Férias Animais - MDB 6ª edição

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1 facebook.com/RevistaMundodosBichos Ano II - nº 6 jan/fev 2014 facebook.com/revistamundodosbichos DISTRIBUIÇÃO GRATUITA FÉRIAS ANIMAIS EXÓTICOS Conheça as Chinchilas FELINOS Você sabe como funciona o equilíbrio dos gatos? CãES Dicas para garantir a nutrição ideal Tudo o que você precisa saber para curtir as férias ao lado do seu melhor amigo

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Ano II - nº 6 jan/fev 2014

facebook.com/revistamundodosbichosDISTRIBUIÇÃO GRATUITA

FÉRIASANIMAIs

EXÓTICOS Conheça as Chinchilas

FELINOSVocê sabe como funciona

o equilíbrio dos gatos?

CãESDicas para garantir

a nutrição ideal

Tudo o que você precisa saber para curtir as férias ao lado do seu melhor amigo

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QUALIDADE, COMPETÊNCIA E

EFICIÊNCIA CONTRIBUINDO COM A MEDICINA VETERINÁRIA

LABORVETLABORATÓRIO VETERINÁRIO

HEMATOLOGIABIOQUÍMICAPARASITOLOGIAURINÁLISEMICROBIOLOGIAENDOCRINOLOGIABIÓPSIACITOLOGIAIMUNOLOGIABANCO DE SANGUE

14 anos

Av. João Sedenho, 53Vila Sedenho - Araraquara / SP

163324 7010

laborvet_meia_pagina.pdf 1 08/01/2014 16:01:44

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ArtigoEDITORIAL

Cafécom inspiração

O ano de 2014 chegou e, com ele, a 6ª Edição da MDB. Se você acompanha é porque gosta, e se gosta já deve ter notado a grande evolução da revista. Fizemos tudo diferente para continuar do mes-mo jeito – cada vez melhor.

As novidades gráficas e editoriais que apresentamos neste núme-ro têm a missão de oferecer a você uma revista inovadora, inteligente e revo-lucionária. Tudo como resultado do empenho de veterinários, biólogos, artis-tas plásticos, ilustradores e muitos outros apaixonados pelo mundo animal, que contribuem para criar essa verdadeira obra de arte de entretenimento e informação, que traz descobertas científicas e conteúdo relevante veiculados em primeira mão. E o melhor, tudo isso de maneira gratuita!

E, claro, nunca é demais lembrar: nada disso aconteceria sem a ajuda de empresas que têm visão de futuro e realmente acreditaram no trabalho da MDB.

Como publicitário, já atuei em diversas agências de propaganda, sem-pre varando noites movido a muito café. Hoje, tomo muito mais café e trabalho com muito mais alegria por saber que alunos e professores es-tão utilizando nossa revista como fonte de pesquisa em sala de aula! Não existe nada mais prazeroso do que contribuir com a formação de cidadãos conscientes e instruídos. Por isso, nossa meta é envolver cada vez mais alunos e escolas em projetos, palestras, workshops, viagens e muito mais.

E por falar em viagens, prepare-se para conhecer as dicas mais importan-tes na hora de sair de férias com seu pet. Na nossa matéria de capa, você des-cobre tudo o que precisa saber para levá-lo em segurança e curtir o passeio ao lado do seu melhor amigo. Aproveite o roteiro. Sua aventura começa agora!

Marcelo de Almeida “Quén” Diretor

Edição bimestral - ANO II - Nº 6 Jan/fev 2014 Tiragem: 10 mil exemplares Distribuição gratuita

REDAÇÃOEnvie comentários, sugestões,críticas ou [email protected]

EDIÇÕEs ANTERIOREsSolicite exemplares [email protected]

PARA ANUNCIAR(16) 34612472(16) 99733 [email protected]

FALE COM A GENTE

QUALIDADE, COMPETÊNCIA E

EFICIÊNCIA CONTRIBUINDO COM A MEDICINA VETERINÁRIA

LABORVETLABORATÓRIO VETERINÁRIO

HEMATOLOGIABIOQUÍMICAPARASITOLOGIAURINÁLISEMICROBIOLOGIAENDOCRINOLOGIABIÓPSIACITOLOGIAIMUNOLOGIABANCO DE SANGUE

14 anos

Av. João Sedenho, 53Vila Sedenho - Araraquara / SP

163324 7010

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RECHEIO

DIRETOR EXECUTIVO - Marcelo de Almeida "Quén"- [email protected] DIRETOR ADMINISTRATIVO - Diogo Oliveira - [email protected] EDITOR - Dacyo Cavalcante - [email protected] JORNALISTA RESPONSÁVEL - Fabiana Assis Mtb 55169 REPORTAGEM - Sarah Teodoro / Vitor Haddad / Pedro Junqueira / Maria Eduarda Senna DESIGN EDITORIAL - Marcelo Quén / Mayara Julia Laurindo ILUSTRAÇÃO - Mayara Julia Laurindo GERENTE DE CONTAS - Carlos Alberto Chaman - [email protected] ATENDIMENTO- Julia Marchezi ANALISTA DE REDES SOCIAIS - Vitor Haddad - [email protected] LOGÍSTICA - Raphael Trolese ARTICULISTAS - Kdu Oliveira - Maurício Fregonesi COLUNISTA SOCIAL - Simone Dib CONSULTORES Jaquelini Fiochi - Médica Veterinária / Vagner José Mendonça - Biólogo / Heitor Francischini - Biólogo

EXPEDIENTE

6FELINOS

Os segredos e funções do equilíbrio dos gatos

26SAÚDEConheça a Síndrome Urológica Felina

28PEIXESÉ possível montar um aquário marinho

8EXÓTICOS

A incomparável fofura das chinchilas

30INICIATIVASUma história de dedicação aos bichos

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/revistamundodosbichos

/mundodosbichos

/revistamundodosbichos

@rmundodosbichos

12AVES

A beleza e a fragilidade dos tucanos

14CÃES

A importância da nutrição correta

34DIÁRIOImagens de uma viagem de bike pela América Latina

TODA EDIÇÃO32 Mundo36 Tirinha37 Crônica38 Bichos curiosos39 Click

10OCEANOO impacto

da pesca de camarão

CAPA18A intimidade com os pets precisa de limites?

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Saúde FELINOS

TextoMaria Luiza de OmenaDesignMayara Laurindo

ArteMayara Laurindo

Entenda os segredos que fazem do gato o maior acrobata do ambiente doméstico

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Reza a lenda que os gatos sempre caem em pé. Em parte, o mito é verdade. Como os felinos possuem um senso de equilíbrio bas-

tante aguçado e rápidas respostas aos estímulos cerebrais, todos os seus receptores de equilíbrio são ati-vados na hora da queda. Com isso, eles conseguem girar em torno de si mesmos na tentativa de corrigir sua posição e cair “em pé”. Para auxiliar o processo, seus membros se abrem e ajudam a reduzir a velocidade da queda, diminuindo o impacto.

Segundo Juliana Morgado de Araújo, médica veterinária na clí-nica É o Bicho, “Quanto maior a altura, maiores as chances de so-brevivência do animal. Um gato consegue resistir mais facilmente a uma queda do oitavo andar de um prédio do que a uma queda do ter-ceiro andar. Isso ocorre graças à sua flexibilidade, força muscular e equi-líbrio”. De acordo com a veterinária Gabriela Gomes, da PUC de Poços de Caldas, “Se a altura for pequena, pode não haver tempo para que o animal realize a rotação completa, o que pode levar a uma queda inade-quada e à ocorrência de lesões”.

MALABARISTAS

O equilíbrio dos gatos está rela-cionado à sua capacidade de saltar,

CUIDADOs IMPORTANTEs

Apesar das suas notáveis características adaptativas, os gatos necessitam de uma série de cuidados dos criadores, para continuar explorando o ambiente e desafiando as leis da física.

Bigodes - Nunca devem ser cortados. Além de comprometer o senso de direção e adaptação ao am-biente, também afetam a autoestima e funções emocionais do animal, já que é por meio dos bigodes que os gatos mostram sua defesa a eventuais inimigos.

