Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo...

108
Leonel Fernandes Lemos Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização dos Edifícios Hospitalares Portugueses Leonel Fernandes Lemos novembro de 2013 UMinho | 2013 Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização dos Edifícios Hospitalares Portugueses Universidade do Minho Escola de Engenharia

Transcript of Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo...

Page 1: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Leonel Fernandes Lemos

Estabelecimento de Benchmarkspara os Custos de Utilização dosEdifícios Hospitalares Portugueses

Leon

el Fe

rnan

des

Lem

os

novembro de 2013UMin

ho |

201

3Es

tabe

leci

men

to d

e B

ench

mar

ks p

ara

osC

usto

s de

Util

izaç

ão d

os E

difíc

ios

Hos

pita

lare

s Po

rtug

uese

s

Universidade do MinhoEscola de Engenharia

Page 2: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a
Page 3: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

novembro de 2013

Tese de MestradoCiclo de Estudos Integrados Conducentes aoGrau de Mestre em Engenharia CivilÁrea de Especialização: Construções

Trabalho efetuado sob a orientação doProfessor Doutor Ricardo Mateus

e coorientação doProfessor Doutor Luís Bragança

Leonel Fernandes Lemos

Estabelecimento de Benchmarkspara os Custos de Utilização dosEdifícios Hospitalares Portugueses

Universidade do MinhoEscola de Engenharia

Page 4: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Agradecimentos

Universidade do Minho i

Agradecimentos

A dissertação que agora se apresenta, representa o culminar de um ciclo de estudo, um

período de viva onde estudar e terminar este mestrado era o principal objetivo. Pelo caminho

surgiram muitas dificuldades que consequentemente concluíram em enormes alegrias.

Durante cinco anos de estudo tive a oportunidade de partilhar dias, noites, horas e horas de

estudo com colegas de curso. Juntos conseguimos ultrapassar todas as dificuldades. Agradeço

a todos estes, o companheirismo, espírito de equipa e amizade. Espero, um dia ter a

oportunidade de cooperar profissionalmente. Um abraço a todos.

Apesar de representar uma tarefa individual, a conclusão desta dissertação não seria possível

sem a dedicação, o empenho e a determinação de todo um grupo de trabalho. Assim, gostaria

de agradecer:

• Ao meu orientador, Professor Doutor Ricardo Mateus e coorientador, Professor

Doutor Luís Bragança, pela dedicação, tempo despendido, compreensão, pela capacidade

critica permanente, incentivo, reconhecimento de trabalho, bem como pelos conhecimentos

transmitidos.

• À Mestre Arquiteta Fátima Castro, pela disponibilidade e apoio demonstrado, pelo

acompanhamento às entidades hospitalares; Obrigado por tudo.

• À Marta Pereira, pela disponibilidade demonstrada durante todo o processo, espírito

de equipa, pela partilha de conhecimento eficaz com todo o grupo de trabalho, por todo o

trabalho realizado. Uma colega de curso que não tinha conhecido particularmente durante

os quatro anos de curso, mas que guardo com muita estima e amizade;

A total cooperação, a disponibilidade para reunir, a constante preocupação em nos informar

do estado de arte, agradeço à equipa da ACSS responsável pelo PEBC e ECO-AP toda a ajuda

concedida.

À minha família e amigos mais chegados, um muito obrigado pela força e vontade que me

transmitiram. Aos meus pais e irmã, obrigado por tudo. Obrigado pelo vosso incentivo

incessável, pelo apoio, pela compreensão, e acima de tudo, pelo vosso amor. Ao meu irmão,

obrigado pela força que deixaste connosco. Um homem da área da construção, sei que estaria

muito orgulhoso.

Page 5: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Agradecimentos

ii Universidade do Minho

Por fim, quero também deixar uma palavra de agradecimento à minha namorada Vânia

Ribeiro, pelo amor, carinho e compreensão. Com ela este objetivo tornou-se possível.

Obrigado pelo entusiasmo, incentivo e apoio constante durante todo este ciclo de estudo.

A todos, muito obrigado.

Page 6: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Resumo

Universidade do Minho iii

Resumo

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a proteção da saúde dos portugueses,

contudo a sua gestão tem-se revelado, por vezes, pouco eficiente, uma vez que não é possível

controlar a procura, assim como os custos.

Os edifícios hospitalares têm uma grande e complexa variedade de recursos e exigências nos

seus diversos campos de atuação, que juntamente com o aumento da esperança média de vida

e o avanço científico e tecnológico, tornam o estudo desta tipologia de edifícios um desafio

aliciante. A gestão hospitalar rapidamente se apercebeu que: para o SNS se tornar uma

estrutura financeira estável, seria necessário melhorar o desempenho, tornando-se assim o

benchmarking a palavra do momento.

A avaliação do desempenho não cria somente os benchmarks, como fornece também

informação em falta às instituições e organizações e demonstra como melhorar o desempenho.

Através da metodologia benchmarking espera-se obter o valor das melhores práticas exercidas

pelos edifícios hospitalares e assim fornecer aos gestores hospitalares e projetistas a

possibilidade de identificação de pontos de melhoria com vista à redução de custos de

utilização e aumento da sua eficiência.

Desta forma, com o trabalho realizado conseguiu-se definir benchmarks para os custos de

utilização (água, energia, gás e resíduos) de edifícios hospitalares portugueses, estabelecendo

uma base para a proposta de redução dos mesmos. Permite-se, assim, aos gestores

hospitalares averiguar qual o posicionamento do hospital do qual são responsáveis,

verificando a sua eficiência em cada indicador estudado.

Com o presente estudo, é esperado um contributo significativo para a evolução do estado de

arte sobre a temática abordada e contribuir para que futuras investigações consigam um

aumento na eficiência dos edifícios hospitalares, através da redução de custos de utilização.

Palavras-chave:

Sustentabilidade; Benchmark; eficiência hospitalar; custos de utilização; gestão hospitalar;

Page 7: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Resumo

iv Universidade do Minho

Page 8: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Abstract

Universidade do Minho v

Abstract

The National Health Service (NHS) contributes to the protection of the health of the

portuguese people but its management has sometimes proved inefficient due to the

unforeseeable demand and running costs.

The great hospital buildings within the NHS, which possess a large and complex variety of

resources and demands in their various fields of work, allied to the rise of life expectancy and

technological advances, make the study of this building typology an enticing challenge.

Hospital management soon realized that in order to stay a financial stable institution it had to

become cost effective, making benchmarking a path to follow.

Therefore, the performance evaluation creates not only benchmarks but also provides

information that the institutions and organizations lack demonstrating how to improve

performance. Through this methodology it is expected to obtain the value of the best practices

exercised by hospitals providing hospital managers and designers the ability to identify

improvement measures aimed at reducing running costs and increased efficiency.

Therefore, this assignment aimed to set benchmarks for running costs (water, electricity, gas

and residues) of portuguese hospital facilities, establishing a foundation to a proposal of cost

cuts to keep them running. It allows hospital managers to find its market positioning and its

score on the various studied indicators.

At the end of the assignment, it is expected a significant contribution to the evolution of the

state of the art of the matter and contribution so that future investigations achieve increased

efficiency by reducing hospital running costs.

Keywords :

Sustainability; Benchmark; hospital efficiency; running costs; hospital management;

Page 9: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Abstract

vi Universidade do Minho

Page 10: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Índice

Universidade do Minho vii

Índice

 

CAPÍTULO 1 - FUNDAMENTAÇÃO E OBJETIVOS 1  

1.1. Introdução 1  

1.2. Enquadramento 3  

1.3. Objetivos 6  

1.4. Estrutura da Tese 7  

CAPÍTULO 2 - PROCESSO DE BENCHMARKING 9  

CAPÍTULO 3 - ESTADO DE ARTE 17  

3.1. Benchmark Ambiental em Instituições do Ensino Superior (IES) 19  

3.1.1. IES de Portugal - Campus da FCT/UNL 19  

3.2. Benchmarks hospitalares 31  

3.2.1. Hospitais SA 32  

3.2.2. Hospitais Ibéricos 36  

3.2.3. ACSS 2013 39  

CAPÍTULO 4 - RECOLHA DE DADOS 45  

4.1. Tratamento de dados 45  

4.2.  Agrupamento de dados 48  

CAPÍTULO 5 - ESTABELECIMENTO DE BENCHMARKS DE CUSTOS PARA

EDIFICIOS HOSPITALARES 55  

5.1. Dados estatísticos 55  

5.2. Benchmarks para custos de utilização 57  

CAPÍTULO 6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 71  

6.1. Principais conclusões 71  

6.2. Perspetivas futuras 72  

ANEXOS 1  

Page 11: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Índice

viii Universidade do Minho

Page 12: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Índice

Universidade do Minho ix

Índice de Figuras

Figura  1  -­‐  Pilares  da  construção  sustentável    -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  4  Figura  2  -­‐  Melhoria  promovida  pelo  benchmark    -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  11  Figura  3  -­‐  Metodologia  pdcl  segundo  deming,  relatório  do  comité  temático  de  benchmark  da  fnq    -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  15  Figura  4  -­‐  Metodologia  de  trabalho    -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  19  Figura  5  -­‐  Consumo  de  energia  nas  ies  em  análise  –  2008    -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  29  Figura  6  -­‐  Consumo  de  água  nas  ies  em  analise  –  2008  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  30  Figura  7  -­‐  recolha  de  informação    -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  33  Figura  8  -­‐  Ranking  de  eficiência  global  dos  hospitais  em  estudo  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  34  Figura  9  -­‐  Exemplo  de  benchmark  da  alavanca  1  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  34  Figura  10  -­‐  GAP  dos  hospitais  SA    -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  35  Figura  11  -­‐  Estudo  dos  pogramas  críticos  do  hospital  h.  D.  Guimarães  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  36  Figura  12  -­‐  Comparação  da  mortalidade  bruta  e  ajustada  pelo  risco    -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  38  Figura  13  -­‐  Comparação  das  complicações  brutas  e  ajustadas  pelo  risco  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  38  Figura  14  -­‐  Instituições  hospitalares  alvo  de  análise  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  40  Figura  15  -­‐  Dimensões  de  benchmarking  e  indicadores  do  estudo    -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  41  Figura  16  -­‐  Sistema  de  avaliação  por  cores    -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  41  Figura  17  -­‐  Divisão  dos  edifícios  hospitalares  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  51  Figura  18  -­‐  Influência  dos  custos  de  utilização  (grupo  I)  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  54  Figura  19  -­‐  Influência  dos  custos  de  utilização  (grupo  II)  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  54  Figura  20  -­‐  Influência  dos  custos  de  utilização  (grupo  III)  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  54  Figura  21  -­‐  Curva  de  gauss  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  57  Figura  22  -­‐  Custo  de  água  por  m2  dos  edifícios  hospitalares  do  grupo  I  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  60  Figura  23  -­‐  Custo  de  água  por  m2  dos  edifícios  hospitalares  do  grupo  II  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  60  Figura  24  -­‐  Custo  de  água  por  m2  dos  edifícios  hospitalares  do  grupo  III  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  61  Figura  25  -­‐  Custo  de  energia  por  m2  dos  edifícios  hospitalares  do  grupo  I  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  61  Figura  26  -­‐  Custo  de  energia  por  m2  dos  edifícios  hospitalares  do  grupo  II  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  62  Figura  27  -­‐  Custo  de  energia  por  m2  dos  edifícios  hospitalares  do  grupo  III  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  62  Figura  28  -­‐  Custo  de  gás  por  m2  dos  edifícios  hospitalares  do  grupo  I  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  63  Figura  29  -­‐  Custo  de  gás  por  m2  dos  edifícios  hospitalares  do  grupo  II  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  64  Figura  30  -­‐  Custo  de  gás  por  m2  dos  edifícios  hospitalares  do  grupo  III  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  64  Figura  31  -­‐  Custo  de  resíduos  por  m2  dos  edifícios  hospitalares  do  grupo  I  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  65  Figura  32  -­‐  Custo  de  resíduos  por  m2  dos  edifícios  hospitalares  do  grupo  II  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  65  Figura  33  -­‐  Custo  de  resíduos  por  m2  dos  edifícios  hospitalares  do  grupo  III  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  66  Figura  34  -­‐  Custo  total  por  m2  dos  edifícios  hospitalares  do  grupo  I  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  67  Figura  35  -­‐  Custo  total  por  m2  dos  edifícios  hospitalares  do  grupo  II  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  67  Figura  36  -­‐  Custo  total  por  m2  dos  edifícios  hospitalares  do  grupo  III  -­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐-­‐  68  

Page 13: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Índice

x Universidade do Minho

Page 14: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Índice

Universidade do Minho xi

Índice de Tabelas

Tabela  1  -­‐  Motivos  para  o  benchmark    ..................................................................................................................  10  Tabela  2  -­‐  Diferentes  tipos  de  benchmark    ...........................................................................................................  13  Tabela  3  -­‐  Indicadores  de  desempenho  ambiental  aplicáveis  a  ies    ......................................................................  20  Tabela  4  -­‐  IES  selecionadas  para  benchmarks    ......................................................................................................  24  Tabela  5  -­‐  Dados  das  ies  selecionadas  para  realização  de  benchmark    ................................................................  26  Tabela  6  -­‐  Exemplo  de  ficha  de  benchmark    ..........................................................................................................  27  Tabela  7-­‐  Níveis  de  autoavaliação    ........................................................................................................................  27  Tabela  8  -­‐  Resultados  dos  indicadores  de  sustentabilidade  na  categoria  energia  para  as  ies  em  analise  –  2008    28  Tabela  9  -­‐  Resultados  dos  indicados  de  sustentabilidade  na  categoria  água  para  as  ies  em  analise  –  2008    .......  30  Tabela  10  -­‐  Características  dos  hospitais  do  grupo  de  comparação    ....................................................................  37  

Tabela  11  -­‐  Benchmarking  da  dimensão  económica  para  o  indicador  FSE/m2  de  área  útil  .................................  42  

Tabela  12  -­‐  Potencial  para  redução  dos  custos  FSE  i    ............................................................................................  43  Tabela  13  -­‐  Parâmetros  nº  de  camas,  área  útil  e  custos  utilização  .......................................................................  49  Tabela  14  -­‐  Determinação  dos  quartis  ..................................................................................................................  50  Tabela  15  -­‐  Hospitais,  custos  de  utilização  e  área  útil  do  grupo  i  ..........................................................................  51  Tabela  16  -­‐  Hospitais,  custos  de  utilização  e  área  útil  do  grupo  ii  .........................................................................  52  Tabela  17  -­‐  Hospitais,  custos  de  utilização  e  área  útil  do  grupo  iii  ........................................................................  53  Tabela  18  -­‐  Verificação  de  discrepância  para  custos  de  gás  (grupo  i)  ...................................................................  58  Tabela  19  -­‐  Resumo  das  melhores  práticas,  práticas  convencionais  e  piores  práticas  de  todos  os  indicadores  ..  59  

Page 15: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Índice

xii Universidade do Minho

Page 16: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Abreviaturas

Universidade do Minho xiii

Abreviaturas

ACSS – Administração Central de Sistema de Saúde

ASHE – American Society of Healthcare Engineering

ARS – Administração Regional de Saúde

CH – Centro Hospitalar

EPE – Entidade Publica Empresarial

FCT/UNL – Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa

GEE – Gases Efeito Estufa

IES – Instituições do Ensino Superior

PEBC e ECO.AP – Plano estratégico do Baixo Carbono e Programa de Eficiência Energética

da Administração Publica

PPP – Parcerias Público Privadas

SA – Sociedade Anónima

SGA – sistemas de gestão ambiental

SNS – Sistema Nacional de Saúde

SPA – Setor Publico Administrativo)

ULS – Unidade Local de Saúde

Page 17: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Abreviaturas

xiv Universidade do Minho

Page 18: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 1 – Fundamentação e objetivos

Universidade do Minho 1

CAPÍTULO 1 - FUNDAMENTAÇÃO E OBJETIVOS

1.1. Introdução

A presente dissertação com o tema “Estabelecimento de benchmarks para os custos de

utilização dos edifícios hospitalares portugueses”, finaliza o ciclo de mestrado de dois anos na

área de construções no âmbito do Mestrado Integrado em Engenharia Civil da Universidade

do Minho.

O Sistema Nacional de Saúde português é fruto de um longo percurso de progressivo

reconhecimento do direito à proteção social da saúde, consagrado institucionalmente em 1976

(Aguiar, 2010).

A avaliação do desempenho das organizações de saúde, mais concretamente dos hospitais, é

um fator que tem merecido grande enfoque não só a nível internacional como nacional

(Aguiar, 2010). Assim sendo, os três importantes desafios dos sistemas de saúde são: a

sustentabilidade, a qual depende do pleno equilíbrio a longo prazo entre as receitas e as

despesas, a accountability (responsabilidade), sendo que esta passa por demonstrar de forma

sistemática e objetiva, a adequada utilização dos recursos disponíveis, e a inovação a qual

consiste na capacidade de adquirir novos conhecimentos e novas tecnologias na prática clínica

(Delgado, 2010).

A sustentabilidade é um conceito que está organizado segundo três dimensões: ambiental,

económica e social. Para um edifício ser considerado sustentável, isso depende do equilíbrio

estabelecido entre as três dimensões referidas, da importância que se atribui a cada uma delas,

dos indicadores utilizados, da tipologia da utilização do edifício e dos fatores socioculturais,

económicos, bem como dos problemas ambientais característicos de cada região (Bragança,

Mateus, 2012).

Assim sendo, o conceito de desenvolvimento sustentável na indústria da construção envolve

todo o ciclo de vida do edifício, desde a extração e transformação das matérias-primas até à

fase de demolição e/ou desconstrução, passando por todas as outras fases como o

planeamento, projeto, construção, utilização e manutenção (Castro, Mateus, Bragança, 2012).

No estudo apresentado será dado maior ênfase à dimensão económica, visto ser o objeto o

estabelecimento de benchmarks de custos de utilização de edifícios hospitalares.

Page 19: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 1 – Fundamentação e objetivos

2 Universidade do Minho

É de salientar que os grandes desafios das instituições são mesmo a promoção da qualidade

dos serviços aumentando a eficiência, criando uma linguagem comum de indicadores de

desempenho e benchmarks, selecionando adequadamente a inovação face às necessidades da

população, de forma a evitar a subutilização ou a sobre-utilização de recursos (Delgado,

2010).

Um dos instrumentos mais utilizados para avaliar o desempenho e a eficiência das

organizações é o benchmark, sendo que este deve constituir uma base através da qual se

desencadeiam processos de ajustamento das organizações, comparando competências e

processos, de modo a identificar as melhores práticas para depois as ensaiar, adaptar e

implementar (Freitas et al., 2001).

Segundo Camp (1994), o benchmark é definido como um processo contínuo de medir

produtos, serviços, e práticas com os maiores concorrentes de uma empresa ou os líderes do

mercado. Esta ferramenta administrativa foi introduzida nos anos 80 nos Estados Unidos pela

Companhia Xerox, tendo vindo a ser reconhecida desde então como um modo eficiente e

efetivo de aperfeiçoar uma grande variedade de práticas empresariais (Camp, 1994; Mosel,

Gift, 1994).

Assim sendo a utilização de técnicas de benchmark, tornou-se uma prática convencional em

muitas indústrias, contudo na área da saúde em Portugal esta apenas foi aplicada nos últimos

anos, trazendo a sua implementação ao nível dos cuidados de saúde, a redução do tempo de

internamento, bem como a diminuição da taxa de mortalidade, levando desta forma à redução

de custos e melhoramento dos cuidados de saúde prestados (Mosel, Gift, 1994; Berkey, 1994;

Libby, Grove, Adams, 1997).

O estudo da sustentabilidade em edifícios hospitalares portugueses torna-se assim urgente.

Esta tipologia de edifícios são grandes consumidores energia por terem de manter grandes

volumes de ar à temperatura de conforto, isto é, necessitam de grandes quantidades de energia

para aquecimento e arrefecimento, mas também para o funcionamento dos equipamentos das

especialidades terapêuticas e manutenção do edifício.

Page 20: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 1 – Fundamentação e objetivos

Universidade do Minho 3

1.2. Enquadramento

A construção é um dos setores económicos mais importantes, contudo este setor ainda se

baseia em muitos sistemas construtivos convencionais e na mão-de-obra não qualificada, o

que leva à (Bragança, 2012):

• Excessiva utilização de recursos naturais;

• Excesso de consumo de energia;

• Excessiva produção de resíduos;

Esta realidade conduz a um elevado impacte ambiental, económico e social da construção. Por

esta razão, este passa ser tema-chave para os profissionais deste setor, dada esta realidade ser

incompatível com o desenvolvimento sustentável (Bragança, 2012).

No que diz respeito ao impacte ambiental, este caracteriza-se pela utilização de cerca de 50%

das matérias-primas retiradas da crosta terrestre e pela emissão de cerca de 1/3 dos gases

efeito estufa (GEE). Relativamente ao impacto económico, a construção é um o setor motor

da economia. Em relação ao impacto social, o setor da construção é constituído por 2,4

milhões de empresas na U.E., das quais 97% são pequenas médias empresas (PME’s) com

menos de 20 empregados, representando um total de 7,2% de emprego, fazendo com que esta

indústria tenha importantes responsabilidades a nível social (Bragança, 2012).

