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QUESTÕES DE PORTUGUÊS INSTRUMENTAL RESOLVIDAS PELA BANCA DA UERJ 2013 - Exame Discursivo - Questão 1 Disciplina: Língua Portuguesa Instrumental com Redação 2013 - Exame Discursivo - Questão 2 Disciplina: Língua Portuguesa Instrumental com Redação Ano 5, n. 12, ano 2012 O texto apresenta palavras de dois especialistas Carl Honoré e James Gleick como defensores de opiniões diferentes em relação à aceleração do tempo. Explicite, sem transcrever partes do texto, a opinião de cada um deles acerca desse tema. Objetivo: Discriminar opiniões diferentes citadas no texto. Item do programa: Elementos de argumentação Subitem do programa: Opinião, fato Comentário da questão: Carl Honoré aponta o critério da qualidade como forma de superação do estilo acelerado da vida atual, sugerindo que nos movimentemos cada vez melhor, e não cada vez mais rápido. De sua parte, James Gleick considera que não se pode mais voltar a um tempo mais lento, mais tranquilo, porque a sociedade já optou por mais e mais velocidade. Os dois pontos de vista, portanto, se diferenciam na avaliação dos mesmos fatos do cotidiano, relativos à aceleração do tempo. O reconhecimento dessa diferença contribui para a compreensão da complexidade do tema. Ano 5, n. 12, ano 2012

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apsotila de exerc. de potug.

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  • QUESTES DE PORTUGUS INSTRUMENTAL RESOLVIDAS PELA BANCA DAUERJ

    2013 - Exame Discursivo - Questo 1Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    2013 - Exame Discursivo - Questo 2Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    Ano 5, n. 12, ano 2012

    O texto apresenta palavras de dois especialistas Carl Honor e James Gleick como defensores de

    opinies diferentes em relao acelerao do tempo.

    Explicite, sem transcrever partes do texto, a opinio de cada um deles acerca desse tema.

    Objetivo: Discriminar opinies diferentes citadas no texto.

    Item do programa: Elementos de argumentao

    Subitem do programa: Opinio, fato

    Comentrio da questo:

    Carl Honor aponta o critrio da qualidade como forma de superao do estilo acelerado da vida atual,

    sugerindo que nos movimentemos cada vez melhor, e no cada vez mais rpido. De sua parte, James

    Gleick considera que no se pode mais voltar a um tempo mais lento, mais tranquilo, porque a

    sociedade j optou por mais e mais velocidade. Os dois pontos de vista, portanto, se diferenciam na

    avaliao dos mesmos fatos do cotidiano, relativos acelerao do tempo. O reconhecimento dessa

    diferena contribui para a compreenso da complexidade do tema.

    Ano 5, n. 12, ano 2012

  • 2013 - Exame Discursivo - Questo 3Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    Mais sorte tm os pedestres, que podem apertar o boto que aciona o sinal verde (l. 12-13)

    No fragmento, empregada uma expresso que pode ser considerada irnica, se for relacionada ao

    conjunto do 2 pargrafo.

    Transcreva do fragmento a expresso que configura a ironia e explique por que essa expresso

    irnica.

    Objetivo: Identificar construo de sentido irnico no contexto.

    Item do programa: Recursos de retrica

    Subitem do programa: Ironia

    Comentrio da questo:

    A expresso Mais sorte pode ser considerada irnica porque os pedestres que ficam apertando

    repetidamente o boto que aciona o sinal verde no conseguem, em geral, acionar o sinal verde: o ato

    de apertar o boto, como no exemplo citado, apenas serve para descarregar a ansiedade do usurio,

    pois no altera o status do sinal. Logo, os pedestres no tm sorte alguma, eles apenas se deixam

    iludir pela suposta funo do artefato.

    Ano 5, n. 12, ano 2012

  • 2013 - Exame Discursivo - Questo 4Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    O autor do texto I aborda uma situao que diz respeito a toda a sociedade, envolvendo tanto ele

    como o leitor.

    Nomeie a marca lingustica empregada para indicar a incluso do autor e dos seus leitores na situao.

    Em seguida, transcreva um trecho que exemplifique sua resposta.

    Objetivo: Reconhecer e exemplificar mecanismo lingustico de busca de interlocuo.

    Item do programa: Formas de enunciao

    Subitem do programa: Efeito de interlocuo

    Comentrio da questo:

    A marca lingustica que comprova a incluso do autor e dos leitores na situao o uso da primeira

    pessoa do plural e do pronome nosso/a, como nos seguintes exemplos:

    1. Essas so as principais consequncias de vivermos num mundo

    2. O problema que nem tudo ao nosso redor consegue atender demanda.

    3. Semforos vermelhos continuam testando nossa pacincia, obrigando-nos a frear a cada

    quarteiro.

    4. Confesse: que raios fazemos com os dois segundos, no mximo, que economizamos ao acionar

    aquelas teclas que fecham a porta do elevador?

    5. para conter nossa irritao

    Observe-se que h outras ocorrncias da primeira pessoa do plural que no comprovam a incluso do

    autor porque se encontram nas citaes de outros autores transcritos entre aspas. Observe-se ainda,

    que, no exemplo (4), a marca de imperativo expressa igualmente a incluso do autor e dos leitores na

    situao.

    Ano 5, n. 12, ano 2012

  • 2013 - Exame Discursivo - Questo 5Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    Nos quadrinhos, as duas tartarugas fazem uma crtica em relao ao casal que est no carro.

    Explicite essa crtica em uma frase, usando palavras diferentes daquelas utilizadas pelas tartarugas. Em

    seguida, justifique por que a crtica reforada pela imagem das prprias tartarugas.

    Objetivo: Identificar crtica presente no cartum e explicar a relao entre essa crtica e a imagem dos

    personagens.

    Item do programa: Elementos no verbais

    Subitem do programa: Relao entre o verbal e o no verbal

    Item do programa 2: Objetivos discursivos

    Subitem do programa: Opinar

    Comentrio da questo:

    Quando o motorista, personagem do cartum, justifica a alta velocidade em que dirige pela necessidade

    de no perder tempo porque eles se dirigem para o futuro, ele estabelece uma meta completamente

    abstrata e genrica para o seu movimento. Na verdade, como se pode depreender da fala das

    tartarugas, a velocidade um fim em si mesmo, dificultando ou impedindo que ele aproveite a viagem

    no caso, o presente , to preocupado que se encontra em chegar ao destino e ao tal do futuro. A

    crtica das tartarugas se refora, em termos da imagem, porque os animais, proverbialmente lentos, se

    opem ao carro-esporte e sua velocidade muito alta. A associao entre os elementos verbais e no

    verbais permite a compreenso do conjunto dos quadrinhos, gnero, por natureza, estruturado pela

    combinao entre tais elementos.

