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Ferramenta de apoio à decisão na gestão de sistemas de drenagem pluvial Caso de estudo da Cascais Próxima Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Civil Orientador: Prof. Doutor Vítor Faria e Sousa Orientador: Engº Francisco Jorge Banha Roussado Mariana Pablo dos Inocentes Novembro 2017 Júri Presidente: Prof. Doutor Albano Luís Rebelo da Silva das Neves e Sousa Orientador: Engº Francisco Jorge Banha Roussado Vogal: Prof. Doutora Maria Cristina de Oliveira Matos Silva

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Ferramenta de apoio à decisão na gestão de

sistemas de drenagem pluvial

Caso de estudo da Cascais Próxima

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em

Engenharia Civil

Orientador: Prof. Doutor Vítor Faria e Sousa

Orientador: Engº Francisco Jorge Banha Roussado

Mariana Pablo dos Inocentes

Novembro 2017

Júri

Presidente: Prof. Doutor Albano Luís Rebelo da Silva das Neves e Sousa

Orientador: Engº Francisco Jorge Banha Roussado

Vogal: Prof. Doutora Maria Cristina de Oliveira Matos Silva

Coorientador: Eng. Francisco Roussado

I

Agradecimentos Apesar de ser um trabalho individual, a realização da minha dissertação de mestrado teria sido

consideravelmente mais difícil, se não até impossível, se não fosse pela ajuda e apoio que

recebi.

Não posso por isso deixar de agradecer profundamente a todos.

Em primeiro lugar aos meus pais por me proporcionarem o privilégio de entrar no curso da

minha escolha e todas as condições que me permitiram conclui-lo. Aos meus irmãos Duarte e

Francisco por me terem apoiado por vezes sem terem perceção que o estavam a fazer. Ao

professor Vítor Sousa agradeço todas as correções, criticas e sugestões, todo o tempo

dedicado, paciência e compreensão. Ao engenheiro Francisco Roussado pelas informações

que me passou e que sem as quais não teria conseguido completar este desafio. Ao

engenheiro Nuno Almeida, à engenheira Íris Gouveia e a todos os colaboradores da Cascais

Próxima que me receberam da melhor forma possível e sempre me ajudaram em todos os

aspetos. Aos meus colegas Cláudio e Mendes que partilharam esta jornada comigo, incluindo

todas as dificuldades e dúvidas e sempre tiveram paciência para me aconselhar e ajudar a

tomar decisões. Um agradecimento especial à minha amiga Mariana que mesmo sem ter

qualquer conhecimento acerca do tema demonstrou sempre interesse, ouviu as minhas

queixas e sempre deu os melhores conselhos. Por fim, agradeço a todos os familiares e

amigos que à sua maneira tornaram este trabalho um bocadinho mais fácil, tenha sido fazendo

companhia em dias passados a trabalhar, ouvindo desabafos, dando conselhos ou

simplesmente estando presentes.

II

III

Resumo As infraestruturas de águas pluviais, apesar da sua importância para a sociedade, são

comumente negligenciadas até ocorrerem falhas que resultem em ações de reabilitação difíceis

e dispendiosas. A sua complexidade, falta de visibilidade, por se encontrarem enterradas, o

carácter monopolista do setor e a escassez de fundos existentes levou à sua degradação

parcial, encontrando-se, frequentemente em condição física deficiente. Adicionalmente, a

abordagem reativa de gestão de ativos utilizada no passado deixou uma acumulação de

necessidade de trabalhos de reparação e renovação.

Assim sendo, e de forma a lidar com o aumento dos custos, as altas expetativas dos clientes e

os requisitos regulamentares cada vez mais restritos, as entidades gestoras de sistemas de

drenagem devem implementar sistemas de gestão de ativos de infraestruturas, recorrendo ao

uso de ferramentas de apoio na tomada de decisão para planear atividades de operação e

manutenção, de forma a assegurarem o cumprimento dos níveis de serviço.

Desta forma, e dado o valor patrimonial destas infraestruturas, o programa de gestão de ativos

aplicado deve fornecer ferramentas proactivas de previsão para antecipar falhas nos sistemas

de drenagem, avaliar os riscos associados com a falha e fornecer estratégias de priorização de

intervenção, recorrendo a investimentos aceitáveis.

A presente dissertação foca-se assim no desenvolvimento de uma ferramenta de apoio à

decisão que auxilie na definição de prioridades de intervenção em redes de drenagem pluvial

em ambiente urbano.

A ferramenta foi desenvolvida seguindo uma abordagem baseada no risco, avaliando-o a três

níveis, entupimento, colapso e falha. A sua elaboração baseou-se numa abordagem de decisão

multicritério de cariz pericial.

Pretende-se que possa contribuir num âmbito mais alargado para a gestão de ativos em

sistemas de drenagem pluvial, reduzindo o número de ocorrências de falhas e custos

associados a reparações de emergência. Neste âmbito, efetuou-se a aplicação da ferramenta,

desenvolvendo-se uma análise de risco a um conjunto de coletores selecionados, pertencentes

ao sistema de drenagem pluvial da responsabilidade da Cascais Próxima e propondo-se

ferramentas e abordagens para operacionalizar a metodologia.

Palavras-chave: Gestão de ativos, abordagem proativa, risco, tomada de decisão, processo

hierárquico analítico

IV

V

Abstract Stormwater infrastructures, despite their importance to a society, are often neglected until a

failure that resultes in difficult and expensive rehabilitation actions happens. Its complexity, lack

of visibility, for being buried, the monopolistic character of the sector and the scarcity of existing

funds led to its partial degradation, resulting in poor physical condition. In addition, the reactive

asset management approach used has left an accumulation of need for repair and renovation

works.

In order to cope with the rising costs, high customer expectations and increasingly restricted

regulatory requirements, drainage system managers must implement infrastructure asset

management systems, using decision-making tools to plan operation and maintenance activities

in order to ensure compliance with service levels.

Thus, given the asset value of these infrastructures, the applied asset management program

should provide proactive forecasting tools to anticipate failures in the drainage systems, assess

the associated risks of failure, and provide intervention prioritization strategies, using acceptable

investments.

The present dissertation focuses on the development of a decision making tool that helps in the

definition of intervention priorities in urban drainage networks.

The tool was developed following a risk-based approach, classifying it in three levels, clogging,

collapse and failure. Its elaboration was based on a multi-criteria approach of expert opinion. It

is intended to contribute to a broader scope for asset management in stormwater drainage

systems, reducing the number of failures and costs associated with emergency repairs. In this

context, the tool was applied and a risk analysis was developed for a set of selected sewers of

the Cascais Próxima drainage system and tools and approaches to operationalize the

methodology were proposed.

Key-words: Asset management, proactive approach, risk, decision making, analytic hierarchy

process

VI

VII

Simbologia mm - Milímetro

m – Metro

km - Kilómetro

% - Percentagem

PP – Polipropileno corrugado

PVC – Policloreto de vinilo

IP – Itinerário principal

IC – Itinerário complementar

R - Reabilitação

OM - Operação e manutenção

PR – Verosimilhança de falha relacionada com reabilitação

POM - Verosimilhança de falha relacionada com operação e manutenção

Pfalha - Verosimilhança de falha

QR – Consequência de falha relacionada com reabilitação

QOM - Consequência de falha relacionada com operação e manutenção

Qfalha – Consequência de falha

SIG – Sistema de informação geográfica

LO – Lista de operações

VIII

IX

Índice

1 Introdução .............................................................................................................................. 1

1.1 Enquadramento geral .................................................................................................... 1

1.2 Âmbito e objetivos ......................................................................................................... 2

1.3 Organização .................................................................................................................. 3

2 Estado da arte ....................................................................................................................... 5

2.1 Considerações gerais .................................................................................................... 5

2.2 Gestão de ativos físicos ................................................................................................ 6

2.2.1 Considerações gerais ............................................................................................ 6

2.2.2 Gestão de ativos em sistemas de drenagem de águas pluviais ......................... 10

2.2.3 Estratégias de intervenção .................................................................................. 12

2.3 Gestão do risco ........................................................................................................... 14

2.3.1 Considerações gerais .......................................................................................... 14

2.3.2 Quantificação da verosimilhança de falha........................................................... 17

2.3.3 Quantificação da consequência de falha ............................................................ 19

2.4 Tomada de decisão ..................................................................................................... 21

2.4.1 Considerações Gerais ......................................................................................... 21

2.4.2 Priorização de ativos ........................................................................................... 23

3 Ferramenta de apoio à tomada de decisão ........................................................................ 25

3.1 Considerações gerais .................................................................................................. 25

3.2 Metodologia para desenvolvimento da ferramenta ..................................................... 26

3.3 Definição dos fatores e parâmetros do risco de verosimilhança de falha ................... 28

3.3.1 Características do sistema .................................................................................. 29

3.3.2 Características da envolvente ............................................................................. 33

3.4 Definição dos fatores e parâmetros do risco das consequências de falha ................. 34

X

3.4.1 Características do sistema .................................................................................. 35

3.4.2 Características da envolvente ............................................................................. 36

3.4.3 Proximidade a vias de comunicação ................................................................... 37

3.4.4 Natureza predominante da atividade humana .................................................... 38

3.4.5 Condicionantes à intervenção ............................................................................. 38

3.5 Definição de pesos ...................................................................................................... 40

3.6 Classificação dos coletores ......................................................................................... 49

4 Caso de estudo ................................................................................................................... 53

4.1 Considerações gerais .................................................................................................. 53

4.2 Aplicação da ferramenta ............................................................................................. 54

4.2.1 Troços em estudo ................................................................................................ 54

4.2.2 Recolha de dados ................................................................................................ 55

4.2.3 Análise de dados ................................................................................................. 56

4.3 Análise e discussão dos resultados ............................................................................ 59

4.3.1 Quantificação de verosimilhança de falha........................................................... 59

4.3.2 Quantificação de consequência de falha ............................................................ 59

4.3.3 Quantificação de níveis de risco ......................................................................... 62

4.3.4 Análise geral da rede........................................................................................... 65

4.4 Comparação com outras metodologias....................................................................... 66

5 Considerações finais ........................................................................................................... 69

5.1 Aspetos relevantes e conclusões ................................................................................ 69

5.2 Limitações ................................................................................................................... 69

5.3 Recomendações e desenvolvimentos futuros ............................................................ 70

Anexo A – Inquérito .................................................................................................................... ii

Anexo B – Atribuição de pesos ao fatores ................................................................................ vi

Anexo C - Atribuição de pesos aos parâmetros ...................................................................... viii

Anexo D – Caracterização dos troços analisados .................................................................... x

Anexo E – Classificação de nível de risco dos coletores ........................................................ xvi

XI

Índice de Figuras Figura 2.1 - Esquema das etapas de gestão de infraestruturas (McDonald e Zhao, 2001) ......... 6

Figura 2.2 - Evolução da gestão de ativos (Jones et al, 2014) ..................................................... 8

Figura 2.3 - Modelo do processo de gestão do risco (ISO 31000:2009) .................................... 16

Figura 3.1 - Pesos dos fatores com influência na verosimilhança de falha ................................ 42

Figura 3.2 - Pesos dos fatores com influência nas consequências de falha .............................. 42

Figura 4.1 - Camada da rede de águas pluviais do Concelho de Cascais apresentada em SIG

..................................................................................................................................................... 53

Figura 4.2 - Mapa de localização das escolas e das ribeiras do Concelho de Cascais ............. 56

Figura 4.3 - Exemplo de área de estudo analisada em SIG contendo camada de rede pluvial,

altimetria e hierarquia viária ........................................................................................................ 57

Figura 4.4 - Percentagem de coletores caracterizados segundo cada categoria ....................... 60

Figura 4.5 - Percentagem de coletores caracterizados segundo cada categoria ....................... 61

Figura 4.6 - Classificação de nível de risco de entupimento ...................................................... 62

Figura 4.7 - Classificação de nível de risco de entupimento por zona de estudo ...................... 63

Figura 4.8 - Classificação de nível de risco de colapso .............................................................. 63

Figura 4.9 - Classificação de nível de risco de colapso por zona de estudo .............................. 64

Figura 4.10 - Classificação de nível de risco de falha ................................................................ 64

Figura 4.11 - Classificação de nível de risco de falha por zona de estudo ................................ 65

XII

XIII

Índice de Tabelas Tabela 2.1 - Fatores de risco definidos pelos diversos autores estudados ................................ 18

Tabela 3.1 - Matriz de risco adotada para quantificação do nível de risco ................................. 26

Tabela 3.2 – Interrelação entre pesos dos fatores, parâmetros e categorias ............................ 28

Tabela 3.3 - Escala de Likert ....................................................................................................... 41

Tabela 3.4 - Caracterização dos sujeitos inquiridos ................................................................... 41

Tabela 3.5 - Pesos dos parâmetros de verosimilhança de falha ................................................ 43

Tabela 3.6 - Pesos dos parâmetros de consequências de falha ................................................ 43

Tabela 3.7 - Pesos das categorias de verosimilhança de falha .................................................. 45

Tabela 3.8 - Pesos das categorias de consequências de falha .................................................. 47

Tabela 3.9 - Metodologia multicritério desenvolvida no âmbito desta dissertação ..................... 49

Tabela 3.10 - Conversão dos valores determinados através da aplicação das Equações 1, 2 e 3

numa escala de 1 a 5 .................................................................................................................. 51

Tabela 4.1 - Caracterização das zonas de estudo no âmbito desta dissertação ....................... 55

Tabela 4.2 - Número de ocorrências registadas ......................................................................... 65

Tabela 4.3 - Distribuição de percentagens correspondentes a cada operação ......................... 65

Tabela 4.4 - Critérios de risco (Neto, 2015) ................................................................................ 68

Tabela 4.5 - Pesos dos fatores nesta dissertação e considerados por Neto (2015) .................. 68

XIV

1

1 Introdução

1.1 Enquadramento geral

Antigas civilizações como egípcios, gregos e romanos, reconheciam a importância do saneamento e

da sua relação com a saúde, e por isso cuidavam das suas águas (NBR 10844), verificando-se que

as primeiras obras direcionadas para a drenagem urbana remontam a 5000 anos atrás (Cosme J. S.,

2006). Contudo, durante a idade média a consciencialização relativamente à importância destas

infraestruturas diminuiu e até meados da Idade Moderna as obras de drenagem não foram

consideradas fundamentais ao desenvolvimento e ordenamento de centros urbanos (Cosme J. S.,

2006). Como tal, a nível europeu, os sistemas de drenagem no conceito atual remontam pelo menos

ao século XIII. Em Portugal, destaca-se a rede da Baixa Pombalina em Lisboa, construída na

sequência do terramoto de 1755 e ainda em funcionamento nos dias de hoje como coletor unitário

(Almeida e Cardoso, 2010). Segundo a Organização Mundial de Saúde, em 2000, os sistemas de

drenagem nos países desenvolvidos, serviam aproximadamente 90% da população.

No presente, as infraestruturas de águas pluviais, apesar de fundamentais para a qualidade de vida,

são frequentemente negligenciadas devido à sua falta de visibilidade por se encontrarem enterradas,

até ocorrerem falhas catastróficas, resultando em ações de reabilitação difíceis e dispendiosas.

(WEF-ASCE,1994). Estas infraestruturas diferenciam-se das demais quanto às metodologias de

reabilitação devido aos seguintes aspetos (Alegre et al, 2012; Almeida e Cardoso, 2010):

Estão isentas dos mecanismos de mercado incentivadores de melhorias de eficiência por se

tratar de monopólios naturais, para além de não se aplicarem regras de mercado no que se

refere à concorrência e à forma de avaliação do valor do património.

São construídas maioritariamente enterradas, o que dificulta a avaliação de condição.

São um exemplo paradigmático pois, apesar de se tratar de um serviço público essencial, são

negligenciadas por serem assumidas como óbvias pelas populações.

Comportam-se como um sistema e não como um somatório de componentes.

Historicamente, a reabilitação de infraestruturas é feita pela reparação de falhas em detrimento de se

ambicionar a sua prevenção, o que pode não ser economicamente viável nem melhorar a condição

geral de desempenho do sistema (Boulos, 2009; Wirahadikusumah et al, 1998).

Assim, ao utilizar-se uma manutenção reativa, em que é necessário que ocorra o estrago antes de

serem tomadas medidas, os coletores a ser reabilitados são selecionados de acordo com critérios de

emergência. Apresenta-se em alternativa uma estratégia proactiva. Nesta, o serviço determina a

necessidade de manutenção ao ter em conta o estado dos coletores e ao aferir a sua degradação

(Sægrov et al, 1999; Rostum, 2000).

2

Com a existência de recursos limitados, a capacidade de evitar falhas e otimizar o uso dos fundos

disponíveis para uma manutenção preventiva, recorrendo-se a modelos de previsão, é a melhor

opção para a gestão de sistemas de drenagem. A estratégia preventiva requer um bom conhecimento

das características do sistema, incluindo fatores de deterioração e registo de falhas. Ou seja, o

recurso a uma base de dados computorizada, de preferência na forma de um sistema de informação

geográfica (Rostum, 2000).

O envelhecimento das infraestruturas associado à falta de aplicação de uma gestão de ativos

proactiva resulta em reparações de emergência dispendiosas, custos de operação elevados e

redução do nível de serviço. Constatou-se que uma gestão reativa não é sustentável devido aos altos

custos de reparações de emergência e devido ao aumento de pressão por parte dos utilizadores e

das regulamentações (Fenner, 2000; Moteleb, 2010). Consequentemente, verifica-se que nos últimos

40 anos tem ocorrido uma evolução para estratégias mais modernas, que veem a manutenção como

uma função que acrescenta valor (Petersdorff, 2013).

Em zonas urbanas com grandes redes de drenagem, a sustentabilidade das infraestruturas beneficia

grandemente da implementação destes sistemas de gestão de ativos, para assegurar o seu bom

funcionamento ao menor custo possível. A eficiência de uma gestão de ativos de infraestruturas é

largamente dependente do uso de ferramentas de apoio na tomada de decisão para planear

atividades de operação e manutenção que incluam métodos para aferição e reabilitação (Sousa,

2007; Zhao et al, 2001).

1.2 Âmbito e objetivos

A presente dissertação incide sobre a temática da gestão de ativos físicos, concretamente na gestão

de redes de sistemas de drenagem pluviais, com informação de risco. Para tal, foram considerados

os referenciais normativos internacionais referentes ao tema abordado, especificamente as famílias

de normas ISO 55000:2014, acerca da gestão de ativos físicos, e ISO 31000:2009, relativa à gestão

do risco. As abordagens baseadas no risco estabelecem as prioridades de intervenção considerando

a probabilidade de ocorrência de falha e a consequência resultante dessa falha, permitindo

diferenciar em termos de prioridade componentes que apresentem a mesma condição em termos de

degradação física

Devido à importância indiscutível das infraestruturas de drenagem de águas, pretende-se demonstrar

a urgência na implementação de estratégias de gestão do risco pelas entidades gestoras. Desta

forma, o presente trabalho tem como objetivo o desenvolvimento de uma ferramenta de apoio à

decisão que auxilie na definição de prioridades de intervenção em redes de drenagem pluvial em

ambiente urbano.

A ferramenta será desenvolvida seguindo uma abordagem baseada no risco, avaliando-o a três níveis

(entupimento, colapso e falha) aplicável em cenários de escassez de informação, especialmente no

que concerne à condição dos coletores. A ferramenta congrega contribuições documentais, obtidas

3

da pesquisa bibliográfica efetuada, e periciais, através de inquéritos a técnicos envolvidos na gestão

do sistema de drenagem de águas pluviais do Concelho de Cascais. A ferramenta de apoio à decisão

desenvolvida auxilia na priorização dos coletores a intervir com base no risco de entupimento,

colapso e falha. Adotou-se uma abordagem multicritério que permite ponderar características do

sistema e da envolvente na avaliação do risco.

Apesar do formalismo generalizável da abordagem adotada para desenvolver a ferramenta, esta foi

calibrada e aplicada para efeitos de demonstração ao sistema de drenagem de águas pluviais do

Concelho de Cascais. Como tal, se até para o caso de estudo usado a ferramenta pode ser

melhorada, para outros sistemas será necessário ajustar os parâmetros, as categorias e os pesos a

cada contexto específico. À partida, os fatores considerados são suficientemente gerais para serem

transversais à maioria dos sistemas.

1.3 Organização

A presente dissertação é constituída por cinco capítulos.

O primeiro capítulo contém uma breve introdução ao tema e ao trabalho que será desenvolvido bem

como a exposição dos âmbitos e objetivos pretendidos com a realização do trabalho e a organização

adotada. No capítulo 2 é feita uma revisão bibliográfica correspondente aos principais temas

abordados, sendo estes a gestão de ativos físicos, explorando a sua evolução conceptual e normativa

e fazendo a sua aplicação específica aos sistemas de drenagem, gestão do risco e tomada de

decisão. No capítulo 3 apresenta-se a formulação de uma ferramenta de apoio à tomada de decisão

em sistemas de drenagem de águas pluviais, com informação de risco. Neste capítulo expõem-se

todas as metodologias e assunções utilizadas no processo de formulação da ferramenta em questão.

O capítulo 4 corresponde à aplicação da ferramenta elaborada num caso de estudo concreto,

tratando-se de uma parte do sistema de drenagem de águas pluviais pertencente ao concelho de

Cascais e gerido pela Cascais Próxima, E.M., S.A., sendo ainda feita uma comparação com uma

ferramenta desenvolvida no âmbito de outro trabalho e uma proposta de intervenção elaborada com

base numa análise financeira. Por fim, o capítulo 5 contém as conclusões deduzidas com a execução

da dissertação e algumas sugestões de possíveis trabalhos futuros.

4

5

2 Estado da arte

2.1 Considerações gerais

Os sistemas de drenagem urbana representam um património público construído significativo,

correspondendo a um investimento avultado, realizado no passado e a realizar no futuro para

assegurar a continuidade do serviço que prestam. Adicionalmente, fornecem um serviço fundamental

à sociedade em termos de saúde, bem-estar e preservação do ambiente, pelo que é essencial a sua

conservação eficaz e eficiente num contexto cada vez mais exigente em termos de requisitos de

desempenho e disponibilidade de recursos. (Almeida e Cardoso, 2010; Alegre et al, 2012)

Apesar da importância destes sistemas para as populações, a sua presença é geralmente identificada

apenas em caso de desempenho deficiente. De forma a manter e melhorar o nível de desempenho

dos sistemas de drenagem de águas, devem-se implementar estratégias de gestão de ativos físicos e

recorrer às tecnologias adequadas para inspecionar, controlar e, sempre que necessário, planear

atempadamente operações de manutenção e reabilitação (Saegrov et al, 1999).

Neste sentido, os gestores de infraestruturas de águas residuais domésticas e pluviais tomam

decisões diariamente com o intuito de reduzir a probabilidade de ocorrência de falhas associadas a

grandes custos. Este processo de gestão baseado no risco está muitas vezes já impregnado e

baseia-se em anos de experiência e conhecimento acumulado sobre o sistema. No entanto, tendo em

consideração o contexto cada vez mais exigente e complexo da gestão dos sistemas de drenagem

urbana, é recomendada a adoção de abordagens sistémicas, formais e baseadas em evidências em

detrimento de abordagens exclusivamente periciais. Tal visa e implica a otimização das atividades

operacionais, especificamente a limpeza e inspeção que constituem um requisito para avaliar a

condição dos componentes e determinar as necessidades de reabilitação, e o desenvolvimento de

ferramentas de apoio à decisão. Desta forma, promove-se uma rentabilização e maximização das

infraestruturas já construídas, utilizando de modo racional os recursos disponíveis e estabelecendo

prioridades de intervenção, assegurando a sua sustentabilidade a médio e longo prazo (Sousa, 2007;

Lovely, 2010; Almeida e Cardoso, 2010).

Verifica-se que ao se antecipar os riscos associados com a falha de ativos, as empresas podem

planear operações economicamente viáveis de manutenção, reparação e substituição e assim

minimizar o custo total ao longo do ciclo de vida das infraestruturas (Vanier, 2001).

Tais operações englobam-se numa gestão de natureza reativa que pelo carácter monopolista das

infraestruturas de drenagem de águas residuais urbanas, a falta de visibilidade dos componentes que

as constituem e a escassez de fundos tem sido aplicada recorrentemente. Para alterar este

paradigma e evoluir para uma gestão proactiva, os decisores necessitam de ferramentas de apoio à

priorização e tomada de decisão que salvaguardem o desempenho hidráulico, estrutural, ambiental e

6

operacional e respeitem as restrições financeiras, níveis de serviço impostos e requisitos

regulamentares (Moteleb, 2010; Alegre et al, 2012; GAO 2004; Vanier, 2001).

De acordo com The Institute of Asset Management (2011), a tomada de decisão baseada na gestão

do risco é um elemento vital subjacente a uma aplicação de sucesso de gestão de ativos físicos

(Figura 2.1). O objetivo é determinar a combinação ótima, efetuando uma avaliação da exposição ao

risco, impactos indiretos ou intangíveis e efeitos a longo termo. Consequentemente, tal requer que se

entendam várias técnicas de quantificação, incluindo como avaliar o risco, as complexidades reais de

deterioração de ativos, confiança na engenharia e métodos de cálculo financeiro. De forma a

considerar estas complexidades de uma maneira disciplinada e compreensível, não apenas por ativo

independente, mas como um sistema de fatores interdependentes, são necessárias ferramentas

sofisticadas e experiência de interpretação da informação obtida (Petersdorff, 2013).

Figura 2.1 - Esquema das etapas de gestão de infraestruturas (McDonald e Zhao, 2001)

2.2 Gestão de ativos físicos

2.2.1 Considerações gerais

A gestão de ativos pode ser definida, de acordo com a OECD (2001), como “um processo sistemático

de manutenção, modernização, e utilização dos ativos operacionais, combinando princípios de

engenharia com a prática de negócios e lógica económica, fornecendo ferramentas para facilitar uma

abordagem mais organizada e flexível de modo a tomar as decisões necessárias para alcançar as

7

expectativas do público". Gestão de ativos usa uma combinação de práticas financeiras, económicas,

de engenharia e outras aplicadas a ativos físicos com o objetivo de fornecer um certo nível de serviço

imposto da forma mais eficaz em termos de custo-benefício (IIMM, 2006). A gestão de ativos avalia o

inventário de ativos, a sua condição, idade, histórico de serviço, vida útil estimada e criticidade e

prioriza os ativos baseando-se no fator risco a este associado e nos custos de substituição ou

reabilitação (Moteleb, 2010).

Fundamentalmente, a gestão de ativos inclui a aplicação sistemática de ferramentas analíticas tais

como análise do custo do ciclo de vida e metodologias de avaliação de risco (GAO, 2004; Moteleb,

2010).

As tarefas básicas para desenvolver um sistema de gestão de infraestruturas incluem (Hudson et al,

1997):

Identificar e registar elementos da infraestrutura (base de dados de inventário).

Avaliar a condição dos elementos da estrutura.

Prever níveis de condição futuros usando informação disponível.

Identificar potenciais perdas resultantes de falhas.

Priorizar elementos de infraestruturas baseando-se em procedimentos de avaliação de risco.

O desenvolvimento destes sistemas está, tipicamente, restringido aos recursos disponíveis. Assim, a

sua alocação deve ser efetuada de forma eficaz às áreas corretas, ou seja, aos ativos críticos. A

gestão de ativos pode ser tida como uma abordagem estratégica de alocação ótima de recursos para

a gestão, operação, manutenção e conservação de ativos (Petersdorff, 2013).

