Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDOPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS EVA FRANCELINA LOPES NATHÁLIA MOREIRA MATOKANOVIC THAÍS NOGUEIRA ZANATA FARMACOLOGIA E FARMACOVIGILÂNCIA RELACIONADAS AO CÂNCER DE MAMA FERNANDÓPOLIS SP 2012

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDOPOLIS

FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS

EVA FRANCELINA LOPES NATHÁLIA MOREIRA MATOKANOVIC

THAÍS NOGUEIRA ZANATA

FARMACOLOGIA E FARMACOVIGILÂNCIA RELACIONADAS AO

CÂNCER DE MAMA

FERNANDÓPOLIS – SP

2012

Page 2: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

EVA FRANCELINA LOPES NATHÁLIA MOREIRA MATOKANOVIC

THAÍS NOGUEIRA ZANATA

FARMACOLOGIA E FARMACOVIGILÂNCIA RELACIONADAS AO CÂNCER DE

MAMA

Trabalho de conclusão de curso apresentado à

Banca Examinadora do Curso de Graduação em

Farmácia da Fundação Educacional de

Fernandópolis como exigência parcial para obtenção

do título de bacharel em farmácia.

Orientador: Prof. Dr. Marcos de Lucca Júnior

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS

FERNANDÓPOLIS – SP

2012

Page 3: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

EVA FRANCELINA LOPES NATHÁLIA MOREIRA MATOKANOVIC

THAÍS NOGUEIRA ZANATA

FARMACOLOGIA E FARMACOVIGILÂNCIA RELACIONADAS AO CÂNCER DE

MAMA

Trabalho de conclusão de curso aprovado como

requisito parcial para obtenção do título de bacharel

em farmácia.

Aprovado em: __ de novembro de 20__.

Banca examinadora Assinatura Conceito

Prof. Dr. Marcos de Lucca Júnior

(Orientador)

Profa. Dra. Maria Elisa Furlan

Gandini Castanheira

(Avaliador 1)

Profa. Especialista Rosana Matsumi

Kagesawa Motta

(Avaliadora 2)

Prof. Dr. Marcos de Lucca Júnior

Presidente da Banca Examinadora

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DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho a Deus por tudo

quanto temos recebido d´Ele, aos nossos pais e

familiares que nos proporcionaram todo apoio e

incentivo durante todo o curso e aos amigos,

colegas e todos que de alguma forma contribuíram

para que hoje NÓS possamos desfrutar de todo o

conhecimento que adquirimos nestes anos de

muitas alegrias.

Page 5: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

AGRADECIMENTOS

Queremos agradecer a Deus em primeiro lugar, por ter nos dado força e

saúde para cumprir com mais esse objetivo em nossas vidas, e também aos nossos

familiares por ter nos dado suporte financeiro e moral, e ter acreditado em nós, e por

último nosso orientador, o prof. Marcos de Lucca Júnior, que nos deu apoio e muita

dedicação para conclusão deste trabalho.

Page 6: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

“Se soubesse que o mundo se desintegraria

amanhã, ainda assim plantaria a minha macieira. O

que me assusta não é a violência de poucos, mas a

omissão de muitos. Temos aprendido a voar como

os pássaros, a nadar como os peixes, mas não

aprendemos a sensível arte de viver como irmãos.”

Martin Luther King

Page 7: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

RESUMO

Neste trabalho foi realizada uma revisão de literatura à respeito do câncer de mama,

identificando e descrevendo suas causas, tratamento e aspectos relacionado à

farmacoterapia e farmacovigilância. O câncer de mama representa o segundo tipo

mais frequente na população geral e o mais comum entre as mulheres, constituindo

a primeira causa de morte entre as mulheres no Brasil. Frente ao diagnóstico de

câncer de mama, a mulher vive momentos de imensa angústia, sofrimento e

ansiedade ao associá-lo com a morte. O farmacêutico é o principal instrumento para

a qualidade da farmacoterapia suas atribuições excedem a simples dispensação da

prescrição médica, ou ainda a manipulação propriamente dita. Sua atuação é

importante em várias etapas da terapia antineoplásica, constituindo equipes

multiprofissionais pode melhorar a qualidade do tratamento do câncer de mama.

Neste contexto, a participação deste profissional, na área da farmacovigilância, tem

colaborado muito com a detecção e identificação de reações adversas, de fatores de

risco para o desenvolvimento destas, além de ele propor medidas de intervenção e

prevenção, visto que as reações adversas a medicamentos são algumas das causas

de internação.

Palavras-chave: Câncer de mama, farmacoterapia do câncer, farmacovigilância.

Page 8: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

ABSTRACT

In this work was realized one revision of literature concerns about the breast cancer,

identifying and describing your causes, treatment and related aspects about the

pharmacotherapy and pharmacovigilance; The breast cancer represent the second

type more frequently in general population and the most common enter the woman ,

constituting the first cause of death enter the woman in Brazil. Front of the diagnostic

of breast cancer, the woman live moments of immense briefness, suffering and

anxiety at associate with death. The pharmacist it’s the principal instrument for the

quality of pharmacotherapy your attributions exceed the simple dispensation of the

medic module, or even the manipulation properly itself. Your actuation it’s important

on a lot of stages of antineoplastic therapy. On this context, the participation of this

professional, in the area of pharmacovigilance, has collaborated a lot with detection

and identification of adversity reactions, of risk factors for the development these,

beyond specific measures of intervention and prevention, as such the adversity

reactions of medicaments are some causes of internation.

Key words: Breast Cancer , Pharmacotherapy of Cancer , and Pharmacovigilance.

Page 9: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

LISTA DE ABREVIATURAS

AF - Assistência Farmacêutica

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

CDIS - Carcinoma Ductal in situ

CLIS - Carcinoma Lobular in situ

CONITEC- Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologia

DES - Dietil Estilbestrol

DNA - Ácido Desoxirribonucléico

FSH - Hormônio Folículo Estimulante

HER- Fator de Crescimento Epidérmico

IV - Via Intravenosa

LH - Hormônio Luteinizante

INCA - Instituto Nacional de Câncer

OMS - Organização Mundial de Saúde

PNM - Política Nacional de Medicamentos

RAM - Reação Adversa de Medicamentos

RNA - Ácido Ribonucléico

SUS - Sistema Único de Saúde

TRH - Terapia de reposição hormonal

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Exemplos de oncogenes associados a tumores humanos.........................17

Figura 2- Exemplos de genes supressores de tumor envolvidos em neoplasias

humanas ....................................................................................................................18

Figura 3 - Transformação de uma célula normal em uma cancerosa .......................19

Figura 4 – Organização da estrutura mamária...........................................................21

Figura 5 – Mama com Câncer de mama inicial..........................................................21

Figura 6 - Histopatologia de um carcinoma ductal invasivo, o tipo mais comum de

câncer ........................................................................................................................22

Figura 7 - O carcinoma lobular invasivo é uma classe clínica e molecularmente

distinta de câncer de mama, mais difícil de ser detectado e, portanto normalmente só

diagnosticado tardiamente.........................................................................................22

Figura 8 – Auto – exame da mama ...........................................................................24

Figura 9 - Informativo envolvendo indústrias, os governos locais e instituições

internacionais ............................................................................................................38

Figura 10 - Fluxograma elaborado a partir de informações do site ANVISA.............39

Figura 11 - Farmacovigilância aplicada no câncer de mama.....................................41

Page 11: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................................11

1 OBJETIVOS...................................................................................................................14

1.1 OBJETIVO GERAL......................................................................................................14

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.......................................................................................14

2 MATERIAL E MÉTODOS..............................................................................................15

2.1 TIPO DE ESTUDO......................................................................................................15

2.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...................................................................15

3 REVISÃO DA LITERATURA.........................................................................................16

3.1 CÂNCER......................................................................................................................16

3.2 CÂNCER DE MAMA....................................................................................................20

3.2.1 Tipos de câncer de mama......................................................................................22

3.2.2 Fatores de risco.......................................................................................................23

3.3 PREVENÇÃO E DIAGNÓSTICO.................................................................................24

3.4 TRATAMENTO.............................................................................................................26

3.4.1 Medicamentos no tratamento de câncer de mama..............................................29

3.4.2 Toxicidade dos medicamentos usados no tratamento do câncer de mama.....36

3.5 FARMACOVIGILÂNCIA ...............................................................................................37

3.5.1 Atuação do farmacêutico na farmacovigilância oncológica...............................40

3.6 ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA................................................................................41

4 CONCLUSÃO.................................................................................................................43

REFERÊNCIAS.................................................................................................................44

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11

INTRODUÇÃO

Câncer é o nome utilizado para referir-se ao conjunto de mais de 100

patologias que têm em comum o crescimento desenfreado de células com alguma

mutação genética, que invadem tecidos e órgãos. Dividindo-se aceleradamente,

estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, induzindo a formação

de tumores malignos, que podem se espalhar para diversas regiões do corpo

(ALMEIDA et al., 2005).

