupar para disparar nos últimos 100 ou 200 metros.

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74UNIDADE 2

Porém, o atleta deve estar bem treinado, conhecendo suas limitações

e os momentos determinantes durante o decorrer da prova, o momento

em que deve se poupar, o momento certo de se defender e atacar.

Além disso, deve saber interpretar bem os movimentos de seus

adversários, pois nem sempre o líder está realmente cansado e, às vezes,

tem total controle da corrida com condições de se defender facilmente dos

ataques dos seguidores que arrancam de trás. Outro risco de se posicionar

no pelotão intermediário é ficar bloqueado pelos demais corredores e não

ter espaço para disparar no final.

A iniciação, com os alunos/atletas que desejam praticar corridas de

meio-fundo, deve ser feita através de um bom trabalho de base, onde não

se devem buscar objetivos imediatos, pois os resultados só apareceram

em longo prazo.

O professor do aluno/atleta iniciante terá que ter psicologia, tato

e principalmente olho clínico, para indicar o seu corredor a um futuro

trabalho de alto rendimento. O seu papel é desenvolver os fundamentos e

habilidades que irão dar suporte e condições para que futuros professores

deem continuidade ao seu trabalho e possam colher os resultados

almejados.

Neste momento, dê preferência para atividades que auxiliem no

desenvolvimento da resistência aeróbia, como corridas em parques,

em terrenos variados, jogos que não apresentem intervalos e nem a

possibilidade do jogador permanecer muito tempo parado. Acrescente a

estas atividades exercícios de velocidade. As estafetas funcionam muito

bem neste momento, pois os escolares adoram realizar disputas contra os

seus colegas.

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O Brasil tem uma razoável tradição nas provas de média distâncias ou meio-fundo, • sobretudo nos 800 m, no qual Joaquim Cruz ganhou uma medalha de ouro (1984, com recorde olímpico) e uma de prata (1988).Nas provas de meio-fundo e fundo, quando o primeiro competidor cruzar a linha de • chegada para o início da última volta, o árbitro da partida dará um tiro, que serve de aviso a todos os competidores de que a última volta está se iniciando.

sugestões de atiVidades prÁticas

Os alunos formam um círculo, tendo um companheiro dentro 1. dele e outro fora. O que está fora tentará pegar o que está dentro e os alunos que estão no círculo deverão evitar que isto ocorra, porém não podem colocar a mão no pegador. Eles devem evitar a sua entrada através de um trote lento e/ou corrida acelerada. O aluno que está dentro pode sair do círculo livremente

Jogo de futebol, porém não há lateral, escanteio... Todos os 2. jogadores devem estar trotando o tempo todo, se um jogador for pego andando ou parado, será marcada uma falta contra a sua equipe (tiro livre direto).

Divide-se a turma em duas equipes. Equipe A vai ter três bolas e equipe B irá fugir. O objetivo do 3. jogo é fazer com que os alunos da equipe A consigam encostar a bola nos alunos da equipe B. Quando um aluno for encostado pela bola, deverá sentar-se imediatamente, permanecendo ali até que todos de sua equipe sejam pegos. Inverte-se o pegador e vence aquela equipe que pegar os adversários no menor tempo.

No fundo da quadra, todos os alunos deverão ficar em pé um ao lado do outro. Ao sinal do professor, 4. eles deverão correr e tocar com uma das mãos nas linhas que encontrarem em sua frente, cada vez que tocar em uma linha deverão retornar para o fundo da quadra.

Deixar o aluno correr a vontade, para que ele estabeleça o seu ritmo. O professor deve estar 5. atento, pois ao mesmo tempo em que ele irá incentivar, deve evitar que o aluno faça esforços além da sua capacidade fisiológica. (nunca além dos 155 bpm).

Na quadra poliesportiva, dividir a turma em duas equipes. Equipe A terá uma bola com quem for 6. o primeiro da fila, devendo permanecer na diagonal da equipe B. Ao sinal do professor o aluno da equipe A que está com a posse da bola deverá sair “quicando”a bola, enquanto o aluno da equipe B sairá a toda velocidade para tentar alcançá-lo o mais rápido possível. Cada vez que o aluno da equipe completar uma volta sem ser tocado, ele marca um ponto para a sua equipe. Assim que ele for pego, deve-se substituir os jogadores das duas equipes.

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Nas corridas de resistência o apoio dos pés pode ser feito com o assentamento de todo o pé no solo. Entretanto, o contato inicial deve ocorrer com a parte anterior.

Os exercícios de resistência devem ser executados, até um estágio intermediário. Após isso, deve-se buscar a manutenção da condição adquirida. Segundo BUES, KIRSCH & KOCH (1962, p.19) temos as seguintes referências para escolares:

REFERÊNCIA IDADE EM ANOS

MENINO / MENINA

6-7 8-9 10-11 12-13 14-15 16-17

TEMPO MÁXIMO DE CORRIDA

6 min

8 min

10 min

12 min

20 min

25 min

Adaptado de August Kirsch. Atletismo: metodologia para iniciação em escolas e clubes. p. 55

SEÇÃO 3CORRIDAS DE RESISTÊNCIA 5.000, 10.000m E mARATONA

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São consideradas provas de resistência ou de fundo, aquelas cujo

percurso é marcado por longas distâncias. Estas corridas são realizadas

sem raias marcadas, ou seja, os competidores executam-nas em qualquer

parte da pista, limitada pelas bordas interna e externa.

Com exceção da maratona, as demais provas de fundo são realizadas

em pistas convencionais, na prova de 5.000 metros rasos, o atleta percorre

12 voltas e meia na pista, já nos 10.000 metros a prova é disputada em 25

voltas.

Nestas provas, um aspecto fundamental são as qualidades necessárias

para o atleta, que entre outras exigências, deve apresentar: - resistência,

perfeita integridade orgânica, força de vontade, combatividade, noção de

ritmo de passada, de regularidade e economia.

O principal objetivo que encontramos nas corridas de resistência

é atingir o equilíbrio entre a maior velocidade e a melhor economia

de esforço, onde o estilo de correr do atleta/aluno é algo individual.

Deve-se, no entanto, tomar o cuidado para que ele não deixe de lado

o padrão mínimo dos fundamentos da corrida (os quais já foram vistos

anteriormente) e das táticas específicas de cada prova.

O professor não deve adotar uma forma padrão para as suas correções,

deve observar atentamente cada atleta/aluno estabelecendo dessa forma

um vinculo de respeito pelas características e individualidades de cada

um, criando assim um elo mais direto e objetivo.

Qualquer mudança, troca nos estilos ou forma de correr do iniciante,

deve ser feita com cuidado e sem fugir dos hábitos que a criança está

acostumada

DETALHES TÉCNICOS DAS CORRIDAS DE RESISTÊNCIA

Durante as corridas de resistência, o corpo deve se comportar de

forma uniforme e descontraída, onde braços e pernas devem mover-se

de maneira rítmica, os pés deverão apontar para frente, a movimentação

do atleta deve ser regular e executada com um mínimo de esforço, o que

resultará numa grande economia de energias. Os quadris e ombros não

devem oscilar exageradamente, pois mesmo permitindo passadas mais

largas, reduz enormemente a eficácia da ação.

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A passada deve ser longa e flexível, e o contato com o solo é feito

pelo terço anterior dos pés. A amplitude da passada será menor que a do

corredor de velocidade, pois é menor a elevação dos joelhos, a inclinação

do corpo e menores os movimentos dos braços.

Como o aspecto mais importante é a corrida descontraída, devemos

ter parâmetros para verificar se isto realmente ocorre, uma das formas de

verificarmos este detalhe tão importante é observarmos a mandíbula, as

mãos e os dedos do corredor, os quais devem estar relaxados e livres de

tensões.

A PARTIDA NAS PROVAS DE RESISTÊNCIA

Como estas provas não são balizadas, ou seja, não são corridas com

raias determinadas, a saída utilizada é em pé ou saída alta. Uma partida

ruim não tira a possibilidade de o atleta se recuperar posteriormente.

Como exemplo de que é possível recuperar-se após uma saída ruim,

ou algo inesperado acontecido durante a prova, convido você a recordar

o fato ocorrido com o corredor brasileiro, Wanderley Cordeiro de Lima, na

Olimpíada de Atenas, quando foi atrapalhado por um padre irlandês.18

Nas provas de resistência o atleta deve tomar a seguinte posição

de saída: pequeno afastamento para a frente com o tronco ligeiramente

inclinado na direção da corrida. Ao som do tiro, a perna de trás é

impulsionada para a frente juntamente com o braço contrário.

18 A esse respeito cf.GArAVELLO, Murilo. Medalha de bronze: Wandereley Cordeiro de Lima. Disponível em http://esporte.uol.com.br/olimpiadas/medalhistas/vanderlei.jhtm Acessado em 01 nov. 2008.

algumas pessoas ficam cansadas somente em assistir uma maratona. entretanto, É impressionante a Velocidade Que os corredores imprimem atualmente nestas corridas. para se ter uma ideia na maratona do rio de

Janeiro, em JunHo de 2009, o atleta marcos antonio pereira, Venceu a proVa com o tempo de 2:17:30 seg. o Que eQuiVale a um tempo de 3:15 min./Km.

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MARATONA

A maratona foi incluída no programa olímpico de atletismo como

uma prova especial destinada aos corredores de fundo. O nome maratona

é uma referência histórica à proeza do soldado grego Feidípides, que

correu da planície de Maratona até Atenas, percorrendo uma distância

de aproximadamente 41 km, apenas para dar a notícia da vitória sobre os

persas, caindo morto logo após cumprir sua missão.

Ao longo dos anos, a prova da maratona tornou-se uma das provas

clássicas dos jogos olímpicos, é a mais longa, desgastante, e uma das mais

difíceis e emocionantes provas do atletismo olímpico. A prova com percurso

de aproximadamente 42 km, que consiste numa corrida executada em

estrada com partida e chegada dentro do estádio. Considerada a prova

atlética mais árdua, devido ao enorme esforço e resistência que exige do

atleta, necessita de uma longa preparação que requer muita dedicação e

treinamento.