Devido à escassez de recursos deve-se optar pela alternativa mais económica. No entanto, é de

notar que ser mais económico significa apresentar “o menor custo ao longo do ciclo de vida” e não “o

menor investimento” (Assis, 2013).

Neste contexto, e com o reconhecimento da necessidade de otimizar a relação entre custo, risco e

desempenho durante todo o ciclo de vida do ativo, e fazê-lo de uma forma sustentável, criaram-se

normas de gestão de ativos, como a PAS-55 e a ISO 55000 (Figura 2.2) (Petersdorff, 2013).

8

Figura 2.2 - Evolução da gestão de ativos (Jones et al, 2014)

A Publicly Available Specification 55, PAS 55, foi definida pelo Institute of Asset Management

juntamente com a British Standards Organisation e em colaboração com outras organizações em

2004, como uma especificação normalizada para a gestão otimizada de ativos físicos e

infraestruturas. A norma foi revista e atualizada em 2008 (Petersdorff, 2013).

A especificação PAS 55 (2010) define gestão de ativos como “atividades sistemáticas e coordenadas

através das quais a organização efetua uma gestão ótima e sustentável dos ativos e sistemas de

ativos, do seu desempenho, risco e custos ao longo do seu ciclo de vida por forma a atingir o plano

estratégico proposto”. A norma encontra-se subdividida em duas partes:

PAS 55-1 – fornece recomendações para estabelecer, documentar, implementar, manter e

melhorar continuamente um sistema de gestão de ativos.

PAS 55-2 – contém as diretrizes para a implementação da PAS 55-1.

De acordo com este documento, uma estratégia de gestão de ativos deve seguir uma abordagem

baseada na gestão do risco, o que significa que se deve planear as suas atividades dando prioridade

aos ativos determinados como críticos

Por aprovação da International Organisation for Standardisation (ISO), a série de normas

internacionais ISO 55000 foi desenvolvida com base na PAS-55. Esta norma é composta por três

documentos:

ISO 55000 - fornece uma visão geral dos benefícios, princípios, conceitos e terminologia

relacionada com ativos, gestão de ativos e sistemas de gestão de ativos.

ISO 55001 - especifica os requisitos de estabelecimento, implementação, manutenção e

melhoramento do sistema.

9

ISO 55002 - fornece orientação para a aplicação de um sistema de gestão de ativos de

acordo com os requisitos da ISO 55001.

A adoção desta família de normas auxilia as organizações a atingir os seus objetivos através de uma

gestão eficaz e eficiente dos seus ativos. A aplicação de um sistema de gestão de ativos assegura

que essas metas possam ser atingidas de forma consistente e sustentável ao longo do tempo (ISO

55000, 2014).

Um dos pontos essenciais defendidos pela norma ISO 55000 é que o seu planeamento seja

construído com base em dados e informações corretas. É necessário que se faça uma descrição

correta do estado do sistema para que as decisões acerca da priorização de oportunidades de

melhoramento sejam devidamente informadas. Um processo de análise de confiança requer recolha

de dados com uma frequência que seja regular o suficiente para que se consigam identificar

alterações relevantes. Mitchell (2007) realça a importância de se estabelecer objetivos claros,

específicos e quantitativos e de os medir e monitorizar de forma adequada. No entanto, Woodhouse

(2007) nota a dificuldade de ser reconhecida esta necessidade de se recolher informação de

qualidade e de a manter atualizada apesar dos custos inerentes. Mesmo quando se aplica um

sistema de gestão em que está definido que a informação deve ser recolhida e como deve ser usada,

pode ser extremamente difícil persuadir os responsáveis por recolher a informação bruta e a fazê-lo

de forma consistente e exata. Pode ser complicado motivar os trabalhadores a cumprir ordens para

indicar que item falhou, porquê e qual o resultado dessa falha se estes não entenderem o valor dessa

informação. Adicionalmente, se houver uma cultura de culpabilização haverá uma distorção de dados

inerente (Petersdorff, 2013; Korving et al, 2007).

É importante que os dados de falhas recolhidos estejam todos no mesmo formato. Em primeiro lugar,

tal permite a cooperação entre departamentos ou entidades de gestão diferentes ao nível

operacional, tornando a troca de informação mais fácil e económica. Outra vantagem é a

possibilidade de comparar desempenhos entre diferentes sistemas de drenagem, sendo mais fácil

identificar alterações no desempenho dos componentes do sistema (Korving et al, 2007).

A implementação da gestão de ativos sofre da oposição de muitas barreiras, o que dificulta a sua

influência e sustentabilidade. Uma destas barreiras é exatamente a falta de perceção dos benefícios

da gestão de ativos a todos os níveis da organização (Petersdorff, 2013).

Ainda assim, devem ser tidos em conta os benefícios da implementação da gestão de ativos que

segundo a ISO 55000 e Grigg (2003) incluem:

Melhoria do desempenho financeiro.

Decisões fundamentadas de investimento em ativos.

Gestão do risco.

Melhoria de serviços e/ou produtos

Demonstração de responsabilidade social.

10

Demonstração de conformidade.

Aumento da reputação.

Melhoria da sustentabilidade da organização.

Melhoria da eficácia e eficiência.

Gerir capital de programas de melhoramento e de práticas de operações e manutenção de

forma mais eficaz.

Conseguir aprovação e financiamento para melhoramentos.

Reduzir custos ao eliminar falhas inesperadas e multas regulamentares.

Melhorar o nível de serviço.

Melhorar o serviço ao cliente e a publicidade.

Considera-se assim que a gestão de ativos traduz os objetivos de uma organização em decisões

relacionadas com os seus ativos, planos e atividades, recorrendo a uma estratégia baseada no risco

(ISO 5500, 2014).

2.2.2 Gestão de ativos em sistemas de drenagem de águas pluviais

Os sistemas de drenagem de águas pluviais são constituídos maioritariamente por coletores, que

incluem tubagens e câmaras de visita, elementos acessórios como sarjetas e sumidouros, instalações

complementares como bacias de retenção, instalações de tratamento e dispositivos de descarga final

(Alegre et al, 2012; Almeida e Cardoso, 2010).

Em sistemas de drenagem a gestão técnica dos ativos físicos compreende o cerne operacional das

atividades de gestão, tendo um papel decisivo na aquisição, operação, manutenção e reabilitação

eficazes das infraestruturas (Sousa, 2007).

Assim, a implementação de gestão de ativos a sistemas de drenagem aplica-se devido a vários

fatores, incluindo: regulamentações cada vez mais rigorosas, envelhecimento das infraestruturas,

expectativas mais altas dos consumidores, exigências sociais, económicas e ambientais e

preocupação com a relação custo-benefício (Urquhart, 2007; Moteleb, 2010).

Para implementar planos de gestão de ativos em sistemas de drenagem devem-se analisar registos

de informação de desempenho relevante, incluindo ocorrências de inundações, intervenções de

desobstrução, colapso de coletores, falhas de estações elevatórias, acidentes com pessoal, danos

em coletores, inspeções CCTV, reclamações de utilizadores, análise do comportamento hidráulico e

monitorização (Almeida e Cardoso, 2010).

No entanto, apesar da existência de informações e de bases de dados ser essencial para o

planeamento de atividades de gestão de ativos no sector das águas, há várias razões possíveis para

a dificuldade em obter dados corretos relacionados com o inventário dos ativos, bem como a sua

condição ou previsão de condição futura, incluindo o facto de as infraestruturas de drenagem serem

geralmente construídas ao longo de séculos preservando-se informações limitadas ou até

11

inexistentes. Outro problema são as inconsistências nos relatórios e a falta de normalização na

documentação dos atributos relevantes e da condição dos coletores (Moteleb, 2010; Vanier 2001;

GAO, 2004; Ana et al., 2009).

A eficiência da gestão de ativos de uma infraestrutura está estritamente dependente do uso de uma

ferramenta de suporte à tomada de decisão para o planeamento de ações de operação e

manutenção (Sousa, 2007).

Tais atividades de manutenção de sistemas de drenagem de águas incluem (Almeida e Cardoso,

2010):

Limpeza preventiva de coletores de forma a manter o funcionamento sem perturbações em

zonas suscetíveis, como a deposição de sedimentos, intrusão de raízes e acumulação de

depósitos de gordura.

Limpeza reativa de coletores, causada na maioria das vezes por obstruções devido a

obstáculos, depósitos de sedimentos, intrusão de raízes e acumulação de depósitos de

gordura.

Conservação do equipamento eletromecânico com o intuito de manter o bom funcionamento

dos equipamentos, tais como bombas.

Execução de ações pontuais de reparação de forma a corrigir ligeiras ocasiões de

degradação dos componentes e assim garantir o normal funcionamento do sistema.

Verifica-se que a maioria das estratégias de implementação de gestão de ativos foca-se na

reabilitação proactiva de coletores críticos. Esta abordagem é recomendada, baseando-se na

conclusão feita por Fenner and Sweeting (1999), de que as falhas nestes coletores representam a

maior parte dos custos de reparação. Considera-se que falha é definida como a incapacidade de um

sistema ou de um componente em completar a tarefa incumbida de acordo com um certo padrão,

definido pelo utilizador (Korving et al, 2007).

Segundo Allouche e Freure (2002), as intervenções de emergência nas redes de drenagem de águas

residuais podem custar até mais 50% do que a mesma operação em condições normais, pelo que a

identificação e reabilitação antecipada das secções críticas permite otimizar a gestão de recursos.

Para esse propósito, foram desenvolvidos diversos modelos para auxiliar na decisão relativa à

reabilitação. O mais simples foi desenvolvido pelo Water Research Center e consiste na pontuação

dos defeitos observados durante a inspeção de coletores. Desenvolveram-se modelos integrados

mais complexos com o propósito de otimizar as soluções levando em consideração restrições

hidráulicas, ambientais, sociais e económicas no processo de decisão. São exemplos destes

modelos: Burgess model, MARESS, APOGEE, Aflak model, PIPES, RERAUVIS e CARE-S (Sousa,

2007).

12

O sistema CARE‑S, desenvolvido no âmbito do projeto CARE-S, Computer Aided Rehabilitation of

Sewer Networks, foi desenvolvido por um conjunto de instituições maioritariamente europeias, de

entre as quais fez parte o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC). É atualmente uma

referência no que diz respeito a sistemas computacionais integrados para apoio à reabilitação de

sistemas de águas residuais e pluviais. O projeto tem como finalidade desenvolver um sistema de

apoio à decisão que permita ao gestor de sistemas de drenagem determinar onde, quando e como

reabilitar os referidos sistemas. Fornece ferramentas de apoio à tomada de decisão para a

reabilitação e substituição de coletores. O produto final concretiza-se numa aplicação computacional

(Almeida e Cardoso, 2010).

O projeto prende-se com a proposta de análise integrada que inclui atividades de avaliação do

desempenho do sistema, análise do histórico de falhas do sistema e previsão do número de futuras

ocorrências, avaliação da importância relativa de cada coletor e planeamento das intervenções de

reabilitação e comparação do impacto de alternativas distintas (Almeida e Cardoso, 2010).

AWARE-P, “Advanced Water Asset Rehabilitation” em Portugal, constitui uma evolução do protótipo

CARE-S, já mencionado, e do CARE-W (Computer Aided Rehabilitation of Water Networks), incluindo

as funcionalidades mais relevantes destes sistemas, atendendo à experiência adquirida e às

especificações do país. O projeto foi coordenado pelo LNEC e conta com a participação da ERSAR e

do IST, entre outros parceiros. Pretende fornecer às entidades gestoras a implementação de um

conjunto de ferramentas de auxílio à tomada de decisão, no âmbito da gestão de ativos físicos em

sistemas urbanos de água.

Foram elaborados, no seguimento deste projeto, pelo LNEC em parceria com a ERSAR, dois guias

técnicos de gestão de ativos, um dos quais é dedicado à gestão de ativos de infraestruturas de águas

residuais e pluviais e outro direcionado ao abastecimento de água (Almeida e Cardoso, 2010).

2.2.3 Estratégias de intervenção

As intervenções a realizar nos sistemas de drenagem de águas pluviais, no contexto da gestão de

ativos físicos podem ser de dois tipos (Neto, 2015):

Operação e manutenção (O&M).

Reabilitação.

Os trabalhos de operação e manutenção consistem em ações de rotina com o objetivo de manter o

bom funcionamento dos sistemas sem que seja necessária a introdução de novos materiais e

componentes para o manter operacional (NP EN 752-1, 1999). Estes incluem atividades periódicas,

como sendo limpezas e inspeções, e procedimentos operacionais em situações correntes e

excecionais (Sousa, 2012).

13

De acordo com a Norma NP EN 752-1 (1999), a reabilitação consiste no conjunto de todas as

medidas de intervenção física para repor ou melhorar o desempenho de um sistema de drenagem

urbana. Permite prolongar o tempo de vida útil das infraestruturas, a partir da altura em que o

desempenho do sistema ou dos seus componentes não seja mantido através da manutenção, ou que

tal exija grande complexidade e custos. Não dispensa a garantia da satisfação dos requisitos

hidráulicos, ambientais, estruturais, funcionais e sociais através de intervenções de reparação,

renovação ou substituição.

A Norma NP EN 752-5 (2000) define as técnicas de intervenção como sendo (Carvalho, 2011):

Reparação: ações com o intuito de reparar anomalias localizadas.

Renovação: intervenções respeitantes à totalidade ou parte de um sistema, obtendo-se um

melhoramento do seu desempenho.

Substituição: construção de um novo coletor em substituição de um já existente, podendo ser

colocado no seu alinhamento ou não.

Estas atividades, executadas no âmbito da gestão de ativos, são classificadas em função do princípio

que lhes está subjacente. Desta forma distingue-se (Mehle et al. 2001; Almeida e Cardoso, 2010):

Estratégia reativa.

Estratégia proactiva.

Uma estratégia reativa caracteriza-se por uma postura em que se assume que só se executa algum

tipo de intervenções posteriormente ao funcionamento do sistema ser comprometido ou interrompido,

o que geralmente obriga a atuações rápidas de emergência (Almeida e Cardoso, 2010).

A adoção de uma estratégia proactiva consiste na aplicação de uma abordagem planeada com o

intuito de evitar que a degradação de desempenho de um sistema ultrapasse níveis estabelecidos,

com o objetivo de repor os níveis de desempenho ou ultrapassa-los em caso de novas exigências.

Atua no sentido de aumentar a vida útil, sendo o conceito de vida útil definido por Abreu e Lucas

(2003) como o tempo após a instalação durante o qual se cumpre um desempenho de acordo com as

exigências determinadas, sem necessidade de intervenções (Almeida e Cardoso, 2010).

Sousa (2012) considera que as intervenções proactivas podem ser implementadas segundo três

estratégias:

Baseadas na prevenção (ou baseadas na idade).

Através de inspeções (ou baseadas na condição).

Baseadas na previsão (ou baseadas na reabilitação).

Devido às limitações de recursos, na maioria dos casos assume-se uma postura reativa. No entanto,

os custos reais podem, neste caso, estar escondidos ao ponto de parecerem invisíveis aos olhos

14

dos gestores que vejam a tentativa de evitar a ocorrência de falhas como uma despesa extra. Mitchell

(2007) sugere que os custos para este tipo de manutenção são tipicamente duas a quatro vezes

superiores aos decorrentes de estratégias de redução do risco de ocorrência de falha, sendo que

estes valores podem ser bastante superiores quando há danos de vidas humanas ou ambientais.

Verifica-se que são potenciados não só os impactos económicos associados aos elevados custos de

execução de correções rápidas, como também as consequências negativas a nível social e ambiental

(Ariaratnam et al., 2001; Almeida e Cardoso, 2010).

Este tipo de atitude pode ser adequado em casos em que a ocorrência de falha de um elemento

possa ser reparado e que a falha não cause efeitos prejudiciais no sistema, por exemplo,

relativamente a elementos não críticos com longos tempos de vida útil. Adicionalmente, apesar de se

tentar prevenir a falha do sistema, não é viável a execução de inspeções periódicas a toda a rede e

irão sempre ocorrer falhas estocásticas, que vão requerer que se utilize uma estratégia que inclua

operações de manutenção corretiva (Petersdorff, 2013).

No entanto, cada vez mais a reabilitação de sistemas de drenagem segundo uma atitude proactiva

está a receber atenção pois permite à entidade gestora planear atempadamente inspeções e ações

de reabilitação de zonas criticas antes de ocorrerem situações de emergência, evitando elevados

custos de recuperação (Ariaratnam et al. 1998; Baars, 2008). A adoção desta abordagem é essencial

para que a alocação dos recursos seja otimizada e para que os sistemas sejam conduzidos de forma

sustentável (Veigas, 2007; Alegre e Covas, 2010). Os benefícios das abordagens preventivas têm

vindo a ser reconhecidos face às crescentes exigências relativas a aspetos técnicos, de saúde

pública, de segurança, ambientais, económico-financeiros e sociais (Almeida e Cardoso, 2010).

Sousa (2012) defende que independentemente da estratégia adotada, a conceção, planeamento e

operacionalização das intervenções visam satisfazer os requisitos estabelecidos em termos

hidráulicos, ambientais, estruturais e operacionais, estando associados custos económicos,

ambientais e sociais, que as entidades gestoras pretendem rentabilizar, quer em termos monetários,

quer em termos de qualidade de serviço.

2.3 Gestão do risco

2.3.1 Considerações gerais

Todas as atividades desenvolvidas por uma organização, de qualquer tipo e dimensão, têm riscos

associados que devem ser geridos. O risco representa o efeito que todas as incertezas causadas por

fatores e influências internos e externos têm na concretização dos objetivos da organização. Assim, a

tomada de decisão pode ser apoiada pelo processo de gestão do risco. (Almeida e Cardoso, 2010;

ISO 31000, 2009).

A existência de riscos à segurança, saúde e ao meio ambiente estende-se a todos os segmentos de

mercado. Estes devem ser identificados e solucionados com procedimentos de gestão do risco

15

adequados. Assim, a ISO 31000 foi desenvolvida com o intuito de permitir às organizações incorporar

padrões e processos de alto nível para avaliar e eliminar riscos em todas as suas operações. Dada a

especificidade de cada sector ou aplicação particular da gestão do risco, esta norma inclui o

“estabelecimento do contexto” como a atividade inicial do processo genérico da gestão do risco. O

estabelecimento do contexto permite apreender os objetivos específicos da organização, o ambiente

em que os pretende atingir, as suas partes interessadas e a diversidade dos critérios de risco.

Esta norma fornece princípios, abordagens e processos de gestão do risco. Não é destinada a

nenhum segmento ou setor específico, podendo ser utilizada por qualquer organização

independentemente da sua dimensão e aplicada a qualquer tipo de risco e em diferentes atividades e

operações. Estabelece um conjunto de princípios a ser cumpridos para tornar eficaz a gestão do

risco. Recomenda que as organizações desenvolvam, implementem e melhorem continuamente uma

estrutura com o objetivo de integrar o processo para gerir o risco na governação, estratégia e

planeamento, gestão, processos de reporte, políticas, valores e cultura.

A utilização da ISO 31000 auxilia as organizações a aumentar a probabilidade de atingirem os seus

objetivos, melhorar a identificação de oportunidades de risco e a alocação e utilização eficiente de

recursos para o tratamento do risco.

No entanto, a ISO 31000 não pode ser utilizada para efeitos de certificação, em vez disso fornece

orientação para auditorias internas e externas.

Apesar da ISO 31000 fornecer orientações genéricas, não é pretendido uniformizar o processo de

gestão do risco entre as organizações. A conceção e implementação de planos e estruturação de

gestão do risco devem ter em consideração as necessidades variáveis de cada organização

específica, em particular os seus objetivos, contexto, estrutura, operações, processos, funções,

projetos, serviços, ativos e práticas específicas utilizadas.

É pretendido que a ISO 31000 seja utilizada para harmonizar os processos de gestão do risco em

normas existentes e futuras. Fornece uma abordagem comum no suporte a normas referentes a

riscos e setores específicos, não as substituindo.

16

Figura 2.3 - Modelo do processo de gestão do risco (ISO 31000:2009)

A norma define apreciação do risco como um processo global dividido em (Figura 2.3):

Identificação do risco: Processo de pesquisa, de reconhecimento e de descrição dos riscos.

Análise do risco: Processo destinado a compreender a natureza do risco e a determinar o

nível do risco.

Avaliação do risco: Processo de comparação dos resultados da análise do risco com os

critérios do risco para determinar se o risco e/ou a respetiva magnitude é aceitável ou

tolerável (ISO 31000, 2009).

Assim, no cerne da implementação da gestão do risco é necessário determinar o nível de risco,

sendo este medido pela magnitude de um risco, ou combinação de riscos, expresso em termos de

combinação da verosimilhança de falha e das consequências associadas a essa falha para um

determinado ativo (ISO 31000, 2009; Moteleb, 2010; Johansen, 2007; Jabiri et al. (2006); Petersdorff,

2013).

No presente trabalho o risco será definido como: Risco = Verosimilhança de falha X Consequência de

Falha de coletores, definição dada pela norma Australiana/Neo-Zelandeza de gestão do risco que

determina o risco como a possibilidade de algo acontecer que tenha um impacto nos objetivos e que

seja medido em termos da combinação entre a verosimilhança e consequências dos acontecimentos

(AS/NZS 4360:2004).

Neste contexto, e de forma a descrever a importância relativa de coletores, a gestão do risco de

ativos de qualquer infraestrutura deve combinar os valores de verosimilhança de falha e de

consequência de falha de forma a priorizar os elementos das infraestruturas em termos de risco uma

vez que a sua consideração independente não é suficiente pois coletores com valores de

17

verosimilhança de falha podem revelar uma grande variação em termos de consequências, e vice-

versa (Salman, 2010).

2.3.2 Quantificação da verosimilhança de falha

A aplicação de um plano de gestão de ativos fornece uma estratégia de manutenção proactiva

reduzindo o risco de falha ao estender o tempo de vida útil do ativo (Ana et al., 2009; Saegrov et al.,

1999).

De forma a determinar a verosimilhança de falha de qualquer ativo é necessário em primeiro lugar

determinar como pode falhar em termos de modos de falha. Quando categorizando o modo de falha

de um ativo existem pelo menos quatro modos de falha a considerar, comuns a todos os ativos

(Lovely, 2010):

Condição.

Idade.

Capacidade.

Nível de serviço.

A determinação da verosimilhança de falha requer uma extensa análise de dados relativos a

informação cadastral, de avaliação da condição e registos de intervenções de reparação ou de

substituição de coletores. Para tal, pode ser baseada em ferramentas de previsão, histórico de falhas

e relatórios de CCTV. Estudos realizados neste âmbito levaram ao desenvolvimento de modelos de

deterioração (Syachrani et al., 2013; Moteleb, 2010).

A verosimilhança de falha de coletores é influenciada por diversos fatores. De acordo com Moteleb

(2010) a falha de coletores é um evento probabilístico que é dependente da idade mas também de

diversos outros fatores.

Uma análise de literatura revela que os fatores considerados variam de acordo com os diversos

autores (Tabela 2.1).

18

Tabela 2.1 - Fatores de risco definidos pelos diversos autores estudados

Salm

an (

20

10)

Hin

tz e

t a

l.(2

007)

Mote

leb

(201

0)

Halfaw

y e

t al (2

008

)

Nirm

alk

um

ar

(201

1)

WR

c (

200

1)

WE

F/A

SC

E (

200

9)

Mc D

ona

l and Z

hao (

200

1)

Sousa (

200

7)

Neto

(2

015)

Idade dos coletores X X X

Profundidade dos coletores X X X X X X X

Diâmetro dos coletores X X X X X X X

Material dos coletores X X X X X

Inclinação dos coletores X

Localização geral dos coletores

X X X X

Coletores com problemas de acesso

X X X X X

Condições do terreno onde se localizam os coletores

X X X X X

Coletores localizados em zonas com risco de desabamento

X X

Coletores localizados junto de zonas ambientalmente sensíveis (cursos de água)

X X X X X

Coletores localizados em zonas turísticas

X X

Coletor localizado em zonas de lazer

X X X

Coletor localizado em zonas comerciais

X X X

Coletores localizado sob zona ferroviária

X X X

Coletores localizados sob estradas

X X X X

X

Distância dos coletores a edifícios e pontes

X X

Coletores localizados junto a outras infraestruturas

X X X X

19

Salm

an (

20

10)

Hin

tz e

t a

l.(2

007)

Mote

leb

(201

0)

Halfaw

y e

t al (2

008

)

Nirm

alk

um

ar

(201

1)

WR

c (

200

1)

WE

F/A

SC

E (

200

9)

Mc D

ona

l and Z

hao (

200

1)

Sousa (

200

7)

Neto

(2

015)

Coletores nas proximidades de escolas e hospitais

X X X X

Número de conexões laterais do coletores

X X

Localização do troço (número de secção)

X

Função dos coletores (unitários ou separativos)

X X

Nível de serviço prestado pelos coletores e número de queixas efetuadas pelos utilizadores

X

Apesar de alguns autores considerarem a idade como um fator correlacionado fortemente com a

deterioração estrutural, de acordo com Moteleb (2010) isoladamente este fator não consegue explicar

a falha de coletores que ainda não atingiram o seu tempo de vida útil.

No entanto, com o avançar da idade dos ativos físicos a probabilidade destes falharem aumenta.

Apesar de não existirem formas de determinar precisamente quando tal acontecerá podem-se aplicar

probabilidades baseadas na experiência e em dados históricos disponíveis para se prever quando um

ativo físico irá falhar (Lovely, 2010).

Uma das características que mais influencia o potencial de falha de um coletor é a sua condição

física, avaliada em função da combinação de vários fatores, como tal a maioria das metodologias

baseiam-se neste elemento para quantificar a verosimilhança de falha (Neto, 2015).

2.3.3 Quantificação da consequência de falha

De acordo com Sekar (2011) as consequências de falha determinam o impacto causado pela falha de

coletores de águas pluviais. Estas podem levar a perdas, sendo quantificadas em custos diretos e

indiretos, bem como em impactos ambientais e sociais.

Os custos indiretos de falha de coletores incluem, mas não estão limitados a, interrupção de serviços,

atrasos no tráfego, especialmente se o coletor estiver localizado por baixo de uma via com grande

20

volume de tráfego, coimas regulamentares, danos ambientais e problemas de saúde pública (Salman,

2010).

Relativamente aos impactos económicos, ou custos diretos, de falha de coletores estes incluem

custos de reparação e substituição, coimas regulamentares, indemnizações das partes afetadas e

danos nos restantes elementos da rede de drenagem. Os custos de reparação e substituição

aumentam com o aumento da profundidade e dimensão dos coletores. A existência de estruturas nas

proximidades do coletor a ser reparado pode também aumentar os custos devido à possível

necessidade de implementação de medidas de prevenção em caso de danificação da estrutura.

Coletores localizados por baixo de vias ou de edifícios apresentam problemas de acessibilidade que

podem impedir o uso de métodos convencionais de aberturas de valas e de substituição (Salman,

2010).

Os impactos socias de falha de coletores de drenagem incluem potenciais problemas de saúde,

inconvenientes resultantes da interrupção do serviço, atrasos no tráfego e acidentes. A magnitude

dos impactos sociais aumenta com o aumento do número de afetados pela falha de um coletor, por

exemplo, uma falha que resulte na interrupção do serviço em infraestruturas como hospitais e escolas

tem um maior impacto social comparativamente a uma habitação familiar (Salman, 2010).

A determinação de consequências de falha de coletores de drenagem de águas pluviais é um

processo complexo devido aos seus impactos multidimensionais. A natureza intangível dos impactos

sociais e ambientais da falha de um coletor complica ainda mais a avaliação precisa das

consequências de falha. No entanto, com os avanços verificados em SIG e outros sistemas de

informação, o cálculo das consequências de falha está-se a tornar cada vez menos moroso (Moteleb,

2010; Salman, 2010).

