ESPECIFICAÇÕES E NORMAS PARA LEVANTAMENTOS...

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E SPECIFICAÇÕES E N ORMAS PARA L EVANTAMENTOS G EODÉSICOS A SSOCIADOS AO S ISTEMA G EODÉSICO B RASILEIRO

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ESPECIFICAÇÕESE NORMAS PARALEVANTAMENTOSGEODÉSICOSASSOCIADOSAO SISTEMAGEODÉSICOBRASILEIRO

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Presidente da RepúblicaMichel Miguel Elias Temer Lulia

Ministr do Planejamento, e Gestãoo DesenvolvimentoDyogo Henrique de Oliveira

INSTITUTO BRASILEIRODE GEOGRAFIA EESTATÍSTICA - IBGE

PresidenteRoberto Luís Olinto Ramos

Diretor-ExecutivoFernando J. Abrantes

ÓRGÃOS ESPECÍFICOS SINGULARES

Diretoria de PesquisasClaudio Dutra Crespo

Diretoria de GeociênciasWadih João Scandar Neto

Diretoria de InformáticaJosé Sant`Anna Bevilaqua

Centro de Documentação e Disseminação de InformaçõesDavid Wu Tai

Escola Nacional de Ciências EstatísticasMaysa Sacramento de Magalhães

UNIDADE RESPONSÁVEL

Diretoria de GeociênciasCoordenação de Geodésia

Sonia Maria Alves Costa

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Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e GestãoInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE

Diretoria de GeociênciasCoordenação de Geodésia

Especificações e Normas paraLevantamentos Geodésicos

associados ao Sistema GeodésicoBrasileiro

Rio de Janeiro2017

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ApresentaçãoInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística, através da Coordenação de

Geodésia, da Diretoria de Geociências, identificou a necessidade de atualização

das Especificações e Normas Gerais para Levantamentos Geodésicos,

publicadas em 1983 (Resolução n° 22 do Presidente do IBGE,

de 21-07-1983), como consequência da evolução tecnológica

e metodológica quanto aos levantamentos e tratamento das

informações coletadas no estabelecimento das Redes

Geodésicas que materializam, no território nacional, o Sistema

Geodésico Brasileiro (SGB). O presente documento foi

elaborado com o objetivo de revisar os procedimentos da

norma anterior, bem como padronizar a aplicação das

diferentes técnicas, métodos de coleta e processamento

utilizados nos levantamentos realizados pelo IBGE,

possibilitando assim a compatibilidade e comparabilidade da

informação geodésica, visando a sua integração ao SGB.

Estas normas serão revisadas periodicamente e atualizadas

conforme o avanço científico e tecnológico, assim como a

identificação de novas necessidades.

O

Wadih Joao Scandar NetoDiretor de Geociências

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Sumário1 Introdução..........................................................................................................................5

1.1 Fundamentação Legal.......................................................................................................6

1.2 Sistema Geodésico de Referência (SGR)..............................................................................8

1.2.1 Conceitos associados a um Sistema de Referência da Geodésia moderna.............................9

1.3 Avanços tecnológicos recentes no SGB............................................................................10

1.4 Sistema Referência Terrestre (SRT)..................................................................................11

1.4.1 SIRGAS2000..............................................................................................................13

1.5 Sistema Geodésico de Referência Altimétrico (SGRA).........................................................13

1.5.1 Número Geopotencial (C).............................................................................................14

2 Especificações e Normas para Posicionamento Geodésico com GNSS......................................16

2.1 Sistemas Globais de Navegação por Satélites (GNSS).........................................................16

2.1.1 Tipos de receptores GNSS............................................................................................17

2.1.2 Sistemas de tempo e órbitas GNSS...............................................................................17

2.2 Erros que incidem sobre as observações GNSS..................................................................18

2.3 Métodos de posicionamento com GNSS............................................................................21

2.3.1 Posicionamento por Ponto............................................................................................21

2.3.2 Posicionamento Relativo...............................................................................................21

2.3.3 Orientações para o posicionamento geodésico com GNSS................................................22

2.4 Especificações dos levantamentos GNSS..........................................................................24

2.5 Serviços GNSS disponibilizados pelo IBGE.........................................................................26

2.5.1 Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo dos Sistemas GNSS (RBMC)...........................26

