Exercicios de Forca e Musculacao

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Manual de exercícios de musculação para um melhor desempenho no treino desportivo.

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    Curso Exerccios de fora e musculaoLio 01: TreinamentoTreinamento

    Quando um ponto fraco descoberto em qualquer um dos tecidos, imediatamente so tomadasprovidncias para o fortalecimento desta posio colocada em perigo. Uma solicitao intensa deresistncia muscular conduz, p. ex., a uma reabsoro das reservas de glicognio. Nas fases derecuperao o organismo no reage simplesmente com o restabelecimento do depsito aos seusantigos nveis, mas supercompensa, isto , ele aumenta o efetivo do depsito. A condio prvia paraque tal acontea a ultrapassagem de um limiar crtico de estmulo. Nesta forma de reao doorganismo baseia-se, em princpio, todo o treinamento fsico. (...) O organismo esfora-se paraconseguir com um mnimo de gastos um mximo de eficincia.

    A decomposio de estruturas celulares, o esgotamento dos depsitos de energia nos rgos etecidos sob solicitao fsica, provocam, sobretudo, os processos para a reformulao morfolgica efuncional. Nisto a rapidez das modificaes que se processam no organismo em atividade influenciaevidentemente os processos de recomposio. Solicitaes no treinamento de alta intensidade, squais se seguem outras de menor intensidade, possivelmente oferecem melhores condies para aevoluo de mecanismos anabolizantes (worobjew, 1972).

    Baseados sobretudo nas pesquisas de meerson (1973) acredita-se que podem ser distinguidosdiversas etapas de adaptao como reao ao treinamento. A primeira representa a ativao daproduo de energia nas clulas, a segunda a sntese de cidos nucleicos, a terceira a formaoadicional de protenas (hipertrofia).

    Em princpio no se tem condies de utilizar voluntariamente por completo as suas potencialidadesrealmente existentes sem que haja uma situao especial. (...) Somente indivduos bem treinados eem plena forma tm condies de mobilizar suas potencialidades at o nvel de aproximadamente90%. Contudo tambm ainda permanecem portanto cerca de 10% da capacidade total dedesempenho que somente ser explorado em situaes especiais ou pela ao de drogas (doping).Alm disso o efeito de treinamento depende de fatores endgenos e exgenos. Os endgenos sosobretudo de natureza gentica. Os estudos ainda so preliminares para que se possa responder questo de at que ponto a possibilidade de treinamento e o desempenho desportivo ficam limitadospelo gentipo.

    Experincias ( klissouras - 1972) concluram-se, com toda precauo, que evidentemente otreinamento fsico no melhora a capacidade fsica de desempenho alm daquele limite pr-estabelecido pelo gentipo. Tambm a prtica desportiva apresenta-se de acordo com o exposto.Portanto, praticamente impossvel transformar um corredor de fundo em um velocista, e vice-versa. Tambm neste caso a explicao mais plausvel residiria no gentipo.Foi qualificado o treinamento como uma repetio sistemtica de tenses musculares pr-definidassupraliminares com reflexos de adaptao morfolgicos e funcionais, cuja finalidade seja o aumentoda performance.

  • O treinamento deve considerar a capacidade individual de desempenho fsico e disponibilidade dessedesempenho.

    A expresso "estar treinado" caracteriza-se pelo estado de capacidade aumentada de desempenhoem por uma disponibilidade maior do esforo em conseqncia do treinamento.

    Lio 02: Bases Fisiolgicas da Fora MuscularBases Fisiolgicas da Fora Muscular

    Um estmulo acima do limiar provoca uma despolarizao das membranas celulares combinada comos processos metablicos anteriormente descritos.

    A velocidade da onda de ativao que passa pela fibra importa em 10-15 m/seg. no msculoesqueltico do homem. uma temperatura muscular mais elevada aumenta velocidade. se umestmulo atinge o msculo no perodo de latncia, ele no desencadear uma reao em virtude deuma inexcitabilidade momentnea. o tempo em que no pode ser provocada qualquer contrao porvias nervosas, chamado de perodo refratrio. quando vrias ondas de contrao evoluemsimultaneamente sobre o msculo, haver um aumento da contrao (superposio) em virtude doefeito de somao. uma gradao na seqncia dos estmulos no permitir mais ao msculo chegarao relaxamento, definitivo. este estado chamado de "ttano". nele obtida a maior fora muscular.A contrao muscular esqueltica no homem do tipo do ttano perfeito.