De forma a quantificar as consequências de falha seria adequado atribuir custos às reparações

consequentes de falhas. No entanto, esta abordagem é na maioria das vezes impraticável. Por essa

razão é usual desenvolverem-se índices de consequência de falha de forma a fazer comparações e

identificar as áreas que enfrentarão um maior impacto em caso de falha. Ou seja, se o objetivo

primário da identificação do valor das consequências de falha de coletores de drenagem for comparar

e classificar o impacto de cada coletor em vez de estimar o valor exato de custo de falha, pode-se

aplicar uma abordagem alternativa em que se efetua uma medida relativa de criticidade atribuída a

cada coletor baseando-se em fatores pré-determinados. Sistemas de classificação ponderados, que

fazem parte da família de métodos de tomada de decisão multicritério, fornecem uma solução para a

avaliação de consequências de falha de sistemas de drenagem (Salman, 2010; Lovely, 2010).

Salman (2010) apresenta os seguintes passos a seguir pelo decisor de forma a determinar as

consequências gerais de falha de cada coletor:

Identificar os fatores que se acredita têm impactos económicos, sociais e ambientais.

Classificar comparativamente os fatores com base na sua importância.

21

Atribuir pesos numéricos que exprimam a importância de cada fator baseando-se na escala

predeterminada.

Criar uma lista de coletores para os quais os fatores e respetivos pesos identificados

previamente são aplicáveis. Nesta etapa deve-se excluir coletores com falta de informação.

Se a inclusão de um fator levar à exclusão de uma extensa quantidade de pontos de

informação, deve-se considerar a exclusão desse mesmo fator.

Avaliar cada coletor em relação a cada fator e atribuir um valor de desempenho com base

numa escala predeterminada.

Calcular o valor geral de consequência de falha utilizando uma equação de soma ponderada.

Analisar os resultados para verificar a adequabilidade dos pesos dos fatores e valores de

desempenho.

No seguimento desta avaliação, são utilizados valores numéricos para representar o grau de impacto

causado pela ocorrência de falha. Esta classificação permite que se faça a comparação entre a

gravidade relativa do impacto de falha de diferentes coletores. Um ativo que cause consequências

mais severas é inerentemente mais crítico para a operação do sistema do que outro com uma baixa

classificação de consequência de falha, desta forma, a classificação de consequência de falha pode

ser utilizada para a determinação dos ativos críticos (Lovely, 2010; Zhao et al, 2001).

WEF/ASCE (2009) classifica coletores em três grupos de criticidade:

Categoria A: Coletores com altos custos de falha e grandes impactos na saúde humana e no

ambiente.

Categoria B: Coletores com impactos e custos inferiores aos da categoria A, no entanto a

prevenção de falha ainda é vantajosa em termos de custos.

Categoria C: Coletores não críticos. Custo e impacto da falha é mínimo.

2.4 Tomada de decisão

2.4.1 Considerações Gerais

Segundo Sousa (2007) a implementação da gestão de ativos beneficia grandemente a

sustentabilidade das infraestruturas de sistemas de drenagem em áreas urbanas. Por sua vez, dada

a complexidade das infraestruturas modernas, a eficiência da gestão de ativos depende

consideravelmente do uso de ferramentas de apoio à tomada de decisão em diversos aspetos,

nomeadamente no planeamento de atividades de operação e manutenção.

De acordo com Roy & Bouyssou (1993) o auxílio à tomada de decisão é definido como a atividade

que ajuda na obtenção de respostas às questões que constituem um processo de decisão.

Sendo que na gestão de ativos físicos são tomadas decisões constantemente, é essencial que as

decisões relacionadas com ativos críticos sejam tomadas não apenas com base em discussões e

22

experiência adquirida mas empregando técnicas determinadas e métodos definidos claramente

(Petersdorff, 2013).

De forma a tomar essas decisões é preciso conhecer o problema, a necessidade e o propósito da

decisão, critérios de decisão, os seus subcritérios, partes interessadas e grupos afetados e as ações

alternativas possíveis. De seguida, tenta-se determinar as melhores alternativas, ou no caso de

alocação de recursos em escassez, estabelecem-se prioridades para as alternativas de alocação de

percentagens dos recursos disponíveis (Saaty, 2008).

No contexto da tomada de decisão, através da compreensão da criticidade e do risco a ela associado,

as implicações da ocorrência de falha podem ser entendidas devidamente e geridas de forma

otimizada (Petersdorff, 2013).

A cláusula 4.3.3.2 da PAS 55-2 corrobora tal conceito com a seguinte afirmação: “As organizações

devem adotar métodos de otimização robustos, apropriados à criticidade e complexidade das

decisões a ser tomadas, e garantir assunções consistentes em relação à importância dos fatores

contributivos.”

Para além de modelos explícitos, o discernimento humano é necessário para garantir uma tomada de

decisão adequada. Neilson et al. (2008) nota que diversas vezes ferramentas sofisticadas que retiram

completamente o julgamento humano do processo de tomada de decisão tornam-se abstratas e

levam os operadores a aceitar soluções sem as questionar devidamente (Petersdorff, 2013).

No entanto, praticamente sempre que uma decisão é tomada é utilizado um modelo que auxilia o

decisor. Os modelos utilizados podem ser tão simples como o decisor apenas ponderar diferentes

cenários, ou podem ser avançados, incluindo cálculos matemáticos, simulações e análises

quantitativas, que usem técnicas sofisticadas e ferramentas que fornecem informação extensa acerca

de uma situação ao decisor (Petersdorff, 2013).

A modelação é severamente constrangida por limitações de complexidade (Starfield et al 1993),

sendo que, de forma a conseguir modelar com sucesso pode ser necessário fazer simplificações

válidas (Petersdorff, 2013). Esta necessidade de simplificação da realidade reforça a necessidade de

validar os modelos desenvolvidos. A validação de um modelo, de acordo com Kleijnen (1995)

consiste em determinar se um modelo conceptual é uma descrição adequada do sistema a ser

estudado. Validação é correntemente considerada como o nível ao qual o modelo representa

fielmente o sistema (Petersdorff, 2013). No entanto, Robinson (2004) argumenta que faz muito mais

sentido prático que se exija que o modelo capture fielmente o comportamento do sistema apenas na

extensão pretendida pelos objetivos do estudo de simulação.

O impacto causado pela falha de sistemas de drenagem de águas residuais e pluviais depende de

vários fatores, sendo que cada caso é único. A tomada de decisão acerca da reabilitação dos

mesmos deve ter em consideração dois fatores, o impacto causado pela falha de um determinado

coletor e a sua condição. O impacto da falha baseia-se na verosimilhança de falha e na gravidade

23

das consequências resultantes. A classificação comparativa do impacto de falha é utilizado em

conjunto com a classificação da condição de forma a providenciar uma forma lógica e sistemática que

permita determinar prioridades para inspeções futuras e eventuais ações de reabilitação de coletores

(Zhao et al, 2001).

2.4.2 Priorização de ativos

O elevado valor patrimonial das infraestruturas que constituem os sistemas de drenagem de águas

pluviais, os avultados investimentos em jogo e a escassez de recursos disponíveis para a sua

reabilitação levam à necessidade de estabelecer prioridades quanto à aplicação desses recursos

devidamente em projetos. Desta forma, pretende-se atingir uma rentabilização e maximização das

infraestruturas já construídas, assegurando a sua sustentabilidade económica e financeira, a médio e

longo prazo. Este desafio revela-se bastante complexo devido ao conflito de interesses entre as

entidades envolvidas como políticos, acionistas, técnicos e clientes finais. Da perspetiva técnica,

elabora-se um mapa de infraestruturas com a classificação de zonas segundo o risco, estabelecendo-

se para isso o risco associado a cada troço de coletor. Utilizam-se estes mapas para priorizar as

ações de inspeção aos coletores, inspecionando-se em primeiro lugar os de maior risco, caso

nenhuma outra informação o impeça (Gomes, 2013; Almeida e Cardoso, 2010).

De acordo com Lovely (2010) e o WRc (2001), um ativo pode ser identificado como critico ou não

crítico de acordo com as consequências que podem ocorrer com a sua falha, ou seja, os ativos que

em caso de falha podem provocar consequências mais prejudiciais e com maior significância são

considerados como ativos críticos. No entanto, Veigas (2007) defende que ativos críticos são aqueles

com maior importância na capacidade de fornecer o serviço prestado, todos os que apresentam

grande importância estratégica e dos quais depende o bom funcionamento do sistema. Verifica-se

ainda que para Syachrani et al. (2013) a criticidade de um ativo depende não só da verosimilhança de

ocorrência de falha mas também da potencial magnitude do impacto causado, sendo considerados

como ativos críticos os que apresentam relação mais desfavorável entre as consequências e a

verosimilhança de falha, que se traduz no maior risco de falha. Considera-se na elaboração da

presente dissertação a definição apresentada por Syachrani et al. (2013).

24

25

3 Ferramenta de apoio à tomada de decisão

3.1 Considerações gerais

Com a crescente complexidade e envelhecimento das infraestruturas de drenagem pluvial, a par do

aumento dos requisitos de desempenho dos sistemas decorrentes de alterações de contexto diversas

(e.g., alterações climáticas; meios urbanos mais complexos e sensíveis), as abordagens de gestão

reativas têm vindo a ser substituídas pelas pró-ativas. Com o aumento de restrições de recursos e

tendo em consideração a incerteza inerente à gestão destas infraestruturas, as abordagens pró-ativas

têm evoluído de abordagens baseadas na idade, para baseadas na condição e, mais recentemente,

para as baseadas no risco.

A metodologia, bem como a sua aplicação para desenvolver a ferramenta de apoio à decisão na

gestão de sistemas de drenagem pluvial, foi concebida tendo em conta o contexto particular da

Cascais Próxima, E.M., S.A..

A Cascais Próxima, constituída em 1999, é uma empresa municipal cujo capital é detido na totalidade

pelo Município de Cascais desde 2002. A sua missão consiste em compatibilizar a atividade de

intervenção urbana com os interesses estratégicos do Município, não descurando a qualidade dos

seus serviços e a procura por uma melhoria continua, dignidade e conforto crescentes das condições

de vida das populações do conselho. Engloba, no seu objetivo social, a gestão integrada da

mobilidade no concelho de Cascais, sendo que para tal efetua a prestação de vários serviços, desde

a construção e manutenção de infraestruturas e equipamentos urbanos, elaboração de projetos de

arquitetura e engenharia até lançamento, execução e fiscalização de empreitadas de obras

municipais.

No âmbito das suas responsabilidades, a Cascais Próxima assume a gestão do sistema de drenagem

pluvial do concelho de Cascais. Atualmente, a gestão do sistema de drenagem pluvial segue uma

política de ação reativa, sendo as intervenções despoletadas por ocorrências associadas a pedidos

de reparações por parte da Cascais Próxima ou da Câmara Municipal. No seguimento da ocorrência

elabora-se um relatório de obra associado à mesma, apresentando uma folha de cálculo e contendo

toda a informação relativa às atividades efetuadas. A resposta dada corresponde a uma operação de

inspeção levada a cabo por dois veículos, sendo que um procede a uma inspeção por CCTV, e o

outro efetua a intervenção adequada à natureza da ocorrência reportada, seja ela entupimento ou

colapso do coletor. Após a primeira intervenção volta-se a inspecionar, novamente com recurso a

CCTV, para verificar se o trabalho foi bem efetuado. Se necessário procede-se novamente à

realização da operação adequada. Este processo repete-se até se verificar que o coletor ficou

totalmente reparado.

A Cascais Próxima é uma empresa com um corpo jovem e que “herdou” um sistema existente.

Apesar de ter vindo a intervir regularmente na rede desde a sua criação, existem limitações

26

importantes de informação sobre o sistema (cadastro, condição), pelo que a ferramenta foi concebida

tendo em conta este contexto particular.

3.2 Metodologia para desenvolvimento da ferramenta

A ferramenta que se propõe visa contribuir para a implementação de uma abordagem pró-ativa na

gestão dos componentes das infraestruturas de drenagem pluvial, nomeadamente os coletores,

mediante a sua priorização em termos da necessidade relativa de intervenção em função do risco de

falha. A ferramenta foi desenvolvida partindo de um contexto de escassez de informação, cenário que

se verifica em muitos municípios do país, pelo que a avaliação do risco é semi-quantitativa e a análise

da verosimilhança e consequência de falha pericial, complementada com contribuições documentais

e bibliográficas. A metodologia para o desenvolvimento da ferramenta envolveu definir:

A escala do nível de risco dos troços de rede de drenagem pluvial.

O método para avaliar a verosimilhança de falha dos troços de rede de drenagem pluvial.

O método para avaliar a consequência da falha dos troços de rede de drenagem pluvial.

A escala do nível de risco foi definida com base numa matriz do risco semi-quantitativa. Esta

ferramenta permite combinar num formato matricial a verosimilhança (usualmente quantificada como

probabilidade) com a magnitude das consequências da falha, proporcionando uma visualização fácil

dos diferentes níveis de risco considerados. As matrizes do risco mais correntes são de 3 por 3 ou 5

por 5, correspondentes a utilizar escalas de 3 ou 5 categorias para definir a verosimilhança e as

consequências. No âmbito da presente dissertação considerou-se uma matriz do risco de 5 por 5 com

4 níveis de risco (Tabela 3.1).

Tabela 3.1 - Matriz de risco adotada para quantificação do nível de risco

Consequências de falha

1 2 3 4 5

Vero

sim

ilh

an

ça d

e

falh

a

1 Risco reduzido Risco reduzido Risco médio Risco médio Risco médio

2 Risco reduzido Risco médio Risco médio Risco elevado Risco elevado

3 Risco médio Risco médio Risco elevado Risco elevado Risco elevado

4 Risco médio Risco elevado Risco elevado Risco elevado Risco muito elevado

5 Risco médio Risco elevado Risco elevado Risco muito elevado

Risco muito elevado

O método para avaliar a verosimilhança de falha bem como das consequências de falha é idêntico.

Em ambos os casos recorreu-se a uma abordagem de decisão multicritério de cariz pericial, na qual

são classificados um conjunto de indicadores caracterizadores da verosimilhança e das

consequências de falha, recorrendo ao uso do programa Excel. Os indicadores e a sua importância

relativa foram obtidos através da realização de inquéritos, tendo envolvido as seguintes etapas

principais:

27

Identificação de fatores e parâmetros do risco.

Definição de categorias.

Determinação de pesos.

A primeira etapa consistiu na identificação dos fatores e parâmetros com influência na verosimilhança

e nas consequências de falha. Neste âmbito, foram consideradas separadamente as intervenções de

operação e manutenção, concretamente limpeza, e as intervenções de reabilitação, nomeadamente a

colocação de revestimentos interiores pontuais ou contínuos ou a substituição do componente.

Assim, define-se um entupimento como a falha relacionada com operação e manutenção do sistema

(O&M), correspondente a uma deficiência funcional, e um colapso como a falha mais representativa

para reabilitação (R), correspondente a uma deficiência física. Note-se que as falhas referidas

correspondem aos casos limites, existindo diferentes níveis de obstrução até à ocorrência de um

entupimento e variadas anomalias (e.g., fendas, fissuras, deformações) percursoras do colapso.

O nível de risco dos troços de coletor foi definido exclusivamente em função do risco associado ao

coletor, tendo-se assumido que o risco de falha do coletor seria idêntico ao da câmara de visita de

montante em cada troço. Esta opção cria conjuntos únicos de coletor-câmara de visita, na medida em

que numa rede ramificada podem existir vários coletores com a mesma câmara de visita de jusante,

mas câmara de visita a montante é única para cada coletor. A operacionalização da ferramenta

obrigou a que os fatores e parâmetros fossem avaliados de forma descontínua por categorias

representativas de “peso” idêntico para a verosimilhança ou consequência de falha.

Na última etapa, foram atribuídos pesos aos fatores de risco, aos respetivos parâmetros e às diversas

categorias, representativos da sua importância relativa para a verosimilhança e consequência de

falha. Na atribuição dos pesos dos fatores recorreu-se ao processo hierárquico analítico, enquanto

para os parâmetros e categorias os pesos foram determinados diretamente, impondo apenas que a

sua soma fosse unitária. Esta opção prendeu-se com a morosidade de construir as matrizes de

comparação par-a-par necessárias no processo analítico hierárquico.

Após a definição dos fatores, parâmetros e categorias, bem como dos respetivos pesos, recorreu-se

à Equação 1 para determinar a classificação de cada coletor em relação à verosimilhança de falha e

às consequências de falha para o caso de entupimento e de colapso, separadamente.

𝐶𝑙𝑎𝑠𝑠𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎çã𝑜 =∑[𝐾𝑛 × [∑(𝑃𝑛𝑚 × 𝑎𝑛𝑚𝑖)]] (1)

Tem-se que cada fator se divide em diversos parâmetros e cada parâmetro é definido pela categoria

que caracteriza a situação em que se encontra o coletor a ser avaliado. Assim, para a aplicação da

Equação 1 utilizam-se os valores correspondentes aos pesos definidos, sendo que “K” corresponde

ao peso de cada fator, “P” define o peso de cada parâmetro e “a” traduz o peso de cada categoria. A

Tabela 3.2 pretende ilustrar como os valores dos pesos estão interrelacionados, uma vez que de

28

entre os “n” fatores, cada um se divide em “m” parâmetros e por sua vez cada parâmetro pode ser

definido por uma das “i” categorias.

Tabela 3.2 – Interrelação entre pesos dos fatores, parâmetros e categorias

K1 … Kn

P11 P1m … Pn1 Pnm

a111 a11i a1m1 a1mi … an11 an1i anm1 anmi

A aplicação da ferramenta elaborada, ainda que tendo sido formulada para redes de coletores de

drenagem de águas pluviais, não está limitada a estes ativos. No entanto, pode ser necessário o

ajuste ou modificação de indicadores ou de ponderações de forma a atender às especificidades de

cada sistema em particular. Adicionalmente, salienta-se que as significativas melhorias em termos de

informação registadas nas últimas décadas, designadamente decorrentes da generalização dos

sistemas SIG como ferramentas de cadastro e a possibilidade de avaliação da condição dos

componentes enterrados que a vulgarização de técnicas como a inspeção por CCTV (Closed Circuit

Television) possibilitaram, permitirá aumentar a sofisticação da ferramenta no futuro.

3.3 Definição dos fatores e parâmetros do risco de verosimilhança de falha

A verosimilhança de falha dos coletores foi associada a propriedades físicas, operacionais e

ambientais através de parâmetros determinados no seguimento da análise de literatura efetuada e

com o auxílio de técnicos da Cascais Próxima. Os parâmetros foram agrupados em dois fatores em

função da sua origem, designadamente os parâmetros associados às “Características do sistema” e

às “Características da envolvente”.

Os parâmetros incluídos nos inquéritos foram selecionados com base na análise da literatura, tendo

sido solicitado aos técnicos sugestões de parâmetros adicionais considerados pertinentes e

identificação de parâmetros existentes considerados irrelevantes para o contexto particular em que a

ferramenta foi desenvolvida. Neste processo, foi identificado como um parâmetro de relevância para a

avaliação da verosimilhança de falha que se considerasse a localização relativa do troço em questão

na rede, ou seja, se este se localiza no início da rede ou mais próximo do meio recetor. Tal

consideração pode ser pertinente na realização de trabalhos futuros.

Tendo em consideração a diversidade de situações que podem existir num sistema de drenagem e o

contexto de escassez de informação para o qual a ferramenta foi desenvolvida, revelou-se

impraticável avaliar os parâmetros de forma contínua. Como tal, a distinção da probabilidade de

ocorrência de falha foi efetuada por categorias representativas das diferentes situações em que os

coletores se encontram, assumindo-se igual probabilidade de falha dos coletores dentro da mesma

categoria. Desta forma, definiram-se pelo menos duas categorias para cada parâmetro, sendo que

29

uma representa uma situação em que não há agravamento da probabilidade de falha, relativamente à

probabilidade de falha de referência, e outra em que há um aumento desta probabilidade.

A probabilidade de falha de referência é um valor que pode variar de sistema para sistema

dependendo das características de cada um. Como tal, a metodologia pretende avaliar a diferença de

probabilidade e não a probabilidade de falha em si. A nível internacional, é usual a referência a vidas

úteis dos coletores entre 50 a 100 anos, a que correspondem probabilidades de falha de 1% a 2% por

ano. No entanto, existem inúmeros exemplos tanto de coletores com idades superiores a 100 anos

ainda em perfeitas condições (e.g., coletores na Baixa Pombalina, em Lisboa) como de coletores com

idades inferiores a 50 anos fortemente degradados (e.g., vários troços da rede de drenagem de

Alcanena).

3.3.1 Características do sistema

No que concerne às características do componente do sistema, mais precisamente do coletor,

identificaram-se os seguintes parâmetros caracterizadores:

Diâmetro.

Profundidade.

Idade.

Material.

Inclinação.

Número de conexões laterais.

Condição do terreno/ tipo de solo.

Número de ocorrências no passado.

Considera-se como primeira característica do sistema o diâmetro dos coletores. Dependendo do

material utilizado, existe um grande leque de diâmetros disponíveis que podem variar entre 100 mm e

1200 mm, no caso analisado. A revisão bibliográfica efetuada indicou e os técnicos da Cascais

Próxima atestam, em teoria seria esperado que os diâmetros de menor dimensão tivessem uma

maior tendência a sofrerem obstruções e simultaneamente serem mais suscetíveis a ruturas.

Contudo, verifica-se que, na prática, não é nos menores diâmetros que ocorrem o maior número de

obstruções, mas sim entre os 300mm e os 600mm. No caso particular do sistema de drenagem

pluvial do município de Cascais existe uma situação específica associada a falhas mais frequentes

decorrente da substituição de antigas sarjetas superficiais de pedra por sumidouros modernos

mantendo, no entanto, a estrutura interior sem que esta sofra nenhuma reabilitação. Esta situação

leva à ocorrência de entupimentos com maior regularidade. Os diâmetros de coletores tipicamente

utilizados nestas situações são de 300mm. Já os coletores de maiores diâmetros tendem a

apresentar menores taxas de falha. Esta situação pode ser explicada pela sua construção coincidir,

usualmente, com empreitadas de maior valor, mais recentes e constituírem trechos chave nas redes.

Consequentemente, nestes casos tende a haver mais recursos para garantir e controlar a qualidade

na sua construção. Definiram-se quatro categorias que correspondem a diferentes gamas de

30

diâmetros correspondentes aos utilizados no caso de estudo considerado e que se assemelham aos

usados por outros autores:

<300mm

≤ 300 - 600mm <

≤ 600 – 1000 mm<

≥ 1000mm

A profundidade a que se encontra instalado o coletor terá influência na verosimilhança de falha

devido às cargas que nele atuam. Os coletores são solicitados por cargas variáveis decorrentes de

sobrecargas superficiais, nomeadamente a passagem de veículos pesados, e cargas permanentes

resultantes do peso do solo. As cargas variáveis são mais influentes no caso dos coletores mais

superficiais, enquanto as cargas permanentes ganham maior preponderância nos coletores mais

profundos. De um modo geral, e no caso do sistema de drenagem pluvial do município de Cascais

em particular, as primeiras são mais relevantes. Desta forma, definiram-se as três seguintes

categorias, com diferentes probabilidades de falha, que correspondem a três intervalos de

profundidade:

1 – 2 m ≤

< 2 – 3 m ≤

< 3 – 6 m

A idade é um parâmetro indireto no sentido em que traduz o maior ou menor tempo de exposição do

coletor aos agentes de degradação e, consequentemente, a maior ou menor degradação. A influência

da idade na verosimilhança de falha é frequentemente traduzida através do tempo de vida útil do

ativo. Contudo, este último depende não apenas da idade, mas também das características da

envolvente e do coletor, nomeadamente o material e a qualidade/tecnologia construtiva. A idade pode

permitir prever satisfatoriamente processos de degradação graduais, mas os coletores podem

também falhar devido a eventos pontuais ou acelerados com pouca relação com a idade (e.g., uma

carga superficial excecionalmente elevada; alteração da estabilidade do terreno devido a uma obra

subterrânea nas proximidades do coletor). Uma vez que em diferentes épocas se utilizaram diferentes

materiais e métodos construtivos, a influência da idade na verosimilhança de falha foi associada à

época construtiva. No caso do município de Cascais, verificou-se que os coletores construídos

durante os anos 80 e 90 são os que sofrem mais falhas. Neste período houve uma grande expansão

de construção a um ritmo acelerado, o que poderá ter levado a práticas construtivas menos rigorosas.

Até aos anos 50 faziam-se caneiros ao ar livre que transportavam as águas da chuva. Hoje em dia

esses caneiros foram tapados, mas mantém-se a construção inicial, sendo por isso o segundo

período identificado com maior ocorrência de falhas. O período correspondente aos anos 60 e 70

apresenta-se como a categoria seguinte em termos da verosimilhança de falha. Por fim, o período

que apresenta menor ocorrência de falhas é a partir dos anos 2000. Contudo, estes coletores sendo

mais recentes podem ainda não ter começado a manifestar as falhas, mas com o aumento do

conhecimento sobre o comportamento dos materiais dos coletores e com a crescente normalização e

31

fiscalização das empreitadas, seria expectável uma melhoria do desempenho dos coletores. Assim,

definiram-se as seguintes categorias para a avaliação da idade como parâmetro caracterizador do

sistema:

Até anos 50

Anos 60 e 70

Anos 80 e 90

Depois de 2000

O material constituinte do coletor é também uma característica de relevância a ter em conta na

análise apresentada, uma vez que coletores feitos de diferentes materiais têm mecanismos de falha

diferentes e tempos de vida útil distintos. Verifica-se que na rede em análise se encontram

maioritariamente coletores de betão e de polipropileno corrugado (PP). É utilizado policloreto de vinilo

(PVC) na construção de ramais de ligação. Coletores feitos de betão armado são raramente

utilizados, tal como os de ferro. Encontram-se ainda coletores de grés e de fibrocimento na rede. Os

materiais cimentícios, como o betão e o fibrocimento, bem como os cerâmicos, ou seja, o grés,

apresentam elevada fragilidade, sofrendo por isso mais fraturas comparativamente com os materiais

plásticos. Cerca de 90% das fraturas ocorrem em coletores de betão. Definiram-se assim duas

categorias distintas, sendo que não se considerou necessário incluir o betão armado e o ferro pois a

sua existência na rede é rara ou mesmo inexistente:

Materiais cimentícios e cerâmicos, onde se incluem coletores construídos em betão,

fibrocimento ou grés.

Materiais plásticos, referente a coletores feitos em polipropileno corrugado ou policloreto de

vinilo.

De referir que os materiais utilizados são relacionados com a época construtiva e, portanto, com a

idade dos coletores. Por um lado, as tubagens poliméricas só foram desenvolvidas e a sua utilização

vulgarizada mais recentemente. Por outro, existe a tendência para preferir determinadas tubagens em

detrimento de outras por fases temporais em função de fatores como o custo, disponibilidade, a moda

ou experiência.

