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FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL LUANNA VALÉRIA SOUSA FONSECA ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DE DIFERENTES TEMPOS DE RETORNO EM VAZÕES, NA BARRAGEM DE PEDRAS ALTAS - BA GOVERNADOR MANGABEIRA BA 2019

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FACULDADE MARIA MILZA

BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

LUANNA VALÉRIA SOUSA FONSECA

ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DE DIFERENTES TEMPOS DE RETORNO EM VAZÕES, NA

BARRAGEM DE PEDRAS ALTAS - BA

GOVERNADOR MANGABEIRA – BA

2019

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LUANNA VALÉRIA SOUSA FONSECA

ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DE DIFERENTES TEMPOS DE RETORNO EM VAZÕES, NA

BARRAGEM DE PEDRAS ALTAS - BA

Monografia apresentada ao Curso de

Engenharia Civil da Faculdade Maria Milza,

como requisito parcial para obtenção do título

de graduado.

Profº MSc. Luan Marcos da Silva Vieira

Orientador

Profº MSc. Jonatas Fernandes Araújo Sodré

Coorientador

GOVERNADOR MANGABEIRA – BA

2019

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Ficha catalográfica elaborada pela Faculdade Maria Milza, com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

Bibliotecárias responsáveis pela estrutura de catalogação na publicação: Marise Nascimento Flores Moreira - CRB-5/1289 / Priscila dos Santos Dias - CRB-5/1824

Fonseca, Luanna Valéria Sousa F676a

Análise da influência de diferentes tempos de retorno em vazões, na barragem de Pedras Altas - Ba / Luanna Valéria Sousa Fonseca. Governador Mangabeira - BA , 2019.

53 f.

Orientador: Luan Marcos da Silva Vieira. Co-orientador: Jonatas Fernandes Araújo Sodré.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) - Faculdade Maria Milza, 2019 .

1. Barragens. 2. Risco Hidrológico. 3. Legislação - Barragens. I. Vieira, Luan Marcos da Silva , II. Sodré, Jonatas Fernandes Araújo, III. Título.

CCD 624

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LUANNA VALÉRIA SOUSA FONSECA

ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DE DIFERENTES TEMPOS DE RETORNO EM VAZÕES, NA

BARRAGEM DE PEDRAS ALTAS - BA

APROVADO EM ______/_______/_______

BANCA DE APRESENTAÇÃO

________________________________________

Prof. MSc. Luan Marcos da Silva Vieira

Universidade Federal de Minas Gerais

Orientador

________________________________________

Prof. MSc.Jonatas Fernandes Araújo Sodré

Faculdade Maria Milza

Coorientador

________________________________________

Prof. MSc. Valquiria Melo Santana

Faculdade Maria Milza

________________________________________

Prof. MSc. Lenilson Wisner Ferreira Lima

Faculdade Maria Milza

________________________________________

Prof. MSc. Daniel Andrade Mota

Faculdade Maria Milza

GOVERNADOR MANGABEIRA – BA

2019

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Este trabalho é dedicado à todas as pessoas que

sempre me acompanharam nessa trajetória, em

especial a minha família, que sempre me apoiou e

acreditou na realização desse sonho.

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AGRADECIMENTOS

Durante os últimos anos muitas pessoas participaram intensamente dessa

conquista. Pessoas muito especiais que me fortaleceram a todo momento. Desse

modo, é impossível finalizar essa etapa sem mencioná-los.

Em primeiro lugar gostaria de agradecer a Deus pela oportunidade da vida, por

tudo de bom que Ele tem me proporcionado e por toda força que encontrei em seu

nome para realização dessa vitória.

Gostaria de agradecer ao meu Orientador Luan Marcos da Silva Vieira por

todo apoio, ensinamentos, conselhos e principalmente por sua amizade. Apesar da

distância, sempre buscou estar presente para que esse projeto pudesse ser finalizado.

Tenho muito orgulho de você e sou muito grata pela sua existência.

Ao meu Coorientador Jonatas Fernandes Araújo Sodré, que nos momentos

de aflição, com seu carisma trouxe alegria e tranquilidade. Muito obrigada por todo

apoio e ensinamentos.

Ao professor de TCC Daniel Andrade Mota, que esteve sempre à disposição

para esclarecimentos de dúvidas e apoio nessa caminhada. Muito obrigada por todos

ensinamentos, conselhos e por sua amizade.

A Faculdade Maria Milza, que tornou possível a realização desse sonho. Muito

obrigada a toda equipe de funcionários e professores que estiveram presentes nesses

anos.

Gostaria de agradecer a toda minha família, ao meu pai Vanderlan, minha sogra

Márcia que me ajudou muito, minha afilhada Anna Júlia, tios, tias, primos,

principalmente Juventino Neto que foi um grande irmão nessa caminhada. Agradeço

especialmente a minha filha Lara que é a minha força e vida, minha mãe Juscilede

que desde o início foi a maior incentivadora, minha vó Doralice e meu marido Pedro

que esteve presente desde o início dessa jornada sempre com muito companheirismo,

amor e carinho. Agradeço por sempre estarem ao meu lado nos momentos de alegria

e de aflição. Sem vocês, nada disso seria possível. Obrigada por toda paciência e

boas energias que vocês sempre emanam para mim.

Agradeço aos meus amigos que a faculdade me deu, principalmente as

integrantes do “Quarteto Fantástico” Laís, Graziela e Tainara minhas amigas-irmãs

que levo para vida, Jorge, Carlos, Thiago, Jackson, Walter, Jovane, Joilton, Saryane,

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Mariângela, Iasmin, Raimundo, Keuder e Vitor por esses anos que passamos juntos.

Espero que nossa amizade possa perpetuar.

Por fim, agradeço aos meus amigos Ricardo, Marcelly, Lucas, Sara, Digão,

Kiko, Caio, Tony, Motor, Josi, Vitória, Nathália, Jailton, Silas, Valquíria e todos outros.

Carrego todos vocês no meu coração.

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“Existe uma força motriz mais poderosa do que o vapor, a eletricidade e a

energia atômica: a vontade”

Albert Einstein

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RESUMO

Nos últimos anos, por conta dos rompimentos de barragens que ocorreram no Brasil, surgiu uma grande preocupação em relação à segurança as mesmas. O risco de ruptura decorrentes de cheias, podem trazer impactos ambientais, sociais e econômicos. Sendo assim, o estudo hidrológico para implantação de uma obra hidráulica é de extrema importância, afim de melhor entender o comportamento das cheias, inundações e minimizar os impactos das decorrentes da ocorrência desses eventos. Os métodos estatísticos empíricos são algumas das ferramentas frequentemente utilizadas em estudos hidrológicos para determinar a probabilidade da máxima vazão associada a diferentes tempos de retorno. Nesse contexto, para esse projeto serão coletadas diversas informações hidrológicas do município de Capim Grosso - BA, onde está localizada a barragem de Pedras Altas e aplicadas distribuições estatísticas para análise da influência de diferentes tempos de retorno na determinação de vazões máximas.

Palavras-chave: Barragens. Risco Hidrológico. Cheias. Métodos Estatísticos.

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ABSTRACT

In recent years, due to the breaches of dams occurred in Brazil, there has been a major concern regarding their safety. The risk of flood wave disruption can have environmental, social and economic impacts. The hydrological study for the implementation of a hydraulic work is extremely important in order to avoid floods and possible tragedies as a result of these facts. One of the possible dam sizing tools is the statistical empirical method, where the probability of maximum flow in different return periods can be determined. In this project, data collected from the Pedras Altas - BA dam and statistical distribution applications will be collected to analyze the influence of different return times to determine project flow.

Keywords: Dams. Hydrological Risk. Full. Statistical methods.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Imagem de Coronel João de Sá após rompimento da barragem em Pedro

Alexandre - BA .......................................................................................................... 16

Figura 2 - Componentes básicos de uma barragem ................................................. 19

Figura 3 - Barragem de gravidade ............................................................................. 20

Figura 4 - Barragem de arco ..................................................................................... 21

Figura 5 - Barragem de contraforte ........................................................................... 21

Figura 6 - Barragem de terra ou aterro ...................................................................... 22

Figura 7 - Volumes e níveis característicos de um reservatório ................................ 23

Figura 8 - Reservatório da barragem de Jucazinho/PE ............................................ 23

Figura 9 - Vertedouros da usina de Itaipu, Fronteira Brasil Paraguai ........................ 24

Figura 10 - Curvas-Guia em um reservatório de múltiplos usos................................ 25

Figura 11 - Gráfico de precipitações diárias máximas anuais no posto pludométrico

de Pavia .................................................................................................................... 34

Figura 12 - Esquematização da bacia do Rio Itapicuru ............................................. 35

Figura 13 - Esquema metodológico ........................................................................... 39

Figura 14 - Histograma de frequência para 1 (um) dia .............................................. 41

Figura 15 - Histograma de frequência para 10 (dez) dias ......................................... 42

Figura 16 - Histograma de frequência para 20 (vinte) dias ....................................... 43

Figura 17 - Histograma de frequência para 30 (trinta) dias ....................................... 44

Figura 18 - Gráfico comparativo entre os métodos estatísticos para 1 (um) dia ....... 45

Figura 19 - Gráfico comparativo entre os métodos estatísticos para 10 (dez) dias ... 46

Figura 20 - Gráfico comparativo entre os métodos estatísticos para 20 (vinte) dias . 47

Figura 21 - Gráfico comparativo entre os métodos estatísticos para 30 (trinta) dias . 48

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Período de retorno para diferentes obras hidráulicas............................... 17

Tabela 2 - Estatísticas amostrais e respectivas fórmulas de cálculo ......................... 28

Tabela 3 - Principais modelos de distribuição de probabilidades de variáveis

aleatórias contínuas hidrológicas e hidrometeorológicas .......................................... 31

Tabela 4 - Fórmulas para estimar probabilidades de não-excedência ...................... 33

Tabela 5 - Precipitações diárias máximas anuais no posto udométrico de Pavia ..... 33

Tabela 6 - Dados de temperatura e precipitações mensais do município de Capim

Grosso/BA ................................................................................................................. 36

Tabela 7 - Dados da estação fluviométrica de Pedras Altas ..................................... 38