O câncer de mama, depois do câncer de colo de útero é a neoplasia maligna

mais frequente na população feminina é um tumor que se origina quando as células

da mama começam a se dividir e multiplicar de maneira desordenada, originando

uma neoplasia. Podendo ocorrer tanto em homens quanto em mulheres, sendo que

nas mulheres é muito mais comum. (BRASIL, 2012a).

A etiologia da neoplasia mamária permanece em parte desconhecida.

Fatores como a idade e o sexo influenciam a sua incidência. À medida que a idade

avança, aumenta a probabilidade de ocorrência de alterações mutagênicas, sendo o

sexo feminino mais predisposto a esta situação, que ocorre nos genes BRCA1 no

cromossomo 17 e BRCA 2, no cromossomo 13 (PEREIRA, 1999).

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) relata que o problema do câncer de

mama no Brasil ganha relevância pelo perfil epidemiológico que essa doença vem

apresentando, e, com isso, o tema tem conquistado espaço em todas as esferas de

governo. O conhecimento sobre a situação dessa doença permite estabelecer

prioridades e propiciar recursos de forma direcionada para a modificação positiva

desse cenário na população brasileira. Evidencia-se pela habilidade no

desenvolvimento de ações nacionais voltadas para a prevenção e o controle do

câncer, incluindo, de forma especial, seu comprometimento na divulgação de

informações que colaborem com o estabelecimento de prioridades para a saúde

pública (BRASIL, 2011).

No Brasil, as estimativas para o ano de 2012 apontam a ocorrência de

aproximadamente 518.510 casos novos de câncer, incluindo os casos de pele não-

melanoma, reforçando a grandeza do problema do câncer no país. Assim, nas

últimas décadas, o câncer ganhou uma dimensão maior, convertendo-se em um

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evidente problema de saúde pública mundial. A Organização Mundial da Saúde

(OMS) estimou que, no ano 2030, podem-se esperar 27 milhões de casos incidentes

de câncer, 17 milhões de mortes por câncer e 75 milhões de pessoas vivas,

anualmente, com câncer. O maior efeito desse aumento vai incidir em países de

baixa e média renda (BRASIL, 2012a).

O câncer de mama inicial não apresenta sintomas. Na maioria das vezes a

doença é descoberta antes que os sintomas estão presentes, ou por achados

anormais de mamografia ou sentir um nódulo na mama. Qualquer uma das

seguintes alterações mamárias, incomuns, pode ser um primeiro sinal de câncer de

mama, incluindo o carcinoma ductal invasivo: inchaço da totalidade ou de parte da

irritação da pele da mama, ou ondulações, dor mamária, dor nos mamilos ou o

mamilo se voltar para dentro, vermelhidão, descamação, ou espessamento da pele

da mama ou do mamilo, secreção nos mamilos além do leite materno ou de um

nódulo na zona das axilas. (ARAÚJO et al., 2008).

A maioria das mulheres apresenta nódulos ou tumores, ou inflamação com

espessura ou peso no peito, as pacientes sempre se queixam de uma mudança na

cor de uma das mamas. Edema envolvendo mais de dois terços da mama é uma

marca do câncer de mama inflamatório. Às vezes a vermelhidão vem e vai. A

sensação de calor e rápido alargamento da mama afetada por um período de

poucas semanas são queixas habituais. (SIMON, 2012).

As pacientes com esta doença vivenciam experiências de dor física e

psicológicas durante diferentes estágios da doença. Ainda assim, não é possível

afirmar que todas sintam as mesmas dores, já que este é um conceito subjetivo. As

experiências emocionais vividas particularmente influenciam em todo este processo

da doença: desde a aceitação, até o tratamento, bem como na qualidade e

intensidade da dor. A dor crônica é um processo que envolve diferentes aspectos do

ser humano, como cultural, psicológico e social. Além do que, esta é uma

experiência desagradável e que traz incômodos de diferentes ordens. São três as

etapas que envolvem o câncer de mama: o recebimento do diagnóstico de estar com

câncer, a execução de um tratamento demorado e agressivo, e a aceitação em ter

um corpo modificado em relação à aparência com a necessidade de consentimento

e convivência com a mesma. Por esses e outros motivos, é muito importante que

haja um tempo fornecido à paciente e à família para que entendam e aprendam a

lidar com o diagnóstico. Portanto, o câncer de mama precisa ser visto com toda esta

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magnitude. A mulher acometida não tem apenas o seu corpo modificado, mas

também a sua auto-imagem (física e psicológica), envolvendo variados aspectos da

sua vida social e afetiva (VIEIRA et al., 2007).

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1 OBJETIVOS

1.1 OBJETIVO GERAL:

Reunir dados de literatura que abordam o tema Câncer de Mama, em

especial atenção à sua farmacoterapia e farmacovigilância.

1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Conceituar e descrever sobre o câncer e o câncer de mama.

Abordar os medicamentos utilizados ao tratamento do câncer de mama, e a

aplicação da Farmacovigilância na área de oncologia.

Identificar, quais ações de prevenção e orientação estão sendo utilizados

pelo profissional farmacêutico que presta Assistência Farmacêutica a mulheres que

apresentam a patologia.

Verificar se a promoção da Farmacovigilância e Assistência Farmacêutica

podem atuar de modo a melhorar a qualidade de vida da paciente portadora de

câncer de mama.

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2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 TIPO DE ESTUDO

Trata-se de uma revisão bibliográfica, na qual para a confecção foram

utilizados livros, artigos de revistas eletrônicas (periódicos capes), artigos científicos

em sites específicos (pubmed, scielo).

3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Primeiramente, foi feita uma seleção dos materiais pertencentes ao assunto

abordado, que está relacionado ao desenvolvimento da pesquisa com: revistas,

artigos, livros, bulas e sites. Com base no critério definido o trabalho apresenta as

características sobre a patologia do câncer e do câncer de mama, seus sinais,

formas de tratamento, demonstrando o papel do farmacêutico em farmacovigilância

e assistência farmacêutica oncológica.

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3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 CÂNCER

Alguns estímulos agridem o material genético, provocando inúmeras

alterações genéticas nas células, que acabam por se tornar permanentes no padrão

normal de crescimento celular. Células alteradas denominadas neoplásicas, não

respondem aos mecanismos de controle do crescimento celular e proliferam

excessivamente, de uma maneira descontrolada, formando uma massa tecidual

conhecida como neoplasia (“novo crescimento”), é essa massa que denomina-se

tumor (STEVENS; LOWE, 2002).

Ainda segundo Stevens & Lowe (2002), no estado neoplásico a proliferação

e o crescimento celular ocorrem na ausência de qualquer estímulo externo contínuo.

Portanto, o termo “neoplasia” é empregado para descrever um crescimento celular

descontrolado, em que as células neoplásicas encontram-se transformadas. Nos

tecidos e nas células neoplásicas há uma desordem dos mecanismos normais de

controle da proliferação e maturação das células. Cada célula neoplásica apresenta

uma alteração em seu genoma, responsável pelo crescimento anormal.

O equilíbrio na atuação dos genes resulta no perfeito funcionamento do ciclo

celular, quando ocorrem processos de mutação por agentes carcinogênicos (que

causam câncer), podem contribuir com a evolução de um tumor. As alterações ou

mutações que geram as neoplasias podem ocorrer em genes especiais chamados

de proto-oncogenes, que a princípio são inativos em células normais, mas se ativos,

estimulam o crescimento a partir da ocorrência de divisão celular (mitose). Quando

ativados, os proto-oncogenes tornam-se oncogenes (genes causadores de câncer),

responsáveis pela malignização das células normais, uma vez que, esses codificam

proteínas e promovem a multiplicação desordenada das células. Estas células

diferentes são, então, denominadas cancerosas, ou melhor, tumorais, que provocam

câncer (ALMEIDA et al., 2005).

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FIGURA 1. Exemplos de oncogenes associados a tumores humanos.

FONTE: http://www.direxlim.fm.usp.br/download/tctab.pdf

Dentre os genes que contribuem para a formação do câncer há também os

anti-oncogenes ou genes supressores de tumor, que inibem a ocorrência de divisão

celular. Quando estão ausentes ou sofrem mutações tornando-se defeituosos nos

cromossos do genoma, apresentam efeito cancerígeno, como por exemplo o gene

p53, responsável por induzir apoptose (morte celular programada), que sobre efeito

mutagênico torna-se inativo, permitindo que as células cancerosas entrem em um

estado de descontrole da sua capacidade proliferativa e de uma crescente

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incapacidade de morrer por apoptose, permitindo a formação de tumores

(GRIVICICH et al., 2007).

