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A melhor religião é aquela que torna o ser humano melhor.
Dalai Lama
ESPIRITUALIDADESESPIRITUALIDADESESPIRITUALIDADESESPIRITUALIDADES
ASSINTEC/SME de Curitiba 2007
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO....................................................................................2
AS ESPIRITUALIDADES EM ALGUMAS TRADIÇÕES RELIGIOSAS..4
Espiritualidades nas Tradições Indígenas...........................................4
Uma prece da Tradição Indígena..........................................................5
Espiritualidades nas Tradições Afro-Brasileiras.................................6
Candomblé..............................................................................................6
Umbanda.................................................................................................7
Meditação nas Tradições Orientais......................................................8
O que são mantras?...............................................................................9
Espiritualidades no Budismo..............................................................10
Uma oração budista.............................................................................11
O que são mandalas?..........................................................................11
A prática da mentalização....................................................................13
Exemplos de afirmações para a mentalização...................................14
Espiritualidades na Tradição Cristã Católica....................................15
Espiritualidades na Tradição Cristã Ortodoxa..................................15
Espiritualidades nas Tradições Cristãs Evangélicas.......................16
A oração do Pai Nosso em algumas Tradições Cristãs...................17
Espiritualidades na Tradição Judaica................................................18
Espiritualidades na Tradição Islâmica...............................................18
Uma oração muçulmana......................................................................19
REFERÊNCIAS......................................................................................19
2
APRESENTAÇÃO
A palavra espiritualidade pode ser definada como a “... dimensão da
pessoa humana que traduz, segundo diversas religiões e confissões religiosas,
o modo de viver característico de um crente que busca alcançar a plenitude da
sua relação com o Transcendente. Cada uma das referidas religiões comporta
uma dimensão especifica a esta descrição geral, mas, em todos os casos, se
pode dizer que a "espiritualidade" «traduz uma dimensão do homem, enquanto
é visto como ser naturalmente religioso, que constitui, de modo temático ou
implicito, a sua mais profunda essência e aspiração» (Ref. George Brown -
"Spirituality: history and perspectives" – (http://pt.wikipedia.org/wiki/Espiritualidade - Acesso em
23 de setembro de 2007).
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais de Ensino Religioso o
termo espiritualidades se refere aos “... métodos utilizados pelas diferentes
tradições religiosas no relacionamento com o Transcendente (ou Imanente),
consigo mesmo, com os outros e o mundo”. (FONAPER, 2001).
Portanto, as espiritualidades são métodos ou práticas que permitem uma
imediata relação com o Sagrado. As espiritualidades são práticas
indispensáveis na vida dos seguidores de muitas tradições religiosas e
místicas, são meios que podem alimentar e fortalecer a fé dos adeptos.
A prece, a oração ou a reza, a recitação do rosário, o japa mala, a leitura
devocional de um texto sagrado, a entoação de hinos sacros, de cânticos
litúrgicos ou mantras, os diversos métodos de meditação, as danças sagradas,
são alguns entre outros exemplos de espiritualidades.
Muitas tradições religiosas incentivam a prática regular dessas
espiritualidades para que os adeptos possam manter-se em comunhão ou
sintonia com o Sagrado, bem como desenvolver gradativamente o
autoconhecimento e crescimento espiritual.
É importante que o(a) professor(a) de Ensino Religioso compreenda que
o trabalho pedagógico com este conteúdo visa a decodificação do fenômeno
religioso por meio da análise das diversas espiritualidades utilizadas pelas
tradições religiosas e místico-filosóficas. Sendo assim, busca-se conhecer e
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interpretar as diferentes espiritualidades como manifestações do sagrado
presentes nas diversas culturas religiosas.
Não cabe à escola propor a vivência destas práticas espirituais aos
alunos com o intuito de adesão às mesmas, mas a socialização do
conhecimento do fenômeno religioso, conforme já mencionado. “Por questões
éticas e religiosas, e pela própria natureza da escola (pública e laica), não é
função dela propor aos educandos a adesão e vivência desses
conhecimentos, enquanto princípios de conduta religiosa e confessional, já que
esses são sempre propriedade de uma determinada religião” (FONAPER,
p.22, 2001).
