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    Acadmico (a):

    Curso: Nivelamento em Lngua Portuguesa

    Unidade 01: Interpretao de Texto

    Componente: Explicao e atividades de fixao

    Objeto de estudo: O discurso como prtica social desdobrado em Oralidade, Leitura e Escrita.

    No mundo acadmico, o conhecimento sobre leitura e interpretao de textos nos mais variados c-

    digos e linguagens tornou-se uma imposio, j que a linguagem e a leitura so ferramentas transdisciplina-

    res que perpassam e aproximam diferentes reas do conhecimento, garantindo desse modo que voc possa

    se inserir nas diferentes esferas da vida social e profissional.

    Nosso objetivo, nesta unidade, prepar-lo para as exigncias em leitura do mundo contemporneo,

    inclusive as indicadas durante a sua graduao. Assim, procure ler atentamente este documento, resolver as

    atividades de fixao - no avaliativas mas que o orientam no processo de interpretao de textos e, em

    caso de dvidas, participe da aula presencial referente a esta unidade. Depois de ler, praticar com os exer-

    ccios que seguem e de acessar os links e documentos sugeridos, temos certeza de que estar apto a resol-

    ver a atividade avaliativa referente a esta unidade, lembre-se que h duas tentativas e o critrio de avalia-

    o a nota mais alta. Bom trabalho!

    A IMPORTNCIA DA INTERPRETAO DE TEXTO

    Intenes do autor

    Todo texto existe ou gerado segundo alguma inteno de seu autor: o que podemos chamar de

    razo de ser do texto. Tal razo depende de vrios fatores, como o veculo de informao no qual foi pu-

    blicado (livro, revista, jornal, etc.); o momento (tempo) em que foi produzido; a que pblico se destina (a

    delimitao do leitor ideal justifica, na maioria dos casos, a publicao); e a qual gnero pertence (narrativo,

    descritivo ou dissertativo). Assim, a observao desses princpios e a decodificao das mensagens explcita

    e implcita condensam os artifcios para a interpretao coerente de um texto. Entender sua motivao de

    existncia uma das primeiras verificaes para compreender seus elementos informativos.

    Nesse sentido, vale ressaltar que o conhecimento do autor, seus princpios ideolgicos e estticos,

    relevante sobremaneira a fim de que haja total compreenso textual. Observe os exemplos a seguir:

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    I)

    O SANTO SOB O ALTAR

    Arquelogos localizam um sarcfago que pode conter os restos mortais de So Paulo.

    O apstolo Paulo, ao que tudo indica, nunca conheceu Jesus de Nazar, mas dedicou a vida a peregri-

    nar pelo Imprio Romano proclamando-o como o Cristo salvador. So Paulo foi o grande divulgador do cristi-

    anismo, um dos maiores responsveis por transformar uma seita de messinicos na religio que alteraria os

    rumos da civilizao ocidental. A partir de agora, os cristos tm mais um motivo para celebrar a glria de

    So Paulo. Na semana passada, uma equipe de arquelogos do Vaticano desenterrou um sarcfago que, acre-

    dita-se, contm seus restos mortais. O caixo, feito de mrmore e com a inscrio "Paulo Apstolo e Mrtir"

    em latim, permanecia sob a Baslica de So Paulo, em Roma, no terreno onde duas outras igrejas dedicadas

    ao santo foram erguidas ao longo da histria. No incio do sculo XIX, durante a construo da baslica atual,

    a cripta que guardava o sarcfago foi coberta de terra e, sobre ela, ergueu-se o altar da nova igreja. "T-

    nhamos quase certeza de que o sarcfago estava enterrado sob o altar da baslica", diz Giorgio Filippi, chefe

    da equipe de arquelogos, cujos trabalhos de escavao levaram quatro anos.

    VEJA. So Paulo: Abril, 13 dez. 2006. P. 90-91.

    A inteno do autor desse texto noticiar um fato curioso e especfico para um leitor determinado:

    os catlicos (leitores ideais).

    II)

    Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira do Mato Dentro MG, em 31 de outubro de 1902. De uma

    famlia de fazendeiros em decadncia, estudou na cidade de Belo Horizonte e com os jesutas no Colgio

    Anchieta de Nova Friburgo RJ, de onde foi expulso por insubordinao mental. De novo em Belo Horizon-

    te, comeou a carreira de escritor como colaborador do Dirio de Minas, que aglutinava os adeptos locais do

    incipiente movimento modernista mineiro.

    www.releituras.com/drummond_bio.asp

    Esse texto existe pela inteno de informar acerca da vida de Carlos Drummond de Andrade; trata-

    se de uma biografia e, como tal, constitui-se de dados da vida do autor.

    III)

    OS OMBROS SUPORTAM O MUNDO

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    Chega um tempo em que no se diz mais: meu Deus.

    Tempo de absoluta depurao.

    Tempo em que no se diz mais: meu amor.

    Porque o amor resultou intil.

    E os olhos no choram.

    E as mos tecem apenas o rude trabalho.

    E o corao est seco.

    Em vo mulheres batem porta, no abrirs.

    Ficaste sozinho, a luz apagou-se,

    mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.

    s todo certeza, j no sabes sofrer.

    E nada esperas de teus amigos.

    Pouco importa venha a velhice, que a velhice?

    Teus ombros suportam o mundo

    e ele no pesa mais que a mo de uma criana.

    As guerras, as fomes, as discusses dentro dos edifcios

    provam apenas que a vida prossegue

    e nem todos se libertaram ainda.

    Alguns, achando brbaro o espetculo,

    prefeririam (os delicados) morrer.

    Chegou um tempo em que no adianta morrer.

    Chegou um tempo em que a vida uma ordem.

    A vida apenas, sem mistificao.

    ANDRADE, Carlos Drummond de. Sentimento do mundo. Rio de Janeiro: Irmos Pongetti, 1940.

    A subjetividade marca recorrente de textos poticos, e seus autores geralmente se utilizam dela a

    fim de expressar seus sentimentos, no caso, acerca da necessidade de viver.

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    IV)

    Embora traga informaes sobre o produto em questo e no

    contenha verbos no imperativo, este texto, que usa recursos

    verbais e no-verbais (imagens), tem a inteno de apresentar

    um produto venda.