Garras - É proibido arrancar ou remover cirurgicamente as unhas dos gatos. Para cortá-las, são necessárias tesouras especiais, com tamanho e formato específicos. Além disso, é preciso conhecer o ponto da unha correto para o corte. Em caso de dúvidas, procure um profissional.

Tela de Proteção - Os bichanos adoram se equilibrar em parapeitos e janelas. Por isso, quem mora em apartamentos ou sobrados deve colocar telas de proteção para evitar acidentes.

de se fixar em lugares inusitados e ao seu espírito aventureiro. Além do papel de-sempenhado pelo aparelho auditivo dos felinos (que auxilia na percepção do seu corpo no espaço), a presença de bigodes, garras e cauda forma uma espécie de con-junto que os ajuda a encarar as alturas e se equilibrar em espaços de difícil acesso.

Os bigodes dos gatos são mais do que adereços charmosos. Eles funcionam como uma espécie de radar, e ajudam os animais a se situar no ambiente. De acor-do com Gabriela, os bigodes servem para “calcular” a distância no espaço, e a au-sência deles faz com que os bichanos se sintam perdidos. O veterinário Welington Leão Favero, da clínica É o Bicho, alerta para o risco de tosar os bigodes dos gatos, prática que pode comprometer o senso de direção do animal.

A cauda desempenha a função de es-tabilizar o corpo do bicho e fazê-lo se adaptar a diferentes espaços, ajudando a contrapor o peso do restante do corpo. Segundo Welington, essa função é mais presente em felinos selvagens que usam a cauda como um acessório aerodinâ-mico. “Hoje em dia, os gatos doméstico têm perdido essa capacidade, pois não é mais usual”, explica.

O terceiro elemento do conjunto são as garras. Conferindo firmeza às patas do gato, as garras são responsáveis pela fixação do bichano nos mais diferentes locais, o que favorece sua estabilidade e equilíbrio ao saltar, escalar ou se esguei-rar pelos cantos.

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ArtigoArtigoEXÓTICOS

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TextoVitor HaddadIlustraçãoGabriela Andrade

DesignMarcelo Quén

Você já pensou que animal resultaria do cruzamento entre um coelho e um camundongo? Prazer, essa é a chinchila

Devido à sua sedosa e densa pelagem, a pele das chinchilas já era utilizada para a confecção de roupas séculos atrás, pelos habitantes das regiões andinas conhecidos como “chinchas” (daí o nome “chinchila”, que significa “chincha pequena”). Hoje, a fabricação industrial de casacos de pele a partir das chinchilas não emprega animais silvestres, e sim indivíduos criados em cativeiro. Para fabricar um casaco longo, é preciso sacrificar cerca de 30 animais.

PELOs, PARA QUE TE QUERO

Imagine que um bichinho de pelúcia pudesse virar um animal de es-timação. Uma bolinha macia e brincalhona, com pelo sedoso, olhos grandes e bracinhos curtos, como se fosse um pokémon do bem. Esse bicho existe, e se chama Chinchila.

De acordo com o biólogo Wilton Hinomoto, as chinchilas são ro-edores muito dóceis e curiosos, adequados para quase todos os tipos de criador. “Como são animais fisicamente delicados, não é ideal que eles fiquem sob a responsabilidade de crianças pequenas. Mesmo porque, se forem apertadas com força, as chinchilas podem morder. Por essa razão, é importante que um adulto supervisione o contato das crianças com o bichinho. Nesse caso, não há nenhum problema”, explica Hinomoto.

Apesar de não serem tão interativas como um cachorro ou tão afetuo-sas como um gato, as chinchilas reconhecem a voz do criador e atendem quando são chamadas pelo nome, mesmo que existam outras chinchilas no local. Animais bastante curiosos, elas adoram explorar o ambiente e necessitam de exercícios regularmente. “É fundamental que a gaiola pos-sua prateleiras e uma roda, para que elas gastem sua energia realizando escaladas e corridas. Se possível, recomenda-se que elas sejam soltas em casa de tempos em tempos. Além disso, o dono deve assegurar que a tem-peratura ambiente não ultrapasse 30 graus. Como são oriundas dos An-des, elas não sobrevivem em temperaturas elevadas”, alerta o veterinário.

As chinchilas são conhecidas também pela sua higiene, já que não pegam pulgas ou carrapatos. Além de ter pelos incrivelmente sedosos (cerca de 30 vezes mais macios que os cabelos humanos), sua pelagem é extremamente densa, e chega a concentrar 20.000 fios por cm2, caracte-rística que impede a sobrevivência de parasitas cutâneos. Por esse moti-vo, as chinchilas não podem molhar os pelos, e precisam de uma vasilha com carbonato de cálcio para realizar sua higienização. Em ambientes naturais, elas removem a sujeira e oleosidade da pelagem se esfregando na poeira dos solos montanhosos.

Além de boazinhas, fofinhas e limpinhas, as chinchilas também são

ADORÁVEIS roedores

silenciosas, resistentes a doenças e têm uma longevidade média equi-valente à dos cachorros, entre 13 e 20 anos. Elas podem chegar a aproximadamente 30 cm de com-primento e pesar pouco mais de 1 kg. Bastante sociáveis, recomen-da-se que elas não levem uma vida solitária. Também, com tamanha fofura, o desafio é adotar apenas uma e parar por aí.

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ArtigoOCEANO

FAUNA ACOMPANHANTE

TextoThiago Maia Davanso*DesignMarcelo Quén

Nem tudo o que cai na rede é peixe. Na pesca do camarão, 70% do que se captura é devolvido ao mar como se fosse lixo

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A atividade pesqueira é res-ponsável por aproximada-mente 40% da alimenta-ção da população mundial. Dentre os organismos cap-

turados na pesca, os camarões estão entre os animais mais cobiçados, tanto pelo seu valor na culinária quanto por um suposto “status” re-lacionado ao seu consumo. Infeliz-mente, a pesca camaroneira pode ser prejudicial para muitos outros animais, que acabam sendo captura-dos acidentalmente com o camarão. Esses organismos, retirados do mar “por engano”, são chamados de fau-na acompanhante.

Estudos demonstram que em média, para cada quilo de camarão pescado, cerca de 13 quilos de fau-na acompanhante são descartados. Em um arrasto típico, diversas es-pécies animais podem ser encon-tradas além dos camarões, como peixes, águas-vivas, estrelas-do--mar, raias, tartarugas e muitos ou-tros organismos. Uma parte dessa fauna, com maior destaque para os peixes, é aproveitada e comercia-lizada pelos pescadores, principal-mente os artesanais. Porém, para a pescaria industrial, que emprega frota mecanizada, esse aproveita-mento ocorre em pequena escala. A maior parte da fauna acompanhan-te é descartada pelos barcos e acaba voltando morta para o oceano.

ALTERNATIVAS

Os barcos para a pesca do cama-rão (veja foto ao lado) utilizam um equipamento conhecido como “rede de arrasto”. Essas redes são conside-radas não seletivas, isto é, não pos-suem uma maneira de filtrar aquilo que pescam, e acabam capturando a grande maioria dos organismos presentes nas regiões em que são arrastadas. Por isso, como alterna-tiva para a diminuição dessa fauna acompanhante, algumas modifica-ções têm sido estudadas. Aberturas na rede, conhecidas como “saídas

de emergência”, por exemplo, estão sendo testadas como escape para os animais “indesejados”. O aumento do diâmetro da malha da rede tam-bém tem sido experimentado, na intenção de que os menores peixes consigam escapar.

Outra medida importante para diminuir o impacto da prática é o chamado “período de defeso”, ou seja, a época em que a pesca é proi-bida. Esse intervalo permite que camarões (e outros animais) mais jovens consigam sobreviver, se de-senvolver e auxiliar a reprodução e perpetuação da espécie. No entanto, um período de defeso mal estipu-lado, sem embasamento científico, pode prejudicar em larga escala es-ses organismos, reduzindo ou até mesmo extinguindo grandes esto-ques pesqueiros.

Além do fator ecológico, há tam-bém o aspecto social do problema, já que muitas famílias dependem da pesca como forma de vida. O pes-cador Djalma Rosa (mais conhecido como Passarinho), da região de Uba-tuba/SP, conhece bem o impacto da pesca camaroneira. Segundo ele, apenas um terço dos peixes da fauna acompanhante é comercializado. O restante (cerca de 70%) é descarta-do. Uma alternativa que pode favo-recer tanto os pequenos grupos de pescadores quanto a própria fauna marinha são as fazendas de cama-rões, conhecidas como carcinicul-

tura. No entanto, o método exige algumas precauções.