    Durante o repouso fsico existe geralmente um estado de contrao discreto em conseqncia dedescargas assncronas de impulsos. Este estado de tnus muscular mantido ativo pelas fibras-gama, que provocam uma contrao das fibras intrafsicas. A inervao-gama processa-sedeterminantemente atravs do sistema extrapiramidal (formao reticular). As descargas dasterminaes nervosas sensoriais dos fusos musculares ativam os motoneurnios alfa atravs dosnervos aferentes. Como resultado deste mecanismo a musculatura fica extraordinariamentepreparada para uma resposta rpida dos impulsos motores (aumento do tnus muscular no "estadopre-desencadeante").

    De acordo com as exposies anteriores a fora muscular pode ser regulada da seguinte maneira:1. atravs do nmero de unidade motoras solicitadas;

    Atravs da freqncia de impulsos.

    Lio 03: Mecanismo Geral da Contrao MuscularMecanismo Geral da Contrao Muscular

    O incio e a execuo da contrao muscular ocorrem nas etapas seqenciais seguintes:1. um potencial de ao trafega ao longo de um nervo motor at suas terminaes nas fibrasmusculares.

    2. em cada terminao, o nervo secreta pequena quantidade da substncia neurotransmissoraacetilcolina.

    3. essa acetilcolina atua sobre rea localizada da membrana da fibra muscular, abrindo numerosos

  • canais acetilcolina-dependentes dentro de molculas proticas na membrana da fibra muscular.

    4. a abertura dos canais de acetilcolina permite que grande quantidade de ons sdio flua paradentro da membrana da fibra muscular no ponto do terminal neural. isso desencadeia um potencialde ao na fibra muscular.

    5. o potencial de ao cursa ao longo da membrana da fibra muscular da mesma forma como opotencial de ao cursa pelas membranas neurais.

    6. o potencial de ao despolariza a membrana da fibra muscular e tambm passa para aprofundidade da fibra muscular, onde faz com que o retculo sarcoplasmtico libere para asmiofibrilas grande quantidade de ons clcio, que estavam armazenados no interior do retculosarcoplasmtico.

    7. os ons clcio provocam grandes foras atrativas entre os filamentos de actina e de miosina,fazendo com que eles deslizem entre si, o que constitui o processo contrtil.

    8. aps frao de segundo, os ons clcio so bombeados de volta para o retculo sarcoplasmtico,onde permanecem armazenados at que novo potencial de ao muscular chegue; essa remoo dosons clcio da vizinhana das miofibrilas pe fim contrao. (guyton - 68-69 )

    Lio 04: Fora MuscularFora Muscular

    Alteraes no recrutamento das unidades motoras e o padro de disparo explicam provavelmentegrande parte do aprimoramento na fora induzido pelo treinamento de resistncia, especialmentedurante os primeiros estgios desse treinamento.

    Designao genrica para fora de um msculo. Entende-se, sendo tanto a fora esttica empregadapor solicitao voluntria mxima de um msculo, como a desenvolvida durante uma tensomuscular voluntria, mxima, dinmica.

    Fora mxima (fora mxima esttica):

    A fora capaz de ser desenvolvida durante uma tenso muscular voluntria mxima esttica. Elareproduz fora muscular disponvel independente do estado de treinamento respectivo do msculo.Esta definio corresponde ao conceito ingls de "strength".

    fora dinmica:

    A fora que um msculo ou um grupo muscular podem desenvolver voluntariamente durante aevoluo de um determinado movimento.

    Lio 05: Fora em Relao ao Corte Transverso do MsculoFora em Relao ao Corte Transverso do Msculo

    O msculo esqueltico humano pode gerar aproximadamente 16 a 30 newtons (n) de fora por

  • centmetro quadrado de corte transversal do msculo, independentemente do sexo. Contudo, nocorpo, essa capacidade de fora-rendimento varia de acordo com o arranjo das alavancas sseas ecom a arquitetura muscular.

    Tradicionalmente, para comparar o desempenho de indivduos diferentes, criado um escore derelao dividindo o escore da fora por uma mensurao de referncia tipo peso corporal, pesocorporal magro, corte transversal do msculo, volume do membro, ou circunferncia. Por exemplo,quando homens e mulheres so comparados em temos de fora com a utilizao de um escore derelao baseado no peso corporal ou no peso corporal magro, as grandes diferenas em termos defora absoluta entre os sexos so reduzidas consideravelmente, ou at mesmo eliminadas. Essesachados apoiam o argumento de que no existem diferenas na "qualidade" dos msculos entre ossexos e de que a diferena observada na fora muscular absoluta est relacionada simplesmente quantidade de massa muscular.

    Um msculo desenvolve fora atravs de tenso. As manifestaes principais de fora num homemso a fora esttica, a fora dinmica e a resistncia da fora.