Equipe Pedagógica da ASSINTEC
Borres Guilouski
Diná Raquel D. da Costa
Emerli Schlögl
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AS ESPIRITUALIDADES EM ALGUMAS
TRADIÇÕES RELIGIOSAS
Espiritualidades nas Tradições Indígenas
Nas Tradições Religiosas Indígenas de
modo geral, as espiritualidades são de cunho
ritualístico nas quais os mitos são revividos pela
comunidade, os momentos importantes da vida são
celebrados com intensa emotividade de modo que
os participantes realizam uma profunda experiência
de unicidade com a própria divindade suprema ou
com os espíritos da natureza invocados.
Geralmente, as práticas religiosas indígenas são
constituídas de ritos de defumação, entoação de cantos acompanhados com
instrumentos musicais, incorporação de espíritos da natureza, transe e uso de
bebidas (enteógenas) preparadas com plantas consideradas sagradas.
As espiritualidades indígenas vinculam-se ao respeito e consideração
que eles têm para com a Mãe Terra, para com toda a Natureza. Trata-se de
uma relação de caráter transcendental e não apenas físico. Segundo Eliane
Potiguara essa relação “... vai muito mais além do que o sentido de "ter" e
sim, de "pertencer a um conjunto de princípios", de "relacionar-se", de
"envolver-se", de "comungar-se no diálogo" entre Ser Humano e o Diamante
Interno”. (Site www.elianepotiguara.org.br acesso em 21 de setembro de 2007).
Lúcio Paiva Flores, índio Terena, afirma que a “... religiosidade indígena
é a experiência do mergulho no sagrado sem estar sobrecarregado de culpas
ou enfrentando o olhar ameaçador de Deus”. (FLORES, p. 14, 2003).
Nas palavras do mesmo autor, para os indígenas o Grande Espírito está
sempre solícito “... para apoiar, desenvolver uma amizade, encorajar, torcer e
até aplaudir; ou ainda para sofrer, e, se necessário, chorar junto”.
Essa comunhão, fusão ou mergulho no sagrado da natureza aparece
também nas diversas lendas e mitos como a lenda da vitória-régia.
5
A vitória-régia é uma planta aquática que faz parte da paisagem
amazônica e está ligada a uma curiosa lenda indígena.
“Era uma vez, um grupo de jovens índias que eram tão fascinadas pela
lua e pelas estrelas que decidiram encontrar uma forma de tocá-las.
Acreditavam que se conseguissem fazer isso, poderiam se tornar uma
delas. Assim, elas tentaram subir por um
morro, mas não deu certo.
As jovens, persistentes, a cada noite
procuravam sempre os lugares mais altos, mas
o céu continuava distante.
Uma das índias, a mais sonhadora
delas, estava tão desiludida, que uma noite, ao
ver a lua refletida no lago, resolveu mergulhar
ao seu encontro e desapareceu nas águas
profundas.
A lua lá no céu, comovida com o gesto
da jovem, decidiu transformá-la numa grande e
bela flor, que ficaria para sempre na superfície das águas, como a refletir a
imagem lunar: nascia a vitória-régia".
Uma prece da tradição indígena
“Ó Grande Espírito, transformador de todas as coisas: seres
humanos, árvores, ervas, frutos selvagens.
Ajuda-nos. Sê cheio de bondade para conosco.
Permita que sejamos felizes na Terra.
Permita que conduzamos nossos filhos pelos caminhos retos até
a idade venerável.
A este povo, dá-lhe um espírito de amor, para que nos amemos
uns aos outros.
Ó Grande Espírito, cumula-nos de tua bondade.
E então, nos reencontraremos de novo.
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“Ó Grande Espírito, é isso que te pedimos.” Prece dos índios
Blackfoot, do Canadá. Texto publicado pela CONIC na celebração
“Construir a comunidade, um só corpo em Cristo.” EP/1989.
Espiritualidades nas tradições Afro-Brasileiras
Algumas espiritualidades nas tradições Afro-Brasileiras são as
oferendas, os cantos, os banhos de cachoeira, as danças ao som de
instrumentos (atabaques) cujas vibrações sonoras e rítmicas produzem
transes nos praticantes destes cultos. Os sons dos atabaques são
importantes no processo de contato com as entidades espirituais ou Orixás.