Deve-se tomar muito cuidado com a escolha da espécie a ser culti-vada. A utilização de espécies natu-rais de outras regiões pode acarretar sérios desequilíbrios caso os animais escapem dos tanques. Muitas vezes, a competição por território ou ali-mento pode desencadear a elimina-ção de espécies nativas.

A implantação de grandes culti-vos pode ser poluente, devido à ele-vada quantidade de matéria orgâni-ca gerada e que nem sempre recebe tratamento adequado. Além disso, o estabelecimento dos cultivos pode levar à destruição de regiões de man-guezais inteiras, o que implica gra-ves prejuízos ambientais.

A prática irresponsável da pesca de arrasto e a captura da fauna acom-panhante podem causar grandes perdas nos ecossistemas marinhos, nos quais as espécies se recuperam lentamente, ao longo de muitos anos. Isso não significa, porém, que as pessoas conscientes devam parar de consumir camarão. Basta que elas se informem sobre a origem dos or-ganismos marinhos que compram, atuando como “fiscais” em prol do meio ambiente. Essa conscientiza-ção já representa um grande reforço para a resolução do problema.

* Thiago Maia Davanso é biólogo e doutorando pela UNESP

Barcos camaroneiros da região de Macaé/RJ

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ArtigoAVES

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REFRIGERADOR EMBUTIDO

O bico dos tucanos e as orelhas dos elefantes guardam mais afinidade do que pode parecer. Devido à elevada concentração de vasos sanguíneos na área e à sua enorme superfície de contato, ambas as estruturas funcionam como um tipo de ar-condicionado natural, que ajuda a dissipar o calor do corpo. Evidentemente, o avantajado bico do tucano não desempenha apenas essa função, já que é útil também para a alimentação e para a corte das aves. A função de “refrigerador embutido”, entretanto, é um ótimo exemplo do poder de adaptação da natureza.

TUCANOS

Pouca gente sabe, mas os tucanos não são uma es-pécie de pássaro, e sim um gênero. Na prática, isso significa que “tucano” é um nome genérico para se referir a um grupo de pássaros que com-partilham traços comuns. Ao todo, existem cerca

de 40 espécies de tucanos registradas. Da mesma família que os pica-paus, eles também são parentes dos araçaris e saripocas, pássaros semelhantes aos tucanos, que pos-suem longos bicos e plumagem multicor.

A principal característica dos tucanos é o enorme e co-lorido bico, que pode chegar a quase 1/3 do seu corpo – o maior do reino animal em termos de proporção. Apesar da grande extensão, esse bico não é pesado nem muito forte, já que sua estrutura é oca e o maxilar não é su-ficientemente desenvolvido. No entanto, tais proprieda-des são essenciais para que a ave não perca o equilíbrio durante o voo e consiga manter sua dieta, composta por frutos, insetos, pequenos lagartos, anuros (como perere-cas) e ovos de outros pássaros.

Ao contrário do que o filme Rei Leão sugere, os tuca-nos não são encontrados no território africano. Todas as espécies do gênero vivem no continente sul-americano, ao longo de países como as Guianas, Brasil e Argentina. Habitando preferencialmente regiões muito arborizadas, os pássaros constroem seus ninhos em buracos nos tron-cos e gostam de se esconder entre as folhagens densas.

Consideradas aves de médio porte, os tucanos costu-mam medir cerca de 50 cm de comprimento e podem vi-ver mais de 40 anos. Em cativeiro, porém, eles se recusam a comer e podem morrer em pouco tempo. Por isso, o trá-fico de animais silvestres ameaça diversas espécies de tu-canos e inclusive levou algumas delas a risco de extinção.

Ironicamente, a característica que mais ameaça e fra-giliza essas aves não é a sua delicada e sensível constitui-ção física, mas sua beleza fora do comum e sua depen-dência da liberdade.

TextoVitor HaddadDesignMarcelo Quén

IlustraçãoDu Rodrigues

Encontrados

somente na

América do Sul,

pássaros são

admirados no

mundo inteiro

Técnica:Tinta acrílica e canetas.Veja com zoom os detalhes da obra:

http://goo.gl/8GWzbn

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CÃES

DIETA BALANCEADA

A dieta mais adequada para cada tipo de cachorro deve ser escolhida em função do seu porte, da sua fase de desenvolvimento e do seu estado de saúde. De maneira geral, o cardápio “perfeito” deve conter um percentual equilibrado de proteínas (carne, ovos), lastro (legumes verdes), gorduras (vegetais e animais), vitaminas e minerais.

Além de carinho, cuidados veterinários e constantes passeios, um fator essencial para a qualidade de vida dos cães é o tipo de alimentação que eles recebem. Afinal, mais do que fornecer a energia necessária ao organismo do animal, uma dieta equilibrada permite

que os pets fiquem mais bonitos, contraiam menos doenças, tenham um melhor desenvolvimento e vivam com mais dispo-sição, mais alegria e por mais tempo.

Para oferecer uma alimentação saudável ao seu cão, alguns criadores preferem preparar, eles mesmos, a própria comida do animal. De acordo com o veterinário Aramis Loureiro, porém, essa opção nem sempre é indicada. “Além de ser uma alternati-va menos prática e, em alguns casos, menos econômica do que a ração, o maior problema de oferecer comida caseira aos pets é que o criador nem sempre tem qualificação para garantir o

Nut

rição canina

Conceitos importantes para oferecer a alimentaç

ão m

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do

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orro

TextoVitor Haddad DesignMarcelo Quén

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15facebook.com/RevistaMundodosBichos

A flora intestinal dos cães se es-tabelece lentamente em função do seu cardápio. “Quando a alimenta-ção muda bruscamente, a flora não consegue se adaptar a tempo, e isso pode desencadear diarreias e defici-ências na absorção de nutrientes”, alerta o veterinário. Por esses mo-tivos e, sobretudo, pela praticidade do processo, a escolha mais comum entre os criadores é a dieta baseada em rações comerciais, já que o ali-mento apresenta sempre as mesmas características e já vem previamente balanceado. No entanto, a escolha da ração mais indicada ao perfil do animal também exige instrução e critério por parte dos criadores.

RAÇÕES

As diversas raças caninas não di-ferem entre si apenas na aparência exterior. Por dentro, indivíduos bas-tante diferentes costumam apresen-tar características bem distintas, e isso se reflete no seu sistema digesti-vo e no tipo de dieta de que eles ne-cessitam. Dentre os fatores que in-

fluenciam a alimen-tação ideal para cada cachorro , a idade e o tamanho do animal represen-

tam os aspectos mais importantes. Filhotes, por exemplo, necessi-

tam de mais proteínas, minerais e vitaminas do que um cão maduro, já que eles se encontram em ple-no desenvolvimento. Nessa fase, o veterinário deve avaliar a condição física do animal e a dieta mais ade-quada para ele. Os alimentos mais difíceis de mastigar contribuem para melhorar a saúde bucal do fi-lhote, exercitando os músculos da boca, massageando a gengiva e lim-pando os dentes. De maneira geral, a dieta deve ser equilibrada, sabo-

equilíbrio nutricional do alimento”. O veterinário explica que, embo-

ra seja uma opção que exige muito mais tempo e trabalho do criador, algumas pessoas escolhem preparar a comida dos bichos pelo envolvi-mento afetivo que o procedimento proporciona. “Acaba sendo como um ritual. Pensar em um cardápio, comprar os ingredientes, preparar o alimento e oferecer ao pet a comida que você mesmo faz. Isso pode fazer com que o dono sinta uma aproxi-mação com o animal. Por outro lado, se a pessoa não tiver conhecimentos técnicos, ela pode acabar oferecendo mais riscos do que conforto ao seu bichinho”, explica Loureiro. Afinal, a alimentação para homens e cachor-ros segue princípios bem distintos.