    A fora pode ser classificada de acordo com a nossa preferncia, considerando o tipo de trabalho(ponto de vista fsico) ou o metabolismo (ponto de vista bioqumico). As exposies a seguir levamem considerao as seguintes caractersticas distintas:

    1- solicitao esttica ou isomtrica (fora de sustentao; o comprimento do msculo mantm-seconstante);2- solicitao dinmica positiva ou concntrica (fora que domina a oposio, utilizada com evidenteencurtamento do comprimento do msculo);

    3- solicitao dinmica-negativa ou excntrica (fora que cede a oposio, flexvel; utilizada comofora frenadora com trao ou estiramento muscular).

    4- solicitao de resistncia da fora (de natureza anaerbica e aerbica).

    A atividade eltrica em relao a foras iguais, mais intensa durante uma contrao concntrica doque durante uma excntrica (stoboy, 1972).

    A absoro de oxignio, durante esforos idnticos, tambm visivelmente menor sob esforoexcntrico. O desenvolvimento da tenso muscular em 200-300% maior sob solicitao excntricamxima em relao uma concntrica ou esttica, atribuda ao desempenho dos fusos muscularesintensamente distendidos.

    Lio 06: Relao entre a Velocidade de Contrao e a CargaRelao entre a Velocidade de Contrao e a Carga

    Um msculo se contrai de forma muito rpida quando sem carga. Quando so aplicadas cargas, avelocidade de contrao torna-se progressivamente menor, conforme essa carga aumenta. Quando acarga aumenta at atingir a fora mxima que o msculo pode exercer, a velocidade da contraopassa a ser zero e no ocorre contrao, apesar da ativao da fibra muscular.

    Essa velocidade decrescente conforme a carga causada pelo fato de que uma carga imposta a ummsculo em contrao se opes fora contrtil produzida pela contrao muscular. Porconseguinte, a fora efetiva que fica disponvel para produzir a velocidade de encurtamento fica

  • proporcionalmente reduzida.

    Velocidades de um tero da possibilidade mxima, podem alcanar o valor mximo de solicitao,enquanto o grau mximo de eficincia de uma velocidade corresponde em cerca de 20% dapossibilidade mxima. Colocando-se a intensidade em igualdade com produto da fora e davelocidade, ento a intensidade mxima corresponde a mais ou menos um dcimo da grandeza quedeveria ser alcanada no caso do desenvolvimento mximo de fora e de velocidade nummovimento.

    Lio 07: Eficincia da Contrao MuscularEficincia da Contrao Muscular

    S se pode obter a eficincia mxima quando o msculo se contrai com velocidade moderada. Caso omsculo se contraia muito lentamente, ou sem qualquer encurtamento, produzida grandequantidade de calor de manuteno durante a contrao, embora pouco ou nenhum trabalho estejasendo executado, o que diminui a eficincia. Por outro lado, se a contrao for muito rpida, grandeproporo da energia ser usada para vencer o atrito viscoso no prprio msculo, e isso, igualmente,reduz a eficincia. Usualmente, a eficincia mxima desenvolvida quando a velocidade dacontrao de cerca de 30% da mxima.

    A intensidade de contrao cresce de acordo com a disteno progressiva at um limite mximo,para em seguida decair novamente. a velocidade da contrao de distenso, respectivamente, notem qualquer relao com a intensidade da fora muscular. Segundo huxley (1962) os parmetros detenso encontram-se no seu mximo no momento em que o comprimento muscular inicial durante oetmulo se situa 20% acima do comprimento inicial de repouso. O valor de tenso ativa decrescelinearmente at o comprimento da fibra, mais ou menos, sendo 0 (zero) durante o encurtamentomuscular mximo. Ser 0 (zero) tambm, quando o msculo for prolongado em mais do dobro de seucomprimento de repouso (hulex, 1962). Detalhes sobre as causas deste comportamento ainda noforam totalmente esclarecidas.

    Lio 08: Tipos de ContraoTipos de Contrao

    Contrao isomtrica versus isotnica: a contrao muscular dita isomtrica quando o msculono se encurta durante a contrao, e isotnica quando encurta, com a tenso muscularpermanecendo constante.

    As contraes musculares tanto concntricas quanto excntricas so denominadas comumente deisotnicas, pois em ambos os casos ocorre um movimento. O termo isotnico deriva da palavra gregaisotonos (iso significando o mesmo ou igual, tonos significando tenso ou esforo). Em verdade, essetermo impreciso quando aplicado maioria das contraes musculares dinmicas que envolvemalgum movimento, pois a capacidade efetiva do msculo em gerar fora varia quando modificado ongulo articular; assim sendo, a produo mxima de fora no uniforme atravs de toda aamplitude de movimento.