    Ano 5, n. 12, ano 2012

  • 2013 - Exame Discursivo - Questo 6Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    Na 1 estrofe do poema, para construir o sentido geral do texto, o poeta faz uma referncia

    expresso perder tempo, dando-lhe, entretanto, outro sentido, diferente do usual.

    Explique o sentido usual da expresso perder tempo e apresente, tambm, o sentido que essa mesma

    expresso assume no poema.

    Objetivo: Explicar uso corrente de expresso cristalizada e tambm seu uso especfico na criao de

    novo sentido no texto potico.

    Item do programa: Fatores de coerncia

    Subitem do programa: Pressuposies

    Subitem do programa: Intencionalidade

    Comentrio da questo:

    Usualmente, a expresso perder tempo tem conotao negativa, referindo-se a aes desnecessrias

    ou inteis que no levam a lugar algum. No poema, a expresso perder tempo tem conotao

    positiva, referindo-se capacidade de aceitar a passagem natural do tempo, vivenciando-se o presente

    e assim aproveitando-o melhor. O exemplo analisado permite constatar uma importante caracterstica

    do discurso literrio, que o deslocamento intencional de expresses cristalizadas, na criao de novos

    sentidos.

    Ano 5, n. 12, ano 2012

  • 2012 - Exame Discursivo - Questo 1Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    Objetivo: Apresentar concluses, em redao em prosa de natureza argumentativa, a respeito de

    ideias, textos, acontecimentos e situaes relacionados ao tema proposto.

    Item do programa: Redao

    Subitem do programa: Construo da argumentao

    Subitem do programa: Emprego de formas e estruturas lingusticas de acordo com a norma padro

    Subitem do programa: Habilidade de leitura e interpretao para reconstruo de textos em diversos

    nveis

    Comentrio da questo:

    Na organizao interna da prova, a redao representa um desdobramento da tarefa de leitura e

    interpretao. Na construo do seu texto, portanto, o candidato dever levar em considerao os

    diversos aspectos sugeridos pelos textos da prova, articulando-os s prprias reflexes. Em relao ao

    tema, espera-se que o candidato seja capaz de identificar os elementos que compem a questo

    proposta. Dois outros textos so apresentados e discutem a expresso tempo dinheiro: um deles

    de Benjamin Franklin, autor que consagrou a expresso e essa ideia; o outro de Maria Rita Kehl,

    escritora que critica a expresso. A proposta pede, ento, que o candidato escolha uma das duas

    posies e a defenda. Na construo do texto, o domnio da norma padro da lngua e dos recursos

    argumentativos so ainda aspectos relevantes. A redao avaliada em cinco grandes linhas:

    adequao ao tema (se o enfrenta, se foge dele ou se apenas o tangencia); tipo de texto (se o

    propsito dissertativo claro ou difuso); desenvolvimento da argumentao (se argumenta com

    pertinncia, suficincia e coerncia); estruturao do perodo e coeso (se constri seus perodos de

    maneira clara e coesiva); modalidade (se domina ou no a variedade padro da lngua).

  • 2012 - Exame Discursivo - Questo 2Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    Ano 4, n. 11, ano 2011

    Objetivo: Identificar, como recurso de produo de sentido no texto, a contraposio entre duas

    categorias de exemplificao.

    Item do programa: Aspectos da construo do sentido no texto

    Subitem do programa: Coerncia textual: organizao das partes do texto

    Comentrio da questo:

    O autor distingue os muitos fenmenos que no podem ser previstos com preciso, como taxas de

    cmbio, de inflao e de crescimento, ou preos do petrleo e quaisquer dados econmicos, daqueles

    poucos que podem ser previstos com preciso, como mars e eclipses. No 7 pargrafo, o autor recorre

    a dois critrios para distinguir os dois tipos de fenmeno: a linearidade ou no dos fenmenos e a

    presena ou no do ser humano na produo dos fenmenos.

    O texto de Hlio Schwartsman distingue fenmenos que podem ser previstos com preciso de outros

    que no o podem.

    Apresente um exemplo do texto para os fenmenos do primeiro tipo e outro para os fenmenos do

    segundo tipo.

    Depois, aponte o que, para o autor, distingue os dois tipos de fenmeno.

  • Ano 4, n. 11, ano 2011

    Objetivo: Reconhecer elementos de construo de argumentos indutivos no texto.

    Item do programa: Enunciao e organizao textual

    Subitem do programa: Elementos da argumentao: operaes de induo

    Comentrio da questo:

    O mtodo principal da argumentao do autor o indutivo, ou seja, ele se apoia em fatos ou dados

    particulares e especficos para desses dados ou fatos chegar a concluses mais gerais. So exemplos

    dessa forma de argumentao a referncia ao livro de Dan Gardner (que estuda exatamente os

    problemas de toda previso econmica e poltica) e experincia da revista britnica (que comparou

    previses de diferentes pessoas com os acontecimentos que de fato aconteceram uma dcada depois).

    Com base nessas referncias mais pontuais, Hlio Schwartsman sustenta uma concluso acerca de um

    comportamento de todo ser humano: para o autor, procuramos nos apoiar em previses do futuro,

    apesar de, com frequncia, estas falharem.

    A fim de reforar seu ponto de vista acerca do tema abordado, o autor emprega argumentos do tipo

    indutivo, ou seja, usa um fato ou dado particular para dele extrair concluses gerais.

    Identifique, no texto, dois exemplos de fatos ou dados particulares empregados para reforar a ideia

    geral do texto.

  • 2012 - Exame Discursivo - Questo 3Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    2012 - Exame Discursivo - Questo 4Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    Ano 4, n. 11, ano 2011

    As imagens positivas presentes na 1 estrofe do poema, como Frases calmas (v. 2), opem-se s

    imagens negativas da 3 estrofe, como confuso odienta (v. 11).