Assim sendo, é necessário definir prioridades, que se aproximem das metas e objetivos do

desenvolvimento sustentável. Um edifício para ser considerado sustentável, o seu projeto deve

assentar no equilíbrio entre as três dimensões da sustentabilidade descritas anteriormente

(ambiental, económica e social) (Bragança, 2012).

O conceito de desenvolvimento sustentável, envolve todas as fases de ciclo de vida de um

determinado produto ou edifício. Assim é imprescindível a minimização de impactes

negativos desde a extração e transformação das matérias-primas que o constituem, passando

pelo planeamento/projeto para a sua aplicação, incluindo as fases de construção, utilização,

manutenção e demolição de um edifício (Figura 1) (Mateus, Bragança, 2011).

Page 21: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 1 – Fundamentação e objetivos

4 Universidade do Minho

Figura 1 - Pilares da construção sustentável (Mateus, 2004)

Deste modo, a sustentabilidade depende da importância que se atribui a cada uma das

dimensões do desenvolvimento sustentável, dos indicadores utilizados, da tipologia da

utilização do edifício e dos fatores socioculturais, económicos, bem como dos problemas

ambientais característicos de cada região (Mateus, 2004)

Os edifícios hospitalares, bem como todos outros edifícios do SNS (Sistema Nacional de

Saúde), são edifícios com uma grande e complexa variedade de recursos e exigências nos seus

diversos campos de atuação, o que torna o estudo desta tipologia de edifícios um desafio

aliciante (Robert, Guenther, 2006).

Os edifícios hospitalares representam um foco fundamental de estudo no processo de

avaliação do ciclo de vida dos edifícios, dado serem grandes consumidores quer de recursos

naturais, quer de energia, a qual é utilizada em sistemas de aquecimento, arrefecimento e para

o funcionamento de equipamentos e aparelhos, entre outros. Assim, o setor da saúde tem um

peso importante na economia das nações e nas suas políticas, devido ao facto de este setor

estar diretamente relacionado com a saúde humana. Existem vários parâmetros que

contribuem para que este sector seja considerado um dos maiores consumidores de recursos

humanos e de energia, dos quais se destacam (Castro, Mateus, Bragança, 2012):

• Funcionamento de equipamentos por períodos de 24h;

• Elevado número de circulação de pessoas;

• Existência de zonas de trabalho distintas, as quais apresentam necessidades

energéticas diferentes;

• Presença de diversas funções como: tratamento, ensino, pesquisa, reabilitação,

promoção da saúde, bem como prevenção da doença;

Page 22: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 1 – Fundamentação e objetivos

Universidade do Minho 5

• Necessidade de existência de equipamentos de reserva, para que esteja

assegurado o fornecimento constante de energia;

• Dimensão das instalações.

Desta forma, quando se pensa no projeto de um ambiente hospitalar, são tidas em conta

algumas preocupações como: o clima (onde o edifício é construído), a insolação, a tipologia

do terreno, a eficiência em relação ao desenvolvimento das atividades e adaptabilidade a

novas descobertas e tecnologias (Castro, Mateus, Bragança, 2012).

É de salientar que um hospital tem um consumo médio de energia por metro quadrado (m²),

10 vezes superior ao consumo de um edifício de escritórios com laboratórios de investigação,

o que leva a que por ano esta tipologia de edifícios consuma mais eletricidade do que

qualquer outra construção existente em qualquer cidade portuguesa. Segundo Castro, Mateus

e Bragança (2012), um exemplo prático do peso que os equipamentos e todas as outras

variáveis descritas anteriormente têm ao nível dos consumos nesta tipologia de edifícios, é o

caso do hospital de S. João, o qual aumentou em cerca de 8% o consumo de energia entre os

anos de 2007 a 2009, devido à introdução de novos equipamentos, ventilação e às obras que

se encontravam em curso (Castro, Mateus, Bragança, 2012).

Atualmente, já existem vários estudos desenvolvidos no âmbito hospitalar, os quais se focam

no conceito de desenvolvimento sustentável. Contudo na sua grande maioria estas são

voltados para a dimensão económica (gestão empresarial). A maior parte das organizações

para a saúde e equipas de projeto, que começaram a debruçar-se sobre construção sustentável

dos edifícios hospitalares, tinham o intuito de perceber quais as vantagens que este tipo de

prática acarretava ao nível da redução de custos e melhor qualidade disponibilizada aos

utilizadores, de forma a preservarem o meio ambiente (Castro, Mateus, Bragança, 2012).

Assim sendo, vários países têm procedido à publicação de diretrizes de projetos para edifícios

hospitalares, sendo que segundo Castro, Mateus e Bragança (2012), de entre estes é de

destacar as recomendações para projetos hospitalares que o Green Building committee da

American Society of Healthcare Engineering (ASHE) publicou em 2002. Outra das

publicações por estes autores referida são os princípios da arquitetura sustentável, de forma a

melhorar o meio ambiente, implementando regras com o intuito de reduzir os resíduos. Este

projeto foi desenvolvido pelo American Hospital Association’s, em parceria com a United

States Environmental Protection Agency (Castro, Mateus, Bragança, 2012).

Page 23: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 1 – Fundamentação e objetivos

6 Universidade do Minho

Em suma, neste trabalho será estudada a eficiência dos hospitais quanto aos custos de

utilização. Para tal, será usado para aferir esse desempenho/eficiência a ferramenta de

benchmarks que, segundo Freitas et al. (2001), deve constituir uma base sobre a qual se

desencadeiam processos de ajustamento das organizações (empresariais e institucionais) às

novas realidades, comparando competências e processos, designadamente com as

organizações de excelência, de modo a identificar as melhores práticas para depois as ensaiar,

adaptar e implementar.

1.3. Objetivos

O estudo desenvolvido tem por base a análise dos custos de utilização dos hospitais

portugueses, tendo em conta esta tipologia de edifícios.

Para o estudo e a análise comparativa dos custos de utilização foi utilizada a metodologia

benchmarking para o estabelecimento da “melhor prática”, definida pelos 25% melhores

hospitais estudados, através da qual se obteve a melhor eficiência hospitalar, da “prática

convencional”, a qual é definida pela mediana dos hospitais estudados, e ainda da “pior

prática” definida pelos 25% piores hospitais estudados, através da análise de custos por m2 de

área útil em cada grupo de hospitais.

O estabelecimento de benchmarks é uma metodologia cada vez mais utilizada pelas

organizações internacionais e nacionais, sendo aqui proposto também para os hospitais

portugueses. Através desta metodologia espera-se obter o valor das melhores práticas

observadas nos edifícios hospitalares e assim fornecer aos gestores hospitalares e projetistas a

possibilidade de identificação das medidas de melhoria com vista a redução dos custos de

utilização e aumento da sua eficiência.

Com este estudo é esperado um contributo significativo para a evolução do estado de arte

sobre a temática abordada e contribuir para que futuros trabalhos de investigação consigam

um aumento da eficiência dos hospitais através da redução de custos de utilização, pelo

estabelecimento de benchmarks para estes edificios.

Page 24: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 1 – Fundamentação e objetivos

Universidade do Minho 7

1.4. Estrutura da Tese

A presente dissertação encontra-se organizada em seis capítulos, onde se apresentam todas as

opções e metodologias adotadas. Seguidamente é apresentada uma breve explicação de cada

capítulo.

No primeiro capítulo expõe-se os aspetos gerais relativamente á construção sustentável em

edifícios hospitalares. Assim, começa-se por apresentar uma breve introdução e

enquadramento dos custos de utilização na construção sustentável. Seguidamente são

especificados os objetivos principais do presente estudo.

Com o segundo capítulo pretende-se esclarecer o leitor desta dissertação em que consiste o

processo de benchmarking. Assim, será apresentada a definição de benchmark segundo

autores diferentes, bem como os princípios, motivos e objetivos da utilização desta

metodologia para avaliação do desempenho. Serão ainda apresentadas vantagens e

desvantagens dos principais tipos de benchmark, bem como a relação entre estes.

O terceiro capítulo consiste na revisão bibliográfica sobre benchmarking. Foca estudos onde

foi empregada a metodologia benchmarking em edifícios hospitalares, bem como em outras

tipologias de edifícios.

No quarto capítulo será referida a metodologia de recolha de dados, descrevendo as

dificuldade sentidas e as entidades fornecedoras dos dados pretendidos (custos de utilização).

Neste capitulo será mencionado o método de agrupamento dos edifícios hospitalares de modo

a serem estabelecidos os grupos hospitalares.

No quinto capítulo são estabelecido os benchmarks dos custos de utilização dos edifícios

hospitalares parceiros de estudo. Neste capítulo será apresentada a forma para obtenção da

“melhor prática”, prática convencional e “ pior prática” de cada indicador estudado (custo de

água, energia, gás e resíduos) para cada grupo de edifícios hospitalares.

Por fim, no capítulo seis serão citadas as considerações finais. Primeiramente serão

apresentadas as principais conclusões sobre o estudo realizado, e seguidamente algumas

sugestões para trabalho futuros.

Page 25: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 1 – Fundamentação e objetivos

8 Universidade do Minho

Page 26: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 2 – Processo de benchmarking

Universidade do Minho 9

CAPÍTULO 2 - PROCESSO DE BENCHMARKING

O benchmark é um processo de melhoria do desempenho através da identificação,

compreensão, adaptação e implementação de melhores práticas e processos que se encontram

dentro e fora da instituição (Eco SMEs, 2004). Este processo baseia-se no estudo e

compreensão das entidades concorrentes/parceiros, que os levam a obter melhores resultados,

identificando as melhores práticas entre as várias instituições estudadas. A implementação

dessas melhorias pressupõe a capacidade de crítica e autocrítica, de questionar os processos

existentes e assumir uma atitude inovadora para implementar essas melhorias, que deverão ser

adoptadas a todos os níveis, no contexto concreto em que se situam.

Assim, o processo de benchmark baseia-se num princípio simples: “aprendermos uns com os

outros” (Freitas et al., 2001), envolvendo a criação de parcerias para troca de informações

sobre processos e medições, resultando na fixação das metas de melhoria realistas (Eco

SMEs, 2004).

A natureza do benchmark, assenta em determinados princípios (Freitas et al., 2001; Hospitais

SA, 2003):

• Ferramenta aplicável a toda a organização;

• Orientado por processos e não focalizado no individual;

• Explicar diferenças de desempenho económico-financeiras entre os hospitais, através de processos de gestão;

• Avaliar o potencial de melhoria de cada entidade hospitalar, centrando-se em cada uma das principais áreas estudadas;

• Ajudar a prevenir a complacência através do desenvolvimento da disciplina de focalização externa;

• Promover um pensamento “avançado” a todo o momento;

• Identificar “melhores práticas” e melhorias a implementar a curto prazo de forma a potenciar a melhoria identificada.

Os benchmarks são estudos utilizados para determinar o desempenho e para identificar uma

diferença de desempenhos entre organizações. É habitual existirem organizações que

declaram estar a realizar um benchmark quando, na realidade, estão a recolher benchmarks ou

informação sobre as organizações concorrentes (Freitas et al., 2001).

Page 27: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 2 – Processo de benchmarking

10 Universidade do Minho

Para a maioria das organizações, os objetivos são alusivos à competitividade, à focalização no

cliente, ao melhoramento dos processos e à definição de metas e medições de produtividade

realistas. O benchmarking pode ajudar na definição de cada um desses pontos de referência

(Tabela1) (Freitas et al., 2001).

Tabela 1 – Motivos para o benchmark (Freitas et al., 2001)

Objetivos Sem benchmarking Com benchmarking

Tornar-se concorrencial Focalizado internamente Compreensão da concorrência

Alteração evolucionária Ideias a partir de práticas provadas

Melhores práticas do

sector de atividade

Poucas soluções Muitas opções

Excessivas atividades de recuperação Desempenho superior

Definir os requisitos dos

clientes

Baseadas no histórico ou na inspiração Realidade do mercado

Percepção Avaliação objectiva

Estabelecer metas e

objectivos realistas

Falta de focalização externa Credível, sem dúvidas

Reativo Pró-ativo

Desenvolver verdadeiras

medições de

produtividade

Perseguição por projeto Resolve os problemas reais

Forças e fraquezas não compreendidas Compreende os resultados

Via de menor resistência Baseado nas melhores práticas do

sector de atividade

A comparação de desempenho entre instituições e o estabelecimento das “melhores práticas”

trazem enumeras vantagens para estas, como o ganho estratégico, vantagens operacionais e

económicas, bem como, um desempenho rápido ou imediato das instituições (Eco SMEs,

2004). Estas terão acesso imediato ao processo que as leva a melhores resultados entre os

analisados. Sendo que com outros métodos convencionais levaria um período de tempo mais

longo, até obter a mesma eficiência que as instituições conseguem utilizando o benchmark.

Este facto pode-se verificar no gráfico da Figura 2.

Page 28: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

Universidade do Minho 11

Figura 2 – Melhoria promovida pelo benchmark (Adaptado: Eco SMEs, 2004)

Existem diferentes definições de benchmark, que segundo Freitas et al. (2001) se deve em

grande parte a uma mudança de focalização e não a um desacordo fundamental. Mas também

existem diferenças quanto às atividades de benchmark, podendo estas ter objectivos e âmbitos

muito diferentes, e não há uma maneira única de abordagem ao benchmark (Andersen, 1996).

Deste modo, segundo Andersen (1996), podem-se definir três tipos principais de benchmark

relativamente ao “com que é comparado”:

• Benchmark de desempenho (“Como deveríamos estar a fazer isto?”) – é a

comparação das medidas de desempenho obtidas, com as metas estabelecidas

inicialmente. Sendo o benchmark uma meta que é estabelecida internamente ou por

um grupo consultor profissional.

• Benchmark de processo (“Como é que os outros alcançam?”) – é a comparação de

métodos e práticas de processos para realização de negócios. Tem como objetivo

aprender e implementar as “melhores práticas” no seu próprio processo.

• Benchmark estratégico (“O que devíamos estar a fazer?”) – é a comparação das

escolhas estratégicas realizadas por outras organizações, com o objetivo de obter

informações para melhorar a sua própria organização, através da experiencia da

observação de outras estratégias.

Ainda segundo o mesmo autor, Andersen (1996), o benchmark pode ser definido em quatro

tipos, no que se refere ao “contra o que é comparado”:

• Benchmark interno – baseia-se no estudo e análise contínua da própria organização,

de forma a estabelecer metas ambiciosas, para a implantação de melhores práticas, em

Page 29: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 2 – Processo de benchmarking

12 Universidade do Minho

toda a organização. A vantagem principal do benchmark interno é a sua aplicabilidade,

sendo exigidos poucos recursos e tempo. O grande inconveniente é que se dirige

apenas a um padrão interno, não havendo comparação com outras organizações.

• Benchmark concorrencial: baseia-se na comparação com os principais concorrentes,

de modelos ou funções específicos. Também é designado por reverse engineering –

desmontar um produto ou programa para ver como funciona. A vantagem do

benchmark concorrencial consiste na comparação realizada diretamente com os

principais concorrentes participantes, sabendo que existe uma grande dificuldade na

obtenção de informação acerca dos processos de cada organização, sendo este um

inconveniente do benchmark concorrencial e o facto da simples comparação com a

concorrência pode não indicar as melhores práticas que devem ser seguidas.

• Benchmark funcional: compara funções ou processos específicos com os melhores

do sector e da classe. É um tipo de benchmark muito útil para a organização, mas dado

que se remete apenas a funções ou processos específicos, pode não trazer benefícios

para as outras operações das organizações empresariais interessadas.

• Benchmark genérico: é das metodologias de benchmarks que melhores resultados

traz para as organizações. Baseia-se na comparação de todas as funções da atividade

empresarial e promove um esforço sucessivo de comparação de funções e processos

com os dos melhores da classe.

Quando considerada a experiência das organizações na aplicação de benchmark, pode-se

considerar que, frequentemente existe algum tipo de sucessão nos tipos de benchmark usados,

onde o benchmark de desempenho surge antes do benchmarking de processo e o benchmark

interno antes do benchmark externo (Szekely, 1996).

Relacionando as metodologias do “com que é comparado” e as “contra o que é comparado”

sugeridas por Andersen (1996), verifica-se na Tabela 2 que, umas combinações são mais

relevantes que outras.

Page 30: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

Universidade do Minho 13

Tabela 2 – Diferentes tipos de benchmark, adaptado de Anderson (1994)

Benchmark Benchmark Benchmark Benchmark

interno competitivo funcional genérico

Benchmark

de

desempenho

Processo Oferece pontos de Útil em certos Fraca comparação

importante e referência Aspetos, mas nem de dados puros

necessário mas exteriores. Boa sempre permite devido às

não permite saber comparação de uma comparação. diferenças nos

qual o indicadores de

processos e

desempenho desempenho

produtos

realmente possível

Benchmark

de

processo

Bom ponto de Poderia ser muito Boa maneira de Melhor maneira de

partida e útil mas apresenta encontrar novas encontrar novas

aprendizagem de limitações legais e ideias, com ideias e promover

benchmarking éticas na partilha menores melhorias

mas sem de informação limitações legais e fundamentais

expectativa de sobre processos éticas que no

ideias

benchmarking

competitivo

Benchmark

estratégico

Dificuldade em Competidores são Não muito útil Não muito útil

encontrar pistas os melhores devido às devido às

para melhores parceiros para diferenças nas diferenças nas

estratégias obter ideias sobre ideias de negócio ideias de negócio

internas estratégias e

planeamento

Os benchmarks podem ser determinados comparando os processos propriamente ditos, às

estruturas organizacionais, aos sistemas de gestão, aos factores humanos ou às metodologias

estratégicas. Simplificando, as melhores práticas são o “como” do benchmark, comparadas

com “o quê” que é o benchmark (Freitas et al., 2001).

A ferramenta de benchmark tem oferecido resultados muito positivos para várias

organizações, que foram aperfeiçoando esta metodologia com a experiencia que foram

obtendo. Feita uma análise a alguns exemplos é possível identificar alguns factores críticos

que determinam o grau de êxito alcançado (Freitas et al., 2001):

Relevância média Relevância baixa Relevância significativa

Page 31: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 2 – Processo de benchmarking

14 Universidade do Minho

• Manter a conformidade legal, cumprindo as normas e orientações legais, éticas e

administrativas;

• Identificar os processos de trabalho críticos e submete-los, em primeiro lugar, ao

benchmark; certificar-se de que os peritos da equipa de trabalho estão perfeitamente

familiarizados com o benchmark de processos;

• A organização deverá focalizar as atividades de benchmarking, tendo em conta os

objectivos principais do benchmarking: missão, processos críticos e factores críticos

de êxito;

• O benchmark deve ser utilizado para melhorar os desempenhos;

• Manter o fluxo de comunicação durante o projeto, mais especificamente com

organizações com melhores práticas do benchmark;

• Focalização nos processos e nas práticas de funcionamento e não apenas nos números;

• Filtrar o âmbito do estudo de benchmark, centrando-o nos processos ou subprocessos

que podem ser analisados eficazmente;

• Definir os processos internos e resolver quaisquer defeitos importantes antes de se

começar a efetuar o benchmarking externo;

• Há que utilizar os recursos próprios de formação e organizacionais para aumentar a

eficiência do benchmark organizacional;

• Importa pôr em prática as alterações ou as melhorias resultantes do benchmark para

promover o empenho organizacional.

Sendo que a abordagem do processo de benchmark é realizada pela entidade promotora, todo

o processo será então condicionado por essa identidade, divergindo quer em termos de

concepção do modelo de avaliação do desempenho (modelo de benchmark), quer em termos

de mecanismos de implementação.

Embora a maioria das iniciativas de benchmark estejam relacionadas com questões

financeiras e de gestão, o benchmark ambiental está a tornar-se cada vez mais um elemento

fundamental na gestão ambiental das organizações, ajudando estas a atingir um bom

desempenho ambiental tendo como exemplo os melhores nesta área (Eco SMEs, 2004). Este

tipo de benchmark, muitas vezes surge simplesmente para listar e comparar o desempenho

ambiental de diferentes organizações. Contudo, se este for entendido como uma ferramenta de

Page 32: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

Universidade do Minho 15

melhoria contínua, terá de ser mais ambicioso, não se restringindo a listar ou a comparar mas

também a analisar as práticas que levam a um desempenho ambiental superior (EEA, 2001).

Desta forma, o benchmark ambiental, deve incluir todas as áreas de atividade de uma

organização, não se limitando apenas às atividades que têm um impacto ambiental óbvio, mas

recorrendo à avaliação dos sistemas de gestão ambiental (SGA), desempenho dessa mesma

gestão, contabilidade ambiental, gestão de recursos e resíduos, qualidade ambiental dos

produtos, educação ambiental, desenvolvimento de políticas de ambiente, práticas de

auditoria, relações com clientes, bem como resposta à emergência (Szekely, 1996).

Da bibliográfica consultada, consegue-se destacar um conjunto de etapas comuns nas

metodologias abordadas por diferentes autores, razoavelmente bem modeladas pelo ciclo de

melhoria contínua de Deming: Planear (Plan), Executar (Do), Analisar (Check) e Corrigir

(Act) (Figura 3) (Ribeiro, 2004).