Tabela 8 - Dados de vazões anuais .......................................................................... 40

Tabela 9 - Amplitude para 1 (um) dia ........................................................................ 41

Tabela 10 - Frequência para 1 (um) dia .................................................................... 41

Tabela 11 - Amplitude pra 10 (dez) dias ................................................................... 42

Tabela 12 - Frequência para 10 (dez) dias................................................................ 42

Tabela 13 - Amplitude para 20 (vinte) dias ................................................................ 43

Tabela 14 - Frequência para 20 (vinte) dias .............................................................. 43

Tabela 15 - Amplitude para 30 (trinta) dias ............................................................... 44

Tabela 16 - Frequência para 30 (trinta) dias ............................................................. 44

Tabela 17 - Parâmetros para 1 (um) dia ................................................................... 45

Tabela 18 - Resultado da aplicação de métodos estatísticos para 1 (um) dia .......... 45

Tabela 19 - Parâmetros para 10 (dez) dias ............................................................... 46

Tabela 20 - Resultado da aplicação de métodos estatísticos para 10 (dez) dias ...... 46

Tabela 21 - Parâmetros para 20 (vinte) dias ............................................................. 47

Tabela 22 - Resultado da aplicação de métodos estatísticos para 20 (vinte) dias .... 47

Tabela 23 - Parâmetros para 30 (trinta) dias ............................................................. 48

Tabela 24 - Resultado da aplicação de métodos estatísticos para 30 (trinta) dias.... 48

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 14

2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................................... 15

2.1 CHEIAS E INUNDAÇÕES .................................................................................................... 15

2.2 ESTUDOS HIDROLÓGICOS ............................................................................................... 17

2.3 BARRAGENS E SUAS FUNCIONALIDADES ................................................................... 19

2.4 COMPONENTES E NÍVEIS OPERACIONAIS DE UMA BARRAGEM .......................... 22

2.5 LEGISLAÇÃO DE BARRAGENS ......................................................................................... 25

2.6 MÉTODOS ESTATÍSCOS PARA DETERMINAÇÃO DE VAZÃO MÁXIMA E

ANÁLISE DE FREQUÊNCIA ............................................................................................................ 28

3 METODOLOGIA ......................................................................................................................... 35

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .................................................................. 40

5 CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 50

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 51

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1 INTRODUÇÃO

Diante dos recentes acontecimentos envolvendo falhas e rompimentos de

barragens, surge uma grande preocupação em relação à segurança das mesmas. Em

uma barragem, a elevação da vazão do reservatório por conta de períodos intensos

de precipitações, podem provocar cheias e inundações, ocasionando riscos de

acidentes (BALBI, 2011).

A cheia é um fenômeno hidrológico, com frequência variável, que pode ocorrer

de forma natural como as precipitações ou artificial, como por exemplo, erro de

operação de comportas de vertedouros de barragens (RAMOS, 2013). Na elaboração

do dimensionamento dos projetos, levam-se em conta os valores de vazões máximas

levantadas em período adequado para cada sistema hidráulico. Em barragens, deve-

se adotar um grande intervalo, pois elas possuem grande risco potencial de causar

sérios danos ao vale a jusante (BALBI, 2011).

O estudo hidrológico é uma essencial ferramenta para implantação de obras

relacionadas à captação, armazenamento, transporte e utilização de água,

denominadas como construções hidráulicas. Para o dimensionamento de um

reservatório, devem-se realizar levantamento de dados de séries históricas, como de

vazões máximas em período estipulado a partir do porte da obra a ser implantada.

Para o dimensionamento de vertedouros de grandes barragens, é preciso adotar um

período retorno elevado (maior ou igual a 10.000 anos) para que o resultado seja o

mais realista possível (LOURENÇO, 2006).

Nesse contexto, esse trabalho tem como objetivo analisar valores de vazões

para diferentes tempos de retorno para a barragem de Pedras Altas, situada no

município de Capim Grosso – BA, por meio do levantamento de dados de séries

históricas e aplicação de métodos empíricos estatísticos de análise de frequência,

como Gumbel, Log Pearson III, Pearson III e Log Normal III e Exponencial.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 CHEIAS E INUNDAÇÕES

A ocorrência de cheias tem grande influência em projetos de estruturas

hidráulicas, principalmente em uma barragem, pois é no período de cheias que

ocorrem riscos de acidentes, podendo provocar danos de grande proporção

comprometendo a vida de pessoas e animais, riscos ao meio ambiente e problemas

no fornecimentos aos serviços essenciais como de energia e saneamento básico

(BALBI, 2011).

As obras hidráulicas, como por exemplo, as barragens, são criadas no intuito

de auxiliar no controle do fluxo para evitar possíveis inundações. Uma das principais

funções a ser destacada em uma barragem é a regularização da vazão para

abastecimento humano e controle de cheias (VIEIRA, 2013).

A cheia é um fenômeno hidrológico, com frequência variável, que pode ocorrer

de forma natural por precipitações intensas e contínuas ou artificial induzida por ação

humana, como por exemplo o erro de operação de comportas de vertedouros de

barragens, onde ocorre o transbordamento de um curso d’água do seu leito que

consequentemente formam as inundações das margens ribeiras, sendo esta a

submersão de uma determinada área, geralmente ocorrendo de forma temporária

(RAMOS, 2013).

A elevação da vazão em rios e reservatório das barragens nos períodos de

cheias podem provocar inundações que comprometem a região próxima à localidade

do evento. Segundo dados da Organização das Nações Unidas - ONU (2002), as

inundações procedentes de cheias, tem maior impacto humano e econômico

comparado a outros desastres naturais. As inundações são frequentes no Brasil,

conforme dados do EM-DAT (2014) e está entre os países mais atingidos por

inundações no mundo, com grande número de pessoas afetadas e de mortes

registradas. Do ano de 1948 até 2007, foram contabilizados 90 eventos de inundações

com 5.905 mortes, atingindo 13 milhões de pessoas e perda de 4,6 bilhões de dólares

no Brasil (EM-DAT, 2007).

Na elaboração do dimensionamento dos projetos, levam-se em conta os

valores de vazões máximas levantadas em período adequado para cada sistema. Em

barragens, deve-se adotar um grande intervalo de tempo, pois elas possuem grande

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risco potencial de causar sérios danos ao vale a jusante, por conta do acúmulo do

grande volume, seja de água ou rejeito, encontrado em seu reservatório (BALBI,

2011).

Um exemplo de inundação decorrente da onda de cheia da ruptura de uma

barragem, foi a do Quati, no dia 11 de julho de 2019, conforme indicado na Figura 1.

A barragem que foi construída no ano de 2000 e represava água do Rio do Peixe em

Pedro Alexandre – Bahia, entrou em colapso após não suportar o grande volume de

água, atingindo até o município de Coronel João de Sá – Bahia. A ruptura da barragem

causou grande impacto nas cidades citadas acima, que afetou 14,4 mil pessoas,

sendo que 470 ficaram desabrigadas e 2,7 mil desalojadas (GLOBO, 2019).

Figura 1 - Imagem de Coronel João de Sá após rompimento da barragem em Pedro Alexandre - BA

Fonte: (G1 – GLOBO, 2019)

Houve grande transtorno para reestabelecimento do fornecimento de água,

as pessoas desalojadas foram realocadas para espaços públicos como escolas

municipais e ginásios, levando as duas cidades ao completo caos (G1 – Globo, 2019).

Para que sejam evitadas possíveis situações como essas, é necessária a

realização do estudo hidrológico adequado para região de implantação de uma

barragem, haja vista que se trata de um aspecto de segurança imprescindível para o

correto dimensionamento da capacidade de amortecimento de uma cheia em um

reservatório, evitando comprometer a estrutura e causar calamidades.

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2.2 ESTUDOS HIDROLÓGICOS

O estudo hidrológico é uma essencial ferramenta para implantação de obras

relacionadas à captação, armazenamento, transporte e utilização de água,

denominadas como construções hidráulicas. Segundo Lourenço (2006), os riscos

hidrológicos estão relacionados precipitações intensas e contínuas com possibilidade

de gerar riscos de enchentes e inundações, onde quando se trata de reservatórios

criados a partir de barramentos, nos tempos de fortes chuvas, é gerado um

escoamento significativo na bacia hidrográfica, implicando rápida elevação da vazão

afluente de um reservatório.

Para o dimensionamento de um reservatório, devem-se analisar os critérios de

níveis e volumes e através de estudos hidrológicos, realizar levantamentos de vazões

máxima em um determinado período de retorno, estipulado a partir do porte da obra

a ser implantada.

O período de retorno é o tempo onde um evento hidrológico, nesse caso a

máxima vazão, pode ser igualada ou superada. Segundo Watanabe (2013), para o

dimensionamento de vertedouros de grandes barragens, é preciso adotar um período

retorno elevado (maior ou igual a 10.000 anos) para que o resultado seja o mais

realista possível, visto que uma falha sequer pode ser de grande preocupação. Na

Tabela 1, é possível classificar o período de retorno para diferentes obras hidráulicas:

Tabela 1 - Período de retorno para diferentes obras hidráulicas

Fonte: WATANABE, 2013)

Segundo Vestena (2008), com o estudo da hidrologia é possível prevenir

fenômenos relacionados a acidentes naturais quando se compreende os elementos

Obras Hidráulicas Período de retorno (anos)

Bueiros 2 a 10

Galerias de águas pluviais 5 a 20

Pequenas barragens de concreto para abastecimento de água 50 a 100

Canalização a céu aberto trapezoidal 50

Canalização a céu aberto retangular 100

Travessias: pontes, bueiros e estruturas afins 100

Barragem de concreto 500

Extravasor de uma barragem de terra 1000

Vertedor de grandes barragens 10000

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que formulam as cheias e inundações, sendo importante a modelagem de bacias

visando zonear as áreas de riscos e implantação de sistemas de alertas.

Soriano (2009), classifica como característica negativa a falta de conhecimento

e monitoramento em relação aos fatores determinantes de segurança, onde ocorre

um carecimento em relação a compreensão da importância da atuação preventiva. A

ausência de dados de monitoramento em dimensionamento de barragens, intensifica

o risco associado.