    Explique a que se referem as imagens positivas da 1 estrofe e a que se referem as imagens negativas

    da 3 estrofe.

    Objetivo: Explicar contraposio essencial na construo do sentido do texto.

    Item do programa: Enunciao e organizao textual

    Subitem do programa: Estratgias de leitura: relaes lgico-semnticas

    Comentrio da questo:

    O poema ope os acontecimentos do presente maneira como as pessoas do futuro vo encar-los. As

    imagens positivas da 1 estrofe representam a viso idealizada que o futuro construir acerca do

    presente, enquanto as imagens negativas da 3 estrofe se referem aos acontecimentos reais vividos

    pelo sujeito potico nesse mesmo presente.

    Ano 4, n. 11, ano 2011

  • 2012 - Exame Discursivo - Questo 5Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    No poema, observa-se uma tentativa de interlocuo entre o eu potico e as pessoas do futuro.

    Identifique a marca lingustica que revela essa tentativa de interlocuo. Em seguida, indique a quem o

    eu potico se refere com o emprego do pronome ns.

    Objetivo: Identificar e explicar marcas lingusticas relacionadas a efeitos de subjetividade e de

    interlocuo.

    Item do programa: Enunciao e organizao textual

    Subitem do programa: Estrutura da enunciao: aes e efeitos de elocuo em 1 e 2 pessoas (efeito

    de subjetividade e de interlocuo)

    Comentrio da questo:

    A marca lingustica que revela a tentativa de interlocuo entre o eu potico e as pessoas do futuro so

    verbos conjugados na segunda pessoa do plural, no caso, falareis (v. 1 e 20) e sonhareis (v. 9 e

    18). Em contrapartida, quando ele diz ns, refere-se s pessoas que, como ele, vivem no presente.

    Ano 4, n. 11, ano 2011

    Objetivo: Discriminar diferentes pontos de vista implcitos na enunciao das falas dos personagens.

    Item do programa: Enunciao e organizao textual

    Subitem do programa: Estratgias de leitura: sentenas e textos (pressuposies explcitas e implcitas)

    Comentrio da questo:

    A expresso o ano que vem bastante usual, mas de difcil compreenso, porque se refere

    abstratamente a um amplo acontecimento futuro. Na tira de Quino, Mafalda e seu pai entendem a

    Na tira de Quino, a personagem Mafalda e o pai dela entendem a expresso o ano que vem de

    maneiras diferentes, a partir de pontos de vista distintos.

    Explicite o ponto de vista de cada personagem em relao a o ano que vem.

  • 2012 - Exame Discursivo - Questo 6Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    2011 - Exame Discursivo - Questo 1Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    expresso o ano que vem de maneiras diferentes, porque eles pensam sobre ela a partir de pontos

    de vista distintos. O ponto de vista de Mafalda expressa sua dvida em relao ao mundo adulto, ao

    achar que no basta dizer ano que vem, preciso comprovar que o ano que vem vir mesmo. J o

    pai de Mafalda apoia-se na sua conscincia de que o tempo passa naturalmente, logo, que ao ano em

    que estamos sempre se suceder o ano que vem.

    Ano 4, n. 11, ano 2011

    Objetivo: Apresentar concluses, em redao em prosa de natureza argumentativa, a respeito de

    ideias, textos, acontecimentos e situaes relacionados ao tema proposto.

    Item do programa: Produo do texto

    Subitem do programa: Emprego de formas e estruturas lingusticas de acordo com a norma culta;

    habilidades de leitura e interpretao para reconstruo de textos em diferentes nveis; construo de

    estrutura argumentativa

    Comentrio da questo:

    Na organizao interna da prova, a redao representa um desdobramento da tarefa de leitura e

    interpretao. Na construo de seu texto, portanto, o candidato dever levar em considerao os

    diversos aspectos sugeridos pelos textos da prova, articulando-os s prprias reflexes. Em relao ao

    tema, espera-se que o candidato seja capaz de identificar os elementos que compem a questo

    proposta. Ao acrescentar aos textos da prova a fala do historiador Eric Hobsbawn, a proposta de

    redao leva o candidato a, partindo das dificuldades de se prever o futuro ou de o futuro compreender

    o passado, especular sobre as possibilidades de a juventude de hoje alterar conscientemente o seu

    prprio futuro. No exerccio de construo do texto, o domnio da norma padro da lngua e dos

    recursos argumentativos so ainda aspectos relevantes.

    PROPOSTA DE REDAO

    A fala do historiador Eric Hobsbawn tambm apresenta uma reflexo sobre o futuro e suas

    possibilidades, relacionando o tema ao da juventude, tradicionalmente considerada o futuro

    prximo das sociedades.

    A partir da leitura dos textos e de suas elaboraes pessoais sobre o tema, redija um texto

    argumentativo em prosa, com no mnimo 20 e no mximo 30 linhas, em que discuta a seguinte questo:

    possvel, para a juventude de hoje, alterar o futuro?

    Utilize o registro padro da lngua e atribua um ttulo ao seu texto.

    Ano 3, n. 9, ano 2010

  • 2011 - Exame Discursivo - Questo 2Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    Objetivo: Identificar ironia e seu sentido no conjunto do texto.

    Item do programa: Aspectos da construo do sentido no texto

    Subitem do programa: Recursos retricos: figuras de pensamento

    Comentrio da questo:

    Os dois primeiros versos enfatizam que impossvel escrever ou compor um poema nos tempos de

    hoje. O ltimo verso _ (Desconfio que escrevi um poema.) _ reconhece, entretanto, que se acabou de

    escrever justamente um poema, caracterizando a ironia: impossvel escrever o poema que se acabou

    de escrever... "O sobrevivente" exatamente o poema chamado "O sobrevivente", que sobreviveu

    impossibilidade decretada ironicamente nos dois primeiros versos.

    Os dois primeiros versos enfatizam uma ideia que ser desconstruda pela leitura integral do poema,

    caracterizando uma ironia, expressa tambm no ttulo.

    Transcreva o verso do texto que, em comparao com os dois primeiros, revela essa ironia.

    Em seguida, estabelea a relao entre o verso transcrito e o ttulo.

    Ano 3, n. 9, ano 2010

  • 2011 - Exame Discursivo - Questo 3Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    Objetivo: Reconhecer sentido especfico do emprego de palavras na construo da linguagem potica.