Existem diversos grupos afro-brasileiros. Candomblé e Umbanda são os
mais difundidos em todo o Brasil.
Candomblé
As práticas religiosas do Candomblé são realizadas ao ritmo de
atabaques e cantos em idioma iorubá ou nagô, que variam de acordo com
o Orixá que está sendo cultuado.
Essas cerimônias são realizadas nas casas ou nos templos conhecidos
como "terreiros". A origem da denominação “terreiros” reporta-se ao
passado quando os africanos escravizados abriam clareiras na mata
chamadas “terreiros” para poderem realizar seus cultos aos Orixás.
As práticas religiosas comunitárias são dirigidas por um sacerdote (que
tem o nome africano de babalorixá) ou uma sacerdotisa (ialorixá). As
divindades (Orixás) se manifestam por meio destes sacerdotes, também
chamados pais e mães de santo para expressar e doar a energia vital ou
axé.
Também são feitas, pelos participantes do culto, consultas espirituais
através do jogo de búzios (um tipo de concha do mar que é usada como
um oráculo para orientar e fazer previsões).
Atualmente, os terreiros de Candomblé com maior proximidade com o
Candomblé original, estão no Estado da Bahia.
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Com o tempo, o Candomblé foi adquirindo características próprias em
diferentes contextos e regiões do Brasil, surgindo diferentes formas de
culto. Assim, surgiu o Candomblé de Caboclo, por exemplo, que é um ritual
que integra elementos da cultura caipira e dos indígenas brasileiros.
Umbanda
No início do século XX, algumas décadas depois da abolição da
escravatura no Brasil, teve origem na cidade do Rio de Janeiro, o culto
afro-brasileiro denominado de Umbanda.
A Umbanda incorpora práticas do
Candomblé, da Pajelança Indígena, do
Catolicismo, do Espiritismo e do
Esoterismo. É uma religião tipicamente
brasileira bastante popular. Os cantos ao
som dos atabaques são feitos no idioma
português e não nas línguas ou dialetos
africanos. São recitadas fórmulas de
preces, usa-se defumação com ervas e
incenso, são traçados pontos no chão do
templo. Os pontos são desenhos
simbólicos que representam o tipo de
energia que se está evocando para o pleno êxito dos trabalhos espirituais.
Alguns centros de Umbanda dão grande ênfase aos trabalhos
espirituais de cura que são realizados pelos médiuns. Nos templos ou
centros existe geralmente um altar com imagens católicas e imagens de
entidades como índios, caboclos, baianos, entre outros. Esse altar é
adornado com flores, ervas e velas acesas.
Na crença da Umbanda, o universo está povoado de entidades
espirituais que podem se comunicar através de uma pessoa iniciada e que
possui o dom da mediunidade.
Essas entidades espirituais, também chamadas guias, se manifestam
nos médiuns como pomba-gira, caboclo, preto-velho, baiano, cigano, etc. O
caboclo é a representação do índio brasileiro e o preto-velho representa o
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negro no cativeiro que, mesmo em meio aos horrores da escravidão,
manteve um espírito de bondade e sabedoria, atingindo assim, um elevado
estado de iluminação espiritual.
Meditação nas Tradições Orientais
Nas tradições religiosas de matriz oriental como o Hinduísmo, o
Budismo entre outras, bem como as tradições místico-filosóficas dão grande
ênfase à meditação no processo do autoconhecimento e iluminação interior.
A prática do Yoga, que significa união com o Absoluto, é de fundamental
importância em diversas vertentes do Hinduísmo.