Figura 3 - Metodologia PDCL segundo Deming, Relatório do comité Temático de Benchmark da FNQ

(Possa & Matos, 2009)

Page 33: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 2 – Processo de benchmarking

16 Universidade do Minho

Page 34: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

Universidade do Minho 17

CAPÍTULO 3 - ESTADO DE ARTE

Ao longo dos últimos trinta anos, o SNS de Portugal tem vindo a sofrer alterações acentuadas,

tornando-se estas cada vez mais evidentes, sobretudo no que respeita ao envolvimento cada

vez maior e preocupado da sociedade (Lapão, 2005).

O estado Português, despendeu em 2005 de cerca de 10,2% da sua riqueza no sector da saúde

(OCDE, 2007). Comparativamente com outros parceiros europeus, este gasto marca um

esforço muito significativo, dando assim muita relevância a este sector público, dado que

recursos escassos se debatem com necessidades e espectativas crescentes.

No ano de 2006, o sector hospitalar português, teve gastos na ordem dos 3700 milhões de

euros, representando este cerca de 49% do orçamento de estado (ACSS, 2008).

Segundo Shortell e Kaluzny (2006), os fatores externos que têm contribuído de forma

significativa para o aumento dos custos hospitalares referidos, são:

• Desenvolvimento tecnológico;

• Aumento da prevalência de doenças crónicas;

• Aumento do consumo de fármacos;

• Aumento da esperança média de vida das populações.

Segundo Mateus e Bragança (2011), um dos tipos de estratégias de melhoria/recuperação

deste fator, é a promoção do aumento da eficiência dos processos utilizados, para que o

consumo de recursos seja minimizado. Sendo de extrema importância, que a estas técnicas de

gestão se aliem as ferramentas que defendem os princípios da sustentabilidade, podendo estas

contribuir significativamente para o sector da economia, satisfação social, bem com do

cuidado ambiental (Lapão, 2005).

O esforço de apuramento de custos com maior exatidão requer a implementação de

instrumentos e metodologias as quais têm como principais finalidades (Costa et al, 2008):

• Conhecer melhor a estrutura de consumo de recursos das organizações de saúde;

• Permitir tomar decisões estratégicas e operacionais, que tenham um menor grau de risco associado;

• Reorganizar processos produtivos no sentido de maximizar a sua eficiência;

• Gerir o doente ao longo do processo de produção com critério de custo-efetividade;

Page 35: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

18 Universidade do Minho

• Contribuir para a melhoria organizacional, através da comparação e utilização de técnicas de Benchmark entre organizações;

• Permitir desenvolver metodologias de definição de preços e de financiamento dos serviços de saúde com maior rigor e fiabilidade.

Têm sido vários os estudos realizados na área da saúde a nível internacional, para avaliação

do desempenho dos hospitais, dentro dos quais podem citar-se, a título perfeitamente

exemplificativo (Costa et al, 2010):

- EUA – “Best Hospitals” (Hill, Winfrey e Rudolph, 1997; O`Muirchearthaigh, Murphy e

Moore, 2002), “One Hundred Top Hospitals” (HCIA, 1999; Griffith, Alexander e

Jelinek, 2002) e “Risk-Adjusted Quality Outcomes Measures” (DesHarnais et al, 1997 e

2000), do Reino Unido (Amaratunga et al, 2002, Chang, Lin e Northcott, 2002;

Department of Health, 2002; NHS, 2002 e Snelling, 2003);

- Austrália (Ibrahim et al, 1998; Degeling et al, 2000; NHPC, 2001 e ACHS, 2002).

É de extrema importância salientar que em Portugal estes tipo de estudos não se encontram

tão desenvolvidos, contudo existem alguns já concluídos, dos quais se destacam os estudos

realizados por (Costa et al, 2010):

• INA – “Avaliação dos hospitais Fernando Fonseca e Garcia da Orta”, 1999 e “Projeto de Avaliação de Unidades de Saúde”, 2001,

• IGIF (Barros, 2001a; Barros 2001b e Barros, 2001c),

• Avaliação dos hospitais SA.

• A nível académico, já foram realizados alguns estudos, tais como os apresentados por

Costa e Reis (1993), Dias Alves (1994), Dismuke e Sena (1998), Barros e Sena

(1999), Cabral e Barriga (1999) e Carreira (1999).

Ainda em relação a Portugal, o tipo de avaliação citado anteriormente, ganhou mais enfâse

após a publicação em diário da república do “Novo Regime Jurídico da Gestão Hospitalar”,

pela lei nº 27/2002 de 8 de Dezembro.

Deste modo, começa-se por realizar uma pesquisa bibliográfica sobre o tema em estudo, de

forma a obter conhecimentos aprofundados e a conseguir definir o enquadramento do

trabalho. Com a realização da pesquisa pretende-se também obter uma comparação do estado

de arte nesta temática no contexto nacional e internacional, bem como a análise de estudos já

realizados.

Page 36: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

Universidade do Minho 19

A pesquisa efetuada tem como objetivo o desenvolvimento de conhecimento, através da

exploração de metodologia de benchmarks, tendo por base a procura de redução de custos de

utilização no meio hospitalar.

3.1. Benchmark Ambiental em Instituições do Ensino Superior (IES)

3.1.1. IES de Portugal - Campus da FCT/UNL

A Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa (FCT/UNL), criada

em 1977, situada na margem sul do rio Tejo, no Monte de Caparica tem uma área de 30 ha,

com capacidade de expansão, associada a outras atividades da Universidade, até 60 ha,

constitui uma das nove unidades orgânicas da Universidade Nova de Lisboa (UNL).

Com este estudo, Santos (2009), pretendeu dar um contributo para a implementação de boas

práticas de desenvolvimento sustentável em campus universitários, utilizando o benchmark

como ferramenta de gestão.

A metodologia utilizada para a realização deste trabalho foi a esquematizada na Figura 4.

Figura 4 - Metodologia de trabalho (Santos, 2009)

Page 37: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

20 Universidade do Minho

Analisando a Figura 4, e segundo a autora, depois de definidos os objectivos, procede-se à

recolha de informação, à elaboração de um plano experimental e a uma pesquisa bibliográfica.

Seguidamente, a autora desenvolveu uma grelha de indicadores (Tabela 3) de

sustentabilidade aplicáveis em campus universitários, sendo estes essencialmente no âmbito

ambiental. 38 Indicadores de desempenho ambiental e 30 boas práticas de gestão ambiental,

divididos por 10 categorias:

• Administração;

• Materiais;

• Alimentação;

• Energia;

• Água;

• Biodiversidade;

• Emissões Atmosféricas;

• Resíduos;

• Mobilidade;

• Comunidade;

Tabela 3 - Indicadores de desempenho ambiental aplicáveis a IES (Santos, 2009)

Categoria Indicador Unidades

Administração

Compromissos assumidos pela administração

com a sustentabilidade do campus nº de compromissos assumidos / ano

Percentagem de objectivos e metas de

sustentabilidade propostos atingidos

% de objectivos

metas atingidos / ano

Adoção de declarações/acordos de

sustentabilidade locais, nacionais ou

internacionais

nº de declarações adotadas

% trabalhadores não docentes afetos

à sustentabilidade

Total de custos e investimento com a proteção

ambiental, por tipo euros / ano euros / ETI

Page 38: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

Universidade do Minho 21

Tabela 3 (cont.) - Indicadores de desempenho ambiental aplicáveis a IES (Santos, 2009)

Categoria Indicador Unidades

Administração

Pagamento de coimas significativas por

incumprimento das leis e regulamentos

ambientais euros / ano

Número total de sanções não-monetárias

por incumprimento das leis e

regulamentos ambientais nº sanções / ano

Materiais

Materiais utilizados, em peso ou volume

(Por exemplo: papel, consumíveis

informáticos, reagentes)

t/ano t/ETI ; m3/ano ; m3/ETI

Percentagem de materiais utilizados que

são provenientes de reciclagem % materiais reciclados

Energia

Consumo direto de energia por fonte MWh/ano ; kWh/ETI ; kWh/m2

Consumo indireto de energia MWh/ano ; kWh/ETI ; kWh/m2

Total de poupança de energia devido a

melhorias na conservação e na eficiência

MWh/ano

% (ano de referência)

Energia elétrica proveniente de fontes

renováveis

MWh/ano

% consumo de energia

proveniente de fontes renováveis

Certificação energética de edifícios % de edifícios certificados

Água

Consumo total de água por fonte m3/ano ; m3/ETI ; m3/m2

Recursos hídricos significativamente

afectados pelo consumo de água m3 afectados

Percentagem de água reciclada e

reutilizada

% água reciclada ;

% água reutilizada

Page 39: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

22 Universidade do Minho

Tabela 3 (cont.) - Indicadores de desempenho ambiental aplicáveis a IES (Santos, 2009)

Categoria Indicador Unidades

Água

Descarga total de água residual, por

qualidade e destino m3/ano ; m3/ETI ; m3/m2

Identificação, dimensão, estatuto de

proteção e valor para a biodiversidade dos

recursos hídricos e respetivos habitats,

afetados de forma significativa pelas

descargas de água e escoamento

superficial

m3 de recursos hídricos afetados

Biodiversidade

Localização e área dos terrenos

pertencentes, arrendados ou administrados

pela organização, no interior de zonas

protegidas, ou a elas adjacentes, e em

áreas de alto índice de biodiversidade fora

das zonas protegidas

m2 de solos em zonas protegidas

% solos em zonas protegidas

Habitats protegidos ou recuperados % solos a manter ou transformar

em habitats naturais / ano

Número e volume total de derrames

significativos

nº derrames / ano

m2 solo contaminado / ano

Número de espécies, na Lista Vermelha da

IUCN e na lista nacional de conservação

de espécies, com habitats em áreas

afetadas por operações, discriminadas por

nível de risco de extinção

nº de espécies

Emissões atmosféricas

Emissões totais diretas de GEE, por peso t/ano ; t/ETI ; t/m2

Outras emissões indiretas de GEE, por

peso t/ano ; t/ETI ; t/m2

Reduções alcançadas com as iniciativas

para reduzir as emissões de GEE t emissões reduzidas / ano

Page 40: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

Universidade do Minho 23

Tabela 3 (cont.) - Indicadores de desempenho ambiental aplicáveis a IES (Santos, 2009)

Categoria Indicador Unidades

Emissões atmosféricas

Compromisso para compensação de emissões % emissões compensadas / ano

Emissão de substâncias destruidoras da

camada de ozono, por peso t/ano ; t/ETI ; t/m2

NOx, SOx e outras emissões atmosféricas

significativas, por tipo e peso t/ano ; t/ETI ; t/m2

Resíduos

Quantidade total de resíduos produzidos, por

tipo e método de eliminação t/ano ; t/ETI ; t/m2

Peso dos resíduos transportados, importados,

exportados ou tratados, considerados

perigosos nos termos da Convenção de

Basileia – Anexos I, II, III e VII, e

percentagem de resíduos transportados por via

marítima, a nível internacional

t/ano

% de resíduos perigosos / ano

Materiais entregues para reciclagem por tipo

(por exemplo: papel e cartão, plástico, vidro)

t/ano

% de resíduos entregues para

reciclagem / ano

Percentagem de materiais entregues para

compostagem % de resíduos compostáveis /

ano

Mobilidade

Utilização de combustíveis limpos na frota

automóvel

t combustível limpo consumido

/ ano

% combustível limpo no total de

combustível utilizado

Vias pedonais e cicláveis no campus

km vias pedonais no campus

km vias cicláveis no campus

% vias pedonais e cicláveis no

campus

Page 41: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

24 Universidade do Minho

Tabela 3 (conclusão) - Indicadores de desempenho ambiental aplicáveis a IES (Santos, 2009)

Categoria Indicador Unidades

Comunidade

Informação, sensibilização e envolvimento

da comunidade recorrendo à internet nº de acessos externos ao sítio

Web /ano

Oportunidades de estágios na área da

sustentabilidade do campus nº estagiários / ano

Promoção de uma competição de

sustentabilidade

nº de competições / ano

nº de pessoas envolvidas nas

competições / ano

Com base nas pesquisas efetuadas, nomeadamente nos relatórios de sustentabilidade

disponíveis online, Santos (2009) selecionou as IES (Instituições do Ensino Superior) para a

realização do benchmark de desempenho, sendo a maioria das IES norte-americanas, pois são

as que têm mais trabalho desenvolvido nesta área da sustentabilidade de IES. De forma a

analisar a realidade em diferentes continentes, a autora selecionou ainda duas IES (Tabela 4)

com informação disponível na área da sustentabilidade dos seus campus. A autora optou

assim por uma universidade australiana (Universidade de Macquaire) e outra europeia

(Instituto de Tecnologia de Zurique).

Tabela 4 - IES selecionadas para Benchmarks (Santos, 2009)

IES Localização Factor de escolha

Classificação Fonte de

informação Report

Card

Web

Ranking

Universidade

de Michigan Michigan, EUA

Significativa visibilidade das práticas de

sustentabilidade através da internet e

disponibilidade de informação  B+ 6º

Relatório

ambiental anual

de 2008 Em 2009 obteve a classificação (B+) na

avaliação do The College Sustainability

Report

Page 42: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

Universidade do Minho 25

Tabela 4 (Conclusão) - IES selecionadas para Benchmarks (Santos, 2009)

IES Localização Factor de escolha

Classificação Fonte de

informação Report

Card Web

Ranking

Universidade

de Harvard

Massachusetts,

EUA

É a IES mais antiga dos EUA (1836) e uma

das instituições educacionais mais

prestigiadas do mundo

Apresenta um programa na área da

sustentabilidade desde 1999 (Harvard Green

Campus Initiative)

Em 2009 obteve a melhor classificação (A-)

na avaliação do The College Sustainability

Report, a par do Oberlin College

A- 3º

Informação

disponível em

http://www.gree

ncampus.harvar

d.edu/

Universidade

de Macquaire

Sydney,

Austrália

IES com uma política de sustentabilidade

acentuada e práticas implementadas - 376º

Relatório Anual

de

Sustentabilidade

de 2008

Instituto de

Tecnologia de

Zurique

Zurique, Suíça - 40º

Relatório

ambiental anual

de 2008

FCT/UNL Almada,

Portugal Caso de estudo selecionado - -

Diversos

serviços da

FCT/UNL

Escolhidas as instituições, a autora procedeu à análise de dados (Tabela 5) dessas IES com a

aplicação da ferramenta de benchmarks desenvolvida. De salientar que, durante a recolha de

dados e pesquisa bibliográfica a autora identificou algumas lacunas existentes ao nível da

sustentabilidade das IES, tais como, a ausência de uma ferramenta de benchmark para IES.

Page 43: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

26 Universidade do Minho

Tabela 5 - Dados das IES selecionadas para realização de benchmark (Santos, 2009)

Indicadores FCT/UNL

(Portugal)

Universidade

de Michigan

(EUA)

Universidade

de Harvard

(EUA)

Universidade

de Macquaire

(Austrália)

Instituto de

Tecnologia

de Zurique

(Suíça)

Área do campus (ha) 24,7 3 071 150 126 62

Nº de edifícios 24 380 652 S.D. S.D.

Nº de alunos inscritos 7 452 41 042 18 769 32 785 11 888

Nº de docentes 456

37 044

2 500 1 098

9 049

Nº de funcionários não docentes 235 S.D. 1 123

População total do Campus 8 030 78 086 S.D. 35 006 20 937

ETI (funcionários + alunos) 8 030 41 040 S.D. 24 645 14 825

O Equivalente a Tempo Inteiro (ETI) é uma unidade per capita, que representa um aluno ou

funcionário que está a tempo integral no Campus Universitário.

Após análise e tratamento de dados obtidos, Santos (2009) desenvolveu 10 fichas de

benchmark, uma para cada categoria analisada.

As fichas de benchmark “permitem uma autoanálise da sustentabilidade das IES a qualquer

momento, com práticas definidas e que permitem atingir um nível de desempenho sustentável

mais elevado. Estas fichas definem para cada categoria o objetivo geral, os objetivos

específicos, os indicadores de sustentabilidade e suas unidades e boas práticas a adoptar na

busca da sustentabilidade dos campus universitários”.

Page 44: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

Universidade do Minho 27

Tabela 6 - Exemplo de ficha de benchmark (Santos, 2009)

Benchmark | 1

CATEGORIA – ADMINISTRAÇÃO

OBJECTIVO GERAL

Assumir ao nível da gestão de topo a sustentabilidade do campus universitário

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS

� Incentivar e fomentar práticas de sustentabilidade

� Tomada de decisões com base em critérios de sustentabilidade

� Integrar a sustentabilidade do campus nas restantes atividade da IES

INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE

� Compromissos assumidos pela administração com a sustentabilidade do campus

� Percentagem de objectivos e metas de sustentabilidade propostos atingidos

� Adoção de declarações/acordos de sustentabilidade locais, nacionais ou internacionais

� Pessoal afeto às políticas e programas de sustentabilidade

� Total de custos e investimento com a proteção ambiental, por tipo

� Pagamento de coimas significativas por incumprimento das leis e regulamentos ambientais

� Número total de sanções não-monetárias por incumprimento das leis e regulamentos ambientais

BOAS PRÁTICAS

� Assinatura de compromissos e/ou declarações de sustentabilidade

� Existência de um conselho consultivo para a sustentabilidade do campus

� Utilização de critérios de sustentabilidade na seleção dos investimentos

� Definição de metas e objectivos concretos para sustentabilidade do campus

� Disponibilização de pessoal a tempo inteiro afecto aos programas de sustentabilidade

� Implementação de procedimento para verificação da conformidade legal a nível ambiental

No final de cada ficha de benchmark, a autora apresenta cinco níveis de autoavaliação que

permitem que a cada IES se posicione face à sustentabilidade atual de cada categoria, de

acordo com a implementação ou planificação das boas práticas (Tabela 7).

Tabela 7- Níveis de autoavaliação (Santos, 2009)

Níveis

1 2 3 4 5

Os planos para implementar

estas boas práticas estão numa

fase mínima de

desenvolvimento ou não se

encontram descritos

Os planos para implementar

estas boas práticas existem

mas requerem aprovação

superior e disponibilização

de meios

Plano abrangente,

totalmente documentado

e implementado e revisto

regularmente.

Page 45: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

28 Universidade do Minho

Analisando e comparando os dados, a autora apresenta por categoria dos indicadores de

desempenho e pela adopção das boas práticas os resultados obtidos do benchmark

realizado. De seguida, descreveu os passos a serem dados pela FCT/UNL para conseguir

atingir as verdadeiras práticas de sustentabilidade.

A título de exemplo, aborda-se neste documento os resultado nas categorias energia e água.

Opta-se por estas categorias, porque no estudo efetuado em edifícios hospitalares, o custo de

energia e água são custos de utilização também abordados.

! Categoria: Energia

Dos indicadores selecionados anteriormente, a autora constatou a não existência de

dados, nas IES em análise, para o indicador consumo indireto de energia.

Tabela 8 - Resultados dos indicadores de sustentabilidade na categoria Energia para as IES em analise – 2008 (Santos, 2009)

Indicadores FCT/UNL Univ. Michigan Univ.

Harvard Univ. Macquarie IT Zurique

Consumo

direto de

energia

8 868 MWh/ano

1,1 MWh/ETI

30 kWh/m2

1 826 000 MWh/ano

23,4 MWh/ETI

630 kWh/m2

ND

609 614 MWh/ano

2,5 MWh/ETI

306 kWh/m2

102 000 Wh/ano

9,7 MWh/ETI

236 kWh/m2

Poupança de

energia por

melhorias na

conservação e

eficiência de

uso

ND ND

2,7

milhões

euros

ND 24% (ref. 2004)

Energia

elétrica

proveniente

de fontes

renováveis

0,93 MWh/ano 5 063 MWh/ano <

1% (geração)

15,7%

(compra)

0,01%

(geração)

5% ND

Certificação

energética de

edifícios

0 0% 1 Edifício

certificado

20

Edifícios

certificados

40

edifícios

registados

ND ND

Page 46: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

Universidade do Minho 29

Na Figura 5 encontram-se representados os consumos de energia nos IES estudandos,

referente ao ano 2008.

Figura 5 - Consumo de energia nas IES em análise – 2008 (Santos, 2009)

Considerando que a Universidade de Macquaire tem quatro áreas de ensino: Letras, Ciências,

Economia e Negócios e Ciências Humanas e que o Instituto de Tecnologia de Zurique

desenvolve as suas atividades nas áreas da Química, Física, Engenharia Eléctrica e

Informática, é espectável que o consumo de energia por ETI seja mais elevado na

Universidade Suíça, apesar de ser inferior no rácio relativo à área do campus. A FCT/UNL

apresenta um consumo de energia significativamente abaixo das restantes IES analisadas

(Santos, 2009).

Embora um dos edifícios da Universidade de Michigan tivesse alcançado certificado LEED

ouro em 2005, a certificação energética foi considerada apenas como uma boa prática

adoptada, visto que os campus universitários dispõem de 380 edifícios. Assume-se que a

totalidade de edifícios com certificação energética é 0%.