Em um evento de cheia extrema, o vale a jusante de uma barragem e sua

estrutura são os principais elementos a serem comprometidos. Em 1989, nas cidades

de Cachoeira e São Felix, situadas na Bahia, nas intermediações do reservatório de

Pedra do Cavalo, com a elevação acentuada do reservatório, ocorreu uma liberação

pelas comportas da barragem, uma enorme vazão que causou uma intensa inundação

nas duas cidades (VIEIRA, 2013), acarretando prejuízos para população.

Em 2009, houve rompimento da barragem de Algodões no Piauí, por conta das

fortes chuvas que acarretaram um pico de vazão efluente, onde o vertedouro não

suportou tamanho volume, ocorrendo o rompimento da estrutura, levando a perda de

vidas humanas, de animais e danos materiais (VIEIRA, 2013).

Acontecimentos como esses, são classificados como riscos hidrológicos, onde

são caracterizados como períodos de extremas secas, seguidos por picos intensos e

críticos de precipitações, características que se enquadram no clima do nordeste

brasileiro.

A Agência Nacional de Águas – ANA que é o órgão principal de

acompanhamento dos recursos hídricos no Brasil, coordena uma rede

Hidrometeorológica Nacional, onde com o auxílio dos estados, coletam informações

acerca do nível, vazão e sedimentos dos rios ou quantidades de chuvas, informações

que tem como intuito o planejamento do uso da água e evitar períodos críticos tanto

de secas quanto de cheias e inundações (ANA, [200-]).

Através do site da ANA, é possível obter informações sobre séries históricas de

precipitações, vazões e dados climáticos das estações pela plataforma HIDROWEB.

Com o levantamento desses dados é possível através de métodos empíricos

estatísticos ou de modelagem computacional, fazer a determinação de vazão máxima

de acordo com o período de retorno estipulado e assim dimensionar os sistemas

corretamente, evitando futuramente possíveis riscos.

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2.3 BARRAGENS E SUAS FUNCIONALIDADES

As barragens são elementos estruturais com finalidade de reter volumes,

construídas a partir de barramentos transversais ao escoamento de um rio

(MARANGON, 2004), com propósito de criação de um reservatório artificial para

abastecimento e irrigação, operação de hidroelétricas ou armazenamento de rejeitos

oriundos da extração de mineração.

De acordo com o artigo 2º na Resolução nº 143, do Conselho Nacional de

Recursos Hídricos (2012), pode ser caracterizado como barragem: “Qualquer

estrutura em um curso permanente ou temporário de água para fins de contenção ou

acumulação de substâncias líquidas ou misturas de líquidos e sólidos,

compreendendo o barramento e as estruturas associadas”.

As barragens são construídas para atender diversas funcionalidades e são

classificadas pelos materiais que a constituem e pelos órgãos responsáveis por

fiscalizar o volume do reservatório, as categorias de riscos e possíveis danos

potenciais associados que possam ocorrer, como rompimentos, vazamentos, mau

funcionamento ou infiltração no solo (BRASIL, 2012).

Os principais elementos de um reservatório segundo Mees, [200-], conforme

indicadas na Figura 2:

Figura 2 - Componentes básicos de uma barragem

Fonte: (Qualidade de água em reservatórios de Alexandre Mees, [200-])

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Fonte: (Progestão, 2016)

Segundo a International Commission on Large Dams - ICOLD (2008), as

barragens podem ser classificadas como de gravidade, de arco, de contrafortes e de

aterro.

De acordo com Vieira (2013), as barragens de gravidade (Figura 3) são

constituídas de pedra ou alvenaria e concreto, onde o peso próprio tem função de

resistir ao peso da água, e atualmente, são construídas utilizando concreto

compactado a rolo (CCR). Possui estabilidade garantida pelo peso próprio da

estrutura, porém na sua implantação, é utilizado elevado volume de concreto

(PROGESTÃO, 2016).

Figura 3 - Barragem de gravidade

As barragens de arco (Figura 4) são construídas com concreto e rocha sã, são

geralmente utilizadas em vales estreitos, onde a força da água que atua no arco é

transmitida para as paredes do vale, onde possibilita grande redução de volume de

concreto na construção. As encostas do vale devem resistir às tensões elevadas e

para isso é preciso cuidados especiais em relação à fundação (PROGESTÃO, 2016).

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Figura 4 - Barragem de arco

Fonte: (Progestão, 2016)

As barragens de contraforte (Figura 5), tem como característica, suportar o

peso da água pelos contrafortes ou suportes verticais e assim transmitir essa carga

para as fundações. Geralmente, utiliza menor volume de concreto, comparada a

barragem de gravidade, porém possui alto custo de formas e armadura

(PROGESTÃO, 2016).

Figura 5 - Barragem de contraforte

Fonte: (Progestão, 2016)

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As barragens de aterro (Figura 6), geralmente tem o principal propósito de

armazenar água para irrigação, podendo ser classificada como barragens de terra

que devem utilizar dispositivos afim de garantir impermeabilidade, enrocamento que

é quando utiliza-se matacões para firmar a estrutura e mistas de terra que nada mais

é a junção das duas anteriores (VIEIRA, 2013). Possui custos mais baixos, porém

deve-se ter atenção quanto a percolação através do corpo da barragem, que não pode

ser descontrolada e infiltrações concentradas que podem causar acidentes

(PROGESTÃO, 2016).

Figura 6 - Barragem de terra ou aterro

Fonte: (Progestão, 2016)

2.4 COMPONENTES E NÍVEIS OPERACIONAIS DE UMA BARRAGEM

Em uma barragem existem muitos componentes para garantir o seu

funcionamento, como o reservatório, vertedouro, estrutura de descarga e unidade de

controle, onde para garantir a sua funcionalidade, devem cumprir com exigências

técnicas e administrativas (ICOLD, 2008).

A principal função do reservatório é o armazenamento de água oriunda da

vazão afluente e precipitações que são periodicamente monitoradas pelas regras de

operação. De acordo com Mees (2018), os reservatórios são compostos por três

volumes (níveis) diferentes, o volume Morto, o volume Útil e o volume de Espera,

conforme indicado na Figura 7.

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Figura 7 - Volumes e níveis característicos de um reservatório

Fonte: (SANTOS E LOPES, 2002)

O Volume Morto é quando o nível está abaixo do mínimo para operação, sendo

assim, não deveria ocorrer captação de água, o Volume Útil é a parte com

disponibilidade de atendimento das demandas solicitadas e Volume de Espera que é

destinado ao controle e amortecimento de cheias, onde está relacionado com a

capacidade máxima que o vertedor tem possibilidade de escoar (VIEIRA, 2018). A

Figura 8 apresenta o reservatório da barragem de Jucazinho/PE.

Figura 8 - Reservatório da barragem de Jucazinho/PE

Fonte: (G1 - Globo, 2016)

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Atingindo a capacidade máxima no volume de espera, a lâmina d’água é

direcionada pelo vertedor, uma estrutura hidráulica que tem como função controlar

grandes volumes de água, garantindo segurança às barragens e as tomadas de

decisão de operação, caso a descarga excedente não seja totalmente vertida, ocorre

o extravasamento pelo maciço da barragem que pode resultar no galgamento (MEES,

[200-]). A Figura 9 traz os vertedouros que são um dos elementos responsáveis por

garantir a segurança da Usina de Itaipu que está localizada na fronteira Brasil-

Paraguai.

Figura 9 - Vertedouros da usina de Itaipu, Fronteira Brasil Paraguai

Fonte: (Geoprisma, 2015)

A estrutura de descarga geralmente é um grande túnel ou condutos de água e

comportas que tem como função manter os níveis operacionais estáveis e de

comandar a vazão juntamente com a unidade de controle que gerenciam os níveis do

reservatório (VIEIRA, 2013).

Existem diversas formas de operação de reservatórios, contudo segundo Mees

[200-], as mais utilizadas são as que incluem a divisão do volume útil do reservatório

em diferentes zonas, onde possuem métodos de descargas específicas. A Figura 10,

traz um esquema de subdivisões em zonas de um reservatório com dois usos, sendo

ele a geração de energia e controle de cheias, onde através das curvas representadas,

é definido as vazões efluentes ao longo do ano em relação ao volume do reservatório.

Page 25: FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM ENGENHARIA …

25

Fonte: (Mees, [200-])

Segundo Mees [200-], se o nível de água encontra-se acima da zona 1, são

necessários vertimentos, para amortecimento de cheias, eliminando o volume

excedente.

Figura 10 - Curvas-Guia em um reservatório de múltiplos usos

De acordo com o levantamento da ANA, na Bahia existem 335 barragens

cadastradas, sendo que a maioria são barragens de terra e tem função de

abastecimento de água e em seguida estão as com função de irrigação.

2.5 LEGISLAÇÃO DE BARRAGENS

Para executar uma obra de barragem no Brasil, deve-se cumprir os requisitos

estabelecidos pelas Leis impostas pelo Congresso Nacional e pelos órgãos

responsáveis pela regulamentação de planos de segurança regionais e nacional.

A Lei Nº 12.334, de 20 de setembro de 2010 é a principal Lei regulamentadora

acerca da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB), que tem como

propósito reduzir a quantidade de acidentes e controlar as medidas de segurança de

diversos tipos de barragens, desde as de abastecimento até as de disposição de

rejeitos.

No Artigo 1º da Lei supracitada, são estabelecidos critérios relacionados às

características necessárias das barragens destinadas à acumulação de água para

quaisquer usos, à disposição final ou temporária de rejeitos e à acumulação de

Page 26: FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM ENGENHARIA …

26

resíduos industriais. A fim de garantir a segurança das mesmas, devem seguir pelo

menos uma dessas características, conforme citado abaixo:

I - altura do maciço, contada do ponto mais baixo da fundação à crista, maior ou igual a 15m (quinze metros);

II - capacidade total do reservatório maior ou igual a 3.000.000 m³ (três milhões de metros cúbicos);

III - reservatório que contenha resíduos perigosos conforme normas técnicas aplicáveis;

IV - categoria de dano potencial associado, médio ou alto, em termos econômicos, sociais, ambientais ou de perda de vidas humanas, conforme definido no art. 6o.

No artigo 2º da referida Lei, traz o conceito da segurança de barragem como

condição que visa manter integridade estrutural e operacional, preservando a vida,

saúde, a propriedade onde se encontra e o meio ambiente.

