Estudo da viabilidade do uso da bioeletrografia na identificação de insumos farmacêuticos...

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Kleber Honório de Freitas Sandro Rogério Alvares ESTUDO DA VIABILIDADE DO USO DA BIOELETROGRAFIA NA IDENTIFICAÇÃO DE INSUMOS FARMACÊUTICOS FITOTERÁPICOS SÃO PAULO 2012

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Estudo acadêmico sobre o uso da bioeletrografia em insumos de plantas.

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Kleber Honório de Freitas

Sandro Rogério Alvares

ESTUDO DA VIABILIDADE DO USO

DA BIOELETROGRAFIA NA IDENTIFICAÇÃO

DE INSUMOS FARMACÊUTICOS FITOTERÁPICOS

SÃO PAULO

2012

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Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU

Kleber Honório de Freitas

Sandro Rogério Alvares

ESTUDO DA VIABILIDADE DO USO

DA BIOELETROGRAFIA NA IDENTIFICAÇÃO

DE INSUMOS FARMACÊUTICOS FITOTERÁPICOS

Trabalho de conclusão de curso

apresentado ao curso de Farmácia

da FMU, sob orientação do

Professor Mestre André Bersani Dezani.

SÃO PAULO

2012

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Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU

Kleber Honório de Freitas

Sandro Rogério Alvares

ESTUDO DA VIABILIDADE DO USO

DA BIOELETROGRAFIA NA IDENTIFICAÇÃO

DE INSUMOS FARMACÊUTICOS

Trabalho de conclusão apresentado

ao curso de Farmácia da FMU, sob

orientação do Professor Mestre

André Bersani Dezani, aprovado

pelos membros da Banca

Examinadora abaixo:

___________________________________________

Prof. Me. André Bersani Dezani

FMU – Orientador

___________________________________________

Prof. Me (Dr). ______________________________

(São Paulo – FMU)

___________________________________________

Prof. Me (Dr). ______________________________

(São Paulo – FMU)

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Dedicamos a todos aqueles que

acreditaram na possibilidade deste

trabalho e que contribuíram de

forma direta ou indireta para a sua

realização.

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Agradecemos a todos aqueles que

de alguma forma contribuíram

para a realização deste trabalho,

em especial a orientação do

Professor Mestre André Bersani

Dezani que abraçou a ideia e

creditou em nós incentivos

positivos. À Professora Drª Maria

de Fátima Borges Pavan que nos

instruiu sempre sobre como

utilizar as regras que compõem

este trabalho. Ao Dr. Carlos

Eduardo Bittencourt Sena, médico

e companheiro que deu enorme

contribuição nos momentos

aflitivos.

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“Que os vossos esforços desafiem as

impossibilidades, lembrai-vos de

que as grandes coisas do homem

foram conquistadas do que parecia

impossível.” (Charles Chaplin)

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RESUMO

A bioeletrografia exibe, no campo eletromagnético, alterações de diâmetro e cor,

relacionadas com variações do estado de excitação de materiais expostos à descarga de alta

tensão. Com o objetivo de compreender padrões de bioeletrografias de insumos farmacêuticos

de uso fitoterápico, foi realizado o experimento com amostras de carqueja (Baccharis

trimerae herbae), maracujá doce (Passiflorae dulcis folium) e espinheira santa (Mayteni

folium), buscando uma relação com o uso da técnica e a possibilidade de identificação das

amostras estudadas. Os tempos de obtenção das bioeletrografias (01 - 10 segundos) após

preparação de solução a 10% em água purificada permitiu conhecer o tempo necessário de

exposição da amostra a alta tensão para revelar padrões prévios, com quatro repetições por

amostra. Os tubos de ensaio foram fotografados com a máquina bioeletrográfica produzida

para os experimentos. Diferenças significativas foram expressas e facilmente perceptíveis nas

diferentes amostras. A expansão das cores, assim como suas tonalidades foi maior nas

amostras de Carqueja, que gerou maior difusão que Espinheira Santa e Maracujá Doce, com

diferenças nas cores e intensidade luminosa. Comparada com a cor inicial da amostra

solubilizada, é facilmente perceptível à intensidade correspondente a cada tipo de planta

utilizada. A bioeletrografia demonstrou variações no campo eletromagnético de insumos

fitoterápicos, tendo as cores branca, amarela e verde e todas as suas tonalidades maiores

possibilidades de serem as indicadoras mais importantes das alterações. A técnica utilizada

neste trabalho demonstrou-se apta para a identificação de insumos farmacêuticos, abrindo

margem para futuros estudos nesta área.

Palavras-chave: Fitoterápico. Bioeletrografia. Kirlian. Identificação. Cor.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Equipamento bioeletrográfico 9L1 desenvolvido e comercializado por

Milhomens. (Milhomens, 2012)

14

Figura 2 - Câmera Yashica MG-3. (autoria própria)

19

Figura 3 – Câmera Yashica MG-3 adaptada para os experimentos. (autoria própria)

19

Figura 4 – Esquema funcional do equipamento desenvolvido para os experimentos.