Diferentemente dos humanos, os cães não sentem necessidade de va-riar seu menu. Ao contrário, alterar constantemente o cardápio pode le-var a problemas comportamentais e digestivos. O cachorro é um animal que gosta de normas firmes para regular sua rotina, e isso passa pela sua alimentação. Receber o mesmo

tipo de alimento todos os dias, na mesma hora e na mesma vasilha, significa para o cachorro que o líder do seu bando (no caso, o criador) é um provedor confiável e bem-suce-dido, que garante o bem-estar do grupo. Modificar com frequência as condições da alimentação do animal pode levá-lo ao estresse e à desobe-diência, por sentir que o humano não é um bom “chefe de família”. Ou, o que pode ser ainda mais gra-ve nesses casos, a contínua variação da comida pode causar problemas digestivos ao animal.

Quando a alimentação do animal muda bruscamente, a flora não consegue se adaptar a tempo, e isso pode desencadear diarreias e deficiências na absorção de nutrientes

rosa e digerível. O ideal é oferecer duas refeições ao dia e bastante água, sempre à vontade.

Se comparadas às raças meno-res, as raças de grande porte apre-sentam crescimento mais intenso, envelhecimento precoce, expectati-va de vida menor e um tubo diges-tivo proporcionalmente mais curto. Por essa razão, esses animais pre-cisam de alimentos mais digeríveis e energéticos, já que seu metabolis-mo demanda mais energia para se manter em funcionamento e seu sistema digestivo não trabalha bem com refeições muito volumosas.

O envelhecimento dos cães, de maneira geral, conduz a uma maior sensibilidade digestiva, e sua ali-mentação deve conter itens mais macios. Nessa fase, recomenda-se um acompanhamento veterinário mais frequente, tanto para indicar a dieta ideal para o pet como para detectar eventuais fragilidades na sua saúde, inclusive relacionadas à sua alimentação.

Nut

riç

ão canina

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16 facebook.com/RevistaMundodosBichos16 facebook.com/RevistaMundodosBichos

day.care

DEITA E RÓLA DAY CARE.CENTRO DE LAZER CANINO.

/DEITAEROLADAYCARE3641-1060

NÃO É ESSAA LEMBRANÇA

QUE VOCÊ QUERDO SEU Cachorro.

O CÃO É O QUE ELE COME

Grande parte das disfunções que afetam a saúde dos cães decor-re de desequilíbrios alimentares. Muitos desses problemas podem ser resolvidos ou evitados com o estabelecimento de uma dieta ade-quada, que leve em conta as carac-terísticas do cachorro e favoreça a boa digestão dos alimentos.

O sistema digestivo é um pon-to tão determinante para a saúde dos animais porque é dele que depende toda a disponibilidade de energia, nutrientes e água no interior do seu organismo. Por isso, as demandas nutricionais do pet devem ser supridas de forma equilibrada, sem deixar carências ou levar a excessos.

“Uma boa alimentação pode ser monitorada pelos criadores com base em observações simples. É preciso ficar atento à saúde do ani-mal, ao seu peso, à sua aparência, ao seu comportamento e ao seu apetite. Se qualquer um desses as-pectos estiver em desequilíbrio, os (maus) hábitos alimentares do bi-cho podem ser a razão. Outro indi-cador importante é a qualidade das fezes do cachorro. Se o volume, a consistência, a coloração ou o odor estiverem alterados, o problema pode ser a alimentação”, ressalta o veterinário. E sempre é bom ter em mente que, em caso de dúvidas, um especialista deve ser consultado.

CÃES

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day.care

DEITA E RÓLA DAY CARE.CENTRO DE LAZER CANINO.

/DEITAEROLADAYCARE3641-1060

NÃO É ESSAA LEMBRANÇA

QUE VOCÊ QUERDO SEU Cachorro.

Rações Premium – Empregam conservantes sintéticos e maior percentual de proteína vegetal em sua fórmula. Além de levar o animal a consumir uma quantidade maior de alimento, sua composição não é tão digerível quanto a de uma Super Premium.

EXISTEM VÁRIOS TIPOS DE RAÇãO, ADAPTADOS AOS DIVERSOS PORTES DE ANIMAL E ÀS DISTINTAS FASES DA SUA VIDA. ENTENDA AS CARACTERÍSTICAS

BÁSICAS DAS PRINCIPAIS LINHAS DISPONÍVEIS NO MERCADO

Rações Secas – São mais fáceis de armazenar, mais econômicas e contribuem para a saúde bucal do cachorro. Por ter um efeito levemente abrasivo e proporcionar atrito, a ração seca auxilia a limpeza dos dentes do animal, combate o mau hálito e massageia as gengivas.

Rações Úmidas – São as rações enlatadas. Bastante ricas em calorias, algumas podem ser mais desbalanceadas de que as rações secas. A diferença fundamental, porém, é o percentual de água na composição. No caso desse tipo de alimento, a higienização bucal do cão deve ser mais cuidadosa.

Rações Super Premium – São as mais caras. Em compensação, incluem maior percentual de carne em sua fórmula e não utilizam proteína vegetal, corantes ou palatabilizantes, o que facilita a digestão do animal e a absorção de nutrientes.

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CAPA

PELOS PELOS ARESPara aproveitar ao máximo as férias, nada melhor do que viajar com os melhores amigos

TextoVitor Haddad ArteMayara LaurindoDesignMayara Laurindo

O roteiro foi maravilhoso. De São Paulo, segui-mos até o Paraná, passando por Maringá e Foz do Iguaçu. Wilson e eu adoramos a região, com um clima delicioso e uma paisagem linda. De lá, tivemos acesso à Argentina pelo norte

do país, entrando pela cidade de Posadas. Depois de desdobrar as pernas e desenrolar um pouco nosso por-tunhol (descobri que Wilson também fala o idioma), finalmente partimos para Buenos Aires.” Assim come-çaram as férias da professora Lilian Pereira e seu mais novo companheiro de turismo, a chinchila Wilson.

Toda viagem em família tem uma coisa em comum: a família. Os destinos podem ser diferentes, as formas de locomoção, o tipo da hospedagem, a duração da estadia. Tudo pode variar, menos a proximidade com os entes queridos. E como os pets já se transformaram em integrantes definitivos de muitas famílias (ver 5ª edição), nada mais justo do que eles embarcarem jun-to nas viagens de férias. Foi assim que Lilian decidiu incluir Wilson nas suas aventuras de final de ano. An-tes de pegar a estrada, porém, ela precisou realizar um longo trabalho de pesquisa e dedicar um bom tempo para adaptar seu bichinho. Afinal, embora viajar com os pets costume render boas recordações e muita di-versão à família, planejar a viagem exige dos criadores uma série de preparativos.

Antes de colocar o pé e as patas na estrada, algumas precauções podem evitar que o sonho das férias se transforme em um pesadelo. Afixe uma etiqueta na coleira do cachorro com a identificação do animal e os dados de contato do criador, essenciais caso o pet se perca. Se isso acontecer, portar uma foto recente do animal também pode ser um recurso valioso. Faça uma lista dos hospitais veterinários e plantonistas disponíveis na região, e não se esqueça de andar com um mapa do local, para servir de guia em casos de emergência. Outra dica importante é preparar um kit de primeiros socorros, sobretudo se o pet apresentar algum problema de saúde, e carregar o histórico médico do bicho. Isso pode ser útil caso ele precise de algum tratamento. E o mais importante: lembre-se sempre de consultar o veterinário. Ele poderá inclusive receitar um tranquilizante para o animal, se a viagem for muito extensa ou cansativa.

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CAPA

A DECISãO

O primeiro cuidado que o criador deve ter antes de planejar as férias ao lado do seu pet é saber se ele pode ou não viajar. O veterinário Paulo Henrique Garcia, da clínica Diagvet, afirma que qualquer animal de estima-ção pode acompanhar os passeios da família – desde que ele esteja saudável e disponha de condições e aco-modações adequadas para a viagem. “Temos que levar em conta a espécie em questão. Pássaros e peixes, por exemplo, são mais difíceis de transportar. No caso dos peixes, podemos deixá-los em casa, com a luz do aquá-rio acesa e com comida especial para fins de semana ou para quinze dias, que são liberadas aos poucos na água e podem ser encontradas em lojas especializadas. No caso de aves, é melhor deixar com alguém de confiança enquanto a família estiver fora”, explica o veterinário.

