FolhaRural - a revista da vida no campo

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SANTA CATARINA, 26 DE AGOSTO ANO 1 - EDIÇÃO 2 QUARTA-FEIRA AGRICULTORES INICIAM PLANTIO DE ARROZ INFORMAÇÃO DA VIDA NO CAMPO acesse: www.folharural.net ESPECIAL pg 4 Festa do Colono será de 17 a 20 de setembro Inicia montagem do palco da Arrancada de Tratores Entrevista com Vanir Zanatta Presidente da Cooperja. Declaração do ITR 2009 vai até 30 de setembro Gastronomia: A minestra Nossa de Cada dia NESTA EDIÇÃO: Turvo: Jacinto Machado: Meleiro: Região: Foto: Somariva

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FolhaRural - a revista da vida no campo edição 2

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Page 1: FolhaRural - a revista da vida no campo

SANTA CATARINA, 26 DE AGOSTO ANO 1 - EDIÇÃO 2QUARTA-FEIRA

AGRICULTORES INICIAM PLANTIO DE ARROZ

INFORMAÇÃO DA VIDA NO CAMPO

acesse: www.folharural.net

ESPECIAL

pg 4

Festa do Colono será de 17 a 20 de setembroInicia montagem do palco da Arrancada de Tratores

Entrevista com Vanir Zanatta Presidente da Cooperja.

Declaração do ITR 2009 vai até 30 de setembro

Gastronomia: A minestra Nossa de Cada dia

NESTA EDIÇÃO:

Turvo:

Jacinto Machado:

Meleiro:

Região:

Foto: Somariva

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2SANTA CATARINA, 26 DE AGOSTO DE 2009QUARTA-FEIRA

Agricultura Sustentavel: Manual Do Produtor Rural: de Primavesi, Ana

Este livro é um verdadeiro manual do produtor rural, que mostra como analisar e preparar a terra, tratar a semente e fazer o plantio, a adubação e a proteção da lavoura. Também ensina a combater pragas, fazer a rotação das culturas e o manejo das pastagens, tudo para obter um lucro maior e uma agricultura susten-tável, do ponto de vista econômico social e ambiental.

A autora, é pioneira da agricultura ecológica no país.

Formato: 14x21N. de páginas: 144 ISBN: 8521307306 Preço: R$ 59,00

[email protected]

EXPEDIENTE

BOA LEITURA DICA DE LIVRO

ADMINISTRAÇÃODomicio Somariva Filho

JORNALISMO/REVISÃORafaela Costa Custódio

Redação:email: [email protected]: (48) 8821-0005site/blog: www.folharural.net

Circulação: Extremo Sul CatarinenseTiragem: 3.000 exemplaresImpressão: Soller Gráfi ca e Editora

Agência CanalPress Ltda MeCNPJ: 06.103.365/0001-28

Materias assinadas e colunas são de responsabilidade do autor e não representam a opinião do Jornal.

TURVO - SANTA CATARINA - BRASIL

TEMPO

COTAÇÕES

ALERTA: As mudanças climáticas previstas para as próximas décadas como resultado do aqueci-mento global vão colocar em risco a produção agrícola no Brasil. Estudo de pesquisadores da Em-brapa e da Unicamp prevê que o aumento da temperatura no país vai diminuir a área favorável aos cultivos de soja, café, milho, arroz, feijão e algodão, podendo levar a um prejuízo de R$ 7,4 bilhões já em 2020. As exceções são a cana-de-açúcar e a mandioca.

EDITORIAL

PRODUTO PREÇO (R$)MIN MÉDIO MÁX

Banana Caturra - cx 20kg e 22kg 7,00 8,0 9,00Banana Prata - cx 20kg e 22kg 11,00 12,00 14,00Maracujá Grande - cx 12kg e 15kg 14,00 16,00 16,00

Milho Amarelo - sc 60 kg 16,50 17,00 17,50Boi Gordo - arroba 78,00 81,00 82,00

Arroz Irrigado em casca - sc 60 kg 27,00 27,50 28,00Feijão Vermelho (novo) - sc 60 kg 70,00 75,00 80,00Feijão Preto (novo) - sc 60 kg 60,00 65,00 65,00

Frango Granja Vivo - kg 1,45 1,45 1,45Suino Vivo - kg 1,70 1,74 1,84Mandioca - tonelada 120,00 135,00 150,00