2.5.2 Serviço de Posicionamento por Ponto Preciso (IBGE-PPP).................................................27

2.5.3. Homologação de Marcos Geodésicos ao SGB.................................................................27

3 Especificações e Normas para Levantamentos Altimétricos....................................................28

3.1 Tipos de altitudes...........................................................................................................28

3.2 Geometria da RAAP........................................................................................................31

3.3 Equipamentos................................................................................................................33

3.4 Verificação de abalo.......................................................................................................33

3.5 Verificação do erro de colimação......................................................................................34

3.6 Especificações para o nivelamento geométrico...................................................................35

4 Especificações e Normas para Levantamentos Gravimétricos..................................................39

4.1 Referencial Gravimétrico.................................................................................................40

4.2 Tipos de estações gravimétricas (EEGG)............................................................................40

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4.3 Desenvolvimento dos levantamentos gravimétricos............................................................41

4.3.1 Determinação de estação gravimétrica básica.................................................................41

4.3.2 Determinação de estação gravimétrica de densificação....................................................42

4.4. Operacionalização de gravímetros....................................................................................44

4.5. Correções aplicadas às observações gravimétricas............................................................46

4.6 Verificações instrumentais...............................................................................................50

4.7 Calibração.....................................................................................................................51

4.8 Especificações para o levantamento gravimétrico...............................................................52

Referências.........................................................................................................................55

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1 Introdução

A presente norma técnica tem por objetivo estabelecer os requisitos mínimos de

precisão, através de orientações e procedimentos a serem adotados em levantamentos

geodésicos visando o estabelecimento, manutenção e densificação das Redes

Geodésicas de Referência que materializam o Sistema Geodésico Brasileiro (SGB) nas

vertentes planialtimétrica, altimétrica e gravimétrica.

A atualização das Especificações e Normas Gerais para levantamentos

geodésicos foi motivada pela modernização das técnicas e métodos de

posicionamento, principalmente devido à evolução no estado da arte dos equipamentos

de aquisição de dados, tais como os gravímetros, os níveis digitais e os associados aos

GNSS1. Outro fator importante na revisão destas especificações foi a experiência

adquirida por vários anos de trabalho na implantação e evolução dos referenciais

geodésicos, aliada ao dinamismo inerente à ciência geodésica.

Atualmente, o IBGE realiza levantamentos de campo no âmbito do

posicionamento geodésico tridimensional mediante o uso de receptores GPS 2/GNSS –

Global Positioning System / Global Navigation Satellite Systems; e no âmbito do

posicionamento geodésico altimétrico, mediante o uso de níveis digitais e ótico-

mecânicos, através do nivelamento geométrico de alta precisão. Da mesma forma, são

realizados os levantamentos relativos para densificação gravimétrica com o uso de

gravímetros digitais e ótico-mecânicos, a partir das redes gravimétricas fundamentais

integradas à IGSN71 – International Gravity Standardization Network, 1971.

Em decorrência da diversidade de informações obtidas nos levantamentos

geodésicos, as redes geodésicas que caracterizam a materialização do SGB são

classificadas da seguinte forma:

Redes GNSS/GPS e clássicas horizontais, constituídas por:

a) estações GNSS que compõem a Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo

dos Sistemas GNSS (RBMC, rede ativa);

1 Sistemas globais de navegação por satélites, formados por: GPS-americano, GLONASS-russo, Galileo-europeu e Beidou-chinês, seção 2.1.3 do documento.

2 Sistema global de navegação por satélites dos EUA.

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b) estações SAT-Doppler e SAT-GPS (passivas) que compõem a Rede SAT,

incluindo as Redes Estaduais GPS e estações homologadas; e

c) Vértices de Triangulação (VT) e Estações de Poligonal (EP) que compõem a

Rede Horizontal Clássica.

Redes de referência vertical, constituídas por:

a) estações altimétricas passivas, as Referências de Nível (RRNN) que

compõem a Rede Altimétrica de Alta Precisão (RAAP); e

b) estações da Rede Maregráfica Permanente para Geodésia (RMPG, rede

ativa).

Rede de densificação gravimétrica do IBGE, constituída por:

a) estações gravimétricas básicas para complementação das redes

fundamentais; e

b) estações gravimétricas de densificação para o contínuo aprimoramento do

Modelo de Ondulação Geoidal do Brasil (MAPGEO).