    Contrao isocintica: a tenso desenvolvida pelo msculo ao encurtar-se com velocidade (cintica)

  • constante (iso) mxima em todos os ngulos articulares durante toda a amplitude de movimento.(4) Teoricamente, o treinamento tipo isocintico torna possvel ativar o maior nmero de unidadesmotoras e sobrecarregar sistematicamente os msculos com suas capacidades de produo de foradurante o movimento, at mesmo nos ngulos articulares relativamente "mais fracos".Vrios estudos apoiam a suposio de que os aumentos na "fora" aps um treinamento isocinticode baixa velocidade so altamente especficos para a velocidade angular do movimento utilizado notreinamento. Por outro lado, os exerccios com altas velocidades facilitam um aprimoramento maisgeneralizado: os aumentos no rendimento de potncia eram observados para velocidades demovimento tanto altas quanto baixas, porm o maior aprimoramento era observado com a altavelocidade angular utilizada no treinamento. A hipertrofia muscular ocorria somente durante otreinamento com altas velocidades e apenas nas fibras musculares tipo ii de contrao rpida.Possivelmente, essa hipertrofia responsvel pelo aprimoramento de fora mais generalizadoconseguido atravs do treinamento com altas velocidades.

    Lio 09: Especificidade da Resposta ao TreinamentoEspecificidade da Resposta ao Treinamento

    O msculo treinado por isometria mais forte quando medido isometricamente, enquanto o msculotreinado pelos mtodos dinmicos mais forte quando avaliado durante as atividades de resistnciaque tornam necessria a realizao de um movimento.

    Essa especificidade da resposta ao treinamento de resistncia compreensvel, pois oaprimoramento da fora est relacionado a uma mistura de adaptaes que ocorrem tanto na fibramuscular propriamente dita quanto na organizao neural e na excitabilidade para um determinadopadro de movimento voluntrio. Outrossim, o esforo muscular mximo depende no apenas decertos fatores locais, como tipo de fibra muscular e corte transversal do msculo, mas tambm defatores neurais que determinam o recrutamento efetivo e a sincronizao do acionamento (disparo)das unidades motoras apropriadas.

    Para aprimorar um desempenho fsico especfico atravs do treinamento de resistncia, os msculosdevem ser treinados em movimentos to semelhantes quanto possvel ao movimento ou habilidadereal que se pretende aprimorar. Essa coordenao pode ser conseguida com um treinamento deresistncia suplementar que utiliza um equipamento desportivo modificado sem modificar amecnica do desempenho em particular.

    Lio 10: Treinamento de Fora para Crianas e Pessoas IdosasTreinamento de Fora para Crianas e Pessoas Idosas

    Sabe-se relativamente pouco acerca dos benefcios e dos possveis riscos do treinamento de foranos pr-adolescentes. Levando-se em conta que o sistema esqueltico se encontra no estgio deformao para esse grupo etrio, bvia a preocupao de uma sobrecarga muscular excessivapoder induzir leses (fraturas epifisrias, rupturas dos discos intervertebrais, alteraes sseas naregio lombossacra) nas crianas em crescimento. Ainda mais, como o perfil hormonal de umacriana ainda se encontra em desenvolvimento, especialmente no que concerne ao hormniotestosterona responsvel pela sntese tecidual, poder-se-ia questionar se o treinamento deresistncia seria capaz de induzir aprimoramentos significativos da fora em crianas.A evidncia disponvel indica que os programas de treinamento com resistncia devidamentesupervisionados e que utilizam as contraes musculares concntricas com altas repeties e uma

  • resistncia relativamente baixa podem aprimorar de fato a fora muscular de crianas, semquaisquer efeitos adversos sobre os ossos, os msculos ou os tecidos conjuntivos. Mais do que isso,esses ganhos de fora so primeiramente o resultado de aprendizado e incremento da atividademuscular do que um aumento do tamanho do msculo.

    At mesmo as pessoas muito idosas respondem.

    As adaptaes fisiolgicas e de desempenho ao treinamento de resistncia ocorrem tanto emhomens quanto em mulheres e independem dos efeitos do envelhecimento. Essa respostas aotreinamento so igualmente impressionantes nos indivduos muito idosos.

    Lio 11: Fibras Rpidas x Lentas

    Fibras Rpidas x Lentas

    O msculo esqueltico no apenas um grupo homogneo de fibras com propriedades metablicas efuncionais semelhantes. Apesar de ter havido muito debate acerca do mtodo, da terminologia e doscritrios para classificar o msculo equeltico humano, foram identificados e classificados dois tiposdistintos de fibras por suas caractersticas contrteis e metablicas. Existe tambm uma fibraintermediria, rpida-oxidativa-glicoltica (rog).