A técnica observada entre os atletas da maratona consiste no apoio

total do pé e leve inclinação do tronco, pequena elevação dos joelhos

e braços ligeiramente flexionados, apenas o suficiente, para manter

equilíbrio do corpo.

No Brasil existem maratonas e/ou corridas similares em todos os

seus Estados. Uma das mais tradicionais é a Corrida de São Silvestre, que

acontece sempre no dia 31 de dezembro. A história desta prova e outros

detalhes você poderá descobrir no site www.saosilvestre.com.br.

Ao se tornar um especialista na área dos esportes, é fundamental

que você esteja bem informado sobre o que acontece no país e no mundo.

Por isso, vai a dica de alguns sites que irão te ajudar a ser um expert neste

assunto. Não perca tempo, corra até eles e descubra os segredos das

Maratonas.

www.maratonadorio.com.br

www.meiamaratonadoriodejaneiro.com.br;

www.ingnycmarathon.org/

www.maratonadesaopaulo.com.br/

www.voltadapampulha.com.br

Agora que você já conhece um pouco da história desta prova, vamos

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passar o nosso bastão para um especialista na preparação de maratonistas.

Ele tem várias dicas importantes para nos ajudar. O bastão agora vai para

o Professor Nelson Evêncio.

Para ele, a Maratona é uma prova fascinante, onde os atletas

percorrem a distância de 42.195 metros com intuito de desafiar os seus

limites. Preparar-se para uma maratona é criar um projeto de vida. é

indispensável ter muita disciplina, dedicação e força de vontade, para

que um sonho não seja transformado em pesadelo.

Além destes componentes psicológicos, que serão muito trabalhados

e exigidos ao longo dos treinos, é fundamental ter maturidade muscular e

não partir para a prova só por modismo, como muitos têm feito por aí.

O indivíduo que almeja percorrer a distância de uma maratona,

mesmo que seja só para completar, tem que ter no mínimo dois anos

de treinamento, ter feito várias provas de 10km, 15km e 21km (1/2

maratona), treinar no mínimo 4 x por semana e procurar levar uma vida

bem regrada.

A procura de um treinador, formado em educação física e com

especialização em corridas longas também é fundamental, pois assim

como você solicita um dentista para tratar de seus dentes, um engenheiro

para projetar e administrar a construção de sua casa, deve procurar um

profissional qualificado e habilitado para cuidar de seu treinamento.

Embora o treinamento seja uma coisa totalmente individual, regido

pelo “Princípio da Individualidade Biológica”, que explica a variabilidade

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ou diferença entre indivíduos da mesma espécie, o autor busca apresentar

algumas dicas importantes para quem pretende iniciar neste tipo de

corrida.

Uma das principais dúvidas para quem está iniciando é: “Quanto treinar”?

Independente do período do treinamento é indiscutível que o mínimo

serão quatro sessões por semana de corrida. O ideal seria treinar cinco

ou seis vezes por semana, caso contrário é melhor optar pelas provas em

distâncias menores, sobretudo, abaixo de ½ maratona.

Em geral, os atletas de elite fazem entre 160 e 180km por semana,

divididos em uma ou duas sessões diárias, mas as pessoas que não são

profissionais da corrida, e que tem o grande desafio de conciliar trabalho,

estudos, família e vida social com o treinamento, raramente chegam

aos 100km por semana, sendo que alguns obtém ótimos resultados com

quilometragem entre 60 e 70km semanais.

Vale lembrar que estas maiores quilometragens são sempre atingidas

cerca de 40 a 30 dias antes da prova e bem reduzidas nas duas últimas

semanas.

Como treinar?

Considerando estes quatro treinos de corrida por semana, dividimos

da seguinte forma:

1) Treino de rodagem em ritmo confortável, 1 treino de velocidade,

1 treino mais longo e 1 treino leve, regenerativo, normalmente utilizado

um dia após o treino longo.

Considerando 5 treinos de corrida por semana:

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2) Dois treinos de rodagem em ritmo confortável, 1 treino de

velocidade, 1 treino mais longo e 1 treino leve, regenerativo, normalmente

utilizado um dia após o treino longo. Em alguns períodos pode-se realizar

dois treinos de velocidade, mas com intervalos de no mínimo 72 horas e

precedidos de treinos regenerativos. Estes treinos podem ser os famosos

intervalados (vulgo tiros), os fartleks, treinos de ritmo e até as provas

preparatórias.

A distância dos treinos longos, que são os mais específicos, é

algo muito discutido, e que, depende muito da “escola” e metodologia

do treinador, varia de 24 a 32km. Particularmente só utilizo distâncias

de acima de 32km, até 36km, para atletas de elite ou corredores que já

possuem muita experiência, com intervalo de no mínimo 21 dias antes da

prova. No geral, utilizo 1 ou 2 longos entre 30 e 32km, somados a mais

alguns entre 21 a 24 km.

dica importante

corra no máximo 2 maratonas por ano, com um intervalo de no mínimo quatro meses entre elas e não coloque em risco seu maior

patrimônio, sua saúde!

estas e outras dicas você confere em http://www.corpore.org.br/cws_indiceconteudo_tecnicos.asp.

neste site você poderá analisar diferentes propostas de treinamentos que servirão de subsídio para você encontrar aquele que mais se adapte a sua realidade ou aos objetivos do seu aluno

corredor.

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83UNIDADE 2

sugestões de atiVidades prÁticas

Corridas suaves em duplas, de 5 a 7 minutos. A cada 1. minuto deve-se trocar o par que está correndo ao seu lado. Aumentar progressivamente o tempo de duração até que todas as duplas diferentes tenham realizado o percurso.

Corridas suaves, mescladas com caminhadas. Correr 200 2. metros e andar 20 metros, ou correr 150 metros e andar 15...

Corridas em ritmo livre executada em terrenos acidentados. 3. (subida, descida, reta).

Corridas com intensidade moderada, em linha reta. Iniciando 4. com 50 metros e aumentando progressivamente, de 10 em 10 metros até chegar nos 100 metros. Pausas de 2 minutos de uma corrida para a outra.

Cinco corridas de 30 segundos com pausa de 2 minutos entre cada corrida. O ritmo deve ser 5. determinado pelo aluno, que tentará melhorar a distância percorrida a cada corrida.

Cinco corridas com intensidade forte na diagonal da quadra poliesportiva. Realizar a pausa, 6. andando lentamente pela lateral de uma extremidade a outra da quadra.

Correr de acordo com o ritmo definido pelo professor. Ao sinal do professor, parar e executar o 7. exercício determinado por ele (polichinelo, flexão, abdominal, saltos...). Tempo médio de duração 15 minutos.

As maiores maratonas mundiais constituem o circuito WMM (World Marathon Majors), • estabelecendo um prêmio no valor de um milhão de dólares para o melhor classificado feminino e masculino, no final da temporada. Pertencem ao WMM as maratonas de Boston, de Londres, de Berlim, de Chicago e de Nova York.O grego Spiridon Louis foi o primeiro campeão olímpico de maratona. Atualmente, o • recorde mundial pertence ao etíope Haile Gebrselassie, que no dia 28 de Setembro de 2008, em Berlim, estabeleceu o tempo de 2h 03m 59s.Apenas em 1984, a prova de maratona foi incluída no programa dos jogos olímpicos para • mulheres.

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NESTA PROVA CAMINHA-SE, NÃO SE CORRE!

SEÇÃO 4mARCHA ATLÉTICA

DEFINIÇÃO

Consiste numa série de passos e difere-se da corrida, porque nesta

prova um dos pés deve estar obrigatoriamente em contato com o solo. A

cada passo, o pé do marchador que avança deve tocar o solo antes que o

pé de trás deixe o mesmo.

Na corrida, estes movimentos são similares aos da marcha, com a

diferença, todavia de que há um tempo durante o qual o pé não toca no

chão, devido o impulso proporcionado pela perna posterior. A cada passo,

enquanto o pé está no solo, a perna deve permanecer reta, isto é, ela não

pode ser curvada pelo joelho, pelo menos por um momento, principalmente

a perna de sustentação, a qual deverá ficar na posição vertical.

O calcanhar do pé anterior deve tocar o solo, antes que a ponta

do outro pé tenha se levantado. A perna anterior deve estender-se

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no momento que tocar o solo e permanecer assim até que tenha sido

completado o passo.

DESCRIÇÃO TÉCNICA

AÇÃO DAS PERNAS

O movimento de pernas do marchador deve ser caracterizado pela

ação distinta que se apresenta na execução da passada completa. Isto faz

com que a perna de trás, inicie um movimento de impulsão do corpo para

frente, através da ação de transferência do calcanhar para a ponta do pé.

Devido a pressão no solo, esta ação de impulsionar o corpo para

frente resultará em uma boa amplitude da passada, levando o corpo a um

bom deslocamento horizontal.

A perna de trás, que executou o rolamento do pé, após passar pela

posição vertical, faz com que a perna da frente entre em contato com o

solo através do calcanhar, tomando um assentamento sem girar o pé que

estará voltado para frente.

No momento do assentamento do pé da perna no solo, observa-se a

extensão da perna de trás e aqui fica caracterizada a fase de duplo apoio,

na execução da Marcha.

POSICIONAMENTO DO TRONCO

O tronco deve permanecer sempre na vertical, não efetuando

rotação, ficando este ato por conta dos ombros, que o farão girar quase

que imperceptivelmente.

O tronco deve permanecer com uma pequena inclinação para que

não haja perda de contato com o solo, pois a movimentação dos quadris

depende diretamente da sua estabilidade.

MOVIMENTOS DOS QUADRIS

Nos quadris está todo o suporte da marcha, os quais com sua ação

rotativa, coordenam todos os movimentos executados. O assentamento

dos pés deve ser feito quase na mesma linha, resultando no deslocamento

do quadril de um lado para o outro, para cima e para baixo, facilitando o

trabalho dos membros inferiores.

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86UNIDADE 2

AÇÃO DOS OMBROS E DOS BRAÇOS

O ângulo de abertura dos braços será de mais ou menos 90º, que

pode variar de acordo com a distância a ser percorrida:

para a prova de 20 km, a marcha é mais rápida, o que faz com •

que os braços permaneçam mais fechados, devido os passos

serem mais curtos;

na prova de 50 km, a marcha é um pouco mais lenta e os braços •

permanecem mais abertos para dar suporte aos passos mais

longos.