PARA O SUL CATARINENSE

Vivemos em uma região essencialmente agrícola, potencial-mente produtiva, esculpida e lapidada ao logo dos anos, trans-formada em uma das regiões mais belas do pais. A natureza é encantadora e os recursos naturais são abundantes. Pro-duzimos alimentos para os mais variados cardápios e gostos e desfrutamos de belezas raras que enchem os olhos de turistas. Vivemos num paraíso e ainda não nos demos conta de quão é

Em tempos modernos buscamos informações não somente para atualizações afi m de nos tornarmos mais competitivos frente ao mercado dos negócios mas também para garantir nossa própria sobrevivência em busca da melhor qualidade de vida.

Pensando na qualidade e difusão da informação da vida no campo surgiu o Jornal FolhaRural que tem por objetivo abordar assuntos relacionados a atividade rural no Sul e Extremo Sul de Santa Catarina, expondo as melhores praticas locais com informações e tendências do mercado estadual, nacional e mundial.

A redação do Jornal FolhaRural esta aberta a criticas e sugestões, sua participa-ção é muito importante. Sugira, participe! Esperamos atender as expectativas de nossos leitores ao longo das próximas páginas. Boa leitura...

Domicio Somariva FilhoFolhaRural

PERGUNTE AO ESPECIALISTADúvidas sobre plantio, colheita, preparado do solo, créditos, sementes, arma-zenagem, vendas, insumos, defencivos, armazenamento, e outras mais?

PERGUNTE AO ESPECIALISTA!

Você pode enviar sua pergunta através do formulário disponível na página 7 ou para o endereço de e-mail: “[email protected]” que o FolhaRural junto com especialistas responde pra você. Participe! sua sugestão é muito importante.

importante é nossa passagem por estas terras.

TENDÊNCIA

FONTE:

COTAÇÕES: Levantamen-to de preços realizado pela Epagri/Cepa, com mais de 180 itens pesquisados e atu-alizados diariamente a partir das 14h. www.epagri.sc.gov.

em: 25/08/2009 as 14h30

DATA: 28/08/2009 - HORÁRIO: 8H(Proximo ao Posto Irmão da Estrada)

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3GERALSANTA CATARINA, 26 DE AGOSTO DE 2009 QUARTA-FEIRA [email protected]

PEGADA ECOLÓGICA: Atraves do site www.pegadaecologica.org.br você pode fazer um teste e descubrir qual é o impacto do seu estilo de vida para o planeta. Segundo os idealizadores esta é uma forma de traduzir, em hectares (ha), a extensão de território que uma pessoa ou toda uma sociedade “utiliza” , em média, para se sustentar. Faça o teste, você vai se surpreender.IMPORTANTE: Ao transferir um imovel rural não esqueça de atualizar o CCIR, ITR, etc...

Festa do Colono será de 17 a 20Depois de adiada para outubro por causa dos surtos da temida Gripe A H1N1, a 19ª Festa do Coluno de Turvo que seria realizada de 20 a 23 de agosto esta confi rmada para os dias 17, 18, 19 e 20 de setembro. Segundo Alírio Bilésimo coordenador da Comissão Central Organizadora durante as ultimas semanas várias reuniões com dirigentes de entidades, patroci-nadores e lideranças envolvidos no evento foram real-izadas afi m de defi nir a melhor data para a realização do evento. Ajustes foram feitos para que uma das maiores e mais tradicionais festas da região supere as expectativas e o publico compareça em massa.

Para maior comodidade do público o Parque de Ex-posições, local onde será realizada a festa foi revi-talizado. Segundo informações da Prefeitura foram investidos R$400.000,00 (quatrocentos mil reais) em parceria com o Governo do Estado de Santa Catar-ina na reforma do parque e da Praça de Alimenta-ção. “Turistas, munícipes e visitantes que vierem a Turvo vão sentir esta grande mudança” comentou o coordenador da CCO.

A programação para os quatro dias de evento é in-tensa e com atividades para todos os gostos.