! Categoria: Água

Dos indicadores selecionados anteriormente, constatou-se a não existência de dados, nas

IES em análise, nos seguintes indicadores:

o Avaliação dos recursos hídricos significativamente afectados pelo consumo de água;

o Identificação, dimensão, estatuto de proteção e valor para a biodiversidade dos recursos hídricos e respectivos habitats, afectados pela descarga de água e escoamento

Page 47: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

30 Universidade do Minho

Tabela 9 - Resultados dos indicados de sustentabilidade na categoria Água para as IES em analise – 2008 (Santos, 2009)

Indicadores FCT/UNL Univ.

Michigan

Univ.

Harvard

Univ.  

Macquarie  IT Zurique

Consumo total de

água

75 808 m3

9,4 m3/ETI

0,31 m3/m2  

4 920 772 m3

63,0 m3/ETI

0,16 m3/m2  

ND  

200 196 m3

8,1 m3/ETI

0,16 m3/m2  

280 013 m3

18,9 m3/ETI

0,45 m3/m2  

Percentagem de água

reciclada e

reutilizada

0 ND ND ND ND

Descarga total de

água residual, por

qualidade e destino

65 968 m3   ND   ND   ND   ND  

Na Figura 6 encontram-se representados os consumos de água nos IES estudados,

referente ao ano 2008.

Figura 6 - Consumo de água nas IES em analise – 2008 (Santos, 2009)

Por fim, a autora deste estudo conclui, aconselhando:

• A criação de um conselho centralizado, o qual fosse responsável por todos os aspetos que estejam relacionados com a sustentabilidade e que incidisse nas tomadas de decisões;

Page 48: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

Universidade do Minho 31

• O Levantamento Ambiental de 2000, tem sido um contributo fundamental para tornar os campus universitários sustentáveis. Todavia, ao longo dos últimos nove anos o campus esteve sujeito a inúmeras alterações entre as quais se destacam: a construção de novos edifícios, as mudanças de departamentos e consequentemente o aumento do número de alunos, os quais se traduzem em impactos nas suas atividades;

• A certificação ambiental do campus da FCT/UNL e o SGA, a qual se encontra ainda em implementação, deverá ser um contributo para a obtenção de um conhecimento maior de determinados indicadores e também para um maior desenvolvimento das práticas de sustentabilidade;

• Seria interessante a FCT/UNL, trabalhar conjuntamente com outras IES portuguesas ou até internacionais, com a finalidade de partilha de experiências e conhecimentos, tal como já foi realizado por outras IES no estrangeiro em matéria de sustentabilidade;

O estudo efetuado tem por finalidade contribuir para o desenvolvimento de boas práticas na

área da sustentabilidade a aplicar em campus universitários, contudo apesar da exaustiva

pesquisa realizada, poderão existir algumas lacunas e algumas questões que ficaram por

analisar. Seria de extrema importância no futuro, o melhoramento e atualização desta mesma

análise, de forma a colmatar possíveis falhas existentes, progredindo assim na busca da

sustentabilidade (Santos, 2009).

3.2. Benchmarks hospitalares

O Sistema Nacional de Saúde português (SNS) surge como resultado de um processo

histórico e progressivo, o qual reconhece o direito à proteção social da saúde, tendo sido este

constitucionalmente consagrado em 1976. Assim sendo, e com o pressuposto de se manter

este mesmo direito outrora implementado e face ao aumento progressivo dos gastos na área da

saúde, num contexto em que é urgente a redução da despesa pública, torna-se fundamental a

implementação de uma administração eficiente e ponderada dos recursos disponíveis.

São vários os estudos, que se focam sobre a importância da avaliação do impacto que a

mudança do modelo de gestão/estatuto jurídico tem ao nível do desempenho dos hospitais

portugueses. Contudo este setor possui algumas particularidades como por exemplo: a

imperfeição do mercado de saúde, o que limita a sua utilização como um instrumento de

coordenação/controlo das atividades e o conflito existente entre o objetivo da obtenção de

lucros e o facto de estar-se perante um serviço de natureza pública onde a eficiência se torna

um ponto fulcral dos serviços prestados (Rego, 2008; Nunes, 2009).

Page 49: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

32 Universidade do Minho

Assim sendo, pode-se concluir que é fundamental o estabelecimento de uma regulação

independente, a qual garanta a eficiência do ponto de visto económico, de forma a corrigir os

defeitos do mercado, aplicando critérios éticos e sociais (Nunes et al., 2007, 2009).

Existem já alguns estudos desenvolvidos em hospitais portugueses Setor Publico

Administrativo (SPA), Sociedade Anónima (SA) e Entidade Publica Empresarial (EPE), com

a finalidade de se avaliar o impacto que o modelo de gestão tem nos mesmos. (Costa, 2009,

OPSS, 2009, Rego, 2008, Barros e Simões, 2007, UOGF, 2007, UOGF, 2006, Gouveia et al.,

2006, Unidade de Missão - Hospitais SA 2005, OPSS, 2005, Giraldes et al., 2005, Costa e

Lopes, 2005, Mossialos et al., 2002). Em 2013, a Administração Central do Sistema de Saúde

(ACSS) publicou um relatório de benchmarking de hospitais públicos portugueses, como

apoio à melhoria do sistema nacional de saúde na construção do mercado público de

prestadores de cuidados de saúde.

3.2.1. Hospitais SA

Os hospitais SA são Sociedades anónimas de capitais exclusivamente públicos (OPSS, 2005),

sendo que a tutela é exercida pelos ministros das Finanças e da Saúde. O regime jurídico é o

do Direito Privado e introduzem-se os sistemas de avaliação por mérito e os sistemas de

incentivos com base na produtividade, bem como limites ao endividamento (30% do capital

social) (Aguiar, 2010).

Estas unidades hospitalares, passaram a ser regidas por uma legislação própria, e pelo regime

jurídico do Sector Empresarial do Estado (regime jurídico da gestão hospitalar) e pelo direito

comercial. Assim sendo, o regime financeiro e tributário é semelhante ao que vigora para as

empresas privadas (Aguiar, 2010).

No sentido de identificar o potencial de melhoria dos hospitais, foi desenvolvido um estudo

em 31 unidades SA, com base na metodologia de benchmark (Hospitais SA, 2003).

No que respeita à metodologia utilizada, esta consistiu na recolha de informação, fixação do

ranking global e seleção de benchmark para cada alavanca selecionada (Hospitais SA, 2003).

Para a realização deste estudo, foi recolhida informação qualitativa acerca dos hospitais, a

qual consistia (Hospitais SA, 2003):

Page 50: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

Universidade do Minho 33

• Caracterização global do hospital e estrutura organizativa;

• Descrição da atividade do hospital (área de influência, principais linhas de atividade com descrição de oportunidades de melhoria e restrições já identificadas, bem como principais processos onde se identificam oportunidades de melhoria);

• Identificação do principal equipamento instalado e caracterização da sua utilização;

• Caracterização dos Recursos Humanos.

Como se pode verificar pela análise da Figura 7, a informação recolhida pelos autores

deste estudo foi obtida através de três entidades: IGIF (Instituto de Gestão Informática e

Financeira da Saúde), ARS (Administração Regional de Saúde) e principalmente junto

dos próprios hospitais parceiros de estudo. Após esta recolha, os dados foram tratados de

forma a serem comparados e eliminar enviesamentos.

Figura 7 - Recolha de informação (Hospitais SA, 2003)

Concluída a fase de recolha de dados, os autores do estudo procederam à realização do

ordenamento dos hospitais em função do seu desempenho (Figura 8).

Page 51: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

34 Universidade do Minho

Figura 8 - Ranking de eficiência global dos Hospitais em estudo (Hospitais SA, 2003)

Para identificar os programas críticos, houve necessidade de decompor o índice de eficiência

global nas suas principais alavancas (indicadores) primordiais de explicação do resultado

económico para o sistema no seu conjunto.

Figura 9 - Exemplo de benchmark da alavanca 1 (Hospitais SA, 2003)

De forma a concluir a investigação através do estudo de benchmarks, os autores procederam à

realização do benchmark para cada uma das alavancas selecionadas e avaliação do potencial

de melhoria decorrente do alinhamento com os “top 10” hospitais identificados no ranking

Page 52: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

Universidade do Minho 35

global, ou com os “top 10” de cada alavanca (exemplo Figura 9), sendo o “top 10” as

melhores práticas encontradas.

De forma a identificar as zonas problemáticas ao nível do desempenho económico, os autores

procederam à decomposição da estrutura de custos dos hospitais SA e identificação do GAP

(diferencial de desempenho entre o ideal “top 10”, e os restantes hospitais do estudo) de

desempenho por linha de produção. Na Figura 10, pode-se verificar o peso de cada linha de

produção no GAP total.

Figura 10 - GAP dos hospitais SA (Hospitais SA, 2003)

Por fim, foram identificados os programas críticos e propostas soluções de melhoria. De

seguida apresenta-se a título de exemplo, na Figura 11, os resultados obtidos no Hospital de

Guimarães.

Page 53: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

36 Universidade do Minho

Figura 11 - Estudo dos pogramas críticos do hospital H. D. Guimarães (Hospitais SA, 2003)

3.2.2. Hospitais Ibéricos

Saber se os hospitais europeus são comparáveis, se os grandes hospitais universitários têm

margem de melhoria, e se a eficiência técnica dos diferentes modelos terapêuticos é

equiparável ou se apresenta variações que indiciam práticas menos eficientes, são matéria da

maior transcendência para os cidadãos e para as administrações. As entidades gestoras

contribuirão decisivamente para a qualidade dos serviços prestados, bem como a adequada

utilização dos recursos e os ganhos em Saúde (IASIST, 2012; Sais et al., 2012).

Com o objetivo de se comparar resultados clínicos sobre a atividade de internamento e de

cirurgia ambulatória entre países ibéricos, de analisar a variabilidade presente em cada país e

dentro dos mesmos. Foi realizado um estudo em 28 grandes Hospitais Universitários de

Portugal e Espanha no ano de 2010 com intuito de facultar aos responsáveis clínicos, gestores

e profissionais de saúde informação rigorosa e atualizada sobre o desempenho clínico dos

principais hospitais portugueses (Sais et al., 2012).

Este estudo foi elaborado não com o intuito do estabelecimento de um ranking, mas sim de

disponibilizar um conhecimento útil de forma a se perceber melhor os sucessos obtidos, bem

Page 54: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

Universidade do Minho 37

como o potencial de evolução nas várias dimensões que constituem estas unidades. (Sais et

al., 2012)

Tal como em outros casos de estudo, os autores desta investigação começaram por selecionar

os parceiros de benchmark e recolha de dados dos mesmos (Sais et al. , 2012).

Assim sendo, neste estudo foram analisadas as seguintes dimensões: qualidade e

exaustividade dos registos clínicos, complexidade e severidade da casuística, gestão dos

tempos de internamento, cirurgia ambulatória programada e qualidade dos resultados clínicos

traduzidos nas dimensões de mortalidade, complicações e readmissões (Sais et al., 2012).

Na Tabela 10, encontram-se expostas as principais características de dimensão, eficiência e

complexidade do conjunto de hospitais.

Tabela 10 -- Características dos Hospitais do Grupo de Comparação (Sais et al. , 2012)

Portugal Espanha

Áreas (internamento) Media Min. Máx. Média Min. Máx.

No de altas de internamento por

hospital

37.768 23.419 49.431 32.261 20.572 45.620

Idade da casuística (anos) 54,0 – – 54,4 - -

Peso médio (complexidade)

Índice (incluindo a GCD-14)4 1,47 1,25 1,60 1,49 1,20 1,94

Índice (excluindo a GCD-14)4 1,57 1,34 1,67 1,63 1,27 1,94

Demora média (dias) 8,00 6,90 8,80 7,80 6,50 9,10

Número de camas por hospital 1.053 550 1.434 921 588 1.428

Episódios de internamento urgentes 55,80% 49,90% 61,00% 60,80% 47,10% 77,60%

Episódios de internamento

cirúrgicos

47,00% 41,60% 54,00% 42,70% 33,80% 51,10%

De seguida, são apresentados alguns exemplos para as problemáticas estudadas, quanto à

qualidade assistencial (mortalidade e complicações).

No que respeita à mortalidade o gráfico da Figura 12, permite comparar não só as taxas brutas

de mortalidade, como também os índices de mortalidade ajustadas pelo risco (Sais et al.,

2012).

Page 55: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

38 Universidade do Minho

Figura 12 - Comparação da mortalidade bruta e ajustada pelo risco (Sais et al. , 2012)

Tal se pode verificar no gráfico da Figura 12, em Portugal o único hospital que apresenta um

número de óbitos superior ao que seria de esperar, tendo em conta a casuística (IMAR= 1,22),

é aquele que apresenta o menor número de diagnósticos registados/codificados por alta. Ou

seja, com base na informação obtida através dos processos clínicos dos pacientes, este

hospital não conseguiu justificar 22% dos óbitos observados (Sais et al., 2012).

No que refere às complicações, o gráfico da Figura 13 permite comparar as taxas brutas de

complicações, bem como os índices de complicações ajustadas pelo risco (ICAR – Índice de

complicações ajustadas pelo risco) (Sais et al., 2012).

Figura 13 - Comparação das complicações brutas e ajustadas pelo risco (Sais et al. , 2012)

Após a análise do gráfico da Figura 13, os autores constataram que os hospitais em Portugal

apresentam, de um modo geral, um número de episódios com complicações inferior ao que

Page 56: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

Universidade do Minho 39

seria de esperar tendo em conta o risco da casuística. Contudo, é de extrema importância

salientar que a menor exaustividade do registo/codificação de dados dos pacientes poderá

estar a contribuir para um sub-registo de todas as complicações verificadas nos hospitais (Sais

et al., 2012).

Como forma de conclusão deste estudo, os autores referem que não existem diferenças

estatisticamente significativas entre os hospitais dos dois países, embora exista uma grande

variabilidade entre os vários hospitais estudados dentro de cada país. Os autores alertam para

o facto de em Portugal não existir grande cuidado com os registos clínicos, o que na falta

destes leva a conclusões precipitadas (Sais et al., 2012).

É de grande importância salientar, que segundo Sais et al. (2012), todos os hospitais parceiros

deste estudo têm significativa margem de progressão na comparação com o benchmark,

quanto às durações de internamento. “No caso português, a aproximação aos melhores

desempenhos permitiria poupar, numa perspectiva estrutural, cerca de 1.080 camas. Este

seria o cenário ideal, sem os constrangimentos relacionados com os casos sociais ou a

escassez de oferta em camas de Cuidados Continuados, situação que, infelizmente, ainda se

verifica em Portugal” (Sais et al., 2012).

Em suma, a qualidade assistencial dos hospitais portugueses, pode-se considerar bastante

positiva, devendo-se esta à competência dos profissionais, às tecnologias utilizadas no

diagnóstico, bem como no tratamento de doentes (Sais et al., 2012).

3.2.3. ACSS 2013

O ano de 2013 é marcado pela entrada em vigor da publicação de relatórios de Benchmarking

trimestrais, os quais são baseados no modelo proposto pela Administração Central do Sistema

de Saúde (ACSS), tendo como finalidade comparar o desempenho das instituições e

identificar as melhores práticas.

Assim, seguidamente apresenta-se um relatório de Benchmarking hospitalar, o qual reporta

dados referentes ao período de atividade entre Janeiro e Dezembro de 2012, sendo que desta

análise apenas constam 31 entidades hospitalares do sector empresarial do estado e 3

Page 57: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

40 Universidade do Minho

entidades em regime de parceria público privada, agrupadas em 5 grupos, como se pode

verificar na Figura 14.

Figura 14 - Instituições hospitalares alvo de análise (ACSS, 2012)

As entidades hospitalares no estudo apresentado foram dividas em 5 grupos homogéneos

(Figura 14), tendo estes sido determinados recorrendo a clustering hierárquico (consiste em

agrupar de forma hierárquica diferentes objetos, que se encontrem dispersos em grupos –

clusters, de forma a que os objetos no mesmo cluster sejam similares), contudo este

instrumento não é perfeito mas possibilita a comparação entre instituições similares, podendo

existir instituições “fronteira” entre os grupos, as quais podem ser penalizadas no exercício.

As entidades em estudo foram comparadas em 4 dimensões: acesso, qualidade, produtividade

e económica, sendo cada uma destas dimensões estudada em vários indicadores, como podem

verificar na Figura 15.

Page 58: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

Universidade do Minho 41

Figura 15 - Dimensões de Benchmarking e indicadores do estudo (ACSS, 2013)

Após a distribuição das instituições hospitalares por grupo, como está expresso anteriormente

na Figura 14, utilizaram o sistema de cores (Figura 16) para avaliação das mesmas, o qual

consiste em atribuir a cor: vermelho, amarelo ou verde, às instituições que constituem cada

grupo, tendo em conta a divergência por estas apresentadas em relação à melhor prática do

grupo onde estão inseridas.

Figura 16 - Sistema de avaliação por cores (ACSS, 2013)

Page 59: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

42 Universidade do Minho

Na Tabela 11, apresenta-se a título de exemplo o benchmarking do indicador FSE I

(fornecimento e serviços externos I) correspondente à dimensão económica, que expressa o

fornecimento de serviços externos por m², através do qual se pode verificar qual a instituição

hospitalar que apresenta a melhor prática dentro de cada grupo. Este indicador tem por

finalidade refletir a eficiência na gestão da infraestrutura, a qual inclui a eficiência energética

de cada instituição.

É de salientar que se apresenta este exemplo visto ser esta dimensão (económica) a abordar

neste documento, sendo que este indicador (FSE I) engloba o fornecimento de serviços

externos por m² de área útil (FSE/m² de área útil), ou seja, considera os custos com

eletricidade, combustíveis, água e outros fluidos, ferramentas, utensílios de desgaste rápido,

rendas e alugueres, entre outros, por área útil.

Tabela 11 - Benchemarking da dimensão económica para o indicador FSE/m² de área útil (ACSS, 2013)

Page 60: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

Universidade do Minho 43

Tabela 12 - Potencial para redução dos custos FSE I ( Adaptado ACSS, 2013)

Grupo   Instituições  Poupanças  Estimadas  

Resultados  Operacionais  a  31  de  dezembro  

Resultados  Operacionais  Potenciais  

B   CH  Médio  Ave   431.821  €    -­‐96.812  €   335.009  €  B   CH  Póvoa  de  Varzim/Vila  do  Conde     418.546  €   1.569.369  €   1.150.823  €  B   HD  Figueira  da  Foz   00  €   801.098  €    801.098  €  B   H  Santa  Maria  Maior   387.002  €   221.097  €    608.099  €  

C   CH  Barreiro/Montijo   639.055  €   11.151.597  €   10.512.543  €  C   CH  Cova  da  Beira   2.075.573  €   13.194.783  €   11.119.211  €  C   CH  Leiria-­‐Pombal   2.093.638  €   680.830  €    2.774.468  €  C   CH  Setúbal   1.508.751  €   15.866.082  €   14.357.331  €  C   CH  Alto  Ave   354.971  €   4.765.948  €   4.410.977  €  C   CH  Baixo  Vouga   461.921  €    10.365.917  €    9.903.996  €  C   CH  Barlavento  Algarvio   1.070.994  €   3.881.011  €    2.810.017  €  C   CH  Entre  Douro  e  Vouga   961.374  €   578.097  €    383.277  €  C   CH  Médio  Tejo   1.664.440  €     17.753.396  €   16.088.956  €  C   HD  Santarém   450.498  €   11.698.418  €     11.247.920  €  C   CH  Tâmega  e  Sousa     00  €   2.059.008  €   2.059.008  €  D   CH  Trás-­‐os-­‐Montes  e  Alto  Douro   1.553.578  €    657.156  €    2.210.734  €  D   CH  Vila  Nova  de  Gaia/Espinho   1.304.543  €   2.331.447  €   1.026.904  €  D   Hospital  de  Braga,  PPP   878.224  €   n.a.   n.a.  D   Hospital  de  Faro   837.090  €   5.571.295  €   4.734.205  €  D   H  Espírito  Santo  de  Évora   693.701  €   4.322.294  €   3.628.593  €  D   H  Fernando  da  Fonseca   1.683.372  €   1.436.510  €   3.119.882  €  D   H  Garcia  de  Orta   887.474  €   6.509.774  €   5.622.299  €  D   CH  Tondela-­‐Viseu   00  €   1.374.878  €    1.374.878  €  E   CH  Lisboa  Central   00  €   30.171.612  €   30.171.612  €  E   CH  Lisboa  Ocidental   1.420.153  €   3.060.158  €   1.640.005  €  E   CH  São  Ojai   2.378.484  €    2.043.641  €    4.422.125  €  E   CH  Lisboa  Norte   1.488.203  €   81.670.854  €   80.182.651  €  E   CH  Porto,  EPE   2.517.451  €   3.228.535  €   711.084  €  E   CH  Universitário  de  Coimbra   4.036.027  €   36.682.325  €     32.646.298  €  F   IPO  Coimbra   286.070  €   1.109.695  €   1.395.764  €  F   IPO  Lisboa   913.072  €   8.895.912  €   7.982.840  €  F   IPO  Porto   00  €    417.112  €    417.112  €  

    33.396.028  €   268.284.824  €   235.767.021  €  

O autor deste estudo, salienta que apesar das instituições estarem inseridas em grupos

homogéneos, não apresentam a mesma carteira de serviços, o que leva a que as poupanças

estimadas para cada área de custos sejam apenas indicativas e não acumulativas, ou seja,

refletindo apenas o posicionamento de cada instituição face ao posicionamento da instituição

Page 61: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 3 – Estado de arte

44 Universidade do Minho

mais eficiente do grupo. Assim sendo, segundo o autor não será expectável que todas as

instituições atinjam os níveis de poupança estimados (ACSS, 2013).