(autoria própria)

20

Figura 5 - Extratos secos das plantas: (A) Passiflorae dulcis folium; (B) Mayteni

folium; (C) Baccharis Trimerae Herbae (autoria própria)

22

Figura 6 – Primeiras imagens obtidas, visando testes preliminares com o

equipamento. (A) Carqueja Pó; (B) Carqueja solução a 10% em água purificada; (C)

Cápsula de ômega-3. (autoria própria)

24

Figura 7 – Amostra de Espinheira Santa em solução a 10% em água purificada.

Resultados obtidos em 3, 4 e 5 segundos de disparo. (autoria própria)

24

Figura 8 – Esquema demonstrativo sobre a variação de cor e intensidade luminosas

facilmente perceptíveis. Bioeletrografia de Espinheira Santa - Mayteni folium.

(autoria própria)

25

Figura 9 – Esquema comparativo sobre a intensidade luminosa e a variação de cores

obtidas das amostras durante testes bioeletrográficos. (autoria própria)

26

Figura 10 – Extratos secos das plantas: (A) Passiflorae dulcis folium; (B) Mayteni

folium; (C) Baccharis Trimerae Herbae (autoria própria)

26

Figura 11 – Solução a 10% : (A) Passiflorae dulcis folium; (B) Mayteni folium; (C)

Baccharis Trimerae Herbae (autoria própria)

27

Figura 12 – Imagens Bioeletrográficas: (A) Passiflorae dulcis folium; (B) Mayteni

folium; (C) Baccharis Trimerae Herbae (autoria própria)

27

Figura 13 – Pantone de identificação sugerido para a técnica de bioeletrografia.

(autoria própria)

28

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 10

1 O Equipamento 14

2 Hipóteses do efeito resultante 15

2.1 A teoria do “plasma” como resultado 16

2.2 Raios Positivos ou Raios Canais 16

2.3 Descrição do processo de ionização 17

3 O equipamento preparado para os experimentos 18

4 Descrições das plantas utilizadas segundo a Farmacopeia Brasileira 21

5. Objetivo prático 23

6. Materiais e Métodos 23

6.1 Padronizações do método e bioeletrografias preliminares 23

7 Resultados 24

8 Conclusões 29

REFERÊNCIAS 30

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INTRODUÇÃO

Em 1904, em Porto Alegre (RS), o Padre gaúcho jesuíta Roberto Landell de

Moura, físico e engenheiro politécnico, inventou e estudou um equipamento que era capaz de

fotografar através de um halo luminoso em torno de corpos animados ou inanimados, como o

corpo humano e plantas. Realizou diversos experimentos através da técnica e deu ao halo

resultante da fotografia o nome de perianto. Por falta de interesse das autoridades e

comunidade da época, Landell decidiu doar todos os seus equipamentos para o governo

britânico em junho de 1909, através de uma carta direcionada ao governo daquele país. Este

fato está registrado na pesquisa para doutorado na USP do historiador da ciência Francisco

Assis de Queiroz. (QUEIROZ, 2007)

Somente em 1939, o russo Semyon Davidovitch Kirlian, eletricista autodidata,

redescobriu a técnica de Landell, consertando um equipamento eletrônico em um hospital,

recebeu acidentalmente uma descarga elétrica de alta voltagem e notou que entre seu dedo e o

eletrodo se formou um halo azulado. Movido pela curiosidade, posicionou um filme entre o

equipamento e seu dedo disparando novamente uma descarga elétrica. Verificou, após a

revelação do filme, que havia um halo reluzente em torno do seu dedo. A partir daí, iniciou

junto de sua esposa, Valentina Chrisanfovka Kirlian, na oficina em sua casa onde consertava

aparelhos eletrônicos, sua pesquisa. Construiu uma máquina para realizar as fotografias que

levou o sobrenome do casal (Kirlian), desde 2000 denominado bioeletrografia. Levaram dez

anos de trabalho para que os meios oficiais prestassem atenção ao invento. E então, o governo

russo designou um oficial especialista em plantas para acompanhar o trabalho do casal.

Levando consigo duas folhas aparentemente idênticas que foram fotografas seguidamente.

Após a revelação notou-se que uma das folhas mostrava um halo brilhante expansivo,

enquanto a outra uma luz descorada. Repetiram o experimento várias vezes e o mesmo

resultado foi obtido. Com os resultados obtidos, o especialista em plantas, que se manteve

silencioso e reservado, revelou que uma das plantas era saudável e a outra era doente

(DONISETE, 2008).

No século XIX, Faraday e Maxwell descreveram as forças entre as cargas elétricas

e as correntes por elas produzidas. Um campo elétrico é uma condição existente no espaço

que rodeia um corpo carregado eletricamente e que produzirá uma força em qualquer outra

carga nesse campo. Os campos magnéticos são produzidos por cargas em movimento, isto é,

por correntes elétricas, e as forças magnéticas resultantes podem ser sentidas por outras cargas

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em movimento. Campos elétricos e magnéticos (eletromagnéticos) vibrantes podem deslocar-

se através do espaço sob a forma de ondas de rádio, ondas luminosas ou outros tipos de

radiação eletromagnética. A teoria da relatividade unificou os conceitos das cargas e correntes

e dos campos magnéticos. Como todo movimento é relativo, toda carga também pode parecer

uma corrente, e, consequentemente, seu campo elétrico também pode parecer um campo

magnético, logo os dois campos são unificados num único campo eletromagnético. Nessa

teoria também os conceitos de matéria e espaço vazio não podem mais ser separados

(CAPRA, 1983).