O palco da XI Arrancada Catarinense de Tratores que será no mesmo local de edições anteriores já começou a ser montado na ultima semana. Segundo o diretor de provas Olivio Bordignon depois de raspada a gra-ma que estava no local, uma camada de aproximada-mente 12cm de argila especial (tipo cerâmica, mais macia, que não levanta poeira e nem garra nos pneus) será colocada em cada pista. Para nivelar será utiliza-do rolo compressor e em dias de chuva fi carão cober-tas com lonas para evitar a alta umidade. Os treinos livres serão abertos somente na sexta-feira dia 18 a partir das 8hs. Este também é o dia em que serão feitos os últimos testes e ajustes dos equipamentos antes das competições. A categoria para mulheres será no domingo pela manhã e não mais na sexta-feira à tarde e deverão ter pelo menos 12 inscrições.

Inicia montagem do palco da Arrancada de Tratores Os interessados em participar da competição devem correr para garantir a inscrição, pois segundo os or-ganizadores as vagas são limitadas e a procura é grande. Cada inscrição custa R$70,00 e deve ser feita no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Turvo.

Outra informação importante é com relação aos bilhetes de um prêmio que estão sendo vendidos pelos as-sociados da APITTUR. O sorteio que estava marcado para o dia 22/08/2009 foi transferido para 19/09/2009 em virtude da transferência da 19ª Festa do Colono.

O desfi le de tratores organizado pelo

STR de Turvo, COTIL e APITTUR também é atração na Festa do Colono e será realizada no sábado pela manhã. A participação das comunidades é muito importante pois além da confraternização o objetivo é ganhar as páginas do GuinesBook.

TURVO

Proprietários de imoveis rurais (terrenos) terão até o dia 30 de setembro para apresentarem a DITR - Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural, o ITR 2009. A obrigatoriedade de apresentação da declaração independe de o imóvel rural ser imune ou isento e para cada imóvel rural, deve ser apresentada apenas uma de-claração.

Estão obrigados a apresentar a declaração todos os pro-prietários ou possuidores de imóveis rurais (pessoas físi-cas ou jurídicas), inclusive usufrutuários. Em caso de con-domínios apenas um dos proprietários deverá apresentar a declaração incluindo todos os condominos na mesma-declaração.

Declaração do ITR vai até 30 de setembroQuem não entregar a declaração no prazo terá que pagar mul-ta de 1% (um por cento) ao mês ou fração de atraso, calculada sobre o total do imposto devido, não podendo seu valor ser in-ferior a R$ 50,00 (cinquenta reais), Em caso de imoveis imunes ou isentos a multa é de R$ 50,00 (cinquenta reais).

Para fazer as declarações os proprietários podem procurar os Sindicatos Rurais que estão com pessoas aptas para realizar este trabalho. Alguns contadores também prestam o serviço.

A não entrega da declaração do ITR pode impedir o acesso a fi nanciamentos bancários e outros serviços de apoio ao agri-cultor. A Receita Federal do Brasil solicita que os proprietários não deixem para fazer as declarações na ultima hora.

Além da I Expovalesul, na programação uma var-iedade de atrações: apresentações culturais, pal-estras, desfi les, bailes e shows com Osvaldir e Carlos Magrão, Vizinhos do Rio Grande, Marilia Dutra, Ál-varo e Daniel, Gaitaço Brasileiro, Chocolate Sensual, Beto e Julio, Markos e Marcelo (fi lhos de Milionário e José Rico), Banda Municipal de Teclados, Alder Costa Show (para crianças), Banda Maria Fumaça e encer-ramento com Helipe e Helon. Presença da Casa Nona Angelina, obra de Nicola Gava, de Nova Veneza.

O acesso ao parque, shows, bailes, tenda eletrônica e equipamentos com brincadeiras para as crianças é totalmente gratuito.

Revitalização do Parque de Exposições Ires Olivo

Foto: Ester Barp

Foto: Somariva

de setembro

programação disponível em www.folharural.net

CURTASMerenda Escolar terá 30% dos produtos direto da Agri-cultura Familiar. Trata-se da Lei Nº 11.947, sancionada em junho, determinando que no mínimo 30% da merenda escolar seja comprada diretamente de agricultores famil-iares, sem licitação. Os recursos são do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), repassados ao PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar), que por sua vez abrange todas as escolas públicas e fi lantrópicas do país, da educação infantil ao ensino de jovens e adultos.

Decreto a ser editado pelo governo federal institui compras verdes. O obje-tivo é dar preferência a produtos ecologicamente corretos nas compras efet-uadas pela administração pública; medida também inclui produtos fornecidos por micro e pequenas em-presas.