O tutor deve ter em mente que, se resolver viajar com seu pet, o animal vai precisar da sua atenção tanto quanto se estivesse em casa. Talvez até mais, por conta do ambiente desconhecido. Manter o bicho por perto é importante para que ele permaneça tranquilo e apro-veite o tour. O estado físico do animal também é um fator fundamental para a decisão dos criadores. Se ele

for muito velho ou muito novo, ou ainda se estiver pre-nhe ou se recuperando de alguma doença, o melhor é não incluí-lo no passeio, já que permanecer em casa é mais indicado para sua segurança e bem-estar. Bichos muito agressivos ou mal comportados também não são ideais para embarcar em viagens. Nesse caso, pode-se consultar um especialista em manejo comportamental ou investir em aulas de adestramento e obediência.

DIGA AO POVO QUE ELES FICAM

Se o criador optou por não levar o pet na viagem, é preciso assegurar que ele fique bem assistido durante a ausência da família. Uma opção, nesse caso, é contratar um pet sitter e deixar o animal em casa. Um aspecto importante dessa alternativa é que o animal permanece no seu próprio território e não sofre com alterações de rotina. Por outro lado, o criador deve estar constante-mente atento ao trabalho do profissional e monitorar se as visitas são realizadas diariamente, hábito importante tanto para acompanhar os cuidados com o pet quanto para evitar que ele se sinta abandonado.

Outra possibilidade é deixar o animal em creches ou day cares. Existem vários estabelecimentos totalmente

O protetor solar é indispensável para cães e gatos que vão ficar muito temo expostos ao sol ou que possuem pele e pelagem clara e focinho despigmentado. Os protetores para humanos podem ser utilizados, mas o ideal é buscar produtos veterinários para evitar reações alérgicas.

É sempre útil levar os comedores do bichinho, a sua ração (caso o local de destino aceite) e os seus brinquedos preferidos, para minimizar o choque da mudança de local.

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adaptados para acolher os pets durante a ausência da famí-lia e garantir que eles recebam todos os cuidados de que necessitam. No entanto, recomenda-se sempre um período de adaptação anterior à viagem. É importante fazer visitas prévias e deixar o bichinho por uma tarde, depois por um dia, um fim de semana, e assim por diante, até que ele esteja acostumado com o ambiente e com os tratadores.

Sempre que precisa, Fernando Hyppolito deixa Cyd, seu Golden Retriever, em uma creche especializada. “Eu cos-tumo levar os objetos dele, como sua cama, brinquedos e potes de comida. Levo também a ração que ele costuma comer, para se sentir mais ‘em casa’. Cyd se da muito bem com os tratadores, e eu também. Eles sempre me informam os horários das refeições e das atividades de lazer, e postam fotos no Instagram para que eu acompanhe sua rotina. Eu viajo tranquilo, e Cyd volta para casa mais relaxado. É bom para todo mundo”, comenta o criador.

Os estabelecimentos oferecem uma variedade interminável de serviços e uma estrutura completa, com quartos com cama king size e televisão, chalés individuais, sala de descanso com música ambiente, spa, ofurô, área de lazer com piscina e playground, massagens, escovação, acupuntura e o que mais o criador imaginar. Os preços também variam bastante, e podem chegar a R$ 200,00 a diária.

Embora cada profissional tenha a sua própria forma de trabalhar, os cuidados básicos costumam ser equivalentes, e normalmente incluem alimentação, higienização, passeio, brincadeiras e bastante cafuné. Se necessário, a maioria dos profissionais também ministra medicação.

Os valores costumam variar entre R$ 30,00 a R$ 80,00 o dia.

Eu costumo levar os objetos do Cyd, como sua cama, brinquedos e potes de comida. Levo também a ração que ele costuma comer, para se sentir mais ‘em casa’. Eu viajo tranquilo, e Cyd volta para casa mais relaxado. É bom para todo mundo

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CAPA

ANIMAIS LEVADOS

Se o criador decidiu levar os animais junto, sua pri-meira obrigação é garantir o agendamento das hospe-dagens. Além da dificuldade de conseguir vagas em ho-téis nos períodos de férias, um grande desafio para as famílias que viajam com os pets é encontrar estabeleci-mentos que sejam pet friendly, isto é, que disponham de uma estrutura totalmente preparada para receber bem o animal. Para auxiliar os criadores nessa árdua tarefa, o portal Turismo 4 Patas criou um sistema de classificação de hospedagens válido para todo o território nacional. “O objetivo é classificar os estabelecimentos de acordo com a qualidade dos serviços e atendimento direciona-dos ao hóspede animal. Dentre os critérios, estão: lixei-ras exclusivas para fezes dos animais, bebedouros para hidratação dos pets, gramado para circulação, convênio com pet shop local, aceitação do pet no quarto junto do seu dono, etc.”, explica Larissa Rios, diretora do 4 Patas.

De acordo com Larissa, além de classificar os estabe-lecimentos, o portal tem uma ferramenta de busca de hospedagens pet friendly, que localiza hotéis em todo

o país. “Hoje, contamos com mais de 1.000 estabeleci-mentos que podem ser encontrados por meio de filtros utilizados nas buscas. Cada hotel tem uma página deta-lhada, com informações e fotos, além de um formulário de solicitação de reservas em que o usuário se comunica diretamente com a empresa”, comenta. Depois de se-lecionar os destinos e reservar os hotéis, só falta saber como a viagem vai ser realizada.

A família que pretende passar as férias na praia vai ter que repensar a companhia dos pets. No Brasil, os cães são proibidos de circular pelas orlas litorâneas. Além disso, a areia pode causar reações alérgicas e oferecer riscos de infecções aos bichos, e o solo quente pode queimar suas patas.

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Para muitas famílias, férias ideais significam descanso. Para outras, significam aventura. Para quem se encaixa no segundo grupo, a Turismo 4 Patas oferece atividades de ecoturismo e esportes de aventuras para cães e criadores. “Testamos e formatamos roteiros com trilhas de diversos níveis, rafting, SUP (Stand Up Paddle), boiacross e outros esportes para que cães de qualquer porte possam realizar com seus donos”, explica a diretora do portal, Larissa Rios.Por outro lado, o veterinário Paulo Garcia alerta para o risco dos esportes radicais com pets de primeira viagem. “Se o pet não estiver acostumado, o ideal é não incluir o animal nesse tipo de passeio. O que é divertido para nós nem sempre é para eles. Caso o proprietário queira levar seu cão para fazer uma trilha, deve mantê-lo sempre na guia e se lembrar de recolher os dejetos deixados no caminho.”

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CAPA

POR TERRA

Nas viagens de carro, os animais precisam de condições especiais de segurança. Deixá-los soltos no veículo é ilegal e pode causar acidentes. O correto é prender o bicho com o uso de cinto de segu-rança próprio, em uma cadeirinha com cinto acoplado ou dentro de um kennel (gaiolas específicas para o transporte dos pets). Além disso, é importante assegurar que os cães mantenham a cabeça dentro do veículo. Por mais que eles gostem de um frescor na fuça, o excesso de vento pode causar danos aos ouvidos ou até causar infecções nos pulmões.

Caso seja o primeiro tour do bicho, o melhor é investir em um bate-e-volta ou um passeio de fim de semana. Depois da primeira ex-

ALÉM DAs FRONTEIRAsPara levar o animal de carro para outros países, é necessário dirigir-se ao Ministério da Agricultura (Vigiagro) e retirar o Certificado Zoossanitário Internacional, que permite a entrada do pet em países estrangeiros. Para conseguir o documento, o animal precisa estar com a carteira de vacinação em dia e o criador deve apresentar um atestado veterinário tirado com 72 horas de antecedência, no máximo.

periência, o criador vai saber se o seu companheiro está preparado para enfrentar uma aventura mais ousada. Caso se trate de um animal “rodado”, acostumado a viagens de carro e a lidar com alterações na sua rotina, o criador deve agendar um “check up” no veterinário para garantir que a vacinação e a vermi-fugação do pet estejam em dia e, se for preciso, aplicar medicação con-tra pulgas, carrapatos e mosquitos.