    Item do programa: Aspectos da construo do sentido no texto

    Subitem do programa: Coerncia textual: fatores de coerncia (inferncia)

    Comentrio da questo:

    No verso "Inabitvel, o mundo cada vez mais habitado.", parece haver uma contradio entre

    "inabitvel" e "habitado", j que ambos os adjetivos referem-se ao mundo. Entretanto, o primeiro

    adjetivo qualitativo, pois se refere s condies de vida, enquanto o segundo adjetivo quantitativo,

    pois se refere ao nmero cada vez maior de pessoas que habitam o mundo. Logo, no h contradio,

    ao contrrio, pois o incremento na quantidade (de pessoas) pode implicar justamente o decrscimo da

    qualidade de vida, tornando o mundo mais inabitvel.

    Em um dos versos do poema, observa-se uma aparente contradio entre dois termos.

    Identifique esse verso e explique por que, de acordo com a leitura do texto, a associao entre os

    termos no contraditria.

    Ano 3, n. 9, ano 2010

    Objetivo: Discriminar relao de sentido estabelecida por conectivo em contexto lingustico especfico.

    Item do programa: Aspectos da construo do sentido no texto

    A pergunta da personagem Mafalda, no segundo quadrinho, inicia-se com a palavra "ento", que

    estabelece uma relao de sentido com a situao anterior.

    Identifique a relao de sentido estabelecida e reescreva a pergunta, substituindo o vocbulo "ento"

    por outro conectivo.

  • 2011 - Exame Discursivo - Questo 4Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    Subitem do programa: Coeso textual : ligao

    Comentrio da questo:

    A relao de sentido estabelecida de "concluso": considerando que cada um dos personagens do

    primeiro quadrinho tem de fazer algo, a concluso lgica que eles no tm muito tempo para brincar.

    A reescritura da pergunta, substituindo o vocbulo "ento", deve manter esta relao, como, por

    exemplo: "Portanto, acho que s d tempo de brincar de guerra nuclear, no ?".

    Ano 3, n. 9, ano 2010

    A resenha do romance Fahrenheit 451 menciona dois problemas tambm evocados pelos personagens

    do texto II.

    Identifique um desses problemas e, em seguida, descreva a soluo apontada para ele no romance,

    segundo a resenha.

  • 2011 - Exame Discursivo - Questo 5Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    Objetivo: Explicar relaes de sentido entre textos de fontes diversas.

    Item do programa: Enunciao e organizao textual

    Subitem do programa: Estratgia de leitura: textos (pressuposies explcitas)

    Comentrio da questo:

    Tanto a acelerao da vida moderna quanto a guerra so problemas mencionados nos textos II e III. A

    soluo para ambos os problemas reside, segundo a resenha do romance de Ray Bradbury, no

    restabelecimento do contato com os livros, uma vez que um contato forosamente calmo e paciente,

    logo, capaz de diminuir a acelerao da vida moderna e, ao mesmo tempo, promover uma reflexo

    consciente que ajudaria a acabar com a guerra, tragdia humana que sempre se ops razo e

    reflexo.

    Ano 3, n. 9, ano 2010

    Objetivo: Explicar relaes de sentido construdas no interior de um texto.

    Item do programa: Enunciao e organizao textual

    Subitem do programa: Estratgias de leituras: sentenas (pressuposies explcitas)

    Comentrio da questo:

    Na distopia _ ou utopia negativa _ de Fahrenheit 451, os livros se reduziram a breves resumos, depois a

    curtas emisses de rdio, por fim a curtssimos verbetes em dicionrio, tornando-se ento dispensveis.

    Em decorrncia dessas prticas, as universidades no formavam mais professores, as pessoas

    passaram a escutar piadas em "juke-boxes", e no msicas, e a palavra "intelectual" se converteu em

    No segundo pargrafo da resenha, relatam-se prticas de reduo da leitura que se sucederam no

    romance, alm de outros acontecimentos decorrentes dessas prticas.

    Identifique dois desses acontecimentos e explique por que eles teriam relao com o progressivo fim da

    leitura de livros.

  • 2011 - Exame Discursivo - Questo 6Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    2010 - Vestibular de Turismo (Exame Discursivo) - Questo 1Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    um xingamento. Cada um destes acontecimentos tem relao direta com a reduo da leitura: como os

    livros se tornaram dispensveis, no eram mais necessrios professores para estimular a leitura de

    livros e os leitores passaram a ser discriminados, como se o certo fosse ser analfabeto. Esses fatos

    constituem desdobramentos da reduo das formas do conhecimento e de comunicao.

    Ano 3, n. 9, ano 2010

    Objetivo: Apresentar concluses, em redao de natureza argumentativa, a respeito de ideias, textos,

    acontecimento e situaes relacionados ao tema proposto.

    Item do programa: Produo do texto

    Subitem do programa: Emprego de formas e estruturas lingusticas de acordo com a norma culta;

    habilidades de leitura e interpretao para reconstruo de textos em diferentes nveis; construo de

    estrutura argumentativa

    Comentrio da questo:

    Na organizao interna da prova, a redao representa um desdobramento da tarefa de leitura e

    interpretao. Na construo de seu texto, portanto, o candidato dever levar em considerao os

    diversos aspectos sugeridos pelos textos da prova, articulando-os s prprias reflexes.

    Especificamente em relao ao tema, espera-se que o candidato seja capaz de identificar os muitos e

    complexos elementos que compem a questo proposta: quando as novas formas de comunicao

    implicam enriquecimento ou empobrecimento desta comunicao.

    importante que o candidato recorra no apenas entrevista de Jos Saramago como tambm aos

    demais textos da prova. No exerccio da construo do texto, o domnio da norma padro da lngua e

    dos recursos argumentativos so ainda aspectos relevantes.

    Ano 3, n. 8, ano 2010

  • 2010 - Vestibular de Turismo (Exame Discursivo) - Questo 2Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    O ttulo do soneto se associa ao personagem mtico conhecido como caro que, com a ajuda de um

    artefato, tentou chegar at o Sol. Essa associao se explicita em dois versos do poema.

    Transcreva esses dois versos.

    Objetivo: Identificar elementos especficos associados, no texto, ao personagem mtico descrito no

    enunciado.