    V)

    A METADE DESSA LARANJA SOU EU!

    Querido (a) (nome):

    Quando se consegue realizar desejos to bom, melhor ainda se eles forem realizados em companhia

    da pessoa amada. Mais bacana se torna, poder confessar a felicidade, e todo o sentimento latente que nosso

    amor est irradiando neste momento.

    sensacional ter algum como voc para acompanhar passo a passo nosso sucesso, e ter consolo de

    sua compreenso nos momentos de pouca glria. Os deslizes ficam mais tolerveis podendo contar com voc

    e com suas palavras amenas.

    Sou muito feliz quando sei que tenho algum como voc para partilhar comigo, momentos

    bons e outros no to bons. gratificante poder contar com algum na busca de nosso objetivo maior que

    a felicidade, pois tudo se torna mais fcil estando juntos.

    Sou agradecido em poder contar com o seu amor, com os seus beijos e carinhos. Tudo isso vem com-

    pletar o meu ser que nada seria sem a sua amada presena. Quero ser tambm o complemento de sua vida, a

    metade dessa laranja, e beneficirio (a) maior dessa unio. Amo voc e sou completamente feliz. Sei que a

    recproca verdadeira.

    Esperando que esta cartinha seja apenas mais uma que vou escrever para elevar bem alto nosso

    amor, despeo-me com um carinhoso beijo.

    (assinatura) 1001cartasdeamor.terra.com.br

    No s a poesia que pode transmitir sentimentos e emoes uma carta tambm exerce essa fun-

    o.

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    A IMPORTNCIA DA INTERPRETAO DE TEXTO

    Construo do texto e Anlise da mensagem

    Para que a mensagem seja devidamente interpretada, o leitor precisa conhecer o significado das

    palavras ter domnio vocabular -, saber relacion-las ao contexto (a situao de produo do texto, seus

    referentes, suas intenes) e estabelecer relaes de sentido entre o texto escrito e a realidade que o

    cerca. Desse modo, deve-se entender que uma palavra utilizada em determinado texto com funo precisa,

    ou seja, o autor no simplesmente usou tal palavra, ela era fundamental para a construo da mensagem. Da

    o equvoco de se pensar que o uso simplrio de um termo vai tornar o texto mais bonito, elegante ou atraen-

    te. importante perceber se a palavra realmente cumpre sua funo no texto, isto , informar, ironizar,

    acrescentar dados, unir oraes, estabelecer comparaes, etc.

    Perceba como, dependendo do contexto, uma palavra pode ter sua significao variada:

    a) Estada um municpio da Espanha na provncia de Huesca, comunidade autnoma de Arago, com rea de

    16,03 km2, populao de 192 habitantes (2004) e densidade populacional de 11,98 hab/km2.

    Adaptado de: pt.wikipedia.org/Wiki/Estada

    b) Vazio de Peulla convite para estada de uma vida inteira.

    www1.folha.uol.com.br/folha/turismo/noticias/ult338u3226.shtml

    fcil perceber que, em a, trata-se do nome de um municpio espanhol e que, em b, o termo tem a

    acepo prpria do dicionrio (ato de estar, de permanecer em algum lugar).

    Muitos ainda consideram a diferena entre estada e estadia. Qual dessas palavras deve ser usada

    para se referir permanncia de uma pessoa em um hotel ou outro lugar? Tanto faz. J se foi o tempo em

    que era rigorosa a distino entre os dois termos; estadia era usado apenas para indicar o perodo de tempo

    autorizado de um navio mercante em um porto. Exemplos do uso corrente dessas palavras:

    Durante sua estada no poder, o presidente fez vrias viagens ao exterior.

    Um dos momentos mais emocionantes da estadia do cantor na cidade foi quando ele assistiu ao vdeo

    do prprio show.

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    A IMPORTNCIA DA INTERPRETAO DE TEXTO

    ATIVIDADES

    Agora, leia este trecho de uma notcia que foi publicada no jornal Folha de So Paulo.

    01.

    A oncorose uma doena tpica de comunidades primitivas. No foi desenvolvido ainda nenhum medicamento

    ou tratamento que possibilite o restabelecimento da viso. Aps ser picado pelo mosquito, o parasita (agente

    da doena) cai na circulao sangunea e passa a provocar irritaes oculares at a perda total da viso.

    FOLHA DE S. PAULO. So Paulo: 2 nov. 1990.

    a) O que significa oncorose?

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    b) Que rgos afeta?

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    c) Como adquirida?

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    d) Como se manifesta?

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    e) Qual a consequncia mais sria?

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    Talvez voc nunca tenha ouvido falar em oncorose, mas o desconhecimento do significado da palavra

    no impediu que compreendesse o texto. Desconhecer alguns termos um dos aspectos que pode dificultar a

    leitura. Mas, quando isso ocorre, o bom leitor sabe buscar as pistas que o texto fornece, isto , os elemen-

    userTypewriteroncorose uma doena tipica de comunidades primitivas

    userTypewriterAfeta os olhos,

    userTypewriter

    userTypewriterPode at a perda da viso.

    userTypewriterAtrvz da picada de um mosquito

    userTypewriterAps ser picado, cai na circulao sanguinea causando irritao ocular

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    tos conhecidos a partir dos quais pode elaborar suas hipteses. Outra dificuldade o desconhecimento dos

    fatores contextuais que permitem perceber quando um texto de fico ou de notcia, irnico ou literal e o

    que est implcito nele, que ideias defende, com quais argumentos, e assim por diante. preciso ter em men-

    te que aprender a ler textos mais sofisticados resultado da prtica contnua e diversificada de leitura

    02. (UFPE) Leia atentamente a poesia abaixo.