    Fibras rpidas so adaptadas para as contraes musculares fortes e rpidas, como as do salto, e dacorrida forte por curtas distncias. As fibras lentas so adaptadas para a atividade muscularprolongada e continuada, como o suporte do corpo contra a gravidade e os eventos atlticos delonga durao - por exemplo, corridas de maratona.

    As caractersticas de distribuio dos tipos de fibras so determinadas essencialmente pelo cdigogentico; a principal direo para a composio das fibras de um msculo estabelecidaprovavelmente antes do nascimento ou no incio da vida. entretanto, parece que algumatransformao no tipo de fibras musculares possvel com as modalidades crnicas e especfica dasatividades fsicas.

    Lio 12: Fadiga Muscular

    Fadiga Muscular

    A contrao forte e prolongada de um msculo leva ao estado bem conhecido de fadiga muscular.Estudos em atletas mostraram que a fadiga muscular aumenta em proporo quase direta com avelocidade da depleo do glicognio muscular. Por conseguinte, a maior parte da fadiga resultasimplesmente da incapacidade dos processos contrteis e metablicos das fibras musculares demanter a mesma produo de trabalho. Contudo, experimentos tambm mostraram que transmissodo sinal neural atravs da juno neuromuscular diminui aps atividade muscular prolongada, o quereduz ainda mais a contrao muscular.

    A interrupo do fluxo sangneo por msculo em contrao leva fadiga muscular quase completaem pouco mais de 1 min, devido perda do suprimento de nutrientes, em especial de oxignio.

  • Lio 13: Remodelao do Msculo para se Adaptar Funo

    Remodelao do Msculo para se Adaptar Funo

    Todos os msculos do corpo esto continuamente sendo remodelados para se adaptarem funoque devem desempenhar. Seus dimetros so modificados, bem como seus comprimentos e foras, eat mesmo os tipos de fibras que os compem so alterados, pelo menos em grau moderado. esseprocesso de remodelao , muitas vezes, bastante rpido, ocorrendo dentro de poucas semanas. Naverdade, experimentos mostraram que, at nas condies normais, as protenas contrteis dosmsculos podem ser inteiramente renovadas em apenas duas semanas.

    Lio 14: Recomendaes Prticas para Iniciar um Programa de Treinamento com Pesos

    Recomendaes Prticas para Iniciar um Programa de Treinamento com Pesos

    Fatores psicolgicos-neurais

    Um maior nvel de facilitao neural responsvel provavelmente pelo aumento de fora rpido esignificativo observado no incio do treinamento, que no est associado necessariamente com umaumento no tamanho e na rea em corte transversal do msculo. As adaptaes neurais observadascom o treinamento de resistncia podem resultar de:

    - padres de recrutamento neural mais eficientes,

    - maior ativao do sistema nervoso central,

    - melhor sincronizao das unidades motoras,

    - embotamento dos reflexos inibitrios neurais, ou

    - inibio dos rgos tendinosos de golgi.

    Durante a excitao de uma competio intensa, ou sob a influncia de drogas desinibidoras ou desugesto hipntica, pode-se conseguir um desempenho supermximo, pois a inibio grandementereduzida e ocorre um recrutamento ideal dos motoneurnios.

    Os levantamentos mximos devem ser evitados nos estgios iniciais de um programa de treinamentocom pesos. A resistncia excessiva contribui pouco para o desenvolvimento da fora e aumentamuito as probabilidades de leso muscular ou articular.

    Uma carga que seja igual a 60-80% da capacidade geradora de fora de um msculo suficientepara aumentar a fora. Em geral, essa carga permite completar cerca de 10 repeties de umdeterminado exerccio.

    A utilizao de uma resistncia mais leve (e, conseqentemente, de mais repeties) prudente aoiniciar um programa de treinamento com pesos. A experincia mostrou que inicialmente os novatosdevem tentar completar de 12 a 15 repeties. Esse esquema no impe uma sobrecarga excessivaao sistema musculoesqueltico durante a fase inicial do programa. Um peso maior deve ser usado se

  • as 12 repeties parecem por demais fceis. O peso estar sendo excessivo se o executante nopuder realizar 12 repeties. Esse um processo do gnero de tentativas e falhas, podendoprolongar-se por vrias sesses, at escolher um pesos inicial adequado. Aps uma ou duas semanasde treinamento, quando os msculos se adaptaram e os movimentos corretos foram aprendidos, onmero de repeties pode ser reduzido para seis ou oito. Toda vez que esse novo nmero alvo derepeties for alcanado, acrescenta-se mais peso. Esse programa representa um treinamento comresistncia progressiva: medida que os msculos ficam mais fortes, o peso ajustado e tenta-seuma carga mais pesada. Em geral, a seqncia dos exerccios deve prosseguir dos gruposmusculares maiores para os menores, a fim de prevenir a incapacidade de realizar exerccios com osgrande msculos em virtude da fadiga prematura do grupo menor necessrio para a realizao domovimento.