FIGURA 2. Exemplos de genes supressores de tumor envolvidos em neoplasias humanas.

FONTE: http://www.direxlim.fm.usp.br/download/tctab.pdf

O processo de formação do câncer é denominado carcinogênese e passa

por três estágios antes de chegar ao tumor, são eles:

- Iniciação: Nele as células sofrem o efeito de um agente carcinogênico

(agente oncoiniciador) que provoca modificações em alguns de seus genes. A

natureza das alterações iniciais ainda não permite detectar o tumor. Exemplos de

substâncias químicas carcinógenas: sulfato de dimetila, metilnitrossuréia, cloreto de

vinila, aflatoxinas, dimetilnitrosoamina e benzopireno.

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- Promoção: É a indução de proliferação celular. As células geneticamente

alteradas sofrem o efeito dos agentes cancerígenos classificados como

oncopromotores, podendo ser um mitógeno ou um agente citotóxico. A célula inicial

é transformada em célula maligna, de forma lenta e gradual, pois é necessário um

longo e contínuo contato com o agente cancerígeno promotor. A promoção é

inicialmente reversível se cessado o estímulo pelo agente promotor.

- Progressão: É o terceiro e último estágio e caracteriza-se pela

multiplicação descontrolada, sendo um processo irreversível. O câncer já está

instalado, evoluindo até o surgimento das primeiras manifestações clínicas da

doença (STEVENS; LOWE, 2002).

FIGURA 3. Transformação de uma célula normal em uma cancerosa.

FONTE: SPENCE et al., 2001

O câncer é classificado de acordo com o tipo de célula normal que o

originou, e não de acordo com os tecidos para os quais se espalhou. Praticamente

todos os tipos podem ser colocados em um dos seguintes grupos, onde o sufixo —

oma tem o significado de tumor:

1) Carcinomas: Originam-se de células de tecidos de revestimento, incluindo

a pele e uma série de revestimentos internos, como os da boca, garganta,

brônquios, esôfago, estômago, intestino, bexiga, útero e ovários, além dos

revestimentos dos ductos mamários, próstata e pâncreas.

2) Sarcomas: Originam-se de tecidos conjuntivos, tais como ossos, tecido

gorduroso, músculo e tecido fibroso de reforço.

3) Linfomas: Originam-se linfócitos, particularmente em glândulas linfáticas e

sangue.

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20

4) Leucemia: Este câncer origina-se de células da medula óssea que

produzem as células sanguíneas da série brancas.

5) Mielomas: Malignidades nas células plasmáticas da medula óssea que

produzem os anticorpos.

6) Tumores das células germinativas: Desenvolvem-se a partir de células

dos testículos e/ou dos ovários.

7) Melanomas: Originam-se das células da pele que produzem pigmento, os

melanócitos.

8) Gliomas: Originam-se a partir de células do tecido de suporte cerebral ou

da medula espinhal. Raramente ocorre metástase.

9) Neuroblastomas: Tumor geralmente pediátrico derivado de células

malignas embrionárias advindas de células neuronais primordiais. (ALMEIDA et al.,

2004).

3.2 CÂNCER DE MAMA

Atualmente, o câncer de mama é considerado como o segundo tipo de

câncer mais comum no mundo, sendo mais frequente entre as mulheres. Este tipo

de câncer consiste de um importante problema de saúde pública na América Latina,

tendo sido observado, um aumento consistente nas taxas de mortalidade nos

últimos quarenta anos. É a principal causa de mortalidade por neoplasias em

mulheres na faixa etária de 30 a 49 anos (BRASIL, 2012a).

Dificilmente a mulher que vive a experiência do câncer de mama retoma sua

vida normalmente. As sequelas são inevitáveis, pois ocorre uma mudança de

identidade, já que afeta a auto-imagem da mulher mudando sua visão de mundo.

(VIEIRA, 2007).

Na população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61%, sendo

que para países desenvolvidos essa sobrevida aumenta para 73% e nos países em

desenvolvimento fica em torno de 57%. Na Região Sudeste, o câncer de mama é o

mais incidente entre as mulheres, com um risco estimado de 65 casos novos por

100.000 habitantes. (BRASIL, 2009).

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21

FIGURA 4. Organização da estrutura mamária.

FONTE: ADAM, 2010

Na figura 5, pode ser visto um tumor no estágio inicial com baixo suprimento

de sangue e nutrientes nos vasos próximos constituídos de tecido normal. No

entanto, o tumor produz substâncias (proteínas) que atraem para dentro dele novos

vasos (angiogênese) e começa a crescer com maior velocidade, pois passa a ter a

quantidade necessária de sangue e de nutrientes. Numa fase mais avançada, com o

tumor altamente vascularizado, há por estas condições, maior facilidade de

sangramento, fazendo com que as células malignas possam migrar para outros

órgãos. (SIMON, 2012).

FIGURA 5. Mama com Câncer de mama inicial

FONTE: SIMON, 2012

Page 23: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

22

3.2.1 Tipos de Câncer de mama.

O carcinoma ductal in situ (CDIS), ou carcinoma intraductal, que começa nos

canais (ductos) que conduzem o leite para o mamilo, e constitui a maioria dos casos

de câncer de mama. Ele pode se transformar em um câncer invasivo caso não seja

tratado. (ADAM, 2010).

FIGURA 6. Histopatologia de um carcinoma ductal invasivo, o tipo mais comum de câncer

FONTE: adaptado STEVENS; LOWE, 2002.

O carcinoma lobular in situ (CLIS), origina-se a partir dos lóbulos produtores

de leite. Pode permanecer unilteral ou tornar-se bilateral. (ADAM, 2010).

FIGURA 7: O carcinoma lobular invasivo é uma classe clínica e molecularmente distinta de câncer de mama, mais difícil de ser detectado e, portanto normalmente só diagnosticado tardiamente.

FONTE: STEVENS; LOWE, 2002.

Page 24: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

23

3.2.2 Fatores de risco

Segundo Pinotti (2010) os fatores de risco são:

Idade e sexo – O sexo feminino tem a maior probabilidade de risco de

desenvolvimento do câncer de mama do que o sexo masculino. Os casos de câncer

de mama avançado ocorrem na maioria das vezes em mulheres acima de cinquenta

anos.

Histórico familiar – Uma pessoa pode apresentar maior risco de câncer de

mama caso tenha um parentesco próximo com um indivíduo que apresente câncer

de mama, de útero, de ovários ou de cólon. Cerca de 20 a 30% das mulheres com

câncer de mama possuem histórico familiar da doença.

Composição genética – BRCA1 e BRCA2 são genes que aumentam a

predisposição ao desenvolvimento do câncer de mama. Indivíduos portadores de

mutações nesses genes têm até 80% de chance de desenvolver câncer de mama

em algum momento da vida. (SINGLETARY, 2007).

Período menstrual - As mulheres que tiveram a primeira menstruação muito

cedo (antes dos 12 anos) ou que passaram pela menopausa muito tarde (depois dos

55) apresentam um risco maior de câncer de mama.

Abuso de álcool – Consumo excessivo de bebidas alcoólicas pode aumentar

significativamente o risco de câncer de mama.

Gestação tardia - As mulheres que nunca geraram filhos ou que só geraram

após os 30 anos têm risco elevado de câncer de mama. Por outro lado, engravidar

cedo ou apresentar gestação mais de uma vez diminui o risco de câncer de mama.

DES - As mulheres que tomaram dietil estilbestrol para podem ter chance

elevada de desenvolver câncer de mama após os 40 anos. Esse medicamento era

indicado entre as décadas de 1940 e 1960, para combater abortos espontâneos.

Terapia de reposição hormonal (TRH) – O uso de reposição hormonal por

muito tempo pode ter mais chance de desenvolver câncer de mama. Muitas

mulheres usam a TRH para diminuir os sintomas da menopausa.

Obesidade - Teoricamente, as mulheres obesas produzem mais estrogênio,

o que pode estimular o aparecimento de câncer de mama.

Page 25: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

24

Radiação - Radioterapias de início precoce em dosagens elevadas

aumentam o risco, principalmente se a radiação tiver sido aplicada no período de

desenvolvimento das mamas.

Colocar implantes nos seios, usar desodorantes antitranspirantes ou sutiãs

com aro não aumentam o risco de câncer de mama. Também não há evidências de

uma relação direta entre o câncer de mama e os pesticidas (ADAM, 2010).