O encaixe de um pé na frente do outro e o deslocamento do quadril,

faz com que os ombros trabalhem mais elevados, em um movimento

oscilatório que acompanha o deslocamento lateral do quadril.

http://portuguese.cri.cn/mmsource/images/2008/08/21/xin_542080521102939019125105.jpg

acompanHe agora um pouco mais dos acontecimentos desta modalidade Que É praticamente desconHecida na Historiografia do esporte brasileiro

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87UNIDADE 2

CRONOLOGIA DA MARCHA ATLÉTICA NO BRASIL

Em 1936, josé Carlos Daudt e Túlio de rose, dirigentes esportivos,

assistem à marcha nos jogos Olímpicos de Berlim e trazem-na para sua

primeira disputa em Porto Alegre no ano seguinte, num percurso de quase

5 km, vencida por Carmindo Klein.

1940 - A prova seria disputada por aproximadamente 20 participantes,

vencida por Ernesto ritter, seguido por Klein e Arnaldo Willy Becker.

1944 - A FArG insere os quase 30 km de marcha nos festejos de comemoração

da semana da Pátria, vencida por Becker, que venceria também nos três

anos seguintes. Em 1948, o percurso diminuiu para 20 km.

1946 - Primeira participação internacional do Brasil, e Becker vence os 3

km em Montevidéu.

1957 - Antonio Glayr Santarnecchi trouxe a marcha da Europa para São

Paulo e instituiu junto ao Clube dos Andarilhos, em 1958, a tradicional

prova Irmãos Del rey, vencida pelo mesmo.

1967 - A marcha aparece no estado de Minas Gerais.

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88UNIDADE 2

1970 - Foi criado o departamento de marcha na Federação Paulista de

Atletismo, dirigido por Santarnecchi e surgem importantes atletas, como

Fernando Elias, que atualizaria os recordes de Becker, que voltariam mais

tarde ao poder de outro gaúcho; ricardo Nüske.

1973 - A marcha é incluída no Campeonato Brasileiro de Atletismo e

vencida por Elias.

No final dos anos 70 e início dos 80, a marcha passou a ser praticada

também pelas mulheres e o prof. josé Clemente Gonçalves é nomeado

árbitro do painel permanente da IAAF. O brasiliense Valdemar Florêncio

e o gaúcho Wilson Mattos dominaram no masculino.

Seul ‘88- Estréia brasileira nos jogos Olímpicos com Marcelo Palma, que

ganhou o bronze Pan Americano em Havana ’91 e competiria também em

Barcelona ’92 junto com Sergio Galdino e Ademar Kammler.

Em 1989, foi instituída a Copa Brasil de Marcha Atlética, disputada em

Natal-rN.

1993- Sergio Galdino conquistou a 6o posição no Campeonato do Mundo

de Atletismo em Stuttgart e estabeleceu a melhor marca Sul-Americana

também na Alemanha, em 1995. Em 2002, rafael Fontenelle conquista a

quarta posição no mundial juvenil de atletismo em Kingston.

CONHECENDO UM POUCO DAS REGRAS

Os árbitros indicados para a marcha atlética deverão eleger um

árbitro Principal (chefe). Todos eles agirão individualmente, mas estarão

subordinados ao árbitro Principal.

Os competidores devem ser advertidos por qualquer árbitro,

quando houver incorreções na sua progressão atlética. Após advertir um

competidor, o árbitro deve informar ao árbitro Chefe sobre o acontecido.

Quando na opinião de três árbitros, o modo de progressão de um

competidor deixa de estar de acordo com a definição da marcha atlética,

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89UNIDADE 2

durante qualquer momento da competição, ele será desclassificado e

informado de sua desclassificação pelo árbitro Chefe.

Normalmente um competidor tem direito a uma advertência antes

de ser desclassificado.

A desclassificação deve ser dada imediatamente após o competidor

haver terminado a prova, caso seja impraticável informá-lo da

desclassificação durante a mesma (momento final da prova).

Em provas de pista, um competidor que for desclassificado deve

deixar a mesma imediatamente e em provas de rua, deve imediatamente

retirar o número da competição que está usando e abandonar o

percurso.

A versão mais aceita sobre a história desta modalidade relata que ela tem origem nas competições de caminhada que datam dos séculos XVII a XIX. Em 1908, passou para a condição de esporte olímpico, porém as distâncias eram outras (1500 m e 3000 m). Muito criticada, não foi disputada nas competições seguintes, voltando a ser um esporte olímpico em 1928. Somente em 1956, a prova passou a ter as atuais distâncias.

Uma das vertentes históricas defende a tese de que a modalidade foi trazida ao Brasil em 1936, por José Carlos Daudt e Túlio de Rose, que assistiram à marcha nos Jogos Olímpicos de Berlim. Já em 1937, aconteceu em Porto Alegre, a primeira disputa, da qual o vencedor foi Carmindo Klein.

Durante o percurso, os atletas são fiscalizados por juízes, que são incumbidos de avisar aos atletas quando estes estiverem marchando de forma errada. Para isso, utilizam discos amarelos, que sinalizam uma possível infração. Caso o atleta persista no erro, lhe é mostrado um cartão vermelho. Se três juízes diferentes mostrarem o cartão vermelho ao mesmo atleta, esse é desclassificado.

Um dos mais famosos marchadores mundiais foi o polonês Robert Korzeniowski. Entre os anos de 1996 e 2004, ele foi tetracampeão olímpico e tricampeão mundial.

Jefferson Pérez (Equador) é o atual recordista mundial na categoria 20 km, e Denis Nizhegorodov (Russo) é o atual recordista na categoria 50 km.

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As atividades de estudo deste módulo forneceram conhecimentos significativos para te ajudar a identificar e caracterizar as provas de velocidade, de meio-fundo, resistência e a marcha atlética.

Partindo deste conhecimento, você já é capaz de perceber quais são as características predominantes de cada prova e os elementos fundamentais a serem trabalhados com os seus alunos/atletas. Onde na prova de velocidade pudemos perceber a importância dos fatores genéticos como elemento fundamental para definir a performance do atleta de alto rendimento.

No âmbito escolar, a prática pedagógica acaba sendo fator preponderante, seja nas provas de velocidade e principalmente nas provas de meio fundo, resistência e a marcha atlética, nas quais uma sequencia pedagógica adequada é fator definitivo para a melhoria da performance.

Contudo, é importante você não esquecer que as atividades não precisam ser realizadas somente de maneira formal. Adquirir resistência, por exemplo, é algo que se consegue através de adaptações com brincadeiras como pega-pega, futebol sem lateral, etc. O importante é que o aluno esteja se movimentando intensamente e acima de tudo sentindo prazer naquilo que ele está executando.

Seja criativo, lembre-se do alerta fornecido por Ubirajara Oro – o problema do atletismo nas escolas brasileiras está relacionado com a atuação didática e metodológica do professor. Eu sei que você quer fazer a diferença.

O professor Nelson Evêncio nos ajudou apresentando diferentes alternativas metodológicas para o desenvolvimento de um treino para maratonistas, ou seja, os dois autores preocupam-se com as questões metodológicas, em romper com a “monotonia” atribuída a invariabilidade dos gestos do atletismo. Cabe a você agora, utilizar estas dicas e fazer das suas aulas de atletismo um momento de movimentação e descontração para os seus alunos.

Cite quais são os tipos de corridas rasas e quais as provas que as constituem.1.

Quais são as principais diferenças entre as corridas rasas de velocidade e as de resistência?2.

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93UNIDADE 3

ObjetivOs De aPRenDiZaGem

ROteiRO De estUDOs

Corridas com barreiras, obstáculos e revezamentos

O acadêmico deverá ser capaz de:

Identificar as diferentes técnicas de passagem do bastão. ■

Compreender a diferença entre a passagem visual e não visual. ■

Entender de forma geral a estrutura das provas com barreiras e ■

com obstáculos.

SEçãO 1: ■ 110M (100m) e 400M (barreiras); 3.000M com steeple

chase (obstáculos)

SEçãO 2: ■ 4 X 100M e 4 X 400M (revezamentos)

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94UNIDADE 3

pARA INÍCIO DE CONVERSA

Até o momento, nossa preocupação relacionou-se com o estudo da

técnica das corridas rasas no seu panorama didático, técnico e cultural. Nesta

unidade, utilizaremos os elementos básicos já aprendidos para nos auxiliar

no processo ensino-aprendizagem da corrida com barreiras e obstáculos.

As provas com barreiras seguem os mesmos princípios de

aprendizagem das provas de velocidade, porém, apresentam um detalhe

primordial, a passagem sobre a barreira, o que requer uma técnica apurada

e alguns requisitos físicos indispensáveis.

O mesmo ocorre com a prova dos 3.000 metros steeple chase

(obstáculos), que terá no aprendizado das corridas de resistência o seu

ponto de referência, devendo o professor mostrar para os iniciantes a

passagem dos obstáculos como sendo uma atividade prazerosa, que atrai

principalmente os adolescentes pela sensação desafiadora de “pular”um

obstáculo, de tentar saltar e não cair na água.

O importante em ambos os casos é que os obstáculos sejam tratados

de forma semelhante aos que temos nas nossas vidas, ou seja, dificuldades

que foram criadas para serem superadas. A nossa função é auxiliar para

que eles superem estes obstáculos sem ter que realizar grandes esforços.

Mas para isto, não tem outro jeito: precisamos analisar

antecipadamente e detalhadamente estes obstáculos, para que eles se

tornem fator de diversão para os nossos alunos.

SEÇÃO 1110m (100m) E 400 (BARREIRAS); 3.000m COm STEEpLE CHASE (OBSTÁCULOS)

CORRIDAS COM BARREIRAS

As corridas com barreiras são provas extremamente técnicas, que

Você estÁ pronto para se diVertir?

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exigem além de características de um corredor velocista, bons índices

de flexibilidade, coordenação e disponibilidade motora, onde o principal

objetivo do atleta é coordenar a corrida com a passagem das barreiras,

tendo o mínimo de perda da velocidade no momento da passagem.