    CLICE

    Pai, afasta de mim esse clice

    Pai, afasta de mim esse clice

    Pai, afasta de mim esse clice

    De vinho tinto de sangue

    Como beber dessa bebida amarga

    Tragar a dor, engolir a labuta

    Mesmo calada a boca resta o peito

    Silncio na cidade no se escuta

    Pai, afasta de mim esse clice

    Pai, afasta de mim esse clice

    Pai, afasta de mim esse clice

    De vinho tinto de sangue

    De que me vale ser filho da santa

    Melhor seria ser filho da outra

    Outra realidade menos morta

    Tanta mentira, tanta fora bruta

    Como difcil acordar calado

    Se na calada da noite eu me dano

    Quero lanar um grito desumano

    Que uma maneira de ser escutado

    Esse silncio todo me atordoa

    Atordoado eu permaneo atento

    Na arquibancada pra a qualquer momento

    Ver emergir o monstro da lagoa

    Pai, afasta de mim esse clice

    Pai, afasta de mim esse clice

    Pai, afasta de mim esse clice

    De vinho tinto de sangue

    userTypewriter

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    De muito gorda a porca j no anda

    De muito usada a faca j no corta

    Como difcil, Pai, abrir a porta

    Essa palavra presa na garganta

    Esse pileque homrico no mundo

    De que adianta ter boa vontade

    Mesmo calado o peito resta a cuca

    Dos bbados do centro da cidade

    Pai, afasta de mim esse clice

    Pai, afasta de mim esse clice

    Pai, afasta de mim esse clice

    De vinho tinto de sangue

    Talvez o mundo no seja pequeno

    Nem seja a vida um fato consumado

    Quero inventar o meu prprio pecado

    Quero morrer do meu prprio veneno

    Quero perder de vez tua cabea

    Minha cabea perder teu juzo

    Quero cheirar fumaa de leo diesel

    Me embriagar at que algum me esquea.

    Gilberto Gil e Chico Buarque

    Explicite o significado conotativo (sentido figurado) do refro Pai, afasta de mim esse clice, relacionan-

    do-o com o momento poltico vivenciado pelo pas no perodo ps-64, quando esse texto foi produzido.

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    03. (Unicamp-SP)

    As videolocadoras de So Carlos esto escondendo suas fitas de sexo explcito. A deciso atende a uma

    portaria de dezembro de 1991, do Juizado de Menores, que probe que as casas de vdeo aluguem e vendam

    fitas pornogrficas a menores de 18 anos. A portaria probe ainda os menores de 18 anos de irem a motis e

    rodeios sem a companhia ou autorizao dos pais.

    FOLHA DE S.PAULO. So Paulo, 6 jun. 1992. C. Folha Sudeste

    a) Transcreva a passagem que produz efeito de humor.

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    userTypewriter

    userTypewriterpedindo que afastace todo o mal toda a angustia que possa lhe atingir.

    userTypewriter

    userTypewritera portaria probe ainda os menores de 18 anos de irem a motis e rodeios se a companhia ouautorizao dos pais.

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    b) Qual a situao engraada que essa mensagem permite imaginar?

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    c) Reescreva o trecho de forma a impedir tal interpretao.

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    A tirinha a seguir serve de base para as questes 04 e 05. Observe-a com ateno:

    04. Comparando a fala do primeiro balo com a do ltimo, CORRETO afirmar que:

    a) h uma relao intertextual entre elas, embora haja diferenas de estrutura sinttica entre uma e outra.

    b) sob o ponto de vista conceitual, a expresso lei da selva tem uma extenso mais ampla que lei da gravi-

    dade, que tem sentido especializado.

    c) a forma verbal Lamento sugere a relao respeitosa que as personagens estabelecem entre si na tirinha.

    d) a conjuno mas poderia ser substituda, somente no primeiro quadrinho, por porm ou no entanto.

    e) a expresso lei da gravidade no pode ser entendida, devido ao contexto sarcstico, como um termo

    tcnico da Fsica.

    05. A imagem no segundo quadrinho

    a) comprova que a lei da selva vlida em todas as situaes.

    b) incompatvel com o que ocorreu no primeiro quadrinho.

    c) refora o lamento do gato no comeo da tirinha.

    userTypewriterno poder deixar crianas menores de 18 anos ir a rodeios como se tratando de algo erradopois estava falando de sexo, que no tinha muito a ver uma coisa com a outra.

    userTypewriter

    userTypewritera portaria probe ainda os menores de 18 anos de irem a motis e a lugares com muita gente aglomerada, sem a permio dos pais

    userTypewriter

    userTypewriter

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    d) permite ao rato fazer a observao que est no ltimo balo.

    e) mostra a indignao do rato para com a postura do gato.

    06. O fragmento seguinte foi extrado do poema Sida, do poeta portugus Al Berto. Seu ttulo a sigla da

    doena Sndrome de Imuno-Deficincia Adquirida que no Brasil designada pelo correspondente em in-

    gls AIDS. Leia-o e assinale a alternativa CORRETA sobre ele:

    aqueles que tm nome e nos telefonam

    um dia emagrecem partem

    deixam-nos dobrados ao abandono

    no interior duma dor intil muda

    e voraz

    a) Os versos usam de humor para falar de um tema delicado.

    b) O trecho trata da impotncia humana diante da morte.

    c) O texto faz uma crtica moralista da podrido humana.

    d) O poema explora basicamente a decepo amorosa.

    e) A crtica ao sistema de telemarketing mostra o carter moderno do texto.

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    07. Charge para a questo

    A charge acima, do cartunista Benett, foi publicada no jornal Gazeta do Povo em 29/12/2008. Marque a

    alternativa que a analisa equivocadamente:

    a) A figura da caveira com a foice na mo representa o tema da morte.

    b) Quando a caveira sai de frias, significa que o contexto de paz.

    c) A caveira sempre est de planto, j que sempre ocorrem mortes.

    d) Quando a caveira est de planto o quadro de guerra.

    e) A charge faz aluso guerra entre palestinos e judeus.