Yoga é a ciência da meditação ou do
autoconhecimento. Meditar significa aquietar e
acalmar o corpo, a mente e as emoções. “O
Yoga (pronuncie Yôga, com ô fechado) é uma
antiga filosofia de vida que se originou na Índia
há mais de 5000 anos. Não obstante, ele figura
ainda hoje em todo o mundo como o mais antigo
e holístico sistema para colocar em forma o
corpo e a mente. Literalmente, Yoga significa
união, pois ele une e integra o corpo, a mente e nossas emoções para que
sejamos capazes de agir de acordo com nossos pensamentos e com o que
sentimos. Juntamente com o fortalecimento do corpo físico e o
desenvolvimento da flexibilidade, o Yoga nos induz a um profundo
relaxamento, tranqüilidade mental, concentração, clareza de pensamento e
percepção interior” (http://www.yogasite.com.br/yogasite/yoga.htm - Acesso em 22 de
setembro de 2007).
Muitas pessoas meditam para sintonizar-se com o seu Eu superior
buscando o equilíbrio, a harmonização e a serenidade. Outras meditam com o
propósito de estabelecer uma conexão com o sagrado presente no seu interior.
Assim, a prática da meditação pode ter ou não uma conotação de cunho
religioso.
Existem várias técnicas de meditação mas, basicamente, para meditar a
pessoa é orientada a sentar-se em uma postura confortável, coluna reta, olhos
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fechados e a atenção concentrada no ato de inalar e expirar o ar. Poderá
também fixar sua atenção em algum objeto simbólico, uma flor, uma vela
acesa, uma imagem sagrada ou uma mandala.
O que são mantras?
“A palavra mantra deriva da raiz "man", que pode significar mente. A ela
se junta o sufixo tra, que quer dizer liberar. Assim, mantra pode ser definido
como instrumento para a liberação da mente. A consciência deixa de se alocar
em patamares da mente racionalista e lógica para adentrar em níveis mais
profundos, sutis e elevados e o mantra produz energia para esta elevação. De
outra maneira, pode ser dito que os mantras protegem nossas mentes de
maus pensamentos.
O mantra é também utilizado para promover a cura, solucionar
problemas, conseguir proteção, direção espiritual e manifestar desejos. As
repetições rítmicas e contínuas produzem vibrações que despertam energias
específicas. É utilizado, também, para desintegrar os condicionamentos. Eles
proporcionam estabilidade do pensamento e a expansão da consciência.
Há diversos tipos de mantras. O Kirtan é o mantra cantado, melódico. O japa é
o mantra repetido em tom de murmúrio. Para a prática do Japa, os yoguins
utilizam o mala, que é um cordão de contas - também chamado de cordão de
energia. Ele contém 108 contas. Orar repetidamente tem a finalidade de
magnetizar as energias ou atributos de uma determinada divindade ou
arquétipo. Existe também, o mantra chamado Bija, que é o mantra semente.
Cada Chakra tem o seu Bija Mantra e pode ser estimulado pelo som deste
mantra.
A idealização que acompanha a pronúncia do mantra - ou a idéia que
ele representa - é incorporada à mente do adepto. A cada estado de realização
corresponde um som determinado, que é a sua semente. Por exemplo, o
mantra Om induz à identificação com a Alma Universal. O mantra Om Namah
Shivaya, à aproximação com o arquétipo de Shiva. Dessa forma, através das
diversas vibrações sonoras do universo, assimilam-se diretamente
conhecimentos e experiências essenciais para atingir os estados
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supraconscientes. Os mantras são representações sonoras das Divindades,
assim como as imagens são suas representações formais.
Segundo vários textos clássicos, o Universo é formado por 50
vibrações-mães. Essas vibrações formam o caminho dos sons cósmicos. Cada
um dos mantras atua no Universo interno ou externo.
O mantra Om é o mais importante de todos os mantras, pois ele é
considerado a síntese de todos os sons que derivam dele”. (http://www1.uol.com.br/bemzen/ultnot/autoconhecimento/ult486u109.htm - Acesso em 23 de setembro de 2007).
Espiritualidades no Budismo
As práticas espirituais budistas consistem em rituais de oferendas de
flores, velas, frutas e incenso, que são colocados em um altar em honra de
Buda.
A meditação ocupa o centro da prática espiritual dos budistas, podendo
ser feita individualmente ou em grupo. Usam também cordão de contas (mala)
com 108 contas, um número considerado sagrado. O “rosário” serve para
contar os mantras, enquanto são entoados.