As corridas com barreiras são constituídas das provas de 100 metros

feminino, 110 metros masculino e 400 metros masculino e feminino.

Nestas provas, o corredor deve ultrapassar as barreiras dispostas no

percurso, independente da distância, o número de barreiras é o mesmo

para todas as provas variando apenas a distância a ser percorrida e o

intervalo existente entre as barreiras, bem como a distância entre a

linha de partida até a primeira barreira e da última barreira à linha de

chegada.

DISTÂNCIA DAS PROVAS

ALTURA DAS BARREIRASMASCULINO FEMININO

110 1, 067 cm -----------100 ---------- 0, 840 cm400 0, 914 cm 0, 762 cm

Apesar da variedade existente entre as distâncias dessas provas, as

técnicas para o seu desenvolvimento são muito semelhantes no que diz

respeito à ação da corrida, aos gestos realizados pelo corredor e as fases

de que se compõem.

FASES DA CORRIDA

Todas as provas de corridas com barreiras apresentam quatro

fases:

A saída.1.

Da saída ao ataque à primeira barreira.2.

Entre as barreiras.3.

Da última barreira à chegada.4.

A SAÍDA

A primeira fase é muito parecida com a saída utilizada nas provas

de corridas rasas de velocidade, ou seja, saída baixa, feita com o bloco de

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partida, porém sendo necessárias algumas adaptações com o intuito de

facilitar o ataque à primeira barreira.

Ao sair do bloco de partida para dar início à corrida, o barreirista

precisa vencer um pequeno percurso antes de chegar à primeira barreira.

Este espaço varia de acordo com a prova a ser disputada.

O comum e o mais recomendável tecnicamente, seria a execução de

sete ou oito passos de corrida, nesse pequeno percurso entre a saída do

bloco e a primeira barreira. Para os barreiristas com maior estatura, que

tem um melhor desempenho com sete passos, é preciso fazer uma inversão

na posição normal de saída do bloco, colocando a perna de impulso, que

normalmente seria colocada no bloco da frente, no bloco traseiro, fazendo

o primeiro passo de corrida com a perna de impulso, tornando os passos

seguintes todos ímpares.

Os barreiristas, de passadas menores, que necessitam de oito passos

para o trecho inicial da prova, tomam a posição normal nos blocos, ou

seja, com a perna de impulso colocada no bloco da frente.

Os barreiristas devem executar o percurso inicial com velocidade e

passadas amplas. A inclinação do corpo é também primordial, tanto para

a velocidade como para o posicionamento da passagem sobre a barreira.

Há uma tendência, nos iniciantes, de fazerem uma aproximação

exagerada à barreira. Isso deve ser evitado, pois prejudicará a passagem,

caracterizando um salto para cima, quando o certo é fazer um ataque, o

mais horizontalizado possível.

ATAQUE À BARREIRA

Todas as passagens são feitas sob o mesmo princípio, entretanto,

a primeira é de maior importância, porque a partir dela se inicia uma

cadeia de movimentação sincronizada. O equilíbrio, o ponto de queda

e a velocidade dessa passagem, muito possivelmente, se repetirão nas

passagens subseqüentes.

O corredor deve sempre procurar atacar a barreira a uma distância

igual, a qual varia de acordo com cada atleta, mas podemos afirmar

que em média 2m é o mais recomendável, onde a perna de ataque deve

elevar-se semiflexionada, com a ponta do pé voltada para cima. A perna

de impulsão, por sua vez, só deverá deixar o solo quando totalmente

estendida, evitando com que o corredor salte para ultrapassar a barreira,

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o que resultaria em perda de velocidade.

é comum ao iniciante elevar a perna totalmente estendida com o pé

também em extensão, o que é errado, pois causará um choque violento

ao tocar o pé novamente no solo. Também é comum ao iniciante, elevar a

perna, descrevendo lateralmente um arco, causando um desequilíbrio e

consequentemente perca de velocidade.

A PASSAGEM SOBRE A BARREIRA

Para o nosso estudo sobre a técnica de passar a barreira, é

fundamental termos em mente que devemos ensinar o aluno/atleta a

passar pela barreira e não saltar sobre ela. Além disso, devemos levar em

consideração algumas regras gerais, como:

O derrube não intencional das barreiras não resulta em •

penalidades, porém há perca de velocidade;

A passagem das barreiras deve ser iniciada sempre com a mesma •

perna;

A transposição das barreiras deve ser feita o mais rasante •

possível, de forma a não perder velocidade;

Deve-se manter o ritmo das passadas entre as barreiras (o mesmo •

número de passadas);

A impulsão não se deve fazer muito perto das barreiras, para •

evitar derrubá-las.

Abordar a barreira mantendo a velocidade (não repicar);•

Permanecer em suspensão sobre a barreira o menor tempo •

possível ao fazer a passagem, mediante uma elevação mínima

da pélvis;

Após a passagem, colocar-se na melhor posição para dar •

continuidade à corrida, sem qualquer tipo de prejuízo.

Visto essas regras, podemos concluir que é praticamente impossível

obter êxitos nas corridas com barreiras, sem possuir as qualidades

fundamentais de um velocista, aliadas a uma técnica de passagem eficiente,

que é aquela, na qual o barreirista consegue recuperar rapidamente o

contato com o solo, dando continuidade à corrida, pois a ultrapassagem

da barreira nada mais é do que uma modificação da passada, semelhante

aos movimentos básicos de uma corrida rápida. Por isso, a preocupação

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em não se saltar a barreira, pois isso quebraria a sequência da corrida,

dada a interrupção que o salto faria.

Devemos dar ênfase ao preparo físico específico, porém sem

deixar de lado a técnica correta para a passagem da barreira, é de suma

importância que todos os procedimentos usados para a passagem da

barreira tenham uma ação contínua, da seguinte maneira:

FIGURA 1.0 - Técnica da passagem sobre a barreira.

a) Impulsão no solo, enquanto a perna de ataque se flexiona, projetando

o joelho em direção à barreira, juntamente com o braço contrário a essa

perna. A inclinação total do corpo para a frente deve ser observada nesse

instante.

b) A perna de ataque chega a barreira em extensão e o pé fletido, tendo

o braço contrário a ela também para a frente, paralelamente à mesma, o

tronco flexionado sobre a coxa da perna de ataque, com a cabeça adiantada

para a barreira seguinte: nesse momento, a perna de trás começa a se

flexionar, iniciando a elevação do joelho para a lateral. O outro braço,

em posição normal de corrida, faz um bloqueio no momento em que o

cotovelo está atrás do tronco.

c) Passagem sobre a barreira, com a perna de ataque em pequena flexão,

braço contrário a esta perna ainda para a frente, perna de passagem

flexionada em elevação lateral e tronco em acentuada inclinação para a

frente.

d) Terminada a passagem sobre a barreira, a perna de ataque procura

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rapidamente o contato com o solo para fazer a recuperação, tendo o braço

contrário a ela iniciado o movimento que o coloca em posição de corrida;

a perna de passagem começa a se dirigir para a frente, elevando o joelho

para cima e para adiante, enquanto que o tronco começa a se elevar.

e) recuperação, tendo já a perna de ataque apoiada no solo, a de passagem

se dirigindo à frente para fazer a primeira passada após a passagem e os

braços em posição normal de corrida.

Durante a passagem da barreira é comumente utilizado dois estilos

quanto ao posicionamento dos braços. Em um dos estilos, o braço contrário

à perna de ataque vai para a frente e o outro braço é flexionado para trás.

é o chamado ataque com um braço. já alguns barreiristas preferem o

outro estilo que é caracterizado por levar ambos os braços para a frente

juntamente com o tronco, o qual, no instante em que a perna de ataque

começa a buscar a barreira, começa a se inclinar sobre esta perna, quanto

mais fechado for o ângulo formado por esses dois segmentos, mais fácil se

tornará a passagem. Após a passagem sobre a barreira, o tronco começa

a se elevar, procurando voltar à posição normal, enquanto que a perna de

ataque deve procurar o solo o mais rápido possível.

CORRIDA ENTRE BARREIRAS

Todas as barreiras estão dispostas uniformemente dentro da raia,

com um espaço idêntico entre elas. De acordo com a distância da corrida,

esse espaço sofre uma variação; o mais importante é que seja mantido o

ritmo da corrida até o seu final, para que se torne possível realizar sempre

o mesmo número de passadas entre as barreiras.

A corrida entre as barreiras deve ser feita com passadas largas, sendo

que na corrida dos 100m e/ou 110m, devem ser dadas três passadas entre

as barreiras; normalmente os atletas utilizam treze a quinze passadas nas

corridas de 400m.

é comum o iniciante ter dificuldades em realizar o número proposto

de passadas entre as barreiras, normalmente por executar a primeira

passada muito curta ou por receio de caírem na barreira seguinte.

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dica importante

Para superar essa dificuldade, o professor deve fazer com que o aluno/atleta passe várias vezes por uma única barreira, alongando a primeira passagem, até que chegue ao normal.

A continuidade das passagens depende muito da manutenção da

velocidade, e até mesmo do aumento dela, que por sua vez depende de

uma boa técnica de passagens, que possibilite a correta distribuição das

passadas e o equilíbrio necessário sobre as barreiras, assim como uma

condição física adequada.

CORRIDA FINAL

Após passar a última barreira, resta ao corredor um percurso final

para completar a prova. A distância desse trecho também varia de acordo

com a prova que se pratica, mas em nada difere do final de uma corrida de

velocidade, a qual se caracteriza pela manutenção da velocidade máxima

até a ultrapassagem da linha de chegada.

OS 110 METROS COM BARREIRAS

é uma modalidade olímpica de atletismo. Consiste na disputa

de uma corrida de velocidade na distância que leva o nome da prova,

disputada por atletas que deverão ultrapassar 10 barreiras (110 cm de

altura) distribuídas ao longo de sua raia. Esta prova é disputada apenas por

homens e o seu equivalente feminino são os 100 metros com barreiras.

A primeira barreira é colocada a 13,72 m (15 jardas) da linha de

partida. As restantes, nove são dispostas em intervalos de 9.14 m (10

jardas). O percurso final até a meta é livre de barreiras e mede 14,1

metros.