    08. Leia atentamente:

    As minas terrestres so um flagelo no mundo todo. Em 2006 foram reportados acidentes em 68 pases e

    sete reas no reconhecidas como naes independentes em todos os continentes. impossvel saber quais

    so os pases com maiores campos minados, j que os exrcitos e grupos armados no mantm registros con-

    fiveis. Angola, por sua extenso territorial e dcadas de luta pela independncia e guerra civil, certamente

    est entre os primeiros, junto ao Camboja e ao Afeganisto. Os trs pases receberam em 2006 um total de

    US$ 165,3 milhes, destinados ao suporte para atividades antiminas somente no Afeganisto, sete ONGs

    nacionais e diversas entidades internacionais como Halo Trust, Danish Demining Group (DDG) e Monitoring,

    Evaluation and Training Agency (META) atuam na desminagem. Desde 1991, apenas dois anos depois de os

    mujahedins expulsarem os ltimos soldados soviticos, j foram doados mais de US$ 500 milhes para ativi-

    dades antiminas no pas, que possui uma das mais antigas misses da ONU com esse objetivo. J o Camboja

    recebeu metade desses recursos nos ltimos 16 anos, sendo que uma mina no plantada no pas desde mea-

    dos dos anos 70. Na Amrica Latina, por outro lado, apenas trs pases apareceram na lista preparada pelo

    Landmine Monitor com os trinta maiores recebedores de recursos para aes antiminas em 2006: Nicargua,

    com US$ 5,72 milhes; Colmbia, com US$ 4,33 milhes; e Chile, com US$ 2,33 milhes. Com to poucos

    recursos, um tenso conflito interno sem soluo vista e a informao de que uma mina no detonada fica

    ativa no solo por at 60 anos, sendo que os grupos armados que atuam na Colmbia usam esses artefatos

    explosivos mais intensamente h 17 anos, seria fcil prever h alguns anos que o pas tomaria rapidamente a

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    ponta do ranking mundial em vtimas de minas, com a possibilidade bastante real de ocupar esse posto por

    dcadas.

    http://rollingstone.com.br/edicao/16/o-perigo-mora-ao-lado

    Assinale a alternativa em que a reescritura do trecho impossvel saber quais so os pases com

    maiores campos minados, j que os exrcitos e grupos armados no mantm registros confiveis preserva o

    sentido original do texto e est de acordo com a norma culta.

    a) Exrcitos e grupos armados no mantm registros confiveis, porque impossvel saber quais so os pa-

    ses com maiores campos minados.

    b) No se sabe quais so os pases com maiores campos minados, ainda que os exrcitos e grupos

    armados no mantenham registros confiveis.

    c) impossvel saber quais so os pases com maiores campos minados, j que registros confiveis no so

    mantidos pelos exrcitos e grupos armados.

    d) impossvel saber quais so os pases com maiores campos minados, posto que os exrcitos e grupos ar-

    mados no mantenham registros confiveis.

    e) Exrcitos e grupos armados no mantm registros confiveis, porquanto impossvel saber quais so os

    pases com maiores campos minados.

    O texto a seguir serve de base para as questes 09 e 11.

    UM SONHO DE SIMPLICIDADE

    Ento, de repente, no meio dessa desarrumao feroz da vida urbana, d na gente um sonho de simplicidade.

    Ser um sonho vo? Detenho-me um instante, entre duas providncias a tomar, para me fazer essa pergunta.

    Por que fumar tantos cigarros? Eles no me do prazer algum; apenas me fazem falta. uma necessidade

    que inventei. Por que beber usque, por que procurar a voz de mulher na penumbra ou os amigos no bar para

    dizer coisas vs, brilhar um pouco, saber intrigas? Uma vez, entrando numa loja para comprar uma gravata,

    tive de repente um ataque de pudor, me surpreendendo assim, a escolher um pano colorido para amarrar ao

    pescoo. Mas, para instaurar uma vida mais simples e sbia, seria preciso ganhar a vida de outro jeito, no

    assim, nesse comrcio de pequenas pilhas de palavras, esse ofcio absurdo e vo de dizer coisas, dizer coi-

    sas... Seria preciso fazer algo de slido e de singelo; tirar areia do rio, cortar lenha, lavrar a terra, algo de

    til e concreto, que me fatigasse o corpo, mas deixasse a alma sossegada e limpa. Todo mundo, com certeza,

    tem de repente um sonho assim. apenas um instante. O telefone toca. Um momento! Tiramos um lpis do

    bolso para tomar nota de um nome, de um nmero... Para que tomar nota? No precisamos tomar nota de

    nada, precisamos apenas viver sem nome, nem nmero, fortes, doces, distrados, bons, como os bois, as man-

    gueiras e o ribeiro. (Rubem Braga, 200 crnicas escolhidas)

  • 13

    09. Em seu sonho de simplicidade, o cronista Rubem Braga idealiza sobretudo

    a) uma depurao maior no seu estilo de escrever, marcado por excessivo refinamento.

    b) as pequenas necessidades da rotina, que cada um de ns cria inconscientemente.

    c) uma relao mais direta e vital do homem com os demais elementos da natureza.

    d) o aperfeioamento do esprito, por meio de reflexes constantes e disciplinadas.

    e) a paixo ingnua que pode nascer com a voz de uma mulher na penumbra.

    10. Considere as seguintes afirmaes:

    I. O cronista condiciona a conquista de uma vida mais simples possibilidade de viver sem precisar produzir

    nada, sem executar qualquer tipo de trabalho, afora o da pura imaginao.

    II. Alimentar um sonho de simplicidade , na perspectiva do cronista, uma caracterstica exclusiva dos es-

    critores que no mantm relaes mais concretas com o mundo.

    III. Cigarros, gravatas e telefones so elementos utilizados pelo cronista para melhor concretizar o mundo

    que representa uma anttese ao seu sonho de simplicidade.

    Em relao ao texto, est correto SOMENTE o que se afirma em:

    a) I.

    b) II.

    c) III.

    d) I e II.

    e) II e III.

    11. Na frase: ... mas, para instaurar uma vida mais simples e sbia, seria preciso ganhar a vida de outro

    jeito, no assim, nesse comrcio de pequenas pilhas de palavras, esse ofcio absurdo e vo de dizer coisas,

    dizer coisas..., o cronista:

    a) ressalta, com a repetio de dizer coisas, a importncia de seu trabalho de escritor, pelo qual revela aos

    outros as verdades mais profundas.

    b) justifica com a expresso comrcio de pequenas pilhas de palavras a viso depreciativa que tem de seu

    prprio ofcio.

    c) apresenta como consequncia de instaurar uma vida mais simples e sbia o fato de ganhar a vida de outro

    jeito.

    d) utiliza a expresso no assim para apontar uma restrio vida que seria preciso ganhar de outro jeito.

    e) se vale da expresso ofcio absurdo e vo para menosprezar o trabalho dos escritores que se

    recusam a profissionalizar-se.