O valor de inclinação, ou declive, do coletor relaciona-se com a probabilidade de ocorrência de falha

uma vez que tem influência na velocidade de escoamento e, consequentemente na tensão de

arrastamento. Assim, para o mesmo diâmetro, a velocidade de escoamento aumenta com a

inclinação, diminuindo a probabilidade de ocorrência de entupimentos. Coletores mais inclinados

tendem a apresentar melhor condição hidráulica. Existem situações em que, limitações da topografia

ou a existência de obstáculos exigem a implantação de coletores com declives inferiores a 1%, sendo

que o “Regulamento Geral dos Sistemas Públicos e Prediais de Distribuição de Água e de Drenagem

de Águas Residuais” indica como valor mínimo 0,3% de inclinação. Nestes casos, as dificuldades de

execução e/ou eventuais assentamentos dos coletores podem resultar em zonas com inclinações

nulas ou mesmo negativas. Seguidamente tem-se o conjunto de coletores que apresentam entre 1%

32

e 4% de inclinação e que correspondem a cerca de 80% da rede de drenagem. Entre os 4% e os

10% de inclinação verificam-se algumas ocorrências de falhas. Para valores acima de 10% a

ocorrência de falhas é rara, sendo que, o regulamento referido estabelece 15% de declive máximo.

Desta forma definiram-se as seguintes categorias:

1% <

≤ 1 – 4 % <

≤ 4 – 10% <

≤ 10 – 15%

O número de conexões de um coletor terá também influência na verosimilhança de ocorrência de

falha uma vez que numa situação em que as ligações são feitas diretamente no coletor, em oposição

a serem feitas através da câmara de visita, o coletor torna-se mais frágil pois a sua estabilidade é

afetada. Tal facto é especialmente problemático em coletores de betão ou grés antigos. As juntas

inevitavelmente criadas constituem pontos fracos mais susceptíveis à entrada de raízes, afluências

ou exfluências que arrastem os finos dos solos e desestabilizem os coletores, entre outras possíveis

ocorrências. Tem-se como situação menos problemática que não exista nenhuma conexão lateral.

Uma vez que quanto maior for o número de conexões, maior será a probabilidade de ocorrência de

falha, consideram-se quatro cenários distintos em que se varia o número de conexões existentes:

+3

2

1

0

Verifica-se que a condição do terreno onde se insere um coletor tem influência na sua maior ou

menor aptidão a sofrer falhas. Tal justifica-se pois em zonas impermeáveis a água não é absorvida

pelo solo, sendo encaminhada na totalidade para o sistema de drenagem, o que resulta em maior

propensão à ocorrência de falha. Por outro lado, nos solos permeáveis existe sempre alguma

absorção por parte do terreno. Neste contexto definiram-se dois cenários:

Terreno permeável.

Terreno impermeável.

O número de falhas ocorridas no passado ou histórico de falhas é um fator importante para prever

falhas futuras. Tal pode ser justificado por operações de reparação mal executadas, tais como

pressões decorrentes do reenchimento dos coletores após operações de correção ou movimentos de

solo causados por escavações, enchimento ou movimento de veículos pesados. O facto de os

coletores instalados no mesmo local apresentarem geralmente a mesma idade, material, método

construtivo utilizado, estando ainda sujeitos às mesmas condições de corrosão externas e internas

sugere que num local onde uma parte do coletor falha, haja tendência a ocorrerem mais falhas. A

ocorrência de falha é mensurada pela sua periodicidade, definindo-se assim o caso menos

problemático de não haver registo de nenhuma ocorrência, situação mais provável em coletores

33

recentes, em oposição a ocorrerem várias falhas no mesmo ano. Consideram-se quatro situações

relativas a este subfactor com diferentes impactos na probabilidade de ocorrência de falha:

Mais de 3 ocorrências por ano, registo de ocorrências em média mais de três vezes por ano.

2 ocorrências por ano, registo de ocorrências em média duas vezes por ano.

1 ocorrência por ano, registo de ocorrências em média uma vez por ano.

0 ocorrências, não há registo de nenhuma ocorrência.

3.3.2 Características da envolvente

A influência das características da envolvente no desempenho dos coletores foi agrupada em dois

parâmetros:

Ações à superfície ou nas imediações.

Atividades e ocupação à superfície.

As ações à superfície, nomeadamente a intensidade e natureza do tráfego automóvel, afetam os

coletores. Este parâmetro relaciona-se com a profundidade do coletor, na medida em que este será

tanto mais afetado quanto mais superficial for a sua implantação. Na ausência de estudos de tráfego

detalhados, relacionou-se a Acão superficial decorrente do tráfego com a hierarquia da rede

rodoviária do concelho de Cascais, que se encontra organizada nos seguintes níveis:

Nível 1 – Rede supraconcelhia.

Nível 2 – Rede estruturante e de distribuição principal.

Nível 3 – Rede de distribuição secundária.

Nível 4 – Rede de distribuição local ou de proximidade.

Nível 5 – Acesso local.

Os níveis hierárquicos da rede rodoviária correspondem a intensidades de tráfego decrescentes, pelo

que o agravamento da verosimilhança de falha será menor nas vias de nível 5, visto que nestas a

circulação de veículos pesados é pouco provável e a ocorrer será pontual e efetuada a velocidades

relativamente menores. De acordo com a informação pericial recolhida, as vias que constituem a rede

estruturante e de distribuição são as que apresentam maior potencial de afetar o sistema de

drenagem pluvial. O racional para esta situação prende-se com a elevada intensidade de tráfego

pesado que estas vias apresentam sem que, frequentemente, tenham sido concebidas para tal. As

vias de nível 1, apesar de receberem também uma grande intensidade de veículos pesados, foram

concebidas e construídas tendo em consideração essa situação. Adicionalmente, tendem a ter uma

manutenção mais regular, o que resulta em menores ações sobre os componentes da rede de

drenagem pluvial.

No âmbito das ações nas imediações, considerou-se que obras realizadas no subsolo das

imediações dos coletores analisados pudessem ter influência na ocorrência de falha, decorrente da

potencial alteração de equilíbrio de tensões no terreno. No entanto, ao analisar esta questão com os

técnicos da Cascais Próxima optou-se por omitir este parâmetro. Para além das dúvidas por parte

34

dos técnicos relativamente à relevância desta questão, verificou-se que a informação disponível não

permitia a sua operacionalização na ferramenta.

Desta forma, estando este parâmetro apenas relacionado com o nível hierárquico da rede rodoviária,

foram definidas as seguintes categorias:

Nível 1, correspondente a um coletor localizado numa zona de rede supraconcelhia.

Nível 2, correspondente a um coletor localizado numa zona de rede estruturante e de

distribuição principal.

Nível 3, correspondente a um coletor localizado numa zona de rede de distribuição

secundária.

Nível 4, correspondente a um coletor localizado numa zona de rede de distribuição local ou

de proximidade.

Nível 5, correspondente a um coletor localizado numa zona de acesso local.

Dentro das atividades e ocupação à superfície potencialmente relevantes para a verosimilhança de

falha dos coletores do sistema de drenagem pluvial, destacam-se a presença de certos tipos de

vegetação e a existência de terrenos rústicos. A presença de árvores de grande porte, ou outro tipo

de vegetação com raízes de grandes dimensões, pode contribuir para o aumento da verosimilhança

de falha, tanto em termos de colapsos como de entupimentos, quando há intrusão das raízes nos

coletores. Os terrenos rústicos podem constituir fontes importantes de detritos (e.g. areias) que ao

serem arrastadas para o sistema de drenagem durante os eventos pluviométricos aumentam a

probabilidade de ocorrência de entupimentos ou a redução da capacidade de vazão do sistema.

Consideram-se assim três categorias representativas de situações possíveis:

A de maior impacto, denominada como “Impacto elevado”, consiste em verificarem-se os dois

casos anteriores, ou seja, um coletor encontrar-se numa zona com presença de árvores de

grande porte e, simultaneamente, areias e detritos.

Como situação de menor impacto refere-se a não ocorrência de nenhuma das duas

situações, ou seja, a situação é “Não aplicável”.

O cenário de “Impacto médio” em que se verifica a ocorrência de apenas uma das situações

descritas.

3.4 Definição dos fatores e parâmetros do risco das consequências de falha

De forma a avaliar as consequências de falha de coletores utilizaram-se parâmetros relacionados

com características sociais, ambientais, operacionais e relacionados com a complexidade de

renovação. A determinação destes parâmetros foi também feita através da pesquisa bibliográfica e

com o auxílio de técnicos da Cascais Próxima. Assim, agruparam-se os parâmetros em cinco fatores

distintos, nomeadamente, “Características do sistema”, “Características da envolvente”, “Proximidade

a vias de comunicação”, “Natureza predominante da atividade humana” e “Condicionantes à

intervenção”.

35

Tal como no subcapítulo anterior, e pelas mesmas condicionantes, a distinção das consequências de

falha foi feita de forma descontínua, com recurso a categorias que visam representar as diferentes

situações em que se poderão encontrar os coletores analisados, sendo atribuído o mesmo grau de

gravidade a coletores dentro da mesma categoria.

3.4.1 Características do sistema

As características do sistema relevantes para as consequências de falha incluem:

Diâmetro.

Profundidade.

Número de conexões laterais.

Condição do terreno/ tipo de solo.

O diâmetro, juntamente com a inclinação, está diretamente relacionado com a capacidade hidráulica

dos coletores e, consequentemente, a área que drenam. Especialmente quando localizados em

zonas mais planas, a falha de coletores de maiores dimensões apresenta um potencial superior para

afetar as estruturas e infraestruturas envolventes e com maior severidade. Embora dependam

também da topografia, as consequências associadas a inundações decorrentes do colapso ou

entupimento de coletores aumentam com diâmetro do coletor. Adicionalmente, no caso de colapso,

os danos resultantes e a extensão das reparações aumentam com o diâmetro do coletor. Neste

sentido, definiram-se os mesmos intervalos que foram determinados para o caso de verosimilhança

de falha, atribuindo-se maior gravidade ao intervalo que inclui diâmetros superiores e menor

gravidade aos coletores menores:

<300 mm

≤ 300 – 600 mm <

≤ 600 – 1000 mm <

≥ 1000 mm

Considera-se que a profundidade é também uma característica do sistema relevante para a avaliação

das consequências de falha. No caso de rotura, o aumento da profundidade do coletor pode, por um

lado, aumentar a área afetada e, por outro, tornar as intervenções de reparação mais complexas. A

maior complexidade de reparação pode implicar custos acrescidos e maior duração das intervenções.

Este segundo aspeto pode aumentar a probabilidade de ocorrerem inundações. Utilizam-se os

mesmos intervalos definidos relativamente à verosimilhança de falha para a diferenciação do impacto

da profundidade nas consequências de falha, atribuindo-se maior peso às maiores profundidades e

respetivamente menor peso às profundidades inferiores:

1 – 2 m ≤

< 2 – 3 m ≤

< 3 – 6 m

36

Determina-se que o número de conexões laterais tem também influência no agravamento das

consequências de falha que ocorrem em sistemas de drenagem de águas pluviais. Quanto mais

conexões forem estabelecidas maior será o impacto causado uma vez que maior número de

utilizadores será servido e consequentemente maior será o caudal transportado. Consideraram-se

mais uma vez os intervalos determinados relativamente a este mesmo parâmetro e à sua influência

na verosimilhança de falha:

+3

2

1

0

Identifica-se como última característica do sistema a condição do terreno. Avalia-se este parâmetro

através da permeabilidade do terreno. Em situações de terreno permeável, qualquer inundação que

ocorra causará danos de menor dimensão pois a água terá capacidade de se infiltrar no terreno. Em

oposição, tratando-se de um terreno impermeável não haverá nenhuma opção de saída de água,

ficando esta em acumulação. Adicionalmente a quantidade de trabalhos de reparação da envolvente

(e.g. reparação do pavimento) a efetuar será superior em caso de terreno impermeável. Foram assim

definidas as mesmas categorias que anteriormente:

Terreno permeável.

Terreno impermeável.

3.4.2 Características da envolvente

Definiram-se como parâmetros de importância relativamente às características da envolvente os

seguintes:

Densidade da ocupação

Zonas ambientalmente sensíveis

A densidade de ocupação humana representa um dos parâmetros relativos às características da

envolvente com influência na gravidade das consequências decorrentes da falha de um coletor. A

ocorrência de uma obstrução ou colapso pode provocar inundações que causem danos nas

infraestruturas envolventes. Os danos numa infraestrutura em particular dependerão das

características da mesma, mas analisando a uma escala maior a extensão total dos danos tenderá a

aumentar com a densidade de ocupação da zona afetada. Estes danos serão tão maiores quanto

mais intensa for a ocupação na zona em questão. Assim, definiram-se dois níveis de impacto,

constituindo dois cenários distintos.

O cenário de impacto reduzido inclui coletores localizados em zonas rurais. Nesta situação, o

impacto considera-se reduzido uma vez que na existência de poucas infraestruturas os danos

que possam ocorrer serão pouco relevantes.

37

O cenário de impacto elevado corresponde às zonas urbanas em que a ocorrência de uma

falha causará danos consideráveis e prejuízos que podem atingir grandes quantias

Uma vez que o conselho de Cascais se encontra no litoral, fazendo parte do seu território várias

ribeiras que nascem na serra de Sintra e desaguam no mar, considera-se que a ocorrência de falhas

em coletores próximos de zonas ambientalmente sensíveis é uma questão relevante na quantificação

da gravidade de consequências de falha. O funcionamento deficiente do sistema de drenagem pode

resultar na contaminação de linhas de água ou outras zonas sensíveis. Neste contexto definiram-se

três categorias distintas:

“Impacto elevado” corresponde à situação de uma falha ocorrer em zona costeira. As zonas

próximas do mar levam à ocorrência de consequências mais gravosas pois é nesta zona que

a rede finaliza e por isso é aqui que se encontram os maiores diâmetros, maior caudal e

maiores profundidades. Considera-se que um coletor se encontra próximo da linha de costa

se estiver num raio de 50m, correspondente à zona de domínio hídrico.

“Impacto médio” consiste na hipótese da falha decorrer na proximidade de uma ribeira,

considerando-se também a zona de domínio hídrico que neste caso corresponde a 10m.

“Não aplicável” caso a falha ocorra numa zona que não se inclui em nenhuma das situações

descritas.

3.4.3 Proximidade a vias de comunicação

A proximidade a vias de comunicação distingue-se através do tipo de rede apresentada, podendo

encontrar-se no conselho de Cascais as seguintes:

Rede viária principal, rede rodoviária nacional (IP's e IC's) e rede nacional de autoestradas.

Rede viária secundária, estradas municipais.

Rede ferroviária.

Outros, outros tipos de vias possíveis, tais como vias de circulação pedonal e ciclovias

Uma vez que as vias de comunicação são elementos fundamentais nas sociedades desenvolvidas,

qualquer ocorrência de falha num coletor próximo destas causará perturbações ao seu normal

funcionamento. A gravidade dessas consequências dependerá do tipo de via afetado. Desta forma,

uma vez que a classificação dos parâmetros já tem em conta a importância relativa de cada um, as

categorias definidas apenas distinguirão se os coletores se encontram ou não na situação em

questão. Ou seja, cada subfactor terá duas categorias possíveis, “Aplicável” ou “Não aplicável”. A

distinção entre os diferentes tipos de via foi feita tendo em consideração que quanto maior for o

número de pessoas prejudicadas por uma falha, maior serão os impactos gerados. Neste contexto

tem-se que diferentes vias apresentam diferentes níveis de consequências de falha em função da sua

importância e dos volumes de tráfego correspondentes.

38

3.4.4 Natureza predominante da atividade humana

O fator em análise distingue os seguintes parâmetros referentes à natureza predominante da

atividade humana na zona potencialmente afetada pela falha do sistema de drenagem:

Residencial.

Comercial e serviços.

Industrial.

Educacional (escolas e creches).

Saúde (hospital e centros de saúde).

Turística e lazer.

Tal como já mencionado, a ocorrência de falhas no sistema de drenagem de águas pluviais provocará

danos nas infraestruturas existentes nas proximidades do coletor em questão. Desta forma, a

ocorrência de uma falha terá influência nas atividades diárias das populações sendo que a gravidade

das consequências vai depender da natureza das atividades e serviços a ocorrer nessas

infraestruturas. A importância deste critério prende-se com a possibilidade das falhas ocorridas

puderem implicar a suspensão forçada de atividades, provocando prejuízos consideráveis. Uma vez

que na definição dos pesos de cada parâmetro também já se distinguiu a diferença de gravidade dos

diferentes tipos de atividade humana, nesta etapa de definição de categorias, cada parâmetro será

apenas dividido entre “Aplicável” ou “Não aplicável”.

3.4.5 Condicionantes à intervenção

Na ocorrência de uma falha em coletores de drenagem de águas pluviais é necessário que estes

sejam reparados com a maior brevidade possível de forma a minimizar os danos causados. Desta

forma, todos os impedimentos que existam a estas operações devem ser contabilizados na avaliação

das consequências de falha. Neste contexto, o fator em questão tem como objetivo aferir o impacto

provocado por uma falha em função da localização do coletor, especificamente avaliando a existência

ou não de condicionantes ao acesso ao terreno. Este critério revela-se importante uma vez que a

ocorrência de uma falha num local de difícil acesso pode condicionar significativamente a execução

de atividades de reparação, causando problemas como o impedimento de utilização de maquinaria

pesada. Adicionalmente, numa situação de falha o fator tempo é crucial, uma vez que quanto mais

demorada for a execução de uma reparação, maiores serão os danos causados. Qualquer

impedimento ao início das atividades necessárias levará a um agravamento das consequências.

Assim, estabeleceram-se os parâmetros seguintes:

Proximidade de linhas de água.

Risco de desabamento (taludes).

Dificuldades de acesso (físicas – rede viária e topografia; humanas – incompatibilidade com

proprietários).

39

A ocorrência de uma falha num coletor próximo de uma linha de água, por se tratar de uma zona

ambientalmente sensível, leva a que se tenham de ter cuidados especiais na execução das

reparações necessárias. Os cuidados em questão podem incluir que se tenha em atenção os detritos

e outros resíduos poluentes gerados durante as operações de reparação que poderão contaminar as

linhas de água caso sejam transportados até elas. Adicionalmente, estas localizações podem causar

restrições à operação de maquinaria pesada. A área em estudo, especificamente, encontra-se à beira

mar, tendo bastante terreno de costa, e inclui também diversas ribeiras o que leva a que se tenha

este parâmetro como relevante na avaliação da gravidade de consequências de falha. Verifica-se que

uma ocorrência na proximidade da costa terá mais condicionantes ao seu acesso em comparação

com ribeiras. Neste contexto definiram-se três categorias possíveis diferenciadas pela proximidade ou

não de linhas de água:

“Impacto elevado”, caracteriza falhas na proximidade costeira. Considera-se que um coletor

se encontra próximo da linha de costa se estiver num raio de 50m, correspondente à zona de

domínio hídrico.

“Impacto médio”, tem-se uma situação de falha de coletor na proximidade de uma ribeira,

considerando-se também a zona de domínio hídrico que neste caso corresponde a 10m.

“Não aplicável”, caso o coletor avaliado não se encontre na proximidade de nenhuma linha de

água.

A localização do coletor afetado em termos de possibilidade de risco de desabamento é também um

parâmetro a ter em conta na avaliação da gravidade de consequências de falha. É de notar que, para

além das questões relativas a atividades de intervenção, em situação de colapso de um coletor

localizado em zona com risco de deslizamento podem ocorrer mobilizações de solo, tendo como

consequências não só a degradação do sustento da rede imediatamente a jusante e montante do

troço em questão, mas influenciando também todas as atividades e infraestruturas existentes na

envolvente. Distinguiram-se, relativamente ao parâmetro em questão, duas categorias de forma a

distinguir as várias situações em que se podem encontrar os coletores de uma rede de águas

pluviais:

“Aplicável”, caso o coletor se encontre numa zona com risco de desabamento definindo-se

que um terreno corre esse risco se se verificarem declives extremamente fortes, superiores a

quarenta graus. Este valor foi determinado com base na pesquisa bibliográfica efetuada.

“Não aplicável”, na situação contrária.

Como último parâmetro referente às condicionantes de intervenção tem-se as dificuldades de acesso.

Este critério justifica-se pois o impacto causado por uma falha será significativamente superior caso

haja impedimentos às atividades de reparação, uma vez que se demorará certamente mais tempo a

iniciar as operações necessárias, causando mais danos na envolvente. Podem-se verificar restrições

ao acesso a coletores por razões físicas ou por razões humanas. Em relação às restrições por razões

físicas estas podem ser causadas pelo tipo de rede viária que se encontra, ou seja, contempla-se a

possibilidade de ser necessário fazer reparações em troços que se localizam em ruas em que o

40

acesso é dificultado. No mesmo sentido, a dificuldade de acesso pode ser causada pela topografia do

terreno. Relativamente às restrições humanas considera-se a situação em que o troço da rede passa

por terreno privado em que há incompatibilidade com o proprietário. O impedimento de entrada aos

técnicos responsáveis pelas atividades de operação e manutenção faz com que exista um total

desconhecimento de certos troços da rede, o que dificulta a realização das atividades necessárias.

Definiram-se assim duas categorias referentes a este parâmetro, “Aplicável” e “Não aplicável”. Não se

considera provável que ocorram mais do que uma dessas restrições em simultâneo e por essa razão

não foram definidos mais cenários. Assim, no cenário denominado “Aplicável” considera-se a

ocorrência de pelo menos uma das seguintes situações:

Troço de rede localizado em local de dificuldade física de acesso.

Existência de incompatibilidades entre os proprietários dos terrenos e as entidades gestoras,

de tal modo que seja posta em causa a condição de vários segmentos da rede.

3.5 Definição de pesos

Para atribuir uma classificação relativa ao nível de risco dos coletores, em função da verosimilhança

de falha e do nível de consequências que uma falha pode potenciar, a ferramenta recorre à

classificação dos fatores, parâmetros e respetivas categorias através da atribuição de pesos.

Uma vez que os diferentes parâmetros analisados têm diferentes impactos no desempenho dos

sistemas de drenagem de águas pluviais é necessário atribuir ponderações pertinentes de forma a

estabelecer prioridades de intervenção.

Recorreu-se a métodos distintos para atribuir pesos aos fatores, aos parâmetros e às categorias.

Nomeadamente, a atribuição de pesos aos fatores de risco foi feita recorrendo ao processo analítico

hierárquico, enquanto para os parâmetros os pesos foram determinados diretamente, impondo

apenas que a sua soma fosse unitária.

Numa primeira fase, atribuíram-se pesos aos fatores, de acordo com os resultados dos inquéritos

realizados e com recurso ao processo analítico hierárquico. O processo analítico hierárquico,

introduzido por Thomas Saaty (1980), é uma ferramenta eficaz para lidar com tomadas de decisão

complexas e pode auxiliar o decisor a estabelecer prioridades e tomar a melhor decisão. Ao reduzir

decisões complexas a uma série de comparações em pares, e depois sintetizar os resultados, o

processo ajuda na captura dos aspetos subjetivos e objetivos da decisão.

O referido inquérito, apresentado em anexo, está dividido em duas partes, uma correspondente aos

fatores de risco relativamente à probabilidade de ocorrência de falha, admitindo que a condição é

desconhecida – não foi efetuada qualquer inspeção ao coletor, e uma segunda parte correspondente

aos fatores de risco relativamente à severidade das consequências de falha – admitindo que a falha

ocorre. Foi pedido aos inquiridos que em primeiro lugar avaliassem a importância relativa dos fatores

principais, utilizando para tal uma escala de Likert, apresentada na Tabela 3.3, relativamente a ambas

41

as partes, verosimilhança e ocorrência de falha. Seguidamente, foi solicitado que ordenassem os “n”

parâmetros, que constituem cada fator, entre si, atribuindo o valor de “1” ao subfactor de maior

importância e “n” ao de menor. Esta tarefa foi realizada relativamente a ambas as partes e

distinguindo operações de manutenção e de reabilitação.

Tabela 3.3 - Escala de Likert

Escala Importância

1/9 Extremamente inferior

1/7 Muito inferior

1/5 Inferior

1/3 Moderadamente inferior

1 Igual

3 Moderadamente superior

5 Superior

7 Muito Superior

9 Extremamente superior

Pode-se usar os valores ½, ¼, 1/6, 2, 4 e 6 para representar pontos intermédios de importância

relativa.

Na Tabela 3.4 apresenta-se a caracterização dos sujeitos inquiridos, todos colaboradores da Cascais

Próxima.

Tabela 3.4 - Caracterização dos sujeitos inquiridos

Código Formação Cargo Anos de

experiência

E1 Engenheiro civil e mestre em estruturas/construção

Chefe de Divisão de Gestão de Infraestruturas de Águas Pluviais

10

E2 Engenheiro civil e mestre em recuperação e conservação do património construído

Diretor do Departamento de Intervenção no Espaço Público e Regeneração Urbana

12

E3 Mestre em engenharia geológica e de minas

Engenheira de fiscalização e gestão de obra

2

E4 Engenheiro civil Engenheiro do Departamento de

Intervenção no Espaço Público e Regeneração Urbana

20

T1 12º ano na área de informática como programador

Assistente operacional da Subunidade de Intervenção em Espaço Público

14

T2 Técnico Profissional de Construção Civil

Chefe de Equipa da Divisão de Gestão de Infraestruturas de Águas Pluviais

10

Os valores adotados correspondentes aos pesos dos fatores, tando de verosimilhança de falha como

de consequências, foram determinados através das seguintes etapas:

42

Determinação de um valor de importância relativa para cada relação entre fatores, resultante

de uma análise dos resultados obtidos através dos inquéritos, recorrendo às operações de

média, moda e mediana.

Aplicação do processo analítico hierárquico.

Atribuição de pesos de acordo com a importância relativa determinada de cada fator.

Na Figura 3.1 e Figura 3.2 e apresentam-se os valores determinados dos pesos correspondentes a

cada fator de verosimilhança de falha e de consequência de falha, respetivamente. No Anexo B

apresentam-se todos os cálculos efetuados.

Figura 3.1 - Pesos dos fatores com influência na verosimilhança de falha

Figura 3.2 - Pesos dos fatores com influência nas consequências de falha

25

0

75

Características do sistema:

Características daenvolvente:

6

22

10

30

32

Características do sistema

Características da envolvente

Proximidade a vias decomunicação

Natureza predominante daatividade humana

Condicionantes à intervenção

43

Para a atribuição dos pesos correspondentes aos parâmetros recorreu-se também aos resultados dos

inquéritos efetuados. No entanto, a classificação foi feita de forma distinta. Adotou-se a seguinte

metodologia:

Determinação da classificação relativa entre parâmetros, dentro do mesmo fator, de acordo

com as respostas obtidas nos inquéritos e recorrendo às operações de média, moda e

mediana.

Atribuição de pesos ponderados a cada parâmetro, para que a soma dos pesos

correspondentes a cada fator fosse igual a 100.

Na Tabela 3.5 e Tabela 3.6 apresentam-se os pesos de cada parâmetro relativamente à

verosimilhança de falha e consequências de falha, respetivamente, e diferenciando operações de

manutenção e de reabilitação. Encontra-se no anexo B todos os cálculos explicativos.