    Lio 15: Exerccios com Resistncia Progressiva (ERP)

    Exerccios com Resistncia Progressiva (ERP)

    As variaes de ERP para treinamento com pesos foram estudadas a fim de determinar o nmeroideal de sries e repeties, assim como a freqncia e a intensidade relativa do treinamentonecessrias para aprimorar a fora muscular. Em geral, os achados podem ser assim resumidos:- a realizao de um exerccio entre 3-rm e 12-rm constitui o nmero mais eficiente de repetiespara aumentar a fora muscular.

    - o treinamento ERP uma vez por semana com 1-rm para uma srie aumenta muito afora aps umasemana de treinamento e continua aumentando essa fora a cada semana da em diante at pelomenos seis semanas.

    - nenhuma seqncia especfica de treinamento erp com percentuais diferentes de 10-rm maisefetiva para o aprimoramento da fora, desde que se realize uma srie de 10-rm em cada sesso detreinamento.- realizar uma srie de um exerccio menos eficiente para o aumento da fora que realizar duas outrs sries, e existe alguma indicao de que trs sries so mais vlidas do que duas sries.- o nmero ideal de dias de treinamento por semana com a utilizao de erp desconhecido.Aumentos significativos n fora ocorreram com apenas um dia de treinamento por semana parainiciantes.- quando o treinamento erp inclui uma ampla variedade de exerccios diferentes, treinar quatro oucinco dias por semana pode ser menos til que treinar dois ou trs vezes por semana. o treinamentodirio do mesmo grupo muscular pode impedir a boa recuperao entre as sesses de treinamento.Isso poderia retardar talvez o progresso na adaptao neuromuscular e no desenvolvimento dafora.

    Para determinada resistncia ou carga, um ritmo mais rpido do movimento pode gerar um melhoraprimoramento na fora que um levantamento realizado com um ritmo mais lento. Ainda mais, nemos pesos livres (halteres, placas de pesos ou anilhas) nem a srie diversificada de aparelhos comexerccios de resistncia so inerentemente superiores em termos de aprimoramento da foramuscular.

  • Lio 16: Hipertrofia e Hiperplasia

    Hipertrofia e Hiperplasia

    Sem qualquer dvida, a gentica proporciona o arcabouo de referncia diretivo que modula o efeitode cada um dos outros fatores sobre o resultado final do aumento da massa muscular e da fora. Aatividade muscular contribui muito pouco para o crescimento dos tecidos sem uma nutrioapropriada capaz de proporcionar os blocos essenciais para essa construo. Outrossim, hormniose padres especficos de inervao do sistema nervoso so cruciais para modelar a respostaapropriada ao treinamento. Entretanto, sem uma sobrecarga de tenso, cada um dos outros fatores relativamente ineficaz no sentido de produzir a resposta desejada ao treinamento.Quando ocorre aumento da massa total de um msculo, o processo chamado de hipertrofiamuscular.O processo de hipertrofia est relacionado diretamente sntese de componentes celulares,particularmente dos filamentos proticos que constituem os elementos contrteis. Esse crescimentopode envolver a leso real e repetida das fibras musculares (especialmente com as contraesexcntricas) seguida por uma supercompensao da sntese protica, resultando em um efeitoanablico global. As miofibrilas da clula sofrem espessamento e seu nmero aumenta, com outrossarcmeros sendo formados pela sntese protica aceleradas e correspondentes redues nofracionamento protico. Aumentos significativos so observados tambm nas reservas locais de atp,cp e glicognio.