Todos os corpos possuem campo eletromagnético, uma vez que, são constituídos

de átomos, que por sua vez possuem campo. Nos seres vivos o campo eletromagnético é

dinâmico e mutável, enquanto nos seres inanimados esse campo é estático, e, praticamente

imutável, uma vez que não sendo vivos, próprios do universo tridimensional, este campo

expressa nada mais do que cargas elétricas estáticas, provenientes dos movimentos de seus

átomos e de suas moléculas (MILHOMENS, 1983).

A imagem bioeletrográfica é recurso metodológico utilizado no acompanhamento

e complementação de trabalhos de pesquisas em diversas áreas e países. Atualmente, além da

Psicologia e da Medicina, a bioeletrografia está sendo muito utilizada na Botânica, na

Veterinária, na Agronomia e até na Mineralogia (ANDRADE, 2004).

O efeito da bioetrografia é reconhecido pela ciência. Atualmente, na Associação

Norte Americana de Medicina, no Exército e na Marinha dos Estados Unidos, e na Rússia, o

efeito da bioeletrografia, é utilizado na identificação de pragas nas plantações, em sementes

de má qualidade, melhorando a quantidade nas safras de cereais. Há hoje aplicações ao estudo

de eletrografias comprovadas, como medir a força vital das sementes e das plantas, detectar

doenças antes que apareçam no corpo físico, conjuntamente com outras terapias, como

acompanhamento, a fim de avaliar a eficiência dos tratamentos e investigar os efeitos tóxicos

residuais dos medicamentos. O efeito kirlian, ou efeito Landell, é reconhecido pela ciência.

Atualmente, na Associação Norte-Americana de Medicina, no Exército e na Marinha dos

Estados Unidos, e na Rússia, o efeito kirlian, ou Landell, é utilizado na identificação de

pragas nas plantações, em sementes de má qualidade, melhorando a quantidade nas safras de

cereais. Há hoje aplicações ao estudo de eletrografias comprovadas, como medir a força vital

das sementes e das plantas, detectar doenças antes que apareçam no corpo físico,

conjuntamente com outras terapias, como acompanhamento, a fim de avaliar a eficiência dos

tratamentos e investigar os efeitos tóxicos residuais dos medicamentos, entre outros

(ABATTE, 2012).

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Nas orientações sobre “Controle de qualidade de extratos vegetais e fitoterápicos”

da ANVISA, consta apenas a possibilidade da utilização dos marcadores isolados (padrão

primário) e perfil cromatográfico como técnica de qualificar tais insumos (BRASIL, 2003).

A foto kirlian, atual bioeletrografia, na atualidade é fato científico já comprovado,

e há pesquisas realizadas por renomados cientistas no mundo inteiro, dentre os quais o físico

russo Dr. Konstantin Korotkov, Ph.D., atual presidente da IUMAB – International Union Of

Medical Anda Applied Bioelectrography (ou, em português: UIMBA – União Internacional de

Medicina e Bioeletrografia Aplicada), sediada na Finlândia, onde foi fundada em 1978. Hoje

a IUMAB é reconhecida pela UNESCO/ONU como o órgão máximo da bioeletrografia no

mundo e considera como válidas todas as suas normas e diretrizes nesta área (MILHOMENS,

2012).

O corpo humano, a todo instante, exala enorme variedade de gases e vapores,

todos resultantes dos processos vitais, inclusive da evaporação do suor. Enfermeiros e outros

profissionais da área da saúde, cuja profissão é lidar diariamente com pessoas doentes e

hospitalizadas, noticiam que pacientes diabéticos, cardíacos, cancerosos, etc., exalam odor

característico, de acordo com a enfermidade de que são portadores. Isso se deve ao fato de

esses processos patológicos provocarem naturalmente a emissão de determinados tipos de

fluidos e também de certos gases e, ou, vapores, cujas composições químicas variam de

acordo com a enfermidade e os estados mentais da pessoa. Por exemplo, pessoas cansadas,

estressadas, deprimidas, com qualquer distúrbio ou mesmo com qualquer tipo de doenças

mentais (psicopatologias), exalam determinados odores muito característicos dos problemas

mentais (ou psíquicos) de que estão acometidas. Descobriu-se que esses odores são exalados

via pele, através dos poros, seja por meio do suor, ou mesmo por outros gases produzidos

pelos seus organismos, como gás carbônico, amoníaco, metano, gás sulfídrico, cetonas etc.

(FASOLO, 2006).

A bioeletrografia poderia ser estudada e investigada como técnica de validação

dos insumos provenientes de plantas, mesmo antes destas se tornarem extratos secos e após

todo processo de transformação em fitoterápico. E é a partir desta possibilidade que

pretendemos desenvolver uma prévia da utilização da técnica para utilização como meio de

qualificar insumos farmacêuticos.

Considerando-se a possibilidade da utilização da técnica da bioeletrografia no

campo da farmácia, surgiu à ideia de usar os elementos luminosos resultantes da foto obtida

de insumos farmacêuticos fitoterápicos para viabilizar o uso na qualificação de matérias

primas que se originam de plantas.