3.3 PREVENÇÃO E DIAGNÓSTICO

A prevenção primária do câncer de mama, embora não totalmente possível,

se dá pela realização periódica de exame clínico, dieta saudável, atividade física,

lactação, amamentação e exame radiológico, constituindo assim a principal

estratégia de rastreamento da doença, cujo principal objetivo é sua detecção

precoce (ELMORE, 2005).

FIGURA: 8. Auto - exame da mama

FONTE: SANTOS, 2009

Page 26: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

25

Para a prevenção do câncer de mama é necessário combater os fatores de

risco com a diminuição da gordura endógena e consequente redução de peso

corporal e dieta rica em vitamina A. Evitar o ganho de peso, principalmente após a

menopausa. Orienta-se que toda mulher a partir os 20 anos aprenda a fazer

mensalmente o auto-exame das mamas, idade esta que deve ser realizado o

primeiro exame clínico das mamas que depois deverá ser repetido a cada três anos

até os 40 e, então, anualmente. A ultrassonografia também é um importante método

utilizado que auxilia na avaliação de lesões palpáveis e não palpáveis em mulheres

com idade inferior a 35 anos. (SANTOS, 2009).

O diagnóstico de câncer mamário traz consigo traumas psicológicos, perda

da auto-estima, sentimento de culpa e de fracasso. O patologista estabelece o

diagnóstico histológico e/ou citológico, observando a extensão anatômica do tumor e

determina se o carcinoma da mama é in situ ou invasivo. O exame citológico permite

a determinação do padrão citológico como benigno, positivo para malignidade, de

malignidade indeterminada ou suspeito para malignidade, dentre outros achados

(ARAÚJO, 2008).

O câncer de mama, quando diagnosticado em fases iniciais, tem grandes

chances de cura, com uma sobrevida de 97% em cinco anos. A sobrevida é o

parâmetro mais utilizado para avaliar resultados na área oncológica, inclusive

epidemiológica, onde as taxas de mortalidade em séries históricas são de alta

relevância analítica, sendo possível abordar técnicas estatísticas de análise de

sobrevida com observações obtidas em registros de serviços de saúde. Alguns

fatores prognósticos para a sobrevida global em câncer de mama são: o tamanho do

tumor, o status dos linfonodos e dos receptores hormonais, o grau histológico e a

idade (MORAES et al., 2006).

O período de diagnóstico pode ser traumático, principalmente se é

prolongado ou termina com a confirmação de uma doença que é ameaçadora à vida.

A incerteza sobre a duração ou qualidade de vida no futuro requer da mulher um

aprendizado, seja através da experiência ou de outra maneira, não somente sobre o

que o diagnóstico significa em termos de sua vida, mas o que ela deve fazer para

manter algum controle sobre ela (BERGAMASCO, 2001).

A mamografia é apontada como o principal método de diagnóstico do câncer

de mama em estágio inicial, capaz de detectar alterações ainda não palpáveis e

favorecendo, assim, o tratamento precoce, mais efetivo, menos agressivo, com

Page 27: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

26

melhores resultados estéticos e eventos adversos reduzidos. Entretanto, embora

vários estudos mostrem redução da mortalidade por câncer de mama por meio do

rastreamento mamográfico em massa, ele também é alvo de controvérsias quanto a

sua efetividade, sobretudo em mulheres abaixo dos 50 anos. Apesar disso, o

rastreamento mamográfico em massa tem sido estimulado e praticado em mulheres

a partir dos 40 anos, e apesar de suas limitações, ainda é o melhor método de

rastreamento do câncer mamário disponível (SCLOWITZ et al., 2005).

3.4 TRATAMENTO

O tratamento recomendando para o câncer de mama varia de acordo com o

tipo de tumor e também do estágio de desenvolvimento da doença. Por isso, para

cada tipo de câncer haverá um tratamento específico e apropriado.

Avaliar a paciente diagnosticada e submetida a tratamento por câncer de

mama é questão importante e, muitas vezes, tarefa a cargo do oncologista, do

cirurgião, da enfermeira ou dos demais membros da equipe multidisciplinar, já que

raramente o psiquiatra ou o psicólogo entram em cena no início da abordagem

(CANTINELLI et al., 2006).

A partir do diagnóstico confirmado, a paciente vê sua vida tomar um rumo

diferente do que poderia imaginar, já que o câncer pode acarretar alterações

significativas nas diversas esferas da vida como trabalho, família e lazer. Dessa

forma, acaba trazendo implicações em seu cotidiano e nas relações com as pessoas

do seu contexto social (BERGAMASCO, 2001).

A reabilitação do paciente com câncer e o seu reajustamento social

dependem, em larga medida, da formação de uma equipe multiprofissional que

trabalhe de forma integrada e mantenha um relacionamento satisfatório com o

paciente e seus familiares. O psicólogo exerce um papel fundamental junto a essa

equipe, tendo em vista o objetivo do trabalho desse profissional são prevenir e

reduzir os sintomas emocionais e físicos causados pelo câncer e seus tratamentos,

levar o paciente a compreender o significado da experiência do adoecer,

possibilitando assim re-significações desse processo o psicólogo deve estar atento

também aos distúrbios psicopatológicos, como depressão e ansiedade graves,

Page 28: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

27

habilitando o paciente a confrontar-se com o diagnóstico e com as dificuldades dos

tratamentos decorrentes, ajudando-o a desenvolver estratégias adaptativas para

enfrentar as situações estressantes (VENÂNCIO, 2004).

O câncer da mama e seu tratamento, muitas vezes, mutilador podem

conduzir a mulher a alterações na sua auto-imagem, perda funcional, alterações

psíquicas, emocionais e sociais. Essas alterações, presentes naquelas que se

submetem ao tratamento para o carcinoma mamário, podem ser quantificadas

através de uma escala de qualidade de vida (MAKLUF et al., 2006).

A oncopsiquiatria é uma área de interesse especial dentro da psiquiatria que

vem, ao longo dos últimos anos, acumulando conhecimentos científicos. Visando ao

enfoque sobre as demandas psíquicas do paciente com câncer, promove de

maneira geral, o fortalecimento do indivíduo na guerra contra a doença

(CANTINELLI et al., 2006).

O tratamento sistêmico para o câncer de mama inicial é realizado para

diminuir a chance da maior ameaça do tumor de mama que pode melhorar a chance

de cura por volta de 30%,é dividido em três componentes: hormonoterapia,

quimioterapia e imunoterapia (BRASIL, 2004a).

A cirurgia é o tratamento mais frequente para o câncer de mama, pois

objetiva a retirada do tumor. Elas podem ser de dois tipos: quadrantectomia que

conserva a mama ou a mastectomia, que é a cirurgia de retirada total da mama

(BRASIL, 2010).

O profissional provedor de cuidados de saúde deve buscar um equilíbrio

aceitável entre as vantagens e desvantagens do tratamento, que podem ser

reconhecidas através da avaliação da qualidade de vida dos pacientes em

tratamento quimioterápico. Tão importante quanto o tratamento é estar atento aos

efeitos que esse produz nos pacientes (SILVA, 2010b).

Os casos em que o câncer é detectado em estádios mais avançados, o que

tem por consequência é o aumento de recidivas, aparecimento de metástases e

redução da sobrevida é indicado um tratamento mais agressivo que inclui o uso de

drogas quimioterápicas, cujo benefício consiste na redução da progressão tumoral

(BRASIL, 2009).

Segundo BRASIL, (2012a) as modalidades de tratamento do câncer de

mama podem ser divididas em:

Page 29: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

28

1) Tratamento local: cirurgia e radioterapia

2) Tratamento sistêmico: quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica.

- Estádios I e II

Nos estádios I e II, a conduta habitual consiste de cirurgia, que pode ser

conservadora, com retirada apenas do tumor; ou mastectomia, com retirada da

mama. A avaliação dos linfonodos axilares tem função prognóstica e terapêutica.

Após a cirurgia, o tratamento complementar com radioterapia pode ser

indicado dependendo da situação da paciente.

Já a reconstrução mamária deve ser sempre considerada nos casos de

mastectomia. O tratamento sistêmico será determinado de acordo com o risco de

recorrência (idade da paciente, comprometimento linfonodal, tamanho tumoral, grau

de diferenciação), assim como das características tumorais que irão ditar a terapia

mais apropriada. Essa última baseia-se principalmente na quantidade dos

receptores hormonais (receptor de estrogênio e progesterona) - quando a

hormonioterapia pode ser indicada; e também de HER-2 (fator de crescimento

epidérmico 2), com possível indicação de terapia biológica anti-HER-2.

