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28 Outubro 2010 | O MIRANTE Feira dos Santos e ExpoCartaxo 2010 inauguradas no dia 28 de Outubro às 18h00 taxo, atraem todos os anos muitos visitantes. O programa de animação está assegurado por instituições do con- celho. Dia 28, Quinta-feira, actua a Banda Sociedade Cultural e Rec- reativa de Vale da Pinta. Na sexta, o já referido Grupo de Acordeões da Sociedade Filarmónica Cartax- foto arquivo O MIRANTE EXPOCARTAXO | III O MIRANTE | 28 Outubro 2010

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A actuação do Grupo de Acord-eões da Sociedade Filarmónica Car-taxense na sexta-feira, 29 de Out-ubro pelas 21h30 e a Passagem de Modelos da Casa das Peles, no dia seguinte, são dois dos muitos mo-mentos de animação da Feira dos Santos/ExpoCartaxo, que decorre a partir desta Quinta-Feira, até 2 de Novembro no Pavilhão Municipal de Exposições.

As duas Feiras, uma empresarial e outra de cariz popular, decorrem paralelamente e quem visita uma delas acaba sempre por ir espreit-ar a outra. No auditório da Quinta das Pratas decorre mais uma vez a cerimónia dos Prémios Prestígio da Associação Empresarial – NER-SANT. É na sexta-feira a seguir ao seminário sobre segurança nas em-presas que se realiza no mesmo local a partir das 18h00. Também na sexta-feira, a partir das 14h00 decorre o habitual Dia Aberto às Empresas.

Os frutos secos, os produtos da época, o artesanato, a água-pé, os vinhos, a gastronomia e a anima-ção, a par dos expositores das em-presas representadas na ExpoCar-

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foto arquivo O MIRANTE

Um fim-de-semana animado e prolongado na cidade do CartaxoFeira dos Santos e ExpoCartaxo 2010 inauguradas no dia 28 de Outubro às 18h00

Corrida de Toiros de encerramento da temporada

com um mano a manoUm mano a mano entre os cavaleiros João Salgueiro e

Leonardo Hernandez é o principal chamariz da Corrida de Toiros de 1 de Novembro, pelas 16h30. A chamada Corrida de Encerramento da temporada vai ter toiros das ganadarias Passanha, Cabral Ascenção e Pontes Dias. Os grupos de forcados que irão estar em praça são os do Rib-atejo, capitaneado por João Machacaz e os Amadores da Chamusca, liderados pelo cabo Nuno Marques. Abrilhanta o espectáculo a Banda Filarmónica do Cartaxo.

Nersant organiza seminário sobre segurança

nas empresas O Arquitecto Miguel Correia da Silva e o Engº António

José Possidónio Roberto e o Comandante dos Bombeiros Municipais do Cartaxo, dr. Mário Silvestre, são os ora-dores convidados do seminário “O Plano de Emergência Interno nas Empresas” organizado pela Associação Em-presarial da Região de Santarém - Nersant, que decor-rerá dia 29 de Outubro, a partir das 18h30 no Auditório da Quinta das Pratas.

O Arquitecto Miguel Correia da Silva, coordenou, desde o início, a elaboração da nova Regulamentação Técnica de Segurança Contra Incêndio em Edifícios (SCIE), real-izada entre Maio de 2003 e Maio de 2009.

O Engenheiro António José Possidónio Roberto, foi, no mesmo período, Director de Segurança e Risco da SONAE SIERRA, onde desenvolveu actividade em aná-lise, avaliação e mitigação de risco, na implementação de Medidas de Autoprotecção em 55 Centros Comerci-ais, incluindo alguns localizados em Espanha, Alemanha, Itália, Grécia e Roménia.

taxo, atraem todos os anos muitos visitantes.

O programa de animação está assegurado por instituições do con-celho. Dia 28, Quinta-feira, actua a Banda Sociedade Cultural e Rec-reativa de Vale da Pinta. Na sexta, o já referido Grupo de Acordeões da Sociedade Filarmónica Cartax-

ense. Concertos às 21h30. No Do-mingo à tarde é a vez do Rancho Folclórico do Cartaxo, a partir das 15h00. À noite actua a Sociedade Filarmónica Incrível Pontevelense. No feriado de 1 de Novembro, às 15h00 são as danças e cantares do Rancho Folclórico e Etnográfico da Casa do Povo de Pontével.