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Acredita-se que o campo eletromagnético possa mostrar através da imagem

bioeletrográfica informações sobre a condição da amostra e modificações que podem ocorrer

por influências de material contaminado, plantas doentes ou contaminação cruzada com

outras espécies. Procuramos nesse trabalho mostrar a eficácia do método com a

bioeletrografia, no controle de qualidade de insumos fitoterápicos, fazendo um

acompanhamento de procedência e qualificando a matéria prima antes da sua utilização.

Inicialmente foram escolhidos três amostras de insumos farmacêuticos de origem

fitoterápica. Como critério de escolha foi adotado regras mínimas para estabelecer uma

qualidade para os fitoterápicos a serem utilizados. Antes de tudo, deveria constar alguma

referência às farmacopeias existentes e serem de fácil obtenção, além de apresentarem

características distintas. Portanto escolheram-se amostras de carqueja (Baccharis trimerae

herbae), maracujá doce (Passiflorae dulcis folium) e espinheira santa (Mayteni folium).

O presente trabalho visa experimentar a técnica da bioeletrografia para estudar o

comportamento de insumos farmacêuticos de origem fitoterápica, e tentar verificar uma

maneira de identificação desses insumos de origem vegetal, permitindo uma averiguação

quanta a sua qualificação à sua autenticidade.

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1. O Equipamento

A estrutura do equipamento não é uma câmara fotográfica, e sim uma máquina

elétrica. Sendo basicamente um aparelho gerador de alta tensão, operadas entre 6KV a 20KV,

ou mais e, que descarrega sobre uma placa de cobre contendo um filme fotográfico inserido

numa câmara escura.

O resultado obtido é uma foto, quando um objeto de qualquer natureza ou mesmo

organismos vivos é encostado a uma placa isolada e acionado o aparelho. A alta voltagem

desloca íons através da amostra projetando sobre um filme fotográfico, onde se formará a

imagem. O resultado obtido indica fatores luminosos particularmente restritos àquela amostra,

tornando possível, assim, sua identificação.

Os aparelhos desenvolvidos para a bioeletrografia trabalham obtendo resultados

coloridos ou não, sendo que os coloridos são mais ricos em detalhes, mas tem sempre o

mesmo princípio, que é a alta voltagem.

Hoje, são comercializados alguns modelos de aparelhos para bioeletrografia, mas

ainda continuam sendo construídos e adaptados por seus utilizadores. Em particular as que

tiram fotos coloridas, observa-se a predominância das cores azul, verde, vermelha, branca e

amarela, podendo variar os tons. O modelo de um equipamento bioeletrográfico desenvolvido

por Milhomens, modelo 9L1 pode ser visto abaixo (Figura 1).

Figura 1 – Equipamento bioeletrográfico 9L1 desenvolvido e comercializado por Milhomens.

(Milhomens, 2012)

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2. Hipóteses do efeito resultante

Diversas hipóteses foram formuladas pelos pesquisadores desta técnica e muitas

tentativas de explicar o princípio da bioeletrografia, porém, não são conclusivas e poucos

conseguiram explicar o que é o "Efeito Bioeletrográfico".

A técnica bioeletrográfica é o registro de um halo que contorna seres vivos ou

inanimados, registro em papel fotográfico ou na captura da imagem por meio de técnicas de

vídeo e informática. As amostras são submetidas a uma corrente de alta frequência, alta

voltagem e baixa amperagem que cria um campo elétrico ionizando gases e vapores exalados

pela amostra. Como produto da ionização é produzido uma luminosidade que é registrada em

emulsão no filme fotográfico, assim diz que uma bioeletrografia é a "assinatura

eletromagnética da amostra" (DONISETE, 2008).

Em geral o comportamento dos diferentes gases é o mesmo. Os gases são

constituídos de átomos e moléculas sob o ponto de vista elétrico e geralmente em

condições normais, são isolantes, ou seja, não conduzem eletricidade. Para que

exista uma passagem de corrente através de um gás, é necessário ionizá-lo

(DONISETE, 2008).

A energia emitida por um átomo é geralmente carregada por um fóton, emitido em

determinada frequência (v). A energia do fóton (E) é igual à constante multiplicada pela

frequência (E = hv), em que h é a constante de Planck (6,6256 x 10-34 jaule/segundo).

Quanto maior a energia do fóton maior é a frequência da onda eletromagnética (ondas curtas).

Radiações de alta energia como RX (frequências com amplitudes de 1.015 a 1.021 Hz) têm

energia suficiente para remover elétrons dos átomos e, então, produzir radiações ionizantes,

que são radiações muito penetrantes. A luz visível (4-7 x 1.014 Hz) não é ionizante, portanto é

menos penetrante (GIMBEL, 1980).

Os seguintes mecanismos que tornam um gás condutor:

A - Ionização elétrica. Ocorre nos campos elétricos de altas tensões, onde íons ou

elétrons possuem energia cinética suficientemente capaz para produzir a ionização. Um

intenso campo elétrico colide contra os átomos a partir da aceleração das partículas, e assim

são formados os arcos voltaicos (DONISETE, 2008).