Os governos federal e estadual liberaram mais recur-sos para custeio e investimento na agricultura safra 2009/2010. A faciliade de acesso ao crédito também tem sido um atrativo para grandes e pequenos produtores. Dentre as fontes de recursos estão programas governa-mentais (PROGER, PRONAF, BNDES, FINAME, FCO, etc..) estaduais (REVITALIZAR, FDR, etc..) além da lin-has do MCR 6.2 e 6.4. Mas atenção: antes de buscar o recurso consulte (Sindicatos, Epagri, Cooperativas, ... ) para não se arrepender depois. Fique atento.

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Sival Peruchi

Foto: Somariva

Foto: Somariva

Arroz com 25 dias - 6cm

históricos de 15 a 30 anos.

Os estudos indicam que para o plantio do arroz irrigado é recomentado tempera-tura média do ar superior a 15 Cº, e na fase reprodutiva a média deve ser superior a 17,6 Cº não podendo ultrapassar os 30 Cº, pois o alto aquecimento pode causar sérios prejuísos.

Rene explica que é importante respeitar o ciclo de cada cultivar. Existem três ciclos para as cultivares: Precoses, Médios e Tardos. “O ciclo completo da culture varia de 120 para as precoses, 135 para as médias e mais ou menos 150 dias para as tardias” comenta. Estes ciclos tambem variam de acordo com as condições de luminosidade (chuva e sol).

Quanto a quantidade de sementes por hectare o recomentado para cultivares con-vencionais esta entre 110 a 120 quilos, e para cultivares hídricas entre 40 e 50 quilos.

4SANTA CATARINA, 26 DE AGOSTO DE [email protected]

HISTÓRIA DO ARROZ: A EPAGRI lança dia 05 de outubro em Florianópolis o livro que faz um resgate histórico do uso da água e da produção de arroz no Extremo Sul Catarinense. As pesquisas iniciaram em 2008 com a Epagri de Araranguá, Turvo, Ermo, Meleiro, Forquilhinha e Nova Veneza, COOTIL, COIMEL, ADISI, COIJAM e Petrobrás Ambiental. Participaram também Vicente Sandrini Pereira e Dr.Vilmar Comassetto, e os trabalhos foram sistematizados por: Engª Agrª (M.Sc.) Christianne Belinzoni de Carvalho e o Engº Agrº (M.Sc.) Vicente Sandrini.

MELEIRO

Agricultores Iniciam Plantio de ArrozO cultivo do arroz tem evoluído sig-nifi cativamente ao longo dos anos, passando da plantação artesanal do famoso “arroz milagroso” de baixa produtividade, em meio a terrenos leve-mente acidentados onde as sementes eram plantadas com máquinas manu-ais, até os tempos modernos com uso da mecanização e tecnologias avança-das.

Antigamente o plantio era em terra seca, sem fertilizantes e agrotóxicos. Retirava-se as ervas daninhas com as mãos ou com a enxada. No lugar de colheitadeiras, seguetes cortavam os cachos de arroz e para separar o grão da palhada, fazia-se um monte no chão batendo com cassetete ou batente. Re-tirada a palhada, a sobra era peneirada separando o arroz afi m de ensacá-lo. Para descascar utilizava-se o pilão e um soquete, batendo até que a casca fosse separada do grão e antes de consumir era preciso soprar retirando os restos de cascas e ao cozinhar era necessário passar água corrente usan-do um coador.

A base para iniciar o plantio naquela época era a experiência e o conheci-mento do tempo. Hoje existem equipa-mentos, estudos e pesquisas que ori-entam os agricultores quanto a melhor época para o plantio do arroz irrigado.

Segundo o Engenheiro Agrônomo Rene Kleveston da EPAGRI de Araran-guá, Santa Catarina possui um zonea-mento agroclimático para a cultura do Arroz Irrigado, considerando o uso do plantio pré-germinado dividido em cin-co regiões. “1 - Litoral Norte”, “2 - Litoral Centro”, “3 - Litoral Sul e Região Sul”, “4 - Médio Vale do Itajaí” e “5 - Alto Vale do Itajaí”. Esta divisão ocorreu pela uti-lização de dados agrometeorológicos de 26 estações com o uso de dados

Períodos para plantio em função do ciclo para Litoral e Sul de Santa Catarina 1- Ciclo Precose: de 21 de setembro a 20 de dezembro Cultivares: Epagri 1062- Ciclo Médo: de 11 de setembro a 10 de dezembro Cultivares: SCS-BR 111 e SCS 115 CL3- Ciclo Tardio: de 01 de setembro a 20 de novembro Cultivares:Epagri-108, Epagri-109, SCS-112, SCS-BRS-Tio Taka (113) e SCS-114 Andosan.