Os mantras ajudam na concentração e acredita-se que pronunciá-los
ou entoá-los traz harmonia e paz de espírito.
Om mani padme hum é um importante
mantra entoado pelos budistas no mundo todo.
Acreditam que, por meio desta prática espiritual,
é possível estabelecer comunhão com milhões
de seguidores budistas espalhados pelo mundo
que também entoam este mantra, contribuindo
assim, para a expansão da consciência da paz
e da compaixão.
Om – representa as dimensões do corpo, da fala, do espírito e da
essência de toda forma de esclarecimento. A entoação deste monossílabo
promove a libertação dos estados negativos da mente.
Mani – seu significado relaciona-se ao estado de amor e compaixão que
todo budista deve almejar atingir.
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Padme – é a flor de lótus, flor que nasce na água do lodo e não se
macula. Ao desabrochar no pântano revela sua essência: beleza e perfume.
Assim, o lótus representa a realidade espiritual de cada ser humano que deve
ser a expressão da compaixão por todos os seres.
A flor de lótus é a flor do conhecimento e da sabedoria.
Hum – representa o esclarecimento. Seu efeito é de estabilização e
purificação do espírito.
Uma oração budista
“Que todos os seres sejam felizes,
Estejam onde estiverem,
Sejam fracos ou fortes,
Altos, baixos ou medianos,
Pequenos ou grandes.
Que todos, sem exceção, sejam felizes.
Seres visíveis ou invisíveis,
Aqueles que moram perto ou longe.
Aqueles que nasceram
E aqueles que ainda estão por nascer.
Que todos os seres sejam felizes.”
(Prece extraída do texto sagrado Sutra, é recitado para despertar a compaixão por
todos os seres).
O que são mandalas?
A mandala é um desenho em
forma de círculo, também usado em
técnicas de meditação
contemplativa.
A pessoa permanece com o
olhar fixo no centro da mandala por
algum tempo em postura meditativa.
O objetivo é desenvolver a
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concentração e promover a expansão da consciência.
Uma mandala, entre outros significados, representa expansão da
consciência, da criatividade, da compaixão e do amor por todos os seres do
universo. A mandala é tida como um círculo sagrado da unidade, cuja
contemplação pode favorecer um estado de elevação espiritual.
A palavra mandala significa também círculo mágico que pode revelar o
Eu Superior; é considerada uma ponte para dimensões superiores; serve para
inspirar a pessoa que a contempla a ir ao centro de sua própria Essência
Divina. É considerada também como um canalizador de energia de Luz e de
Cura e uma representação da totalidade, da integração e da harmonia.
“A palavra MANDALA
vem do sânscrito de origem
hindu, e quer dizer círculo
mágico”, um círculo de energia.
A Mandala é constituída por
desenhos geométricos -
basicamente círculos,
quadrados e triângulos - que se
inscrevem uns aos outros
formando ou se entrelaçando a
imagens simbólicas formando
um grande círculo contendo
várias imagens significativas. A Mandala é a expressão visual do retorno à
Unidade pela delimitação de um espaço - o espaço dentro do círculo -
símbolo do "espaço sagrado". A circunferência que delimita a Mandala tem
como origem o próprio ponto central e limita esse espaço circular separando-o
do restante do Todo. Este espaço então é preenchido com várias imagens
representativas das mais variadas ligações simbólicas, resultando numa
representação gráfica da relação dinâmica entre o Homem e o Cosmo. Desde
os tempos mais remotos até os dias de hoje, as Mandalas são usadas
como focos de meditação, para atrair abundância material e sorte nos
negócios, para amenizar as dificuldades, para captar energia, harmonizar o
ambiente e transformar vibrações negativas em positivas.
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A função da MANDALA pode ser direcionada para o
autoconhecimento e desenvolvimento espiritual (mandalas direcionadas ou
específicas), prosperidade pessoal, para atrair relacionamentos harmoniosos
(Mandala Pessoal), para harmonização entre elementos humanos como
casais, sócios, pais e filhos (Mandala do Relacionamento), bem como para
obter êxito material profissional e/ou empresarial (Mandala da
Prosperidade)” (http://annalu_frussa.sites.uol.com.br/oqueemandala.htm - Acesso em 22 de
setembro d e2007).