B - Ionização térmica. Produz-se quando há o aumento de energia cinética onde a

substância é aquecida (DONISETE, 2008).

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C - Fotoionização. Origina-se quando uma quantidade de energia eletromagnética

é absorvida pelas moléculas suficientemente para ionizá-las. A ionização é medida através da

quantidade de pares de partículas carregadas com sinal contrário num determinado volume de

gás em uma unidade de tempo (DONISETE, 2008).

2.1 A teoria do “plasma” como resultado

A ionização é necessária para o plasma existir. O termo “plasma" usualmente se

refere à "densidade de elétrons" ou número de elétrons livres por unidade de volume. O grau

de ionização de um plasma é a proporção de átomos que perderam ou ganharam elétrons.

Mesmo um material parcialmente ionizado, em que somente 1% das partículas esteja

ionizada, pode apresentar as características de um plasma, com resposta a campos magnéticos

e alta condutividade elétrica. A densidade de elétrons está relacionada a ele pelo estado médio

da carga dos íons. Há várias formas para a sua geração, entretanto um princípio é comum a

todos eles: deve haver fornecimento de energia para produzi-lo e sustentá-lo. O plasma é

gerado quando uma corrente elétrica é aplicada através de um material não condutor de

eletricidade. Os circuitos elétricos nos plasmas armazenam energia indutiva (magnética) e, no

caso de rompimento do circuito, a energia indutiva é liberada como aquecimento e aceleração

do plasma. Esta é uma explicação comum para o aquecimento que ocorre na coroa solar, por

exemplo. As correntes elétricas, em particular as alinhadas com campos magnéticos, são

também observadas nas auroras polares da Terra e em filamentos de plasma. O Plasma é

resumidamente uma região contendo cargas equilibradas de íons e elétrons (NICHOLSON,

1983).

2.2 Raios Positivos ou Raios Canais

Os raios positivos foram descobertos em 1886, logo depois da descoberta dos

raios catódicos por Goldstein (Gotthilf-Eugen Goldstein, 1850 – 1930, Alemanha) que procurou

determinar se o anodo também emitia uma energia que fosse possível de detectar e ser

estudada. Para isso construiu uma ampola com o catodo em forma de disco furado no meio do

tubo; o anodo foi fixado na extremidade do tubo. Outro tubo vertical comprido foi introduzido

no meio da ampola que se liga à bomba de vácuo, para extração do ar. Aplicando-se

diferenças de potencial entre o anodo e o catodo, Goldstein observou canais luminosos por

trás do catodo, no prolongamento dos orifícios. Goldstein interpretou esses canais luminosos

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como sendo produzidos por radiações emitidas pelo anodo. Por isso essas radiações foram

chamadas raios positivos, ou raios canais. A interpretação dada por Goldstein sobre a natureza

dos raios positivos é apenas parcialmente correta. Eles não são constituídos somente de íons

positivos arrancados do anodo, como pensaram de início. Esses íons existem, mas, em

proporções pequenas. A maior parte das partículas que constituem os raios positivos são íons

positivos das moléculas de gás que permaneceram no interior do tubo. O que acontece é que

os elétrons dos raios catódicos, chocando-se com moléculas do gás, arrancam elétrons dessas

moléculas, isto é, as ionizam.

As partículas que constituem os raios positivos têm carga elétrica positiva que é

sempre um múltiplo da carga elétrica do elétron.

Como efeito, os raios positivos produzem luminescência nos corpos com que se

chocam, como por exemplo, o vidro da ampola. Atravessam lâminas muito finas de materiais.

São usados como elementos de estudos sobre propriedades da matéria (E-FÍSICA, 2012).

2.3 Descrição do processo de ionização

É possível ocorrer ionização por diversos processos químicos ou físicos, porém o

processo que mais nos interessa é quando uma carga de alta tensão incidente interage com a

matéria. Essa interação é chamada de ionizante se ela tiver energia suficiente para arrancar o

elétron de sua camada eletrônica, ou seja, energia superior à energia de ligação desse elétron,

formando assim um par iônico, onde o elétron é o íon negativo e o restante do átomo o íon

positivo, pois passa a ter um elétron a menos. A energia de ligação varia entre as camadas

eletrônicas de um átomo e é maior nos elétrons das camadas mais internas, próximas ao

núcleo, esses valores também variam entre os diferentes átomos existentes.

Sob baixas tensões, os materiais em geral não são condutores, porém, sempre

existem íons presentes. Aumentando a tensão dos eletrodos, o campo elétrico amplia também

sua intensidade produzindo a movimentação dos íons. A velocidade deste deslocamento

depende principalmente da intensidade do campo elétrico. Desta forma é cada vez maior a

quantidade de íons que na unidade de tempo consegue formar, ou seja, a corrente elétrica que

circula pelo material vai aumentando sua intensidade. A partir de determinado momento,

todos os íons produzidos pelo agente ionizante (o campo elétrico), chegam a um valor de

saturação, embora a tensão possa ser aumentada, a corrente elétrica que circula pelo material

não aumentará seu valor. Temos então, um valor que é chamado de intensidade de saturação.

(LEÃO, 2008).