A EXPERIÊNCIA DO PLANTIO EM AGOSTONo Município de Meleiro agricultores das localidades de Novo Paraíso, Mor-ro do Bodoque e Araça já estão encer-rando a plantação de arroz irrigado, e são quase 1000 ha. A redação do Fol-haRural foi até a propriedade de Sival Peruchi o primeiro agricultor a iniciar o cultivo este ano, para saber os mo-tivos.

Segundo Sival Peruchi que planta 140 ha e semeou 38ha no dia 1º de ago-sto, o principal motivo é a falta de água e para compensar as perdas são fei-tas duas colheitas por safra. Como na Região não passa nenhum rio, a única água utilizada para a irrigação é pro-veniente de reservatórios (construídos

pelos agricultores) que secam nos me-ses de setembro, outubro e novembro por causa das altas temperaturas. O ag-ricultor comenta que planta desta forma a quase 10 anos e que sua descoberta assim como de vários plantadores da

região foi acontecendo gradativamente, “com os problemas causados pela falta de água tivemos que procurar alterna-tivas para poder continuar produzindo” completa.

Plantar nesta época onde a temperatu-ra em alguns dias chega á fi car abaixo de 10Cº incorre em grandes riscos e um deles é a não germinação. “Ha três anos tivemos que semear praticamente tudo novamente” comenta Sival.

Os custos também são mais altos, segundo o agricultor já no preparo é necessário mexer a terra uma vez a mais que o normal, na semeadura são mais três sacos de sementes por ha e na adubação são feitas duas aplica-ções acima dos padrões. A quantidade de herbicidas e inseticidas também é maior, assim como o tempo entre o plantio e a colheita. No ano passado foram semeados os primeiros hectares em 28 de julho e a colheita foi realizada em 12 de janeiro, cerca de 160 dias. Mesmo assim o arrozeiro garante que vale a pena “hoje colho em média 150 sacos por há, se plantar mais á frente tem lugares que não chega a 30 por causa da falta de água” comenta. O ag-ricultor planta quatro variedades de ar-roz, o 105 e 106 com produção própria de sementes e o 109 e 113 comprados em casas especializadas.

Page 5: FolhaRural - a revista da vida no campo

5SANTA CATARINA, 26 DE AGOSTO DE 2009 QUARTA-FEIRA [email protected]

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário, 70% dos alimentos produzidos no Brasil provêm de propriedades familiares. As vendas de defensivos podem reduzir até 20% este ano segundo a ANDEF - Associação Nacional de Defesa Vegetal. Nestes primeiros 7 meses houve um umento de 1%, enquanto que os fungicidas 18%, os acaricidas (8%) e os herbicidas (0%). A única queda foi registrada nos inseticidas (10%).

Foto: Somariva

Ao todo são mais de 140 hectares

A SEGUNDA COLHEITAEnquanto uma equipe trabalha na primeira, outros iniciam-se os preparativos para a segunda. A colheita da soqueira é o que garante a lucratividade do negó-cio segundo Sival, que explica como faz para obter melhores resultados.

Como hoje as colheitadeiras possuem esteira e não mais pneus, isso faz com que o solo não fi que es-buracado com valas profundas impossibilitando a re-brota e a colheita.

O processo para este tipo de colheita é simples mas requer alguns cuidados. O primeiro passo é quebrar a soqueira do arroz logo em seguida (preferencialmente no mesmo dia), para isso o agricultor usa um pedaço de madeira em forma de arrastão, ou um rolo espe-cialmente construído para tal fi nalidade. Este trata-mento com a palha auxilia a rebrota melhorando na qualidade do produto e na quantidade de sacos por hectares. “Observamos diferenças signifi cativas entre o local onde a soqueira era amassada pela esteira da colheitadeira e onde a palha fi cava em pé. Criamos

mecanismos para tentar imitar o processo” ex-plica Sival que garante que o modelo ainda não é o adequado pois onde a soqueira é quebrada pela esteira da colheita-deira, a produtividade é maior e melhor.