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REFERÊNCIA. Miguel Martins da Silva, 79 anos, fundou a empresa em 1960 foto O MIRANTE

Vermelho, cinzento e roxo. A Casa das Peles, criada em 1960 no Cartaxo, continua sólida e a acompanhar as tendências da moda com produtos a preços mais acessíveis. O desfi le da ExpoCartaxo é dia 30 de Outubro, sábado, a partir das 22h00.

Uma colecção variada que acompa-nha as tendências da moda com peças a um preço mais acessível. Tem sido esta a estratégia adoptada nos últimos anos pela Casa das Peles, no Cartaxo, que continua a crescer em 2010 contornando a crise eco-nómica internacional.

O número de colaboradores passou de pouco mais de 90 para os 105, mas a épo-ca forte do ano para o segmento do ves-tuário em pele - Novembro e Dezembro – está ainda por chegar. “É nessa altura que as pessoas têm mais dinheiro disponível para esses gastos. O subsídio de férias vai para as férias e é o subsídio de Natal que deixa algum dinheiro extra que as famílias usam para estas compras”, analisa um dos administradores, Vita-liano Silva.

A crise que surgiu no sector das peles, sobretudo a partir de 2006, com mui-tas fi rmas do ramo a fechar portas, levou a empresa a

adaptar-se à realidade antecipando-se a um cenário global de recessão. A empresa ade-quou o produto à capacidade económica dos clientes sem no entanto fazer cedên-cias ao nível da qualidade. “Temos que sa-

Casa das Peles oferece colecção mais acessível em tempo de criseEmpresa continua a crescer e aumentou em 2010 o número de colaboradores

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Peças originais desfilam na passerelle

“Todos diferentes, todos diferen-tes” é o mote da passagem de mode-los da Casa das Peles, que vai animar a noite de sábado, 30 de Outubro, na ExpoCartaxo, às 22h00. As entradas são livres.

“Se formos todos iguais vamo-nos diminuindo. As pessoas podem adap-tar o mesmo modelo e conseguir um visual completamente diferente”, su-

gere uma das administradoras da Casa das Peles, Florbela Silva que diz que o evento será uma amostra de como a marca é capaz de “satisfazer o capri-cho de qualquer homem e qualquer mulher” acompanhando as tendên-cias da moda.

Pela passerelle vão passar mane-quins profi ssionais e cidadãos com me-didas comuns, como é o caso de uma utente de um lar de idosos. “Vamos apresentar diferentes belezas”, garan-te. Entre bailarinos e músicos serão à volta de 30 pessoas em palco.

Este ano o preto volta a estar na

moda, mas a Casa das Peles sugere apontamentos de azul, castanho, ver-de, amarelo, vermelho e roxo. O cin-zento vai ser um tom em destaque. “Difícil vai ser encontrar uma cor que não esteja lá”.

A realidade é bem diferente do que acontecia há 20 anos. “Às vezes sugeria que se com-prasse para a loja uma pe-ça roxa. Ficava a um canto e não se vendia”, lembra Florbela Silva.

ber fazer o equilíbrio entre aquilo que as pessoas gostam, podem comprar e querem comprar. Há sempre no mercado matérias-primas que, sendo excelentes para aquilo que queremos, acabam por ter um preço que é muito atractivo”, explica.

O preço médio por talão está mais bai-xo, mas em compensação as vendas estão a aumentar. “As pessoas encontram ago-ra produtos que gostam e surpreendente-mente mais baratos do que aquilo que es-tavam à espera e acabam por aproveitar a oportunidade”.

A peça clássica, mais cara, produzida nas peles mais nobres, continua disponível. O casaco preto clássico de pele e até o blusão

de camurça, tipo ribatejano, continuam a vender com pequenas actualizações. Mas a inovação tem ajudado a marca a atingir uma clientela cada vez mais jovem. “Te-mos um blusão de 69 euros com um preço adaptado à faixa etária que se vende maio-ritariamente até aos 20 anos. Estes clientes que são novidade nas nossas lojas”.

Há também cada vez mais pessoas a comprar casacos vermelhos, roxos, cin-zentos e amarelos. O mercado português já foi mais tradicionalista. As grandes mar-cas internacionais ajudaram a nivelar as tendências a nível global.