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Quanto menor seja a densidade do material, menores serão as intensidades de

campo elétrico necessárias para atingir tal saturação. Para aumentar a intensidade da corrente

elétrica além do valor de saturação se faz agora necessário elevar consideravelmente a tensão

nos eletrodos. Feito isto, a intensidade da corrente elétrica novamente vai aumentar. Nestas

condições aparece a ionização por choque eletrônico e, neste momento, a recombinação dos

átomos e moléculas ionizados que voltam ao seu nível energético base, produz a emissão de

radiações eletromagnéticas (luz), sendo possível registrar em filme fotográfico. A partir desta

situação, um aumento do valor da tensão nos eletrodos produz o chamado efeito de avalanche,

ou seja, um elétron qualquer produz um íon e um novo elétron, o qual novamente reinicia o

processo (LEÃO, 2008).

Se um elétron, por um motivo qualquer, se desprende do átomo, deixando de girar

em torno do núcleo, e sai viajando livremente, entre os demais átomos do meio

ambiente, recebe o nome de “elétron livre”. Toda vez que um “elétron livre” volta

a ser um elétron comum emite um “fóton de luz”, ou seja, produz luz, ilumina o

ambiente (COSTA, 2010).

Se o átomo está em estado neutro e recebe energia, passará ao estado excitado e

liberará essa energia consequentemente, voltando ao seu estado de menor energia. Essa

energia é frequentemente emitida como radiação eletromagnética, portanto aparece a luz de

comprimento de onda distinto, denominada linha espectral (FARINA, 1990).

3. O equipamento preparado para os experimentos

Uma câmera fotográfica que utiliza películas fotográficas foi adaptada para os

experimentos. O modelo mais facilmente adaptável foi a Yashica MG-3 que pode ser visto

abaixo numa foto antes outra após a adaptação.

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Figura 2 - Câmera Yashica MG-3. (autoria própria)

Figura 3 – Câmera Yashica MG-3 adaptada para os experimentos. (autoria própria)

Um esquema de toda a adaptação está abaixo representado por uma ilustração que

permite entender melhor o seu princípio e funcionamento.

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Figura 4 – Esquema funcional do equipamento desenvolvido para os experimentos. (autoria própria)

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4. Descrições das plantas utilizadas segundo a Farmacopeia Brasileira

Carqueja (Baccharis Trimerae Herbae) - A droga vegetal consiste de caules

alados, dessecados e fragmentados contendo, mínimo, 1,7% de ácidos cafeicos totais,

calculados como ácido clorogênico. Ramos cilíndricos, trialados, de até 1 m de comprimento,

áfilos ou com raras folhas sésseis e reduzidas nos nós. Alas verdes, glabras a olho nu,

membranosas, com 0,5 cm a 1,5 cm de largura; alas dos ramos floríferos, mais estreitas do

que as demais. Plantas dióicas, portanto, quando presentes ramos floridos, estes devem ser

somente pistilados ou somente estaminados. Inflorescências, quando presentes, do tipo

capítulo, branco-amareladas, numerosas, sésseis, dispostas ao longo dos ramos superiores,

formando espigas interrompidas, com receptáculo plano, não paleáceo; flores com papus

presente, piloso e branco. O pó atende a todas as exigências estabelecidas para a espécie,

menos os caracteres macroscópicos. São característicos: fragmentos de epiderme com cutícula

estriada e estômatos anomocíticos e anisocíticos, além dos tricomas descritos; porções de

parênquima medular com cristais de oxalato de cálcio; porções de fibras acompanhadas de

canais secretores. Podem ocorrer, dependendo do grau de fragmentação, porções de ramos

alados com e sem capítulos. Cor castanho esverdeado, odor característico e sabor amargo.

(BRASIL, 2010)

Espinheira Santa (Mayteni folium) - A droga vegetal é constituída pelas folhas

secas da espécie, contendo no mínimo, 2,0 % de taninos totais, expressos em

pirogalol (C6H6O3; 126,11), dos quais no mínimo 2,8 mg/g equivalem a

epicatequina (C15H14O6; 290,3). Folhas simples, inteiras, de formato oval-lanceolado quando

jovens, passando a elíptico-lanceolado com o amadurecimento. Lâmina com 2,1 cm a 9,0 cm

(raramente até 15,0 cm) de comprimento, e 1,0 cm a 3,1 cm (raramente até 7,0 cm) de largura,

coriáceas a subcoriáceas, glabras, com ápice mucronado, base aguda a obtusa, peninérvias,

com nervura principal proeminente na face abaxial. A nervação é do tipo craspedódroma

mista, com nervuras secundárias partindo em ângulo agudo em relação à principal,

terminando na margem da lâmina, ou ramificando-se nas proximidades dela, ou ainda

seguindo em direção à margem, onde se reúnem com a superior subsequente, formando arcos.