Tabela 3.5 - Pesos dos parâmetros de verosimilhança de falha

Parâmetros Pesos (O&M) Pesos (R)

Características do sistema:

- diâmetro 15 12

- profundidade 6 8

- idade 8 13

- material 10 15

- inclinação 17 6

- número de conexões laterais 13 10

- condição do terreno/tipo de solo 12 17

- número de ocorrências no passado 19 19

Características da envolvente:

- ações à superfícies (intensidade do tráfego normal e pesado) ou nas imediações (obras importantes no subsolo)

43 43

- atividades e ocupação à superfície (presença de árvores de grande porte – raízes profundas; presença de areias e outros detritos)

57 57

Tabela 3.6 - Pesos dos parâmetros de consequências de falha

Parâmetros Pesos (O&M) Pesos (R)

Características do sistema:

- diâmetro 40 10

- profundidade 30 30

- número de conexões laterais 20 40

- condição do terreno/tipo de solo 10 20

Características da envolvente:

- densidade da ocupação (rural, urbana, presença de caves) 57 57

- zonas ambientalmente sensíveis (proximidade da costa)

43 43

44

Parâmetros Pesos (O&M) Pesos (R)

Proximidade a vias de comunicação:

- Rede viária principal 40 40

- Rede viária secundária 30 30

- Rede ferroviária 20 20

- Outros 10 10

Natureza predominante da atividade humana:

- residencial 20 16

- comercial e serviços 16 18

- industrial 13 13

- educacional (escolas e creches) 18 20

- saúde (hospital e centros de saúde) 22 22

- turística e lazer 11 11

Condicionantes à intervenção:

- proximidade de linhas de água 22 33

- risco de desabamento (taludes) 44 44

- dificuldades de acesso (físicas – rede viária e topografia; humanas – incompatibilidade com proprietários)

33 22

Por fim procedeu-se à atribuição de pesos às diversas categorias definidas para cada parâmetro.

Devido à diferença de impacto causada pelas situações em que o coletor se encontra deve haver

diferenciação entre os pesos atribuídos. A categorias que apresentem maior impacto na

verosimilhança ou nas consequências de falha devem ser atribuídos pesos superiores. Em oposição,

às categorias com menor relevância em ambas as situações devem corresponder pesos inferiores. A

Tabela 3.7 e Tabela 3.8 apresentam os valores correspondentes a cada cenário.

45

Tabela 3.7 - Pesos das categorias de verosimilhança de falha

Fatores Parâmetros Categorias Descrição da situação em que se encontra o coletor

Peso

Cara

cte

rísticas d

o s

iste

ma:

- diâmetro <300mm

-

75

≤ 300 - 600mm <

100

≤ 600 – 1000 mm <

45

≥ 1000mm 15

- profundidade 1 – 2 m ≤

-

100

< 2 – 3 m ≤ 65

< 3 – 6 m 25

- idade Até anos 50

-

75

Anos 60 e 70 45

Anos 80 e 90 100

Depois de 2000

25

- material Cimentícios e cerâmicos

Coletores construídos em betão, fibrocimento ou grés.

100

Plásticos Coletores construídos em PP ou PVC.

15

- inclinação 0 – 1% <

-

100

≤ 1 – 4 % < 85

≤ 4 – 10% < 25

≤ 10 – 15% 5

- número de conexões laterais

+3

-

100

2 70

1 35

0 0

- condição do terreno/tipo de solo

Impermeável Coletor localizado em zona com terreno impermeável.

100

Permeável Coletor localizado em zona com terreno permeável.

50

- número de ocorrências no passado

Mais de 3 ocorrências por ano

Registo de ocorrências em média três ou mais vezes por ano.

100

2 ocorrências por ano

Registo de ocorrências em média duas vezes por ano.

75

1 ocorrência por ano

Registo de ocorrências em média uma vez por ano.

25

0 ocorrências Não há registo de nenhuma ocorrência.

0

46

Fatores Parâmetros Categorias Descrição da situação em que se encontra o coletor

Peso

Cara

cte

rísticas d

a e

nvolv

ente

: - ações à superfície (intensidade do tráfego normal e pesado) ou nas imediações (obras importantes no subsolo)

Nível 1 Coletor localizado numa zona de rede supraconcelhia

40

Nível 2

Coletor localizado numa zona de rede estruturante e de distribuição principal

100

Nível 3 Coletor localizado numa zona de rede de distribuição secundária

85

Nível 4 Coletor localizado numa zona de rede de distribuição local ou de proximidade

65

Nível 5 Coletor localizado numa zona de acesso local

10

- atividades e ocupação à superfície (presença de árvores de grande porte – raízes profundas; presença de areias

e outros detritos)

Impacto elevado

Coletor localizado em zona com presença de árvores de grande porte e existência de areias ou outros atritos

100

Impacto médio

Coletor localizado em zona com presença de árvores de grande porte ou existência de areias ou outros atritos

60

Não aplicável

Coletor não se localiza junto às zonas descritas nas restantes alternativas.

0

47

Tabela 3.8 - Pesos das categorias de consequências de falha

Fatores Parâmetros Categorias Descrição da situação em que se encontra o coletor

Pesos C

ara

cte

rísticas d

o s

iste

ma:

- diâmetro <300mm

-

25

≤ 300 - 600mm <

50

≤ 600 – 1000 mm <

75

≥ 1000mm 100

- profundidade 2 m ≤

-

25

< 2 – 3 m ≤ 50

< 3 – 6 m 100

- número de conexões laterais

+3

-

100

2 70

1 35

0 10

- condição do terreno/tipo de solo

Impermeável Coletor localizado em zona com terreno impermeável.

100

Permeável Coletor localizado em zona com terreno permeável.

50

Cara

cte

rísticas d

a e

nvolv

ente

:

- densidade da ocupação (rural, urbana)

Impacto elevado

Coletor localizado em zona urbana 100

Impacto reduzido

Coletor localizado em zona rural 45

- zonas ambientalmente sensíveis (proximidade da costa)

Impacto elevado

Coletor localizado na proximidade de zonas costeiras.

100

Impacto médio Coletor localizado na proximidade de zonas ribeirinhas.

60

Não aplicável Coletor não se localiza junto às zonas descritas nas restantes alternativas.

10

Pro

xim

idade

a v

ias d

e c

om

unic

ação:

- Rede viária principal Aplicável Coletor localizado na proximidade de uma rede viária principal

100

Não Aplicável Coletor não se localiza junto às zonas descritas nas restantes alternativas.

10

- Rede viária secundária Aplicável Coletor localizado na proximidade de uma rede viária secundária

100

Não Aplicável Coletor não se localiza junto às zonas descritas nas restantes alternativas.

10

- Rede ferroviária Aplicável Coletor localizado na proximidade de uma rede ferroviária

100

Não Aplicável Coletor não se localiza junto às zonas descritas nas restantes alternativas.

10

- Outros Aplicável Coletor localizado na proximidade de outra via de comunicação

100

Não Aplicável Coletor não se localiza junto às zonas descritas nas restantes alternativas.

10

48

Natu

reza p

redom

inante

da

ativid

ade

hum

ana:

- residencial Aplicável Coletor localizado numa zona residencial.

100

Não Aplicável Coletor não se localiza junto às zonas descritas nas restantes alternativas.

10

- comercial e serviços Aplicável Coletor localizado numa zona comercial e de serviços.

100

Não Aplicável Coletor não se localiza junto às zonas descritas nas restantes alternativas.

10

- industrial Aplicável Coletor localizado numa zona industrial.

100

Não Aplicável Coletor não se localiza junto às zonas descritas nas restantes alternativas.

10

- educacional (escolas e creches)

Aplicável Coletor localizado numa zona educacional.

100

Não Aplicável Coletor não se localiza junto às zonas descritas nas restantes alternativas.

10

- saúde (hospital e centros de saúde)

Aplicável Coletor localizado numa zona de saúde.

100

Não Aplicável Coletor não se localiza junto às zonas descritas nas restantes alternativas.

10

- turística e lazer Aplicável Coletor localizado numa zona turística e de lazer.

100

Não Aplicável Coletor não se localiza junto às zonas descritas nas restantes alternativas.

10

Condic

ionan

tes à

inte

rvenção:

- proximidade de linhas de água

Impacto Elevado

Coletor localizado na proximidade de zonas costeiras.

100

Impacto Médio Coletor localizado na proximidade de zonas ribeirinhas.

60

Não Aplicável Coletor não se localiza junto às zonas descritas nas restantes alternativas.

10

- risco de desabamento (taludes)

Aplicável Coletor localizado numa zona em risco de desabamento.

100

Não aplicável Coletor não se localiza junto às zonas descritas nas restantes alternativas.

10

- dificuldades de acesso (físicas – rede viária e topografia; humanas – incompatibilidade com proprietários)

Aplicável Coletor localizado numa zona com dificuldade de acesso. 100

Não aplicável Coletor não se localiza junto às zonas descritas nas restantes alternativas. 10

49

3.6 Classificação dos coletores

De forma a classificar os coletores de acordo com a verosimilhança de falha e com as consequências

de falha, a ferramenta proposta apresenta uma abordagem através de um sistema de classificação

por pesos.

Utiliza-se, para tal, a Equação 1, recorrendo-se à Tabela 3.9. Tem-se que “n” representa o número de

fatores identificados, “m” o número de parâmetros em que cada fator de divide e “i” o número de

categorias possíveis, referentes a cada parâmetro. A111 a Anmi representam o conjunto de categorias

correspondentes a cada parâmetro, F11 a Fnm, sendo que estes se referem aos fatores principais, C1 a

Cn. Por sua vez, K1 a Kn representa os pesos atribuídos aos fatores principais. P11 a Pnm corresponde

ao peso de cada parâmetro e a111 a amni representa o peso de cada categoria correspondente.

𝐶𝑙𝑎𝑠𝑠𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎çã𝑜 =∑[𝐾𝑛 × [∑(𝑃𝑛𝑚 × 𝑎𝑛𝑚𝑖)]] (1)

Tabela 3.9 - Metodologia multicritério desenvolvida no âmbito desta dissertação

Fator Peso do fator Parâmetro Peso do

parâmetro Categoria

Peso da categoria

C1 K1

F11 P11

A111 a111

A112 a112

… …

A11i a11i

F12 P12

A121 a121

A122 a122

… …

A12i a12i

… … … …

F1m P1m

A1m1 a1m1

A1m2 a1m2

… …

A1mi a1mi

C2 K2

F21 P21

A211 a211

A212 a212

… …

A21i a21i

F22 P22

A221 a221

A222 a222

… …

A22i a22i

50

Fator Peso do fator Parâmetro Peso do

parâmetro Categoria

Peso da categoria

… … … …

F2m P2m

A2m1 a2m1

A2m2 a2m2

… …

A2mi a2mi

… … … … … …

Cn Kn

Fn1 Pn1

An11 an11

An12 an12

… …

An1i an1i

Fn2 Pn2

An21 an21

An22 an22

… …

An2i an2i

… … … …

Fnm Pnm

Anm1 anm1

Anm2 anm2

… …

Anmi anmi

Utiliza-se esta metodologia para ambos os casos de operação e manutenção e reabilitação

separadamente, obtendo-se assim uma classificação relativa à probabilidade de entupimento,

probabilidade de colapso, consequência de entupimento e consequência de colapso.

Após a obtenção destes valores os coletores são classificados segundo três avaliações do risco:

Risco de colapso

Risco de entupimento

Risco de falha

A avaliação do risco de colapso e de entupimento é feita de igual forma. Em primeiro lugar converte-

se a classificação obtida pela Equação 1 numa classe de risco, segundo a Tabela 3.10, numa escala

de 1 a 5. Seguidamente classifica-se o risco associado a cada coletor de acordo com a Tabela 3.1.

Utiliza-se, logicamente, os valores de probabilidade de ocorrência de falha relacionada com

reabilitação (PR) e consequência da mesma (QR) para o risco de colapso e os valores de

verosimilhança de falha correspondente a intervenções de operação e manutenção (POM) e respetiva

consequência de falha (QOM) para o risco de entupimento. Relativamente à verosimilhança de falha

tem-se que coletores classificados com nível 5 são os que revelam maior probabilidade de falhar ao

contrário dos que apresentarem nível 1, sendo estes os que têm menor probabilidade de sofrer

51

falhas. Da mesma forma, coletores classificados com nível 5 apresentam apetência a causar danos

de maiores dimensões, em oposição, os coletores classificados como nível 1 representam troços cujo

efeito da sua falha não é significativo. De forma a determinar o risco de falha é necessário concluir

apenas um valor para a verosimilhança de falha e outro para as consequências de falha, englobando

a situação de entupimento e de fratura em cada caso, e fazer a combinação de ambos.

Da Equação 2 determina-se a probabilidade total de ocorrência de falha (Pfalha), sendo que POM

representa ao valor obtido referente à probabilidade de ocorrência de falha relacionada com a

operação e manutenção e PR é relativa a falhas relacionadas com a reabilitação. A Equação 3 é

relativa às consequências de falha, sendo em tudo equivalente à equação anterior.

𝑃𝑓𝑎𝑙ℎ𝑎 = 1 − ((1 − 𝑃𝑂𝑀)𝑥(1 − 𝑃𝑅)) (2)

𝑄𝑓𝑎𝑙ℎ𝑎 =

𝑃𝑂𝑀 × 𝑄𝑂𝑀 + 𝑃𝑅 × 𝑄𝑅𝑃𝑓𝑎𝑙ℎ𝑎

(3)

Tendo-se obtido o valor de verosimilhança e de consequência de falha no geral, segue-se o mesmo

procedimento que foi utilizado para o risco de colapso e de entupimento, para a classificação do risco.

Tabela 3.10 - Conversão dos valores determinados através da aplicação das Equações 1, 2 e 3 numa escala de 1 a 5

Classificação obtida pelas Equações 1, 2 e 3 Classificação final do coletor

[0,0;0,2[ 1

[0,2;0,4[ 2

[0,4;0,6[ 3

[0,6;0,8[ 4

[0,8;1,0] 5

A possibilidade de analisar separadamente o nível de risco de colapso e de entupimento ou em

conjunto, representado pelo nível de risco de falha, permite ao decisor optar pela alternativa que

melhor se adequa a cada situação específica. A classificação do risco de falha pode ser utilizada para

se obter uma visão geral da rede harmonizada num único indicador, no entanto é operacionalmente

menos útil pois não permite relacionar diretamente com o tipo de intervenção necessária.

52

53

4 Caso de estudo

4.1 Considerações gerais

O caso de estudo visa demonstrar a aplicação da ferramenta proposta a troços do sistema de

drenagem de águas pluviais do Concelho de Cascais (Figura 4.1). Tem-se que o sistema de

drenagem de águas residuais do Concelho de Cascais é separativo. Na prática é provável que seja

pseudo-separativo devido a ser frequente a existência de ligações erradas (ramais domésticos

ligados ao sistema de drenagem pluvial e ramais pluviais ligados ao sistema de drenagem doméstico)

nos sistemas de drenagem de águas residuais em Portugal e um pouco por todo o mundo.

Atualmente, a informação cadastral encontra-se dispersa, incompleta e desatualizada em algumas

zonas devido às constantes intervenções na rede o que impede a recolha de dados fidedignos sobre

o sistema de drenagem de águas pluviais do Concelho de Cascais. Face a estas limitações, recorreu-

se a diferentes fontes de informação, incluindo documentais (sistema SIG) e periciais (técnicos da

Cascais Próxima e da Câmara Municipal de Cascais).

Figura 4.1 - Camada da rede de águas pluviais do Concelho de Cascais apresentada em SIG

Da recolha e análise de informação realizada, o sistema tem um desenvolvimento de cerca de

490 km e o coletor mais antigo encontrado data de 1944, no entanto é possível que existam coletores

mais antigos. De acordo com o atual regulamento municipal, não são permitidos coletores de

diâmetro inferior a 400mm em betão ou 315mm em PVC, informação fornecida pelos técnicos da

Câmara Municipal de Cascais. Os ramais de ligação dos sumidouros aos coletores deverão ser em

diâmetro mínimo de 250mm. O maior coletor de que há registo tem 4000 mm de diâmetro. Os

54

materiais predominantes das tubagens são o betão (coletores mais antigos) e a polipropileno

corrugado (coletores mais recentes).

4.2 Aplicação da ferramenta

A aplicação da ferramenta proposta envolveu três etapas principais, designadamente:

Seleção dos troços a analisar.

Recolha de dados sobre os troços selecionados.

Análise dos dados recolhidos.

A aplicação da ferramenta proposta foi operacionalizada em Excel reunindo a informação recolhida e

classificando automaticamente os coletores em termos do risco de colapso, entupimento e falha.

4.2.1 Troços em estudo

Dadas as diferenças das fontes e formatos em que a informação necessária para implementar a

ferramenta estava disponível, houve necessidade de limitar o âmbito desta dissertação à

demonstração da aplicação da ferramenta e não à análise exaustiva de todo o sistema.

Tendo em consideração as limitações de informação sobre o sistema de drenagem de águas pluviais

do Concelho de Cascais, procurou-se selecionar troços que permitissem testar a ferramenta a

situações reais distintas em conjunto com os técnicos da Cascais Próxima. Assim, definiram-se doze

áreas de estudo, sendo que cada uma inclui um conjunto entre quatro a dezassete troços de

coletores. Estas áreas foram definidas consoante a informação disponível e tentando abranger

diferentes tipologias de localização, retratando da melhor forma a rede de drenagem, uma vez que a

verosimilhança e as consequências de falha são influenciadas pela localização.

A escolha dos troços analisados baseou-se, numa primeira fase, num relatório compreendido por

uma coletânea de inspeções realizadas pela Cascais Próxima com identificação da localização dos

troços e algumas das suas características físicas.

No sentido de aumentar o leque de situações analisadas, procurando abranger o mais possível os

fatores e parâmetros considerados na ferramenta proposta, definiram-se zonas de estudo adicionais

necessárias a um estudo completo. Devido a erros e lacunas nos registos, alguns dos troços

definidos inicialmente acabaram por ser excluídos da análise. Usou-se como critério que um troço

seria excluído da análise caso apresentasse 2 ou mais dados em falta.

Na Tabela 4.1 encontra-se uma caracterização de cada uma das zonas estudadas que totalizam os

110 coletores analisados.

55

Tabela 4.1 - Caracterização das zonas de estudo no âmbito desta dissertação

Área de estudo

Nº coletores

Comprimento total

(m) Freguesia Localidade Rua principal

Zona 1 10 351,06 Alcabideche Alcabideche Estrada das Tojas

Zona 2 8 238,58 U.F. Cascais e Estoril

Estoril Avenida do Ultramar

Zona 3 6 261,73 U.F. Cascais e Estoril

Cascais Avenida Marechal Carmona

Zona 4 9 432,82 U.F. Cascais e Estoril

Fontaínhas Rua das Fontaínhas

Zona 5 17 209,83 Alcabideche Pai do Vento Rua Marquês do Soveral

Zona 6 5 100,32 U.F. Cascais e Estoril

Cascais Paredão Praia das Moitas

Zona 7 15 345,20 U.F. Cascais e Estoril

Cascais Avenida Dom Pedro I

Zona 8 6 229,21 U.F. Cascais e Estoril

Guincho Rua da Areia

Zona 9 11 386,06 U.F. Cascais e Estoril

Birre Rua das Papoilas

Zona 10 9 212,05 U.F. Cascais e Estoril

Aldeia de Juzo Estrada da Malveira da Serra

Zona 11 4 143,77 São Domingos de Rana

Caparide Rua do Campo

Zona 12 10 206,12 São Domingos de Rana

São Domingos de Rana

Rua da Nova Aliança

4.2.2 Recolha de dados

As informações relativas às características da rede de drenagem de águas pluviais necessárias à

elaboração da ferramenta apresentada foram fornecidas em grande parte pela Cascais Próxima,

E.M., S.A..

As fontes de informação e respetivos dados recolhidos foram:

- Acesso à aplicação SIG da Câmara Municipal de Cascais, através do site “geocascais.cm-

cascais.pt/”, para exportação de informação cadastral refente à:

Localização e características físicas (diâmetro, material, profundidade, inclinação,

comprimento, número de conexões laterais) da rede de águas pluviais, incluindo caixas de

visita e tubagens.

Localização das ribeiras e construções existentes (Figura 4.2).

Traçado da rede hierárquica de trânsito.

Altimetria do terreno.

56

- Lista de Operações contendo base de dados em formato Excel das operações efetuadas nos

últimos quatro anos.

- Acesso ao Google Earth para a identificação das características dos elementos e das áreas de

interesse em estudo quando esta informação não estava disponível na aplicação SIG..

Relativamente à aplicação SIG utilizada, esta trata-se de uma plataforma profissional para utilização

exclusiva da Câmara Municipal de Cascais. O seu acesso é restrito e por essa razão foi consultada

apenas com a supervisão de técnicos da Cascais Próxima. A referida aplicação trata-se de um

visualizador SIG que apenas permite a consulta de informação cadastral e a sua exportação em

formato Excel. Não sendo possível analisar a informação e, por exemplo, criar novas camadas para

cruzamento de dados, as suas funcionalidades tornam-se limitadas.

Figura 4.2 - Mapa de localização das escolas e das ribeiras do Concelho de Cascais

4.2.3 Análise de dados

Recorreu-se a abordagens distintas, específicas para a análise de cada parâmetro em função da sua

natureza, segundo as quais foram calculadas as classificações de risco de cada coletor.

Em relação ao diâmetro, profundidade, idade, material, inclinação, número de conexões laterais,

ações à superfície e risco de desabamento, recorreu-se à informação cadastral encontrada no SIG da

Câmara Municipal de Cascais (Figura 4.3).

Relativamente à idade dos coletores considerou-se a data indicada como “Aprovação em reunião de

câmara”. No entanto verificou-se que grande parte dos coletores não apresentava esta informação.

57

Não existindo outra forma prática de obter a informação e de forma a não reduzir drasticamente a

amostra analisada definiu-se que nos casos em que faltava informação acerca da idade do coletor se

considerava a categoria relativa a coletores construídos durante os anos 60 e 70, por se tratar da

situação de impacto médio.

Na generalidade dos casos a informação acerca de cada coletor foi exportada, em formato utilizado

para exibir dados geográficos no SIG, diretamente para uma folha de cálculo em Excel. Foi o caso do

diâmetro, idade, material e inclinação.

Para a profundidade foi necessário efetuar o simples cálculo de diferença entre a cota da tampa da

caixa de entrada e a cota de entrada do coletor em questão. Estas informações foram também

obtidas no SIG.

O número de conexões laterais foi determinado pela análise da configuração da rede, também no SIG

da Câmara Municipal de Cascais, observando se se verificavam ligações diretas entre coletores, não

sendo feitas através de caixas de visita.

De forma a determinar as ações à superfície fez-se o cruzamento entre a informação contida na

camada correspondente à rede de águas pluviais e a hierarquia viária, verificando desta forma qual o

nível da via em que se encontra cada coletor.

Figura 4.3 - Exemplo de área de estudo analisada em SIG contendo camada de rede pluvial, altimetria e hierarquia viária

O risco de desabamento foi avaliado pela análise da camada de altimetria em SIG, calculando

posteriormente a inclinação máxima verificada no local onde se encontra o coletor analisado, tendo

em conta a escala apresentada.

58

A condição do terreno, as atividades e ocupação à superfície, densidade de ocupação, proximidade a

zonas ambientalmente sensíveis, proximidade a vias de comunicação, natureza predominante da

atividade humana e dificuldade de acesso foram determinadas através da análise da área em

questão no Google Earth. A metodologia utilizada foi igual para todos estes subfactores, exceto no

que diz respeito à proximidade a zonas ambientalmente sensíveis, especificamente para a

proximidade a ribeiras. Neste caso, recorreu-se ao SIG, analisando a camada referente à localização

de ribeiras para verificar a proximidade destas aos coletores estudados. Dada a impossibilidade de

analisar automaticamente a informação no SIG, foi necessário proceder à medição manual da

distância entre as ribeiras e os coletores em plantas impressas. Assim sendo, efetuou-se a impressão

das áreas na proximidade de linhas de água, ou seja, linhas de costa e ribeiras, e fez-se uma

medição geométrica, utilizando material de desenho, para determinar quais os coletores que se

encontravam dentro da área definida como domínio hídrico. Para os restantes fatores analisados

recorrendo ao Google Earth, nomeadamente, a condição do terreno, as atividades e ocupação à

superfície, densidade de ocupação, proximidade a vias de comunicação, natureza predominante da

atividade humana e dificuldade de acesso, a sua avaliação foi feita apenas observando a área em

que se encontra cada coletor e as características que a definem.

O número de ocorrências no passado foi determinado através da análise do registo de intervenções

efetuadas que se encontram na “Lista de operações - LO” da Cascais Próxima. Todas as operações

na rede de drenagem de águas pluviais surgem de uma reclamação, tendo-se assumido que o

número de intervenções daí decorrentes corresponde ao número de falhas de que se tem

conhecimento. A pesquisa das intervenções foi efetuada pelo nome da rua onde se localiza o troço de

coletor em análise, uma vez que as operações não estão definidas por Id de coletor. Existindo,

frequentemente, vários troços de coletor por rua, este procedimento pode resultar numa

sobreavaliação do número de ocorrências no troço de coletor em análise.

Concluída a caraterização dos troços de coletor, aplicou-se a metodologia proposta. Para isso

categorizaram-se os troços de coletor selecionados de acordo com os parâmetros e fatores definidos

nos capítulos 3.3 e 3.4 e atribuíram-se os pesos correspondentes de acordo com o capítulo 3.5.

Posteriormente, com base nas Equações 2 e 3 e na Tabela 3.1 e Tabela 3.10 foram calculados para

cada coletor três níveis de condição, um correspondente ao colapso, outro relativo ao entupimento e

um último considerando o risco de falha global. Todo este processo foi automatizado em Excel, sendo

a categorização de cada parâmetro e os respetivos pesos obtidos a partir das características dos

troços de coletor e os cálculos dos níveis risco efetuados com base nos pesos respetivos. Pela

Equação 1, obteve-se, para cada troço, dois valores de verosimilhança de falha e dois valores de

consequência de falha, correspondentes às situações de Operação e Manutenção (O&M) e de

Reabilitação (R). Para o cálculo do risco de entupimento e colapso foram utilizados esses valores na

Tabela 3.1. Por sua vez, no que diz respeito ao risco de falha, recorreu-se às Equações 2 e 3 para

obter o valor final de classificação de cada coletor quanto à verosimilhança de falha e para a

consequência de falha e recorreu-se igualmente à Tabela 3.1 para obter uma classificação do coletor

59

No Anexo D encontram-se as tabelas que contêm todos os valores correspondentes às

características dos coletores analisados.

4.3 Análise e discussão dos resultados

Efetuou-se uma análise dos resultados obtidos com a aplicação da ferramenta de forma a obter-se

uma melhor perceção do estado da rede. Para tal analisaram-se separadamente os seguintes

aspetos:

Quantificação da verosimilhança de falha.

Quantificação das consequências de falha.

Quantificação do risco de entupimento, colapso e falha.

4.3.1 Quantificação de verosimilhança de falha

Após a caracterização dos coletores definidos e de forma a poder-se averiguar quais as

características mais comuns e as menos, encontra-se na Figura 4.4 a distribuição da quantidade de

coletores, em forma de percentagem, descritos em função de cada categoria. Verifica-se que nem

todas as categorias foram caracterizadas na análise. Tal significa que, de todos os troços estudados

nenhum se enquadra na situação definida. As categorias que não foram caracterizadas são as

seguintes:

Coletores com 1, 2 ou 3 conexões laterais.

No entanto, apesar de no conjunto de coletores analisados não se encontrar nenhum coletor com

estas características não significa que não existam na rede estudada.

4.3.2 Quantificação de consequência de falha

De forma idêntica ao apresentado relativamente à verosimilhança de falha, encontra-se representada

na Figura 4.5 a quantidade de coletores descritos em função de cada parâmetro definido em relação

às consequências de falha. Relativamente às características do sistema, tendo-se definido

parâmetros iguais bem como categorias iguais, a quantidade de coletores é a mesma que a verificada

em relação à verosimilhança de falha.

Verifica-se também a existência de situações em que não se avaliou nenhum coletor com as

características descritas, tendo sido elas:

Coletores com 1, 2 ou 3 conexões laterais.

Coletores localizados em zonas em risco de desabamento.