Este documento está estruturado em quatro (4) capítulos principais: a introdução

que apresenta os objetivos gerais, os fundamentos legais, os avanços tecnológicos

recentes no SGB e os capítulos afetos às três vertentes de levantamentos,

planialtimetria, altimetria e gravimetria, que constituem o núcleo destas especificações.

1.1 Fundamentação Legal

O marco legal que estabelece a competência do IBGE na área, tem origem no

Decreto-Lei n° 243, de 28/02/1967, estabelecidos de forma explícita no Art. 12, § 2º, e

no Art. 15, § 1º, item 1, reproduzidos na íntegra:

“Art. 12. Os levantamentos cartográficos sistemáticos apoiam-se obrigatoria-

mente em sistema plano-altimétrico único, de pontos geodésicos de controle, ma-

terializados no terreno por meio de marcos, pilares e sinais, assim constituído:

(...)

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§ 2º Compete, precipuamente, ao Conselho Nacional de Geografia promo-

ver o estabelecimento da rede geodésica fundamental, do sistema plano-altimétri-

co único.”

“Art. 15. Os trabalhos de natureza cartográfica realizados no território brasi-

leiro obedecem às Normas Técnicas estabelecidas pelos órgãos federais compe-

tentes, na forma do presente artigo.

§ 1º O estabelecimento de Normas Técnicas para a cartografia brasileira

compete:

1. ao Conselho Nacional de Geografia, do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística, no que concerne à rede geodésica fundamental e às séries de cartas

gerais, das escalas menores de 1:250.000; (...)”

Os documentos oficiais que materializam e registram as mudanças ocorridas nas

últimas décadas nas técnicas associadas à Geodésia no território nacional, em

sequência cronológica, são:

Resolução do Presidente do IBGE nº 22 (21/07/1983) - R.PR – 22/1983:

Especificações e Normas Gerais para Levantamentos Geodésicos, cuja

atualização é feita no presente documento;

Resolução do Presidente do IBGE Nº 23 (21/02/1989) - R. PR 23/1989:

Parâmetros para Transformação de Sistemas Geodésicos;

Resolução do Presidente do IBGE Nº 5 (31/03/1993) – R. PR-5/1993:

Especificações e Normas Gerais para Levantamentos GPS (versão preliminar);

Decreto Nº 5334/2005: Nova redação ao art. 21 e revoga o art. 22 do Decreto no

89.817, de 20 de junho de 1984, que estabelece as Instruções Reguladoras das

Normas Técnicas da Cartografia Nacional;

Decreto Nº 89.817: Redação com as alterações efetuadas pelo Decreto

5334/2005;

Resolução do Presidente do IBGE Nº 1/2005 - R.PR – 1/2005: Altera a

caracterização do Sistema Geodésico Brasileiro;

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Norma de Serviço Nº 001/2008 de 01/09/2008 – Padronização de Marcos

Geodésicos;

Instruções Técnicas para Controle Geodésico de Estações Maregráficas –

CGEM e sua vinculação ao Sistema Geodésico Brasileiro – SGB;

Resolução do Presidente do IBGE Nº 4/2012 - R.PR – 4/2012 – Retifica a R.PR

Nº 001/2005, referente à caracterização do Sistema Geodésico Brasileiro;

Resolução do Presidente do IBGE Nº 1/2015 – R.PR – 1/2015: Define a data de

término do período de transição definido na R.PR 01/2005 e dá outras

providências sobre a transformação entre os referenciais geodésicos adotados

no Brasil; e

Nota Técnica – Término do Período de Transição para Adoção no Brasil do

Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas (SIRGAS), em sua

Realização de 2000,4 (SIRGAS2000).

Como consequência dessa missão institucional, estas normas acarretam

observância obrigatória por todas as entidades e órgãos públicos e privados que

realizem levantamentos geodésicos vinculados ao SGB. Os levantamentos não

incluídos no presente documento continuam regidos pelas Especificações e Normas

Gerais para Levantamentos Geodésicos, publicadas em 1983 (Resolução n° 22 do

Presidente do IBGE, de 21-07-1983).