Na margem foliar, tanto as nervuras secundárias quanto as que delas partem, unem-se com a

nervura marginal, formando projeções pontiagudas, de 9 a 14 unidades por folha, dispostas

mais frequentemente, na metade apical da lâmina. As aréolas são predominantemente

retangulares, com terminações ramificadas. Pecíolo curto, com 0,2 cm a 0,5 cm de

comprimento. Nas amostras secas, a face adaxial do limbo mostra-se relativamente mais

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escura que a abaxial, esbranquiçada. O pó atende a todas as exigências estabelecidas para a

espécie, menos os caracteres macroscópicos. São características: pó inodoro, levemente

refrescante; coloração verde-amarelada; fragmentos de epiderme com paredes periclinais

retas, recobertas por cutícula espessa e contendo pequenos estilóides ou cristais prismáticos

em abundância; fragmentos de epiderme com estômatos laterocíticos; fragmentos de

parênquima paliçádico com dois ou três estratos celulares, completamente

distendidos ou não; fragmentos de fibras de grosso calibre com pontoações1

simples (BRASIL, 2010).

Maracujá Doce (Passiflorae dulcis folium) - A droga vegetal é constituída pelas

folhas secas contendo, no mínimo, 1,0% de flavonóides totais, expressos em

apigenina (C15H10O5; 270,24). Folhas simples, glabras, sub-coriáceas, de cor verde clara.

Lâminas ovaladas ou oblongas, de 7,0 cm a 20,0 cm de comprimento e 4,0 cm a 15,0 cm de

largura, base arredondada ou ligeiramente reentrante, ápice acuminado e margem lisa.

Nervação peninérvea, nervuras salientes na face abaxial. Pecíolo com 2,0 cm a 7,0 cm de

comprimento, profundamente canaliculado na parte superior, com um ou geralmente dois

pares de nectários extraflorais. É comum a ocorrência de gavinhas no pecíolo. Difere de

Passiflora edulis, pois esta apresenta folha trilobada, margem serrilhada, nervação

palminérvea e apresenta tricomas tectores na região da nervura principal. Possuem sabor

fortemente amargo e odor característico. O pó atende a todas as características estabelecidas

para a espécie, menos os caracteres macroscópicos. São características: coloração amarelada;

fragmentos de epiderme da face adaxial com células como as descritas, sem estômatos;

fragmentos de epiderme da face abaxial com células como as descritas, com estômatos, como

descritos; fragmentos de mesofilo em secção transversal, com idioblastos contendo drusas;

drusas isoladas; fragmentos de tecido vascular. (BRASIL, 2010)

Figura 5 - Extratos secos das plantas: (A) Passiflorae dulcis folium; (B) Mayteni folium; (C) Baccharis Trimerae Herbae (autoria própria)

________________________________________________________________________________

1 - Pontoações - regiões de menor espessura na parede celular, que tem função de facilitar o transporte de

substâncias.

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5. Objetivo prático

O objetivo do presente trabalho é experimentar padrões na técnica de

bioeletrografia em insumos farmacêuticos de origem fitoterápica e estabelecer a identificação

de matérias primas de origem vegetal, oriundas de várias origens, permitindo uma

qualificação segura quanto à sua autenticidade.

6. Materiais e Métodos

Câmera fotográfica Yashica MG-3 adaptada

Fonte de alta tensão de 17 Kv

Filmes fotográficos Kodak Asa 100, 200 e 400

Tubos de ensaio 10mm

Água purificada (osmose reversa)

Amostras de insumos fitoterápicos:

Carqueja pó – origem nacional, fornecedor Fagron.

Espinheira Santa pó – origem nacional, fornecedor Fagron.

Passiflora extrato seco (maracujá doce) – origem nacional, fornecedor

Pharmanostra.

6.1 Padronizações do método e bioeletrografias preliminares

Os campos eletromagnéticos das plantas de Baccharis trimerae hebae, Mayteni

folium e Passiflorae dulcis folium foram fotografados com aparelho bioeletrográfico

previamente adaptado, em filme fotográfico Kodak Asa 100, 200 e 400 - 36 poses.

As bioeletrografias (Figura 6) foram obtidas de amostra do extrato seco de

carqueja solubilizada a 10% em água purificada. Cada amostra foi colocada em tubo de ensaio

e devidamente encaixado no aparelho sob proteção da incidência luminosa externa,

utilizando-se tecido preto. O tubo foi bioeletrografado em câmara escura, após aplicação dos

tratamentos, em intervalos de tempo de 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10 segundos.

Os filmes fotográficos obtidos durante os experimentos foram encaminhados para

revelação e digitalização em laboratório fotográfico credenciado pela Kodak. Ao todo,

utilizou-se 10 filmes fotográficos de 36 poses cada, totalizando aproximadamente cerca de

350 bioeletrografias realizadas no período de oito meses.

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Determinou-se a partir dos testes preliminares a seguinte padronização para

obtenção das películas bioeletrográficas:

Solução a 10% das amostras em água purificada.

Disparo de 5 segundos no equipamento utilizando corrente alternada a

17kV.

7. Resultados

Os primeiros testes com a bioeletrografia visando unicamente experimentar o

funcionamento do equipamento podem ser vistos abaixo (Figura 6).

Figura 6 – Primeiras imagens obtidas, visando testes preliminares com o equipamento. (A) Carqueja Pó; (B) Carqueja solução a 10% em água purificada; (C) Cápsula de ômega-3. (autoria própria)

A padronização do tempo de disparo á partir da carqueja em solução a 10% em água

purificada apresenta maior eficiência de visibilidade e destinção de cor utilizando 5 segundos

de disparo, demostrado na figura 7.