    Item do programa: Aspectos da construo do sentido no texto

    Subitem do programa: Coerncia textual: fatores de coerncia (conhecimento de mundo, contexto)

    Comentrio da questo:

    caro, para chegar at o Sol, precisava de asas artificiais. Os versos que fazem referncia a essas asas

    so os de nmero 5 e 6: "e quando levanto as asas emplumadas / para voar at um utpico lugar".

    Ano 3, n. 8, ano 2010

  • 2010 - Vestibular de Turismo (Exame Discursivo) - Questo 3Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    O "eu" que fala no poema refere-se a caro como "um homem que veio tentar/o mar, o ar, o sol e o

    fado". Ao se comparar com ele, este "eu" se apresenta como um novo caro, mas diferente do primeiro.

    Transcreva o verso que marca essa diferena. Em seguida, explique-a.

    Objetivo: Identificar e explicar oposio interna ao texto produzida pela caracterizao de dois

    personagens (caro e o sujeito potico).

    Item do programa: Aspectos da construo do sentido no texto

    Subitem do programa: Coerncia textual: organizao das partes do texto

    Comentrio da questo:

    caro, de acordo com o poema, queria enfrentar e dominar "o mar, o ar, o sol e o fado", isto , o prprio

    destino. J o sujeito que fala no poema deseja apenas chegar ao outro lado do oceano, isto , chegar

    ao Brasil, como fica demarcado no verso iniciado pelo conectivo "mas": "mas eu s quero chegar ao

    outro lado". Observa-se com essa oposio que o sujeito potico tem ambies menores do que as do

    outro homem.

    Ano 3, n. 8, ano 2010

  • 2010 - Vestibular de Turismo (Exame Discursivo) - Questo 4Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    a prtica de turismo de lazer, esportivo ou educacional, em reas naturais, que se utiliza de

    forma sustentvel dos patrimnios natural e cultural, incentiva a sua conservao (l. 1-3)

    O emprego do pronome pode acarretar ambiguidade. No trecho acima, o pronome grifado poderia se

    referir a mais de um vocbulo, mas esta ambiguidade desfeita pelo contexto.

    Identifique a que palavra ou expresso se refere o pronome "sua" e explique por que, neste caso, o

    emprego do pronome no provoca ambiguidade.

    Objetivo: Discriminar relaes sinttico-semnticas relacionadas ao emprego do pronome possessivo

    "sua".

    Item do programa: Enunciao e organizao textual

    Subitem do programa: Estratgias de leitura: relaes lgico-semnticas

    Comentrio da questo:

    Estruturalmente, a expresso "a sua conservao" se poderia referir s expresses substantivas

    anteriores: "a prtica de turismo de lazer, esportivo ou educacional" e "patrimnios natural e cultural".

    No se "conserva", entretanto, uma "prtica de turismo" - nesse caso, o termo adequado seria

    "estmulo". Em contrapartida, conservam-se, sim, os "patrimnios natural e cultural", no intuito de

    preserv-los para as geraes futuras.

    Ano 3, n. 8, ano 2010

  • 2010 - Vestibular de Turismo (Exame Discursivo) - Questo 5Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    devemos ter em conta que somente teremos condies de sustentabilidade caso haja harmonia e

    equilbrio no "dilogo" entre os seguintes fatores: resultado econmico, mnimos impactos

    ambientais e culturais, satisfao do ecoturista (visitante, cliente, usurio) e da comunidade

    (visitada). (l. 13-16)

    Explique o uso das aspas no termo "dilogo".

    Objetivo: Explicar uso de marca lingustica no deslocamento metafrico de palavras usadas na

    linguagem corrente.

    Item do programa: Enunciao e organizao textual

    Subitem do programa: Estratgias de leitura: relaes entre marcas lingusticas e nveis de significao

    textual

    Comentrio da questo:

    O termo "dilogo" assume uma funo metafrica, sugerindo uma personificao dos "fatores". Como o

    texto referencial e no potico, o autor preferiu destacar o recurso metafrico com as aspas, para que

    no houvesse nenhum estranhamento por parte do leitor.

    Ano 3, n. 8, ano 2010

  • 2010 - Vestibular de Turismo (Exame Discursivo) - Questo 6Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    Na imagem do cartunista Caulos, sai do tronco de uma rvore cortada um tpico balo de pensamento

    das histrias em quadrinhos. Desse modo, a rvore humanizada e parece pensar em si mesma,

    quando ainda no havia sido cortada pelo homem.

    Podemos relacionar esta imagem a uma das quatro condies bsicas do ecoturismo, conforme

    estabelecido no ltimo pargrafo do texto anterior.

    Identifique essa condio.

    Objetivo: Reconhecer possibilidade de apropriao, pela semelhana temtica, de elementos de um

    texto para a compreenso de outro texto.

    Item do programa: Aspectos da construo do sentido no texto

    Subitem do programa: Intertextualidade: apropriao

    Comentrio da questo:

    As quatro condies bsicas do ecoturismo, segundo o texto, so: [1] "respeito s comunidades locais";

    [2] "envolvimento econmico efetivo das comunidades locais"; [3] "respeito s condies naturais e

    conservao do meio ambiente e interao educacional"; [4] "garantia de que o turista incorpore para a

    sua vida o que aprende em sua visita". Ora, apenas a terceira condio atende relao pedida com a

    imagem de Caulos, uma vez que com "respeito s condies naturais e conservao do meio ambiente"

    aquela rvore ainda estaria inteira.

    Ano 3, n. 8, ano 2010

  • 2010 - Exame Discursivo - Questo 1Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    Proposta de Redao

    Recorrendo ao mesmo tema da rvore cortada, o desenhista Caulos agora projeta como sombra dessa

    rvore os galhos que ela j no tem mais, atraindo um pssaro para essa sombra imaginria. A

    imagem, triste, sugere o desejo de uma natureza que no seja destruda pelo homem.

    Entretanto, o homem no corta rvores "por maldade", mas sim para conseguir a madeira que lhe

    permita construir casas e imprimir livros, por exemplo.

    A pergunta desta redao : como conciliar as necessidades humanas com o desejo de uma natureza

    preservada?

    Redija uma dissertao respondendo a essa pergunta. A redao deve ter de 20 a 30 linhas e ser

    escrita em linguagem formal.