1.2 Sistema Geodésico de Referência (SGR)

Atualmente, um sistema geodésico de referência (SGR) é definido pelo conjunto

de constantes, convenções, modelos e parâmetros necessários à representação

matemática de grandezas geométricas e físicas associadas ao posicionamento

espacial de feições e eventos (IHDE et al., 2017). Um sistema desse tipo deve ser

materializado por meio de uma estrutura de referência que estabeleça tanto a

materialização física do sistema quanto a sua representação matemática; em outras

palavras, a materialização de um SGR envolve a implantação de pontos de referência e

a determinação das respectivas coordenadas geodésicas (latitude, longitude e altitude).

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Os métodos e procedimentos da Geodésia clássica aplicados no estabelecimento

das redes de referência que materializavam o SGB, tais como: triangulação,

poligonação, trilateração, nivelamento trigonométrico ou geométrico; não possibilitavam

a obtenção das três coordenadas de forma simultânea, resultando no estabelecimento

das redes verticais e horizontais separadamente. Adotava-se também, diferentes

pontos origem, uma vez que as componentes horizontais e verticais estavam referidas

a diferentes superfícies. Um exemplo de referenciais clássicos com estas

características são o South American Datum SAD 69, como referencial horizontal local

e Imbituba como referencial altimétrico local. Entretanto, os avanços tecnológicos

ocorridos no final do século passado conduziram a ciência geodésica para a dimensão

global, através do conhecimento das mudanças físicas e geométricas que ocorrem na

superfície do planeta e suas variações ao longo do tempo. Pela caracterização global

do SGR, sua origem está localizada no centro de massas da Terra, e a representação

deste através de uma rede de referência, que passa ser no espaço tridimensional.

1.2.1 Conceitos associados a um Sistema de Referência da Geodésia moderna

De maneira similar aos sistemas de referência clássicos, a era da geodésia

espacial também passa por duas etapas, sendo elas: a definição e a materialização. Na

definição adota-se um SGR, através do qual foram estabelecidas constantes físicas e

geométricas derivadas de extensas observações do campo da gravidade terrestre a

partir de observações a satélites, sendo, portanto geocêntrico. Atualmente o SGR

adotado pela União Internacional de Geodésia e Geofísica é o Geodetic Reference

System 1980 (GRS80).

A materialização de um Sistema de Referência Terrestre (SRT) é através do

estabelecimento de redes geodésicas utilizando diferentes técnicas de posicionamento,

como por exemplo, o VLBI – Very Long Baseline Interferometry, SLR – Satelite Laser

Range e o GNSS. Devido à precisão proporcionada por estas técnicas, as coordenadas

de uma determinada materialização devem estar associadas a uma época origem,

como, por exemplo, no Brasil, o SIRGAS2000, época 2000,4.

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1.3 Avanços tecnológicos recentes no SGB

Os sistemas globais de navegação por satélites, conhecidos por GNSS,

revolucionaram a geodésia na década de 1980, quando o GPS passou a ser utilizado

no estabelecimento das redes geodésicas de forma mais ágil e precisa.

A tecnologia GPS foi incorporada pelo IBGE no processo de expansão do SGB

após a aquisição de receptores geodésicos no início de 1991, marcando, desta forma,

uma transformação na metodologia de determinação das coordenadas tridimensionais

das estações geodésicas. A partir deste momento, o posicionamento através dos

sistemas globais de navegação por satélites passou a ser a única técnica utilizada no

estabelecimento da rede geodésica planimétrica, que, pelas características de

tridimensionalidade do posicionamento por satélites, recebeu a denominação de rede

planialtimétrica do SGB. Desde então, foram estabelecidas as estações denominadas

SAT-GPS, através das redes estaduais GPS, suas densificações/expansões e a

homologação de marcos geodésicos.

A necessidade e proposta do IBGE de se adotar um novo sistema de referência

geodésico vêm do benefício do uso direto da tecnologia GNSS, sendo atualmente a

principal tecnologia utilizada na determinação de coordenadas planialtimétricas em

geodésia. Por este motivo, o estabelecimento da rede de operação contínua GNSS, a

Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo dos Sistemas GNSS (RBMC) ao longo das

últimas duas décadas, merece um destaque especial neste contexto, pois ela

representa a estrutura geodésica mais precisa do Sistema de Referência SIRGAS2000

adotado oficialmente no Brasil em 2005.