Outro cuidando impor-tante é com a água que deve ser controlada para evitar que a palha apodreça impedindo a rebrota.Quanto a fertili-zantes apenas um pouco de ureia nas regiões com terrenos menos férteis. O monitoramento deve ser constante e dentro de 90 dias esta pronta a segunda colheita que produz em média 30 sa-cos por hectares.

NÚMEROS DO ARROZ NA REGIÃO - SAFRA 2008/2009 Fonte: EPAGRI

TOOTATA

Page 6: FolhaRural - a revista da vida no campo

Quarenta anos de cooperativismo

Fundada em 1969 com objetivo de armazenar grãos e atender a necessidade de 117 agricultores. Hoje a Cooperativa conta com mais de 1000 associados e comemora a permanência pelo terceiro ano consecu-tivo na lista das maiores empresas de agronegócios do Brasil e pelo sexto ano consecutivo a cooperativa que mais recebe arroz em SC. Para o presidente, a expansão iniciou com a venda de produtos não so-mente para o Rio de Janeiro, mas também para o Centro-Oeste e Nordeste do Brasil; com o cultivo de maracujá em 1995; com a instalação de depósitos de arroz no Rio Grande do Sul em 2002; e em 2008 com o início do benefi ciamento naquele estado, dando maior visibilidade à empresa.

Ouvir, acreditar e atender necessidades, promovendo o coopera-tivismo, a aproximação e a igualdade entre os cooperados, é o que resume o sucesso da Cooperja – Cooperativa Agropecuária de Jacinto Machado que comemora 40 anos neste próximo dia 30 (domingo) segun-do Vanir Zanata a frente da empresa a 19 anos em entrevista concedida a redação do

Vanir Zanatta - presidente da Cooperja

FolhaRural na sede da Cooperativa.

Segundo Vanir para chegar neste pata-mar foram realizadas grandes modifi cações na forma de atender os associados, um trabalho feito através de reuniões e debates com grandes e pequenos produtores nas comunidades. “Em 1990 a cooperativa rece-bia 104 mil sacas de ar-roz, hoje são 3,3 milhões e a expectativa é de 4

milhões de sacas até o fi nal de 2010” comenta.

A exportação para outros paises iniciou em 2008, através de trading. Hoje também exportamos direto para clientes. A partir deste ano 20% de toda produção, cerca de duas mil toneladas, tem destino para outros paises, um avanço signifi cativo que consolida a marca da empresa no mercado internacional. Vanir comenta ainda que a Cooperativa vai continuar crescendo e já existem projetos para expansão no mercado nacional e internacional, além da instalação de novas unidades na Região. “Aproveitamos as oportunidades e estamos orgulhosos pelas conquistas que só foi possível graças à confi ança depositada por nossos agricultores. Nunca imaginávamos chegar tão longe” completa.

Hoje a Cooperja conta com unidades em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, sendo duas unidades industriais, três unidades de recebimento de arroz, uma uni-dade de benefi ciamento de semente, um CD de insumos, três supermercados e cinco lojas agropecuárias.

Sede administrativa da cooperativa em Jacinto Machado

Foto: Rafaela Costa Custodio

Foto: SomarivaNUMEROS: Segundo a OCESC - Organização das Cooperativas do Esta-do de Santa Catarina, em 2008 no estado existiam 255 cooperativas que aten-dendiam 858.671 cooper-ados, sendo 26,49% mul-heres e 15,68% jovens. Empregaram 29.924 pes-soas. Neste mesmo ano tiveram uma receita de 11,08bilhões acumulando umpatrimônio liquido de 2,3 bilhões de reais.

6SANTA CATARINA, 26 DE AGOSTO DE [email protected]

Estatísticas apontam um crescimento do cooperativismo no Brasil em quase 30% nos últimos 10 anos. Segundo dados da OCB - Organização das Cooperativas do Brasil, hoje são mais de oito milhões de associados oferecendo seus produtos ao mercado, gerando mais de 250 mil empregos diretos.