    Objetivo: Apresentar concluses, em uma redao de natureza argumentativa, a respeito de ideias,

    textos, acontecimentos e situaes relacionados ao tema proposto.

    Item do programa: Produo do texto

    Subitem do programa: Emprego de formas e estruturas lingusticas de acordo com a norma culta;

    habilidade de leitura e interpretao para a reconstruo do texto em diferentes nveis; construo de

    estrutura argumentativa

    Comentrio da questo:

    Na organizao interna da prova, a redao representa um desdobramento da tarefa de leitura e

    interpretao. Ao elaborar seu texto, portanto, o candidato dever levar em considerao os diversos

    aspectos sugeridos pelos textos da prova, articulando-os s prprias reflexes. Especificamente no

    tratamento da questo ambiental frente s necessidades humanas, espera-se que o candidato mostre

    uma compreenso da complexidade do tema, evitando os lugares comuns e sugerindo solues que

    equilibrem os elementos inicialmente contrapostos.

    Ano 2, n. 5, ano 2009

  • 2010 - Exame Discursivo - Questo 2Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    Na primeira fala, ao abordar a formao histrica da sociedade brasileira, o entrevistado aponta duas

    diferentes razes poltico-sociais responsveis pela cultura transgressora no Brasil.

    Destaque-as e, em seguida, explique de que forma o entrevistado relaciona essas duas razes

    cultura transgressora.

    Objetivo: Discriminar as razes poltico-sociais presentes no texto e explicar sua relao com a

    argumentao do autor.

    Item do programa: Enunciao e organizao textual

    Subitem do programa: Estratgias de leitura

    Comentrio da questo:

    As razes apontadas pelo entrevistado compreendem os dois eixos - autoritarismo e excluso social -

    sobre os quais se funda a formao da cultura brasileira - uma cultura de transgresso das leis,

    derivada do estranhamento entre a sociedade, o Estado e suas instituies.

    Ano 2, n. 5, ano 2009

  • 2010 - Exame Discursivo - Questo 3Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    Explique por que, segundo o ponto de vista do entrevistado, os brasileiros ainda no teriam

    incorporado o conceito de civilizao e, em seguida, transcreva da ltima fala (l. 32-42) uma frase

    completa em que ele mesmo exemplifique essa afirmativa.

    Objetivo: Explicar o ponto de vista expresso na entrevista e exemplific-lo com uma frase do texto.

    Item do programa: Enunciao e organizao textual

    Subitem do programa: Intenes comunicativas

    Comentrio da questo:

    Segundo o entrevistado, os brasileiros ainda no incorporaram o conceito de civilizao, por estarem

    centrados no domnio do privado, isto , nos interesses pessoais e no nos interesses coletivos e

    sociais. A frase "O mesmo cidado que critica a corrupo e a troca de favores no Congresso Nacional e

    acha que todos os polticos so corruptos por natureza, s vezes topa oferecer uma caixinha' para o

    policial rodovirio que o flagrou fazendo uma ultrapassagem proibida" exemplifica esse argumento.

    Ano 2, n. 5, ano 2009

  • 2010 - Exame Discursivo - Questo 4Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    A entrevista e o fragmento do romance - textos I e II - permitem refletir sobre o comportamento da

    sociedade brasileira diante dos limites impostos pelas leis.

    Transcreva do penltimo pargrafo do texto II uma frase completa que possa ser associada ao que diz

    o entrevistado no texto I e, em seguida, explique a associao.

    Objetivo: Explicar a associao entre os temas desenvolvidos nos textos I e II, com base em uma frase

    do texto II.

    Item do programa: Enunciao e organizao textual

    Subitem do programa: Estratgia de leitura

    Comentrio da questo:

    Os textos I e II fundam-se sobre o mesmo argumento ou ponto de vista, ou seja, a constatao de que

    a cultura transgressora um dos componentes do processo de formao da sociedade brasileira,

    acrescida do fato de que as relaes entre o pblico e o privado assentam-se numa associao

    dialtica, contraditria, com o privilgio dos interesses individuais sobre os coletivos. Os fragmentos a

    seguir, destacados do texto II, remetem tanto disseminao do comportamento transgressor, quanto

    ao domnio do pessoal sobre o coletivo:

    "Tudo naquela cidade dependia da fora pessoal.";

    "No havia grandes assaltantes na Bahia, diziam, mas quase todos furtavam um pouquinho.";

    "Alguns salteadores de estradas, raros ladres violentos ou cortadores de bolsas andavam por ali,

    porm uma desonestidade implcita e constante fazia parte do procedimento das pessoas.".

    Ano 2, n. 5, ano 2009

  • 2010 - Exame Discursivo - Questo 5Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    Identifique a relao estabelecida no contexto pela orao sublinhada. Reescreva, tambm, toda a

    frase, substituindo o vocbulo mesmo por um conectivo, de modo a manter o sentido essencial, fazendo

    apenas as alteraes necessrias.

    Objetivo: Discriminar relao de sentido estabelecida entre as oraes e exemplificar um conectivo com

    sentido semelhante a outro apresentado.

    Item do programa: Aspectos da construo do sentido no texto

    Subitem do programa: Coeso textual

    Comentrio da questo:

    A relao de sentido entre as duas oraes est sustentada na ideia de contraste, oposio ou

    concesso, definida pelo conectivo mesmo em orao reduzida de gerndio. Exemplos de utilizao de

    outros conectivos com o mesmo valor e funo, com modificao da estrutura de gerndio, podem ser:

    E, embora fosse ainda de manh, alguns vinham trpegos;

    E, apesar de ser ainda de manh, alguns vinham trpegos.

    Ano 2, n. 5, ano 2009

  • 2010 - Exame Discursivo - Questo 6Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    No texto II, o narrador utiliza dois recursos diferentes para expor pensamentos ou emoes que podem

    ser atribudos ao personagem Gregrio de Matos.

    Aponte esses dois recursos e apresente uma frase completa que exemplifique cada um deles.

    Objetivo: Discriminar os recursos associados apresentao da voz do personagem.