Segundo o veterinário Paulo Gar-cia, “Alguns cães sofrem de enjoo ao andar de carro. Nesse caso, peça ao seu veterinário passar um remédio contra enjoos apropriado ao peso do seu amigo. Se for muito longa a viagem, aconselham-se paradas frequentes para que o animal possa urinar e defecar, além de se exercitar um pouco”. É recomendado levar um kit de viagem contendo ração,

bebedouro, sacolinhas ou fraldas hi-giênicas, e manter o carro com tem-peratura agradável, já que a elevação térmica pode causar complicações à saúde do pet. Caso o veículo não te-nha ar-condicionado, uma solução é viajar nos períodos frescos do dia ou durante a noite.

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OUTRAs EsPÉCIEs

Para animais como aves, coelhos, ferretes ou iguanas, exige-se a Guia de Trânsito Animal, que apresenta informações sobre o destino, condições sanitárias e a finalidade do transporte. Cada espécie possui uma norma específica, que pode ser pesquisada no site do Ministério da Agricultura. No caso de animais silvestres, é necessária autorização do IBAMA.

PELO AR

Nas viagens de avião, deve-se chegar para o check in com duas horas de antecedência. Cabe ao tutor ficar atento aos regulamentos da companhia aérea, já que cada empresa tem normas próprias. De maneira geral, o transporte do pet é cobrado à parte e a autorização da empresa deve ser solicitada com bastante antecedência. Vale também consultar se a raça do seu bichinho é per-mitida naquela companhia, e solicitar voos sem escalas, para que o pet não seja “extraviado”.

Para viagens dentro do país, é necessário o GTA (Guia de Transporte Animal), retirado no aeroporto mediante a apresentação de um atestado de saúde e da carteirinha de vacinação atualizada. Para animais com mais de três meses, é obrigatório o comprovante de va-cinação contra raiva.

Em caso de voos internacionais, é proibido trans-portar rações e outros tipos de alimentação, já que isso pode oferecer riscos sanitários. Além da documentação básica para voos nacionais, deve-se obter o Certificado Zoossanitário Internacional (CZI), emitido de acordo com as regras do país de destino. Por isso, é importante buscar o consulado ou embaixada do país estrangeiro para conhecer as suas regras, já que cada local tem re-gulações específicas. Alguns países, por exemplo, não aceitam animais oriundos do Brasil (por conta de doen-ças transmissíveis). Sem a documentação necessária, o animal está sujeito a apreensão e deportação ou sacrifí-cio pelas autoridades do país.

A VIAGEM É CURTA. CURTA

Depois de planejar todos os detalhes, é hora de finalmente embarcar para a viagem com a família completa. Os cuidados adicionais seguem o bom--senso. “Proporcione um ambiente agradável para os pets, lembrando que, no verão, o consumo de água aumenta. Então, deve-se aumentar a oferta de água fresca. Evite passear com eles nas horas mais quen-tes do dia, pois podem queimar os coxins (sola das patas). Para cães de pelo longo, sugiro que, ao invés de tosar todo o pelo do animal, deixe-se a barriga e a face interna das coxas tosadas, para que eles não sofram com o sol nas costas e possam se refrescar ao deitar a barriga no piso frio”, aconselha o veterinário Paulo Garcia. Fora isso, resta só fazer aquilo que os bichos mais sabem – se divertir sem limites.

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Um assunto muito sério, porém pouco di-fundido, é a Síndrome Urológica Felina. Trata-se de um conjunto de doenças que afetam os gatos, principalmente os ma-chos, causando sérias complicações que

devem ser observadas de perto pelo criador.A Síndrome atinge 1% dos felinos, em grande

parte os do sexo masculino, pois eles possuem o canal da uretra mais alongado e mais fino que o das femêas. Pode estar associada a uma cistite (inflamação da bexiga), à presença de cálculos ou qualquer outra infecção bacteriana ou viral que afete o trato urinário. Ocorre principalmente em gatos domésticos com idade entre 2 e 5 anos, ma-nifestando-se inclusive em animais castrados.

É importante que o criador esteja atento ao sur-gimento dos sintomas. O gato pode apresentar dificuldade e dor para urinar, com presença de san-gue na urina em alguns casos. Além disso, o animal urina com mais frequência, entretanto em menor quantidade. Um sinal aparente para os donos é a urina no interior da casa ou fora da "caixinha". O maior perigo, porém, é quando o animal deixa de urinar. Nesses casos, além do acúmulo de urina, formam-se pequenos cristais (cálculos), que blo-queiam a passagem urinária e impedem a micção.

Outros sintomas que podem aparecer são: vô-mitos, desidratação severa, anorexia, vocalização durante a micção (aumento da intensidade, frequ-

SAÚDE

Uma pedra no MEIO DO CAMINHO

Comuns em seres humanos, os problemas urinários podem afetar também os gatos.

Se não tratada, a Síndrome Urológica Felina pode matar em pouco tempo

TextoMaria senna DesignMarcelo Quén

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ência e/ou tonalização do miado), letargia (perda de movimentos e/ou sensibilidade), hálito urêmico (com odor de urina), agressividade e dor abdominal à palpação.

Como medidas preventivas, recomenda-se ficar atento à alimen-tação do pet. Deve-se procurar ali-mentos com maior umidade, que não possuam acidificantes e com baixo teor de magnésio. Fornecer água sempre limpa ajuda a umidi-ficar a alimentação e trabalha como auxiliar na filtragem dos rins. Ofe-recer quantidades pequenas de ali-mento e exercitar o gato para que não engorde excessivamente tam-bém são medidas importantes

A médica veterinária Andrea Marques Gonçalves, do Espaço Pet, afirma que os cuidados com a higie-ne do felino são a melhor forma de prevenção. O animal pode segurar a urina por muito tempo caso o am-biente destinado à excreção esteja sujo, e isso pode levar à formação dos cálculos. Por isso, o ideal é ha-ver duas caixinhas de areia para cada gato, pois se uma estiver cheia ou suja, ainda existe outra de reserva.

A caixa de areia deve estar sem-pre do lado oposto da comida e da água do animal, para que ele possa usá-los de forma limpa e adequada. Outro cuidado importante é a troca constante da água, sempre fresca e limpa. Aliás, alguns bichanos prefe-rem água corrente. Além disso, não se deve oferecer leite com a ração. Andrea afirma que isso pode causar diarreia e desidratar o felino.

Se o quadro for grave, o animal pode estar com a vida em risco. Nos casos de obstrução da uretra, em que o animal para de urinar, uma das medidas possíveis inclui o pro-cedimento cirúrgico. Portanto, é de extrema importância que o dono esteja atento para qualquer mudan-ça de comportamento no animal e, sempre que possível, o encaminhe ao veterinário para conferir as con-dições da sua saúde.

A CURA EsTÁ NA NATUREZA

Um recurso natural que pode ser empregado para auxiliar a recuperação dos felinos é a água de coco. Rica em potássio, com alto poder hidratante e benéfica para os aparelhos digestivo e urinário, ela ajuda a tratar os casos de vômito, diarreia e infecções urinárias. Uma maneira divertida de oferecer o “remédio” ao bichos é congelar a água de coco em cubinhos e oferecer em uma vasilha para os gatos. Como adoram brincar com gelo, eles acabam lambendo e ingerindo suas propriedades.Outro método de tratamento alternativo, que vem ganhando adeptos e expandindo seu campo para a área animal, é a cura pelos florais. Bach foi um médico clínico de origem inglesa, que dedicou seus dias a pesquisar métodos naturais e menos agressivos de cura. Concentrou seus estudos em imunologia e tornou-se um bacteriologista. Seus florais atuam no tratamento do indivíduo e não da doença. Harmonizando o campo emocional do paciente, permite a autocura por meio de estados mais positivos da mente.As essências utilizadas não são alopatias, homeopatias ou fitoterapias. Baseam-se nos compostos energéticos das flores, cujo princípio ativo não é químico e sim eletromagnético.Existem alguns florais que ajudam no tratamento da SUF (Síndrome Urológica Felina), embora seja recomendado acrescentá-los ao tratamento já proposto pelo veterinário. Por isso, o acompanhamento de um porfissional é sempre imprescindível.