  • 14

    12. Leia o texto a seguir:

    FURTO DE FLOR

    Furtei uma flor daquele jardim. O porteiro do edifcio cochilava, e eu furtei a flor. Trouxe-a para casa e

    coloquei-a no copo com gua. Logo senti que ela no estava feliz. O copo destina-se a beber e flor no para

    ser bebida. Passei-a para o vaso e notei que ela me agradecia, revelando melhor sua delicada composio.

    Quantas novidades h numa flor se a contemplarmos bem. Sendo autor do furto, eu assumira a obrigao de

    conserv-la. Renovei a gua do vaso, mas a flor empalidecia. Temi por sua vida. No adiantava restitu-la ao

    jardim. Nem apelar para o mdico de flores. Eu a furtara, eu a via morrer. J murcha, e com a cor particular

    da morte, peguei-a docemente e fui deposit-la no jardim onde desabrochara. O porteiro estava atento e

    repreendeu-me:

    Que ideia a sua, vir jogar lixo de sua casa neste jardim!

    Carlos Drummond de Andrade. Contos plausveis. RJ, Jos Olympio, 1985. p. 80

    Leia as afirmativas abaixo e coloque V para VERDADEIRO ou F para FALSO e em seguida assinale a alterna-

    tiva que representa a sequncia correta.

    ( ) O texto Furto de Flor predominantemente narrativo.

    ( ) O autor ao longo do texto vai construindo um misto de narrativa e texto subjetivo.

    ( ) O autor usou a 1 pessoa para, supostamente, aproximar-se do personagem da narrativa.

    ( ) Apenas pela leitura do ttulo do texto, pode-se afirmar que o texto narrativo.

    a) ( ) VVFF

    b) ( ) VFFV

    c) ( ) VFVF

    d) ( ) FVFF

    13. Leia as afirmativas abaixo e coloque V para VERDADEIRO ou F para FALSO e em seguida assinale a

    alternativa que representa a seqncia CORRETA.

    ( ) O autor parece supor que no copo a flor no estava satisfeita, pois ela poderia se sentir amedrontada,

    uma vez que corria o risco de ser bebida.

    ( ) Ao longo do texto, o personagem vai gradativamente buscando manter a flor viva, mas no feliz no seu

    intento, pois a retirou de seu habitat natural.

    ( ) Segundo o texto de Drummond, a condio para haver novidade numa flor, sem agredi-la, apenas admi-

    r-la.

    a) ( ) Somente o item II falso.

    b) ( ) Os itens II e III so falsos.

    c) ( ) Todos os itens so verdadeiros.

  • 15

    d) ( ) Somente os itens II e III so verdadeiros.

    14. Leia o texto a seguir.

    NASCE UM ESCRITOR

    O primeiro dever passado pelo novo professor de portugus foi uma descrio tendo o mar como tema. A

    classe inspirou-se, toda ela, nos encapelados mares de Cames, aqueles nunca dantes navegados (...) Prisio-

    neiro no internato, eu vivia na saudade das praias do Pontal onde conhecera a liberdade e o sonho. O mar de

    Ilhus foi o tema de minha descrio. Padre Cabral levara os deveres para corrigir em sua cela. Na aula se-

    guinte, entre risonho e solene, anunciou a existncia de uma vocao autntica de escritor naquela sala de

    aula. Pediu que escutassem com ateno o dever que ia ler. Tinha certeza, afirmou, que o autor daquela pgi-

    na seria no futuro um escritor conhecido. No regateou elogios. Eu acabara de completar onze anos. Passei a

    ser uma personalidade, segundo os cnones do colgio, ao lado dos futebolistas, dos campees de matemti-

    ca (...), dos que obtinham medalhas. Fui admitido numa espcie de Crculo Literrio onde brilhavam alunos

    mais velhos. Nem assim deixei de me sentir prisioneiro (...). Houve, porm, sensvel mudana na limitada vida

    do aluno interno: o padre Cabral tomou-me sob sua proteo e colocou em minhas mos livros de sua estante.

    Primeiro As Viagens de Gulliver", depois clssicos portugueses, tradues de ficcionistas ingleses e france-

    ses. (...) Recordo com carinho a figura do jesuta portugus erudito e amvel. Menos por me haver anunciado

    escritor, sobretudo por me haver dado o amor aos livros, por me haver revelado o mundo da criao liter-

    ria. Ajudou-me a suportar aqueles dois anos de internato, a fazer mais leve a minha priso, minha primeira

    priso. (...) Jorge Amado

    Uma anlise da forma como o texto est construdo nos faz reconhec-lo como um texto predominantemen-

    te:

    a) ( ) descritivo, pelo qual se atribui qualidade aos lugares e s pessoas que compem a cena.

    b) ( ) expositivo, em que alguns fenmenos so identificados, definidos e exemplificados.

    c) ( ) instrucional, que incita ao, a um modo de operar; da a fora imperativa dos verbos.

    d) ( ) narrativo, organizado em sequncias temporais e indicao circunstancial de lugar.

    15. Mas Lusa, a Luisinha, saiu muito boa dona de casa; tinha cuidados muito simpticos nos seus arranjos;

    era asseada, alegre como um passarinho, como um passarinho amiga do ninho e das carcias do macho; e aque-

    le serzinho louro e meigo veio a dar sua casa um encanto srio... Estavam casados havia trs anos. Que

    bom tinha sido! Ele prprio melhorara; achava-se mais inteligente, mais alegre... E aquela existncia fcil e

    doce, soprava o fumo do charuto, a perna traada, a alma dilatada, sentindo-se bem na vida como no seu ja-

    queto de flanela! QUEIRS, Ea de. O primo Baslio.

    No texto encontra-se:

  • 16

    a) ( ) um narrador de 3 pessoa que, do ponto de vista da figura feminina, narra as aventuras de um casal

    apaixonado.

    b) ( ) narrador-personagem, identificado como o marido de Lusa, que enaltece os prazeres do amor.

    c) ( ) um narrador-personagem que descreve a mulher como uma dona de casa cuidadosa e inteligente, atri-

    butos incomuns na poca.

    d) ( ) um narrador onisciente que, por meio do discurso indireto livre, desvenda os pensamentos do marido de

    Lusa.