JACINTO MACHADO

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Page 7: FolhaRural - a revista da vida no campo

Minestra ou Zuppa? Eis o dilema. Para Cristina Arce especialista na gastrono-mia italiana hoje são a mesma coisa, mas, por séculos, a Minestra foi o prato principal das refeições do povo, o “pra-to do dia”, que se tornava Zuppa (sopa) quando, nos tempos difíceis, na falta de todos os ingredientes que uma boa Minestra precisava, um único ingredi-ente, como arroz ou pão, enriquecido com caldo (às vezes, nem isso), era o unico alimento de muitos italianos.

A redação do Jornal FolhaRural foi a campo pesquisar em algumas famí-lias italianas do Extremo Sul de Santa Catarina para saber o que pensam e como fazem a Minestra e se existe a diferença.

Numa coisa todos concordam hoje em dia sopa e minestra é facilmente confundida e é quase tudo a mesma coisa, “quase”, pois para várias familias a diferença esta nos ingredientes da re-ceita e no modo de preparar. Enquanto na sopa são usados arroz ou massa com carne (geralmente de frango), le-gumes e temperos, na Minestra vai todos estes ingredientes, mais o feijão amassado, retirando-se a carne, e ex-ige todo um toque especial para o prep-aro. O aroma é bem parecido e de fácil idenfi cação, mas os sabores são os mais variados, pois cada pessoa tem um segredo guardado e sete chaves, daqueles que são adquiridos com a prática e os ensinamentos dos pais e avós, ensinamentos estes que infeliz-mente são apagados com o passar do tempo por causa da modernidade.

Melhor do que falar é comer a Minestra, e para quem nunca fez e quer se ar-riscar, o FolhaRural traz uma receita. Quanto aos segredos do sabor? É seg-redo...

A receita abaixo é uma colaboração da Marilde Benedete na foto acima soprando o fogão a lenha em sua Pousada Rural em Rio Morto, municipio de Meleiro.

RECEITAINGREDIENTES1/2 kg de feijão2 xícaras de arroz branco cru1 dente de alho amassado1 cebola de cabeça pequena1 maço de tempero verde1 pitada de pimentaBanhaSal

MODO DE PREPARO1. Cozinhe o feijão com um pouco de água2. Amasse com um pouco de água até fi car um caldo liso e consistente3. Coloque ao fogo novamente4. Em uma frigideira aqueça um pouco de ban-ha, junte a cebola de cabeça picada, o alho amassado e o masso de tempeiro verde. Frite até dourar, não deixe queimar5. Quando inicar a fervura do caldo de feijão coloque os itens acima espere por cinco minu-tos e acrescente o arroz6. Continue mexendo até que o arroz esteja co-zido. Não deixe muito tempo sem mexer, pois o arroz pode grudar no fundo da panela.

ENVIE RECEITAS, PARTICIPE! Ajude a construir o caderno de gastronomia do Jornal FolhaRural com aquelas receitas da nona, aquelas que só existem na sua casa. Envie anexada ao formulário da página 6 ou para o e-mail “[email protected]”.

SOCIAISFOTOS

Amigas reunidas em encontro de beleza em Santa Rosa do Sul

Pedro Henrique o lindinho da May e do Rodrigo

Clarice, Katiussi e Beatriz. A família está ansiosa com a chegada do Gabriel

porção para 6 pessoas

Dica: Acrescente uma folha de louro durante o cozi-mento do feijão para ter outro sabor.

Acompanhamentos: saladas, fortaias, salames, quejos, farinha de mandioca, ...

Cazinhar a Minestra no fogão a lenha também contribui com a diferenciação do sabor

Foto: Somariva

Foto: Somariva

Panela de minestra de arroz

A minestra nossa de cada dia

EVENTO: No próximo sábado dia 28, será realizada em Meleiro na Pousada e Restaurante Encanto das Bromelias, a 7ª Noite da Minestra. No cardápio fortaiass, saladas, salame e sopas. Para quem gosta de apreciar esta delicia com gostinho de comida da nona deve comprar ingressos antecipados que custam R$12,00 por pessoa. Mais informações pelo telefone: (48) 3537-9047. A pousada rural fi ca localizada na localidade de Rio Morto a 7km do centro de Meleiro.

7SANTA CATARINA, 26 DE AGOSTO DE 2009 QUARTA-FEIRA [email protected] GASTRONOMIA

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