60

Figura 4.4 - Percentagem de coletores caracterizados segundo cada categoria

19,1

60,9

8,2

11,8

64,5

29,1

6,4

12,7

17,3

12,7

57,3

88,2

11,8

5,5

2,7

0,9

90,9

0,0

0,0

0,0

100,0

93,6

6,4

22,7

7,3

18,2

51,8

0,9

20,0

10,0

3,6

65,5

11,8

72,7

15,5

0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0

<300mm

≤ 300 - 600mm <

≤ 600 – 1000 mm <

≥ 1000mm

1 – 2 m ≤

< 2 – 3 m ≤

< 3 – 6 m

Até anos 50

Anos 60 e 70

Anos 80 e 90

Depois de 2000

Cimentícios e cerâmicos

Plásticos

0 – 1% <

≤ 1 – 4 % <

≤ 4 – 10% <

≤ 10 – 15%

3

2

1

0

Impermeável

Permeável

3 ou mais ocorrências por ano

2 ocorrências por ano

1 ocorrência por ano

0 ocorrências

Nível 1

Nível 2

Nível 3

Nível 4

Nível 5

Impacto elevado

Impacto médio

Não aplicável

Diâ

me

tro

Pro

fun

did

ade

Idad

eM

ate

rial

Incl

inaç

ãoN

úm

ero

de

con

exõ

es la

tera

is

Co

nd

ição

do

terr

eno

/tip

o d

eso

lo

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o d

eo

corr

ênci

as n

op

assa

do

Açõ

es à

su

pe

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ten

sid

ade

do

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no

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o)

ou

nas

imed

iaçõ

es (

ob

ras

imp

ort

ante

s n

osu

bso

lo)

Ati

vid

ades

e

ocu

paç

ão à

su

per

fíci

e (p

rese

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de

árvo

res

de

gran

de

po

rte

–ra

ízes

p

rofu

nd

as;

pre

sen

ça d

e ar

eias

61

Figura 4.5 - Percentagem de coletores caracterizados segundo cada categoria

19,1

60,9

8,2

11,8

64,5

29,1

6,4

0,0

0,0

0,0

100,0

93,6

6,4

91,8

8,2

4,5

10,0

85,5

0,9

99,1

95,5

0,9

3,6

96,4

4,5

95,5

54,5

45,5

20,9

79,1

8,2

91,8

5,5

94,5

8,2

91,8

10,0

90,0

4,5

10,0

85,5

0,0

100,0

1,8

98,2

0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0

<300mm

≤ 300 - 600mm <

≤ 600 – 1000 mm <

≥ 1000mm

2 m ≤

< 2 – 3 m ≤

< 3 – 6 m

3

2

1

0

Impermeável

Permeável

Impacto elevado

Impacto reduzido

Impacto elevado

Impacto médio

Não aplicável

Aplicável

Não Aplicável

Aplicável

Não Aplicável

Aplicável

Não Aplicável

Aplicável

Não Aplicável

Aplicável

Não Aplicável

Aplicável

Não Aplicável

Aplicável

Não Aplicável

Aplicável

Não Aplicável

Aplicável

Não Aplicável

Aplicável

Não Aplicável

Impacto Elevado

Impacto Médio

Não Aplicável

Aplicável

Não aplicável

Aplicável

Não aplicável

Diâ

me

tro

Pro

fun

did

ad

e

de

con

exõ

esla

tera

is

Co

nd

ição

do

terr

eno

Den

sid

ade

da

ocu

paç

ão

Zon

asam

bie

nta

lm

ente

sen

síve

is

Red

evi

ária

pri

nci

pal

Red

evi

ária

secu

nd

ária

Red

efe

rro

viár

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Res

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me

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du

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ial

Edu

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e

Turí

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Pro

xim

ida

de

de

linh

as d

eág

ua

Ris

cod

ed

esa

ba

men

to

Dif

icu

ld

ades

de

aces

so

62

4.3.3 Quantificação de níveis de risco

De forma a avaliar-se a quantificação dos níveis de risco de entupimento, colapso e de falha,

recorreu-se aos resultados da aplicação do procedimento apresentado no subcapítulo 3.6. No Anexo

E apresentam-se esses resultados e os seus detalhes.

Relativamente ao risco de entupimento de acordo com a Figura 4.6 verifica-se que cerca de metade,

precisamente 48%, dos coletores analisados apresenta risco médio. Apesar de não se encontrar

nenhuma situação de nível de risco muito elevado, a percentagem de coletores que apresentam risco

elevado é bastante significativa, constituindo 38% da totalidade da amostra.

Na Figura 4.7 apresenta-se a percentagem de coletores classificados com risco de entupimento

reduzido, médio, elevado e muito elevado, de acordo com a zona de estudo em que se encontram.

Verifica-se que as Zonas 8 e 10 são as que se revelam mais críticas tendo todos os seu coletores

risco elevado. Por outro lado a zona 12 consiste na zona menos problemática uma vez que a maioria

dos coletores apresenta risco reduzido.

Figura 4.6 - Classificação de nível de risco de entupimento

14%

48%

38%

0%

Risco Reduzido

Risco Médio

Risco Elevado

Risco Muito Elevado

63

Figura 4.7 - Classificação de nível de risco de entupimento por zona de estudo

Em relação ao risco de colapso observa-se na Figura 4.8 que a percentagem de coletores

classificados com risco médio e risco elevado é semelhante, sendo respectivamente 44% e 42%. Tal

como no caso da avaliação do risco de entupimento também não se encontra nenhuma situação de

risco muito elevado no conjunto de coletores definidos.

De acordo com a Figura 4.9, analisando a distribuição por zonas, verifica-se que os resultados são

similares aos obtidos no caso anterior, destacando-se também a zona 8 e a zona 10 por serem

totalmente constituídas por coletores classificados com nível elevado e a zona a zona 12 por a maior

parte dos seus coletores apresentar risco reduzido.

Figura 4.8 - Classificação de nível de risco de colapso

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Zona1

Zona2

Zona3

Zona4

Zona5

Zona6

Zona7

Zona8

Zona9

Zona10

Zona11

Zona12

Risco muito elevado

Risco elevado

Risco médio

Risco reduzido

14%

44%

42%

0%

Risco reduzido

Risco médio

Risco elevado

Risco muito elevado

64

Figura 4.9 - Classificação de nível de risco de colapso por zona de estudo

Analisando o risco conjunto de entupimento e de colapso, ou seja, risco de falha, obteve-se os

resultados apresentados na Figura 4.10 e Figura 4.11. Verifica-se que a maioria dos coletores

avaliados apresenta nível de risco elevado, concretamente 86%, não existindo nenhuma situação de

risco reduzido nem de risco muito elevado. A distribuição por zonas será também bastante uniforme,

sendo que a maior parte das zonas apresenta apenas coletores com risco de falha elevado.

Figura 4.10 - Classificação de nível de risco de falha

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Zona1

Zona2

Zona3

Zona4

Zona5

Zona6

Zona7

Zona8

Zona9

Zona10

Zona11

Zona12

Risco muito elevado

Risco elevado

Risco médio

Risco reduzido

0%14%

86%

0%

Risco reduzido

Risco médio

Risco elevado

Risco muito elevado

65

Figura 4.11 - Classificação de nível de risco de falha por zona de estudo

4.3.4 Análise geral da rede

Foi sugerido por parte dos técnicos da Cascais Próxima, E.M., S.A., que se fizesse uma análise de

ocorrências para determinar as ponderações de entupimentos e de colapsos e assim ter uma melhor

perceção da incidência dos dois tipos de falha considerada.

Para tal recorreu-se à “Lista de Operações – LO” que consiste numa base de dados de todas as

operações, composta por campos relevantes à caracterização de cada operação, como data, valor,

tipo de operação e localização. Nesta encontram-se atividades correspondentes aos últimos quatro

anos. No passado o registo de falhas não era uma prioridade e por isso nem todas as ocorrências se

encontram devidamente documentadas, não podendo ser analisadas no contexto pretendido. Ainda

assim, avaliou-se um conjunto de 381 ocorrências, distinguidas entre “Desobstrução”, “Limpeza” e

“Reparação”, como se verifica na Tabela 4.2.

Tabela 4.2 - Número de ocorrências registadas

Desobstrução Limpeza Reparação Total

39 332 10 381

Apesar de cada ocorrência estar identificada, por vezes a atividade a que está associada não é a

correta. Verificou-se que 5% das operações de “Limpeza” incluem desobstruções e 20% das

atividades descritas como “Desobstrução” correspondem na realidade a reparações. Esta informação

foi facultada pelos técnicos da Cascais Próxima. Na Tabela 4.3 apresenta-se a percentagem de

operações reais.

Tabela 4.3 - Distribuição de percentagens correspondentes a cada operação

Limpeza Desobstrução Reparação

Apenas limpeza limpeza+desobstrução Desobstrução Reparação 100%

95% 5% 80% 20%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Zona1

Zona2

Zona3

Zona4

Zona5

Zona6

Zona7

Zona8

Zona9

Zona10

Zona11

Zona12

Risco muito elevado

Risco elevado

Risco médio

Risco reduzido

66

Assim sendo, calculou-se o número total de ocorrência de entupimentos fazendo o somatório de 5%

das operações de limpeza com 80% das desobstruções. Da mesma forma, os colapsos calcularam-

se adicionando 20% das desobstruções às operações de reparação.

Determinou-se assim que da totalidade de ocorrências documentadas, cerca de 70% correspondem a

entupimentos e 30% a colapsos.

Assumindo-se como valor de referência que num ano se verificam cerca de 96 ocorrências,

correspondente a 381 ocorrências em 4 anos, de acordo com as ponderações calculadas pode-se

estimar que na rede em análise ocorram cerca de 67 entupimentos e 29 colapsos anualmente. Tal

traduz-se em que haja 1 entupimento a cada 7,4km e 1 colapso por cada 17,2km. Assim sendo, na

tentativa de evitar a ocorrência dessas falhas, deve-se fazer operações de manutenção em cerca de

2km de rede relativamente a entupimentos e de aproximadamente 860m no que respeita a colapsos.

Assumindo que as falhas ocorrerão em coletores diferentes, tal perfaz um total de 2,86km que devem

ser alvo de limpezas, inspeções e reparações, por ano.

A nível internacional, é usual a referência a vidas úteis dos coletores entre 50 a 100 anos, a que

correspondem probabilidades de falha de 1% a 2% por ano. Tal indica que a rede em análise, tendo

no seu total cerca de 490km, deve sofrer operações de manutenção e reparação num comprimento

entre 4,9km e 9,8m, anualmente. Estes valores são superiores aos obtidos no parágrafo anterior o

que indica que se trata de estimativas pessimistas em relação ao que ocorre na rede. Assim, se as

operações de manutenção forem feitas segundo estes valores, a tentativa de evitar a ocorrência de

falhas de acordo com os dados de ocorrências está garantida.

Apesar dos valores estimados terem sido calculados especificamente para a rede de Cascais, podem

no entanto ser utilizados como valores de referência na análise de outras redes de drenagem de

águas pluviais.

4.4 Comparação com outras metodologias

O presente trabalho apresenta uma metodologia para a priorização de atividades de manutenção com

base na quantificação da verosimilhança de ocorrência de falha e das respetivas consequências. Tal

como já se referiu, apesar de ter sido elaborada especificamente para a rede de drenagem de águas

pluviais do concelho de Cascais, a ferramenta elaborada pode ser aplicada a outros casos, mediante

a realização das alterações necessárias. Da mesma forma, podem ser aplicadas outras metodologias

já existentes a este caso específico. Pode ainda ser feita uma comparação da importância dada aos

diferentes critérios considerados no presente caso e noutros trabalhos elaborados.

O trabalho desenvolvido por Neto (2015) foca-se no desenvolvimento de uma ferramenta de análise

de consequências provocadas por falhas estruturais e funcionais em coletores de drenagem de águas

residuais. Neste âmbito, foi desenvolvida uma análise de risco a um conjunto de coletores

selecionados, pertencentes ao sistema de drenagem da SANEST- Saneamento da Costa do Estoril,

67

S.A., empresa responsável pela construção, gestão e exploração do Sistema Multimunicipal de

Saneamento da Costa do Estoril

Para a quantificação do risco, da mesma forma que no presente trabalho, Neto (2015) avalia a

verosimilhança de falha e as consequências de falha. Relativamente à análise das consequências de

falha o modelo de avaliação é idêntico em ambos os casos. Neto (2015) recorre a uma abordagem de

decisão multicritério, através de um sistema de classificação por pesos, na qual são avaliados um

número finito de indicadores de risco em função das várias situações em que os coletores se podem

encontrar.

No entanto, relativamente à quantificação da verosimilhança de falha, enquanto no trabalho

apresentado se utiliza uma metodologia idêntica à adotada para a análise das consequências de

falha, Neto (2015) recorre a um método distinto. O referido método baseia-se na metodologia

proposta por Gomes (2013) que sugere que a avaliação e quantificação da verosimilhança de falha

em coletores seja efetuada com recurso à informação relativa à condição dos coletores, obtida

através das inspeções realizadas, numa escala de 1 a 5. Esta metodologia propõe uma abordagem

que permite converter a codificação referente ao registo de anomalias detetadas durante as

inspeções segundo a Norma Europeia EN13508-2, na codificação adotada pelo protocolo WRc,

possibilitando a classificação quantitativa das anomalias detetadas, recorrendo para isso a pesos e

valores padrão. Adicionalmente, através da classificação dessas anomalias, o WRc permite

estabelecer uma classificação da condição dos coletores, com vista à formulação de conclusões

relativas à análise da verosimilhança de falha.

Relativamente aos métodos de quantificação da gravidade das consequências de falha, sendo estes

idênticos e tendo-se recorrido em ambos os casos a informação totalmente pericial, pode-se fazer

uma comparação entre os dois e avaliar a diferença de importância dada a cada fator.

A primeira diferença entre as duas metodologias consiste em se ter feito a diferenciação entre falha

como sendo um entupimento ou um colapso no presente trabalho ao contrário de Neto (2015).

No trabalho de Neto (2015), definiram-se oito critérios que apenas se distinguem por provocarem

impactos diretos, indiretos ou como sendo fatores de agravamento (Tabela 4.4). No presente trabalho

abordou-se esta questão de uma forma um pouco diferente, agrupando-se os critérios em fatores

abrangentes. Desta forma, neste caso cada fator tem um peso relativo e cada parâmetro tem também

uma ponderação associada. Os valores definidos foram já apresentados no subcapítulo 3.5.

68

Tabela 4.4 - Critérios de risco (Neto, 2015)

Impactos diretos Diâmetro dos coletores

Profundidade dos coletores

Impactos indiretos Impacto provocado na circulação

Impacto provocado nas atividades das populações

Impacto provocado no meio recetor

Impacto provocado nas infraestruturas

Fatores de agravamento Coletores localizados em zonas com problemas de acesso

Coletores localizados em áreas onde existe incompatibilidade de entidade gestora com o proprietário do terreno.

Pode-se estabelecer um paralelismo relativamente à forma de agrupamento dos critérios em ambos

os casos. Relativamente aos “Impactos diretos” este relacionam-se com as “Características do

sistema” consideradas no presente caso, sendo que se abordaram maior número de critérios. Os

“Impactos indiretos” assemelham-se às “Características da envolvente”, “Proximidade a vias de

comunicação” e “Natureza predominante de atividade humana”. Em relação aos “Fatores de

agravamento” estes são idênticos às “Condicionantes à intervenção”.

Ao estabelecer-se uma comparação entre os pesos atribuídos em ambos os casos, de acordo com o

paralelismo acima apresentado, verificou-se que em ambos os casos os “Impactos indiretos”, e os

fatores equivalentes considerados no presente trabalho, são os que têm mais influência na gravidade

das consequências de falha. No entanto, a importância dada aos “Impactos diretos” e aos “Fatores de

agravamento” é inversa em ambos os casos. Tal demonstra que as opiniões de peritos nem sempre

são consensuais e podem ser diferentes consoante o sistema em análise. Na Tabela 4.5 apresenta-

se em resumo os pesos atribuídos aos fatores de risco em ambos os casos considerados, utilizado

para proceder à comparação estabelecida.

Tabela 4.5 - Pesos dos fatores nesta dissertação e considerados por Neto (2015)

Fatores considerados no presente trabalho

Pesos Fatores considerados por

Neto (2015) Pesos

Características do sistema: 6 6 Impactos diretos 34

Características da envolvente: 22

62 Impactos indiretos 57 Proximidade a vias de comunicação: 10

Natureza predominante da atividade humana:

30

Condicionantes à intervenção: 32 32 Fatores de agravamento 9

69

5 Considerações finais

5.1 Aspetos relevantes e conclusões

Os sistemas de drenagem de águas pluviais são ativos físicos urbanos de extrema importância e

bastante dispendiosos. Por essa razão e por prestarem um serviço fundamental à sociedade em

termos de saúde, bem-estar e preservação do ambiente é essencial a sua conservação. No entanto a

escassez de recursos disponíveis para a reabilitação leva à necessidade de estabelecer prioridades

quanto à sua aplicação em projetos.

A execução de ações de manutenção em sistemas de drenagem urbana tem vindo a evoluir de uma

estratégia reativa, em que se realizam intervenções apenas quando existe uma falha, para uma

estratégia proactiva, em que se pretende manter o bom funcionamento do sistema ao realizarem-se

atividades de manutenção periodicamente. De acordo com a ISO 55000 é essencial que se controle o

desempenho dos ativos e a sua gestão e que tal se faça com base no risco, em planeamentos

fundamentados e em processos de tomada de decisão.

A presente dissertação foi elaborada recorrendo à análise acerca do tema, com o intuito de elaborar

uma ferramenta de apoio à tomada de decisão que auxilie na definição de prioridades de intervenção

em redes de drenagem pluvial em ambiente urbano. A abordagem seguida deve ser baseada no risco

e aplicável em cenários de escassez de informação, principalmente no que diz respeito à condição

dos coletores. A ferramenta de apoio à decisão desenvolvida auxilia na priorização dos coletores a

intervir com base numa avaliação do risco de entupimento, colapso e falha. Pretende-se que a

referida ferramenta possa contribuir num âmbito mais alargado para a gestão de ativos em sistemas

de drenagem pluvial.

É de notar que a ferramenta desenvolvida pode ser aplicada a qualquer sistema de drenagem, tendo

em atenção que poderá ser necessário efetuar ajustes ou modificações em função das características

especificas do sistema.

5.2 Limitações

Ao desenvolver-se o presente trabalho surgiram várias condicionantes e restrições. No entanto o

reconhecimento dessas limitações, bem como as potenciais falhas e lacunas encontradas, é uma

parte essencial a qualquer estudo.

Neste caso específico, a ferramenta é dependente da quantidade e da qualidade da informação

disponível. Na sua ausência, foi necessário fazer suposições e considerar hipóteses, o que em certo

modo pode condicionar o nível de robustez dos resultados.

70

A base de dados referente ao sistema de drenagem de Cascais sofre de uma deficiência documental

especialmente nos anos anteriores à sua gestão ser feita pela Cascais Próxima. Têm sido feitos

grandes progressos neste aspeto. No entanto, ainda se verificam registos incompletos, em que é

possível que apenas parte das falhas ocorridas tenham sido documentadas, e falta de

pormenorização cadastral. Assim sendo, deve ser tido em conta, que a ferramenta apresentada e

todos os resultados obtidos foram baseados nesses valores e estão sujeitos a esses erros.

Verificou-se ainda que a maior parte da bibliografia encontrada é referente a coletores de águas

residuais, encontrando-se pouca informação relativa de coletores pluviais. Por essa razão, e por se

tratar de sistemas com inúmeras semelhanças, foram considerados em várias situações como

idênticos.

É de salientar que o parâmetro definido com “Condição do terreno/tipo de solo”, relativo ao fator

“Características do sistema” poderá ter sido classificado erradamente. A questão da permeabilidade

do solo não deverá ser limitativa uma vez que tal será tido em conta no dimensionamento dos

coletores. Em vez disso, a natureza do tipo de solo existente, nomeadamente a sua sensibilidade à

absorção de água e consequente alteração de volume poderá ter influência na verossimilhança de

falha. No entanto, tal apenas foi detetado depois do estudo ter sido concluído e a sua alteração

implicaria a reformulação de todo o trabalho executado, o que não seria aceitável.

5.3 Recomendações e desenvolvimentos futuros

O sucesso da ferramenta elaborada depende da quantidade de informação disponível para a análise.

Salienta-se que quanto maior for a quantidade de dados disponíveis sobre a envolvente espacial dos

ativos, maior deverá ser a informação incluída na análise, traduzindo-se na obtenção de resultados

mais exatos. As análises sobre as envolvências dos ativos devem ser executadas de forma rigorosa

para que as avaliações dos impactos sejam fidedignas.

Relativamente à identificação dos cenários que traduzem os coletores analisados a ferramenta

propõe algumas abordagens de leitura visual que podem induzir a erros e levar a que se tirem

conclusões incorretas. De forma a mitigar tais incertezas, decorrentes destas leituras, sugere-se o

desenvolvimento de aplicações automatizadas para identificar os cenários definidos.

Durante a realização da presente dissertação identificaram-se temas que poderiam ser alvo de

estudos futuros de forma a completar o trabalho elaborado. Desta forma, recomenda-se o

desenvolvimento dos seguintes temas:

Análise de custos, diretos e indiretos, associados aos estragos causados por falhas, segundo

perspetivas sociais, ambientais e económicas. É essencial que qualquer entidade gestora que

aplique um sistema de gestão do risco seja capaz de estabelecer uma comparação entre os

custos de falha e os respetivos custos de reparação. Desta forma, futuros trabalhos devem-se

71

focar no desenvolvimento de uma ferramenta capaz de fazer uma estimativa dos custos

causados por estragos e, simultaneamente, incluindo medidas de correção.

Execução de um planeamento de inspeções de forma a obter registos da condição dos

coletores. Por falta de material disponível, a análise da verosimilhança de falha não se

baseou, como seria aconselhado, em registos de condição dos ativos. De forma a colmatar

este lapso, deveriam ser feitas inspeções CCTV que permitissem elaborar uma base de

dados composta por relatórios de inspeção, acerca da condição dos coletores. Este trabalho

poderia ser alargado à obtenção de informação em falta acerca das características dos

coletores, como por exemplo, a data da sua construção, essencial à aplicação da ferramenta

elaborada. Os registos relativos à informação cadastral, inspeções e atividades de operação

e manutenção e de reabilitação devem ser todos no mesmo formato de forma a permitir o

cruzamento de dados, essencial a uma gestão de ativos eficiente.

Desenvolvimento de procedimentos de quantificação do nível de risco específicos para outros

tipos de componentes dos sistemas de drenagem urbana, uma vez que os restantes

componentes destes sistemas, a par dos coletores analisados neste caso, são igualmente

aptos a serem alvos de uma abordagem de gestão do risco.

Planeamento de atividade de operação e manutenção e de reabilitação. Uma vez

estabelecidos os ativos críticos do sistema, neste caso, coletores, deve-se efetuar um

planeamento anual de intervenções no contexto da aplicação de uma estratégia proactiva.

Para além de possíveis estudos considera-se que seria proveitoso que se fomentasse a interligação

entre a Câmara Municipal de Cascais, responsável pela decisão estratégica relativa à reparação do

sistema de drenagem, e a Cascais Próxima, encarregue dos aspetos técnicos da mesma. Assim

poder-se-á melhorar a eficiência dos meios de intervenção e consequentemente alcançar uma melhor

gestão da rede.

72

73

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78

i

Anexos

ii

Anexo A – Inquérito

No âmbito da realização da minha dissertação para obtenção do grau de mestre em

Engenharia Civil, vinha por este meio solicitar a colaboração na identificação de fatores com

influência na definição de prioridade de atividades de operação, manutenção e reabilitação do

sistema de drenagem de águas pluviais.

Na definição da prioridade pressupõe-se, no âmbito do presente estudo, a opção por uma

abordagem baseada no risco, o que implica avaliar a probabilidade de ocorrer uma falha e o

impacto no caso da falha ocorrer. Entende-se como falha entupimentos, estando estes

relacionados com a operação e manutenção do sistema (O&M), e colapsos e fraturas,

relacionados com a reabilitação (R).

Nos quadros seguintes listam-se possíveis fatores e subfactores de agravamento da

probabilidade de ocorrência (Quadro 1) e das consequências da ocorrência de uma falha

(Quadro 3). Solicita-se em primeiro lugar o preenchimento da importância relativa dos fatores

principais nos Quadros 2 e 4 usando uma escala de Likert. De seguida solicita-se a ordenação

dos subfactores entre si do mais importante (1) para o menos importante (n), nos Quadros 1 e

3. Em anexo encontrará um exemplo de preenchimento dos Quadros 1 e 2, de forma a melhor

demonstrar o que é pretendido.

Quadro 1 - Fatores de risco relativamente à probabilidade de ocorrência de falha (admitindo que a

condição é desconhecida – não foi efetuada qualquer inspeção ao coletor)

Quadro 2 – Importância relativa dos fatores de risco principais relativamente à probabilidade de

ocorrência

Características do sistema Características da envolvente

Características do sistema 1

-

Características da envolvente

1

Fatores O&M R

Características do sistema:

- diâmetro

- profundidade

- idade

- material

- inclinação

- número de conexões laterais

- condição do terreno/tipo de solo

- número de ocorrências no passado

Características da envolvente:

- ações à superfícies (intensidade do tráfego normal e pesado) ou nas imediações (obras importantes no subsolo)

- atividades e ocupação à superfície (presença de árvores de grande porte – raízes profundas; presença de areias e outros detritos)

iii

Caso considere que existe algum fator relevante que não esteja listado, por favor liste-o e

classifique-o abaixo.

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Quadro 3 - Fatores de risco relativamente à severidade das consequências da falha (admitindo que a

falha ocorre)

Fatores O&M R

Características do sistema:

- diâmetro

- profundidade

- número de conexões laterais

- condição do terreno/tipo de solo

Características da envolvente:

- densidade da ocupação (rural, urbana, presença de caves)

- zonas ambientalmente sensíveis (proximidade da costa)

Proximidade a vias de comunicação:

- Rede viária principal

- Rede viária secundária

- Rede ferroviária

- Outros

Natureza predominante da atividade humana:

- residencial

- comercial e serviços

- industrial

- educacional (escolas e creches)

- saúde (hospital e centros de saúde)

- turística e lazer

Condicionantes à intervenção:

- proximidade de linhas de água

- risco de desabamento (taludes)

- dificuldades de acesso (físicas – rede viária e topografia; humanas – incompatibilidade com proprietários)

iv

Quadro 4 – Importância relativa dos fatores de risco principais relativamente à severidade das

consequências de falha

Car

acte

ríst

icas

do

si

ste

ma

Car

acte

ríst

icas

da

envo

lven

te

Pro

xim

idad

e a

vias

de

com

un

icaç

ão

Nat

ure

za

pre

do

min

ante

da

ativ

idad

e h

um

ana

Co

nd

icio

nan

tes

à in

terv

ençã

o

Características do sistema

1 - - - -

Características da envolvente

1 - - -

Proximidade a vias de comunicação

1 - -

Natureza predominante da atividade humana

1 -

Condicionantes à intervenção

1

Caso considere que existe algum fator relevante que não esteja listado, por favor liste-o e

classifique-o abaixo.

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

Quadro 5 – Escala de Likert

Escala Importância

1/9 Extremamente inferior

1/7 Muito inferior

1/5 Inferior

1/3 Moderadamente inferior

1 Igual

3 Moderadamente superior

5 Superior

7 Muito Superior

9 Extremamente superior Pode usar os valores ½, ¼, 1/6, 2, 4 e 6 para representar pontos intermédios de

importância relativa.