Page 62: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 4 – Recolha de dados

Universidade do Minho 45

CAPÍTULO 4 - RECOLHA DE DADOS

A utilização do benchmarking como ferramenta de estudo da eficiência é normalmente

realizada por iniciativa e uma ou várias empresas parceiras de benchmark que pretendem

obter uma ferramenta-chave para a melhoria do desempenho. Assim, os parceiros de

benchmark serão responsáveis por facultar a informação para a realização deste estudo.

Este estudo de benchmarks será uma exceção neste tipo de estudo, pois não serão as entidades

parceiras (hospitais) a fornecer os dados, mas sim, esta recolha de dados foi da

responsabilidade da equipa de investigação.

Assim, neste capítulo serão enumeradas as metodologias e dificuldades associadas a esta

recolha de dados bem como as parcerias conseguidas para este fim. Será ainda explicado o

modo de agrupamento das várias entidades hospitalares.

4.1. Tratamento de dados

A primeira fase deste estudo passou pela recolha de dados, a qual requer um processo

criterioso na definição dos parceiros que participam no estudo, sendo portanto esta fase uma

das de maior importância nesta investigação. Contudo, destaca-se que os hospitais que

participam num estudo de benchmark têm de estar preparados para participar numa iniciativa

que requer disponibilidade de tempo, a qual é bastante exigente.

É de ressaltar o processo minucioso na recolha de dados, bem como na definição dos hospitais

parceiros, devido ao facto de já existirem outras iniciativas de benchmark mal sucedidas. Este

cuidado deve-se à experiencia facultada por outras equipas de investigação, que alertam para

que tarefas de recolha de dados e o empenho das entidades parceiras na realização de estudos

de benchmarking sejam levadas com particular empenho. As entidades parceiras nestes

estudos carecem de tempo suficiente para detalhar os dados eficazmente para um estudo que

requer todo o pormenor possível e desejado.

Destaca-se que neste caso de estudo, como o mesmo não foi requerido por uma empresa, mas

sim por uma equipa de investigação, torna este processo mais cuidadoso na seleção dos

hospitais alvo de análise.

Page 63: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 4 – Recolha de dados

46 Universidade do Minho

Assim, a recolha de dados e seleção dos hospitais que iriam participar no estudo foi realizado

tendo em consideração as etapas preliminares sugeridas pelos autores Bemowski (1991),

Spendolini (2002) e Kalof e Ostblom (1993), para cada indicador em estudo. Estes autores

consideram essencial a execução das seguintes:

• Avaliar as expectativas dos “clientes” no estudo de benchmarks;

• Identificar potenciais barreiras a uma condução normal do estudo; selecionar e formar a equipa de benchmarks;

• Obter o empenhamento da direção de topo através da disponibilização dos recursos necessários.

O primeiro passo na recolha de dados teve início na análise rigorosa do “Relatório & Contas”

dos hospitais públicos portugueses, com a finalidade de se compreender as questões que iriam

ser alvo de análise nos pontos seguintes desta dissertação, tornando-se assim o ponto de

partida do estudo “olhar para dentro” planeando este estudo de benchmark a partir dai.

Contudo durante a análise destes, percebeu-se que na maioria dos hospitais os consumos e

custos de utilização não se encontravam detalhados, dado que estes são realizados pelo

hospital central e não por cada entidade hospitalar, ou seja, estes resumem um ano de

trabalhos de todos os hospitais que fazem parte desse centro hospitalar, e não se referem a

cada entidade hospitalar. Este facto, foi mais um entrave à recolha de dados, dado que a

informação das unidades hospitalares se encontrar agrupada por centro hospitalar, e a

informação pretendida seria adquirir os dados para cada indicador em estudo e para cada

hospital. É importante referir que os hospitais, em que não fosse possível obter essa

informação detalhada, não iria constar no estudo, dado não estarem em condições de fazer

parte de um estudo de benchmark, por falta do trabalho interno descrito anteriormente.

Assim, para ultrapassar esta primeira barreira, desenvolveu-se a consulta através de contacto

electrónico (email) e posterior contacto telefónico hospital a hospital para levantamento dos

entidades dispostas a participar neste estudo e consequente disponibilização dos dados

pretendidos. Contudo, esta metodologia verificou-se não ser a melhor a adotar, pois poucos

foram os hospitais a responder aos e-mail e ao contacto telefónico efetuado. Assim sendo,

tornou-se fundamental o estabelecimento de contacto com ARS Norte, através do qual foi

possível obter dados como:

• Informação de estudos já realizados até á data;

• Aconselhamentos importantes para o estudo a desenvolver;

Page 64: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 4 – Recolha de dados

Universidade do Minho 47

• Acesso aos dados que os hospitais e centros hospitalares da região norte enviam para a

ARS Norte

• Contacto da Administração Central de Sistemas de Saúde (ACSS).

Após o estabelecimento de contracto com a ARS Norte e com a ACSS, foi possível obter os

dados do Plano Estratégico do Baixo Carbono e Programa de Eficiência Energética da

Administração Pública (PEBC e ECO-AP).

O PEBC e o ECO-AP, estão inseridos no âmbito do Ministério da Saúde e têm como

objetivos primordiais a redução de emissões de gases com efeito de estufa e o aumento da

eficiência nos consumos das instalações, em particular dos edifícios hospitalares. Assim

sendo, o grande desafio destas entidades é conseguir implementar até 2020 uma eficiência

energética de cerca de 30% nos organismos e serviços da Administração pública, resultando

desta forma simultaneamente benefícios económico, bem como melhoria da prestação de

serviços. A aplicação destes organismos, engloba neste momento todas as unidades do SNS,

ou seja, edifícios hospitalares EPE (Hospitais Públicos) e PPP (Parcerias Público Privadas).

Entretanto, na sequência dos casos de estudos efetuados, foi publicada a Resolução do

Conselho de Ministro n.º 93/2010, de 26 de Novembro, que estabelece que se proceda à

elaboração de planos sectoriais de baixo carbono, para cada Ministério, e a Resolução do

Conselho de Ministros n.º 2/2011, de 9 de Dezembro, que criou o Programa de Eficiência

Energética na Administração Pública (ECO.AP). Mais tarde, no Ministério da Saúde foram

publicados três despachos (ACSS, 2013):

" Despacho n.º 1729/2011, de 21 de janeiro

Dando autonomia à “Administração Central do Sistema de Saúde, I.P. (ACSS), em

conjunto com as Administrações Regionais de Saúde (ARS), de definir a estratégia de

implementação do Plano Estratégico do Baixo Carbono no sector da Saúde (PEBC) e

que determina a nomeação de Gestores Locais de Energia e Carbono pelas ARS,

hospitais, centros hospitalares, unidades locais de saúde (ULS) e agrupamentos de

centros de saúde (ACES)”

" Despacho n.º 8662/2012, de 28 de junho

“Determinou a nomeação de um Gestor Local de Energia e Carbono por todas as

entidades públicas do sector da saúde”

Page 65: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 4 – Recolha de dados

48 Universidade do Minho

" Despacho n.º 4860/2013, de 9 de abril

“Determina as metas de redução de consumos a observar em 2013, determina o

desenvolvimento de um Guia de Boas Práticas para o Sector da Saúde e estabelece as

atribuições e competências a atribuir aos Gestores Locais de Energia e Carbono do

Ministério da Saúde.”

4.2. Agrupamento de dados

No caso em estudo, é realizada uma identificação dos processos-alvo e das

alavancas/indicadores para medir, monitorizar e comparar os resultados, tendo em

consideração o objetivo de minorar os custos de utilização dos hospitais em estudo.

Selecionados os hospitais que serão “parceiros” de estudo e as alavancas/indicadores, é

realizada uma divisão destes por grupos, tendo em conta um indicador a avaliar que será

proporcionar ao crescimento dos custos.

Para a realização de benchmarking entre hospitais portugueses é essencial agrupar as

entidades parceiras de estudo, por grupos de forma que todos os hospitais pertencentes ao

mesmo grupo sejam similares. Esta preocupação foi evidente desde o início da recolha de

dados, visto que um objetivo primordial foi a recolha de dados por unidade hospitalar invés de

dados agrupados por centro hospitalar, visto que um centro hospitalar é totalmente diferente

de outro, seja no numero de unidades hospitalares pertencentes, seja na dimensão dessas

unidades, quer nos serviços externos e internos que cada uma das unidades hospitalares

poderá ter dentro de cada dentro hospitalar. Assim, tornar-se desnecessário comparar centros

hospitalares.

Desde modo, para definir os grupos e quais os hospitais pertencentes a cada grupo, teve-se

primeiramente que definir qual o indicador responsável pela definição do intervalo de cada

grupo, isto é, se seria o ano de construção, área de abrangência, número de camas ou área útil,

a limitar os grupos hospitalares. De forma a obter a informação pretendida destes parâmetros

referente a cada hospital, consultou-se os sites das entidades hospitalares, das ARS e da

ACSS. Para obtenção da população residente na área de abrangência de cada entidade

hospitalar recorreu-se aos Censos 2011.

Page 66: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 4 – Recolha de dados

Universidade do Minho 49

Analisados os dados recolhidos, verifica-se que o aumento da área útil é proporcional ao

aumento dos custos de utilização, o que não acontece com os outros parâmetros analisados,

como o número de camas, ano de construção nem com a área de influencia.

Quanto à área de abrangência verifica-se rapidamente que este parâmetro não poderia refletir

o custo de utilização, visto existirem hospitais a receber doentes de fora da área de

abrangência. Quanto maior a dimensão e importância do hospital, maior será o numero de

doentes recebidos por estes hospitais, que iram consumir recursos mesmo que fora da área de

abrangência.

O ano de construção é um parâmetro no qual também seria possível basear o estudo, visto que

não se conseguiu obter o ano de construção e de reconstrução de todas as entidades hospitais

em tempo útil para a conclusão deste estudo.

Na definição dos grupos tendo em consideração os parâmetros número de camas e a área útil,

foi estudando comparando-os numericamente com os custos de utilização. Compara-se o

incremento de cada parâmetro e o aumento dos custos de utilização. Consultando a Tabela 13

verifica-se que hospitais muito semelhantes quanto ao número de camas os custos são muitos

dispares.

Tabela 13 - Parâmetros nº de camas, área útil e custos utilização

Hospital  Nº  de  

camas  

Área  Útil                    

[m2]  

Custos  de  

Água  

Custos  de  

Energia  Custos  de  Gás  

Custos  de  

Resíduos  

H8   401   71  245,00   644  221,30  €   1  085  208,76  €   1  325  979,37  €   444  900,00  €  

H36   400   35  565,00   234  293,12  €   756  741,14  €   298  074,87  €   263  589,00  €  

                           

H28   111   9  468,00   275  798,51  €   645  630,22  €   616  906,41  €   73  871,82  €  

H43   106   6  266,00   72  485,84  €   176  737,62  €   200  205,03  €   10  668,19  €  

                           

H15   306   28  281,00   299  999,17  €   996  399,23  €   231  723,52  €   184  914,10  €  

H37   303   27  088,00   157  158,34  €   508  899,08  €   250  669,85  €   269  118,98  €  

Analisando a Tabela 13, verifica-se que quanto maior a área útil do hospital, maior será os

custos de utilização, mesmo para situações como os hospitais H8/H36, H28/H43 e H15/H37,

Page 67: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 4 – Recolha de dados

50 Universidade do Minho

onde para um número de camas similares, os custos aumentam com o aumento da área útil do

edifício hospitalar.

Assim, conclui-se que a divisão dos edifícios hospitais seria através área útil, isto é, o

intervalo que ia definir cada grupo, seria um intervalo de área útil, faltando definir qual o

intervalo de cada grupo.

Optando-se por agrupar os edifícios hospitalares em função da área útil, foi necessário

selecionar um método para definir o intervalo de área de cada grupo de hospitais. Para o

efeito, optou-se por agrupar os edifícios através dos quartis da área úteil. Na Tabela 14, consta

os resultados do calculo dos quartis, definindo assim as fronteiras entre cada grupo.

Tabela 14 – Determinação dos quartis

Quartil  Limite  dos  

quartis  

Q1  -­‐  quartil  1   8807  m2  

Q3  -­‐  quartil  3   37  663  m2  

Assim, deste agrupamento resultam três grupos de edifícios hospitalares, sendo que o grupo I

será composto por hospitais com área superior ao quartil 3 (quartil superior), o grupo III os

hospitais com área inferior ao quartil 1 (inferior) e o grupo II com as área compreendidas

entre o quartil 3 e 1. Deste modo, conseguiu-se definir a composição dos 3 grupos de

hospitais a ser alvo do estudo de benchmarking:

• Grupo I – edifícios hospitalares com área útil superior a 37.663,00 m2

• Grupo II – edifícios hospitalares com área útil compreendida entre 8.807,00 m2 e

37.663,00 m2

• Grupo III – edifícios hospitalares com área útil inferior a 8.807,00 m2

Consideradas as áreas, pôde-se então definir os grupos, repartindo os hospitais por cada grupo

tendo em conta a área útil do hospital. A Figura 17 expressa esta divisão.

Page 68: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 4 – Recolha de dados

Universidade do Minho 51

Figura 17 - Divisão dos edifícios hospitalares

Na Figura 17 encontram-se os hospitais, distribuídos por três grupos, delimitados pelos

quartis 3 e 1. O grupo I e III são compostos por 14 entidades hospitalares, enquanto o grupo II

é composto por 27. No total farão parte desde estudo, isto é, serão parceiros de benchmark, 55

entidades hospitalares do SNS.

Nas Tabelas 15, 16 e 17, estão agrupados todas as entidades hospitalares e resumidos todos os

custos de utilização, bem como as áreas úteis referentes ao grupo I, II e III, respetivamente.

Tabela 15 - Hospitais, custos de utilização e área útil do grupo I

Hospitais   Custos  de  Água  Custos  de  

Energia  Custos  de  Gás  

Custos  de  

Resíduos  

Área  Útil                  

[m2]  

GRU

PO  I  

H1   260  144,16  €   1  255  826,77  €   770  651,00  €   233  160,74  €   132  850,00  

H2   1  050  858,72  €   3  052  704,35  €   683  207,10  €   475  683,00  €   127  211,97  

H3   316  359,72  €   931  656,39  €   1  051  007,49  €   164  953,00  €   49  960,00  

H4   323  889,99  €   241  875,60  €   1  873  584,24  €   566  461,29  €   58  851,00  

H5   232  592,00  €   957  940,79  €   1  709  041,29  €   141  438,90  €   48  960,00  

H6   577  397,54  €   994  937,52  €   387  115,00  €   149  865,54  €   45  640,00  

H7   93  916,47  €   641  924,30  €   353  535,30  €   350  408,01  €   42  385,00  

H8   644  221,30  €   1  085  208,76  €   1  325  979,37  €   444  900,00  €   71  245,00  

H9   145  196,35  €   501  875,22  €   397  683,78  €   99  823,00  €   38  726,00  

0  

20000  

40000  

60000  

80000  

100000  

120000  

140000  

H1   H3   H5   H7   H9  H11  H13  H15  H17  H19  H21  H23  H25  H27  H29  H31  H33  H35  H37  H39  H41  H43  H45  H47  H49  H51  H53  H55  

Área  (m

2)  

Edificio  hospitalar  

Grupo  I   Grupo  II   Grupo  III   QUARTIL  3   QUARTIL  1  

Page 69: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 4 – Recolha de dados

52 Universidade do Minho

Tabela 15 (Conclusão) - Hospitais, custos de utilização e área útil do grupo I

Hospitais   Custos  de  Água  Custos  de  

Energia  Custos  de  Gás  

Custos  de  

Resíduos  

Área  Útil                  

[m2]  

GRU

PO  I  

H10   502  888,00  €   810  750,03  €   532  509,81  €   115  433,00  €   42  688,93  

H11   47  509,10  €   1  401  025,26  €   73  931  023,00  €   282  022,94  €   53  040,00  

H12   469  174,23  €   3  183  913,13  €   110  163,63  €   1  286  709,06  €   102  098,00  

H13   131  187,55  €   557  746,97  €   336  216,38  €   90  718,28  €   42  321,00  

H14   269  880,00  €   1  589  628,09  €   720  200,57  €   297  810,06  €   43  388,00  

Tabela 16 - Hospitais, custos de utilização e área útil do grupo II

Hospitais  Custos  de  

Água  

Custos  de  

Energia  Custos  de  Gás  

Custos  de  

Resíduos  

Área  Útil              

[m2]  

GRU

PO  II  

H15   299  999,17  €   996  399,23  €   231  723,52  €   184  914,10  €   28  281,00  

H16   219  155,06  €   950  599,29  €   609  935,61  €   129  479,80  €   29  127,00  

H17   166  677,69  €   466  303,84  €   204  032,82  €   61  250,79  €   16  020,00  

H18   106  527,43  €   663  971,25  €   205  265,04  €   SD   27  833,00  

H19   115  072,00  €   264  826,63  €   292  271,65  €   52  919,44  €   21  000,00  

H20   1  091  325,72  €   1  262  215,16  €   17  507,75  €   454  624,85  €   33  798,00  

H21   108  655,91  €   268  051,99  €   6  316,95  €   81  218,19  €   16  947,00  

H22   236  992,07  €   530  987,39  €   215  234,87  €   96  919,38  €   19  637,54  

H23   58  386,62  €   365  537,28  €   269  074,95  €   SD   21  048,00  

H24   125  312,00  €   221  548,28  €   187  639,49  €   44  838,90  €   17  105,00  

H25   114  976,96  €   492  504,79  €   234  479,50  €   113  280,65  €   18  498,00  

H26   191  065,84  €   311  298,95  €   346  895,59  €   SD   15  106,00  

H27   118  367,71  €   206  893,00  €   24  893,99  €   SD   11  482,00  

H28   275  798,51  €   645  630,22  €   616  906,41  €   73  871,82  €   9  468,00  

H29   51  384,86  €   158  653,78  €   96  689,01  €   21  130,33  €   8  834,00  

H30   126  692,32  €   473  930,37  €   311  128,19  €   90  740,24  €   24  772,00  

H31   184  530,00  €   508  992,71  €   257  952,99  €   176  189,00  €   30  000,00  

H32   121  807,62  €   267  354,89  €   349  269,17  €   171  862,16  €   12  710,80  

H33   237  991,88  €   573  983,14  €   427  618,53  €   116  311,31  €   33  330,20  

H34   98  860,74  €   280  355,60  €   221  170,25  €   SD   23  108,08  

H35   47  684,57  €   129  428,17  €   9  552  831,00  €   SD   12  518,45  

H36   234  293,12  €   756  741,14  €   298  074,87  €   263  589,00  €   35  565,00  

Page 70: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 4 – Recolha de dados

Universidade do Minho 53

Tabela 16 (Conclusão) - Hospitais, custos de utilização e área útil do grupo II

Hospitais  Custos  de  

Água  

Custos  de  

Energia  Custos  de  Gás  

Custos  de  

Resíduos  

Área  Útil              

[m2]  

GRU

PO  II  

H37   157  158,34  €   508  899,08  €   250  669,85  €   269  118,98  €   27  088,00  

H38   212  153,49  €   766  916,67  €   1  258  649,32  €   300  085,00  €   22  150,00  

H39   74  282,00  €   291  991,73  €   297  268,14  €   SD   36  600,00  

H40   148  592,00  €   412  453,37  €   304  940,84  €   SD   34  512,00  

H41   136  003,00  €   404  224,70  €   261  918,54  €   SD   31  484,00  

Tabela 17 - Hospitais, custos de utilização e área útil do grupo III

Hospitais  Custos  de  

Água  

Custos  de  

Energia  Custos  de  Gás  

Custos  de  

Resíduos  

Área  Útil              

[m2]  

GRU

PO  III  

H42   210  492,26  €   395  224,79  €   416  831,17  €   SD   5  110,00  

H43   72  485,84  €   176  737,62  €   200  205,03  €   10  668,19  €   6  266,00  

H44   25  792,63  €   78  871,10  €   58  838,97  €   9  716,70  €   5  138,00  

H45   6  208,85  €   34  481,59  €   37  569,23  €   3  012,22  €   4  435,00  

H46   37  714,52  €   141  868,85  €   88  227,82  €   SD   7  976,07  

H47   59  907,73  €   210  297,11  €   128  186,80  €   21  632,13   8  776,00  

H48   17  465,01  €   77  275,84  €   35  961,19  €   24  872,00   6  427,00  

H49   14  725,00  €   50  366,11  €   44  637,63  €   3  369,00   3  513,30  

H50   27  552,79  €   173  235,74  €   99  642,23  €   9  241,84   6  458,74  

H51   13  435,04  €   103  018,89  €   16  699,33  €   5  622,40   6  573,25  

H52   35  393,00  €   52  309,94  €   19  240,02  €   18  063,00   3  019,74  

H53   9  036,17  €   61  778,75  €   54  202,69  €   7  210,77   3  920,00  

H54   25  685,88  €   93  835,93  €   71  941,75  €   SD   3  839,00  

H55   206  032,29  €   333  141,05  €   213  710,07  €   43  793,76  €   7  687,00  

De salientar que existem edifícios hospitalares com custos de utilização elevados, que serão

alvo de uma analise mais pormenorizada mais à frente nesta dissertação.