    Sabe-se com segurana apenas que deve ser ultrapassado um limiar crtico de tenso para provocarum estmulo de hipertrofia. Baseados nos conhecimentos atuais sobre funes e estruturas da clulaconsideramos satisfatrias as seguintes hipteses: cada influncia exgena intensiva supra-limiarsobre o organismo, provoca ali uma reao. Ela se compe de um reforo da regio alcanada peloestmulo, mediante a qual uma solicitao futuramente renovada encontrar o local em questomelhor preparado, isto , tornou-se mais passvel de esforos. Cada hipertrofia baseia-se em umaumento da sntese de cido nucleico e da sntese de protenas. Deve, portanto, depositar-se empropores reforadas, o rna nos "ribossomos", com o fim especfico de reproduo de protenas.Isto faz prever novamente um reforo da atividade do aparelho gentico. Por conseguinte, o estmulodever atuar primeiramente sobre os gens de dna, para da provocar a sntese aumentada de RNA.Este estmulo poder ser estabelecido atravs de uma reabsoro de fosfocreatina e ATP deintensidade freqentemente acima da mdia. Sabe-se em relao a um derivado cclico de atp ociclofosfato, p. ex., que ativa as estruturas celulares genticas (skulatschojow, 1969)Virtualmente, toda a hipertrofia muscular resulta do aumento de nmero dos filamentos de actina ede miosina, causando aumento do volume da fibra muscular, o que chamado, simplesmentehipertrofia fibrilar. Isso ocorre geralmente como resposta contrao muscular com fora mximaou quase mxima.

    Ocorre hipertrofia em grau muito maior, quando o msculo , ao mesmo tempo, estirado durante oprocesso contrtil. Apenas poucas contraes desse tipo, a cada dia, so suficientes para causarhipertrofia quase mxima dentro de seis a dez semanas.

    O modo como as contraes intensas produzem hipertrofia ainda no conhecido. Sabe-se,entretanto, que a intensidade na sntese das protenas contrteis musculares muito maior duranteo desenvolvimento da hipertrofia do que a intensidade de sua degradao, levandoprogressivamente a nmero maior de filamentos tanto de actina como de miosina nas miofibrilas.Por sua vez, as miofibrilas se dividem dentro de cada fibra muscular para formarem novasmiofibrilas. Assim, principalmente por meio desse grande aumento de miofibrilas adicionais queocorre a hipertrofia das fibras musculares.

  • Junto com o aumento do nmero crescente de miofibrilas, os sistemas enzimticos produtores deenergia tambm aumentam. Isso especialmente verdadeiro para as enzimas glicolticas, quepermitem fornecimento rpido de energia durante as contraes fortes de curta durao. Quandoum msculo permanece inativo por longo perodo, a intensidade da degradao das protenascontrteis, bem como a reduo do nmero de miofibrilas aumenta de forma mais rpida do que a desua renovao. Como resultado, ocorre a atrofia muscular.

    De acordo com as experincias de Roux, uma hipertrofia do msculo esqueltico pode se dar por umaumento no seu comprimento e na sua espessura. A forma comum de hipertrofia o aumentoexclusivo da espessura; um aumento no comprimento sobrevm somente depois que os pontos deinsero dos tendes forem afastados um do outro atravs de processos patolgicos ouexperimentais. (2) Outro tipo de hipertrofia ocorre quando os msculos so estirados atcomprimento acima do normal. Isso faz com que sejam acrescentados novos sarcmeros sextremidades das fibras musculares, onde elas se prendem aos tendes. Na verdade, novossarcmeros podem se adicionados to rapidamente quanto vrios a cada minuto, demonstrando arapidez desse tipo de hipertrofia.

    De modo inverso, quando um msculo permanece continuamente encurtado at menos que seucomprimento normal, os sarcmeros nas extremidades do msculo desaparecem com velocidadequase igual. por meio desse processo que os msculos so continuamente remodelados paramanter o comprimento apropriado s contraes musculares adequadas.

    A hipertrofia condicionada pelo treinamento de fora desempenha o papel mais importante emrelao ao aumento da fora esttica. De acordo com os clculos de Ikai e Fukunaga (1970) umtreino de fora esttica executado durante um tempo suficientemente longo, aumentaconsideravelmente a fora muscular mxima/cm2 de seco transversal muscular. Tambm porseco transversal muscular, apresenta-se um aumento das protenas contrteis em relao a umdecrscimo das protenas sarco-plasmticas.

    Particularmente interessantes so atualmente as modificaes bioqumicas. O treinamento de foraaumenta preponderantemente o teor de fosfocreatina numa ordem de grandeza de 20 at 75% (Yampolskaya, 1952 entre outros). Simultaneamente eleva-se o teor de ATP (Jakovlev, 1958) e aatividade das enzimas correspondentes, particularmente a "creatinofosforilase". Estas modificaesbioqumicas possibilitam uma alta liberao de energia a curto prazo.

    Alm disso a concentrao DNA e RNA de um msculo hipertrofiado maior do que a de ummsculo normal (Hamosch e colab. 1967). Os microssomos isolados de um msculo hipertrofiadotambm acusam uma concentrao- rna maior e podem sintetizar protena in vitro mais rapidamentedo que aqueles de msculos no treinados (Hamosch, 1967)

    Resultados de estudos fazem supor que - independente de mecanismos neurofisiolgicos - umaumento de fora muscular no precisa se surgir necessariamente associada a um aumento dovolume muscular; uma espessura maior dos elementos contrteis dentro de uma clula, bem comouma modificao dos nmeros relativos de actina para a miosina pode ser responsvel por isso.