Figura 7 – Amostra de Espinheira Santa em solução a 10% em água purificada. Resultados obtidos em 3, 4 e 5 segundos de disparo. (autoria própria)

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Observaram-se nas imagens obtidas nos experimentos, que é possível

relacionar a intensidade luminosa e as diferentes tonalidades de cores presentes nas

bioeletrografias para identificar diferentes insumos fitoterápicos frequentemente

utilizados nas formulações de vários medicamentos.

Verificou-se que houve efeito de mudanças na cor branca, amarela e verde,

além de zonas mixtas onde é perceptível a passagem de uma cor para outra. (Figura 8)

Figura 8 – Esquema demonstrativo sobre a variação de cor e intensidade luminosas facilmente

perceptíveis. Bioeletrografia de Espinheira Santa - Mayteni folium. (autoria própria)

Percebeu-se, comparativamente, que nas três amostras de fitoterápicos

utilizadas neste trabalho (maracujá doce, espinheira santa e carqueja), formou-se o mesmo

padrão em intensidade luminosa partindo sempre do centro como mais intenso e a

extremidade como menos intensa. E para a cor, partindo do centro mais claro e nas

extremidades mais escuro.

Presume-se que o princípio de deslocamento de elétrons no ato da exposição à

alta voltagem gera maior ou menor “energia luminosa” quando este elétron retorna ao seu

local de origem. Pois, é quando o elétrom retorna que libera energia. Este padrão repetiu-se

sempre e pode ser devidamente visto na comparação das bioeletrografias (Figura 9).

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Figura 9 – Esquema comparativo sobre a intensidade luminosa e a variação de cores obtidas das

amostras durante testes bioeletrográficos. (autoria própria)

Essas fotos bioeletrográficas, científica e tecnicamente obtidas, confirmam a

existência de radiações nos vegetais estudados, que são determinadas pela estrutura

biológica particular de cada um. O campo eletromagnético dinâmico dos seres vivos.

Todas as experiências feitas com a bioeletrografia indicam a existência de um registro

particular, biológico, formado de um invólucro pulsante de energia, que tem a

propriedade de se expandir e retrair, de absorver e transmitir energia.

Mesmo a partir de amostras secas e trituradas de procedência industrializada, é

possível averiguar seu comportamento diante de testes bioeletrográficos (Figuras 10,

11 e 12). Notadamente, suas diferenças e maneira de se comportar diante do mesmo

impulso eletétrico padronizado, pode ser visto e certificado, mesmo após incistestes

repetições.

Figura 10 – Extratos secos das plantas: (A) Passiflorae dulcis folium; (B) Mayteni folium; (C) Baccharis Trimerae Herbae (autoria própria)

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Figura 11 – Solução a 10% : (A) Passiflorae dulcis folium; (B) Mayteni folium; (C) Baccharis Trimerae Herbae (autoria própria)

Figura 12 – Imagens Bioeletrográficas: (A) Passiflorae dulcis folium; (B) Mayteni folium; (C) Baccharis Trimerae Herbae (autoria própria)

Sugere-se como forma de identificação um estudo técnico que permita identificar

o insumo fitoterápico a partir de um pantone de cores que obdeça regras pré-estabelecidas.

Uma das formas de viabilizar isto seria como o sugerido:

Usar o ponto médio do raio da imagem bioeletrográfica.

Procurar no pantone pré-estudado o tom de cor mais próximo deste ponto

médio.

Neste pantone previamente estudado e testado estariam as possibilidades de

identificação dos insumos fitoterápicos (Figura 13).

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Figura 13 – Pantone de identificação sugerido para a técnica de bioeletrografia. (autoria própria)

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8. Conclusões

As imagens bioeletrográficas, obtidas durante todo o período prático do trabalho,

aliadas as confirmações feitas por outros pesquisadores, reafirma a existência de radiações

luminosas e colorimétricas nos insumos vegetais estudados aqui, para este fim e, que são

determinadas pela estrutura biológica particular de cada um. Os seres vivos através de seu

campo eletromagnético dinâmico apresenta uma identidade única e repetitiva, capaz de

mostrar nitidamente padrões identificáveis. As experiências feitas com a bioeletrografia foram

capazes de indicar a existência de um registro peculiar, biológico, formado de um envoltório

emissor de energia, que tem a propriedade de se expandir e retrair, de absorver e transmitir

energia capaz de imprimir um registro perseptível e passível de avaliação quanto aos padrões.

Partindo de amostras secas, trituradas e processadas industrialmente, é possível

explorar seu comportamento diante de testes bioeletrográficos e, até mesmo, repetir o

resultado invariavelmente. Constata-se que as diferentes maneiras de se comportar ao teste

bioeletrográfico das de insumos tão particularmente dististos, diante do mesmo impulso

eletétrico padronizado, pode ser visto e atestado.

Um pantone de cores poderá orientar uma forma de identificação e um estudo

técnico que permitará identificar os insumos fitoterápicos a partir de regras pré-estabelecidas.

Viabilizando, assim o uso desta técnica para o enriquecimento qualitativo e prévio quando se

utiliza matérias primas destas procedências.

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