    16. Considere o texto:

    "O incidente que se vai narrar, e de que Antares foi teatro na sexta-feira, 13 de dezembro, do ano de 1963,

    tornou essa localidade conhecida e de certo modo famosa da noite para o dia. (...) Bem, mas no convm an-

    tecipar fatos nem ditos. Melhor ser contar primeiro, de maneira to sucinta e imparcial quanto possvel, a

    histria de Antares e de seus habitantes, para que se possa ter uma ideia mais clara do palco, do cenrio e

    principalmente das personagens principais, bem como da comparsaria, desse drama talvez indito nos anais

    da espcie humana." (rico Verssimo)

    Assinale a alternativa que evidencia o papel do narrador no fragmento acima:

    a) O narrador tem senso prtico, utilitrio e quer transmitir uma experincia pessoal.

    b) um narrador introspectivo, que relata experincias que aconteceram no passado, em

    1963.

    c) Em atitude semelhante de um jornalista ou de um espectador, escreve para narrar o que aconteceu com

    x ou y em tal lugar ou tal hora.

    d) um narrador neutro, que no deixa o leitor perceber sua presena.

    17. Observe o trecho a seguir, retirado de "Cemitrio de elefantes", de Dalton Trevisan.

    H um cemitrio de bbados na minha cidade. Nos fundos do mercado de peixe e margem do rio ergue-se o

    velho ingazeiro - ali os bbados so felizes. A populao considera-os animais sagrados, prov as suas neces-

    sidades de cachaa e peixe com piro de farinha. No trivial, contentam-se com as sobras do mercado. Quan-

    do ronca a barriga, ao ponto de perturbar-lhes a sesta, saem do abrigo e, arrastando os pesados ps, ati-

    ram-se luta pela vida. Enterram-se no mangue at os joelhos na caa ao caranguejo ou, tromba vermelha no

    ar, espiam a queda dos ings maduros. Elefantes mal feridos coam perebas, sem nenhuma queixa, escarra-

    pachados sobre as razes que servem de cama e cadeira, a beber e beliscar pedacinho de peixe.

    A respeito desse trecho pode-se afirmar que:

    a) O tratamento dado ao tema sarcstico e at satrico.

    b) Os pormenores da descrio so ndices da revolta das personagens.

    c) O tema caracteriza o texto como um conto policial.

  • 17

    d) O texto trata de um fato do cotidiano narrado na primeira pessoa.

    O texto a seguir serve de base para as questes 18 a 20.

    A gua mineral hoje associada ao estilo de vida saudvel e ao bem-estar. As garrafinhas de gua

    mineral j se tornaram acessrios de esportistas e, em casa, muita gente nem pensa

    em tomar o lquido que sai da torneira compra gua em garrafas ou gales. Nos ltimos dez anos, em todo o

    planeta, o consumo de gua mineral cresceu 145% e passou a ocupar um lugar de destaque nas preocupa-

    es de muitos ambientalistas. O foco no est exatamente na gua, mas na embalagem. A fabricao das

    garrafas plsticas usadas pela maioria das marcas um processo industrial que provoca grande quantidade

    de gases, agravando o efeito estufa. Ao serem descartadas, elas produzem montanhas de lixo que nem sem-

    pre reciclado.

    Muitas entidades ambientalistas tm promovido campanhas de conscientizao para esclarecer que,

    nas cidades em que a gua canalizada bem tratada, o lquido que sai das torneiras em nada se diferencia da

    gua em garrafas. As campanhas tm dado resultado nos lugares onde h preocupao geral com o ambiente

    e os moradores confiam na gua encanada.

    Apenas nos Estados Unidos, os processos de fabricao e reciclagem das garrafas plsticas consu-

    miram 17 milhes de barris de petrleo em 2006. Esses processos produziram 2,5 milhes de toneladas de

    dixido de carbono e outros gases do efeito estufa, poluio equivalente de 455.000 carros rodando nor-

    malmente durante um ano. O dano multiplicado por trs quando se consideram as emisses provocadas por

    transporte e refrigerao das garrafas.

    O problema comprovado e imediato causado pelas embalagens de gua o espao que elas ocupam ao

    serem descartadas. Como demoram pelo menos cem anos para degradar, elas fazem com que o volume de lixo

    no planeta cresa exponencialmente. Quando no vo para aterros sanitrios, os recipientes abandonados

    entopem bueiros nas cidades, sujam rios e acumulam gua que pode ser foco de doenas, como a dengue. A

    maioria dos ambientalistas reconhece evidentemente que, nas regies nas quais no recomendvel consumir

    gua diretamente da torneira, quem tem poder aquisitivo para comprar gua mineral precisa faz-lo por uma

    questo de segurana. De acordo com relatrio da ONU divulgado recentemente, 170 crianas morrem por

    hora no planeta devido a doenas decorrentes do consumo de gua imprpria.

    Adaptado de Rafael Corra e Vanessa Vieira. Veja. 28 de novembro de 2007, p. 104-105

    18. Conclui-se corretamente do segundo pargrafo do texto que parte da soluo do problema apresentado

    est na:

    a) interferncia de ambientalistas no controle da fabricao das garrafas de plstico.

  • 18

    b) definio do espao onde as garrafas possam ser descartadas, evitando o entupimento de bueiros o ac-

    mulo de gua.

    c) possibilidade, ainda que remota, de distribuio de gua mineral em regies onde no h gua canalizada.

    d) substituio das embalagens plsticas, para que no restem resduos na natureza, degradando-a.

    e) oferta de gua canalizada de boa qualidade, para diminuir o engarrafamento de gua mineral em todo o

    mundo.

    19. O argumento que justifica a preocupao com o meio ambiente, de acordo com o texto, est na afirmati-

    va:

    a) A gua mineral hoje associada ao estilo de vida saudvel e ao bem-estar.

    b) Nos ltimos dez anos, em todo o planeta, o consumo de gua mineral cresceu 145% ...

    c) As garrafinhas de gua mineral j se tornaram acessrios de esportistas...

    d) Muitas entidades ambientalistas tm promovido campanhas de conscientizao...

    e) As campanhas tm dado resultado nos lugares onde h preocupao geral com o ambiente...