    Lio 17: Hiperplasia das Fibras Musculares.

    1Hiperplasia das Fibras Musculares.

    Poucas clulas, como os neurnios e as clulas musculares estriadas, no se reproduzem durante

  • toda a vida da pessoa, exceto durante o perodo inicial da vida fetal. Sob raras condies de geraoextrema de fora muscular, j foi observado que o nmero de fibras musculares aumenta, masapenas por poucos pontos percentuais, alm do processo da hipertrofia fibrilar. Esse aumento donmero de fibras musculares chamado de hiperplasia fibrilar. Quando ocorre, seu mecanismo adiviso linear de fibras previamente aumentadas.

    Os pesquisadores relataram que o treinamento com sobrecarga do msculo esqueltico em vriasespcies animais acarreta o surgimento de algumas novas fibras musculares a partir de clulassatlites (as clulas localizadas entre a camada basal e a membrana plasmtica), ou atravs de umprocesso de diviso longitudinal . Ainda est sendo debatido se isso ocorre tambm nos sereshumanos, porm j existe alguma evidncia em apoio de sua ocorrncia. Por exemplo, os dados deautpsia de homens jovens e sadios que morreram acidentalmente indicam que as contagens reaisde fibras musculares da perna maior e mais forte (perna oposta mo dominante) continha 10%mais fibras musculares que a perna menor.

    Reitsma (1965) comprovou finalmente a existncia de uma hiperplasia legtima no quadromicroscpico. Se durante um treinamento de fora o limite existente tiver sido ultrapassado nodesenvolvimento da hipertrofia de cada fibra muscular (...) efetuar-se-o modificaes do tecidosemelhantes a uma inflamao, um desdobramento de uma fibra muscular e a partir desta fibra aformao de duas novas fibras musculares com estrutura bastante embrionria e de alto ndice decido ribonucleico. Uma proliferao capilar simultnea supriu o abastecimento sangneo. (2)Mesmo se a hiperplasia vier a ser reproduzida em outros estudos humanos (e mesmo que a respostavenha a ser um ajuste positivo), a maior contribuio para a dimenso muscular devida aotreinamento com sobrecargas feita pelo aumento das fibras musculares individuais j existentes.

    Lio 18: Benefcios steo-musculares do Exerccio

    Benefcios steo-musculares do Exerccio

    1- A atividade fsica com sustentao do peso essencial para o desenvolvimento normal e amanuteno de um esqueleto sadio. As atividades que focalizam o aumento da fora musculartambm podem ser benficas, particularmente para os ossos que no participam da sustentao dopeso.2- As mulheres sedentrias podem aumentar ligeiramente a massa ssea tornando-se ativas, porm obenefcio primrio da maior atividade pode residir em evitar a perda adicional de osso que ocorrecom a inatividade.

    3- O exerccio no pode ser recomendado como um substituto para a terapia de reposio hormonal,por ocasio da menopausa.

    4- O programa timo para as mulheres mais idosas deveria incluir atividades que aprimoram a fora,a flexibilidade e a coordenao e que podem reduzir, indiretamente porm de maneira efetiva, aincidncia de fraturas osteoporticas por tornarem as quedas menos provveis.

    Lio: BibliografiaBibliografia

  • - Guyton, a & Hall, J. E, Tratado de Fisiologia Mdica, 9 edio, Guanabara Koogan, 1997.- Hollmann, w. & Hettinger, th., Medicina de Esporte. So Paulo: Manole, 1989-McArdle, William D. & Frank I. Katch & Victor L. Katch, Fisiologia do exerccio energia, nutrio edesempenho humano : Guanabara Koogan, 1996

    - Fox, Edward L. et ali, Bases Fisiolgicas da Educao Fsica e dos Desportos : Guanabara Koogan- Med. Sci. Sports Exec., Osteoporose e Exerccio, 27:4; 1995, pgs. i-vii

    - Santarm, J. M., A Atualizao em exerccios resistidos: exerccios com peso e sade cardio-vascular. www.sadetotal.com.br/exresist.htm

    - Coelho, Jos G. P. e Portugal, H. F. Anatomia e Fisiologia Humanas, Editora Bernado lvares s.a.- Fleck, S.J., Kraemer,W.J., Fundamentos do Treinamento de Fora Muscular, 2a. edio, artmed,1999

    Texto de apoio ao curso de Especializao

    Atividade Fsica Adaptada e Sade

    Prof. Dr. Luzimar Teixeira