Agradeço desde já a colaboração.

Com os melhores cumprimentos

Mariana Inocentes

v

Anexo Quadro 6 – Exemplo de preenchimento do Quadro 1

Quadro 7 – Exemplo de preenchimento do Quadro 2

Características do sistema Características da envolvente

Características do sistema 1 -

Características da envolvente 2 1

O valor atribuído “2” significa que as características da envolvente são duas vezes mais

importantes do que as características do sistema. Da mesma forma, se fosse atribuído o valor

“0.5” significaria que a importância das características da envolvente seria metade da

importância das características do sistema.

Fatores O&M R

Características do sistema:

- diâmetro 2 8

- profundidade 8 7

- idade 6 1

- material 3 5

- inclinação 1 6

- número de conexões laterais 4 4

- condição do terreno/tipo de solo 7 3

- número de ocorrências no passado 5 2

Características da envolvente:

- ações à superfícies (intensidade do tráfego normal e pesado) ou nas imediações (obras importantes no subsolo)

2

1

- atividades e ocupação à superfície (presença de árvores de grande porte – raízes profundas; presença de areias e outros detritos)

1 2

vi

E1E2

E3E4

T1T2

Mo

da

dia

Me

dia

na

Val

or

ado

pta

do

Pro

bab

ilid

ade

C.E

- C

.S3

53

33

33

3,4

33

Con

seq

uên

cia

sC

.E -

C.S

35

32

91/

33,

003,

723,

004

P.V

- C

.S1/

33

1/3

27

33,

003,

073,

003

P.V

- C

.E1/

51

1/5

1/3

11/

31,

000,

570,

331/

3

N.H

- C

.S1/

39

31/

37

5-

4,87

5,00

5

N.H

- C

.E1/

53

1/5

1/5

73

3,00

2,68

3,00

3

N.H

- P

.V1

31/

51/

55

33,

002,

283,

003

C.I

- C

.S2

33

29

33,

004,

003,

004

C.I

- C

.E1/

21/

31/

51

53

-1,

911,

001

C.I

- P

.V4

13

29

5-

4,00

3,00

4

C.I

- N

.H4

1/5

32

13

-1,

842,

002

Car

acte

ríst

icas

do

sis

tem

aC

.S

Car

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ríst

icas

da

en

volv

en

teC

.E

Pro

xim

idad

e a

via

s d

e c

om

un

icaç

ãoP

.V

Nat

ure

za p

red

om

inan

te d

a at

ivid

ade

hu

man

aN

.H

Co

nd

icio

nan

tes

à in

terv

en

ção

C.I

Anexo B – Atribuição de pesos ao fatores

vii

Car

acte

ríst

icas

do

sist

em

a

Car

acte

ríst

icas

da

en

volv

en

te

dia

no

rmal

izad

aP

eso

Car

acte

ríst

icas

do

sis

tem

a0,

250,

250,

2525

Car

acte

ríst

icas

da

en

volv

en

te0,

750,

750,

7575

Mat

riz

no

rmal

izad

a re

lati

va à

ve

rosi

mil

han

ça d

e f

alh

a

Car

acte

ríst

icas

do

sis

tem

a

Car

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ríst

icas

da

en

volv

en

te

Pro

xim

idad

e a

vias

de

com

un

icaç

ão

Nat

ure

za p

red

om

inan

te d

a

ativ

idad

e h

um

ana

Co

nd

icio

nan

tes

à

inte

rve

nçã

oM

éd

ia n

orm

aliz

ada

Pe

so

Car

acte

ríst

icas

do

sis

tem

a0,

060,

040,

030,

050,

080,

055

Car

acte

ríst

icas

da

en

volv

en

te0,

240,

180,

260,

090,

330,

2222

Pro

xim

idad

e a

via

s d

e

com

un

icaç

ão0,

180,

060,

090,

090,

080,

1010

Nat

ure

za p

red

om

inan

te d

a

ativ

idad

e h

um

ana

0,29

0,54

0,26

0,26

0,17

0,30

30

Co

nd

icio

nan

tes

à in

terv

en

ção

0,24

0,18

0,35

0,52

0,33

0,32

32

Mat

riz

no

rmal

izad

a re

lati

va à

s co

nse

qu

ên

cias

de

fal

ha

viii

Anexo C - Atribuição de pesos aos parâmetros

ProbabilidadeCaracterísticas do sistema: Moda Média Mediana Valor adotado

- diâmetro 3 3 2 2 8 8 3 4,3 3 3

- profundidade 8 6 8 8 2 7 8 6,5 7,5 8

- idade 2 7 6 3 7 5 7 5,0 5,5 7

- material 4 8 5 4 6 4 4 5,2 4,5 6

- inclinação 6 2 1 1 2 3 2 2,5 2 2

- número de conexões laterais 7 5 3 6 4 1 - 4,3 4,5 4

- condição do terreno/tipo de solo 5 4 7 7 3 2 7 4,7 4,5 5

- número de ocorrências no passado 1 1 4 5 1 6 1 3,0 2,5 1

Características da envolvente:

- ações à superfícies ou nas imediações 2 2 2 2 1 2 2 1,8 2 2

- atividades e ocupação à superfície 1 1 1 1 2 1 1 1,2 1 1

ConsequênciasCaracterísticas do sistema:

- diâmetro 1 2 1 2 2 4 2 2,0 2 1

- profundidade 2 3 4 1 1 3 3 2,3 2,5 2

- número de conexões laterais 4 1 2 3 3 2 2 2,5 2,5 3

- condição do terreno/tipo de solo 3 4 3 4 4 1 4 3,2 3,5 4

Características da envolvente:

- densidade da ocupação (rural, urbana, presença de caves) 1 1 1 1 1 1 1 1,0 1 1

- zonas ambientalmente sensíveis (proximidade da costa) 2 2 2 2 1 2 2 1,8 2 2

Proximidade a vias de comunicação:

- Rede viária principal 2 1 1 1 1 1 1 1,2 1 1

- Rede viária secundária 1 3 2 3 2 2 2 2,2 2 2

- Rede ferroviária 3 2 3 2 3 3 3 2,7 3 3

- Outros 4 4 4 4 4 4 4 4,0 4 4

Natureza predominante da atividade humana:

- residencial 5 3 2 2 1 4 2 2,8 2,5 2

- comercial e serviços 4 4 4 5 2 3 4 3,7 4 4

- industrial 3 5 5 4 6 2 5 4,2 4,5 5

- educacional (escolas e creches) 1 2 3 3 3 5 3 2,8 3 3

- saúde (hospital e centros de saúde) 2 1 1 1 4 1 1 1,7 1 1

- turística e lazer 6 6 6 6 5 6 6 5,8 6 6

Condicionantes à intervenção:

- proximidade de linhas de água 3 2 3 2 3 3 3 2,7 3 3

- risco de desabamento (taludes) 2 1 1 1 1 2 1 1,3 1 1

- dificuldades de acesso 1 3 2 3 2 1 1 2,0 2 2

O&M

E1 T1 T2E2 E3 E4

ix

ProbabilidadeCaracterísticas do sistema: Moda Média Mediana Valor adotado

- diâmetro 6 4 7 8 1 5 - 5,2 5,5 5

- profundidade 8 6 6 2 2 7 6 5,2 6 7

- idade 3 5 1 3 8 4 3 4,0 3,5 4

- material 2 3 4 4 7 3 3 3,8 3,5 3

- inclinação 7 7 3 7 3 8 7 5,8 7 8

- número de conexões laterais 5 8 5 6 4 6 5 5,7 5,5 6

- condição do terreno/tipo de solo 4 2 1 1 5 2 2 2,5 2 2

- número de ocorrências no passado 1 1 2 5 6 1 1 2,7 1,5 1

Características da envolvente:

- ações à superfícies ou nas imediações 2 2 2 2 2 2 2 2,0 2 2

- atividades e ocupação à superfície 1 1 1 1 1 1 1 1,0 1 1

ConsequênciasCaracterísticas do sistema:

- diâmetro 1 3 4 2 2 4 4 2,7 2,5 4

- profundidade 2 1 3 1 4 2 2 2,2 2 2

- número de conexões laterais 4 2 1 3 1 3 1 2,3 2,5 1

- condição do terreno/tipo de solo 3 4 2 4 3 1 3 2,8 3 3

Características da envolvente:

- densidade da ocupação (rural, urbana, presença de caves) 1 1 1 1 2 1 1 1,2 1 1

- zonas ambientalmente sensíveis (proximidade da costa) 2 2 2 2 1 2 2 1,8 2 2

Proximidade a vias de comunicação:

- Rede viária principal 2 1 1 1 1 2 1 1,3 1 1

- Rede viária secundária 1 3 2 3 2 1 1 2,0 2 2

- Rede ferroviária 3 2 3 2 3 3 3 2,7 3 3

- Outros 4 4 4 4 4 4 4,0 4 4

Natureza predominante da atividade humana:

- residencial 5 3 2 2 4 5 5 3,5 3,5 4

- comercial e serviços 4 4 4 5 5 2 4 4,0 4 3

- industrial 3 5 5 4 6 3 3 4,3 4,5 5

- educacional (escolas e creches) 1 2 3 3 3 4 3 2,7 3 2

- saúde (hospital e centros de saúde) 2 1 1 1 2 1 1 1,3 1 1

- turística e lazer 6 6 6 6 1 6 6 5,2 6 6

Condicionantes à intervenção:

- proximidade de linhas de água 3 2 3 2 1 1 3 2,0 2 2

- risco de desabamento (taludes) 2 1 1 1 2 2 2 1,5 1,5 1

- dificuldades de acesso 1 3 2 3 3 3 3 2,5 3 3

Reabilitação

E1 T1 T2E2 E3 E4

x

Área

Id

Distância entre caixas

Comprimento

Diâmetro

Profundidade

Idade

Material

Inclinação

Número de conexões

laterais

Condição do

terreno/tipo de solo

Número de

ocorrências no

passado

Ações à superfícies

(intensidade do

tráfego normal e

pesado)

Atividades e

ocupação à superfície

(presença de árvores,

areias e outros

detritos)

Zona 1

35828846

40,1

09

40,1

1800

2,1

02010

Betã

o s

imple

s0,3

52

0P

erm

eáve

l0

2Im

pacto

médio

35828879

42,0

02

42,0

0800

2,1

42010

Betã

o s

imple

s0,4

74

0P

erm

eáve

l0

2Im

pacto

médio

35828912

11,5

54

11,5

6315

1,5

2-

Polic

lore

to d

e v

inilo

3,1

90

0Im

perm

eáve

l2/a

no

5Im

pacto

médio

35892134

52,7

01

52,7

3300

1,3

6-

Betã

o s

imple

s3,1

46

0P

erm

eáve

l2/a

no

5Im

pacto

médio

35828868

9,5

01

9,5

0800

2,1

12010

Betã

o s

imple

s0,3

24

0P

erm

eáve

l0

2Im

pacto

médio

35828901

20,6

35

20,6

5315

1,2

5-

Polic

lore

to d

e v

inilo

3,7

14

0Im

perm

eáve

l2/a

no

5Im

pacto

médio

35828934

44,2

98

44,3

3315

1,8

3-

Polic

lore

to d

e v

inilo

4,0

68

0Im

perm

eáve

l2/a

no

5Im

pacto

médio

35828857

34,1

32

34,1

3800

2,0

02010

Betã

o s

imple

s0,7

21

0P

erm

eáve

l0

2Im

pacto

médio

35828890

53,0

83

53,0

9800

2,1

42010

Betã

o s

imple

s0,9

47

0Im

perm

eáve

l0

2Im

pacto

médio

35828923

42,9

53

42,9

5315

1,9

8-

Polic

lore

to d

e v

inilo

0,7

75

0Im

perm

eáve

l2/a

no

5Im

pacto

médio

Zona 2

35905685

20,2

47

290,6

4300

2,0

9-

Betã

o s

imple

s1,4

32

0Im

perm

eáve

l3/a

no

3Im

pacto

médio

35867912

37,1

05

601,1

3300

1,4

0-

Betã

o s

imple

s1,6

17

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

médio

35905707

26,9

42

460,6

9300

2,0

1-

Betã

o s

imple

s1,7

07

0Im

perm

eáve

l3/a

no

3Im

pacto

médio

35867956

41,0

14

41,0

2500

1,3

4-

Betã

o s

imple

s0,7

31

0Im

perm

eáve

l4/a

no

5Im

pacto

ele

vado

35905696

40,7

68

521,7

9300

2,1

0-

Betã

o s

imple

s1,2

76

0Im

perm

eáve

l3/a

no

3Im

pacto

médio

35905729

1,3

27

759,7

8200

1,4

4-

Polic

lore

to d

e v

inilo

57,2

55

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

médio

35905740

32,9

99

461,1

9300

2,0

3-

Betã

o s

imple

s1,3

94

0Im

perm

eáve

l3/a

no

5Im

pacto

médio

35906598

37,9

59

37,9

6500

1,8

7-

Betã

o s

imple

s0,1

58

0Im

perm

eáve

l4/a

no

5Im

pacto

ele

vado

Zona 3

35785961

14,5

03

220,4

9400

1,2

91953

Betã

o s

imple

s1,5

17

0Im

perm

eáve

l0

4Im

pacto

médio

35785917

20,8

56

1710,1

1300

1,8

31952

Betã

o s

imple

s8,1

99

0Im

perm

eáve

l3/a

no

4Im

pacto

médio

35785950

12,2

81

530,1

9200

1,0

01964

Betã

o s

imple

s4,3

16

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

médio

35785939

26,1

78

1360,2

0300

2,0

31952

Betã

o s

imple

s5,1

95

0Im

perm

eáve

l3/a

no

4N

ão a

plic

áve

l

35785928

26,5

16

390,9

5300

2,0

31952

Betã

o s

imple

s1,4

71

0Im

perm

eáve

l3/a

no

4N

ão a

plic

áve

l

35786016

160,1

13

19319,9

0300

1,7

61955

Betã

o s

imple

s12,0

66

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

médio

Zona 4

35863952

27,9

530,8

3200

1,1

22012

Betã

o s

imple

s9,0

67

0Im

perm

eáve

l0

3Im

pacto

médio

35863930

17,7

64

940,0

61500

2,1

91967

Betã

o s

imple

s1,0

89

0Im

perm

eáve

l3/a

no

5Im

pacto

médio

35863908

39,6

81

1160,5

51500

1,9

61967

Betã

o s

imple

s1,1

63

0Im

perm

eáve

l3/a

no

5Im

pacto

médio

35784443

36,6

41

2000,2

0300

1,2

31967

Betã

o s

imple

s0,7

25

0Im

perm

eáve

l3/a

no

5Im

pacto

médio

35784432

31,6

29

900,4

0300

1,0

41967

Betã

o s

imple

s8,9

17

0Im

perm

eáve

l3/a

no

5Im

pacto

médio

35898968

20,3

34

290,6

7300

1,4

41970

Betã

o s

imple

s5,6

18

0Im

perm

eáve

l0

5N

ão a

plic

áve

l

35863754

25,2

32

780,3

3250

1,8

71970

Betã

o s

imple

s4,1

67

0Im

perm

eáve

l3/a

no

3Im

pacto

médio

35863941

19,3

03

550,2

81500

2,5

91967

Betã

o s

imple

s0,8

98

0Im

perm

eáve

l3/a

no

5Im

pacto

médio

35863919

47,9

4831,2

21500

2,0

91967

Betã

o s

imple

s1,4

38

0Im

perm

eáve

l3/a

no

5Im

pacto

médio

Car

acte

ríst

icas

da

en

volv

en

te:

Car

acte

ríst

icas

do

sis

tem

a:

Vero

sim

ilhança d

e falh

a

Anexo D – Caracterização dos troços analisados

xi

Zona 5

35906081

10,8

03

270,1

8200

1,2

3-

Betã

o s

imple

s1,9

00

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

médio

35865734

25,9

28

590,6

9200

0,9

5-

Betã

o s

imple

s5,2

91

0Im

perm

eáve

l1/a

no

5Im

pacto

médio

35865822

16,2

39

350,3

3300

1,1

7-

Betã

o s

imple

s2,9

23

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

médio

35865811

29,3

7440,9

4300

1,2

3-

Betã

o s

imple

s5,4

58

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

médio

35865657

16,9

21

400,3

7200

1,1

9-

Betã

o s

imple

s2,8

45

0Im

perm

eáve

l1/a

no

5Im

pacto

médio

35865668

25,2

76

880,4

7250

1,0

1-

Betã

o s

imple

s1,4

26

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

médio

35865767

23,5

63

450,6

7300

1,2

41963

Betã

o s

imple

s3,0

91

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

médio

35865690

18,1

04

470,3

3200

1,1

1-

Betã

o s

imple

s2,8

49

0Im

perm

eáve

l1/a

no

5Im

pacto

médio

35865833

20,2

92

1839,9

9300

1,4

3-

Betã

o s

imple

s1,7

31

0Im

perm

eáve

l1/a

no

5Im

pacto

médio

35865679

38,5

58

421,6

6200

1,0

6-

Betã

o s

imple

s2,4

99

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

médio

35906070

18,0

53

210,7

3200

1,2

8-

Betã

o s

imple

s2,2

76

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

médio

35865723

33,0

92

33,0

9300

1,3

1-

Betã

o s

imple

s2,1

55

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

médio

35865701

10,3

18

920,1

1200

1,0

0-

Betã

o s

imple

s1,4

98

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

médio

35865712

31,1

52

1750,4

0300

1,1

3-

Betã

o s

imple

s2,3

64

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

médio

35865756

24,4

76

1020,2

1300

1,2

4-

Betã

o s

imple

s3,4

82

0Im

perm

eáve

l1/a

no

5Im

pacto

médio

35906092

21,1

721,1

7200

1,0

7-

Betã

o s

imple

s1,9

10

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

médio

35865745

12,5

17

180,4

3300

1,2

8-

Betã

o s

imple

s2,5

96

0Im

perm

eáve

l1/a

no

5Im

pacto

médio

Zona 6

35903632

17,6

35

230,6

4800

3,7

31949

Betã

o s

imple

s1,3

04

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

médio

35903764

2,4

83

500,0

1200

1,8

4-

Betã

o s

imple

s20,1

37

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

médio

35838812

19,0

76

250,8

1400

4,6

8-

Polic

lore

to d

e v

inilo

1,3

11

0Im

perm

eáve

l3/a

no

5Im

pacto

médio

35838834

57,0

33

1551,2

1400

1,5

9-

Polic

lore

to d

e v

inilo

2,7

18

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

médio

35838801

4,0

01

400,0

0400

1,8

1-

Polic

lore

to d

e v

inilo

9,9

97

0Im

perm

eáve

l3/a

no

5Im

pacto

médio

Zona 7

35904882

9,2

77

110,4

2600

2,6

01952

Betã

o s

imple

s1,1

86

0Im

perm

eáve

l0

5N

ão a

plic

áve

l

35839516

22,8

17

1530,2

8700

2,0

81952

Betã

o s

imple

s6,7

06

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

médio

35839538

43,7

42

43,7

4500

2,9

21999

Betã

o s

imple

s0,6

63

0Im

perm

eáve

l4/a

no

2Im

pacto

médio

35839549

28,7

23

381,0

91000

3,0

81999

Betã

o s

imple

s1,3

23

0Im

perm

eáve

l4/a

no

2Im

pacto

médio

35839527

42,5

38

42,5

41000

2,8

91999

Betã

o s

imple

s0,9

87

0Im

perm

eáve

l4/a

no

2Im

pacto

médio

35839615

12,2

08

690,1

0400

1,9

01999

Betã

o s

imple

s5,6

52

0Im

perm

eáve

l4/a

no

2Im

pacto

médio

35839560

43,7

75

541,9

51000

3,1

51999

Betã

o s

imple

s1,2

34

0Im

perm

eáve

l4/a

no

2Im

pacto

médio

35904871

24,0

68

1230,1

1200

1,3

91952

Polic

lore

to d

e v

inilo

5,1

10

0Im

perm

eáve

l0

5N

ão a

plic

áve

l

35839626

9,4

09

9,4

11000

2,0

71999

Betã

o s

imple

s0,0

00

0Im

perm

eáve

l4/a

no

2Im

pacto

médio

35904893

6,9

66

1579,9

7200

1,1

01952

Polic

lore

to d

e v

inilo

22,6

81

0Im

perm

eáve

l0

5N

ão a

plic

áve

l

35904860

13,3

23

310,3

1200

1,2

21952

Polic

lore

to d

e v

inilo

2,3

27

0Im

perm

eáve

l0

5N

ão a

plic

áve

l

35839505

18,7

91240,0

9700

2,8

91952

Betã

o s

imple

s6,5

99

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

médio

35904706

15,4

71310,0

9200

1,8

91952

Betã

o s

imple

s8,4

68

0Im

perm

eáve

l0

5N

ão a

plic

áve

l

35839571

11,3

35

11,3

41000

2,4

41999

Betã

o s

imple

s0,7

06

0Im

perm

eáve

l0

2Im

pacto

médio

35839604

42,3

35

1630,4

5400

1,5

81999

Betã

o s

imple

s3,8

50

0Im

perm

eáve

l4/a

no

2Im

pacto

médio

Zona 8

35821717

38,9

26

38,9

31000

2,0

81980

Betã

o s

imple

s3,5

45

0Im

perm

eáve

l2/a

no

3Im

pacto

ele

vado

35821706

47,6

98

47,7

01000

2,1

71980

Betã

o s

imple

s1,9

29

0Im

perm

eáve

l2/a

no

3Im

pacto

ele

vado

35878546

42,9

642,9

61000

2,2

01980

Betã

o s

imple

s1,9

09

0Im

perm

eáve

l2/a

no

3Im

pacto

ele

vado

35878535

50,5

84

50,5

81000

2,6

41980

Betã

o s

imple

s2,8

86

0Im

perm

eáve

l1/a

no

3Im

pacto

ele

vado

35892211

17,7

27

17,7

3200

1,1

02005

Polic

lore

to d

e v

inilo

3,6

10

0Im

perm

eáve

l1/a

no

3Im

pacto

ele

vado

35822080

31,2

36

31,2

4300

1,2

82005

Betã

o s

imple

s1,1

21

0Im

perm

eáve

l1/a

no

3Im

pacto

ele

vado

Zona 9

35857275

39,9

32

39,9

3300

3,0

21996

Betã

o s

imple

s0,7

26

0Im

perm

eáve

l1/a

no

5Im

pacto

médio

35857374

22,1

24

1440,2

2300

2,9

61970

Betã

o s

imple

s6,5

09

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

médio

35857286

48,2

94

48,3

0300

3,1

31996

Betã

o s

imple

s0,9

94

0Im

perm

eáve

l1/a

no

5Im

pacto

médio

35896128

43,5

3070,1

0300

1,3

01970

Betã

o s

imple

s7,0

57

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

ele

vado

35857297

36,5

91

850,8

0400

3,3

01970

Betã

o s

imple

s2,3

23

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

médio

35835490

32,2

75

32,2

8300

1,8

81970

Betã

o s

imple

s0,9

92

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

ele

vado

35896117

49,4

01

2720,4

7300

1,3

41970

Betã

o s

imple

s5,5

06

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

ele

vado

35835479

18,1

51

18,1

5300

1,8

01970

Betã

o s

imple

s0,8

26

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

ele

vado

35896106

30,3

71

640,6

4500

1,5

01970

Betã

o s

imple

s2,1

07

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

ele

vado

35856236

37,8

33

37,8

3400

2,3

61970

Betã

o s

imple

s0,6

87

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

médio

35892728

27,2

45

2210,0

1400

1,4

61970

Betã

o s

imple

s8,1

11

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

médio

xii

Zona 1

035897216

6,0

12

510,0

3500

1,3

3-

Polic

lore

to d

e v

inilo

8,4

83

0Im

perm

eáve

l1/a

no

2Im

pacto

médio

35897139

35,9

18

800,7

0500

1,9

2-

Betã

o s

imple

s2,2

27

0Im

perm

eáve

l1/a

no

2Im

pacto

médio

35897172

24,1

81

830,2

4500

0,6

0-

Betã

o s

imple

s3,4

32

0Im

perm

eáve

l1/a

no

2Im

pacto

médio

35897205

3,7

83

800,0

0200

0,8

1-

Betã

o s

imple

s21,1

47

0Im

perm

eáve

l1/a

no

2Im

pacto

médio

35897128

40,3

36

621,2

8500

2,3

2-

Betã

o s

imple

s1,5

37

0Im

perm

eáve

l1/a

no

2Im

pacto

médio

35897161

14,6

13

14,6

1500

1,8

9-

Betã

o s

imple

s0,8

90

0Im

perm

eáve

l1/a

no

2Im

pacto

médio

35897117

18,2

51

430,3

8300

2,2

0-

Betã

o s

imple

s2,3

56

0Im

perm

eáve

l1/a

no

2Im

pacto

médio

35897150

54,9

63

1271,3

8500

1,9

0-

Betã

o s

imple

s2,3

11

0Im

perm

eáve

l1/a

no

2Im

pacto

médio

35897183

13,8

17

850,1

3200

0,6

0-

Betã

o s

imple

s6,1

52

0Im

perm

eáve

l1/a

no

2Im

pacto

médio

Zona 1

135840099

25,3

38

800,3

2300

1,6

5-

Betã

o s

imple

s3,1

57

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

médio

35826547

38,9

05

3000,2

2300

2,6

01944

Betã

o s

imple

s7,7

11

0P

erm

eáve

l0

1Im

pacto

médio

35840110

34,5

34

1700,4

6300

2,0

0-

Betã

o s

imple

s4,9

23

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

médio

35840121

44,6

77

3650,3

8300

2,3

5-

Betã

o s

imple

s8,1

70

0P

erm

eáve

l0

5Im

pacto

médio

Zona 1

235773737

24,3

56

291,1

0300

1,8

8-

Betã

o s

imple

s1,1

91

0Im

perm

eáve

l0

5N

ão a

plic

áve

l

35828340

28,1

42

1440,3

0300

1,8

0-

Betã

o s

imple

s5,1

17

0Im

perm

eáve

l0

5N

ão a

plic

áve

l

35890957

9,8

8330,1

4300

2,1

6-

Betã

o s

imple

s3,3

40

0Im

perm

eáve

l0

5N

ão a

plic

áve

l

35773726

29,8

38

29,8

4300

1,9

2-

Betã

o s

imple

s0,9

38

0Im

perm

eáve

l0

5N

ão a

plic

áve

l

35773759

6,5

27

250,0

7300

1,7

6-

Betã

o s

imple

s3,8

30

0Im

perm

eáve

l0

5N

ão a

plic

áve

l

35890946

25,2

61

360,8

5300

2,0

1-

Betã

o s

imple

s1,4

25

0Im

perm

eáve

l0

5N

ão a

plic

áve

l

35890913

26,4

11

26,4

1300

1,5

5-

Betã

o s

imple

s0,0

00

0Im

perm

eáve

l0

5Im

pacto

médio

35828329

21,0

28

360,6

1300

1,9

4-

Betã

o s

imple

s1,7

12

0Im

perm

eáve

l0

5N

ão a

plic

áve

l

35773748

15,6

97

250,5

5300

1,8

3-

Betã

o s

imple

s1,5

93

0Im

perm

eáve

l0

5N

ão a

plic

áve

l

35890902

18,9

21

18,9

2300

1,5

2-

Betã

o s

imple

s0,7

93

0Im

perm

eáve

l0

5N

ão a

plic

áve

l

xiii

Área

Id

Profundidade

Número de conexões

laterais

Condição do

terreno/tipo de solo

Densidade da

ocupação

Zonas

ambientalmente

sensíveis

Rede viária principal

Rede viária

secundária

Rede ferroviária

Outros

Residencial

Comercial e serviços

Industrial

Educacional

Saúde

Turística e lazer

Proximidade de

linhas de água

Risco de

desabamento

Dificuldades de

acesso

Zona 1

35828846

2,1

00

Perm

eáve

lIm

pacto

reduzid

oN

ão a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35828879

2,1

40

Perm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35828912

1,5

20

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35892134

1,3

60

Perm

eáve

lIm

pacto

reduzid

oN

ão a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35828868

2,1

10

Perm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35828901

1,2

50

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35828934

1,8

30

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35828857

2,0

00

Perm

eáve

lIm

pacto

reduzid

oN

ão a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35828890

2,1

40

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35828923

1,9

80

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

Zona 2

35905685

2,0

90

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lx

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35867912

1,4

00

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lx

XX

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35905707

2,0

10

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lx

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35867956

1,3

40

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lx

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35905696

2,1

00

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lx

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35905729

1,4

40

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lx

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35905740

2,0

30

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lx

XX

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35906598

1,8

70

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lx

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

Zona 3

35785961

1,2

90

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lx

xN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35785917

1,8

30

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lx

xN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35785950

1,0

00

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lx

xN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35785939

2,0

30

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lx

xN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35785928

2,0

30

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lx

xN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35786016

1,7

60

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lx

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

Zona 4

35863952

1,1

20

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XX

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35863930

2,1

90

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XX

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35863908

1,9

60

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35784443

1,2

30

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35784432

1,0

40

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35898968

1,4

40

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35863754

1,8

70

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35863941

2,5

90

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XX

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35863919

2,0

90

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XX

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

Consequência

s d

e falh

a

Car

acte

ríst

icas

do

sis

tem

a:C

arac

terí

stic

as d

a e

nvo

lve

nte

:P

roxi

mid

ade

a v

ias

de

co

mu

nic

ação

:N

atu

reza

pre

do

min

ante

da

ativ

idad

e h

um

ana:

Co

nd

icio

nan

tes

à in

terv

en

ção

:

xiv

Zona 5

35906081

1,2

30

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35865734

0,9

50

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35865822

1,1

70

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XX

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35865811

1,2

30

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XX

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35865657

1,1

90

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35865668

1,0

10

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35865767

1,2

40

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35865690

1,1

10

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35865833

1,4

30

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XX

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35865679

1,0

60

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35906070

1,2

80

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35865723

1,3

10

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35865701

1,0

00

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35865712

1,1

30

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35865756

1,2

40

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35906092

1,0

70

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35865745

1,2

80

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

Zona 6

35903632

3,7

30

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Impacto

ele

vado

XX

Impacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35903764

1,8

40

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Impacto

ele

vado

XX

Impacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35838812

4,6

80

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Impacto

ele

vado

XX

Impacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35838834

1,5

90

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Impacto

ele

vado

XX

Impacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35838801

1,8

10

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Impacto

ele

vado

XX

Impacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

Zona 7

35904882

2,6

00

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35839516

2,0

80

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35839538

2,9

20

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35839549

3,0

80

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35839527

2,8

90

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35839615

1,9

00

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35839560

3,1

50

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35904871

1,3

90

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35839626

2,0

70

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35904893

1,1

00

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35904860

1,2

20

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35839505

2,8

90

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35904706

1,8

90

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35839571

2,4

40

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35839604

1,5

80

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

Zona 8

35821717

2,0

80

Imperm

eáve

lIm

pacto

reduzid

oN

ão a

plic

áve

lX

XX

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35821706

2,1

70

Imperm

eáve

lIm

pacto

reduzid

oN

ão a

plic

áve

lX

XX

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35878546

2,2

00

Imperm

eáve

lIm

pacto

reduzid

oN

ão a

plic

áve

lX

XX

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35878535

2,6

40

Imperm

eáve

lIm

pacto

reduzid

oN

ão a

plic

áve

lX

XX

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35892211

1,1

00

Imperm

eáve

lIm

pacto

reduzid

oN

ão a

plic

áve

lX

XX

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35822080

1,2

80

Imperm

eáve

lIm

pacto

reduzid

oN

ão a

plic

áve

lX

XX

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

Zona 9

35857275

3,0

20

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Impacto

médio

XX

Impacto

médio

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35857374

2,9

60

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Impacto

médio

XX

Impacto

médio

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35857286

3,1

30

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Impacto

médio

XX

Impacto

médio

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35896128

1,3

00

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Impacto

médio

XX

Impacto

médio

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35857297

3,3

00

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Impacto

médio

XX

Impacto

médio

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35835490

1,8

80

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Impacto

médio

XX

Impacto

médio

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35896117

1,3

40

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Impacto

médio

XX

Impacto

médio

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35835479

1,8

00

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Impacto

médio

XX

Impacto

médio

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35896106

1,5

00

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Impacto

médio

XX

Impacto

médio

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35856236

2,3

60

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Impacto

médio

XX

Impacto

médio

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35892728

1,4

60

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Impacto

médio

XX

Impacto

médio

Não a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

xv

Zona 1

035897216

1,3

30

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35897139

1,9

20

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35897172

0,6

00

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35897205

0,8

10

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35897128

2,3

20

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35897161

1,8

90

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35897117

2,2

00

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35897150

1,9

00

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35897183

0,6

00

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

Zona 1

135840099

1,6

50

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35826547

2,6

00

Perm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lA

plic

áve

l

35840110

2,0

00

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35840121

2,3

50

Perm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lA

plic

áve

l

Zona 1

235773737

1,8

80

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35828340

1,8

00

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35890957

2,1

60

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35773726

1,9

20

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35773759

1,7

60

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35890946

2,0

10

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35890913

1,5

50

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35828329

1,9

40

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35773748

1,8

30

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

35890902

1,5

20

Imperm

eáve

lIm

pacto

ele

vado

Não a

plic

áve

lX

XN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

lN

ão a

plic

áve

l

xvi

Anexo E – Classificação de nível de risco dos coletores

Área Id POM Classificação POM QOM Classificação QOM Risco

Zona 1 35828846 0,693 4 0,250 2 Elevado

35828879 0,693 4 0,319 2 Elevado

35828912 0,452 3 0,311 2 Médio

35892134 0,449 3 0,233 2 Médio

35828868 0,693 4 0,319 2 Elevado

35828901 0,452 3 0,311 2 Médio

35828934 0,426 3 0,311 2 Médio

35828857 0,698 4 0,245 2 Elevado

35828890 0,708 4 0,322 2 Elevado

35828923 0,458 3 0,311 2 Médio

Zona 2 35905685 0,678 4 0,310 2 Elevado

35867912 0,394 2 0,335 2 Médio

35905707 0,678 4 0,310 2 Elevado

35867956 0,622 4 0,311 2 Elevado

35905696 0,678 4 0,310 2 Elevado

35905729 0,373 2 0,305 2 Médio

35905740 0,436 3 0,339 2 Médio

35906598 0,622 4 0,311 2 Elevado

Zona 3 35785961 0,591 3 0,300 2 Médio

35785917 0,629 4 0,294 2 Elevado

35785950 0,398 2 0,294 2 Médio

35785939 0,367 2 0,299 2 Médio

35785928 0,367 2 0,299 2 Médio

35786016 0,404 3 0,305 2 Médio

Zona 4 35863952 0,636 4 0,348 2 Elevado

35863930 0,418 3 0,371 2 Médio

35863908 0,423 3 0,323 2 Médio

35784443 0,446 3 0,305 2 Médio

35784432 0,446 3 0,305 2 Médio

35898968 0,153 1 0,305 2 Reduzido

35863754 0,698 4 0,305 2 Elevado

35863941 0,418 3 0,371 2 Médio

35863919 0,418 3 0,371 2 Médio

Zona 5 35906081 0,394 2 0,300 2 Médio

35865734 0,406 3 0,305 2 Médio

35865822 0,394 2 0,354 2 Médio

35865811 0,394 2 0,354 2 Médio

35865657 0,406 3 0,305 2 Médio

35865668 0,394 2 0,305 2 Médio

35865767 0,398 2 0,305 2 Médio

35865690 0,406 3 0,305 2 Médio

35865833 0,406 3 0,354 2 Médio

35865679 0,394 2 0,305 2 Médio

35906070 0,394 2 0,300 2 Médio

35865723 0,394 2 0,305 2 Médio

35865701 0,394 2 0,305 2 Médio

35865712 0,394 2 0,305 2 Médio

35865756 0,406 3 0,305 2 Médio

35906092 0,394 2 0,300 2 Médio

35865745 0,406 3 0,305 2 Médio

Zona 6 35903632 0,382 2 0,459 3 Médio

35903764 0,394 2 0,443 3 Médio

35838812 0,418 3 0,440 3 Elevado

35838834 0,382 2 0,426 3 Médio

35838801 0,430 3 0,426 3 elevado

Classificação Risco Entupimento

xvii

Zona 7 35904882 0,152 1 0,305 2 Reduzido

35839516 0,388 2 0,322 2 Médio

35839538 0,751 4 0,305 2 Elevado

35839549 0,724 4 0,320 2 Elevado

35839527 0,730 4 0,311 2 Elevado

35839615 0,756 4 0,300 2 Elevado

35839560 0,724 4 0,320 2 Elevado

35904871 0,126 1 0,294 2 Reduzido

35839626 0,730 4 0,311 2 Elevado

35904893 0,126 1 0,294 2 Reduzido

35904860 0,126 1 0,294 2 Reduzido

35839505 0,388 2 0,322 2 Médio

35904706 0,148 1 0,294 2 Reduzido

35839571 0,683 4 0,311 2 Elevado

35839604 0,756 4 0,300 2 Elevado

Zona 8 35821717 0,841 5 0,237 2 Elevado

35821706 0,841 5 0,237 2 Elevado

35878546 0,841 5 0,237 2 Elevado

35878535 0,817 5 0,237 2 Elevado

35892211 0,798 4 0,221 2 Elevado

35822080 0,819 5 0,221 2 Elevado

Zona 9 35857275 0,410 3 0,401 3 Elevado

35857374 0,404 3 0,392 2 Médio

35857286 0,410 3 0,401 3 Elevado

35896128 0,580 3 0,388 2 Médio

35857297 0,407 3 0,407 3 Elevado

35835490 0,580 3 0,388 2 Médio

35896117 0,580 3 0,388 2 Médio

35835479 0,580 3 0,388 2 Médio

35896106 0,589 3 0,394 2 Médio

35856236 0,413 3 0,398 2 Médio

35892728 0,418 3 0,394 2 Médio

Zona 10 35897216 0,684 4 0,292 2 Elevado

35897139 0,706 4 0,292 2 Elevado

35897172 0,706 4 0,292 2 Elevado

35897205 0,696 4 0,286 2 Elevado

35897128 0,700 4 0,297 2 Elevado

35897161 0,706 4 0,292 2 Elevado

35897117 0,691 4 0,291 2 Elevado

35897150 0,706 4 0,292 2 Elevado

35897183 0,696 4 0,286 2 Elevado

Zona 11 35840099 0,394 2 0,305 2 Médio

35826547 0,481 3 0,411 3 Elevado

35840110 0,394 2 0,305 2 Médio

35840121 0,374 2 0,402 3 Médio

Zona 12 35773737 0,138 1 0,311 2 Reduzido

35828340 0,138 1 0,311 2 Reduzido

35890957 0,132 1 0,315 2 Reduzido

35773726 0,138 1 0,311 2 Reduzido

35773759 0,138 1 0,311 2 Reduzido

35890946 0,132 1 0,315 2 Reduzido

35890913 0,394 2 0,305 2 Médio

35828329 0,138 1 0,311 2 Reduzido

35773748 0,138 1 0,311 2 Reduzido

35890902 0,138 1 0,311 2 Reduzido

xviii

Área Id PR Classificação PR QR Classificação QR Risco

Zona 1 35828846 0,687 4 0,209 2 Elevado

35828879 0,687 4 0,278 2 Elevado

35828912 0,443 3 0,278 2 Médio

35892134 0,447 3 0,201 2 Médio

35828868 0,687 4 0,278 2 Elevado

35828901 0,443 3 0,278 2 Médio

35828934 0,434 3 0,278 2 Médio

35828857 0,694 4 0,204 2 Elevado

35828890 0,709 4 0,284 2 Elevado

35828923 0,446 3 0,278 2 Médio

Zona 2 35905685 0,703 4 0,281 2 Elevado

35867912 0,420 3 0,306 2 Médio

35905707 0,703 4 0,281 2 Elevado

35867956 0,646 4 0,278 2 Elevado

35905696 0,703 4 0,281 2 Elevado

35905729 0,388 2 0,276 2 Médio

35905740 0,461 3 0,311 2 Médio

35906598 0,646 4 0,278 2 Elevado

Zona 3 35785961 0,621 4 0,283 2 Elevado

35785917 0,661 4 0,282 2 Elevado

35785950 0,427 3 0,282 2 Médio

35785939 0,398 2 0,286 2 Médio

35785928 0,398 2 0,286 2 Médio

35786016 0,436 3 0,276 2 Médio

Zona 4 35863952 0,662 4 0,325 2 Elevado

35863930 0,449 3 0,334 2 Médio

35863908 0,456 3 0,281 2 Médio

35784443 0,474 3 0,276 2 Médio

35784432 0,474 3 0,276 2 Médio

35898968 0,188 1 0,276 2 Reduzido

35863754 0,734 4 0,276 2 Elevado

35863941 0,449 3 0,334 2 Médio

35863919 0,449 3 0,334 2 Médio

Zona 5 35906081 0,420 3 0,287 2 Médio

35865734 0,432 3 0,276 2 Médio

35865822 0,420 3 0,330 2 Médio

35865811 0,420 3 0,330 2 Médio

35865657 0,432 3 0,276 2 Médio

35865668 0,420 3 0,276 2 Médio

35865767 0,427 3 0,276 2 Médio

35865690 0,432 3 0,276 2 Médio

35865833 0,432 3 0,330 2 Médio

35865679 0,420 3 0,276 2 Médio

35906070 0,420 3 0,287 2 Médio

35865723 0,420 3 0,276 2 Médio

35865701 0,420 3 0,276 2 Médio

35865712 0,420 3 0,276 2 Médio

35865756 0,432 3 0,276 2 Médio

35906092 0,420 3 0,287 2 Médio

35865745 0,432 3 0,276 2 Médio

Zona 6 35903632 0,412 3 0,469 3 Elevado

35903764 0,420 3 0,462 3 Elevado

35838812 0,428 3 0,449 3 Elevado

35838834 0,396 2 0,436 3 Médio

35838801 0,443 3 0,436 3 Elevado

Classificação Risco Colapso

xix

Zona 7 35904882 0,180 1 0,288 2 Reduzido

35839516 0,420 3 0,284 2 Médio

35839538 0,783 4 0,288 2 Elevado

35839549 0,758 4 0,298 2 Elevado

35839527 0,766 4 0,289 2 Elevado

35839615 0,790 4 0,283 2 Elevado

35839560 0,758 4 0,298 2 Elevado

35904871 0,148 1 0,282 2 Reduzido

35839626 0,766 4 0,289 2 Elevado

35904893 0,148 1 0,282 2 Reduzido

35904860 0,148 1 0,282 2 Reduzido

35839505 0,420 3 0,284 2 Médio

35904706 0,180 1 0,282 2 Reduzido

35839571 0,719 4 0,289 2 Elevado

35839604 0,790 4 0,283 2 Elevado

Zona 8 35821717 0,877 5 0,210 2 Elevado

35821706 0,877 5 0,210 2 Elevado

35878546 0,877 5 0,210 2 Elevado

35878535 0,853 5 0,210 2 Elevado

35892211 0,813 5 0,203 2 Elevado

35822080 0,845 5 0,203 2 Elevado

Zona 9 35857275 0,441 3 0,390 2 Médio

35857374 0,438 3 0,381 2 Médio

35857286 0,441 3 0,390 2 Médio

35896128 0,616 4 0,376 2 Elevado

35857297 0,437 3 0,391 2 Médio

35835490 0,616 4 0,376 2 Elevado

35896117 0,616 4 0,376 2 Elevado

35835479 0,616 4 0,376 2 Elevado

35896106 0,623 4 0,378 2 Elevado

35856236 0,445 3 0,382 2 Médio

35892728 0,452 3 0,378 2 Médio

Zona 10 35897216 0,698 4 0,270 2 Elevado

35897139 0,730 4 0,270 2 Elevado

35897172 0,730 4 0,270 2 Elevado

35897205 0,722 4 0,268 2 Elevado

35897128 0,723 4 0,274 2 Elevado

35897161 0,730 4 0,270 2 Elevado

35897117 0,715 4 0,273 2 Elevado

35897150 0,730 4 0,270 2 Elevado

35897183 0,722 4 0,268 2 Elevado

Zona 11 35840099 0,420 3 0,276 2 Médio

35826547 0,505 3 0,287 2 Médio

35840110 0,420 3 0,276 2 Médio

35840121 0,392 2 0,278 2 Médio

Zona 12 35773737 0,164 1 0,293 2 Reduzido

35828340 0,164 1 0,293 2 Reduzido

35890957 0,157 1 0,297 2 Reduzido

35773726 0,164 1 0,293 2 Reduzido

35773759 0,164 1 0,293 2 Reduzido

35890946 0,157 1 0,297 2 Reduzido

35890913 0,420 3 0,276 2 Médio

35828329 0,164 1 0,293 2 Reduzido

35773748 0,164 1 0,293 2 Reduzido

35890902 0,164 1 0,293 2 Reduzido

xx

Área Id POM PR PFalha Classificação P QOM QR QFalha Classificação Q Risco

Zona 1 35828846 0,693 0,687 0,904 5 0,250 0,209 0,350 2 Elevado

35828879 0,693 0,687 0,904 5 0,319 0,278 0,456 3 Elevado

35828912 0,452 0,443 0,695 4 0,311 0,278 0,374 2 Elevado

35892134 0,449 0,447 0,695 4 0,233 0,201 0,276 2 Elevado

35828868 0,693 0,687 0,904 5 0,319 0,278 0,456 3 Elevado

35828901 0,452 0,443 0,695 4 0,311 0,278 0,374 2 Elevado

35828934 0,426 0,434 0,675 4 0,311 0,278 0,369 2 Elevado

35828857 0,698 0,694 0,908 5 0,245 0,204 0,345 2 Elevado

35828890 0,708 0,709 0,915 5 0,322 0,284 0,469 3 Elevado

35828923 0,458 0,446 0,700 4 0,311 0,278 0,375 2 Elevado

Zona 2 35905685 0,678 0,703 0,904 5 0,310 0,281 0,439 3 Elevado

35867912 0,394 0,420 0,649 4 0,335 0,306 0,402 3 Elevado

35905707 0,678 0,703 0,904 5 0,310 0,281 0,439 3 Elevado

35867956 0,622 0,646 0,866 5 0,311 0,278 0,420 3 Elevado

35905696 0,678 0,703 0,904 5 0,310 0,281 0,439 3 Elevado

35905729 0,373 0,388 0,616 4 0,305 0,276 0,359 2 Elevado

35905740 0,436 0,461 0,696 4 0,339 0,311 0,409 3 Elevado

35906598 0,622 0,646 0,866 5 0,311 0,278 0,420 3 Elevado

Zona 3 35785961 0,591 0,621 0,845 5 0,300 0,283 0,418 3 Elevado

35785917 0,629 0,661 0,874 5 0,294 0,282 0,414 3 Elevado

35785950 0,398 0,427 0,655 4 0,294 0,282 0,363 2 Elevado

35785939 0,367 0,398 0,619 4 0,299 0,286 0,353 2 Elevado

35785928 0,367 0,398 0,619 4 0,299 0,286 0,353 2 Elevado

35786016 0,404 0,436 0,664 4 0,305 0,276 0,367 2 Elevado

Zona 4 35863952 0,636 0,662 0,877 5 0,348 0,325 0,498 3 Elevado

35863930 0,418 0,449 0,679 4 0,371 0,334 0,439 3 Elevado

35863908 0,423 0,456 0,686 4 0,323 0,281 0,377 2 Elevado

35784443 0,446 0,474 0,708 4 0,305 0,276 0,368 2 Elevado

35784432 0,446 0,474 0,708 4 0,305 0,276 0,368 2 Elevado

35898968 0,153 0,188 0,312 2 0,305 0,276 0,316 2 Médio

35863754 0,698 0,734 0,920 5 0,305 0,276 0,440 3 Elevado

35863941 0,418 0,449 0,679 4 0,371 0,334 0,439 3 Elevado

35863919 0,418 0,449 0,679 4 0,371 0,334 0,439 3 Elevado

Zona 5 35906081 0,394 0,420 0,649 4 0,300 0,287 0,368 2 Elevado

35865734 0,406 0,432 0,663 4 0,305 0,276 0,367 2 Elevado

35865822 0,394 0,420 0,649 4 0,354 0,330 0,429 3 Elevado

35865811 0,394 0,420 0,649 4 0,354 0,330 0,429 3 Elevado

35865657 0,406 0,432 0,663 4 0,305 0,276 0,367 2 Elevado

35865668 0,394 0,420 0,649 4 0,305 0,276 0,364 2 Elevado

35865767 0,398 0,427 0,655 4 0,305 0,276 0,366 2 Elevado

35865690 0,406 0,432 0,663 4 0,305 0,276 0,367 2 Elevado

35865833 0,406 0,432 0,663 4 0,354 0,330 0,432 3 Elevado

35865679 0,394 0,420 0,649 4 0,305 0,276 0,364 2 Elevado

35906070 0,394 0,420 0,649 4 0,300 0,287 0,368 2 Elevado

35865723 0,394 0,420 0,649 4 0,305 0,276 0,364 2 Elevado

35865701 0,394 0,420 0,649 4 0,305 0,276 0,364 2 Elevado

35865712 0,394 0,420 0,649 4 0,305 0,276 0,364 2 Elevado

35865756 0,406 0,432 0,663 4 0,305 0,276 0,367 2 Elevado

35906092 0,394 0,420 0,649 4 0,300 0,287 0,368 2 Elevado

35865745 0,406 0,432 0,663 4 0,305 0,276 0,367 2 Elevado

Zona 6 35903632 0,382 0,412 0,637 4 0,459 0,469 0,579 3 Elevado

35903764 0,394 0,420 0,649 4 0,443 0,462 0,568 3 Elevado

35838812 0,418 0,428 0,667 4 0,440 0,449 0,551 3 Elevado

35838834 0,382 0,396 0,627 4 0,426 0,436 0,535 3 Elevado

35838801 0,430 0,443 0,682 4 0,426 0,436 0,539 3 Elevado

Classificação Risco Falha

xxi

Zona 7 35904882 0,152 0,180 0,305 2 0,305 0,288 0,322 2 Médio

35839516 0,388 0,420 0,645 4 0,322 0,284 0,378 2 Elevado

35839538 0,751 0,783 0,946 5 0,305 0,288 0,467 3 Elevado

35839549 0,724 0,758 0,933 5 0,320 0,298 0,477 3 Elevado

35839527 0,730 0,766 0,937 5 0,311 0,289 0,466 3 Elevado

35839615 0,756 0,790 0,949 5 0,300 0,283 0,462 3 Elevado

35839560 0,724 0,758 0,933 5 0,320 0,298 0,477 3 Elevado

35904871 0,126 0,148 0,256 2 0,294 0,282 0,309 2 Médio

35839626 0,730 0,766 0,937 5 0,311 0,289 0,466 3 Elevado

35904893 0,126 0,148 0,256 2 0,294 0,282 0,309 2 Médio

35904860 0,126 0,148 0,256 2 0,294 0,282 0,309 2 Médio

35839505 0,388 0,420 0,645 4 0,322 0,284 0,378 2 Elevado

35904706 0,148 0,180 0,301 2 0,294 0,282 0,313 2 Médio

35839571 0,683 0,719 0,911 5 0,311 0,289 0,461 3 Elevado

35839604 0,756 0,790 0,949 5 0,300 0,283 0,462 3 Elevado

Zona 8 35821717 0,841 0,877 0,980 5 0,237 0,210 0,384 2 Elevado

35821706 0,841 0,877 0,980 5 0,237 0,210 0,384 2 Elevado

35878546 0,841 0,877 0,980 5 0,237 0,210 0,384 2 Elevado

35878535 0,817 0,853 0,973 5 0,237 0,210 0,384 2 Elevado

35892211 0,798 0,813 0,962 5 0,221 0,203 0,355 2 Elevado

35822080 0,819 0,845 0,972 5 0,221 0,203 0,363 2 Elevado

Zona 9 35857275 0,410 0,441 0,670 4 0,401 0,390 0,502 3 Elevado

35857374 0,404 0,438 0,665 4 0,392 0,381 0,489 3 Elevado

35857286 0,410 0,441 0,670 4 0,401 0,390 0,502 3 Elevado

35896128 0,580 0,616 0,839 5 0,388 0,376 0,545 3 Elevado

35857297 0,407 0,437 0,666 4 0,407 0,391 0,506 3 Elevado

35835490 0,580 0,616 0,839 5 0,388 0,376 0,545 3 Elevado

35896117 0,580 0,616 0,839 5 0,388 0,376 0,545 3 Elevado

35835479 0,580 0,616 0,839 5 0,388 0,376 0,545 3 Elevado

35896106 0,589 0,623 0,845 5 0,394 0,378 0,553 3 Elevado

35856236 0,413 0,445 0,674 4 0,398 0,382 0,496 3 Elevado

35892728 0,418 0,452 0,681 4 0,394 0,378 0,493 3 Elevado

Zona 10 35897216 0,684 0,698 0,905 5 0,292 0,270 0,429 3 Elevado

35897139 0,706 0,730 0,920 5 0,292 0,270 0,438 3 Elevado

35897172 0,706 0,730 0,920 5 0,292 0,270 0,438 3 Elevado

35897205 0,696 0,722 0,916 5 0,286 0,268 0,429 3 Elevado

35897128 0,700 0,723 0,917 5 0,297 0,274 0,443 3 Elevado

35897161 0,706 0,730 0,920 5 0,292 0,270 0,438 3 Elevado

35897117 0,691 0,715 0,912 5 0,291 0,273 0,434 3 Elevado

35897150 0,706 0,730 0,920 5 0,292 0,270 0,438 3 Elevado

35897183 0,696 0,722 0,916 5 0,286 0,268 0,429 3 Elevado

Zona 11 35840099 0,394 0,420 0,649 4 0,305 0,276 0,364 2 Elevado

35826547 0,481 0,505 0,743 4 0,411 0,287 0,461 3 Elevado

35840110 0,394 0,420 0,649 4 0,305 0,276 0,364 2 Elevado

35840121 0,374 0,392 0,619 4 0,402 0,278 0,418 3 Elevado

Zona 12 35773737 0,138 0,164 0,279 2 0,311 0,293 0,325 2 Médio

35828340 0,138 0,164 0,279 2 0,311 0,293 0,325 2 Médio

35890957 0,132 0,157 0,268 2 0,315 0,297 0,329 2 Médio

35773726 0,138 0,164 0,279 2 0,311 0,293 0,325 2 Médio

35773759 0,138 0,164 0,279 2 0,311 0,293 0,325 2 Médio

35890946 0,132 0,157 0,268 2 0,315 0,297 0,329 2 Médio

35890913 0,394 0,420 0,649 4 0,305 0,276 0,364 2 Elevado

35828329 0,138 0,164 0,279 2 0,311 0,293 0,325 2 Médio

35773748 0,138 0,164 0,279 2 0,311 0,293 0,325 2 Médio

35890902 0,138 0,164 0,279 2 0,311 0,293 0,325 2 Médio