A Resolução Nº 143 de 10 de julho de 2012, do Conselho Nacional de Recursos

Hídricos, determina que os critérios de classificação de riscos relacionados a

barragens devem ser analisados através do volume, onde determina-se o risco como

muito pequeno, pequeno, médio ou grande e o dano potencial associado, que são

danos que possam causar acidentes.

As barragens que não atenderem aos requisitos estabelecidos acerca da

segurança de acordo com os termos da legislação vigente, devem ser recuperadas

ou desativadas pelo seu empreendedor, que deve transmitir ao órgão fiscalizador as

providencias que foram tomadas.

O monitoramento dos recursos hídricos de domínio da União é realizado pela

Agência Nacional de Águas – ANA, criada pela Lei nº 9.984 de 2000. A ANA tem

função de regular os serviços públicos de irrigação, adução de água bruta, caso esteja

em regime de concessão, fiscalização de barragens e levantamento de vazões diária,

peça chave para análise de picos de cheias, em períodos de intensa precipitação

(ANA, [200]).

A PNSB atribui a ANA a responsabilidade de fiscalizar a segurança de

barragens de acumulação de água situadas em rios de domínio da União, exceto as

com fins de geração de energia elétrica, bem como organizar, implantar e gerir o

Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB), onde

promove articulação entre os órgãos fiscalizadores e coordena a elaboração de

Relatório de Segurança de Barragens (ANA, [200-]).

Page 27: FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM ENGENHARIA …

27

Quaisquer empreendedores de barragens monitoradas pela ANA, devem

seguir a Resolução ANA nº 236/2017, que estabelece a periodicidade, qualificação

técnica e plano de segurança, das inspeções de segurança regular e especial, revisão

periódica e plano de ação de emergência (ANA, [200-])

Em 2017, a ABNT publicou a NBR 13028:2017 Mineração - Elaboração e

apresentação de projeto de barragens para disposição de rejeitos, contenção de

sedimentos e reservação de água – Requisitos, cujo objetivo é a especificação de

requisitos mínimos de elaboração e apresentação de projeto de barragens de

mineração, visando atender as condições de operacionalidade, segurança e

minimização de impactos ao meio ambiente.

Na Bahia o órgão fiscalizador de barragens é o Instituto do Meio Ambiente e

Recursos Hídricos – INEMA, onde emite relatórios semanais, acerca da cota

operacional e volume de cada reservatório.

Os regulamentos do INEMA a respeito de segurança de barragens são:

PORTARIA INEMA Nº 16.481, DE 11 DE JULHO DE 2018 Estabelece o prazo de execução, a periodicidade de atualização, a qualificação dos responsáveis técnicos, o conteúdo mínimo e o nível de detalhamento do Plano de Segurança da Barragem, da Revisão Periódica de Segurança da Barragem e do Plano de Ação de Emergência. PORTARIA INEMA Nº 16.482, DE 11 DE JULHO DE 2018 Estabelece a periodicidade, qualificação da equipe responsável, conteúdo mínimo e nível de detalhamento das Inspeções de Segurança Regulares e Especiais de barragens de acumulação de água e resíduo industrial. (INEMA, 2011).

Para o Relatório de Segurança de Barragens emitido em 2019, o INEMA está

coletando informações juntamente aos empreendedores de barragens, através de

formulários que devem ser preenchidos e entregues ao INEMA até 31 de janeiro de

2020 junto com alguns documentos solicitados (INEMA, 2019).

Quanto ao Ministério Público - MP, ele atua como Custus Leges, ou seja, como

fiscal da lei. Se tratando de barragens, O MP tem o dever legal de fiscalizar o fiel

cumprimento de todas legislações pertinentes ao tema. Um exemplo de atuação do

MP em uma mineradora ocorreu em 08 de fevereiro de 2019, onde promoveu uma

ação judicial para garantir as condições de segurança e estabilidade de dez barragens

situadas em Minas Gerais.

Page 28: FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM ENGENHARIA …

28

2.6 MÉTODOS ESTATÍSCOS PARA DETERMINAÇÃO DE VAZÃO MÁXIMA E

ANÁLISE DE FREQUÊNCIA

Os métodos estatísticos são importantes ferramentas para determinação de

vazões máximas na implantação de obras hidráulicas. De acordo com Meyer (1970),

as estatísticas descritivas de uma amostra aleatória referente a dados hidrológicos,

são medidas relativamente simples e econômicas, onde são utilizados como

parâmetros a média, o desvio padrão e o coeficiente de assimetria.

A média aritmética dada por uma amostra de quantidade 𝑁 e constituída por

elementos {𝑋1, 𝑋2, . . . , 𝑋𝑁 }, o desvio padrão é a raiz quadrada do desvio quadrático

médio e o coeficiente de assimetria é dado pela equação, onde ɡ é a contribuição

acumulada dos desvios positivos e negativos relacionados à média amostral

(WATANABE, 2013), conforme indicadas na Tabela 2.

Tabela 2 - Estatísticas amostrais e respectivas fórmulas de cálculo

Fonte: (NAGHETTINI e PORTELA, 2011)

A amplitude consiste na diferença entre o valor mais alto e o mais baixo de um

determinado conjunto de dados, ou seja, é uma medida rápida da variabilidade

(DEVMEDIA, 2012), dada pela fórmula:

𝑐 =𝐼

𝑀 𝑒𝑞. (1)

𝐼 = 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑥 − 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑥 𝑒𝑞. (2)

𝑀 = 1 + log2n 𝑒𝑞. (3)

Designação Tipo Notação Fórmula cálculo ou conceito Interpretação

Média Tendência

Central �̅� �̅� =

1

𝑁∑ 𝑥

𝑁

𝑖=1

𝑖

Abcissa do centro

geométrico do histograma

Desvio - padrão

Dispersão 𝑆𝑥 𝑠𝑥 = √𝑆2𝑥

Raiz quadrada do desvio quadrático

médio

Coeficiente de Assimetria

Assimetria 𝑔 𝑔 =𝑁2𝑚3

(𝑁 − 1) ⋅ (𝑁 − 2) ⋅ (𝑆𝑥)3

Coeficiente admisional

Page 29: FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM ENGENHARIA …

29

Na hidrologia, o período de retorno é utilizado em estudo probabilístico de

acontecimentos máximos anuais, seja precipitações ou vazões. Como possui

variáveis aleatórias contínuas, possui comportamento definido por funções de

densidade de probabilidade designada por f(x) X (NAGHETTINI e PORTELA, 2011).

Ainda segundo Naguettini e Portela (2011):

“O período de retorno, T, não se refere, portanto, a um ‘tempo cronológico’. De facto, T é uma medida da tendência central dos ‘tempos cronológicos’. Por outras palavras, o período de retorno, T, associado a um certo acontecimento de referência de um processo de Bernoulli necessariamente definido numa base temporal anual, corresponde ao número médio de anos necessários para que o acontecimento ocorra num ano qualquer desses anos e é igual ao inverso da probabilidade de esse acontecimento ocorrer num ano qualquer desses anos, ou seja, é igual ao inverso da probabilidade anual de ocorrência desse acontecimento.” (NAGHETTINI e PORTELA, 2011)

Segundo Watanabe (2013), para determinar o período de retorno no cálculo de

vazão de cheias, no Brasil se utiliza um critério baseado nas experiências do projetista,

em fixação de risco ou critério econômico. O período de retorno é uma importante

variável nesse estudo, pois através dele, é possível prever a recorrência em que

ocorre as cheias com maior intensidade. O tempo de recorrência é dado pela equação

abaixo, onde 𝑥𝑝 é vazão de cheia de projeto e Tr o intervalo em anos:

P{X ≥ 𝑥𝑝} = 1

Tr 𝑒𝑞. (4)

Segundo Tucci (1993), as variáveis aleatórias discretas em hidrologia,

geralmente estão relacionadas ao número de ocorrências ou intervalos de tempo de

um evento hidrológico, que é o caso de estudo de vazões, chuva, temperatura etc.

Para realizar o ajuste de funções teóricas às distribuições amostrais de frequência

dessas variáveis, é necessário o conhecimento de modelos probabilísticos.

Para previsão de picos de cheias, que são as vazões de projeto, deve-se utilizar

métodos de probabilidade estatística. Segundo Pinto e Naghettini (2007), os métodos

estatísticos mais utilizados para análise de período de retorno de vazões máximas,

são:

➢ Distribuição Normal e Log-Normal ou de Galton;

➢ Distribuição de Gumbel ;

➢ Distribuição Pearson III;

Page 30: FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM ENGENHARIA …

30

➢ Distribuição Log-Pearson III ;

➢ Generalizada de Valores Extremos (GEV Distribuição Gaussiana).

De acordo com Naghettini e Portela (2011), as distribuições Normal e Log-

Normal são frequentemente aplicáveis para dados anuais de precipitação e

escoamento, a distribuição de Gumbel para máximos, Pearson III, Log-Pearson III e

GEV, podem ser aplicadas a valores extremos máximos de precipitações máxima

anuais com duração estipulada ou caudais instantâneos, ou seja, vazões máximas

anuais e Gumbel para mínimos e Weibull são aplicados a valores mínimos, como em

períodos de estiagem e vazões médias diárias. A Tabela 3, traz as equações em torno

das distribuições de variáveis aleatórias contínuas para as diferentes distribuições.