Da análise dos dados em estudo, representados nas Tabelas 15 a 17, pode-se rapidamente

verificar quais os indicadores com maior influência nos custos totais.

Page 71: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 4 – Recolha de dados

54 Universidade do Minho

Nas Figuras 18, 19 e 20 está representada a influência que cada indicador tem no seu grupo.

Facilmente se verifica que entre os indicadores analisados, o custo de energia e de gás sãos os

parâmetros com maior influência, isto é, dos indicadores estudados, estes sãos os que mais

recursos económico consomem às entidades hospitalares.

Figura 18 - Influência dos Custos de Utilização (Grupo I)

Figura 19 - Influência dos Custos de Utilização (Grupo II

Figura 20 - Influência dos Custos de Utilização (Grupo III)

Custo  de  

Água,  14%  

Custo  de  

Energia,  43%  

Custo  de  Gás,  31%  

Custo  de  

Resíduos,  12%  

Custo  de  Água  17%  

Custo  de  Energia  46%  

Custo  de  Gás  25%  

Custo  de  Resíduos  12%  

Custo  de  Água  14%  

Custo  de  Energia  48%  

Custo  de  Gás  32%  

Custo  de  Resíduos  

6%  

Custo  de  Água  

Custo  de  Energia  

Custo  de  Gás  

Custo  de  Resíduos  

Page 72: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 5 – Estabelecimento de benchmarks de custos para edifícios hospitalares

Universidade do Minho 55

CAPÍTULO 5 - ESTABELECIMENTO DE BENCHMARKS DE CUSTOS

PARA EDIFICIOS HOSPITALARES

Concluída a tarefa do agrupamento dos dados, o estabelecimento de benchmarks dos grupos

de hospitais torna-se possível.

Para a realização de benchmarks é fundamental o domínio básico de estatística aplicada que

será também abordada neste capítulo.

5.1. Dados estatísticos

A estatística é a ciência responsável pela recolha de informação (amostragem e planeamento

de experiências), seleção da informação recolhida, obtenção dos dados necessários para o

estudo que se pretende realizar, organizar os dados obtidos, analisar os mesmos, para

posteriormente se proceder à interpretação dos resultados. Esta permite prever uma evolução

futura de um dado fenómeno. Assim, segundo Faria, Menezes (2006) pode-se afirmar que a

estatística é uma ciência fundamental quando se tem de tomar decisões em situações de

incerteza (Faria, Menezes, 2006).

Quando se querer investigar, o passo primordial no tratamento de dados é a análise uni

variada (cada variável é estudada isoladamente, sendo calculada para cada uma as

frequências, medianas, médias, entre outras), através do cálculo das medidas de localização

central e de dispersão para cada variável isoladamente, ou seja, a média, o desvio-padrão,

mediana, desvio-quartil e moda. Contudo, as medidas mencionadas anteriormente não

poderão ser calculadas para qualquer tipo variável, dado ser importante definir qual o tipo de

variáveis que constituem o estudo realizado, para que a estatística possa ser utilizada de forma

adequada. No que diz respeito às variáveis, sumariamente estas podem ser qualitativas

nominais (variáveis cujos valores não têm uma relação de ordem entre eles), qualitativas

ordinais (variáveis cujos valores não são métricos, mas incluem uma relação de ordem),

variáveis quantitativas discretas (variáveis cujos valores são medidos numa escala métrica e

apenas podem assumir valores inteiros) e as variáveis quantitativas contínuas (variáveis cujos

valores são medidos numa escala métrica, podendo estas assumir qualquer valor num

determinado intervalo) (Pina, 2006; Faria, Menezes, 2006)

Page 73: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 5 – Estabelecimento de benchmarks de custos para edifícios hospitalares

56 Universidade do Minho

No caso do estudo realizado, as variáveis utilizadas são quantitativas discretas, visto que estas

permitem quantificar os custos de cada um dos componentes e apenas podem assumir valores

inteiros.

Posto isto, é importante efetuar uma breve abordagem às medidas de localização e que dados

relevantes estes permitem obter no estudo a realizar. Existem três medidas bases de

localização, a média, a moda e a mediana.

A média (𝜇) é a medida de localização mais utilizada e de mais fácil interpretação a qual

permite “resumir” em apenas uma informação a característica de um conjunto de dados

(Faria, Menezes, 2006/2007).

𝜇 =  𝑋! +  𝑋! +⋯+  𝑋!

𝑁 =  𝑋!!

!!!

𝑁 [1]

Em que:

- 𝜇 é a média da população

- Xi é o i-ésimo dado da população

- N é o tamanho da população

A mediana é um número de tendência central, ou seja, 50% da população terá valores iguais

ou inferiores à mediana e 50% dos valores serão iguais ou superiores à mesma.

𝑋!"# =  𝐿! +  𝑁2 −  𝐹!"!!

𝑓!"𝑥  𝐴

[2]

Em que:

- 𝑋!"# é a mediana

- 𝐿! é o limite inferior da população

- 𝐹!"!! é o somatório das frequências anteriores a classe onde se encontra a mediana

- 𝑓!" é a frequência da classe onde se encontra a mediana

- 𝐴 é a amplitude da classe

- N é o tamanho da população

Para além das medidas de localização anteriormente mencionadas, também existem as

medidas de dispersão, das quais faz parte o desvio-padrão, sendo que este dá informação

sobre a dispersão de dados, assim sendo, este apenas pode tomar valores positivos e quanto

maior este for, maior será a dispersão dos dados.

Page 74: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 5 – Estabelecimento de benchmarks de custos para edifícios hospitalares

Universidade do Minho 57

𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 − 𝑝𝑎𝑑𝑟ã𝑜 =  (𝑋! −  𝜇)!

𝑁 [3]

Em que

- 𝜇 é a média

- Xi é o i-ésimo dado da população

- N é o tamanho da população

Nesta investigação estas medidas de localização foram contabilizadas utilizando uma folha de

calculo automático da Microsoft, o MS EXCEL.

5.2. Benchmarks para custos de utilização

O principal objetivo desta dissertação é o estabelecimento de benchmarks para custos de

utilização dos edifícios hospitalares portugueses. Neste capítulo será definida a melhor

prática, a prática convencional, bem como a pior prática com auxilio de um programa de

calculo automático, o MS Excel.

Antes da definição dos benchmarks procede-se à validação dos dados recolhidos. Embora os

dados recolhidos estejam validados pelas entidades hospitalares, há hospitais com custo de

utilização discrepantes que serão excluídos deste estudo.

Decidiu-se fazer esta verificação relacionando o custo por m2 à curva de gauss representada

na Figura 21.

Figura 21 - Curva de Gauss

Page 75: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 5 – Estabelecimento de benchmarks de custos para edifícios hospitalares

58 Universidade do Minho

Verificou-se se o custo do indicador por m2 estaria entre o intervalo [  µμ− 3σ  ;  µμ+ 3σ  ],

sendo µμ a média e σ o desvio padrão. Optou-se por excluir a amostra fora deste intervalo, pois

iram incrementar o valor da “melhor prática” e da “prática convencional”. Assim, estes

valores não farão parte dos dados em estudo para esse indicador (água, energia, gás e

resíduos).

A título de exemplo, apresenta-se na Tabela 18 a verificação para o custo de gás relativamente

ao grupo I.

Tabela 18 - Verificação de discrepância para custos de gás (Grupo I)

Custo  de  gás  -­‐  grupo  I  

Hospitais   €/m2  

Verificação

 

intervalo  

𝛍  -­‐3σ   𝛍  +3σ  

GRU

PO  I  

H1   5,80   OK  

-­‐994,09   1219,32  

H2   5,37   OK  

H3   21,04   OK  

H4   31,84   OK  

H5   34,91   OK  

H6   8,48   OK  

H7   8,34   OK  

H8   18,61   OK  

H9   10,27   OK  

H10   12,47   OK  

H11   1393,87   KO  

H12   1,08   OK  

H13   7,94   OK  

H14   16,60   OK  

Pode-se concluir que o edifício hospitalar H11 estar fora do intervalo considerado como

limite quanto ao custo de gás do grupo I. Assim, este custo não será tido em consideração para

o estabelecimento dos benchmarks. Em anexo encontra-se a verificação para a restante

amostra.

Page 76: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 5 – Estabelecimento de benchmarks de custos para edifícios hospitalares

Universidade do Minho 59

O estabelecimento de benchmarks dos edifícios hospitalares tem como objetivo a obtenção da

“melhor prática” e da “prática convencional”. Para efetuar esta análise, determinou-se os

custos por m2 de área útil de cada indicador, água, energia, gás e resíduos. Seguidamente

determinou-se a “prática convencional” definida pela média do grupo, e a “melhor prática”

confinada aos 25% melhores valores (custo por m2) do grupo em estudo.

Efetuados os cálculos numa folha de cálculo automático (MS EXCEL) para os três grupos e

para cada indicador (água, energia, gás e resíduos), obteve-se os valores dos custos por m2

relativos á melhor prática, prática convencional e pior prática, resumidos na Tabela 19.

Tabela 19 - Resumo das melhores práticas, práticas convencionais e piores práticas de todos os indicadores

 

Grupo  I   Grupo  II   Grupo  III  

Melho

r          

prática  

Prática  

conv

encion

al  

Pior  prátic

a  

Melho

r          

prática  

Prática  

conv

encion

al  

Pior  prátic

a  

Melho

r          

prática  

Prática  

conv

encion

al  

Pior  prátic

a  

Custo  de  água  [€/m2]   3,26   5,13   7,78   4,52   6,31   9,58   3,09   4,87   10,38  

Custo  de  energia  [€/m2]   13,67   18,82   23,45   13,67   18,40   25,93   15,35   17,32   24,44  

Custo  de  gás  [€/m2]   7,94   10,27   18,61   8,33   10,95   12,82   8,47   12,71   15,43  

Custo  de  resíduos  [€/m2]   2,75   3,52   6,71   3,70   5,40   7,70   1,19   1,84   3,17  

Custo  Total  [€/m2]   33,97   46,22   49,46   37,35   43,66   55,54   28,20   33,73   47,90  

Nos gráficos de barras das Figuras seguintes, encontram-se resumidos os custos por m2 de

área útil de cada hospital e a representados com linha verde a “melhor prática”, a linha

amarela a “prática convencional” e com linha vermelha a “pior prática” No anexo poder-se-á

consultar os valores detalhados.

Nos gráficos das Figuras 22, 23 e 24, podem-se verificar os custos de água por m2 de área

útil dos grupos I, II e III.

Page 77: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 5 – Estabelecimento de benchmarks de custos para edifícios hospitalares

60 Universidade do Minho

Figura 22 - Custo de água por m2 dos edifícios hospitalares do grupo I

Pode-se verificar que H1, H7, H11 e H13 são edifícios hospitalares com custos de água igual

ou inferior à “melhor prática” (3,26 €/m2) do grupo I, ou seja, com eficiência quanto ao

consumo de água. Quanto aos hospitais custos de água igual ou superiores á “pior prática”

(7,78 €/m2), constam os hospitais H2, H6, H8, e H10.

Figura 23 - Custo de água por m2 dos edifícios hospitalares do grupo II

Analisando o grupo II quanto ao custo de água por m2, os edifícios hospitalares com melhor

eficiência (4,52 €/m2) são os H18, H23, H34, H35, H39, H40 e H41. Os edifícios H15, H17,

H22, H26, H27, H28 e H32 classificam-se como edifício com “pior prática” (9,582 €/m2). O

edifício H20 como podemos verificar na Tabela em anexo, não está dentro do intervalo

definido anteriormente.

1,96  

8,26  

6,33  5,50  

4,75  

12,65  

2,22  

9,04  

3,75  

11,78  

0,90  

4,60  3,10  

6,22  

0,00  

2,00  

4,00  

6,00  

8,00  

10,00  

12,00  

14,00  

H1   H2   H3   H4   H5   H6   H7   H8   H9   H10  H11  H12  H13  H14  

Custos/m

2  

10,61  7,52  

10,40  

3,83  5,48  6,41  

12,07  

2,77  

7,33  6,22  

12,65  10,31  

29,13  

5,82  5,11  6,15    9,583  

7,14  4,28  3,81  

6,59  5,80  

 9,578  

2,03  4,31   4,32  

0,00  

5,00  

10,00  

15,00  

20,00  

25,00  

30,00  

35,00  

H15  H16  H17  H18  H19  H21  H22  H23  H24  H25  H26  H27  H28  H29  H30  H31  H32  H33  H34  H35  H36  H37  H38  H39  H40  H41  

Custos/m

2  

Page 78: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 5 – Estabelecimento de benchmarks de custos para edifícios hospitalares

Universidade do Minho 61

Figura 24 - Custo de água por m2 dos edifícios hospitalares do grupo III

Finalizando a análise dos custo de água, é verificada “melhor prática” e a “pior prática” do

grupo III. Assim, os hospitais deste grupo com melhor eficiência, onde os custos de água por

m2 de área útil são igual ou inferior a 3,09 €/m2, são H45, H48, H51 e H53. Por outro lado, os

hospitais com eficiência igual ou menor a 10,38 €/m2 são H42, H43, H52 e H55.

Nos gráficos das Figuras 25, 26 e 27 apresenta-se os custos de energia por m2 de área útil dos

grupos I, II e III.

Figura 25 - Custo de energia por m2 dos edifícios hospitalares do grupo I

A “melhor prática” do grupo I, definida pelas entidades hospitalares com custo de energia

igual ou inferior 13,67 €/m2 são os edifícios H1, H4, H9 e H13. Os edifícios hospitalares com

41,19  

11,57  

5,02  1,40  

4,73  6,83  

2,72  4,19  4,27  2,04  

11,72  

2,31  

6,69  

26,80  

0,00  

5,00  

10,00  

15,00  

20,00  

25,00  

30,00  

35,00  

40,00  

45,00  

H42   H43   H44   H45   H46   H47   H48   H49   H50   H51   H52   H53   H54   H55  

Custos/m

2  

9,45  

24,00  

18,65  

4,11  

19,57  21,80  

15,15  15,23  12,96  

18,99  

26,41  

31,18  

13,18  

36,64  

0,00  

5,00  

10,00  

15,00  

20,00  

25,00  

30,00  

35,00  

40,00  

H1   H2   H3   H4   H5   H6   H7   H8   H9   H10   H11   H12   H13   H14  

custo/m2  

Page 79: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 5 – Estabelecimento de benchmarks de custos para edifícios hospitalares

62 Universidade do Minho

consumos e consequentes custos elevados, ou seja, custos iguais ou superiores a 23,45 €/m2

são os hospitais H2, H11, H12 e H14.

Figura 26 - Custo de energia por m2 dos edifícios hospitalares do grupo II

Quanto ao grupo II, analisando os custos verifica-se que os hospitais H19, H24, H34, H35,

H39, H40, H41 tem eficiência hospitalar neste indicador. Por outro lado, classificados como

“pior prática” (25,93 €/m2) estão os edifícios H15, H16, H17, H20, H22 e H38. O edifício

H28 tem custos por m2 superior a [  µμ− 3σ  ;  µμ+ 3σ  ].

Figura 27 - Custo de energia por m2 dos edifícios hospitalares do grupo III

35,23  32,64  

29,11  

23,86  

12,61  

37,35  

15,82  

27,04  

17,37  

12,95  

26,62  

20,61  18,02  17,96  19,13  16,97  

21,03  17,22  

12,13  10,34  

21,28  18,79  

34,62  

7,98  

11,95  12,84  

0,00  

5,00  

10,00  

15,00  

20,00  

25,00  

30,00  

35,00  

40,00  

H15  H16  H17  H18  H19  H20  H21  H22  H23  H24  H25  H26  H27  H29  H30  H31  H32  H33  H34  H35  H36  H37  H38  H39  H40  H41  

custo/m2  

28,21  

15,35  

7,77  

17,79  

23,96  

12,02  14,34  

26,82  

15,67  17,32  

15,76  

 24,443  

43,34  

0,00  5,00  10,00  15,00  20,00  25,00  30,00  35,00  40,00  45,00  50,00  

H43   H44   H45   H46   H47   H48   H49   H50   H51   H52   H53   H54   H55  

custo/m2  

Page 80: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 5 – Estabelecimento de benchmarks de custos para edifícios hospitalares

Universidade do Minho 63

Finalizando a análise dos custos de energia, analisamos o grupo III. Verifica-se que os

hospitais H44, H45, H48 e H49 têm custo inferior a 15,35 €/m2, logo práticas eficientes.

Quanto aos hospitais com custos superiores a 24,44 €/m2 estão H43, H50, H54 e H55. O

hospital H42 pertence ao grupo III, mas seu custo por m2 é superior a (µμ+ 3σ), logo não

entra no estudo deste indicador.

Nos gráficos de barras das Figuras 28, 29 e 30, pode-se verificar os custos de gás por m2 de

área útil dos grupos I, II e III.

Figura 28 - Custo de gás por m2 dos edifícios hospitalares do grupo I

Para iniciar a análise da eficiência dos consumos de gás, verifica-se quais os hospitais com

maior e menor eficiência neste indicador do grupo I. Assim, no Figura 31, pode-se verificar

que os edifícios hospitalares com custos inferior ou igual a 7,944 €/m2 são H1, H2, H12 e

H13. Do lado oposto estão aqueles com eficiência inferior a 18,612 €/m2, sendo estes H3, H4,

H5 e H8.

O hospital H11 como podemos verificar na Tabela em anexo, tem um custo (1393,87 €/m2)

cerca de quarenta vezes superior ao valor mais alto do grupo, logo fora do intervalo definido

como limite.

5,80  5,37  

21,04  

31,84  34,91  

8,48  8,34  

 18,612  

10,27  12,47  

1,08  

 7,944  

16,60  

0,00  

5,00  

10,00  

15,00  

20,00  

25,00  

30,00  

35,00  

40,00  

H1   H2   H3   H4   H5   H6   H7   H8   H9   H10  H12  H13  H14  

custo/m2  

Page 81: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 5 – Estabelecimento de benchmarks de custos para edifícios hospitalares

64 Universidade do Minho

Figura 29 - Custo de gás por m2 dos edifícios hospitalares do grupo II

Do grupo II, a análise dos hospitais conclui-se que edifícios como o H15, H18, H20, H21,

H27, H39 e H41 fazem parte das melhores práticas, visto ter consumo igual ou inferior a

8,335 €/m2. Os hospitais H16, H19, H26, H28, H32, H33 e H38 têm custos iguais ou

superiores á “pior prática” (12,818 €/m2).

Tal como hospitais referenciados anteriormente, o hospital H35 não fará parte desta amostra

pois tem um custo por m2 de área útil excessivamente elevado (763,10 €/m2) comparando com

a restante amostra do grupo inserido. Assim superior a µμ+ 3σ   .

Figura 30 - Custo de gás por m2 dos edifícios hospitalares do grupo III

8,19  

20,94  

12,74  

7,37  

13,92  

0,52  0,37  

10,96  12,78  

10,97  12,68  

22,96  

2,17  

65,16  

10,95  12,56  

8,60  

27,48  

12,83  9,57  8,38  9,25  

56,82  

8,12  8,84  

8,32  

0,00  

10,00  

20,00  

30,00  

40,00  

50,00  

60,00  

70,00  

H15  H16  H17  H18  H19  H20  H21  H22  H23  H24  H25  H26  H27  H28  H29  H30  H31  H32  H33  H34  H36  H37  H38  H39  H40  H41  

custo/m2  

31,95  

11,45    8,471  

11,06  14,61  

5,60  

 12,705    15,428  

2,54  6,37  

13,83  

18,74  

27,80  

0,00  

5,00  

10,00  

15,00  

20,00  

25,00  

30,00  

35,00  

H43  H44  H45  H46  H47  H48  H49  H50  H51  H52  H53  H54  H55  

custo/m2  

Page 82: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 5 – Estabelecimento de benchmarks de custos para edifícios hospitalares

Universidade do Minho 65

Por último no indicador custo de gás, pode-se analisar os edifícios hospitalares do grupo III.

Classificados como “melhor prática” temos os edifícios H45, H48, H51 e H52. Por outro lado,

os edifícios hospitalares H43, H54 e H55 são as “piores práticas” do grupo III.

O edifício H42 não fará parte da amostra para o estudo dos custos de gás por m2, pois este

edifício tem seu custo superior ao valor definido como limite.