    Item do programa: Enunciao e organizao textual

    Subitem do programa: Estrutura da enunciao

    Comentrio da questo:

    No texto, a exposio dos pensamentos ou emoes atribudos ao personagem marcada por dois

    recursos conhecidos das narrativas literrias: as aspas, empregadas para assinalar os pensamentos de

    Gregrio no incio do texto; e o discurso indireto livre, precedido pela referncia ao personagem,

    ("Gregrio de Matos suspirou") que interrompe a narrativa mais distanciada e abre espao para o tom

    reflexivo de Gregrio, a quem se atribuem as seguintes frases:

    "Era muito mais difcil viver ali.";

    "Por que voltara?".

    Ano 2, n. 5, ano 2009

  • 2009 - Exame Discursivo - Questo 1Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    Objetivo: Apresentar concluses, em uma redao de natureza argumentativa, a respeito de ideias,

    textos, acontecimentos e situaes relacionados ao tema proposto.

    Item do programa: Produo do texto

    Subitem do programa: Emprego de formas e estruturas lingusticas de acordo com a norma culta

    Subitem do programa: Habilidades de leitura e interpretao para a reconstruo do texto em

    diferentes nveis

    Subitem do programa: Construo de estrutura argumentativa

    Comentrio da questo:

    Na organizao interna da prova, a redao representa um desdobramento da tarefa de leitura e

    interpretao. Na construo de seu texto, portanto, o candidato dever levar em considerao os

    diversos aspectos sugeridos pelos textos da prova, articulando-os s prprias reflexes.

    Especificamente em relao ao tema, espera-se que o candidato seja capaz de identificar os mltiplos e

    complexos elementos que compem a questo proposta. No tratamento da "cultura de transgresso",

    preciso, por isso, identificar no apenas a face mais visvel do problema, mas ponderar tambm sobre

    elementos histricos e sociais (sugeridos pelos textos) que levam, por exemplo, ao estranhamento

    entre a sociedade e suas instituies.

    No exerccio de construo do texto, o domnio da norma padro da lngua e dos recursos

    argumentativos so ainda aspectos relevantes.

    Ano 2, n. 3, ano 2009

  • 2009 - Exame Discursivo - Questo 2Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    O ttulo do texto de Leonardo Boff fala do bom uso do relativismo. Pode-se inferir, ento, que haveria

    um relativismo negativo, que o autor condenaria.

    Transcreva o trecho em que o autor alude ao tipo de relativismo que ele rejeita. Em seguida, justifique

    por que, para o autor, esse uso do relativismo seria condenvel.

    Objetivo: Justificar opinio apresentada pelo autor do texto.

    Item do programa: Habilidade de leitura e interpretao como reconstruo de textos em diferentes

    nveis

    Subitem do programa: Estratgias de leitura: sentenas e textos (pressuposies explcitas e

    implcitas); relaes entre marcas lingsticas e nveis de significao textual; relaes lgico-

    semnticas; relaes discursivas ou pragmticas.

    Comentrio da questo:

    O trecho em que o autor alude ao tipo de relativismo que ele rejeita : "Ento no h verdade

    absoluta? Vale o everything goes de alguns ps-modernos? Quer dizer, o 'vale tudo'? No o vale

    tudo".

    Observe-se que, nesse trecho, a descrio de um relativismo condenvel se encontra pressuposta nas

    perguntas, que so retricas, isto : quem as faz j sabe as respostas. As perguntas sugerem que, se

    no houvesse uma verdade absoluta, ento valeria tudo, ou seja, no haveria mais tica nem moral. No

    entanto, o autor deixa claro que, para ele, h uma regra bsica que se contrape ao "vale tudo".

    Existe, portanto, uma verdade, ainda que relativa s situaes: preciso manter relaes com os

    outros e respeit-los em sua diferena.

  • Ano 2, n. 3, ano 2009

    Eles no podem ser pensados independentemente uns dos outros, porque todos so

    portadores da mesma humanidade. (l. 14-15)

    Identifique a relao de sentido que a orao sublinhada estabelece com a parte do perodo que a

    antecede. Reescreva todo o perodo, substituindo o conectivo e mantendo essa mesma relao de

    sentido.

    Objetivo: Discriminar relao de sentido estabelecida entre oraes.

    Item do programa: Conhecimento da gramtica descritiva na dimenso do funcionamento textual-

    discursivo dos elementos da lngua

    Subitem do programa: Anlise gramatical do sistema lingstico: aspectos fonticos e fonolgicos,

    morfossintticos, lexicais, semnticos e estilsticos na dimenso dialgica do texto e identificao de

    diferentes estratgias discursivas.

    Comentrio da questo:

    A declarao feita na orao sublinhada constitui a causa do que declarado na orao anterior. Trs

    exemplos de elementos de conexo que poderiam ser empregados no lugar do "porque", para

    estabelecer essa mesma relao de sentido, so: "visto que", "j que" e "como". Com este ltimo, a

    orao causal passa a introduzir o perodo.

  • 2009 - Exame Discursivo - Questo 3Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    A orao sublinhada tambm pode ser entendida como uma explicao ou justificativa para o que

    declarado na orao anterior. Neste caso, o elemento de conexo que poderia substituir o "porque"

    seria a conjuno "pois".

    Ano 2, n. 3, ano 2009

    O penltimo pargrafo, que faz uma crtica ao Ocidente, cumpre uma funo especfica na argumentao

    do autor.

    Explicite de que maneira esse pargrafo contribui para o desenvolvimento dessa argumentao.

    Objetivo: Discriminar funo de pargrafo em texto argumentativo.

    Item do programa: Habilidade de leitura e interpretao como reconstruo de textos em diferentes

    nveis

    Subitem do programa: Estrutura da argumentao: fundamentao do argumento (a opinio e o fato);

    tipos de argumentao (retrica e demonstrativa); operaes de induo e deduo; tipos de

    argumentos; procedimentos dialticos (tese, anttese e sntese); avaliao de argumentos (pertinncia

    e suficincia, validade e verdade, falcias e sofismas).

    Comentrio da questo:

  • 2009 - Exame Discursivo - Questo 4Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    O penltimo pargrafo critica o Ocidente exatamente por este no relativizar a prpria verdade,

    considerando-a a nica verdade, ou no mnimo superior de outros povos e culturas. Esse pargrafo

    refora a argumentao central do autor ao mostrar, com exemplos histricos como os das guerras

    religiosas e os das guerras contemporneas, as conseqncias negativas da atitude no-relativista,

    isto , dogmtica e/ou absolutista.