Outra contribuição significativa neste período se relaciona à evolução dos

referenciais altimétricos clássicos, baseados na adoção do nível médio do mar (NMM)

como superfície de referência, cujas altitudes são determinadas com utilização

intensiva de nivelamento geométrico de alta precisão para sua propagação. Em sua

materialização mais moderna, as altitudes possuirão maior significado físico, em função

dos progressos tecnológicos e metodológicos decorrentes das recentes missões

espaciais gravimétricas, altimétricas e topográficas, que abrirão caminho para a gradual

substituição dos sistemas locais por outros de âmbito global (HECK, 2004).

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Também podem ser destacados os avanços e modernizações metodológicas

relacionadas às atividades de Controle Geodésico de Estações Maregráficas (CGEM) e

sua vinculação ao SGB, desenvolvidas pelo IBGE a partir de 2009, que são relevantes

para o controle temporal e de precisão da correlação entre diversas superfícies físicas

e geométricas de referência altimétrica.

Paralelamente a esses avanços, com a expansão do uso dos sistemas globais de

posicionamento, aumentou a necessidade de obtenção de um modelo de ondulação

geoidal compatível com as atuais necessidades da comunidade usuária. Como

consequência, ocorreu uma densificação sistemática das redes gravimétricas, por meio

de ocupação das RRNN existentes e sobre “vazios gravimétricos” a partir da década de

1990 até a atualidade, culminando na divulgação dos modelos de ondulação geoidal da

série MAPGEO, específicos para o território brasileiro.

1.4 Sistema Referência Terrestre (SRT)

Quando é necessário identificar com precisão uma posição na superfície da Terra

no conceito da geodésia espacial, são utilizados os Sistemas Terrestres de referência

(SRT). Um SRT está associado a um sistema coordenado cartesiano no espaço

tridimensional, representado por três eixos perpendiculares que se interceptam na

origem deste sistema. Sendo assim, as coordenadas de um ponto qualquer a ser

representado no espaço, são os comprimentos sobre cada eixo coordenado que vai da

origem a um ponto P qualquer, projetado perpendicularmente no respectivo eixo (GSD,

1995).

Em termos práticos, é necessário também representar as coordenadas em uma

superfície elipsoidal ou plana. Portanto, quando as coordenadas estão associadas a

uma superfície elipsoidal, utiliza-se um elipsóide de revolução, sendo a superfície

matemática que mais se aproxima da forma da Terra. Deste modo, as coordenadas

representadas na superfície do elipsóide são denominadas geodésicas. Quando uma

superfície plana é escolhida para representação das coordenadas, escolhe-se um

sistema de projeção, como por exemplo, as coordenadas planas UTM ou plano

topográfico.

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Os primeiros sistemas geodésicos adotados oficialmente no Brasil foram o

Córrego Alegre (CA) e o SAD 69, conhecidos por “datum3 astro-geodésico horizontal”

que foram estabelecidos antes da era da geodésia espacial e materializados através de

métodos clássicos de observação com instrumentos óticos mecânicos e recursos

computacionais escassos. Os aspectos definidores destes sistemas estão associados

somente às constantes geométricas referidas a um ponto na superfície da Terra.

Maiores informações sobre estes sistemas são encontradas na Resolução do

Presidente do IBGE n° 22, de 21/07/1983.

Através de uma cooperação entre os países da América do Sul, representados

por suas agências nacionais, e instituições internacionais, sob o patrocínio da Associa-

ção Internacional da Geodésia (International Association of Geodesy - IAG), Instituto

Pan-americano de Geografia e História (IPGH) e National Imagery and Mapping

Agency (NIMA), criou-se em outubro de 1993 o projeto Sistema de Referência Geocên-

trico para as Américas (SIRGAS), com o principal objetivo de estabelecer um sistema

de referência geocêntrico para todo o continente, fundamentado nas atuais tecnologias

de posicionamento e nas materializações dos sistemas de referência terrestre, denomi-

nadas de International Terrestrial Reference Frame (ITRF), estabelecidas pelo Internati-

onal Earth Rotation Service (IERS). A partir deste ponto, iniciou-se a cooperação e o

esforço de vários países do continente para adotar um único sistema de referência

compatível com o GNSS.