Nos gráficos das Figuras 31, 32 e 33, pode-se consultar os custos de resíduos por m2 de área

útil dos grupos I, II e III.

Figura 31 - Custo de resíduos por m2 dos edifícios hospitalares do grupo I

No grupo I, os edifícios hospitalares com melhor eficiência no indicador custo de resíduo são

H1, H9, H10 e H13. Os edifícios abaixo da “pior prática” (6,71 €/m2) são H4, H7 e H12.

Figura 32 - Custo de resíduos por m2 dos edifícios hospitalares do grupo II

1,76  

3,74  3,30  

9,63  

2,89  3,28  

8,27  

6,24  

2,58  2,70  

5,32  

12,60  

2,14  

6,86  

0,00  

2,00  

4,00  

6,00  

8,00  

10,00  

12,00  

14,00  

H1   H2   H3   H4   H5   H6   H7   H8   H9   H10  H11  H12  H13  H14  

custo/m2  

6,54  

4,45  3,82  2,52  

13,45  

4,79  4,94  

2,62  

6,12  7,80  

2,39  3,66  

5,87  

13,52  

3,49  

7,41  

9,93  

13,55  

0,00  

2,00  

4,00  

6,00  

8,00  

10,00  

12,00  

14,00  

16,00  

H15  H16  H17  H19  H20  H21  H22  H24  H25  H28  H29  H30  H31  H32  H33  H36  H37  H38  

custo/m2  

Page 83: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 5 – Estabelecimento de benchmarks de custos para edifícios hospitalares

66 Universidade do Minho

No grupo II existem alguns edifícios que não reúnem condições para participar num estudo de

benchmarking, visto não disponibilizaram os dados quanto ao custo de resíduos. Nestas

condições estão os edifícios H18, H23, H26, H27, H34, H35, H39, H40 e H41.

Os edifícios hospitalares H19, H24, H29, H30 e H33 têm custos com resíduos inferiores a

3,70€/m2. Como “pior prática”, definida pelos edifícios com custos superior a 7,71 €/m2, estão

H20, H28, H32, H37 e H38.

Figura 33 - Custo de resíduos por m2 dos edifícios hospitalares do grupo III

Para finalizar a análise dos resultados dos benchmarks hospitalares, verifica-se que no grupo

III os edifícios com melhor eficiência nos custo com resíduos são H45, H49 e H51, pois têm

custos iguais ou inferiores a 1,20 €/m2. Os edifícios H48, H52 e H55, estão acima de 3,17€/m2

(“pior prática”).

Conforme acontece com alguns edifícios do grupo II, neste grupo também existem edifícios

com ausência de dados dos custos com resíduos, como se sucede com os edifícios H42, H46 e

H54.

Assim, foi possível estabelecer um ranking de hospitais para cada grupo, identificando as

melhores práticas para cada indicador (água, energia, gás e resíduos).

A fase de análise de resultados resulta na comparação do desempenho dos hospitais

selecionados dentro de cada grupo. Sendo que, o objetivo primordial desta comparação é a

verificação de discrepâncias de desempenhos e a caracterização das melhores práticas e das

praticas convencionais, para cada grupo de hospitais.

1,70   1,89  

0,68  

2,46  

3,87  

0,96  1,43  

0,86  

5,98  

1,84  

5,70  

0,00  

1,00  

2,00  

3,00  

4,00  

5,00  

6,00  

7,00  

H43   H44   H45   H47   H48   H49   H50   H51   H52   H53   H55  

custo/m2  

Page 84: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 5 – Estabelecimento de benchmarks de custos para edifícios hospitalares

Universidade do Minho 67

Com vista uma caracterização dos custos de utilização totais, apresenta-se nos gráficos das

Figuras 34, 35 e 36 os custos totais por m2 de área útil de cada grupo de hospitais.

Figura 34 – Custo total por m2 dos edifícios hospitalares do grupo I

Da análise do gráfico da Figura 37, conclui-se que os edifícios hospitalares do grupo I com

eficiência correspondente à “melhor prática” são H1, H7, H9 e H13, visto terem custos totais

por m2 de área útil inferiores ou iguais a 33,969 €/m2. Com a classificação de “pior prática”

estão os edifícios hospitalares com custos iguais ou superiores a 49,46 €/m2, o H4, H5, H12 e

H14.

Figura 35 - Custo total por m2 dos edifícios hospitalares do grupo II

18,97  

41,37  

49,32  51,07  

62,11  

46,22  

 33,969  

49,13  

29,56  

45,95    49,462  

26,37  

66,32  

0,00  

10,00  

20,00  

30,00  

40,00  

50,00  

60,00  

70,00  

H1   H2   H3   H4   H5   H6   H7   H8   H9   H10   H12   H13   H14  

custo/m2  

60,57  65,55  

56,07  

34,53  27,39  

55,00  

33,87  

51,64  

37,11  40,47  37,59  

71,62  

40,68  43,66  43,78  

0,00  

10,00  

20,00  

30,00  

40,00  

50,00  

60,00  

70,00  

80,00  

H15   H16   H17   H19   H21   H22   H24   H25   H29   H30   H31   H32   H33   H36   H37  

custo/m2  

Page 85: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 5 – Estabelecimento de benchmarks de custos para edifícios hospitalares

68 Universidade do Minho

No grupo II, os edifícios com melhor eficiência são os hospitais H19, H21, H24 e H29. Como

piores práticas estão os edifícios H15, H16 e H32.

Figura 36 - Custo total por m2 dos edifícios hospitalares do grupo III

Por ultimo, do estabelecimento de benchmarks para custos totais resta analisar o grupo III.

Neste grupo, os edifícios com maior eficiência, onde os custos por m2 são iguais ou inferiores

a 28,20 €/m2 estão H45, H48 e H51. Como “pior prática” estão os edifícios H43, H50 e H55,

com custos superiores a 47,90 €/m2.

Os edifícios hospitalares para os quais não se conseguiram obter dados de um ou mais

indicadores, ou que os seus dados sejam discrepantes quando comparados com restantes os

edifícios do mesmo grupo, não farão parte no estudo dos custos totais. Assim, apenas farão

parte da amostra para o estabelecimento de benchmarks dos custos totais, edifícios

hospitalares com dados de todos os indicadores (água, energia, gás e resíduos), estando esses

dentro no intervalo definido como válido, isto é, no intervalo [  µμ− 3σ  ;  µμ+ 3σ  ]. Deste

modo, os hospitais H11 do grupo I, H18, H20, H23, H26, H27, H28, H34, H35, H38, H39,

H40 e H41 do grupo II e os edifícios hospitalares H42, H46 e H54 do grupo III, não entram

no estudo dos custos totais.

As organizações que utilizarem os processos de benchmark, só poderão melhorar o

desempenho quando forem alteradas as práticas e comportamentos existentes, perante os

resultados do benchmark. Antes de serem implementas essas alterações, a atividade de

benchmark é apenas um exercício de recolha de dados (Freitas et al., 2001).

73,43  

33,71  18,33  

47,86  

24,21  32,19  

47,95  

21,11  

41,40  33,73  

103,64  

0,00  

20,00  

40,00  

60,00  

80,00  

100,00  

120,00  

H43   H44   H45   H47   H48   H49   H50   H51   H52   H53   H55  

custo/m2  

Page 86: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 5 – Estabelecimento de benchmarks de custos para edifícios hospitalares

Universidade do Minho 69

Segundo Lara Ribeiro (2004), a implementação das melhores práticas, envolve normalmente

os seguintes passos:

• Identificar as oportunidades de melhoria;

• Criar um plano de implantação das melhores práticas;

• Monitorizar e acompanhar o progresso de implementação da melhor prática (este constitui o primeiro passo para o planeamento de um novo benchmark).

O benchmark torna-se assim um ciclo de melhoria constante, onde todas as organizações

envolvidas tiram vantagens.

Page 87: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Capítulo 5 – Estabelecimento de benchmarks de custos para edifícios hospitalares

70 Universidade do Minho

Page 88: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Referências Bibliográficas

Universidade do Minho 71

CAPÍTULO 6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

6.1. Principais conclusões

O trabalho realizado baseou-se na pesquisa, recolha e tratamento de dados respeitantes a custo

de utilização de edifícios hospitalares. É importante referir, que esta recolha de dados

inicialmente tornou-se pouco eficaz ao nível da obtenção dos dados requeridos, contudo com

as reuniões obtidas foi possível estabelecer contacto com a ACSS. Esta entidade, facultou os

dados (custos de utilização) referentes ao ano de 2012 validados pelos hospitais parceiros

deste estudo. Deste modo, espera-se que futuros trabalhos nesta ou em outra temática, se

focalizem mais no tratamento de dados e menos na recolha, aproveitando os contactos já

estabelecidos.

Numa primeira observação dos dados recolhidos, verifica-se de uma forma geral que os

custos de utilização aqui estudados intensificam-se com o aumento da área útil do edifício.

Assim, os edifícios hospitalares foram agrupados em função da sua área útil. O grupo I é

composto por edifícios hospitalares com área útil igual ou superior a 37 663 m2, o grupo II

por edifícios com área útil compreendida entre 8 805 m2 e 37 663 m2, e o grupo III pelos

edifícios hospitalares com área útil igual ou inferior a 8 805 m2.

Da análise dos dados de cada grupo de hospitais, verifica-se que estes edifícios concentram

muitos dos seus gastos em energia e gás, cerca de 46% em energia e 29% em gás, ou seja,

cerca de 75% dos custos de utilização são realizados com energia e gás. Estes consumos,

devem-se aos equipamentos que esta tipologia de edifícios possui.

Tal como referido, o objetivo desta dissertação foi o estabelecimento de benchmarks para os

custos de utilização dos edifícios hospitalares portugueses. Com a utilização da metodologia

de benchmark, estabeleceu-se a “melhor prática” (edifícios mais eficientes em cada

indicador), a “prática convencional” (edifícios com prática entre a “melhor prática” e a “pior

prática”) e a “pior prática” (edifícios com grande potencial de melhoria da sua eficiência)

referente ao ano 2012. Desta forma, neste caso de estudo, foi possível realizar uma análise

comparativa entre as entidades hospitalares, de forma a identificar as entidades hospitalares

com melhor eficiência. Assim fornecer aos gestores hospitalares e aos projetistas a

possibilidade de estabelecer medidas de melhoria com vista a redução dos custos de

Page 89: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Referências Bibliográficas

72 Universidade do Minho

utilização. Sendo que, neste estudo apenas foram realizadas comparações de custos de

utilização de água, energia, gás e resíduos entre edifícios hospitalares dentro de cada grupo.

A definição das melhores práticas quanto aos custos de água, energia, gás e resíduos, foram

conseguidas através do cálculo do quartil inferior, ou seja, 25% dos valores mais baixos são

considerados melhores práticas. Para definição dos edifícios hospitalares com menor

eficiência, isto é, hospitais onde o custo por m2 de área útil se situa abaixo de uma fronteira

que confina os edifícios com maiores custos, designando-se assim de as “piores práticas”,

definidas pelos 25% dos valores mais baixos, ou seja, conseguidas através do quartil superior.

Para uma entidade hospitalar verificar se os seus custos são eficientes, basta calcular os custos

por m2 de área útil e verificar no respetivo grupo o seu posicionamento. O benchmark torna-se

assim um ciclo de melhoria constante, onde todas as organizações envolvidas tiram

vantagens.

Com o estudo realizado através da metodologia de benchmarking, pretende-se contribuir para

a sustentabilidade hospitalar. Apesar de as entidades hospitalares já se encontrarem inteiradas

desta temática devido ao programa ECO-AP desenvolvido pela ACSS, com este estudo

espera-se contribuir para a realização futura de uma metodologia de apoio ao projeto de

edifícios hospitalares sustentáveis, onde poderão ser definidos princípios de sustentabilidade

nesta tipologia de edifícios em Portugal.

6.2. Perspetivas futuras

As perspetivas futuras nesta matéria de benchmarks hospitalares no sistema nacional de

saúde, continuam a ir ao encontro do trabalho interno que as entidades de saúde portuguesas

têm que dispor para poderem ser parte dum estudo como este. Esta metodologia de avaliação,

torna-se muito eficaz quando há empenho de todas as entidades parceiras do estudo, as quais

neste caso são os hospitais portugueses. É essencial abordar mais profundamente

determinadas entidades hospitalares que carecem de alguma informação adicional e que neste

estudo não foi possível obter por não estar facilmente acessível, tais como: ano de

reabilitação, tipo de reabilitação, serviços e equipamentos comuns a outros hospitais, o que

conduz a maiores consumos e custos. Devem ser encontrados mecanismos legislativos ou

Page 90: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Referências Bibliográficas

Universidade do Minho 73

incentivos, para influênciar estas entidades a participarem fluentemente neste estudo,

facultando todos os dados detalhados.

Como foi identificado anteriormente neste documento, uma das dificuldades foi encontrar o

parâmetro que melhor atendia o agrupamento dos hospitais. Em futuros estudos a serem

realizados no âmbito desta temática, com uma base de dados mais detalhadas e

pormenorizadas, deve ser estudado se o parâmetro área útil continua a ser o mais indicado

para o agrupamento dos hospitais, bem como o método de divisão dos mesmos.

Em futuras investigações, propõe-se que o estudo realizado seja efetuado para anos diferentes

ao aqui estudado (2012). Assim analisar as discrepâncias e procurar conclusões sobre motivos

que levam a estas.

A sustentabilidade, no que diz respeito à dimensão económica está muitas vezes dependente

dos avanços tecnológicos, visto que, com estes poder-se-á conseguir melhoria da eficiência

energética, hídrica e da produção/tratamento dos resíduos. Assim, deve-se garantir que

existem apoios à investigação nesta temática, realizando estudos que permitam garantir um

aumento na eficiência, visto que como qualquer outro investimento, estes estudos têm custos.

Com o estudo realizado e com as melhorias a que estará sempre sujeito, espera-se contribuir

para a realização de uma metodologia de apoio ao projeto de edifícios hospitalares

sustentáveis, tal como acontece no presente com os edifícios residenciais. Espera-se que além

da dimensão económica aqui analisada, se estude também a dimensão ambiental e social, de

forma a conseguir definir princípios de sustentabilidade a adotar pelas equipas de projeto a

quando da conceção, reabilitação, bem como da gestão dos edifícios hospitalares.

Page 91: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Referências Bibliográficas

Universidade do Minho 74

Page 92: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Referências Bibliográficas

Universidade do Minho 75

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ACSS (2013). Relatório de Benchmarking/ Hospitais EPE e PPP [edição online]. Consultado

em Junho, 2013 disponível em http://www.acss.min-saude.pt/Portals/0/

Relat%C3%B3rio%20de%20benchmarking_2012.pdf

AGUIAR, F. (2010). Novos modelos de gestão hospitalar. FMUP

ALVES, A. (2012). Sustentabilidade na saúde em tempos de mudança: uma perspectiva de

gestão

ANDERSEN, B., PETTERSEN, P.-G. (1996). The benchmarking handbook. Step-by-step

instructions, Chapman & Hall, London

AUC (2007). A Report on Benchmarking Environmental and Corporate Responsability in

Higher Education. EAUC. Reino Unido.

BHAVNANI, S. (2000). O emprego do benchmarking na área da saúde. ASHP

BRAGANÇA, LUIS (2012). Sustentabilidade: Novo paradigma do setor da construção.

CALDEIRA T. (2006). Controlo estatístico de qualidade

CAMPOS, A. C. (2001). Despesa e défice na saúde: o percurso financeiro de uma política

pública. Análise Social, vol. XXXVI (161), 2001, 1079-1104

CAMPOS, L. ; BORGES, M. ; PORTUGAL, R. (2009). Governação dos hospitais. Lisboa :

ARSLVT

CASTRO, M. F., MATEUS, R., BRAGANÇA, L. (2012). Indicadores de sustentabilidade no

projeto de edifícios hospitalares. Congresso Construção 2012

COSTA, C., LOPES, S. (2005). Avaliação do Desempenho dos Hospitais SA - Resultados

Provisórios. www.hospitaisepe.min-saude.pt [Online]

DELGADO, M. (2010). Avaliação do Desempenho dos Hospitais: Uma ferramenta de

Benchmarking. IASIST

ECO SMEs (2004). Information, Training and Tools. What is Environmental Benchmarking?.

Page 93: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Referências Bibliográficas

76 Universidade do Minho

EEA (2001). Environmental Benchmarking for Local Authorities: from concept to practice.

Environmental Issues Report n.o 20, EEA, Copenhagen

FARIA S., MENEZES R. (2006). Métodos estatísticos: análise preliminar de dados

estatísticos

FERREIRA A.J.D.; LOPES, M.A.R.; MORAIS, J.P.F. (2006). Environmental management

and audit schemes implementation as an educational tool for sustainability. Journal of

Cleaner Production.

FREITAS, J. A.; ZAIRI, M. (2001). O Benchmarking. Economia & Prospectiva no 15/16.

Ministério da Economia, Lisboa

GIRALVES, M. D. R., AMADO, C. (2009). A eficiência dos Hospitais em Portugal segundo

a metodologia do DEA: Propostas de intervenção. 11ª Conferencia Nacional de Economia na

Saúde. Porto.

GIRALDES, M. D. R., et al. (2005). Avaliação da eficiência e da qualidade em hospitais EPE

e SA. Direcção Geral da Saúde, Direcção de Serviços de Planeamento.

GIRALDES, M. D. R. (2008). Eficiência versus qualidade no serviço nacional de saúde:

metodologias de avaliação. Acta Med Port 2008; 21: 397-410

HOSPITAIS SA (2003). Identificar o potencial de melhoria dos hospitais com base num

benchmark de 31 unidade SA

HOSPITAIS SA (2005). Empresarialização dos Hospitais SA

MATEUS, R. (2004). Novas tecnologias construtivas com vista à sustentabilidade da

construção. Universidade do Minho;

MATEUS, R., BRAGANÇA, L., (2009). Guia de Avaliação SBToolPT-H. Porto: iiSBE

MATEUS, R., BRAGANÇA, L. (2011). Sustainable assessment and rating of buildings:

Developing the methology SBtoolpt –H. Building and Environment

NUNES, R., REGO, G. (2002). Prioridades na Saúde , Lisboa, McGraw-Hill

Page 94: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Referências Bibliográficas

Universidade do Minho 77

OBSERVATÓRIO PORTUGUÊS DOS SISTEMAS DE SAÚDE (2005). Relatório de

Primavera 2005 - Novo serviço público de Saúde. Novos Desafios. Lisboa: Escola Nacional

de Saúde Pública.

PONTES, A. T. et al. (2008). A utilização de indicadores de desempenho no setor de

suprimentos hospitalares: uma revisão de literatura. XXVIII Encontro Nacional de Engenharia

de Produção. Brasil

PORTAL DA SAUDE PUBLICA (2013). Investigação e estatística. Estatística descritiva.

www.saudepublica.web.pt [Online]

POSSA, M. & MATOS, M. (2009), Metodologia para aplicação do estudo de benchmarking

em processos de EAD: Busca, Adequação e Disseminação das melhores práticas

REGO, G. (2008). Gestão Empresarial dos Serviços Públicos - Uma Aplicação ao Sector da

Saúde, Porto, Vida Económica

FNQ (2005). Relatório Do Comitê Temático Benchmarking.. São Paulo

RIBEIRO, L. M.M. (2004), Aplicação do benchmarking na indústria de

manufactura. Desenvolvimento de uma metodologia para empresas de fundição. FEUP

SAIS, C., et al. (2012). Benchmarking Clinico. Estudo comparativo entre Grandes Hospitais

Universitários Ibéricos. UBM Medica, IASIST Portugal, UNL.

SANTOS C. P., LNEC (2012) Reabilitação de edifícios para promoção do conforto e da

eficiência energética

SANTOS, F. (2009). Benchmarking ambiental de sustentabilidade para campus

universitários. CASO DE ESTUDO DA FCT-UNL. Universidade Nova de Lisboa

SILVA, C. T. A., MARCHI, J. J., ROCHA, R. A.. Benchmarking: excelência em gestão e

competitividade

SILVESTRE, H., ARAÚJO, J. F. (2009). Gestão por Resultados no Sector Público: o caso

dos Hospitais EPE. Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal.

SIMÕES, J. (2004). Retrato Político da Saúde, Almedina.