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A prova tem como características a grande velocidade dos atletas,

aliada a uma técnica refinada, em que o corredor deve se adaptar as várias

regras específicas da prova, independentemente de seu estilo de corrida

ou biótipo.

Embora havendo sempre detalhes de execução individuais, a

técnica e suas características gerais devem ser realizadas de forma que

cada uma das fases da corrida seja desenvolvida dentro da máxima

perfeição.

Dessa forma, vamos observar as características específicas de

cada uma das fases desta prova, as quais são indispensáveis para o

desenvolvimento de um bom trabalho do professor.

importante – a barreira deVe ser sempre “atacada” pela frente!

As barreiras são projetadas de forma a caírem para a frente, caso o corredor tenha contato com ela, isto evita lesões e quedas do atleta. Entretanto, se o seu aluno resolver ultrapassar a barreira pelo lado contrário, será difícil evitar que ele se machuque, caso tenha contato com ela.

A saída

Deve-se apenas tomar algumas precauções com relação ao

desenvolvimento das passadas iniciais da corrida, que devem ser

graduadas dentro da maior velocidade, a fim de se atacar a primeira

barreira, situada logo em seguida à linha de partida, com a máxima

rapidez para que seja possível manter o ritmo da corrida até o final.

Da saída ao ataque à primeira barreira

A primeira barreira está situada a 13,72m da linha de partida e o

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ponto de impulsão para o ataque a essa barreira fica por volta dos 11,90m.

Para cobrir essa distância, os barreiristas utilizam em média sete ou oito

passadas.

O ataque à barreira é realizado em plena corrida e a ação de ataque

é realizada conforme já foi descrito na análise técnica apresentada

anteriormente.

Entre as barreiras

Passada a barreira, o corredor irá tocar o solo novamente a uma

distância variável entre cinco ou seis pés da barreira, onde fará a impulsão

da passada seguinte, dando início à série de três passadas que serão

sistematicamente realizadas para cobrir o espaço de 9,14m que separa as

barreiras entre si.

Essa curta corrida de três passadas é semelhante a uma fase de

aceleração, e devem ser cuidadosamente graduadas e automatizadas

com o treinamento, para permitir que o corredor faça a abordagem do

obstáculo sem modificar o seu ritmo e também dentro de uma regularidade

bastante precisa.

Sua velocidade durante essa fase se dá primeiro em função da

velocidade anterior à passagem da barreira, seguindo-se da eficácia da

técnica da passagem e da recuperação após a passagem.

O professor deverá treinar insistentemente essa fase com seu

aluno/atleta, até que ele consiga executar corretamente, a fim de que

o ritmo da corrida não seja prejudicado em virtude do pequeno espaço

entre as barreiras com que o corredor conta para conseguir manter a sua

velocidade, que tende a diminuir à medida que cada barreira vai sendo

passada.

Da última barreira à chegada

Após a passagem da décima barreira, o corredor ainda precisa dar

continuidade à sua corrida sem perder o ritmo. A distância restante a

ser percorrida é de 14,02m, que nesse caso é feita como se fosse uma

corrida rasa, com a diferença de que no instante inicial há uma pequena

arrancada, na qual as primeiras passadas são ligeiramente mais curtas,

aumentando gradativamente até a linha de chegada.

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Defeitos a serem evitados nessa corrida:

Desequilíbrio muito acentuado nas passadas iniciais da •

corrida.

Primeira passada muito curta após a passagem sobre a •

barreira.

Fazer o ataque à barreira muito longe ou muito perto da •

mesma.

Colocar o pé de impulso voltado para fora do eixo da corrida no •

momento do ataque.

Atacar a barreira com a perna flexionada e o pé em extensão.•

Flexão prematura do tronco ao nível dos quadris.•

Impulso incompleto da perna de passagem, que não deve ser •

dirigido à vertical.

Desequilíbrio lateral do corpo após a passagem, no momento da •

recepção do pé contra o solo (recuperação).

Tronco muito ereto.•

Má orientação da perna de passagem.•

Utilização incorreta dos braços.•

Falta de mobilidade geral (flexibilidade e elasticidade).•

Na iniciação à barreira deve-se ensinar o atleta • a executar o ataque e a passagem com ambas as pernas. Nos 110 com barreiras e nos 100 com barreiras, não importa a perna que o atleta executará o ataque, porém nos 400 metros com barreiras, ele deverá atacar com a perna esquerda (principalmente na curva), mas se conseguir atacar a barreira com ambas às pernas será o ideal;A função da perna de ataque e da perna de passagem • (rebote/arrasto) aparece de forma natural. Porém o técnico deverá incentivar o atleta a executar com ambas as pernas, por uma questão pedagógica, e também o atleta executando o exercício com a perna que tem mais dificuldade, o levará a um melhor desempenho quando executar com a perna que tem maior facilidade.A prova de 100 metros com barreiras é exclusivamente feminina, possui características • técnicas semelhantes à prova dos 110 metros masculina. Vale observar, que as atletas

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encontram uma facilidade maior para executar a passagem da barreira em relação aos homens, pois geralmente são mais flexíveis. Em contrapartida, nem sempre conseguem desenvolver uma boa amplitude de passadas, o que dificulta a execução do ritmo de três passadas na fase entre as barreiras. O trabalho do professor na iniciação é fundamental para corrigir esta deficiência.Na prova dos 400 m com barreiras, o ritmo mais comum é o da corrida com quinze • passadas entre as barreiras. Atletas de alto nível utilizam treze passadas nesta mesma distância. Para atletas iniciantes (15 passadas), precisamos considerar que ele consegue manter este ritmo até a seis ou sete barreira, caindo depois para dezesseis ou dezessete passadas.Os mais rápidos a fazer a prova dos 110m com barreira, rondam os 13 segundos. O • recorde mundial pertence actualmente a Dayron Robles de Cuba, com 12,87 segundos, conseguidos no Grand Prix de Atletismo de Ostrava, na República Tcheca, em junho de 2008.

sugestões de atiVidades prÁticas

Sentado, afastamento lateral das pernas, flexionar o 1. tronco à frente, com os braços estendidos em direção aos pés. Ajudado por um companheiro que estará atrás do executante. O auxiliar coloca as suas mãos nas costas do executante forçando-o para frente (é importante respeitar o limite de cada um).

Sentado, uma perna estendida à frente, a outra flexionada 2. à lateral (posição de passagem de barreira), flexionar o tronco à frente procurando colocar as mãos no pé que está estendido. Voltar para a posição inicial e deslocar-se para trás inclinando-se sobre a perna que está flexionada.

Em duplas, sentados, frente a frente, perna esquerda estendida e direita flexionada à lateral, pé 3. esquerdo tocando no joelho direito do companheiro, mãos dadas. Alternadamente, executar flexão e extensão do tronco, para isto, um dos executantes deverá levar o seu tronco para trás, tocando com suas costas no solo. Inverter a posição das pernas.

Em colunas, os alunos deverão andar pela parte de fora (lateral da barreira), passando somente a 4. perna de ataque por sobre ela;

Em colunas, os alunos deverão trotar pela parte de fora (lateral da barreira), passando somente a 5. perna de ataque por sobre ela;

Em colunas, andando pela lateral das barreiras, os alunos deverão simular um ataque, passando 6. a perna de ataque por fora, apoiando-a no solo à frente da barreira e a perna de passagem deve passar flexionada por cima da barreira. Aos poucos deve ser corrigido o movimento do braço ( o braço oposto à perna de ataque deve ir à frente acompanhando a perna).

Repetir a atividade anterior inclinando bastante o tronco para a frente. É importante alternar a 7. perna de ataque.

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Idem a atividade anterior, o aluno deverá trotar.8.

Em pé, com a barreira entre as pernas (perna de ataque à frente, no ar, perna de arrasto atrás no 9. solo). Provocar um pequeno desequilíbrio para frente, impulsionando a perna traseira que deverá passar flexionada e com a ponta do pé voltada para a lateral.

Andando, passar por cima da barreira executando a movimentação da perna de ataque e da perna 10. de arrasto.

Idem a atividade anterior, contudo o aluno deverá trotar.11.

Correndo, passar a barreira utilizando cinco passadas entre elas.12.

Saída de bloco, correr e passar uma barreira.13.

Repetir a atividade anterior, aumentando o número de barreiras a serem ultrapassadas.14.

OS 400 METROS COM BARREIRAS

As dez barreiras da prova medem 91.44 cm de altura na prova de

homens e 76.20 cm de altura nos eventos de senhoras. A primeira barreira

está localizada a 45 metros da linha de partida; as seguintes são dispostas

em intervalos de 35 metros e o percurso final até a linha de chegada mede

40 metros.

Como a corrida é mais longa, até a primeira barreira exige muita

atenção do corredor quanto às dimensões da frequência e amplitude de

sua passada. A distância da linha de partida até a primeira barreira é de

45m e o número de passadas utilizado nessa, varia de 22 a 25, de acordo

com a amplitude da passada, e o aproveitamento ao atacar a barreira,

cujo ponto de impulsão está situado entre 2 e 2,50m da mesma.

Para a passagem da barreira, não é necessária uma flexão muito

acentuada do tronco para frente, pois elas são mais baixas. Porém deve-se

dar ênfase à manutenção da inclinação, tanto ao sair da barreira quanto

ao passá-la, para manutenção do equilíbrio. já o movimento dos braços e

a posição da cabeça é igual à técnica da passagem das barreiras altas.

Também devemos levar em consideração que há a necessidade

de se correr em duas curvas durante o percurso dessa prova, por isso, o

corredor deve dar preferência à perna esquerda como a de ataque, e à

direita que se localiza externamente em relação à curvada corrida, como

a de impulsão, o que facilita a ação da passagem, contudo, isto não é

obrigatório.

Nesta prova, a distância entre as barreiras é bastante grande,

(35m) e por este motivo é de grande importância a manutenção do

ritmo da corrida, para que o corredor consiga realizar as quinze ou

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dezessete passadas normalmente usadas até a sétima ou oitava barreira,

aumentando em seguida para dezessete, devido à dificuldade em manter

o ritmo da corrida e a amplitude das passadas, em virtude da fadiga que

normalmente sobrevém no final da prova. Para evitar um grande prejuízo,

torna-se interessante que o barreirista consiga atacar a barreira com a

mesma facilidade invertendo a posição das pernas.