A prática da mentalização
A mentalização de pensamentos positivos é uma técnica ou
espiritualidade utilizada por muitas pessoas em diversos grupos filosóficos e
religiosos.
“O homem é aquilo que ele pensa em seu coração” (Charles Lucien de
Liévre, p. 119, 2001). Sendo assim, é mediante o uso consciente do
pensamento que o ser humano pode criar ou recriar uma realidade de
realização e felicidade em sua vida.
Pensar positivamente, portanto, significa ater-se conscientemente ao
uso da força do pensamento para construir uma vida de felicidade, harmonia,
paz e prosperidade em todos os sentidos. Isto requer pensar e agir com
consciência, deixando-se guiar pela intuição e pela razão de um modo
equilibrado.
Algumas filosofias de vida afirmam que a consciência em cada pessoa é
algo divino e é com o uso consciente do pensamento criador e positivo, que
qualquer ser humano pode transformar e engrandecer sua vida.
Para que a prática da mentalização seja
eficiente, o praticante é aconselhado a sentar-
se numa posição confortável, coluna reta e,
inicialmente, realizar algumas respirações
profundas e lentas pois isso contribui para a
eliminação de estados ansiosos e promove
uma melhor clareza mental. Em seguida, deve
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relaxar, aquietar o corpo e a mente por alguns instantes; então pronunciar as
afirmações e ao mesmo tempo imaginar que o que está sendo pronunciado já é
uma realidade em sua vida. Em qualquer momento do dia ou da noite pode-se
praticar a mentalização. Contudo, o período da manhã é o momento mais
favorável para esta prática porque o corpo e a mente estão descansados.
Exemplos de afirmações para a mentalização
Sou imensamente agradecido à Vida e ao Universo por tudo o
que sou e o que tenho, pelo privilégio de servir à Luz e promover a
minha própria evolução espiritual.
Sou parte da Grande Vida do Universo. Eu sei e sinto que todas
as forças do Universo conspiram ao meu favor.
Eu sou um ser magnífico, sábio, belo e plenamente feliz.
Neste momento, mentalizo e crio em minha vida uma realidade
plena de saúde, paz, prosperidade, harmonia, equilíbrio e perfeição.
Recebo com alegria e gratidão todo o bem que flui para minha
vida das fontes infinitas do Céu e da Terra.
Irradio luz, amor e paz para todas as vidas do Universo.
Em algumas tradições religiosas e místico-filosóficas como a Seicho-No-
Ie, o Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento, entre outras, a prática da
mentalização diária de pensamentos positivos é bastante incentivada,
constituindo-se em uma forma de espiritualidade.
Seicho-No-Ie (Lar do Progredir Infinito) é uma tradição religiosa de
origem japonesa presente no Brasil. Divulga e incentiva as pessoas a serem
agradecidas e a terem uma atitude positiva frente à vida. Eis um exemplo de
técnica de mentalização da Seicho-No-Ie:
Em postura correta, mãos justapostas, a pessoa é orientada a imaginar
que uma Luz Divina a envolve expandindo-se por toda parte a partir dela e
então deve pronunciar a seguinte afirmação:
“Todo o meu ser é preenchido pela vida de Deus! Eu sou a própria vida
de Deus!
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Não sou uma coisa vulnerável aos micróbios ou ao clima!
Sou eternamente um ser espiritual perfeito e harmonioso!
Eu sou saudável, exatamente como Deus me criou...
Uma vez que Deus me criou saudável, nada poderá tornar-me doentio.
Eu sou realmente saudável!” (Watashi wa Kooshite Inoru, p. 84).
Espiritualidades na Tradição Cristã Católica
Rezar significa recitar ou ler com introspecção, fórmulas ou textos de
orações, mas há também orações espontâneas nas práticas devocionais dos
católicos.
O Sinal da Cruz, o Pai Nosso, o Credo, a Ave Maria, o Glória, a Salve
Rainha, o Santo Anjo, são algumas das principais orações recitadas pelos
católicos.
O ato de fazer a prece chama-se rezar, diferentemente dos evangélicos
que usam o termo orar.