Page 95: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Referências Bibliográficas

78 Universidade do Minho

SZEKELY, F.; VOLLMANN, T; EBBIGHAUS, A. (1996). A. Environmental

benchmarking. Becoming green and competitive. Business and the Environment,

Cheltenham

Page 96: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Anexo A

Universidade do Minho A.1

ANEXOS

Page 97: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Anexo A

A.2 Universidade do Minho

Page 98: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Anexo A

Universidade do Minho A.3

Tabela A.1 – Dados dos hospitais e verificação da discrepância dos custos por m2 – Grupo I

Hospitais( Hospitais(

Área(Útil(((((((

[m2]

Ano(de(

construção

Área(de(

influência

Nº(de(camas

Custos(de(Gás

Custos(de(

Água

Custos(de(

Energia

Custos(de(

Resíduos

€/m2

(μH3σ(;(μ+3σ()

Custo(de(

Água

€/m2

(μH3σ(;(μ+3σ()

Custo(de(

Energia

€/m2

(μH3σ(;(μ+3σ()

Custo(de(

Gás

€/m2

(μH3σ(;(μ+3σ()

Custo(de(

Resíduos

Custo([€]

€/m2

Custos(totais

GRUPO(I

H1

H2

H3

H4

H5

H6

H7

H8

H9

H10

H11

H12

H13

H14

260$144,16$€

1$255$826,77$€

770$651,00$€

233$160,74$€

2011

284407

705

132$850,00

1$050$858,72$€

3$052$704,35$€

683$207,10$€

475$683,00$€

1959

236528

1076

127$211,97

316$359,72$€

931$656,39$€

1$051$007,49$€

164$953,00$€

1995

132249

528

49$960,00

323$889,99$€

241$875,60$€

1$873$584,24$€

566$461,29$€

1991

381799

556

58$851,00

232$592,00$€

957$940,79$€

1$709$041,29$€

141$438,90$€

1996

174478

337

48$960,00

577$397,54$€

994$937,52$€

387$115,00$€

149$865,54$€

2011

388436

246

45$640,00

93$916,47$€

641$924,30$€

353$535,30$€

350$408,01$€

1985

345933

414

42$385,00

644$221,30$€

1$085$208,76$€

1$325$979,37$€

444$900,00$€

1844

360638

401

71$245,00

145$196,35$€

501$875,22$€

397$683,78$€

99$823,00$€

1928

33510

295

38$726,00

502$888,00$€

810$750,03$€

532$509,81$€

115$433,00$€

2000

87981

279

42$688,93

47$509,10$€

1$401$025,26$€

73$931$023,00$€

282$022,94$€

1997

301562

627

53$040,00

469$174,23$€

3$183$913,13$€

110$163,63$€

1$286$709,06$€

1954

398624

984

102$098,00

131$187,55$€

557$746,97$€

336$216,38$€

90$718,28$€

1877

428191

186

42$321,00

269$880,00$€

1$589$628,09$€

720$200,57$€

297$810,06$€

2012

287119

424

43$388,00

1,96

OK

8,26

OK

6,33

OK

5,50

OK

4,75

OK

12,65

OK

2,22

OK

9,04

OK

3,75

OK

11,78

OK

0,90

OK

4,60

OK

3,10

OK

6,22

OK

9,45

OK

24,00

OK

18,65

OK

4,11

OK

19,57

OK

21,80

OK

15,15

OK

15,23

OK

12,96

OK

18,99

OK

26,41

OK

31,18

OK

13,18

OK

36,64

OK

5,80

OK

5,37

OK

21,04

OK

31,84

OK

34,91

OK

8,48

OK

8,34

OK

18,612

OK

10,27

OK

12,47

OK

1393,87

KO

1,08

OK

7,944

OK

16,60

OK

1,76

OK

3,74

OK

3,30

OK

9,63

OK

2,89

OK

3,28

OK

8,27

OK

6,24

OK

2,58

OK

2,70

OK

5,32

OK

12,60

OK

2,14

OK

6,86

OK

2$519$782,67$€

$$$$$

18,97

5$262$453,17$€

$$$$$

41,37

2$463$976,60$€

$$$$$

49,32

3$005$811,12$€

$$$$$

51,07

3$041$012,98$€

$$$$$

62,11

2$109$315,60$€

$$$$$

46,22

1$439$784,08$€

$$$$$

33,97

3$500$309,43$€

$$$$$

49,13

1$144$578,35$€

$$$$$

29,56

1$961$580,84$€

$$$$$

45,95

75$661$580,30$€

$$$1426,50

5$049$960,05$€

$$$$$

49,46

1$115$869,18$€

$$$$$

26,37

2$877$518,72$€

$$$$$

66,32

Page 99: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Anexo A

A.4 Universidade do Minho

Page 100: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Anexo A

Universidade do Minho A.5

Tabela A.2 - Dados dos hospitais e verificação da discrepância dos custos por m2 – Grupo II

GRUPO&II

Hospitais& H15

H16

H17

H18

H19

H20

H21

H22

H23

H24

H25

H26

H27

H28

H29

H30

H31

H32

H33

H34

H35

H36

H37

H38

H39

H40

H41Hospitais&

299#999,17#€

996#399,23#€

231#723,52#€

184#914,10#€

2010

206479

306

28#281,00

219#155,06#€

950#599,29#€

609#935,61#€

129#479,80#€

2001

499671

390

29#127,00

166#677,69#€

#####466

#303

,84#€#

204#032,82#€

61#250,79#€

1975

108395

293

16#020,00

106#527,43#€

663#971,25#€

205#265,04#€

SD1975

433399

331

27#833,00

115#072,00#€

264#826,63#€

292#271,65#€

52#919,44#€

1985

74412

246

21#000,00

1#091#325,72#€

1#262#215,16#€

17#507,75#€

454#624,85#€

1995

552971

772

33#798,00

108#655,91#€

268#051,99#€

6#316,95#€

81#218,19#€

1975

124413

144

16#947,00

236#992,07#€

530#987,39#€

215#234,87#€

96#919,38#€

1970

152758

238

19#637,54

58#386,62#€

365#537,28#€

269#074,95#€

SD2000

97962

153

21#048,00

125#312,00#€

221#548,28#€

187#639,49#€

44#838,90#€

1973

66100

164

17#105,00

114#976,96#€

492#504,79#€

234#479,50#€

113#280,65#€

1964

133832

194

18#498,00

191#065,84#€

311#298,95#€

346#895,59#€

SD1986

157232

15#106,00

118#367,71#€

206#893,00#€

24#893,99#€

SD1951

244377

221

11#482,00

275#798,51#€

645#630,22#€

616#906,41#€

73#871,82#€

1956

70152

111

9#468,00

51#384,86#€

158#653,78#€

96#689,01#€

21#130,33#€

1919

110529

115

8#834,00

126#692,32#€

473#930,37#€

311#128,19#€

90#740,24#€

1890

36473

202

24#772,00

184#530,00#€

508#992,71#€

257#952,99#€

176#189,00#€

1915

78450

409

30#000,00

121#807,62#€

267#354,89#€

349#269,17#€

171#862,16#€

1953

42541

351

12#710,80

237#991,88#€

573#983,14#€

427#618,53#€

116#311,31#€

1985

213584

388

33#330,20

98#860,74#€

280#355,60#€

221#170,25#€

SD1974

28492

181

23#108,08

47#684,57#€

129#428,17#€

9#552#831,00#€

SD1994

41179

8912#518,45

234#293,12#€

756#741,14#€

298#074,87#€

263#589,00#€

1904

99006

400

35#565,00

157#158,34#€

508#899,08#€

250#669,85#€

269#118,98#€

1910

254443

303

27#088,00

212#153,49#€

766#916,67#€

1#258#649,32#€

300#085,00#€

1997

305375

380

22#150,00

74#282,00#€

291#991,73#€

297#268,14#€

SD2000

129510

144

36#600,00

148#592,00#€

412#453,37#€

304#940,84#€

SD2003

95228

220

34#512,00

136#003,00#€

404#224,70#€

261#918,54#€

SD1985

78964

359

31#484,00

Área&Útil&&&&&&&

[m2]

Ano&de

&construção

Área&de&

influ

ência

Nº&de

&cam

asCu

stos&de&Gá

sCu

stos&de&

Água

Custos&de&

Energia

Custos&de&

Resídu

os€/m2

(μU3σ&;&μ+3σ&)

10,61

OK

7,52

OK

10,40

OK

3,83

OK

5,48

OK

32,29

KO

6,41

OK

12,07

OK

2,77

OK

7,33

OK

6,22

OK

12,65

OK

10,31

OK

29,13

OK

5,82

OK

5,11

OK

6,15

OK

9,583

OK

7,14

OK

4,28

OK

3,81

OK

6,59

OK

5,80

OK

9,578

OK

2,03

OK

4,31

OK

4,32

OK

Custo&de

&Ág

ua

€/m2

(μU3σ&;&μ+3σ&)

35,23OK

32,64OK

29,11OK

23,86OK

12,61OK

37,35OK

15,82OK

27,04OK

17,37OK

12,95OK

26,62OK

20,61OK

18,02OK

68,19KO

17,96OK

19,13OK

16,97OK

21,03OK

17,22OK

12,13OK

10,34OK

21,28OK

18,79OK

34,62OK

7,98

OK

11,95OK

12,84OK

Custo&de

&En

ergia

€/m2

(μU3σ&;&μ+3σ&)

8,19

OK

20,94OK

12,74OK

7,37

OK

13,92OK

0,52

OK

0,37

OK

10,96OK

12,78OK

10,97OK

12,68OK

22,96OK

2,17

OK

65,16OK

10,95OK

12,56OK

8,60

OK

27,48OK

12,83OK

9,57

OK

763,10

KO

8,38

OK

9,25

OK

56,82OK

8,12

OK

8,84

OK

8,32

OK

Custo&de

&Gá

s

€/m2

(μU3σ&;&μ+3σ&)

6,54

OK

4,45

OK

3,82

OK

2,52

OK

13,45OK

4,79

OK

4,94

OK

2,62

OK

6,12

OK

7,80

OK

2,39

OK

3,66

OK

5,87

OK

13,52OK

3,49

OK

7,41

OK

9,93

OK

13,55OK

Custo&de

&Re

sídu

os

Custo&[€]

€/m2

1#713#036,02#€

60,57

1#909#169,76#€

65,55

898#265,14#€

56,07

725#089,72#€

34,53

464#243,04#€

27,39

1#080#133,71#€

55,00

579#338,67#€

33,87

955#241,90#€

51,64

327#857,98#€

37,11

1#002#491,12#€

40,47

1#127#664,70#€

37,59

910#293,84#€

71,62

1#355#904,86#€

40,68

1#552#698,13#€

43,66

1#185#846,25#€

43,78

Custos&to

tais

Page 101: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Anexo A

A.6 Universidade do Minho

Page 102: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Anexo A

Universidade do Minho A.7

Tabela A.3 - Dados dos hospitais e verificação da discrepância dos custos por m2 – Grupo III GRUPO&III

Hospitais& H42

H43

H44

H45

H46

H47

H48

H49

H50

H51

H52

H53

H54

H55Hospitais&

210,492,26,€

395,224,79,€

416,831,17,€

SD5,110,00

72,485,84,€

176,737,62,€

200,205,03,€

10,668,19,€

1988

39626

106

6,266,00

25,792,63,€

78,871,10,€

58,838,97,€

9,716,70,€

1965

55398

285,138,00

6,208,85,€

34,481,59,€

37,569,23,€

3,012,22,€

1928

28150

204,435,00

37,714,52,€

141,868,85,€

88,227,82,€

SD1936

34739

577,976,07

59,907,73,€

210,297,11,€

128,186,80,€

21,632,13

2005

154645

172

8,776,00

17,465,01,€

77,275,84,€

35,961,19,€

24,872,00

1922

112263

104

6,427,00

14,725,00,€

50,366,11,€

44,637,63,€

3,369,00

1935

238296

543,513,30

27,552,79,€

173,235,74,€

99,642,23,€

9,241,84

1929

43737

616,458,74

13,435,04,€

103,018,89,€

16,699,33,€

5,622,40

1947

68791

206,573,25

35,393,00,€

52,309,94,€

19,240,02,€

18,063,00

1955

29213

633,019,74

9,036,17,€

61,778,75,€

54,202,69,€

7,210,77

1842

50380

233,920,00

25,685,88,€

93,835,93,€

71,941,75,€

SD1955

59446

443,839,00

206,032,29,€

333,141,05,€

213,710,07,€

43,793,76,€

1943

196113

165

7,687,00

Área&Útil&&&&&&&

[m2]

Ano&de

&construção

Área&de&

influ

ência

Nº&de

&cam

asCu

stos&de&Gás

Custos&de&

Água

Custos&de&

Energia

Custos&de&

Resídu

os€/m2

(μL3σ&;&μ+3σ&)

41,19OK

11,57OK

5,02

OK

1,40

OK

4,73

OK

6,83

OK

2,72

OK

4,19

OK

4,27

OK

2,04

OK

11,72OK

2,31

OK

6,69

OK

26,80OK

Custo&de

&Ág

ua

€/m2

(μL3σ&;&μ+3σ&)

77,34KO

28,21OK

15,35OK

7,77

OK

17,79OK

23,96OK

12,02OK

14,34OK

26,82OK

15,67OK

17,32OK

15,76OK

24,443

OK

43,34OK

Custo&de

&En

ergia

€/m2

(μL3σ&;&μ+3σ&)

81,57KO

31,95OK

11,45OK

8,471OK

11,06OK

14,61OK

5,60

OK

12,71OK

15,43OK

2,54

OK

6,37

OK

13,83OK

18,74OK

27,80OK

Custo&de

&Gás

€/m2

(μL3σ&;&μ+3σ&)

1,70

OK

1,89

OK

0,68

OK

2,46

OK

3,87

OK

0,96

OK

1,43

OK

0,86

OK

5,98

OK

1,84

OK

5,70

OK

Custo&de

&Re

sídu

os

Custo&[€]

€/m2

460,096,68,€

73,43

173,219,40,€

33,71

81,271,89,€

18,33

420,023,77,€

47,86

155,574,04,€

24,21

113,097,74,€

32,19

309,672,60,€

47,95

138,775,66,€

21,11

125,005,96,€

41,40

132,228,38,€

33,73

796,677,17,€

103,64

Custos&to

tais

Page 103: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Anexo A

A.8 Universidade do Minho

Page 104: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Anexo A

Universidade do Minho A.9

Tabela B.4 – Custos por m2 de área útil e verificação das práticas – Grupo I Hospitais( Hospitais(

€/m2

Custo(de

(Água

Classificação

Conven

cion

al((((

[€/m

2]

Melho

r(Prática(

[€/m

2]

Pior(((((

Prática((((((((

[€/m

2]

Custo(de

(Água

€/m2

Custo(de

(Ene

rgia

ClassificaçãoCusto(de

(Ene

rgia

Conven

cion

al((((

[€/m

2]

Melho

r(Prática(

[€/m

2]

Pior(((((

Prática((((((((

[€/m

2]

Custo(de

(Ene

rgia

€/m2

Custo(de

(Gás

Classificação

Custo(de

(Gás

Conven

cion

al((((

[€/m

2]

Melho

r(Prática(

[€/m

2]

Pior(((((

Prática((((((((

[€/m

2]

Custo(de

(Gás

€/m2

Custo(de

(Resíduo

s

ClassificaçãoCusto(de

(Resíduo

s

Conven

cion

al((((

[€/m

2]

Melho

r(Prática(

[€/m

2]

Pior(((((

Prática((((((((

[€/m

2]

Custo(de

(Resíduo

s

Conven

cion

al((((

[€/m

2]

Melho

r(Prática(

[€/m

2]

Pior(((((

Prática((((((((

[€/m

2]

Custos(to

tais

€/m2

GRUPO(I

H1 H2 H3 H4 H5 H6 H7 H8 H9 H10

H11

H12

H13

H14

1,96

8,26

6,33

5,50

4,75

12,65

2,22

9,04

3,75

11,78

0,90

4,60

3,10

6,22

7,78

3,26

5,13

9,45

24,00

18,65

4,11

19,57

21,80

15,15

15,23

12,96

18,99

26,41

31,18

13,18

36,64

18,82

13,67

23,45

5,80

5,37

21,04

31,84

34,91

8,48

8,34

18,612

10,27

12,47

1,08

7,944

16,60

10,27

7,94

18,61

1,76

3,74

3,30

9,63

2,89

3,28

8,27

6,24

2,58

2,70

5,32

12,60

2,14

6,86

3,52

2,75

6,71

18,97

41,37

49,32

51,07

62,11

46,22

33,97

49,13

29,56

45,95

49,46

26,37

66,32

49,46

46,22

33,97

Page 105: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Anexo A

A.10 Universidade do Minho

Page 106: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Anexo A

Universidade do Minho A.11

Tabela B.5 - Custos por m2 de área útil e verificação das práticas – Grupo II Hospitais( Hospitais(

€/m2

Custo(de

(Água

Classificação

Conven

cion

al((((

[€/m

2]

Melho

r(Prática(

[€/m

2]

Pior(((((

Prática((((((((

[€/m

2]

Custo(de

(Água

€/m2

Custo(de

(Ene

rgia

ClassificaçãoCusto(de

(Ene

rgia

Conven

cion

al((((

[€/m

2]

Melho

r(Prática(

[€/m

2]

Pior(((((

Prática((((((((

[€/m

2]

Custo(de

(Ene

rgia

€/m2

Custo(de

(Gás

Classificação

Custo(de

(Gás

Conven

cion

al((((

[€/m

2]

Melho

r(Prática(

[€/m

2]

Pior(((((

Prática((((((((

[€/m

2]

Custo(de

(Gás

€/m2

Custo(de

(Resíduo

s

ClassificaçãoCusto(de

(Resíduo

s

Conven

cion

al((((

[€/m

2]

Melho

r(Prática(

[€/m

2]

Pior(((((

Prática((((((((

[€/m

2]

Custo(de

(Resíduo

s

Conven

cion

al((((

[€/m

2]

Melho

r(Prática(

[€/m

2]

Pior(((((

Prática((((((((

[€/m

2]

Custos(to

tais

€/m2

GRUPO(IIH15

H16

H17

H18

H19

H20

H21

H22

H23

H24

H25

H26

H27

H28

H29

H30

H31

H32

H33

H34

H35

H36

H37

H38

H39

H40

H41

10,61

7,52

10,40

3,83

5,48

6,41

12,07

2,77

7,33

6,22

12,65

10,31

29,13

5,82

5,11

6,15

9,583

7,14

4,28

3,81

6,59

5,80

9,578

2,03

4,31

4,32

6,31

4,52

9,58

35,23

32,64

29,11

23,86

12,61

37,35

15,82

27,04

17,37

12,95

26,62

20,61

18,02

17,96

19,13

16,97

21,03

17,22

12,13

10,34

21,28

18,79

34,62

7,98

11,95

12,84

18,40

13,67

25,93

8,19

20,94

12,74

7,37

13,92

0,52

0,37

10,96

12,78

10,97

12,68

22,96

2,17

65,16

10,95

12,56

8,60

27,48

12,83

9,57

8,38

9,25

56,82

8,12

8,84

8,32

10,95

8,33

12,82

6,54

4,45

3,82

2,52

13,45

4,79

4,94

2,62

6,12

7,80

2,39

3,66

5,87

13,52

3,49

7,41

9,93

13,55

5,40

3,70

7,70

60,57

65,55

56,07

34,53

27,39

55,00

33,87

51,64

37,11

40,47

37,59

71,62

40,68

43,66

43,78

43,66

37,35

55,54

Page 107: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Anexo A

A.12 Universidade do Minho

Page 108: Estabelecimento de Benchmarks para os Custos de Utilização … · 2014. 11. 18. · Resumo Universidade do Minho iii Resumo O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contribui para a

Anexo A

Universidade do Minho A.13

Tabela B.6 - Custos por m2 de área útil e verificação das práticas – Grupo III

Hospitais( Hospitais(

€/m2

Custo(de

(Água

Classificação

Conven

cion

al((((

[€/m

2]

Melho

r(Prática(

[€/m

2]

Pior(((((

Prática((((((((

[€/m

2]

Custo(de

(Água

€/m2

Custo(de

(Ene

rgia

ClassificaçãoCusto(de

(Ene

rgia

Conven

cion

al((((

[€/m

2]

Melho

r(Prática(

[€/m

2]

Pior(((((

Prática((((((((

[€/m

2]

Custo(de

(Ene

rgia

€/m2

Custo(de

(Gás

Classificação

Custo(de

(Gás

Conven

cion

al((((

[€/m

2]

Melho

r(Prática(

[€/m

2]

Pior(((((

Prática((((((((

[€/m

2]

Custo(de

(Gás

€/m2

Custo(de

(Resíduo

s

ClassificaçãoCusto(de

(Resíduo

s

Conven

cion

al((((

[€/m

2]

Melho

r(Prática(

[€/m

2]

Pior(((((

Prática((((((((

[€/m

2]

Custo(de

(Resíduo

s

Conven

cion

al((((

[€/m

2]

Melho

r(Prática(

[€/m

2]

Pior(((((

Prática((((((((

[€/m

2]

Custos(to

tais

€/m2

GRUPO(IIIH42

H43

H44

H45

H46

H47

H48

H49

H50

H51

H52

H53

H54

H55

41,19

11,57

5,02

1,40

4,73

6,83

2,72

4,19

4,27

2,04

11,72

2,31

6,69

26,80

4,87

3,09

10,38

28,21

15,35

7,77

17,79

23,96

12,02

14,34

26,82

15,67

17,32

15,76

24,443

43,34

17,32

15,35

24,44

31,95

11,45

8,471

11,06

14,61

5,60

12,71

15,43

2,54

6,37

13,83

18,74

27,80

8,47

15,43

12,71

1,70

1,89

0,68

2,46

3,87

0,96

1,43

0,86

5,98

1,84

5,70

1,84

1,19

3,17

73,43

33,71

18,33

47,86

24,21

32,19

47,95

21,11

41,40

33,73

103,64

33,73

28,20

47,90