Page 31: FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM ENGENHARIA …

31

Tabela 3 - Principais modelos de distribuição de probabilidades de variáveis aleatórias contínuas hidrológicas e hidrometeorológicas

Distribuição Aplicação Variável Domínio Função densidade de probabilidade, fdp [𝒇𝒙 (x) ou

𝒇𝒚 (y)]

Função distribuição de probabilidade, FDP [Fx(x) ou

Fy(y)]

Parâmetro

Posição Escala Forma

Normal M/T X (−∞, +∞) 𝑓𝑥 (x) =

1

𝜎𝑥√2𝜋𝑒𝑥𝑝[ −

1

2(

𝑥−𝜇𝑥

𝜎𝑥)

2]

∫ 𝑓𝑥(𝑥) ⅆ𝑥 𝑜𝑢 Φ

𝑥

−∞

(𝑧)

𝑐𝑜𝑚 𝑧 =𝑥 − 𝑀𝑥

𝜎𝑥

𝜇𝑥 𝜎𝑥

(> 0) --------

Log-Normal ou de Galton

M/T Max

Y = ln(X) [0, +∞) 𝑓𝑦 (y) =

1

𝜎𝑦√2𝜋𝑒𝑥𝑝[ −

1

2(

𝑦−𝜇𝑦

𝜎𝑦)

2]

∫ 𝑓𝑦(𝑦) ⅆ𝑦

𝑦

−∞

𝜇𝑦 𝜎𝑦

(> 0) --------

Gumbel Max X (−∞, +∞) 𝑓𝑥 (x) = 1

𝑎𝑒𝑥𝑝[ −

𝑥−𝛽

𝑎− exp (−

𝑥−𝛽

𝑎)] 𝑒𝑥𝑝 [− exp( 𝑥−𝛽

𝑎)] 𝛽

𝑎 (> 0)

--------

Pearson III Max X 𝑎 ≥ 0: [𝛿, + ∞) 𝑎 < 0: (−∞, 𝛿]

𝑓𝑥 (x) = 1

|𝑎|𝛤(𝛽)(

𝑥−𝛿

𝑎)

𝛽−1exp (−

𝑥−𝛿

𝑎) ∫ 𝑓𝑥(𝑥) ⅆ𝑥

𝑥

𝛿

𝛿 𝑎 𝛽

(> 0)

Log Pearson III

Max Y = ln(X) 𝑎𝑦 ≥ 0: [exp(𝛿𝑦) , ∞)

𝑎𝑦 < 0: (− ∞, exp(𝛿𝑦)] 𝑓𝑦 (y) =

1

|𝑎𝑦|𝛤(𝛽)(

𝑦−𝛿𝑦

𝑎𝑦)

𝛽𝑦−1

exp (−𝑦−𝛿𝑦

𝑎𝑦) ∫ 𝑓𝑦(𝑦) ⅆ𝑦

𝑥

𝛿𝑦

𝛿𝑦 𝑎𝑦 𝛽𝑦

(> 0)

GEV Max X 𝑘 < 0: 𝑥 > (𝛽 + 𝑎)/𝑘 𝑘 < 0: 𝑥 < (𝛽 + 𝑎)/𝑘 𝑘 = 0: 𝐺𝐸𝑉 = 𝐺𝑢𝑚𝑏𝑒𝑙

𝑓𝑥 (x) = 1

𝑎[1 − 𝑘 (

𝑥−𝛽

𝑎)]1∕𝑘−1 exp {− [1 − 𝑘 (

𝑥−𝛽

𝑎)]

1/𝑘} 𝑒𝑥𝑝 {−[1 − 𝑘 (

𝑥 − 𝛽

𝑎)]

1/𝑘

𝛽 𝑎

(> 0) 𝑘

Gumbel Min Min X (−∞, +∞) 𝑓𝑥 (x) = 1

𝑎𝑒𝑥𝑝 [

𝑥−𝛽

𝑎− 𝑒𝑥𝑝 (

𝑥−𝛽

𝑎)] 1 − 𝑒𝑥𝑝 [− 𝑒𝑥𝑝 (

𝑥 − 𝛽

𝑎)] 𝛽

𝑎 (> 0)

--------

Weibull Min X [0, +∞) 𝑓𝑥 (x) = 𝑎

𝛽(

𝑥

𝛽)

𝑎−1𝑒𝑥𝑝[− (

𝑥

𝛽)

𝑎] 1 − 𝑒𝑥𝑝 [− (

𝑥

𝛽)

𝑎

] -------- 𝛽

(> 0) 𝑎

(> 0)

Fonte: (NAGHETTINI e PORTELA, 2011)

Page 32: FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM ENGENHARIA …

32

Em relação a análise de frequência, Naghettini e Portela (2011) afirmam:

“A análise de frequência de amostras de variáveis hidrológicas tem por objetivo estimar valores dessas variáveis para dadas probabilidades de não-excedência, F, ou, de modo equivalente, para dados períodos de retorno, T, adaptados como critério de projeto para o que utiliza distribuições de probabilidade supostamente capazes de descrever as variáveis.” (NAGHETTINI e PORTELA, 2011).

Os resultados obtidos com a análise de frequência, solucionam diversos

problemas de engenharia hidráulica e caracterizam eventos de ocorrência extremas

associadas a cheias e secas, projetos de descarga de barragens, dimensionamento

de diques, obras de drenagem, entre outros (NAGHETTINI e PORTELA, 2011).

A previsão dessa ocorrência é realizada com base na estatística de eventos

passados, ou seja, frequência em que o evento atingiu determinada magnitude,

estimando probabilidades de recorrência das mesmas (TUCCI, 1993).

Uma série anual de determinado evento hidrológico, seja precipitação ou vazão

por exemplo, é obtido através da soma de dados diários de cada ano, ou seja, para

registros de 30 anos, existirão 30 totais anuais. Graficamente, os valores empíricos

de máximos, devem ser avaliados juntamente as curvas teóricas de distribuição, de

forma que a que mais se ajustar aos pontos, é a distribuição mais adequada (TUCCI,

1993), chamada de análise de frequência com base na apreciação visual do

ajustamento.

Para realizar a análise de frequência de uma amostra, deve-se identificar as

distribuições estatísticas mais propensas a serem aplicadas nessa amostra e para

isso, é possível recorrer ao ajustamento visual, através de representações gráficas

dos pontos da amostra e das distribuições teóricas, para isso, é necessário atribuir

para cada ponto da amostra, um probabilidade empírica de não-excedência (F).

No gráfico, se utilizam os papéis de probabilidade, onde o eixo das ordenadas

estão contidos valores graduados nas unidades dos elementos das amostras e no

eixo das abcissas em escalas transformadas de probabilidades (NAGHETTINI e

PORTELA, 2011). Os principais papéis de probabilidade referenciam as distribuições

probabilísticas (Exponencial, Norma, Log-Normal e Gumbel).

A fórmula a ser utilizada deve atender à distribuição teórica que se presume

válida para a amostra em estudo. A Tabela 4 traz algumas fórmulas de probabilidade

de não excedência, com os valores equivalentes a ω e as indicações sobre sua

aplicação.

Page 33: FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM ENGENHARIA …

33

Tabela 4 - Fórmulas para estimar probabilidades de não-excedência

Fonte: (NAGHETTINI e PORTELA, 2011

Na Tabela 5 e Figura 11 seguem exemplos de aplicação desse método, onde

apresentam diferentes distribuições estatísticas para precipitações diárias máximas

anuais do posto de Pavia (20I/01G).

Tabela 5 - Precipitações diárias máximas anuais no posto udométrico de Pavia

Fonte: (NAGHETTINI e PORTELA, 2011)

Fórmula Autor Valor de 𝝎. Atributos de

aplicação

𝐹 =𝑖

𝑁 + 1

Weibull

𝜔 = 0.000. Probabilidades de excedência não enviesadas para todas as distribuições

𝐹 =𝑖 − 0,44

𝑁 + 0,12

Gringorten

𝜔 = 0.440. Usada para quantis das distribuições de Gumbel,

GEV e Weibull

𝐹 =𝑖 − 0,375

𝑁 + 0,25

Blom

𝜔 = 0.375. Quantis não enviesados para as distribuições

Normal e Log- Normal

𝐹 =𝑖 − 0,5

𝑁

Hazen

𝜔 = 0.500. Usada para quantis da distribuição de Pearson III

𝐹 =𝑖 − 0,40

𝑁 + 0,20

Cunnane

𝜔 = 0.400. Quantis aproximadamente são

enviesados para todas as distribuições

i Pdma (mm)

P(X≤𝒙) =𝑭(𝒙)

i Pdma (mm)

P(X≤𝒙) =𝑭(𝒙)

i Pdma (mm)

P(X≤𝒙) =𝑭(𝒙)

i

Pdma (mm)

P(X≤𝒙) =𝑭(𝒙)

i Pdma (mm)

P(X≤𝒙) =𝑭(𝒙)

1 2 3 4 5 6 8 8 9

10 11 13 13 14 15 16 17 19 19

8.1 10.2 10.3 14.2 15.3 18.2 20.2 20.2 20.4 20.8 24.2 24.3 24.3 25.2 26.0 27.0 27.2 27.4 27.4

0.0059 0.0166 0.0272 0.0378 0.0484 0.0591 0.0803 0.0803 0.0909 0.1016 0.1122 0.1334 0.1334 0.1441 0.1547 0.1653 0.1759 0.1972 0.1972

20 21 22 23 24 25 26 28 28 29 30 32 32 33 34 36 36 37 38

27.5 27.8 28.0 28.5 29.0 29.4 29.5 29.8 29.8 30.0 31.3 31.4 31.4 31.9 32.5 32.8 32.8 33.2 33.5

0.2078 0.2184 0.2291 0.2397 0.2503 0.2609 0.2716 0.2928 0.2928 0.3034 0.3141 0.3353 0.3353 0.3459 0.3566 0.3778 0.3778 0.3884 0.3991

39 42 42 42 43 45 45 46 47 48 50 50 51 52 53 54 55 56 57

34.0 34.2 34.2 34.2 34.6 35.2 35.2 35.7 36.2 36.5 36.7 36.7 37.2 37.4 37.5 38.0 38.2 38.4 38.6

0.4097 0.4416 0.4416 0.4416 0.4522 0.4734 0.4734 0.4841 0.4947 0.5053 0.5266 0.5266 0.5372 0.5478 0.5584 0.5691 0.5797 0.5903 0.6009

58 61 61 61 62 63 64 65 66 67 68 70 70 71 72 73 74 75 76

38.9 40.2 40.2 40.2 40.5 41.2 42.8 43.2 43.7 43.8 44.0 45.0 45.0 46.3 46.6 47.0 48.4 48.5 49.0

0.61160.6434

0.6434 0.6434 0.6541 0.6647 0.6753 0.6859 0.6966 0.7072 0.7178 0.7391 0.7391 0.7497 0.7603 0.7709 0.7816 0.7922 0.8028

77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 92 92 93 94

50.4 52.0 55.2 56.8 57.0 58.0 58.2 59.6 60.2 63.3 69.0 70.2 71.4 80.0 84.2 84.2 92.3 95.5

0.8134 0.8241 0.8347 0.8453 0.8559 0.8666 0.8772 0.8878 0.8984 0.9091 0.9197 0.9303 0.9409 0.9516 0.9728 0.9728 0.9834 0.9941

Page 34: FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM ENGENHARIA …

34

Figura 11 - Gráfico de precipitações diárias máximas anuais no posto pludométrico de Pavia

Fonte: (NAGHETTINI e PORTELA, 2011)

Watanabe (2013) utilizou em sua pesquisa o método de Gumbel, Log Pearson

III, Pearson III e Log Normal III e chegou à conclusão de que todos os métodos

utilizados foram válidos para análise das vazões relativas a períodos de retorno de

500 e 1.000 anos, porém o modelo de Gumbel apresenta maior vantagem em relação

aos demais, pois demonstrou facilidade de utilização tanto nos cálculos de estimação

de parâmetros quanto nas extrapolações das grandezas e os respectivos intervalos

de confiança.