Uma das formas de espiritualidade entre os
católicos muito difundida é a reza do rosário, por meio
do qual são meditados os mistérios ou grandes
acontecimentos da vida de Jesus.
Uma das possíveis origens do rosário está
relacionada a recitação dos 150 salmos da Bíblia
pelos monges, substituídos pelas fórmulas de orações
mais conhecidas pelo povo.
Espiritualidades na Tradição Cristã Ortodoxa
As tradições cristãs ortodoxas também
conhecidas como igrejas do rito bizantino,
somam a maioria dos cristãos na Europa
Oriental, mas também estão presentes em
diversos países por conta da imigração. Foto ao
lado: Theotokos – Mãe de Deus.
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Nessas igrejas, as espiritualidades se caracterizam pela veneração aos
símbolos sagrados, participação da Divina Liturgia, de procissões, uso de
incenso e velas, prostrações, recitação diária de diversas fórmulas de
oração, cânticos litúrgicos sem acompanhamento instrumental e melodia em
estilo gregoriano.
Dentre todas essas expressões de religiosidade destaca-se a veneração
e uso de ícones nas práticas meditativas. Os ícones representam a realidade
transcendente dos fatos e acontecimentos da vida de Jesus e dos santos.
São como uma ponte ou janela para Deus ou um ponto de referência para a
prática da meditação contemplativa.
Os Ícones são imagens de Jesus, Maria e de santos ou cenas bíblicas
pintadas num estilo onde as cores, as formas e os gestos retratados estão
revestidos de significados espirituais.
O fiel ortodoxo acredita que Deus se revela de um modo especial por
meio dos ícones. Sendo assim, a veneração destas imagens sagradas
constitui-se uma das importantes expressões de espiritualidade dos cristãos
ortodoxos.
“A Tradição da Igreja não é expressa apenas através de palavras, ações
e/ou gestos usados na adoração, mas também através da arte dos Ícones
Sagrados. Um ícone não é apenas uma imagem religiosa, é uma das formas
que faz com que Deus seja revelado ao homem. Através dos ícones, o
cristão ortodoxo recebe uma visão do mundo espiritual. Sendo o ícone parte
da Tradição, o pintor não tem a liberdade de inovação e adaptação, já que o
trabalho deve refletir o espírito da Santa Igreja. Não se exclui a inspiração
artística, ela é exercida dentro de regras determinadas. O pintor deve ser um
bom artista, viver a fé da igreja dentro de sua tradição, ter suas tintas
benzidas pelo padre e fazer um jejum de 3 dias”
(www.ortodoxiabrasil.com/img/saojoaoteologo.jpg - Acesso em 22 de setembro de
2007).
Espiritualidades nas Tradições Cristãs
Evangélicas
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A oração espontânea, a leitura devocional do texto sagrado - a Bíblia, e
a entoação de hinos ou cânticos espirituais, entre outras, constituem as
práticas básicas nas tradições evangélicas.
A pessoa, durante a oração, deve permanecer de olhos fechados para
que a sua atenção se desligue das coisas exteriores e se volte inteiramente a
Deus.
Os evangélicos não usam fórmulas lidas ou decoradas para orar. Mas
alguns grupos evangélicos recitam a oração do Pai Nosso, conforme o texto
que se encontra no Evangelho.
Para os evangélicos, a oração é uma conversa de um filho ou filha com
seu Pai, um ato de fé para oferecer a Deus os pedidos, as necessidades,
agradecer e louvar pelas bênçãos recebidas.
A oração é feita diretamente a Deus, em nome de Jesus, porque
acreditam que Jesus é o único mediador entre Deus e os homens.
A oração do Pai Nosso em algumas tradições cristãs
Na tradição católica Pai Nosso, que estais nos céus. Santificado seja o vosso nome. Venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na Terra como no Céu. O pão nosso de cada dia dai-nos hoje; e perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido; e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém.