A empresa, que procura no estrangeiro o que se faz de melhor na área, trabalha

em colaboração com estilistas portugueses, espanhóis, italianos e franceses. Há clien-tes, funcionários e gerentes de loja que também sugerem algumas peças.

A Casa das Peles – que produz anu-almente cerca de 50 mil casacos - tem clientes em Espanha e na Grécia, mas o produto escoa sobretudo para o mercado nacional. O volume de exportação repre-senta apenas seis por cento do valor total da facturação.

As potencialidades da Internet não es-tão exploradas, mas Vitaliano Silva lembra que o vestuário em pele difi cilmente pode ser vendido on-line. “Não há dois casacos iguais. O brilho é diferente. A pessoa preci-

sa de experimentar. A fotografi a não mos-tra o peso e é preciso sentir. Não queremos que o cliente se sinta enganado”.

Há encomendas para todos os gostos e pedidos exóticos. “Em alguns casos acon-selhamos vivamente as pessoas a não os fazer”, diz com humor Vitaliano Silva. Foi o caso do cliente que pediu umas cal-ças rasgadas pelo vinco. “Expliquei-lhe que cairiam assim que se sentasse”, conta Florbela Silva. Há pedidos que deixaram de ser estranhos nos últimos anos. É o caso de aventais em pele, tops, lingerie e rou-pa para artistas. As peças originais surgem também de jovens estilistas ainda afastados do mercado. Uma postura bem diferente do “clã” Silva. “Somos industriais de ADN virados para a parte comercial. A concep-ção da colecção é sempre baseada nisso”, resume Vitaliano Silva.

O pai, Miguel Martins da Silva, funda-dor da empresa, que se mantém activo na fi rma ao lado da companheira, Quité-ria Silva, é o primeiro a dar o exemplo e a apostar na inovação.

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A crise é a crise e não há feira que não a sintaA Expo-Cartaxo e a Feira dos Santos animam o Cartaxo entre 28 de Outubro e 2 de Novembro mas não fazem esquecer as dificuldades. O MIRANTE foi ouvir alguns dos que gostando mais ou menos dos eventos, não se esquecem de ir comprar frutos secos ou ver o ambiente no Campo da Feira.

“Falta divulgação da Expo-Cartaxo e Feira dos Santos” Agostinho Santos, 53 anos, empresário, Casais da Lagoa

Agostinho Santos visita a Expo-Car-taxo a título pessoal mas considera que não vale a pena estar representado com a Constrolândia, que fica a dois passos. O empresário considera o evento uma boa aposta, principalmente para as empresas se mostrarem. Quanto à feira dos Santos,

limita-se a passar para ver o ambiente. Aproveita para chamar a atenção para a divulgação do acontecimento anual. “Acho que a Expo-Cartaxo e a Feira dos Santos tinham de ter mais divulgação a nível local e nacional, principalmente na televisão”.

Agostinho Santos considera que a eco-nomia do Cartaxo está ao nível do que se vive no país. “Por nos dedicarmos ao consumidor final não temos tido tantos problemas, mas é verdade que desapa-receram os grandes empreendimentos no Cartaxo”, justifica.

“O Cartaxo precisa de um centro comercial ao ar livre” Veladimiro Elvas, 59 anos, zoófilo, Azambuja

A economia do Cartaxo devia ser re-convertida. A zona industrial que exis-te está deslocada e com maus acessos. Há zonas empresariais por construir. Quem pensa assim é Veladmiro Elvas, que questiona: “No Cartaxo as novas acessibilidades contribuíram mais pa-ra fazer sair do que para atrair investi-mentos e pessoas. Quantos franchisings existem na cidade? Precisamos de um centro comercial ao ar livre, como fa-zem em Espanha, fechando a rua Ba-talhoz ao trânsito e cobrindo as ruas

“Situação económica do Cartaxo é catastrófica” José João Pessoa, 52 anos, técnico de contabi-lidade, Cartaxo

“A situação é catastrófica”, decla-ra José João Pessoa. Para o técnico de contabilidade a culpa é da conjuntura internacional mas principalmente da instalação de grandes superfícies co-merciais e da profusão de lojas chinesas que contribuíram para acabar com um comércio tradicional que tinha bastante força. “Os comerciantes não conseguem apresentar preços tão competitivos”, ga-rante José João Pessoa.