    20. Identifica-se relao de causa e consequncia, respectivamente, no segmento:

    a) O foco no est exatamente na gua, mas na embalagem.

    b) As campanhas tm dado resultado nos lugares onde h preocupao geral com o ambiente e os moradores

    confiam na gua encanada.

    c) Apenas nos Estados Unidos, os processos de fabricao e reciclagem das garrafas plsticas consumiram

    17 milhes de barris de petrleo em 2006.

    d) Como demoram pelo menos cem anos para degradar, elas fazem com que o volume de lixo no planeta cres-

    a exponencialmente.

    e) Quando no vo para aterros sanitrios, os recipientes abandonados entopem bueiros nas cidades, sujam

    rios e acumulam gua...

    NOVE DICAS PARA MELHORAR A INTERPRETAO DE TEXTOS

    A leitura o meio mais importante para chegarmos ao conhecimento, portanto, precisamos aprender a ler e

    no apenas passar os olhos sobre algum texto. Ler, na verdade, dar sentido vida e ao mundo, dominar

    a riqueza de qualquer texto, seja literrio, informativo, persuasivo, narrativo, possibilidades que se mistu-

    ram e as tornam infinitas. preciso, para uma boa leitura, exercitar-se na arte de pensar, de captar ideias,

    de investigar as palavras, eis algumas dicas:

    01. Ler todo o texto, procurando ter uma viso geral do assunto;

    02. Se encontrar palavras desconhecidas, no interrompa a leitura;

  • 19

    03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos duas vezes;

    04. Inferir;

    05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;

    06. No permitir que prevaleam suas ideias sobre as do autor;

    07. Fragmentar o texto (pargrafos, partes) para melhor compreenso;

    08. Verificar, com ateno e cuidado, o enunciado de cada questo;

    09. O autor defende ideias e voc deve perceb-las;

    01. IDEIAS EXPLCITAS E IDEIAS IMPLCITAS

    EXPLCITO O QUE, LITERALMENTE, EST ESCRITO. Observe:

    Joo estuda todos os dias apostilas e questes referentes a concurso pblico.

    Voc no pode afirmar que ele far concurso pblico, porque a informao no afirma isso, mas implicita-

    mente pode-se deduzir, ou seja, ento a informao est implcita.

    IMPLCITO: ALGO QUE EST ENVOLVIDO NUM DETERMINADO CONTEXTO, MAS NO REVELADO, DEIXADO SUBEN-

    TENDIDO, APENAS SUGERIDO. Quando lidamos com uma informao que no foi dita, mas tudo que dito nos

    leva a identific-la, estamos diante de algo implcito.

    Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas.

    A frase expressa explicitamente que:

    a) ele frequentou um curso superior;

    b) ele aprendeu algumas coisas.

    Implicitamente: ao ligar essas duas informaes com um mas comunica tambm sua crtica ao sistema da

    Educao Superior.

    Observao: fique atento s informaes implcitas, principalmente, em gneros publicitrios, charge, tiras.

    ATIVIDADE DE FIXAO 01

  • 20

    01. O que a opinio que Flecha deixa implcita?

    02. Em qual das duas opinies Flecha realmente acredita?

    03. Qual a passagem da tira que permitiu que Voc chegasse a essa concluso?

    O segundo aspecto a observar :

    02. PONTUAO, especialmente a VRGULA, pois a vrgula modifica o sentido do que se quer dizer.

    Vamos entender um aposto explicativo ou uma orao explicativa.

    Observe:

    Os efeitos do Gingko no crebro

    ANTIOXIDANTE

    Restringe a criao de radicais livres, molculas de oxignio altamente reativas, que podem prejudicar

    os neurnios e causar mudanas no crebro relacionadas idade.

    Alivia os efeitos de isquemia cerebral, a perda do fluxo sanguneo ao crebro, pela inibio da produ-

    o de radicais livres txicos aps um episodio isqumico.

    Melhora a absoro de glicose - combustvel bsico do corpo - nos crtex frontal e parietal, reas do

    crebro importantes para o processamento de informaes sensoriais e para o planejamento de aes com-

    plexas.

    Por Mark A. McDaniel, Steven F. Maier e Gilles O. Einstein, em http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/as_controversias_do_gingko_biloba.html

    Nas quatro ocorrncias, do texto acima, o contedo entre vrgulas ou intercada pelo - so explica-

    es para certos termos cujo significado leitor pode desconhecer. Chamamos de aposto explicativo e no

  • 21

    momento da interpretao devem ser observados como explicaes complementares. O mesmo ocorre quan-

    do h uma orao explicativa.

    Observe:

    A criao de radicais livres, que so molculas de oxignio altamente reativas, reduz-se com Gingko

    Biloba.

    Entretanto, h de se tomar cuidado quando ocorrem situaes que podem ser restritivas, VEJA:

    I. Os Estados, que devem ao governo, tero o crdito cortado pelo Banco Central.

    II. Os Estados que devem ao governo tero o crdito cortado pelo Banco Central.

    Observe que o que diferencia as duas oraes so as vrgulas. No caso I vale a regra da orao expli-

    cativa, ou seja, se estiver entre vrgulas uma explicao, e como tal deve ser entendida, no caso acima,

    todos os estados devem ao governo.

    Se a orao no estiver separada por vrgulas caso II restritiva, isto , funciona como adjunto

    adnominal e significa que apenas alguns Estados devem ao governo.

  • 22

    ATIVIDADE DE FIXAO 02

    Compare os enunciados e esclarea o sentido de cada um deles.

    II. O nosso stio que fica perto da cidade lindo.

    II. O nosso sitio, que fica perto da cidade, lindo.

    02. Para somar ao trabalho que faz com a msica, o cantor embarcou tambm em trs livros (...) Por que

    no poderia haver vrgula depois de trabalho?

    03. Para somar seu trabalho, que para ele como um hobby, o cantor embarcou em trs livros. Explique a

    necessidade de vrgula depois de trabalho.

    02.1. VOCATIVO

    Observe a mudana de sentido com a presena do vocativo e, claro, da pontuao.

    Voc viu o professor Lus?

    - Vou lhes contar outro caso pessoal.