- Estádio III

Pacientes com tumores maiores, porém ainda localizados, enquadram-se no

estádio III. Nessa situação, o tratamento sistêmico (na maioria das vezes, com

quimioterapia) é a modalidade terapêutica inicial.

Após resposta adequada, segue-se com o tratamento local.

- Estádio IV

Nesse estádio é fundamental que a decisão terapêutica busque o equilíbrio

entre a resposta tumoral e o possível prolongamento da sobrevida, levando-se em

consideração os potenciais efeitos colaterais decorrentes do tratamento. A

modalidade principal nesse estádio é sistêmica, sendo o tratamento local reservado

para indicações restritas.

A quimioterapia adjuvante diminui a chance de recidiva, aumentando assim,

a sobre vida dos pacientes. Uma vez retirado o tumor, cirurgicamente, a recidiva da

doença pode ocorrer através de micro metástases ocultas. Portanto, a finalidade do

tratamento é justamente, erradicar as micro-metástases (MACHADO; SAWADA,

2008).

A radioterapia tem sido outra opção terapêutica adjuvante em pacientes

portadoras de tumor de mama submetidas a cirurgias conservadoras, com o objetivo

Page 30: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

29

de diminuir a recidiva loco-regional e favorecer a sobrevida, porém, apresentam

também vários efeitos colaterais como eritema, descamação da pele, sudorese

diminuída, dermatite exsudativa, edema, ulceração, hemorragia, necrose, dentre

outros (PIRES et al., 2008).

Em alguns casos recomenda-se que seja feito tanto a quimioterapia como a

radioterapia, além do tratamento cirúrgico, que na maioria dos casos detectados

mais tardiamente, é indispensável, a fim de remover toda a parte da mama

comprometida. Sem dúvidas o tratamento adequado diminui a incidência de

mortalidade, aumentando assim a sobrevida da paciente, entretanto, não se pode

esquecer que toda mulher que se submete a um tratamento para câncer de mama

enfrenta vários tipos de problemas físicos, psicológicos, sociais e financeiros. Dessa

forma, destaca-se a importância da detecção precoce, evitando assim, tratamentos

agressivos que comprometam a qualidade de vida das mulheres (OLIVEIRA et al.,

2006).

O farmacêutico atua em função da melhorara da qualidade de vida da

mulher com câncer de mama, buscando sempre orientá-la da maneira adequada,

para que consiga cumprir com o tratamento proposto pelo médico, a fim de otimizá-

lo e verificar se este está sendo o mais benéfico para a paciente (ANDRADE, 2009).

Também é necessário o tratamento com o fisioterapeuta, em pacientes

submetidas ao tratamento de câncer de mama, este que deve ser avaliado pela

equipe da fisioterapia ainda que não apresente sinais e sintomas aparentes, e essa

avaliação deve ser iniciada ainda na fase pré-cirúrgica, pois em mais de 90% dos

casos, existem sequelas a serem tratadas após a cirurgia tais como linfodema,

alteração postural, alteração cicatricial, restrição articular, lesão nervosa, escápula

alada, entre outras. A fisioterapia tem atuação desde o pré-cirúrgico até o pós-

cirúrgico tardio com atuação também na recorrência da doença e nos cuidados

paliativos (BRASIL, 2004a).

3.4.1 Medicamentos no tratamento de câncer de mama

Existem várias combinações de drogas que compõem os protocolos para

tratamento do câncer de mama. O mercado da indústria farmacêutica tem sofrido

Page 31: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

30

influência com o uso de anticorpos monoclonais, visto que estes tipos de

substâncias atacam exclusivamente como alvo a mutação genética que leva ao

HER-2 positivo um dos tipos mais agressivos de tumor, não causando muitos efeitos

colaterais, pois não agridem as células normais, oferecendo melhores condições de

recuperação. Como exemplo do potencial de uso para o câncer de mama, a droga

Herceptin (transtuzumab). O Trastuzumabe no tratamento adjuvante do câncer de

mama demonstrou que a adição desse anticorpo aumenta a sobrevida das pacientes

de maneira significativa. O perfil de efeitos colaterais do trastuzumabe é bastante

interessante, quando comparado ao dos quimioterápicos clássicos, uma vez que,

tratam-se de efeito leves. O trastuzumabe pode causar febre e calafrios em alguns

casos, mas estes efeitos são transitórios e raramente graves. Diferentemente dos

quimioterápicos clássicos, o não causa depressão medular, alopecia, náuseas ou

vômitos (SOARES, 2008).

A droga trastuzumabe está presente na lista dos medicamentos de alto custo

do SUS, que foi liberado por decisão da Comissão Nacional de Incorporação de

Tecnologia (CONITEC), visto que cada frasco custa, em média, R$ 7 mil, ficava

restrita a mulheres que por meio de ações judiciais conseguiram o direito de recebê-

lo. Neste ano 98 determinações judiciais foram recebidas no governo federal e já

foram gastos R$ 12,6 milhões, só para atender uma compra civil pública no Estado

de Santa Catarina, foram consumidos R$ 9,8 milhões dos cofres públicos. O

governo estima gastar por ano R$ 150 milhões para o fornecimento da droga, mas

por se tratar de uma compra em grande quantidade, já esta sendo negociado com o

laboratório do fabricante (Roche) e o preço poderá ser reduzido em até 50%

(BRASIL, 2012b).

Bisfosfonatos correspondem a um grupo de medicamentos utilizados em

câncer de mama metastático que ajuda a fortalecer os ossos e reduzir o risco de

fraturas nos mesmos, que ficam enfraquecidos pela invasão de células advindas do

câncer de mama. São exemplos o pamidronato e o ácido zoledrônico. Os

mecanismos que os bisfosfonados atuam na reabsorção óssea em nível celular

envolvem provavelmente a inibição da formação ou recrutamento de osteoclastos a

partir de células precursoras imaturas, inibição da ativação de osteoclastos, inibição

da atividade de osteoclastos maduros ou indução de apoptose. No caso do câncer

de mama os bisfosfonatos atuam com sua propriedade anti-tumoral que leva a

inibição da adesão celular (VASCONCELLOS et al., 2004)

Page 32: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

31

A quimioterapia é um tratamento sistêmico que tem um impacto grande

sobre a divisão das células tumorais, provoca toxicidade pelo efeito nocivo a saúde,

sobre a divisão das células normais do corpo tais como a medula óssea ou trato

gastrointestinal (MACHADO et al., 2008).

Segundo Almeida et al (2005) e Silva (2010b) as principais drogas usadas

no tratamento do câncer de mama são:

- Anastrozol (Arimidex , Anastrol): antineoplásico de categoria miscelânea.

Mecanismo de ação: inibidor não esteroidal específico da aromatase. Indicações:

tratamento de câncer de mama localmente avançado ou metastático, em mulheres

pós - menopausa com receptor hormonal positivo ou desconhecido ou em câncer de

mama avançado em mulheres menopausadas com progressão de doença na

vigência do tamoxifeno. Reações adversas: Pode ocorrer o aparecimento de efeitos

indesejáveis como: muito comum - ondas de calor, sensação de fraqueza, astenia,

dor articular e enrijecimento, dor de cabeça, náusea e erupções cutâneas; comum -

afinamento/queda dos cabelos, reações alérgicas leves, diarreia, vômito, sonolência,

Síndrome do Túnel do Carpo, aumento das enzimas hepáticas e biliares, secura e

sangramento vaginal, anorexia (perda do apetite), aumento do nível de colesterol no

sangue; incomum - coceira, dedo em gatilho; rara e muito rara – reações alérgicas

graves (eritema multiforme, reações anafilactóides, Síndrome de Stevens-Johnson e

angioedema).

- Capecitabina (Xeloda): antineoplásico de categoria antimetabólito.

Mecanismo de ação: prodroga do fluorouracil – hidrolisada no fígado e tecidos.

Indicações: tratamento de câncer colorretal e de mama metastáticos. Reações

adversas: é possível que ocorram efeitos indesejados durante o tratamento, mesmo

quando usado conforme a prescrição médica. Os efeitos indesejados comumente

ocorrem no início do tratamento. As reações indesejáveis mais comuns são diarreia,

perda de apetite, náuseas, vômitos, feridas na boca, vermelhidão, formigamento,

inchaço e adormecimento da palma das mãos e planta dos pés.