Em sua pesquisa, Vieira (2018) aplicou as distribuições de Gumbel e Log

Normal III e notou uma discrepância entre os valores. Nas duas distribuições, os

eventos registrados de maior magnitude, tiveram um período de retorno maior que 30

anos e menor que 100 anos, assim o TR de 10.000 anos utilizado em

dimensionamento de vertedouros tem margem excelente de confiabilidade.

Page 35: FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM ENGENHARIA …

35

3 METODOLOGIA

Esse projeto é classificado como uma pesquisa descritiva com dados

quantitativos, que tem como propósito registrar e descrever determinado fenômeno

utilizando coleta de dados e quantificá-los através de técnicas estatísticas

(PRODANOV e FREITAS, 2013). Para alcançar os objetivos propostos, a metodologia

desse trabalho será estruturada em cinco etapas.

A primeira etapa consiste basicamente numa revisão de literatura sobre temas

relevantes para a pesquisa, como o conceito de estudo hidrológico, vazões máximas,

análise de frequência de séries diárias e modelos estatísticos.

Na segunda etapa foi realizada a caracterização do município de Capim

Grosso/BA, onde a barragem de Pedras Altas está situada, que por sua vez, foi

escolhida em função da disponibilidade de dados. A obra da barragem foi realizada

pela Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia – Cerb na bacia

hidrográfica do Rio Itapicuru com conclusão no ano de 2001. Possui extensão de

1.110 m por 23 m de altura, tem um extravasor no trecho central em concreto

compactado a rolo com fechamento lateral das ombreiras em maciço de terra, torre

de tomada d´água, casa de controle e galeria de descarga de fundo (CERB, [200-]).

Atualmente a barragem de Pedras Altas abastece quatorze municípios, o seu

reservatório possui capacidade máxima de verter 2.138 m³/s, capacidade de

armazenamento de 38,45 hm³ e vazão regularizada de 1,4m³/s (CERB, 2004). A

Figura 12 é a esquematização da bacia do Rio Itapicuru, onde encontra-se a barragem

de Pedras Altas.

Figura 12 - Esquematização da bacia do Rio Itapicuru

Fonte: (VIEIRA, 2013)

Page 36: FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM ENGENHARIA …

36

O município de Capim Grosso está situado à 293 km de Salvador/BA, na

microrregião do Jacobina/BA, com área total de 464,776 km² quilômetros quadrados,

415 metros de altitude e coordenadas geográficas Latitude: 11° 22' 54'' Sul, Longitude:

40° 0' 46'' Oeste (BRASIL, 2019).

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2019), o

município de Capim Grosso possui população estimada em 30.662 pessoas, com PIB

per capita de R$ 11.347,86 e Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM)

de 0,621. Quanto aos aspectos urbanos, possui esgotamento sanitário adequado em

12,1%, arborização de vias públicas em 85,2% e urbanização de vias públicas em

0,6%. As atividades econômicas mais predominante no município são comércio e

prestação de serviços, destacando-se os serviços automotivos por motivos de grande

fluxo de veículos que transitam pelas rodovias que atravessam a cidade.

O bioma predominante é a caatinga. A vegetação é composta por florestas

estacionais e caatinga arbórea com palmeiras e possui como característica um clima

Semiárido (SEI, 2016). O verão tem muito mais precipitações do que o inverno, tem

uma temperatura média de 23,3 °C e pluviosidade média anual de 667 mm (CLIMATE,

[200-]).

Na Tabela 6 é possível verificar que o mês mais seco é setembro com média

de 17 mm de precipitação mensal, enquanto o mês de março é o mais chuvoso, com

uma média de 93 mm mensal. Em relação a temperatura, o mês de fevereiro é o mais

quente do ano, com temperatura média é de 25,2°C e em julho é o período mais frio,

com temperatura média de 20,4 °C.

Tabela 6 - Dados de temperatura e precipitações mensais do município de Capim Grosso/BA

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho

Temperatura média (°C)

24,9 25,2 24,9 23,9 22,6 21,2

Temperatura mínima (°C)

19,3 19,4 19.5 19.1 18,7 16,9

Temperatura máxima (°C)

30,6 31 30,3 28,8 26,5 25,6

Temperatura média (°F)

76,8 77,4 76,8 75,0 72,7 70,2

Page 37: FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM ENGENHARIA …

37

Temperatura mínima (°F)

66,7 66,9 67,1 66,4 65,7 62,4

Temperatura máxima (°F)

87,1 87,8 86,5 83,8 79,7 78,1

Chuva (mm) 78 74 93 63 45 45

Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

Temperatura média (°C)

20,4 21,1 22,3 23,9 24,6 24,7

Temperatura mínima (°C)

16,1 16,2 16,7 17,9 18,6 18,9

Temperatura máxima (°C)

24,8 26,1 28 30 30,6 30,5

Temperatura média (°F)

68,7 70,0 72,1 75,0 76,3 76,5

Temperatura mínima (°F)

61,0 61,2 62,1 64,2 65,5 66,0

Temperatura máxima (°F)

76,6 79,0 82,4 86,0 87,1 86,9

Chuva (mm) 41 29 17 25 72 85

Fonte: (Instituto Nacional de Meteorologia – CIMATE, [200-])

Na terceira etapa, foi feito o levantamento de dados de séries históricas de

vazões diária ao longo de 30 anos (1988 a 2018) no banco de dados HIDROWEB no

site da Agência Nacional de Águas – ANA. Esse portal é uma importante ferramenta

no Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos (SNIRH) e contém

todas informações de dados de níveis fluviais, vazões, chuvas, clima, qualidade de

água e sedimentos e são coletadas pela Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN).

Inicialmente, foram escolhidas duas estações fluviométricas para coleta de

dados, a estação 50420000 – Jacobina e estação 50430000 – Pedras Altas e quando

comparadas, a estação de Jacobina possuía muitas falhas em períodos chuvosos,

assim a disponibilidade de dados da estação Pedras Altas era maior. A estação é do

tipo convencional e está situada na própria barragem de Pedras Altas. A Tabela 7 traz

dados acerca da estação fluviométrica de Pedras Altas – BA.

Page 38: FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM ENGENHARIA …

38

Tabela 7 - Dados da estação fluviométrica de Pedras Altas

Dados da Estação: PEDRAS ALTAS

Tipo da estação Fluviométrica

Código da estação 50430000

Início de operação 01/06/1968

Fonte: (Agência Nacional de Águas – ANA, 2019)

Com o levantamento de dados obtidos anteriormente, inicia-se a quarta etapa,

onde foi realizado o tratamento dos dados. Com auxílio do aplicativo Microsoft Excel,

foi construída uma planilha eletrônica para lançamento de dados diários de vazão no

período de 01/01/1988 a 31/12/2018, onde foi calculado a média e máxima vazão

ocorrida em cada mês nesse intervalo de 30 anos. Em seguida, foi determinado a

máxima vazão anual para 1 dia, ou seja, a máxima vazão que ocorreu durante o

período de um ano e depois calculado vazões acumulativas para 10, 20 e 30 dias.

Para essa pesquisa foram desconsiderados os anos que apresentaram falhas em

períodos chuvosos.

Nessa etapa, são feitos os lançamentos dos dados de vazões máximas de

período completo (1989 a 2018) e determinação de parâmetros como média, desvio

padrão e assimetria, que serão necessários nas aplicações dos métodos estatísticos

para determinação de vazões de projeto para diferentes períodos de retorno. Quando

inseridos os dados de vazões máximas, organizou-se em ordem decrescente (da

maior vazão para menor) e determinou-se o logaritmo natural (ln) de cada um deles.

Foram feitas análises para vazões máximas de 1 dias e para vazões acumulativas de

maior duração, ou seja, de 10, 20 e 30 dias

Posteriormente, esses dados foram aplicados nos métodos estatísticos para

determinação de vazões máximas, através da análise de frequência para verificação

do número de vezes que um evento hidrológico pode ser igualado ou superado em

diferentes períodos de retorno, esse estudo foram determinados em 5, 10, 20, 50, 100,

500, 1.000 e 10.000 anos. Para isso, foram utilizados métodos estatísticos

(Exponencial, Gumbel, Log Normal, GEV, Pearson III e Log Pearson III) com o

propósito de analisar qual modelo que melhor se ajusta aos dados de vazão coletados

pela plataforma da HIDROWEB, no site da Agência Nacional de Águas – ANA.

Page 39: FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM ENGENHARIA …

39

Por último, na quinta etapa, foram feitas análises e discussões dos resultados

obtidos nas etapas anteriores, na qual foram comparadas as diferentes vazões

máximas obtidas para diferentes tempos de retorno.

Figura 13 - Esquema metodológico

Revisão de

Literatura

Caracterização da área de

estudo

Levantamento de dados de séries históricas de vazão diária ao longo de 30 anos

(1988 a 2018)

Aplicação dos métodos estatísticos e análise de

frequência

Análise e discussão dos resultados

Page 40: FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM ENGENHARIA …

40

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Com a coleta de dados diários de vazão durante o período de 30 anos da

estação fluviométrica de Pedras Altas (tabela 8) e com auxílio da ferramenta Microsoft

Excel foi possível determinar a máxima vazão mensal e consecutivamente a máxima

vazão anual (1 dia) que nada mais é que maior vazão que ocorreu durante o período

de um ano e depois calculado vazões acumulativas para 10, 20 e 30 dias. Para essa

pesquisa, o ano de 2007 e 2014 foram desconsiderados por apresentarem falhas em

períodos chuvosos (anos em vermelho).