Exemplos: crab apple (para cálculos renais, infecções e cistites)impatiens (para dor, eliminando as tensões)sweet chestnut (para infecção urinária)

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Saúde PEIXES

Mais incomuns, mais trabalhosos e mais caros do que os aquários de água doce, os aquários marinhos compensam todas essas desvantagens pelo visual extra-ordinário e exótico que oferecem. No

entanto, as técnicas atuais de montagem permitem manter um aquário de água salgada sem investi-mentos exagerados.

De acordo com o aquarista Felipe Baczkoski, quanto maior o volume do aquário marinho, mais fácil será sua manutenção. No entanto, a monta-gem exige conhecimento. “Quem é aquarista de primeira viagem deve buscar um bom livro e diver-sos sites de referência, e ler tudo o que encontrar sobre o assunto”, comenta.

Os preparativos básicos para se montar um aquário de água salgada exigem cuidados como a aquisição de coolers, aquecedores, termômetros, bombas, hidrômetros, filtros e iluminação específi-ca. A estante de suporte do aquário também é um

AQUÁRIO MARINHO

É possível recriar em casa a beleza exótica do fundo dos oceanos

TextoVitor Haddad DesignMarcelo Quén

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item importante, e sua resistência deve ser calculada em função do tamanho do tanque. “Deve-se ter em mente que um aquário de 20 galões pesa cerca de 100 kg”, alerta o especialista.

Além de se preocupar com os equipamentos e as condições da água, um aspecto relevante é a escolha das espécies marinhas que vão povoar o aquário. O ideal é iniciar com uma quantidade pequena, de até três peixes. Depois de montar e higienizar adequada-mente o tanque, deve-se aguardar 48 horas antes de introduzir os espécimes, para evitar que eles entrem em choque e morram.

Apesar dos cuidados que envolvem a montagem e a manutenção de um aquário marinho, as possibilidades de composição prometem compensar os aquaristas. Segundo Felipe, “É possível utilizar corais, anêmonas, algas, lagostas e diversas espécies marinhas, de todas as formas e cores imagináveis. O aquarismo é um ho-bby para apaixonados. Sem dúvida, exige muita dedi-cação. Mas o esforço vale a pena”.

CUIDADOs BÁsICOs

Filtragem: A filtragem do aquário é imprescindível para que a água mantenha condições ideais de pH, oxigenação e limpeza. Recomenda-se empregar uma caixa de circulação, que purifica a água por meio de elementos filtrantes, e um filtro auxiliar, que remove o excesso de materiais orgânicos.

Circulação: As bombas de circulação são importantes para garantir a filtragem da água e simular as correntes marinhas. A quantidade de bombas é definida em função do volume do tanque.

Iluminação: Os aquários devem ser iluminados para assegurar a fotossíntese das algas e auxiliar no equilíbrio do ecossistema marinho. As lâmpadas mais recomendadas são as fluorescentes.

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INICIATIVAS

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Se em coração de mãe sem-pre cabe mais um, em casa de vó também nunca fal-ta espaço. No caso da vó Benta, os acolhidos são os

animais de rua. Dona Benta é uma daquelas raras pessoas que deu a sorte de encontrar sua verdadeira vocação no mundo. Ou, afinal, será que a sorte é do mundo?

Há mais de 25 anos dedicando-se ao resgate de animais abandonados e vítimas de maus tratos, o envolvi-mento de D. Benta com os bichos começou ainda na infância. “Quan-do eu era criança, parece que os ca-chorros me perseguiam. Eu ficava com dó, e eles vinham me acom-panhando. Quando eu chegava em casa, minha mãe os recolhia”, recor-da. No entanto, foi apenas depois de constituir família e educar os filhos que a vida de D. Benta se transfor-mou em uma verdadeira missão em favor dos animais abandonados.

Orgulhosa, a protetora comenta: “Hoje, eu tenho na minha casa 49 gatos e 27 cachorros. Todos têm um nome e uma história”. Têm também carinho de sobra, assistência com-pleta e espaço adequado. Durante muito tempo, porém, não foi assim. Quando os filhos de D. Benta saíram de casa, os bichos entraram. Aos

poucos, eles ocuparam o quintal, o jardim, a sala, os armários, as gave-tas e onde mais houvesse espaço. “O maior desafio que enfrentei foi lidar com a falta de recursos”, relata.

Após viver um longo período de privações para resgatar milhares de animais, a trajetória de D. Benta atraiu a atenção da mídia e lhe ga-rantiu uma estrutura apropriada para desempenhar seu trabalho. Segundo ela, entretanto, o resultado mais sig-nificativo da sua luta é o poder de inspirar outras pessoas. Foi assim com seu próprio genro, o vereador William Affonso. “Estou envolvido com os animais abandonados desde 1986, quando comecei a namorar a filha da D. Benta. Aí então teve iní-cio minha admiração por ela e meu trabalho na área”, explica Affonso.

Apesar da sua história repleta de superação e da sua capacidade de sensibilizar as pessoas, D. Benta reconhece que ainda há muita ba-talha pela frente. “O que eu mais queria é que as pessoas se sensibili-zassem antes de adotar um animal. Um cachorro vive de 13 a 15 anos, ou mais. Se a pessoa não tem como se responsabilizar pelos bichos até o fim da sua vida, não deve adotá--los”, defende a protetora. Além do exemplo de vida, fica o conselho.

LEI INÉDITA

Eleito vereador com uma campanha voltada totalmente para a defesa dos direitos animais, William Affonso participou da criação do projeto de lei que permite desconto na conta de água para quem acolhe cães e gatos abandonados. A lei, que abrange a cidade de Araraquara, é pioneira no país. O desconto aprovado é de 5 litros de água por dia para cada animal, e vale para pessoas ou entidades que tenham 30 bichos ou mais sob seus cuidados. Assim, a entidade que abrigar 30 animais ficará isenta do pagamento de 4.500 litros de água por mês.Affonso, que batalha pelos animais antes mesmo de se tornar uma figura política, sabe que a lei não acaba com todos os problemas relacionados aos bichos. No entanto, a iniciativa representa um passo importante pela causa, já que envolve o poder legislativo no apoio aos defensores dos animais e propõe uma parceria entre eles e os gestores públicos, que passam a somar forças em benefício dos bichos. “Mexer nas leis é o primeiro passo para transformar a realidade”, defende o vereador.

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SENSÍVEIS PRA CACHORROQuem é "pai de cachorro" agora pode contar com embasamento científico para dizer que seus pets são realmente parecidos com crianças.Pesquisadores da Emory University, nos Estados Unidos, aplicaram uma nova técnica de mapeamento cerebral para descobrir mais sobre os sentimentos dos cães, e descobriram que eles têm um nível de sensibilidade equivalente ao de uma criança.Os primeiros estudos interpretaram como o melhor amigo do homem reage a gestos feitos pelo seu criador. Os mapas cerebrais gerados revelam que os cães ativam a mesma parte do cérebro que os homens diante de situações prazerosas, e que sua sensibilidade é capaz de experimentar emoções positivas que se comparam às das crianças.

TRADUTOR CANINO

A NSID (Sociedade Nórdica de Invenção e Descoberta) anunciou um aparelho que promete revolucionar o universo pet. Trata-se de um tradutor eletrônico que converte os latidos dos cães em linguagem humana.O No More Woof (“sem mais latidos”), como vem sendo chamado, ainda não está pronto, mas se encontra em estágio avançado de desenvolvimento. Os interessados podem ter direito a um aparelho mediante uma doação feita pelo site de financiamento coletivo Indiegogo, no qual os cientistas levantam fundos para a conclusão do projeto.

Por enquanto, as frases são traduzidas apenas para o inglês. Bom, tratando-se de uma língua falado por pessoas, até os não falantes dão um jeitinho de entender. O google translate está aí para isso.

MUNDO

Mais informações:http://goo.gl/lsV8Uxhttp://goo.gl/AQubgN

Mais informações no blog da Universidade: http://goo.gl/buWICM

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Se você acha que o famoso Boo (ver 4ª edição) é, de longe, o cachorro mais irresistível do planeta, precisa conhecer a Maddie. Adotada pelo fotógrafo Theron Humphrey, ela protagoniza o projeto Maddie the Coonhound, em que posa nos lugares e das formas mais inusitadas, como no topo de colinas, com uma capa de super-herói sobre uma motocicleta e até se equilibrando em cima de um pote de Nutella. Além de fama mundial, a incrível habilidade de se equilibrar em todas as coisas rendeu a Maddie até um livro – Maddie on Things: A Super Serious Project About Dogs and Physics.