REGRAS – CORRIDAS COM BARREIRAS

Todas as corridas devem ser disputadas com raias marcadas, •

devendo os competidores se manter em suas raias durante todo

o percurso;

Um competidor que passar seu pé ou perna abaixo do plano •

horizontal da parte superior de alguma barreira, no momento de

passagem, ou se derrubar deliberadamente a barreira com o pé

ou com a mão, poderá ser desclassificado.

Todas as provas deverão ter dez barreiras em cada raia.•

O percurso de 110 metros é disputado numa linha reta e contém •

dez barreiras com 110cm de altura na final sobe para 120cm. Os

obstáculos são desenhados de forma a caírem para a frente, para

não provocarem lesões se derrubados pelo atleta. A primeira

barreira é colocada a 13,72 m (15 jardas) da linha de partida.

As restantes 9 são dispostas em intervalos de 9.14 m (10 jardas).

O percurso final até a meta é livre de barreiras e mede 14,1

metros.

Os atletas não são desqualificados se derrubarem as barreiras, a •

menos que o façam de propósito.

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A primeira prova olímpica da modalidade surgiu nos Jogos de Paris em 1900, e foi vencida por John Tewksbury dos Estados Unidos. Nesta ocasião, o número de barreiras foi reduzido de doze para dez.

A prova de 400 com barreiras faz parte do programa olímpico desde 1900.É uma prova dominada por atletas estadunidenses, que venceram 18 das 24 medalhas de ouro olímpicas.

Um dos atletas de maior destaque nesta prova é norte-americano Edwin Moses, campeão olímpico dos jogos de Montreal, 1976, e Los Angeles 1984. Moses não esteve presente em Moscou, 1980, devido ao boicote dos EUA a esta edição dos Jogos.O recorde Mundial na prova dos 400 m com barreiras masculino é de 46,78 s, que pertence ao corredor Kevin Young dos Estados Unidos, no dia 6 de agosto de 1992, durante as Olimpíadas de Barcelona. Já na prova feminina, o recorde estabelecido pela atleta russa Yuliya Pechonkina é de 52,34s, marca obtida no dia 8 de agosto de 2003 em Tula.

Eronildes Araújo foi o brasileiro de maior sucesso em Olinpíadas, chegando nas finais em Atlanta-1996 e Sidney-2000.

3.000 METROS COM OBSTÁCULOS (STEEPLECHASE)

Esta modalidade do atletismo é disputada em numa pista, possuindo

cinco obstáculos dos quais, um deles é seguido de um fosso com água.

Seu nome original steeplechase, que deriva da antiga corrida com cavalo

disputada entre obstáculos em campo aberto.

De acordo com as regras da IAAF, cada obstáculo deve ter 91,4 cm

de altura para homens e 76,2 cm para mulheres e deve estar firme no

solo, o que possibilita que os atletas se apóiem na sua parte superior

usando-a para se impulsionar para o salto a frente.

O número de voltas da prova será determinado pela localização do

fosso d’ água no percurso, o qual pode estar localizado tanto na parte

interna como externa da pista. Durante a prova, cada atleta precisa

ultrapassar 28 vezes os obstáculos, assim como pular sete vezes sobre

o fosso de água, o qual tem 3,66m de comprimento e possui o fundo

inclinado, começando com 70 cm de profundidade (exatamente em baixo

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da barreira), até chegar ao mesmo nível da pista, o que significa que

quanto mais longe o atleta conseguir saltar, menos água como pressão

contrária terá que enfrentar nos pés e tornozelos, o que dá vantagens aos

melhores saltadores entre os corredores.

Para melhor transpor o fosso d’ água, ao se aproximar a uns 15 ou

20 metros dele, o atleta deve acelerar sua corrida e efetuar o impulso com

a perna mais forte no momento da abordagem. Executando o impulso,

a perna de ataque vai flexionada sobre o obstáculo, em seguida, com

um impulso forte, o corredor procura ultrapassar o fosso e continuar sua

corrida com a menor perda de tempo possível.

Nessa prova, o corredor deve empregar uma corrida semelhante às

provas de meio fundo e fundo, ou seja, uma corrida regular sobre todo o

percurso, mantendo um desenvolvimento uniforme entre os obstáculos.

Outro fator importante para o corredor dessa modalidade, é saber

atacar os obstáculos com ambas as pernas, e com um pouco mais de altura,

como margem de segurança. Ao fazer a aproximação de cada obstáculo, é

preciso acelerar a corrida e fazer a passagem na mesma aceleração, o que

irá facilitar a não diminuir o ritmo empregado para a distância.

importantea passagem do obstáculo poderá ser feita com o apoio de um dos pés sobre ele;

utilizar a técnica da passagem da barreira, tomando cuidado para não esbarrar no obstáculo.

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SEÇÃO 2REVEZAmENTOS 4X100 E 4X400 mETROS

Meu companheiro de corrida chegou o momento de literalmente

passarmos o bastão. Estamos iniciando o estudo das provas em que o

atletismo deixa de ser uma atividade individual e passa a ser executado

com a ajuda direta de outros corredores.

Na prova de revezamento, a técnica da corrida é a mesma vista

anteriormente, a particularidade desta prova está na passagem do bastão

de um atleta para o outro.

Nesta unidade, você perceberá que dentre as várias razões que

tornou as provas de revezamento uma verdadeira atração nas competições

de atletismo, além da forte emoção que provoca nos espectadores e

competidores, é o fato de se tratar da única prova da modalidade que é

constituída por uma equipe, na qual o fator coletivo é fundamental, cujos

resultados dependem do perfeito entrosamento entre os quatro elementos

que compõem a equipe.

Então, pegue o bastão, arrume o bloco de partida, concentre-se,

preste atenção no árbitro: “AS SUAS MArCAS” ... “PrONTOS”....

CORRIDAS DE REVEZAMENTO

A corrida de revezamento do atletismo é disputada entre equipes,

as quais mantém seus corredores em posições pré-estabelecidas dentro

da pista, chamadas de Zona de Passagem.

Cada corredor é responsável por percorrer um determinado trajeto

da prova, segurando o bastão, que deverá ser entregue para os outros

corredores de sua equipe. A passagem do bastão não pode ser realizada

em qualquer lugar da pista, deve ser feita dentro da zona de passagem,

espaço de vinte metros que está demarcado na pista.

Nas competições de atletismo, a prova de revezamento 4x100 metros,

é a que mais empolga o público, pois a passagem do bastão é um momento

de grande nervosismo (para os atletas e torcedores), dependendo deste

fundamento o êxito da equipe, por isso, é de extrema importância o seu

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110UNIDADE 3

treinamento, que normalmente é bastante interessante para os iniciantes

e para os colegiais.

O BASTÃO

Há várias maneiras de segurar o bastão no momento da partida. O

mais importante é segurá-lo bem firme, próximo ao centro, pois algumas

vezes, o atleta está preocupado com a passagem que irá fazer e o segura

na ponta, só que no momento da saída realiza uma alavanca fazendo com

que o bastão toque no chão e caia de sua mão.

O bastão não deve ter a superfície muito lisa, e seu acabamento deve

ser natural, para que não fique escorregadio. Pode ser confeccionado de

madeira ou metal e ser de forma cilíndrica: o comprimento não deve ser

superior a 30 cm, nem inferior a 28 cm, não deve pesar menos de 50

gramas.

Você sabia Que eXistem duas formas bÁsicas de passagem do bastÃo?

PASSAGEM VISUAL

Utilizada fundamentalmente no revezamento 4x400, visto que o

atleta que vai passar o bastão vem cansado e descoordenado e o que está

esperando, algumas vezes, precisa praticamente tomar o bastão da sua

mão, virar e sair correndo. Neste ultimo processo, a certeza da passagem

do bastão é muito mais importante do que a velocidade.

Na passagem visual, o atleta que está esperando o bastão, olha

constantemente para o atleta que está chegando, até o momento da

passagem. O atleta que está esperando deverá estar posicionando na

parte externa da raia, enquanto o que se aproxima mantém sua posição

na parte interna da raia, de maneira que um não obstrua a passagem do

outro.

O braço esquerdo do atleta que irá receber o bastão deverá estar

estendido para trás, na altura do ombro, com a palma para cima, dedos

unidos e polegar afastado, oferecendo um bom alvo para o atleta que se

aproxima poder colocar o bastão na palma de sua mão. Assim que o atleta

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recebe o bastão com a mão esquerda, deverá trocá-lo para a mão direita.

Na passagem visual, a maior responsabilidade é do corredor que

está esperando; Logicamente, não devemos chegar a ponto de determinar

a responsabilidade deste ou daquele corredor. é necessário, contudo, que

haja um trabalho de equipe perfeito, com igualdade de responsabilidade

de todos os atletas componentes da equipe de revezamento.

No entanto, é importante lembrar que a responsabilidade do

atleta que se aproxima é correr até o final da zona de passagem e não

simplesmente relaxar quando chega ao início da zona.

No revezamento 4x400 metros, a primeira volta bem como o

inicio da segunda (até o fim da primeira curva – 100 metros), devem ser

corridos inteiramente raiados. A partir deste momento, a pista terá duas

bandeirinhas que servirão de referência para que os atletas corram em

raias livre.

PASSAGEM NÃO VISUAL

No revezamento 4x100 metros, as passagens devem ser feitas de

forma mais veloz, por isso, são executadas às cegas. Nesta passagem,

o atleta que se aproxima emite um comando verbal para o que está

esperando, indicando que este deve posicionar a mão para receber

o bastão. Normalmente esse comando é uma palavra ou som agudo

(exemplo: foi)

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Existem pelo menos quatro estilos de passagem não visual e inúmeras variações ou adaptações. Vamos conhecer as mais utilizadas historicamente.

Olímpico ou americano• : é um antigo processo de passagem que

surgiu por volta de 1932 e foi usado pelas equipes americanas

até a bem pouco tempo. Consiste em apoiar as mãos, com as

pontas dos dedos na altura da cintura. O polegar deve estar

aberto, a palma da mão voltada para cima e o cotovelo projetado

para fora.