Tabela 8 - Dados de vazões anuais

Ano Hidrológico Dias 1 Dia 10 Dias 20 Dias 30 Dias

1988 1989 365 8,226 71,225 126,654 156,305

1989 1990 365 13,242 119,108 202,342 252,942

1990 1991 365 7,516 41,06 67,347 92,099

1991 1992 366 39,347 333,67 507,167 638,881

1992 1993 365 6,424 40,719 56,941 74,988

1993 1994 365 55,308 304,543 386,487 404,686

1994 1995 365 29,964 171,357 206,27 214,028

1995 1996 366 7,562 77,007 113,105 127,961

1996 1997 365 176,131 1152,427 1412,743 1689,946

1997 1998 365 6,099 30,1 39,808 44,275

1998 1999 365 13,925 59,235 63,921 66,099

1999 2000 366 26,138 145,959 231,558 273,258

2000 2001 365 10,343 55,957 76,79 105,145

2001 2002 365 139,874 607,777 895,652 1053,882

2002 2003 365 2,84 12,287 17,666 26,163

2003 2004 366 56,983 444,504 645,935 735,879

2004 2005 365 5,664 45,303 74,975 99,703

2005 2006 365 36,158 276,329 483,561 656,243

2006 2007 365 41,862 296,448 457,03 534,634

2007 2008 366 1,157 10,73 21,46 32,19

2008 2009 365 1,555 15,55 29,911 43,091

2009 2010 365 1,286 12,86 25,72 38,58

2010 2011 365 36,344 158,892 202,213 257,349

2011 2012 366 0,886 4,767 8,28 12,42

2012 2013 365 4,33 42,14 61,027 63,479

2013 2014 365 3,214 26,344 49,765 68,155

2014 2015 365 21,67 185,221 318,158 486,447

2015 2016 366 57,253 316,87 403,779 429,72

2016 2017 365 3,878 37,8 75,6 111,456

2017 2018 365 0 0 0 0

Page 41: FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM ENGENHARIA …

41

Em seguida, foi realizado a histograma de frequência, que consiste na

representação gráfica da frequência em que uma variável aleatória ocorre em dado

intervalo (TUCCI, 1993).

Primeiramente, deve-se determinar a amplitude dos dados, para que se possa

determinar os intervalos de vazões para determinação do histograma de frequência:

Tabela 9 - Amplitude para 1 (um) dia

Amplitude (1 dia)

𝐼 = 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑥 − 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑥 175,25

𝑀 = 1 + log227 5,8

𝑐 =𝐼

𝑀 30,45

Tabela 10 - Frequência para 1 (um) dia

FREQUÊNCIA (1 dia)

Classe de vazão anual (m³/s) Frequência absolutas Frequências relativas

0,886 - 31,34 19 0,70

31,34 - 61,79 6 0,22

61,79 - 92,24 0 0

92,24 - 122,69 0 0

122,69 - 153,14 1 0,04

153,14 - 183,59 1 0,04

Figura 14 - Histograma de frequência para 1 (um) dia

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

0,87 - 31,34 31,34 - 61,79 61,79 - 92,24 92,24 - 122,69 122,69 - 153,14 153,14 - 183,59

REC

OR

RÊN

CIA

INTERVALO DE VAZÕES (m³/s)

HISTOGRAMA DE FREQUÊNCIA (1 dia)

Page 42: FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM ENGENHARIA …

42

Com os resultados do histograma de frequência com os dados máximos de

vazão de 1 dia, é possível perceber que a maior recorrência está entre o intervalo de

0,086 m³/s à 31,34 m³/s e em seguida o intervalo de 31,34 m³/s à 60,77 m³/s. A

determinação desses intervalos de recorrência é muito importante para decisão do

dimensionamento, pois é a partir desses dados que se determina o tipo de estrutura

a ser implantada, de forma que não seja nem subdimensionada a ponto de causar

riscos, nem superdimensionada implicando em custos desnecessários.

Abaixo, seguem levantamentos para vazão acumulada em 10 dias:

Tabela 11 - Amplitude pra 10 (dez) dias

Amplitude (Acumulado 10 dias)

𝐼 = 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑥 − 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑥 1147,66

𝑀 = 1 + log227 5,8

𝑐 =𝐼

𝑀 199,42

Tabela 12 - Frequência para 10 (dez) dias

Figura 15 - Histograma de frequência para 10 (dez) dias

FREQUÊNCIA (Acumulado 10 dias)

Classe de vazão anual (m³/s) Frequência absolutas Frequências relativas

4,767 - 204,19 20 0,74

204,19 - 403,61 4 0,15

403,61 - 603,04 1 0,04

603,04 - 802,46 1 0,04

802,46 - 1001,89 0 0

1001,89 - 1201,31 1 0,04

0

5

10

15

20

25

4,77 - 204,19 204,19 - 403,61 403,61 - 603,04 603,04 - 802,46 802,46 -1001,89

1001,89 -1201,31

REC

OR

RÊN

CIA

INTERVALO DE VAZÕES (m³/s)

HISTOGRAMA DE FREQUÊNCIA (Acumulado 10 dias)

Page 43: FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM ENGENHARIA …

43

Em relação aos resultados obtidos na vazão acumulada em 10 dias, percebe-

se que a maior recorrência ainda se encontra no primeiro intervalo 4,77 m³/s à 204.19,

porém, o gráfico de 1 dia apresenta no segundo intervalo 6 ocorrências, enquanto no

gráfico de 10 dias apresenta 4 ocorrências.

A seguir, seguem levantamentos de vazão acumulada em 20 e 30 dias:

Tabela 13 - Amplitude para 20 (vinte) dias

Amplitude (Acumulado 20 dias)

𝐼 = 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑥 − 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑥 1404,46

𝑀 = 1 + log227 5,8

𝑐 =𝐼

𝑀 244,05

Tabela 14 - Frequência para 20 (vinte) dias

FREQUÊNCIA (Acumulado 20 dias)

Classe de vazão anual (m³/s) Frequência absolutas Frequências relativas

8,28 - 252,33 19 0,703703704

252,33 - 496,37 4 0,148148148

496,37 - 740,42 2 0,074074074

740,42 - 984,47 1 0,037037037

984,47 - 1228,52 0 0

1228,52 - 1472,56 1 0,037037037

Figura 16 - Histograma de frequência para 20 (vinte) dias

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

8,28 - 252,33 252,33 - 496,37 496,37 - 740,42 740,42 - 984,47 984,47 -1228,52

1228,52 -1472,56

REC

OR

RÊN

CIA

INTERVALO DE VAZÕES (m³/s)

HISTOGRAMA DE FREQUÊNCIA (Acumulado 20 dias)

Page 44: FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM ENGENHARIA …

44

Tabela 15 - Amplitude para 30 (trinta) dias

Amplitude (Acumulado 30 dias)

𝐼 = 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑥 − 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑥 1677,53

𝑀 = 1 + log227 5,8

𝑐 =𝐼

𝑀 291,50

Tabela 16 - Frequência para 30 (trinta) dias

FREQUÊNCIA (Acumulado 30 dias)

Classe de vazão anual (m³/s) Frequência absolutas Frequências relativas

12,42 - 303,92 19 0,70

303,92 - 595,41 3 0,11

595,41 - 886,91 3 0,11

886,91 - 1178,40 1 0,04

1178,40 - 1469,90 0 0

1469,90 - 1761,40 1 0,04

Figura 17 - Histograma de frequência para 30 (trinta) dias

Fazendo uma análise comparativa entre os resultados do histograma de

frequência, pode-se verificar que o primeiro intervalo de vazões possui a maior

ocorrência tanto em vazão de 1 dia, quanto nas vazões acumuladas. No primeiro

gráfico não consta ocorrência no 3º intervalo, diferente das vazões acumuladas, onde

por exemplo, em 30 dias há um aumento da recorrência desse evento hidrológico.

Após a realização da etapa acima, foram determinados os valores de média,

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

12,42 - 303,92 303,92 - 595,41 595,41 - 886,91 886,91 -1178,40

1178,40 -1469,90

1469,90 -1761,40

REC

OR

RÊN

CIA

INTERVALO DE VAZÕES (m³/s)

HISTOGRAMA DE FREQUÊNCIA (Acumulado 30 dias)

Page 45: FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM ENGENHARIA …

45

desvio padrão e assimetria para cada dia. Em seguida, foi aplicado os métodos

estatísticos para determinação de vazões máximas para diferentes períodos de

retorno.