Sobre a Expo-Cartaxo pensa que am-bas eram mais reais há alguns anos e que se tem vindo a degradar a representati-vidade do Cartaxo na mostra económica de empresas. A Feira dos Santos também

A “bruxa” da Feira dos Santos Sofia Casimiro Inês, 54 anos, empresária, Cartaxo

Sofia Inês tem sempre um stand de ta-rot montado na Feira dos Santos o que já lhe valeu a alcunha da bruxa da feira. Nada que a afecte. “No tarot também se sente a crise mas há sempre quem queira falar, fazer perguntas e saber o que lhe reserva o futuro. Há crise mas ainda há muito dinheiro”, comenta a taróloga, que esperava ver cartazes de divulgação da feira por esta altura. “Não fazem pro-moção atempada”

Mais que previsões sobre o futuro, Sofia Casimiro Inês faz uma constata-ção da situação actual do Cartaxo: “está uma porcaria, em bom português! Está

“Os habitantes do Cartaxo vão comprar a outras terras” Jacinta Leandro, 59 anos, comerciante, Cartaxo

Jacinta Leandro foi das primeiras co-merciantes na Expo-Cartaxo com um stand de artesanato mas há alguns anos que deixou de participar. Ali ao lado, a Feira dos Santos, sempre lhe disse muito pouco. “Para quem tem crianças a feira é boa. Eu não ligo muito mas se calhar são os meus 59 anos a falar. O que não quer dizer que não seja apologista de manter a tradição da feira”, opina a co-merciante.

Entende que a economia do Cartaxo está péssima. Sinal disso são as lojas do comércio a fechar, tendência que se vem acentuando. Para si, tudo resulta da crise mas também pelo facto de os cartaxeiros fazerem cada vez mais as suas compras em Lisboa e nas grandes superfícies.

com lonas”, sugere o zoófilo. Veladimiro Elvas nunca foi adepto

da Feira dos Santos, onde só passa para comprar frutos secos e castanhas. Mas recorda-se da uma feira que, em tem-pos, provocava uma enchente pela rua Batalhoz acima, que dificultava a vida a quem queria circular no passeio em sentido contrário. “Lembro-me de ir de luvas, cachecol e gorro e agora quase se vai manga curta”, acrescenta. Na sua opinião a Expo-Cartaxo e a Feira dos Santos deviam realizar-se em datas separadas porque atraem diferentes ti-pos de públicos.

já teve outra chama e José João Pessoa considera que quando os vendedores se espalhavam até à rua Prof. Manuel Ber-nardo das Neves tinha outro impacto e dimensão que se vem perdendo. “Nessa altura gostava eu dos carrinhos de cho-que e do poço da morte. Hoje vou mais à feira para comprar nozes e castanha assada”, revela.

“Na rua Batalhoz é diferente, ainda tem algum movimento e as pessoas vão vendo as montras e entrando, mas não é nenhuma mina de ouro”, assegura Ja-cinta Leandro.

a perder muito no comércio e a cidade está suja, os nossos governantes deviam fazer qualquer coisa”, sugere.

Sofia Inês admite, no entanto, que muitas lojas não evoluíram ao longo de anos e algumas parecem armazéns, com as novas superfícies comerciais a virem tirar muita gente.

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O MIRANTE | 28 Outubro 2010 EXPOCARTAXO | VII

A feira onde era tradição estrear roupa novaHelena Gonçalves, 36 anos, responsável de marketing e recursos humanos, Cartaxo

Helena Gonçalves foi presença habi-tual na Feira dos Santos durante muitos anos na companhia dos pais ou num gru-po de amigos. “Era o momento do ano no qual estreávamos roupa nova, era tradi-ção. Também havia as diversões da fei-ra. Mudou muito, tem menor dimensão, dura menos tempo, é só o primeiro dia, o fi m-de-semana e pouco mais. Costumo ver o ambiente e comprar frutos secos mas ainda reservo um ou dois dias para lá ir”, conta a responsável de marketing e recursos humanos da Casa das Peles. Só depois a cartaxeira aproveita para vi-sitar a Expo-Cartaxo, evento que surgiu mais recentemente.

Para Helena Gonçalves no Cartaxo ainda não se vê muito a crise generali-zada de que se fala. O único sinal, aven-ta, talvez seja o facto de se ver menos

gente nas ruas principais. “Com a zona central fechada para obras difi culta-se um pouco a movimentação das pesso-as”, acrescenta.