- Ciclofosfamida (Genuxal, Fosfaseron): antineoplásico cuja categoria

pertence aos alquilantes. Mecanismo de ação: entrecruzamento da cadeia de DNA e

RNA e inibição da síntese de proteínas. Indicações: leucemia linfocítica aguda ou

crônica, leucemia mieloblástica aguda, câncer de mama, ovário, testicular e

endométrio, linfoma de Hodgkin e não- Hodgking, mieloma múltiplo, neuroblastoma,

tetinoblastoma, sarcoma de Ewing’s e micose fungóide. Reações adversas: Muitas

Page 33: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

32

reações da terapêutica antineoplásica são inevitáveis e representam a ação

farmacológica do mecanismo. De incidência mais frequente: febre, calafrios, dor de

garganta, supressão gonadal (amenorréia), enjôos, confusão, cansaço, debilidade,

tosse, dispnéia, artralgia, hemorragia ou hematomas não-habituais, náuseas,

vômitos, perda de peso.

- Docetaxel (Taxotere): antineoplásico, alcaloide da família dos taxanos.

Mecanismo de ação: age em nível dos microtúbulos da célula, onde se fixa às

subunidades beta da tubulina e as estabiliza. O bloqueio da despolimerização dos

microtúbulos altera a mitose e causa morte celular; indicações: tratamento de câncer

de mama localmente avançado ou metastático, na adjuvância em casos de falha das

antraciclinas, câncer de pulmão com células metastático ou localmente avançado

após falha na quimioterapia com platina. Reações adversas: Sistema Nervoso

CentralL: fraqueza. Cardiovascular: retenção de líquidos, inchaço periférico.

Gastrintestinal: falta de apetite, diarreia, dificuldade para engolir, esofagite, náusea,

vômito, inflamação na boca. Hematológica: diminuição de neutrófilos no sangue

febril, diminuição de leucócitos no sangue, problema sanguíneo grave, diminuição de

neutrófilos no sangue, diminuição das plaquetas no sangue, anemia. Musculo

esquelético: dor muscular. Pele: perda de cabelos.

- Doxorrubicina (Adriblastina, Adriamicina, Rubidox, doxorrubicina):

antibiótico antineoplásico. Mecanismo de ação: inibição da síntese do DNA e RNA,

intercalando entre as bases, inibindo a topoisomerase; indicações: leucemia

linfoblástica aguda, leucemia mieloblástica aguda, tumor de Wilm’s, neuroblastoma,

sarcoma de tecidos moles e ósseo, carcinoma de mama e ovário, de células

transicionais de bexiga, carcinoma de tireóide e câncer gástrico, doença de Hodgkin,

câncer broncogênico (tipo pequenas células). Reações adversas: reação alergica,

calafrios, infecções, dor no torax, dor lombar, distensão abdominal, mal estar.

Sistema digestivo: dispepsia, moniliase oral, ulceração na boca, esofagite, disfagia

(dificuldade para engolir). Sistema metabolico e nutricional: edema periferico,

desidratação.

- Exemestano (Aromasin): antineoplásico – categoria miscelânea.

Mecanismo de ação: inativador esteroidal irreversível da aromatase. Indicação:

tratamento do câncer de mama localmente avançado em mulheres menopausadas

cuja doença progrediu após terapia com tamoxifeno. Reações adversas: Foi

geralmente bem tolerado durante todos os estudos e os estudos clínicos conduzidos

Page 34: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

33

com o produto na dose de 25mg/dia. Os efeitos adversos foram leves e moderados

e a reação mais freqüente foi rubor.

- Filgrastima (Granulokine, Granulen): estimulante de colônias de

granulócitos. Indicações: doença maligna não mielóide com terapia antineoplásica

mielossupressora associada (significativa incidência de neutropenia grave),

neutropenia febril. Reações adversas: A pesquisa clínica não mostrou aumento da

incidência de efeitos colaterais associados à quimioterapia citotóxica. Podem ocorrer

também: leucocitose excessiva; reação alérgica ou anafilática; arritmia

supraventricular transitória; esplenomegalia, com uso crônico; febre; lesões na pele;

vasculite, vermelhidão ou dor no local da injeção subcutânea; artralgias ou mialgias;

cefaléia leve a moderada; exantema ou urticária; dispnéia; anorexia; náusea/vômito;

alopecia; diarréia; fadiga; estomatite.

- Fluorouracil (Fluorouracil): antineoplásico antimetabólito. Mecanismo de

ação: análogo da pirimidina que interfere na síntese do DNA bloqueando a

metilação, inibindo a timidinosintetase; indicações: tratamento de carcinomas de

mama, colo e reto, cabeça e pescoço, estômago e topicamente na queratose

actínica ou solar e carcinoma superficial de células basais. Reações adversas: Trato

gastrintestinal: Comuns: anorexia, náusea, vômitos, estomatite, mucosite, diarréia.

Raros: sangramento, prejuízo hepatocelular. Em raríssimos casos observou-se

necrose hepática fatal. Pele: Comum: alopecia. Raros: exantema, dermatite, eritema

palmoplantar, hiperpigmentação, fotossensibilidade, urticária. Casos isolados de

alterações ungueais, incluindo perda das unhas, foram relatados. Sistema

cardiovascular: Muito raro: precordialgia, arritmias cardíacas, infarto do miocárdio,

isquemia e insuficiência cardíaca, resultando em óbito em raros episódios. Sistema

nervoso central: Raros: ataxia, disartria, nistagmo, desorientação, confusão, euforia

e neurite óptica. Casos de disfunção cerebelar, extrapiramidal e cortical, os quais

são sempre reversíveis, foram relatados. Sistema hematopoético: Mais comum:

leucopenia com neutropenia, anemia, trombocitopenia. Raros: anemia hemolítica,

agranulocitose, pancitopenia. Olhos: Raro: lacrimejar é o primeiro sinal de estenose

do ducto lacrimal. Outras: Raros: Broncoespasmo, choque anafilático. Se ocorrer

choque anafilático, deve-se empregar as medidas usuais para seu controle. Diarréia

em geral responde a agentes anti-diarreicos. Náusea e vômitos descontrolados

podem ser tratados com agentes antieméticos. Se o tratamento com Fluorouracil

ICN for interrompido, resolução gradual do eritema palmoplantar ocorre em cinco a

Page 35: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

34

sete dias. Alternativamente, síndrome palmoplantar pode ser tratada com

administração oral concomitante de piridoxina nas doses de 100 a 150 mg/dia.

- Goserelina (Zoladex): antineoplásico – categoria miscelânea. Mecanismo

de ação: após um aumento inicial do hormônio luteinizante (LH) e do hormônio

folículo estimulante (FSH) a administração contínua resulta na supressão sustentada

das gonadotrofinas coriônicas; “castração” química. Reações adversas: Durante o

tratamento com Zoladex podem ocorrer ondas de calor, dificuldade para urinar, dor

nos ossos e, às vezes, reações na pele.

- Letrozol (Femara): antineoplássico; inibidor não-esteróide da aromatase;

indicação: tratamento do câncer de mama avançado em mulheres na pós-

menopausa. Reações adversas: Os relatos de reações adversas mais frequentes

nos estudos clínicos foram: ondas de calor, artralgia, náuseas e fadiga.

- Megestrol, acetato (Megestate): antineoplásico hormonal, estimulante do

apetite. Mecanismo de ação: progetágeno sintético, com ação antiestrogênica, por

competição nos receptores; indicações: tratamento paliativo do carcinoma de mama

ou endométrio avançados (recorrente, inoperável, metastático), carcinoma de ovário,

endometriose, câncer prostático sintomático em estágio D, hipertrofia prostática

benigna, anorexia, caquexia ou perda de peso não explicáveis em pacientes com

AIDS. Reações adversas: Pacientes com câncer de mama ou endométrio poderão

apresentar aumento de peso durante o tratamento com Megestrol. Esta reação

adversa está associada ao aumento de apetite. Com o uso de Megestrol você

poderá apresentar inflamação vascular, obstrução da artéria pulmonar (fatal em

alguns casos) náuseas e vômitos, edema, sangramento uterino espontâneo. Você

também pode apresentar dispnéia, dor, insuficiência cardíaca, hipertensão,

fogachos, alteração do humor, faces cushingóide, exacerbação tumoral (com ou sem

hipercalcemia), hiperglicemia, alopécia, síndrome do túnel de carpo, diarreia, letargia

e erupções cutâneas. Também foram relatadas constipação e frequência urinária

nos pacientes que receberam altas doses de acetato de megestrol nos estudos

clínicos.

- Metotrexato (Miantrex, tecnomet): antineoplásico, antimetabólito.