Olímpico com variação• : Nada mais é do que uma mudança

na posição da mão: o polegar aberto fica apoiado no quadril,

os demais dedos unidos e a palma da mão voltada para trás.

O cotovelo obedece praticamente à mesma posição técnica

anterior.

Francês• : o braço é estendido para trás, executando uma torção

da mão, de forma que a palma da mão fique voltada para fora e

para cima. O dedo polegar fica aberto, em relação aos demais

dedos.

Alemão• : é quase idêntico ao anterior, diferenciando-se apenas

na posição do braço, que fica estendido mais naturalmente para

trás, palma da mão ligeiramente voltada para baixo, polegar

bem aberto e demais dedos abertos.

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VANTAGENS E DESVANTAGENS

Qualquer um dos processos tem as suas vantagens e desvantagens.

O processo americano e francês em que a palma da mão é voltada para

cima, apresenta a desvantagem de ter o bastão colocado através de um

movimento de cima para baixo, o que deixa de ser um movimento natural

da corrida. Entretanto, apresenta a vantagem de oferecer maior segurança

na passagem, pois a possibilidade de queda do bastão é mínima.

Na técnica em que a mão é fixada no quadril (americano e variação),

é exigida uma aproximação muito grande dos corredores, o que é uma

desvantagem, pois pode ocasionar atropelos e acidentes.

Com exceção da técnica francesa, em todos os outros processos, após

o recebimento do bastão, o atleta deverá passá-lo para mão esquerda, o

que também pode ser considerado uma desvantagem.

Atualmente as melhores equipes de revezamento do mundo evitam

a troca de bastão de mãos, visto que o risco de queda é grande e, ainda,

porque, durante a fração de tempo que este movimento consome, o atleta

não pode continuar acelerando, nem mesmo manter a velocidade já

adquirida.

A técnica alemã é a que mais vantagens oferece, porém não é a

mais segura.

PASSAGEM PROPRIAMENTE DITA

O número de passadas, pés ou metros que determina o momento da

passagem, depende do local onde sai o corredor que vai receber o bastão

e da velocidade dos dois corredores que executam a troca. Se o primeiro

corredor for mais veloz que o segundo, a distância de saída deverá ser

maior que o normal.

Os principiantes necessitam marcas menores, mas toda a atenção

deve ser tomada para evitar que o corredor que vai passar o bastão tenha

de diminuir sua velocidade, para não ultrapassar o corredor que vai

recebê-lo.

O atleta que se aproxima deve manter o mesmo ritmo de corrida

e não tentar se curvar nem alcançar o atleta para quem está passando o

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bastão. O atleta que está esperando o bastão deve posicionar-se na zona

de aceleração (10 metros antes do início da zona de passagem), assim que

o atleta se aproxima e alcança a marca que está a cerca de seis metros

e meio da zona de aceleração, o atleta que estava aguardando começa a

correr.

Normalmente as melhores equipes do mundo usam marca de 30

a 32 pés. O ponto de referência ou marca para a saída do corredor que

vai receber o bastão pode ser até dez metros atrás da linha da zona de

passagem e é feita com um risco no chão nas pistas de terra e nas pistas

sintéticas utiliza-se fita adesiva, não sendo permitindo colocar qualquer

objeto para servir de referência.

È fundamental que o atleta que vai correr na curva, venha por dentro

da raia, conseqüentemente deverá segurar o bastão com a mão direita,

para que possa passá-lo para a mão esquerda dos atletas que correm na

reta. Vale salientar que o bastão não deve ser trocado de mão.

DETALHES TÉCNICOS DA PROVA 4X100 METROS

O recebimento do bastão é feito sempre “às cegas”, isto é, o •

recebedor não olha para trás.

Tanto o entregador, como o recebedor, só deverão estender o •

braço no momento exato de entregar e receber o bastão.

Na passagem por baixo, com troca de mão, o recebedor posiciona-•

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se e corre do lado interno da raia, enquanto o entregador

aproxima-se pelo centro da mesma.

Na passagem sem troca de mão, deve-se ter a seguinte situação: •

o primeiro e o terceiro corredores têm o bastão na mão direita,

enquanto o segundo e o quarto têm o bastão na mão esquerda.

Assim, o primeiro e o terceiro corredores por desenvolverem

percurso em curva correm próximo ao lado interno da raia e

o segundo e o quarto corredores, posicionam-se e correm no

centro da raia.

A passagem do bastão deve ser feita no último terço da zona de •

passagem.

ERROS MAIS FREQUENTES POSSIBILIDADES DE CORREÇÕES

Quem vai receber o bastão sai antecipadamente.

Colocar a marca visual para saída mais próxima da zona de passagem do bastão.

Quem vai receber o bastão parte tarde demais, de forma que os dois corredores quase se chocam.

Colocar a marca visual para saída mais afastada da zona de passagem.

Posicionamento de quem vai receber o bastão não está correta (pés voltados para os lados, quadril torcido...).

Treinamento formal do posicionamento, com o auxílio de um companheiro que irá corrigindo-o.

Os braços não estão posicionados adequadamente no momento de receber e passar o bastão, o que causa uma interrupção no ritmo da corrida.

realizar repetidas vezes a passagem do bastão, começando parado e ir aumentando o ritmo da corrida a medida que o recebedor conseguir atingir a posição correta dos braços.

O bastão é mudado para a mão esquerda somente no último momento antes da passagem para o companheiro.

Conscientizar o aluno sobre as conseqüências desta atitude, que atrapalha o ritmo da corrida, além do perigo do esquecimento e/ou possível queda do bastão.

Agora que você já entendeu como funciona esta prova é preciso

compreender os fatores que interferem na escalação da sua equipe.

Uma série de fatores deve ser considerada para que se determine a

disposição dos corredores para a corrida de revezamento:

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O atleta de partida mais rápida pode ser colocado como primeiro, •

pois é o único que emprega saída baixa;

Os atletas mais velozes normalmente são colocados em primeiro •

e quarto lugares, sendo o mais veloz responsável em fechar o

revezamento;

O mais combativo é colocado em terceiro, para recuperar o •

terreno por ventura perdido pelos dois primeiros;

Os melhores corredores de curva, devem ocupar as posições •

1 e 3;

Os que têm mais habilidades na passagem do bastão devem •

ocupar as posições 2 e 3, pois o homem que abre o revezamento

só passa o bastão e o que fecha só recebe.

Outros fatores devem ser observados de acordo com o cotidiano de

treinamento e, por isso, dependem da definição do técnico. Entretanto,

se for considerado como fator principal a velocidade dos corredores, a

disposição normal para o revezamento seria a seguinte: o mais veloz seria

o quarto homem, o imediatamente abaixo seria o primeiro, o mais lento

seria o segundo e o intermediário seria o terceiro.

CONHECENDO UM POUCO DAS REGRAS

O bastão deve ser carregado na mão. Se ele cair, o corredor pode •

sair de sua raia para recuperá-lo desde que isso não diminua a

distância percorrida.

As equipes podem ser desclassificadas pelas seguintes •

razões: perda do bastão; troca de bastão realizada de modo

impróprio; duas falsas largadas; alcançar outro competidor

inadequadamente; impedir que outro competidor passe e bloqueá-

lo propositadamente; cruzar o percurso inadequadamente ou de

qualquer outra maneira interferir com o outro competidor.

Na modalidade 4 x 400 m, os corredores podem sair de suas •

raias dentro dos seguintes parâmetros: o primeiro corredor

deve permanecer em sua raia, o segundo corredor pode passar

para a parte interna após a primeira curva. O terceiro e quarto

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corredores, sob a orientação de um oficial, se posicionam a

partir da raia 1 para fora, na ordem de suas equipes quando

os corredores que estão chegando se encontram a meia curva

de distância. Se essa ordem se alterar nos próximos 200 m, os

corredores que estão esperando devem permanecer em suas

raias designadas.

Após passar o bastão, os corredores que chegam devem •

permanecer em suas raias após a passagem do bastão. Isso

diminui qualquer obstrução que poderia ser causada às outras

equipes.

REVEZAMENTO 4 X 400 METROS

é uma prova olímpica do atletismo, disputada entre equipes. A

prova foi introduzida para os homens nos jogos Olímpicos de Verão de

1912, em Estocolmo, e para as mulheres nos jogos Olímpicos de 1972 em

Munique.

A prova é subdividida em quatro percursos, que deve ser executado

por quatro atletas diferentes da mesma equipe, que percorrerão

individualmente a distância média 400 metros rasos.

Historicamente, esta prova tem sido dominada pelos Estados Unidos,

principalmente no masculino, por ser o país que possui os melhores atletas

de 400m da História. No feminino, houve uma forte disputa na época da

Guerra Fria entre os EUA e os países do bloco comunista, mas hoje, os

americanos dominam também a versão feminina.

Embora não seja sua especialidade, o Brasil já teve uma grande

equipe de 4x400m masculina, que contava com Eronilde Araújo, grande

corredor de 400m com barreiras, e Sanderlei Parrela, forte competidor

dos 400m. Ambos são até hoje detentores dos recordes sul-americanos de

suas respectivas provas. Nessa época, o Brasil obteve o 5° melhor tempo

do mundo nesta prova, no Pan-Americano de Winnipeg.

De acordo com os dados da IAAF, consultados em 02 de novembro

de 2009, os melhores resultados na prova do revezamento 4 x 400 metros

masculino, são:

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Nº TEMPO ATLETA NACIONALIDADE DATA LUGAR

1. 2.54.29 Valmon, Watts, reynolds, johnson

Estados Unidos 22 de agosto de 1993

Stuttgart

2. 2.56.60 Thomas, Baulch, richardson, Black

reino Unido 3 de agosto de 1996

Atlanta

3. 2.56.75 McDonald,Haughton,McFarlane,Clarke

jamaica 10 de agosto de 1997

Atenas

4. 2.57.32 McKinney, Moncur, Williams, Brown

Bahamas 14 de agosto de 2005

Helsinque

5. 2.58.00 rysiukiewicz, Czubak, Haczek, Mackowiak

Polónia 22 de julho de 1998

Uniondale

6. 2.58.06 Dyldin, Frolov, Kokorin, Alekseyev

rússia 23 de agosto de 2008

Beijing

7. 2.58.40 Araújo, Silva, Santos, Parrela

Brasil 30 de julho de 1999

Winnipeg

Criado por Miguel A. Freitas jr.