Na tradição ortodoxa Pai Nosso, que estás nos céus; Santificado seja o Teu nome; Venha a nós o Teu reino, seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso substancial dá-nos hoje. E perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores, e não nos deixeis cair em tentação, mas livra-nos do mal. Porque Teu é o reino, o poder e a glória agora e para sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Na tradição evangélica Pai Nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome. Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na Terra como no Céu. O pão nosso de cada dia nos dá hoje. E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. E não nos induzas à tentação; mas livra-nos do mal, porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém. (Mateus 6: 9-13)
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Espiritualidades na Tradição Judaica
Na tradição judaica, as preces da manhã, tarde e noite devem ser ditas
em horários fixos, em qualquer lugar. São obrigatórias para homens ortodoxos
a partir dos 13 anos.
As mulheres devem, pela tradição, cuidar da casa e das crianças e não
se espera que parem tudo para rezar. Portanto, têm menos orações diárias.
Muitos judeus progressistas dizem estas rezas apenas quando estão na
sinagoga, no Shabat ou nas festas.
Na noite de sexta, pouco antes do pôr do sol, começa Shabat, o dia do
descanso, que dura até depois do escurecer, sábado à noite.
Muitos interrompem todas as suas atividades e preocupações da
semana. Preparam seus lares como para uma visita real e colocam suas
melhores roupas.
Acendem velas e servem a melhor comida que
podem oferecer em uma mesa decorada.
As pessoas são convidadas para compartilhar
refeições, músicas, histórias, orações e o estudo da
Tanach. Uma ida à sinagoga, visitas aos amigos,
caminhadas e estudo completam o espírito do dia.
Espiritualidades na Tradição Islâmica
No Islamismo, as práticas das espiritualidades estão vinculadas
aos pilares da fé islâmica. “A Oração (Salat) - a ser feita cinco vezes por
dia: ao amanhecer, ao meio-dia, entre as três e as cinco, antes do pôr-
do-sol e à noite. O rosto deve se orientar na direção da Caaba, em
Meca.
A oração mais solene é a do
meio-dia.
Não existe outra liturgia senão a
da palavra; não existe um clero
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propriamente dito, mas somente pregadores e encarregados de fazer a
chamada para a oração (almuadens) e de dirigi-la (imãs).
Às sextas-feiras celebra-se a oração na mesquita, precedida de um
sermão de caráter moral, social ou político”
(http://www.pime.org.br/missaojovem/mjregislafontes.htm - Acesso em 23 de
setembro de 2007)
Uma oração muçulmana
“Louvado seja Alláh! Senhor de todas as criaturas; o mais clemente, o
soberano do dia do juízo. A Ti adoramos e a Ti imploramos ajuda. Guia-nos à
senda reta, à senda dos que agraciaste, não à senda daqueles contra os quais
Te encolerizaste, nem à dos que se desencaminharam”. (Extraído do livro
Unicidade, Objetiva. Jeffrey Moses, p.125).
REFERÊNCIAS
ASSINTEC. Proposta Pedagógica para o Ensino Religioso. Curitiba: 2007.
FINE, Dorren. O que sabemos sobre o judaísmo. São Paulo: Callis, 1998.
FONAPER – Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso. Parâmetros
Curriculares – Ensino Religioso. 5ª ed. São Paulo: Ave Maria, 2001.
GANERI, Anita. O que sabemos sobre o Budismo. São Paulo: Callis, 1999.
________ . O que sabemos sobre o Hinduísmo. São Paulo, Callis, 1998.
GHAI, O P. Unidade na diversidade. Col. herança espiritual. Petrópolis: Vozes, 1990. LIÉVRE, Charles Lucien. Manual prático de desenvolvimento da memória. São
Paulo: Madras, 2001.
MOSES, Jeffrey. Unicidade – Grandes princípios comuns a todas as religiões.
Rio de Janeiro: Objetiva, 1989. ________. 100 dicas para prosperar. São Paulo: Editora Escala, s/d.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Espiritualidade
http://www.yogasite.com.br/yogasite/yoga.htm
http://www1.uol.com.br/bemzen/ultnot/autoconhecimento/ult486u109.htm
http://annalu_frussa.sites.uol.com.br/oqueemandala.htm
http://www.pime.org.br/missaojovem/mjregislafontes.htm
www.ortodoxiabrasil.com/img/saojoaoteologo.jpg
www.elianepotiguara.org.br