COCÔ NOS EIXOS

Um estudo realizado na Universidade de Ciências Naturais da Tchecoslováquia revela que os cães fazem cocô em alinhamento com o eixo magnético do planeta. De acordo com a pesquisa, os cachorros sentem variações no campo magnético da Terra, e defecam alinhados a ele.Quando ocorrem perturbações magnéticas, porém, os cachorros ficam desorientados e podem defecar "fora do eixo". Diante desses indicadores, os estudiosos puderam comprovar a sensibilidade magnética do melhor amigo do homem e inclusive dados sobre a flutuação do campo

PARADA DE SUCESSO

magnético do planeta. Resultados valiosos, principalmente considerando a matéria-prima da pesquisa.

O estudo completo está disponível em:

http://goo.gl/HCE4yn

Confira o site do projeto:http://maddieonthings.com/

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Diário DE BICICLETA

DIÁRIO DAS SEMANAS 48, 49 e 50Cruzei o país de leste a oeste. Da selva eu cruzei as montanhas, cheguei ao nível do mar e agora já me encontro no litoral. Foram 910 km em apenas 10 dias. Pude sentir a cada dia as mudanças do clima, da vegetação, pouco a pouco, árvore por árvore, bicho por bicho. Uma floresta verde que foi perdendo cores, árvores que foram perdendo suas folhas, solo que perdeu seu marrom e se transformou em bege, até chegar no desértico litoral. E eu, eu também fui me transformando, mas isso não da pra ver, por que a mudança tá guardada aqui dentro.

Os últimos relatos de Beto registram sua chegada à metade de cima do planeta, também conhecida como Hemisfério Norte. Nas semanas 48,49

e 50, o ciclista descreve seus últimos dias no Peru. Nas semanas 51 e 52, Beto narra sua chegada ao Equador. Confira alguns trechos do diário.

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DIÁRIO DAS SEMANAS 51 e 52A maratona que estava por vir, seria uma de 590km, os quais eu fiz em 5 dias, saindo de Mâncora, cruzando a fronteira com o sétimo país da viagem, até chegar em Manta, que fica praticamente na metade do Equador. Foram dias de puro pedal, sem grandes acontecimentos, tirando o momento em que cruzei a fronteira, é claro, que como sempre é muito especial.

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O CÃO AUTODIDATA

TIRINHA

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CRÔNICA

Um vira-lata passeia normalmente pela calçada até dar de cara com um cachorro de raça deita-do do lado de dentro do portão da casa, com um ar desiludido. O cachorro de rua puxa conversa:

– Meu amigo, que fuça é essa?Sem mover um músculo, o outro responde:– Daqui a pouco meu dono chega...– Ele maltrata você, é?– Ao contrário. Faz carinho além da conta...– E isso é motivo pra reclamar dele?O cachorro de raça sai do transe, estufa o peito e

rasga o verbo:– Olha... Se eu gostasse que um ser humano ficasse o

dia inteiro me beijando, me botando numas roupinhas ridículas e, o pior, ficasse falando comigo com voz de bobo, como se eu fosse criança, eu não reclamaria do meu dono. Mas não é meu caso, meu amigo...

– Não pode ser tão ruim assim.– Quer tirar a prova?– Tirar prova como?– Fica aí na frente até ele chegar, faz aquela cara de

cachorro pidoncho e observa só. ***

Meia hora depois, o dono do cachorro de raça chega e encontra o vira-lata na frente do portão, com a tal cara de pidoncho. Sem pensar duas vezes, ele já manda um papo com o canino das ruas. Com voz de bobo, é claro:

– Ó, coitadinho do doguinho. Tá com fominha, tá? Tá, né? Coitadinho, é um cachorrinho de rua, precisan-do de carinho. Eu vou te dar muito papá, e uma casa pra morar!

E em seguida coloca o vira-lata pra dentro de casa. Ao entrar, some para o quintal com o novo inquilino.

***Algumas horas se passam e nada de notícias do ex-

cachorro de rua, até que ele aparece todo perfumado, pelo aparado e barriga cheia. Assustado, ele desabafa com o outro:

– Meu Deus, ele é pior do que você tinha falado!– Te sufocou de tanto amor? – pergunta o cachorro

de raça, com um meio sorriso na cara.– Só faltou cantar uma canção de ninar com aquela

voz fina irritante que ele faz!Agora gargalhando, o outro cachorro diz:– E é assim todo dia. É melhor se preparar...– Nem a pau eu vou aguentar isso! Eu vou é fugir daqui!– Você acha que dá pra fugir?– Tá brincando? Eu sou especialista nisso.– Mas vai voltar a passar fome?– Eu nunca passei fome na rua. Eu morava perto de uma

obra, e ganhava parte da marmita de todos os pedreiros de lá. Comida boa e substanciosa. Fora que nenhum deles me dava banho e muito menos me beijava ou falava comigo como se eu fosse um tonto. Você sabe como é pedreiro...

– Não sei, não. Mas parece bom! Eu vou com você.– Beleza! Amanhã de manhã, na hora que o mala for

sair, a gente aproveita o portão aberto e dá no pé. Corre como se não houvesse amanhã.

***No dia seguinte, após o café, o homem segue a sua

rotina, tranca a porta, pega o jornal no chão, destranca o portão e abre apenas uma frestinha. Mas, dessa vez, uma coisa sai do padrão. Os dois caninos aproveitam a brecha, se espremem pelo vãozinho aberto e fogem fei-to loucos. Como combinado, eles correm como se não houvesse amanhã.

Quando chegam numa esquina, param e dão aquela olhadela, só pra se certificar de que deixaram o ex-dono pra trás. Erro fatal. O dono mostra que louco mesmo é ele, que está logo atrás dos dois fujões, com o jornal na mão e tudo.

Em um movimento quase ninja, ele mergulha na rua, agarra os dois e, já voltando pra casa com um cão debaixo de cada braço, diz – você sabe em qual tom:

– Vocês fugiram por falta de carinho, não é? Mas po-dem deixar, meus bebês, papai vai mimar tanto vocês, mas tanto, que nunca mais vão querer voltar pra rua.

Pra finalizar ainda deu aquele apertão nos dois. Como se não houvesse amanhã.

por Maurício Fregonesi Falleiros

Assim é a vida, animal

Maurício Fregonesi é publicitário. Cria contos, crônicas e propagandas. Aqui, ele anuncia apenas seu talento.

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CURIOSOS

De pacífico, só o oceano onde ela vive. A Tamaru-taca é um bichinho pode-roso e altamente agressivo. Também conhecido como

lagosta-boxeadora, esse crustáceo possui duas patas adaptadas na parte dianteira do seu corpo que desferem o “soco” mais poderoso do reino animal.

Esse soco é tão devastador que cria pequenas bolhas de vácuo em-baixo d´água, e produz uma onda de choque que pode matar uma presa mesmo que ela não seja atin-gida pelo golpe. Além de incrivel-mente forte, o soco da tamarutaca é tão rápido que alcança uma ace-leração de 720 km por hora, equi-

E aí, bicho? Qual é?

O próximo bichinho incompatível com a normalidade que a MDB encontrou é essa coisinha fofa aí do lado. Se tiver coragem de conhecer mais sobre ela, é só aguardar. Na próxima edição a gente conta.

Briguenta até embaixo d'água

valente à de uma bala calibre 22, e chega a produzir luz e calor.

Medindo entre 15 e 30 centíme-tros, são animais exclusivamente carnívoros, e se alimentam de ca-marões, caranguejos, peixes e até de outras lagostas. Mas as armas desse boxeador não se resumem ao seu soco megapoderoso. Os olhos da tamarutaca são os mais “tecnológicos” da natureza, e for-mam 6 imagens separadas (3 para cada olho). Eles apresentam uma extraordinária sensibilidade à luz, e conseguem detectar 1 trilhão ( 1.000.000.000.000) de cores dife-rentes, capacidade muito superior à humana, cujos olhos enxergam ape-nas 1 milhão (1.000.000) de tons.

Conheça um dos bichos mais violentos dos mares

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2º PASSEIO

ECOPETBriguenta até embaixo d'água

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