    - Oua meu amigo

    Agora, com vrgula:

    - Voc viu o professor, Lus?

    - Vou lhes contar outro caso, pessoal.

    - Oua, meu amigo.

    O sentido bem diferente!

    Por isso, no podemos menosprezar a importncia da vrgula do vocativo. Ela necessria, pois nos d

    a certeza de estarmos comunicando aquilo que de fato queremos e quando estamos INTERPRETANDO tam-

    bm.

  • 23

    ENTENDA VOCATIVO

    Vocativo: a palavra, termo, expresso utilizada pelo falante para se dirigir ao interlocutor por meio do

    prprio nome, de um substantivo, adjetivo (caracterstica) ou apelido. Muitas vezes vem acompanhada por

    uma entonao exclamativa ou apelativa. Geralmente separado por vrgulas, mas pode aparecer tambm

    com sinal de exclamao, interrogao, etc. Exemplos: Lembre-se, meu filho, de que a vida feita de desa-

    fios. Meu filho, lembre-se de que a vida feita de desafios. Mame? A senhora j acordou!!

    ATIVIDADE DE FIXAO 03

    Qual o sentido do par de frases a seguir:

    Esse, juiz, corrupto.

    Esse juiz corrupto.

    03. CRASE, essa outra conveno da Lngua Portuguesa que pode contribuir para uma interpretao

    equivocada. Como voc j sabe as palavras adquirem sentidos diferentes e por isso exigem regncia diferen-

    te. Veja alguns exemplos.

    Verbo Significado Regncia da

    preposio

    Exemplo

    assistir socorrer ajudar - O mdico assistiu o doente.

    assistir ver, estar presente a Assistimos aula com ateno.

    aspirar Sorver, atrair o ar para os pulmes - bom aspirar o ar marinho

    aspirar Desejar, pretender a Os jogadores aspiram medalha de ouro.

    ENTENDA REGNCIA

  • 24

    Algumas palavras precisam de um argumento necessrio para as completar o seu sentido e algumas delas

    no se completam sem uma preposio (a, ante, at , com, contra de, em, entre...etc) Quando ocorre ento a

    fuso da preposio (a) com o artigo (a) representada graficamente pelo acento grave. Como pode ocor-

    rer? Sou contrrio ideia de demisso do gerente. Observe que o termo contrrio s tem sentido se hou-

    ver continuidade e ele precisa da preposio a, como o termo ideia feminino houve a fuso de preposi-

    o + artigo. Se for termo regido, aceita o artigo a/as: a palestra, chegar a Exemplos: Chegou atrasado

    palestra.

    ATIVIDADE DE FIXAO 04

    Leia o texto seguinte:

    Antes de comear a aula matria e exerccios no quadro, como muita gente entende -, o mestre sempre

    declamava um poema e fazia vibrar sua alma de tanta empolgao e os alunos ficavam admirados. Com a

    sutileza de um sbio foi nos ensinando a linguagem potica mesclada ao ritmo, melodia e a prpria sensibi-

    lidade artstica. Um verdadeiro deleite para o esprito, uma sensao de paz, harmonia.

    T. Osrio, Meu Querido Professor. In: JORNAL VALE PARAIBANO, 15 out. 1999.

    a) Qual a interpretao que pode ser dada ausncia da crase no trecho a prpria sensibilidade artstica?

    b) Qual seria a interpretao do trecho caso houvesse crase?

  • 25

    04. ORDEM DIRETA E INDIRETA DOS TERMOS NA FRASE

    Observe agora mudana de sentido com a alterao dos termos na frase:

    - O policial irritado deu uma advertncia ao motorista.

    - Irritado, o policial deu uma advertncia ao motorista.

    - O policial, irritado, deu uma advertncia ao motorista.

    Na primeira frase, o adjetivo individualiza ou aponta uma qualidade constante do sujeito:

    sugere-se que, dentre vrios policiais, foi o policial irritado que deu a advertncia. Nas duas outras

    frases, o adjetivo sugere o estado em que o policial estava no momento da ocorrncia do fato.

    ATIVIDADE DE FIXAO 05

    Compare os enunciados esclarea o sentido de cada um deles.

    I. O homem nervoso chegou hoje.

    II. O homem chegou nervoso hoje.

    05. ASPAS usadas dentro de determinados enunciados alteram o sentido normal das palavras,

    OBSERVE:

    Eu, leitora

    FUI ENGANADA POR UM AMOR VIRTUAL

    A tradura R.M.C, 31 anos, conheceu o homem perfeito em um bate-papo na internet e comeou a

    namorar. Em sete meses, viveu o maior amor que algum pode sentir na vida, at descobrir que

    amava um estranho: tudo que ele tinha contado era mentira.

    Marie Claire, So Paulo, Globo, abril 2000. Disponvel em http://marieclaire.globo.com/edic109/eu_leitora1.htm

    A ocorrncia nas duas situaes das aspas adquire um sentido contrrio ao que est escrito

    constituindo-se numa ironia. E como tal modifica a interpretao do texto.

    Veja mais um exemplo:

  • 26

    Nessa tira, as cobras esto refletindo sobre o significado do Natal e uma delas utiliza a ex-

    presso eterno agora do infinito para questionar o chamado esprito natalino. O uso das aspas em

    agora, produz alguns efeitos, como: (1) realar a contradio eterno/agora a fim de criticar, de

    forma bem humorada, os apelos ao consumismo que se acentuam em alguns perodos, como o Natal e

    outras datas, explorados comercialmente; (2) marcar a negociao do sujeito com o Outro, as aspas

    indicam que a palavra empregada no a mais adequada para designar o que o enunciador pretende,

    pois pode no corresponder exatamente realidade. Fonte:

    http://www.letras.ufscar.br/linguasagem/edicao06/artigos_lima.php

    Entretanto, bom lembrar que o uso de aspas tambm ocorre em outras situaes, por

    exemplo, quando se faz a citao da voz de Outro. Osvaldo Ferreira de Melo aponta para a neces-

    sidade de os indivduos contarem com a certeza de que seus direitos garantidos pela ordem jurdica

    sejam efetivos.

    ATIVIDADE DE FIXAO 06

    Justifique o uso de aspas neste enunciado: Ele ficou muito alegre com a visita da sogra.