DETALHES TÉCNICOS DA PROVA 4X400 METROS

O recebimento do bastão é visual.•

O momento e a velocidade da corrida do recebedor são •

determinados pela posição e velocidade de chegada do

entregador.

A passagem do bastão é feita da mão direita do entregador para •

a esquerda do recebedor.

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sugestões de atiVidades prÁticas

A turma é dividida em dois grupos A e B. Cada grupo será 1. subdivido em mais dois, A1 e B1; A2 e B2. Cada grupo ficará de frente para a sua própria equipe. O primeiro aluno da fila estará segurando o bastão, ao sinal do professor ele deverá correr até a outra extremidade e entregá-lo para o companheiro da frente e assim sucessivamente. Vencerá a equipe que terminar primeiro.

Dividir os alunos em equipes, distribuí-los ao redor da quadra 2. a uma distância de quinze metros um do outro. Disputar o revezamento fazendo a passagem do bastão, vencendo a equipe que primeiro cruzar a linha de chegada.

De acordo com o tamanho da turma, deve-se formar um ou mais círculos. Os alunos um atrás 3. do outro, devem manter uma distância de um metro entre si. Inicialmente andando, ao sinal do professor quem está sem o bastão coloca a mão esquerda para trás e quem estava segurando o bastão pela mão direita, deverá realizar a passagem. (aumentar a velocidade à medida que os alunos consigam executar a atividade)

Os alunos são divididos em duplas e correm lentamente pela quadra, em linha reta. Deve-se 4. manter a distância de dois a três metros entre si. Ao sinal do professor, os alunos de trás devem acelerar e fazer a passagem do bastão, passando à frente do seu colega. A um novo sinal o exercício deve ser repetido.

No lugar, em colunas, pernas em afastamento ântero-posterior, executar a movimentação da 5. corrida com os braços. O último aluno da coluna deve segurar o bastão, ao sinal do professor deve passá-lo ao companheiro da sua frente. Isto será repetido até que o bastão chegue ao primeiro da fila, momento em que todos farão meia volta e reiniciarão a atividade.

Repetir a atividade anterior, mas todos devem estar andando.6.

Repetir a atividade anterior, mas todos devem realizar uma corrida lenta. Ao invés de fazer meia 7. volta, o primeiro da fila quando receber o bastão deverá deixá-lo no solo para que o último da fila apanhe-o e continue o exercício.

Em duplas em pé, separados um do outro por uma distância de 15 metros. O primeiro se desloca 8. em direção ao que está parado em um ponto determinado, este sairá correndo quando o portador do bastão se aproximar. Quando estiverem próximos devem executar a passagem.

Equipes de quatro alunos, em um espaço de 60 metros, realizar passagens sucessivas em 9. velocidade.

Separar em equipes de maneira que as forças estejam equilibradas, os alunos serão distribuídos em 10. um espaço reto, ficando aproximadamente a 15 metros do seu companheiro de equipe. Ao sinal do professor, o aluno que está com o bastão deverá correr o mais rápido possível, entregando o bastão para quem está na sua frente e assim sucessivamente. Vence a equipe que terminar primeiro.

Repetir a atividade anterior, mas que agora deverá ser executada em uma pista circular.11.

Na pista, realizar a passagem do bastão em distâncias menores que a oficial.12.

Realizar a passagem do bastão em situação similar a da competição, procurando observar a 13. ocorrência dos erros mais comuns.

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Numa primeira abordagem da corrida com barreiras, podemos identificar se tratar de uma prova extremamente técnica, o que vai exigir do professor uma atenção redobrada na iniciação do aluno/atleta.

Para não tornar a modalidade difícil de ser praticada, julgamos importante que seja trabalhado a técnica que lhe foi apresentado nesse módulo, em um primeiro momento utilizando-se de formas lúdicas, tornando assim o aprendizado mais fácil e prazeroso.

A medida que a técnica do aluno vai sendo lapidada, a necessidade da execução correta dos gestos técnicos e até mesmo o nível de dificuldade dos exercícios, vai se fazendo necessário para que ele continue sentido-se desafiado.

Sugerimos que o professor utilize toda a sua criatividade para fazer adaptações que julgar necessárias, objetivando que alturas e distâncias sejam facilitadas em uma primeira fase da iniciação, e até mesmo adaptações com relação à modalidade e o ambiente escolar. Enfatizamos que para obter resultados satisfatórios, o aprendizado deve acontecer em uma progressão pedagógica e individualizada, onde o aluno tenha prazer e não medo em transpor os obstáculos.

Você também teve a oportunidade de verificar que a corrida de revezamento é marcada pelo trabalho em equipe, que é formada por 4 corredores. Esta prova é executada por homens e mulheres, que correm a distância de 400 metros (4X100) e 1600 metros (4X400).

O professor tem um trabalho fundamental para a aprendizagem e aprimoramento da técnica, devendo trabalhar os diferentes estilos de passagem do bastão, para que esta atitude se torne o mais natural possível, no momento de execução na prova, o que resultará em ganhos consideráveis para a equipe.

Outro fator que o professor deve observar é a característica de cada atleta, a qual irá determinar a posição que o atleta irá ocupar na equipe, levando-se em consideração a sua possibilidade de maior rendimento na prova.

Tendo a prova de 110 metros como referência. Elabore um exercício para corrigir o número de 1. passadas, no percurso entre barreiras.

Crie uma atividade lúdica para ser aplicada na iniciação do atletismo, objetivando o aprendizado 2. da passagem do bastão.

Monte uma atividade coletiva que objetive trabalhar com a velocidade de reação dos alunos.3.

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123PALAVRAS FINAIS

pALAVRAS FINAIS

Chegamos ao final do percurso da nossa corrida. Quero dizer

que você foi um competidor muito bom, pois conseguiu manter o

ritmo. Foi veloz quando precisou, resistente durante todo o percurso,

saltou os obstáculos, ultrapassou barreiras, voou alto com ou sem a

ajuda da vara e quando todos pensavam que você iria desistir, você foi

inteligente e passou o bastão demonstrando ter aprendido que nesta

vida ninguém é autossuficiente o bastante que não precisa da ajuda

de outra pessoa.

Muitos poderiam chamar esta atitude de fraqueza, mas nós que

estivemos juntos nesta corrida sabemos que isto é sinal de maturidade

e inteligência, pois passar o bastão significa um ato de coragem, de

confiança e de responsabilidade, não só de quem passa, mas de quem

recebe.

Eu acredito que aprendemos muito um com o outro. juntos

pudemos perceber que o atletismo vai além das pistas, ele nos apresenta

grandes lições de vida. Como respeito a individualidade, persistência,

percepção dos limites, capacidade de superação e a necessidade do

outro.

A verificação dos detalhes técnicos, das regras, dos princípios e da

compreensão histórica, são elementos para você alicerçar a sua prática

pedagógica, que deve estar pautada na responsabilidade em fazer com

que os alunos gostem de praticar uma modalidade descomplicada,

adaptável a qualquer espaço e que não requer muitos materiais.

Entretanto, mesmo com estas possibilidades é uma modalidade

que está praticamente esquecida nas escolas. Algo contraditório em

um país que os professores reclamam pela falta de material. Sei que ao

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final desta etapa, você está preparado e vai ser um professor diferente,

que ao invés de reclamar vai utilizar o atletismo para fazer com que o

desenvolvimento dos seus alunos seja uma atividade alegre, organizada

e significativa.

Até uma nova corrida!

Os Professores

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125REFERÊNCIAS

REFERÊNCIAS

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Confederação Brasileira de Atletismo. Regras Oficiais de Atletismo – 2008-2009. São Paulo: Phorte Editora, 2008.

GOMES, Antônio Carlos; SUSLOV, Felix Pavlivit & NIKITUNSKIN, Victor Grigorevit. Atletismo - preparação de corredores juvenis nas provas de meio fundo. Londrina: Centro de informações esportivas. (s/d)

FErNANDES, josé Luís. Atletismo: arremessos. São Paulo: EPU: Ed. da Universidade de São Paulo, 1978.

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FrEITAS jr, Miguel A. Material didático utilizado na disciplina de Atletismo do Curso de Educação Física da Universidade Estadual de Ponta Grossa.

FrOMETA, Edgard romero & TAKAHAMASHI, Kiyoshi. Guia Metodológico de Exercícios em Atletismo. São Paulo: EDUSP, S/d.

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MULLEr, H. & rITzDOrF, W. Guia IAAF do ensino do atletismo. IAAF, Santa Fé, 2000.

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SCHULTz, H. Por el juego al atletismo. Buenos Aires: Kapelusz. S.A. 1976.

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127AUTOR

NOTAS SOBRE OS AUTORES

maURy FeRnanDO FiDelis ReDkvaGraduado em Educação Física pela 1ª turma da Universidade

Estadual de Ponta Grossa. Possui curso de especialização em Treinamento

Desportivo, em Educação Física Especial e em relações Públicas. Atuou

como administrador do Centro de Desportos e recreação da Universidade

Estadual de Ponta Grossa. Foi técnico de atletismo da seleção de Ponta

Grossa em várias edições dos jogos Abertos do Paraná.

miGUel aRchanjO De FReitas jUniOR Graduado em Educação Física (1994), com especialização em

Pedagogia do Esporte (1996) e em Educação Motora (1997). Mestre

em Ciências Sociais Aplicadas pela Universidade Estadual de Ponta

Grossa (2000) e Doutor em História (Esporte) pela Universidade Federal

do Paraná. (2009). Atuou como professor de atletismo na Universidade

Estadual de Ponta Grossa. Também atua na área de iniciação esportiva.

Membro pesquisador do grupo Esporte, Lazer e Sociedade e também do

Núcleo de Pesquisa Futebol e Sociedade. realiza pesquisas em torno

dos problemas e possibilidades metodológicas para a educação física

escolar.

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