Para 1 dia:

Tabela 17 - Parâmetros para 1 (um) dia

Parâmetros

Média 28,52 2,46

Desvio - padrão 41,72 1,44

Assimetria 2,55 -0,0294

Tabela 18 - Resultado da aplicação de métodos estatísticos para 1 (um) dia

Para 10 dias:

RESULTADO DA APLICAÇÃO DE MÉTODOS ESTATÍSTICOS (1 DIA)

TR (anos) Exponencial Gumbel LogNormal GEV

Pearson III

LogPearson III

Q(m³/s) Q(m³/s) Q(m³/s) Q(m³/s) Q(m³/s) Q(m³/s)

5 53,9 58,5 39,4 58,1 49,1 39,5 10 82,9 82,9 74,4 81,9 78,8 74,0 15 99,8 96,7 105,4 95,2 99,1 100,9 20 111,8 106,4 125,5 104,5 110,4 124,0 25 121,1 113,8 146,2 111,6 120,9 144,1 30 128,7 119,8 169,8 117,4 131,8 162,0 50 150,0 136,7 226,2 133,5 154,4 221,4 100 178,9 159,4 335,0 155,0 189,3 324,4 200 207,8 182,0 479,9 176,2 225,4 461,0 500 246,1 211,9 741,7 203,9 274,9 706,0

1000 275,0 234,4 1006,6 224,6 313,5 947,0 5000 342,1 286,8 1923,9 271,9 406,8 1221,2 10000 371,0 309,3 2489,1 292,0 448,5 1677,1

10

100

1000

10000

1 10 100 1000 10000

Va

o D

iária

xim

a A

nu

al (m

³/s)

Período de Retorno (anos)

Distribuição de Probabilidades Empírica

Gumbel

Exponencial

LogNormal

GEV

Pearson III

LogPearson III

Figura 18 - Gráfico comparativo entre os métodos estatísticos para 1 (um) dia

Page 46: FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM ENGENHARIA …

46

Para 10 dias:

Tabela 19 - Parâmetros para 10 (dez) dias

Tabela 20 - Resultado da aplicação de métodos estatísticos para 10 (dez) dias

RESULTADO DA APLICAÇÃO DE MÉTODOS ESTATÍSTICOS (10 DIAS)

TR(anos) Exponencial Gumbel LogNormal GEV

Pearson III

LogPearson III

Q(m³/s) Q(m³/s) Q(m³/s) Q(m³/s) Q(m³/s) Q(m³/s)

5 327,2 354,4 251,1 351,6 289,3 252,3

10 498,3 498,8 458,5 492,5 466,7 452,6 15 598,4 580,3 638,5 571,4 589,4 602,6

20 669,4 637,4 753,4 626,4 658,0 728,2

25 724,5 681,3 871,0 668,6 722,4 835,9 30 769,5 717,1 1004,0 702,8 789,3 930,9

50 895,6 816,7 1318,3 797,8 928,9 1238,4 100 1066,7 951,1 1913,8 924,9 1145,2 1753,0

200 1237,8 1085,0 2691,7 1050,4 1370,4 2409,4 500 1464,0 1261,6 4069,3 1214,2 1680,4 3535,9

1000 1635,1 1395,1 5437,9 1336,7 1923,7 4599,4 5000 2032,4 1705,0 10057,9 1616,8 2514,9 5770,5

10000 2203,5 1838,4 12843,6 1735,6 2780,0 7648,7

Parâmetros

Média 176,79 4,38 Desvio - padrão 246,85 1,37

Assimetria 2,74 -0,0861

10

100

1000

10000

100000

1 10 100 1000 10000

Va

o D

iária

xim

a A

nu

al (m

³/s)

Período de Retorno (anos)

Distribuição de Probabilidades Empírica

Gumbel

Exponencial

LogNormal

GEV

Pearson III

LogPearson III

Figura 19 - Gráfico comparativo entre os métodos estatísticos para 10 (dez) dias

Page 47: FACULDADE MARIA MILZA BACHARELADO EM ENGENHARIA …

47

Para 20 dias:

Tabela 21 - Parâmetros para 20 (vinte) dias

Tabela 22 - Resultado da aplicação de métodos estatísticos para 20 (vinte) dias

RESULTADO DA APLICAÇÃO DE MÉTODOS ESTATÍSTICOS (20 DIAS)

TR(anos) Exponencial Gumbel LogNormal GEV

Pearson III

LogPearson III

Q(m³/s) Q(m³/s) Q(m³/s) Q(m³/s) Q(m³/s) Q(m³/s)

5 445,6 480,9 360,5 477,2 424,8 361,5

10 667,9 668,5 638,0 660,3 649,1 633,2

15 797,9 774,4 873,5 762,8 799,3 834,0

20 890,2 848,5 1021,9 834,2 882,0 1001,0

25 961,7 905,6 1172,6 889,1 958,9 1143,6

30 1020,2 952,0 1341,8 933,6 1038,2 1269,0

50 1184,0 1081,5 1737,2 1056,9 1202,0 1672,8

100 1406,3 1256,0 2473,8 1222,1 1452,1 2343,8

200 1628,5 1430,0 3418,6 1385,1 1708,8 3194,3

500 1922,4 1659,4 5059,1 1597,9 2057,6 4645,2

1000 2144,6 1832,9 6660,0 1757,0 2328,2 6009,1

5000 2660,7 2235,4 11933,2 2120,9 2977,6 7506,8

10000 2883,0 2408,7 15047,1 2275,2 3265,7 9903,7

Parâmetros

Média 250,19 4,80 Desvio - padrão 320,67 1,30

Assimetria 2,29 -0,0555

10

100

1000

10000

100000

1 10 100 1000 10000

Va

o D

iária

xim

a A

nu

al (m

³/s)

Período de Retorno (anos)

Distribuição de Probabilidades Empírica

Gumbel

Exponencial

LogNormal

GEV

Pearson III

LogPearson III

Figura 20 - Gráfico comparativo entre os métodos estatísticos para 20 (vinte) dias

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48

Para 30 dias:

Tabela 23 - Parâmetros para 30 (trinta) dias

Tabela 24 - Resultado da aplicação de métodos estatísticos para 30 (trinta) dias

RESULTADO DA APLICAÇÃO DE MÉTODOS ESTATÍSTICOS (30 DIAS)

TR(anos) Exponencial Gumbel LogNormal GEV

Pearson III

LogPearson III

Q(m³/s) Q(m³/s) Q(m³/s) Q(m³/s) Q(m³/s) Q(m³/s)

5 536,3 578,4 433,9 574,1 513,1 432,7

10 801,5 802,2 749,4 792,4 780,2 753,0

15 956,6 928,5 1012,2 914,7 958,8 991,3

20 1066,6 1016,9 1176,2 999,9 1057,0 1190,6

25 1152,0 1085,0 1341,7 1065,3 1148,2 1361,6

30 1221,7 1140,4 1526,4 1118,4 1242,4 1512,5

50 1417,1 1294,8 1954,5 1265,5 1436,7 2002,2

100 1682,2 1503,0 2741,3 1462,5 1733,3 2826,7

200 1947,3 1710,5 3736,0 1656,9 2037,3 3889,2

500 2297,8 1984,2 5436,5 1910,8 2450,2 5739,9

1000 2562,9 2191,1 7072,8 2100,6 2770,4 7516,7

5000 3178,6 2671,2 12359,3 2534,6 3538,2 9503,4

10000 3443,7 2877,9 15429,8 2718,7 3878,7 12749,5

Parâmetros

Média 303,23 5,03 Desvio - padrão 382,50 1,24

Assimetria 2,27 0,0347

10

100

1000

10000

100000

1 10 100 1000 10000

Va

o D

iária

xim

a A

nu

al (m

³/s)

Período de Retorno (anos)

Distribuição de Probabilidades Empírica

Gumbel

Exponencial

LogNormal

GEV

Pearson III

LogPearson III

Figura 21 - Gráfico comparativo entre os métodos estatísticos para 30 (trinta) dias

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49

Nas Figuras 15, 16, 17 e 18 estão representados os gráficos das distribuições

Exponencial, Gumbel, Log Normal, GEV, Pearson III e Log Pearson III em relação às

amostras. Analisando individualmente, temos:

• Na Figura 15, representando amostras de vazões máximas anuais para 1 (um)

dia, temos duas distribuições que melhor se ajustou às amostras, sendo elas a

Exponencial e Pearson III;

• Na Figura 16, representando amostras de vazões máximas anuais para 10

(dez) dias acumulados, temos duas distribuições que melhor se ajustou às amostras,

sendo elas a Exponencial e Log Normal;

• Na Figura 17, representando amostras de vazões máximas anuais para 20

(vinte) dias acumulados, temos duas distribuições que melhor se ajustou às amostras,

sendo elas a Exponencial e Log Pearson III;

• Na Figura 18, representando amostras de vazões máximas anuais para 30

(trinta) dias acumulados, temos duas distribuições que melhor se ajustou às amostras,

sendo elas a Exponencial e Log Normal;

Assim, como demonstram os resultados gráficos é possível observar que de

modo geral, a distribuição que melhor se ajustou para as amostras de 1, 10, 20 e 30

dias foi a distribuição Exponencial. Além disso, para tempos de retorno maiores,

notou-se uma maior dispersão entre os dados, chegando a diferenças de mais de

1000 m³/s em algumas durações.

A exemplo, a análise de frequência feita para 30 dias, considerando o TR igual

a 100 anos, observa-se que a distribuição de Log Pearson III se ajusta melhor tanto

para tempos de recorrência menores quanto para maiores, tendo uma diferença de

quase 50% da distribuição de Gumbel, que geralmente é mais utilizada para esses

fins.

Para implantação e dimensionamento de obras hidráulicas, devem ser

analisados esses resultados com maior precisão e critérios, pois à medida que seja

utilizada uma distribuição para um determinado TR e calculada uma vazão máxima,

essa pode ser superestimada ou subestimada, podendo superar a crista da barragem,

galgar e ocorrer diversos diversos fenômenos, como enchentes e inundações.

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50

5 CONCLUSÃO

Nesse projeto, todos os dados coletados de vazões máximas anuais puderam

ser aplicados nas seis distribuições escolhidas para estimar a vazão máxima em

diferentes períodos de retorno, onde foi confirmado a partir da não rejeição de todas

distribuições aplicadas.

Em relação às análises teóricas, percebeu-se que não há determinação de uma

distribuição ideal para execução de análise de frequência e nem ao certo uma

metodologia para definir qual distribuição melhor se adequa as amostras coletadas,

de forma que como não existe um padrão a ser seguido, os resultados podem variar

a cada estudo.

Com os resultados desse estudo, foi possível concluir que a distribuição

Exponencial foi a que melhor se ajustou em relação a aderência amostral, porém é

importante afirmar que as outras distribuições aqui utilizadas também foram válidas

para determinação de vazões máximas para diferentes períodos de retorno, através

da análise de frequência das amostras.

Diante de todos os resultados e análises, percebe-se a necessidade de estudos

aprofundados e a determinação de critérios adequados para utilização e escolha do

método estatístico, pois a depender da escolha, as estruturas hidráulicas podem

armazenar menos ou mais vazão do que o necessário, afetando a segurança do

empreendimento, podendo acarretar aumentar os riscos e a probabilidade de

ocorrência de diversos impactos e atingir a população, o meio ambiente, sistemas

econômicos etc.

Além disso, recomenda-se também estudos de enchentes e inundações na

região para diferentes períodos de retorno a jusante do barramento, como também a

quantificação de incertezas em todo processo.

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51

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