Mecanismo de ação: análogo dos folatos, que inibe a síntesedo DNA, ligando

irreversivelmente a dihidrofolatoredutase; indicações: coriocarcinoma gestacional,

coriocarcinoma invasivo e mola hidatiforme, leucemia linfocítica aguda (prevenção

de leucemia meníngea), câncer de mama, carcinoma epidermóide de cabeça e

Page 36: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

35

pescoço, câncer de pulmão, estádios avançados de linfomas não Hodgkin,

osteossarcoma não-metastático que sofreram ressecção cirúrgica ou amputação do

tumor primário (em altas doses), controle da psoríase severa, artrite reumatoide

(severa, atípica, clássica ou definida). Reações adversas: Muitas reações adversas

são inevitáveis e representam sua ação farmacológica; por exemplo, leucopenia e

trombocitopenia, que são empregadas como indicadores da eficácia da medicação e

facilitam o ajuste da dose individual. Requerem atenção médica somente se

persistem ou são incômodos: anorexia, náuseas e vômitos. São de incidência mais

frequente e requerem atenção médica: melena, hematemese, diarréia, hematúria,

artralgias e edemas.

- Paclitaxel (Taxol, Parexel): antineoplásico, alcaloide da família dos taxanos.

Mecanismo de ação: impede a migração dos microtúbulos, por aumentar a ação da

tubulina, inibindo a divisão celular. Indicações: Carcinoma metastático de ovário,

carcinoma de mama após falha da terapia combinada para doença metastática ou

lapso de seis meses na terapia adjuvante. Reações adversas: na medula óssea

ocasiona: neutropenia, leucopenia, trombocitopenia, anemia. Reações de

hipersensibilidade cardiovascular: bradicardia durante a infusão, hipotensão durante

a infusão, episódios cardiovasculares severos; ECG anormal, neuropatia periférica,

mialgia / artralgia. Gastrintestinais: náuseas e vômitos, diarréia, mucosite, alopecia;

hepáticas (pacientes com linha de base normal): elevação da bilirrubina, da

fosfatase alcalina.

- Tamoxifeno (Nolvadex, Tecnotax, Tamoxifeno): antineoplásico,

antiestrogênico. Mecanismo de ação: liga-se competitivamente aos receptores

estrogênicos nos tumores e tecidos alvos, produzindo um complexo que diminui a

síntese do DNA e inibe os efeitos estrogênicos; indicações: tratamento do câncer de

mama com linfonodo axilar negativo em mulheres após mastectomia total ou

segmentar, linfadenectomia axilar e radioterapia; tratamento de câncer de mama

metastático de mulheres e homens; em mulheres na pré-menopausa com câncer de

mama metastático é uma alternativa à oforectomia ou irradiação ovariana. Reações

adversas: As mais frequentes são as ondas de calor, náusea e vômitos, que podem

ocorrer em até um quarto das pacientes, não sendo, no entanto, bastante graves

para justificar a interrupção do tratamento. Menos freqüentes são as hemorragias ou

corrimentos vaginais, as irregularidades menstruais e as erupções cutâneas.

Page 37: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

36

- Trastuzumab (Herceptin): anti-corpo monoclonal (injetável). Mecanismo de

ação: liga-se à porção extracelular do receptor 2 do fator de crescimento epidérmico

e media uma citotoxicidade anticorpo - dependente em células que super expressam

o HER-2; indicações: como agente único, no tratamento de pacientes com câncer de

mama cujo tumor super expresse o HER2 ou que tenham recebido um ou mais

regimes para a doença metastática. Em combinação com o placlitaxel/docetaxel em

câncer de mama cujos tumores super expressem o HER-2. Reações adversas: As

reações adversas mais comuns são sintomas relacionados à infusão, tais como

febre e calafrios, usualmente após a primeira infusão de Herceptin®.

3.4.2 Toxicidade dos medicamentos usados no tratamento do câncer de mama

Segundo Silva (2010b) e Almeida et al (2005), os efeitos tóxicos que causam

os medicamentos utilizados no tratamento de câncer dependem do tempo de

exposição e da concentração plasmática que atinge a droga, sendo que esta

toxicidade pode atingir várias parte do corpo. Vejamos de acordo com cada droga,

quais são os principais tipos de toxicidade:

- Anastrozol: dermatológica, endócrina, gastrointestinal e neurológica

(central);

- Capecitabina: cardíaca, endócrina, gastrointestinal, hematológica, hepática,

neurológica (central e periférica), ocular e pulmonar;

- Ciclofosfamida: dermatológica, cardíaca, endócrina, gastrointestinal,

hepática e pulmonar;

- Docetaxel: cardíaca, gastrointestinal, hematológica, hipersensibilidade e

nerológica (periférica),

- Doxorrubicina lipossomal: cardíaca, gastrointestinal, hematológica;

- Exemestano: dermatológica, endócrina, gastrointestinal, neurológica

(central) e pulmonar;

- Filgrastima: dermatológica, gastrointestinal, hematológica e hepática;

- Fluorouracil: dermatológica, cardíaca, gastrointestinal, hematológica e

neurológica (central);

- Goserelina (acetato): dermatológica, endócrina e gastrointestinal;

Page 38: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

37

- Letrozol: endócrina, gastrointestinal, neurológica (central) e pulmonar;

- Megestrol (acetato): dermatológica, endócrina, gastrointestinal e

neurológica (central);

- Metotrexato: cardíaca, gastrointestinal, hematológica, hepática, neurológica

(central), pulmonar e renal;

- Paclitaxel: dermatológica, cardíaca, gastrointestinal, hematológica,

hipersensibilidade, neurológica (central e periférica);

- Tamoxifeno: dermatológica, cardíaca, endócrina, gastrointestinal,

hematológica, hepática, neurológica (central), ocular e pulmonar;

- Trastuzumab: cardíaca, dermatológica, gastrointestinal, neurológica

(central e periférica).

3.5 FARMACOVIGILÂNCIA

Torna-se interessante destacar que os primeiros casos de focomelia (termo

médico que indica a má formação dos membros de um feto, tornando-os semelhante

aos de uma foca) causados pelo consumo da talidomida foram relatados pelo

médico Widekund Lenz, por meio de carta a uma revista médica internacional.

Durante muitos anos esta foi a forma mais comum de comunicar reações adversas

aos medicamentos (MONTEIRO, 2012).

Durante o desenvolvimento de um medicamento, são realizadas inúmeras

pesquisas com o intuito de se obter um produto seguro, eficaz e de qualidade. Por

isso, são realizados os estudos clínicos que têm como objetivo testar a eficácia e

segurança de determinada droga, bem como interações medicamentosas e efeitos

indesejáveis mais comuns. As funções relacionadas à farmacovigilância são:

detectar, relatar, acompanhar e estudar os eventos adversos que ocorrem com o

uso de medicamentos, a partir do momento em que cheguem ao mercado. (BIOLAB,

2009).

A Farmacovigilância tem, portanto, o objetivo maior de garantir a segurança

dos pacientes e contribuir para a avaliação dos riscos-benefícios dos medicamentos

(MARTINBIANCHO et al., 2003).

Page 39: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

38

Reação Adversa é qualquer resposta ao uso de um medicamento que seja

nociva e não intencional, que ocorra nas doses normalmente usadas em seres

humanos. O evento adverso é qualquer ocorrência médica desfavorável que ocorra

durante o uso de um medicamento, não sendo necessariamente, causada pelo

medicamento em questão. Esse evento somente é considerado como reação

adversa se for realmente comprovado que o medicamento consumido foi o

responsável pela reação (BIOLAB, 2009).

Monteiro (2012) mostra os aspectos relacionados à Farmacovigilância, como

mostrados na figura 9.

FIGURA 9. Informativo envolvendo indústrias, os governos locais e instituições

internacionais.

FONTE: MONTEIRO, 2012.

Embora a maioria das indústrias farmacêuticas já desenvolvessem

atividades para monitorizar a segurança de seus medicamentos, a notificação de

reações adversas se tornou compulsória no Brasil a partir do ano 2000. É papel dos

profissionais da área, principalmente o farmacêutico, informar periodicamente às

autoridades sanitárias sobre as previsões de outros riscos relacionados ao uso dos

medicamentos. Na indústria, todas as ocorrências devem ser registradas, analisadas

e armazenadas num banco de dados. O objetivo dessas medidas é conhecer melhor

Page 40: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

39

o perfil de segurança dos medicamentos, o que permite tomar ações proativamente

e, ainda, disponibilizar informações que garantam seu uso apropriado e seguro.

FIGURA 10: Fluxograma elaborado a partir de informações do site ANVISA

FONTE: MONTEIRO, 2012

No Brasil, o Ministério da Saúde incluiu a farmacovigilância na portaria 3.916

de 1998. Nesse mesmo ano o Brasil se tornou membro do Programa Internacional

de Monitoramento de Drogas da OMS, tendo a Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (ANVISA) como órgão nacional responsável pelas ações de

farmacovigilância no país (MAHMUD, 2006).