    Ano 2, n. 3, ano 2009

    Poucos dias aps a Abolio da Escravatura, o escritor Machado de Assis publicou nos jornais essa

    crnica, na verdade um pequeno conto irnico. A ironia uma forma de relativizar uma posio,

    mostrando-a sob outra perspectiva.

    Identifique o alvo da ironia de Machado de Assis e demonstre por que a contratao de Pancrcio como

    assalariado faz parte dessa ironia.

  • 2009 - Exame Discursivo - Questo 5Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    Objetivo: Explicar ironia presente no texto.

    Item do programa: Habilidade de leitura e interpretao como reconstruo de textos em diferentes

    nveis

    Subitem do programa: Recursos retricos: figuras de som, figuras de palavra, figuras de construo e

    figuras de pensamento.

    Comentrio da questo:

    A ironia um recurso retrico sofisticado exatamente porque ela pode, numa nica formulao,apresentar duas perspectivas, em geral antagnicas entre si.

    O alvo da ironia do autor a existncia de hipcritas entre os que defendiam a abolio da escravatura:

    pessoas que a defendiam no por princpios humanitrios, mas sim por oportunismo, para seguir os

    outros, ou por esperteza, para continuar levando vantagem na mudana do regime econmico.

    A contratao de Pancrcio como assalariado faz parte dessa ironia porque ela o mantm sob o domnio

    e a explorao do seu ex-dono, agora patro, inclusive com "direito" s mesmas surras da condio

    anterior de escravo.

    O autor mostra que a libertao dos escravos relativa: em muitos casos, os escravos ficaram em

    situao pior do que antes.

    Ano 2, n. 3, ano 2009

  • Um ordenado pequeno, mas que h de crescer. Tudo cresce neste mundo: tu cresceste

    imensamente. Quando nasceste eras um pirralho deste tamanho; hoje ests mais alto

    que eu. (l. 24-25)

    A fala do senhor de Pancrcio deseja convencer e persuadir seu interlocutor. O argumento

    apresentado, entretanto, intencionalmente falho, isto , configura uma falcia.

    Explique em que consiste esta falcia.

    Objetivo: Explicar falcia presente em um argumento.

    Item do programa: Habilidade de leitura e interpretao como reconstruo de textos em diferentes

    nveis

    Subitem do programa: Estrutura da argumentao: fundamentao do argumento (a opinio e o fato);

    tipos de argumentao (retrica e demonstrativa); operaes de induo e deduo; tipos de

    argumentos; procedimentos dialticos (tese, anttese e sntese); avaliao de argumentos (pertinncia

    e suficincia, validade e verdade, falcias e sofismas).

    Comentrio da questo:

    O senhor de Pancrcio, para convenc-lo da evoluo da sua condio, de escravo a assalariado,

    compara a possibilidade de crescimento do seu ordenado com o crescimento fsico do prprio Pancrcio.

    A comparao, entretanto, indevida, pois no sustenta de modo algum o argumento, isto , trata-se

    de uma falcia: um argumento construdo no para esclarecer uma verdade mas sim para enganar o

  • 2009 - Exame Discursivo - Questo 6Disciplina: Lngua Portuguesa Instrumental com Redao

    ouvinte ou leitor. Enquanto o crescimento do escravo notvel e independente da vontade de qualquer

    pessoa, o crescimento do ordenado depende da vontade e da deciso do patro, ou seja, de quem

    paga o salrio.

    Ano 2, n. 3, ano 2009

    A gravura acima, chamada "Relatividade", de autoria do artista holands M. C. Escher. Ela combina,

    numa mesma imagem, vrias maneiras de perceber o espao. Na realidade, no se podem perceber ao

    mesmo tempo todas as possveis vises de um acontecimento; preciso, junto com o artista, fazer um

    esforo para imaginar outras perspectivas, ou as perspectivas dos outros.

    Recorrendo aos textos desta prova e imagem, demonstre, em uma dissertao de 20 a 30 linhas, a

    necessidade de que todos compreendam perspectivas diferentes das suas prprias para se conviver

    melhor.

    Utilize o registro padro da lngua e estrutura argumentativa completa. Atribua um ttulo ao seu texto.

    Objetivo: Apresentar concluses, em uma redao de natureza argumentativa, a respeito de idias,

    textos, acontecimentos e situaes relacionadas a um dado tema.

    Item do programa: Competncia na produo textual, comprovando capacidade de organizao do

    pensamento e uso eficaz do registro culto

    Subitem do programa: Conhecimento da gramtica descritiva na dimenso do funcionamento textual-

    discursivo dos elementos da lngua.

    Subitem do programa: Habilidade de leitura e interpretao como reconstruo de textos em diferentes

    nveis.

    Comentrio da questo:

    Todos os itens do programa so, de certa maneira, cobrados na Redao, assim como todos os

    principais objetivos do ensino da Lngua Portuguesa podem ser visados e atingidos na confeco de

    uma redao. Ao demonstrar competncia na produo textual, o candidato comprova capacidade de

    organizao do pensamento; ao dominar o funcionamento textual-discursivo dos elementos da lngua, o

    candidato comprova a habilidade necessria de leitura para reconstruir o texto e o seu pensamento em

    diferentes nveis, como se quer nesta prova.

  • Toda a prova tem um tema central: o reconhecimento da necessidade do relativismo das opinies e

    posies. Tudo o que se pensa e afirma relativo, no mnimo, circunstncia tanto de quem faz a

    afirmao quanto de quem a l. Os textos da prova convergem, portanto, para esta proposta de

    redao, agora auxiliados pela gravura de Escher, que visualmente apresenta mltiplas perspectivas,

    as quais variam conforme a posio relativa dos personagens e dos observadores envolvidos.

    Pede-se que o candidato demonstre, recorrendo naturalmente a argumentos e exemplos seus, a

    necessidade de se compreenderem perspectivas diferentes da prpria para se conviver melhor.

    Ressalta-se que no se abriu a possibilidade de o candidato demonstrar o contrrio, porque essa

    possibilidade quase certamente o levaria a impasses e a problemas lgicos, os quais ele poderia no

    resolver. Em outras palavras, as do autor do primeiro texto, no vale tudo: h limites que balizam toda

    a reflexo solicitada.

    Pode-se dizer que esta uma redao sobre como se pode pensar melhor, ou seja: que se trata de

    uma redao sobre a prpria redao.

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