Os dados utilizados na Farmacovigilância são colhidos de duas formas: por

meio de notificação espontânea em formulário próprio, ficha amarela, quando o

sistema aguarda a notificação; ou busca ativa, quando se determinam

medicamentos de risco/interesse que devem ser acompanhados (MAHMUD, 2006).

As notificações recebidas são analisadas pela equipe de farmacovigilância e

classificadas como RAM (Reação Adversa a Medicamentos), queixa técnica ou erros

de medicamentos. As suspeitas de reação adversa ao medicamento são avaliadas e

classificadas de acordo com a causalidade como definida, provável, possível e

duvidosa por meio do algoritmo de Naranjo e enviadas à ANVISA. As queixas

técnicas são notificadas à ANVISA e ao laboratório fabricante. As notificações que

Page 41: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

40

são classificadas como erros de medicamentos, são resolvidas dentro da própria

instituição, realizando-se orientação aos profissionais (BRASIL, 2003).

3.5.1 Atuação do farmacêutico na farmacovigilância oncológica

O farmacêutico tem uma contribuição valiosa para a melhora clínica,

econômica e humanística no resultado do cuidado com o paciente, tanto

participando de estudos, como trabalhando em conjunto com as equipes de saúde

das unidades. As intervenções farmacêuticas incluem monitoramento do paciente

(avaliação do significado clínico da interação identificada), ajuste da dose, troca ou

suspensão de um dos medicamentos e alteração dos horários (SANTOS, 2006).

A participação do farmacêutico em estudos oferece benefícios para a redução

dos erros da administração dos medicamentos, diariamente revisando as

prescrições e orientando a enfermagem no uso apropriado dos mesmos. (MAHMUD,

2006).

O farmacêutico vem ampliando a sua área de atuação, no universo da

oncologia, desde a década de 90, quando o Conselho Federal de Farmácia

estabeleceu como privativa deste profissional a manipulação de medicamentos

citotóxicos, por meio da Resolução 288/96 (ANDRADE, 2009).

A Anvisa publicou, em 21 de Setembro de 2004, a Resolução 220/04,

estabelecendo uma legislação de âmbito nacional, regulamentando o funcionamento

dos serviços de terapia antineoplásica e instituindo a equipe multidisciplinar em

terapia antineoplásica (BRASIL, 2004b).

Em oncologia, o farmacêutico é o principal instrumento para a qualidade da

farmacoterapia. Suas atribuições excedem a simples dispensação da prescrição

médica, ou ainda a manipulação propriamente dita. Sua atuação é importante em

várias etapas da terapia antineoplásica (ANDRADE, 2009).

O farmacêutico, também, é o responsável por realizar auditorias internas, no

que diz respeito à estrutura da área de preparo de quimioterapia, estocagem de

medicamentos e manutenção preventiva de equipamentos, de acordo com as

necessidades operacionais e normas estabelecidas pela legislação vigente

(SANTOS, 2006).

Page 42: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

41

FIGURA 11: Farmacovigilância aplicada no câncer de mama.

FONTE: Elaboração própria.

O farmacêutico atua no processo de comunicação, fornecendo aos membros

da equipe multidisciplinar informações sobre farmacocinética, farmacodinâmica,

doses usuais, formas e vias de administração, doses máximas, toxicidade

acumulativa, incompatibilidades físicas e químicas com outras drogas e estabilidade

de medicamentos, intervindo quando necessário ou se constatada alguma reação

adversa (ALMEIDA, 2004).

3.6 ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO CÂNCER DE MAMA

A oncologia desenvolve-se de forma muito dinâmica, e o farmacêutico é

desafiado a manter-se informado constantemente sobre as novas terapias.

Conhecer em detalhes os aspectos farmacológicos dos medicamentos em uso é

essencial para o desenvolvimento de uma adequada assistência farmacêutica. Por

meio da assistência farmacêutica, o farmacêutico torna-se co-responsável pela

qualidade de vida do paciente (SILVA, 2010a).

Page 43: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

42

Para que o paciente possa usufruir dos benefícios do medicamento no seu

tratamento, um aspecto importante está relacionado ao modo como a Assistência

Farmacêutica está estruturada para atender a demanda, tendo em vista que além

das atividades de seleção, aquisição, armazenamento e distribuição, a assistência

farmacêutica envolve a orientação sobre a utilização dos medicamentos (BARBOSA,

2011).

A Lei Orgânica da Saúde (Lei Federal nº 8.080/90) já remetia à necessidade

da implantação de uma Política Nacional de Medicamentos, centrada nas ações da

AF integral, como uma das condições essenciais para a efetiva implementação do

SUS. Movendo-se pela necessidade de redirecionar a AF, foi aprovada por meio da

Portaria GM/MS 3.916/98, a Política Nacional de Medicamentos (PNM), com a

finalidade principal de garantir o acesso da população àqueles medicamentos

considerados essenciais (BRASIL, 1990).

Os farmacêuticos e todos os profissionais que constituem uma equipe

multidisciplinar de saúde contribuem para garantia do uso seguro dos

medicamentos, o que auxilia no aprimoramento de uma assistência qualificada. Para

isso, além das atividades já bem estabelecidas, esses profissionais devem implantar

um sistema de validação farmacêutica bem como estabelecer um sistema de

verificação da prescrição médica, o qual consiste das seguintes etapas: prescrição,

preparação, dispensação e administração. Essas são medidas que visam a melhorar

a qualidade da assistência prestada aos pacientes oncológicos (VENTURA et al.,

2011).

O farmacêutico deve exercer assistência, auxiliando o paciente quanto ao uso

e ao armazenamento correto do medicamento, alertando sobre os prováveis efeitos

colaterais e interações medicamentosas ou alimentares. Além disso, alerta para os

cuidados no uso de medicamentos, se estiver gestante ou amamentando, quando

sob orientação médica, e sobre tudo seguir essas orientações sobre o horário de

administração e as restrições na alimentação, porque alguns alimentos modificam os

efeitos dos medicamentos. O farmacêutico deve, ainda, informar ao paciente se o

medicamento que ele vai usar causa dependência física ou psíquica, bem como

alertar sobre os perigos da automedicação e de tratamentos alternativos não

comprovados cientificamente (ANDRADE, 2009).

Page 44: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

43

4 CONCLUSÃO

Conhecer como é formado o câncer geneticamente contribui para que o

farmacêutico saiba qual a melhor forma de estar orientando ao tratamento mais

adequado e ainda o possibilita transmitir aos pacientes as informações necessárias

de forma clara, precisa e mais simples o possível, alertando-os a tomar medidas

paliativas, preventivas e de diagnóstico, uma vez que a detecção precoce de um

nódulo permite estabelecer o tratamento adequado obtendo bons resultados.

Pacientes submetidas ao tratamento de câncer de mama necessitam de ter

ao seu dispor um acompanhamento de equipes multiprofissionais, uma vez que, sua

auto - imagem e estilo de vida se modificam. Vários profissionais devem estar

prontos a prestar assistência necessária e o farmacêutico cada vez mais está

compondo estas equipes, que em oncologia é elemento importante na qualidade da

assistência e para isso deve estar apto a prestar esclarecimentos técnicos sobre os

aspectos farmacológicos dos medicamentos aos outros profissionais e aos

pacientes, para que faça dessa maneira o desenvolvimento de uma adequada

assistência farmacêutica, devendo manter-se constantemente atualizado.

Garantindo a eficácia do tratamento, tornando-se então, co-responsável pela

melhora da qualidade de vida do paciente o que vai muito além do simples papel de

dispensador de medicamentos.

Atuando na área de farmacovigilância, o farmacêutico torna-se responsável

pelo paciente para que haja êxito na terapia proposta pelo prescritor, estando

cauteloso em relação às reações adversas aos medicamentos, de forma que sejam

as mínimas possíveis, e no caso de aparecerem, que consiga resolvê-las ou

minimizá-las, prevenindo e as corrigindo, exercendo assim um papel fundamental

para a segurança, eficácia e adesão do paciente ao tratamento.

Enfim, é de suma importância a interação do farmacêutico com a equipe

assistencial e com o paciente. Só dessa forma haverá valorização dos

conhecimentos desse profissional, o que trará mais qualidade à equipe envolvida e

bem estar ao próprio paciente, que é o principal e mais importante nas ações do

farmacêutico.

Page 45: Farmacologia e farmacovigilância relacionadas ao câncer da mama

44

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