Deste modo, após adquirir experiência com o estabelecimento de uma rede

GNSS de operação contínua, o IBGE propôs a adoção do referencial SIRGAS2000, na

época 2000,4, sendo adotado oficialmente no país através da Resolução do Presidente

do IBGE n° 1, de 25/02/2005. Nesta mesma resolução, foi estabelecido um período de

transição de 10 anos, em que o SIRGAS2000 poderia ser utilizado em concomitância

com o sistema SAD 69 para o SGB. Para o Sistema Cartográfico Nacional (SCN), o

SIRGAS2000 também poderia ser utilizado em concomitância com os sistemas SAD 69

e Córrego Alegre.

Em 24/02/2015 foi publicada a Resolução n° 1 do Presidente do IBGE, orientando

que “todos os usuários no Brasil devem adotar exclusivamente o SIRGAS2000 em

3 A denominação datum foi muito utilizada aos Sistemas geodésicos de concepção clássica, que pode serconfundida também com o termo utilizado para se referir ao ponto origem da materialização do SGR. Portanto,nestas normas adota-se o termo utilizado pela geodésia moderna.

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suas atividades, encerrando-se o uso concomitante do SAD 69 no Sistema Geodésico

Brasileiro e do SAD 69 e Córrego Alegre no Sistema Cartográfico Nacional”.

1.4.1 SIRGAS2000

A realização SIRGAS2000, época 2000,4 vem de observações GPS4 realizadas

em marcos geodésicos durante 10 dias do mês de maio de 2000. Esta rede contou

com a participação de 184 estações das três Américas, incluindo o Caribe. Esta

solução foi integrada a realização mais recente do ITRF na época, o ITRF2000.

As 21 estações brasileiras que participaram desta realização, foram incorporadas

como estações de referência no ajustamento da rede geodésica brasileira consolidando

assim a materialização SIRGAS2000 no Brasil, oficialmente adotada em fevereiro de

2005. Mais informações sobre os resultados deste ajustamento podem ser encontradas

no relatório do ajustamento da rede planimétrica em SIRGAS2000, disponível em

ftp://geoftp.ibge.gov.br/informacoes_sobre_posicionamento_geodesico/rede_planialti-

metrica/relatorio/rel_sirgas2000.pdf.

O processo de adoção do SIRGAS2000 no Brasil contou com o apoio do Projeto

Mudança do Referencial Geodésico (PMRG), promovendo uma integração entre a soci-

edade e o IBGE sobre as novas mudanças relacionadas ao novo sistema geodésico.

Orientações e recomendações sobre a adoção do SIRGAS2000 no Brasil são encon-

tradas no portal do IBGE.

1.5 Sistema Geodésico de Referência Altimétrico (SGRA)

Seguindo a abordagem da seção 1.2, os elementos principais de um SGR

altimétrico (SGRA) são as coordenadas verticais, isto é, as altitudes físicas ou números

geopotenciais das estações da rede de referência, e a superfície de referência ou nível

de referência, a partir do qual são estabelecidas aquelas coordenadas verticais (IHDE

et al., 2017). Tradicionalmente, a definição e materialização dos SGRAs locais

baseava-se na adoção do nível médio do mar (NMM) como superfície de referência,

considerado uma aproximação adequada do geoide, e na utilização exclusiva do

nivelamento geométrico de alta precisão para propagação desse referencial em toda a

região de interesse. Os problemas conceituais dessa estratégia já eram conhecidos

(e.g., o acúmulo de efeitos sistemáticos do nivelamento em longas distâncias, e os4 Único sistema GNSS em operação naquela época.

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efeitos dinâmicos diferenciados em cada realização do NMM), mas não havia

alternativa tecnológica disponível. Esta situação sofreu significativas mudanças em

função dos progressos decorrentes das recentes missões espaciais gravimétricas

(GRACE, GOCE), que abrirão caminho para a substituição daqueles SGRAs nacionais

e continentais por sistemas definidos e realizados em âmbito global (HECK, 2004). Os

primeiros estudos para a definição e materialização global do chamado Sistema

Internacional de Referência para Altitudes (IHRS – International Height Reference

System) encontram-se em desenvolvimento, envolvendo, entre outras providências, a

seleção de 163 estações de rastreio contínuo GNSS vinculadas às respectivas redes

verticais fundamentais em cada país e com adequada densificação gravimétrica em um

raio de até 210 km (SANCHEZ et al., 2017).

No Brasil, existem atualmente dois referenciais altimétricos, Imbituba e Santana,

sendo ambos definidos e materializados através do modo clássico, isto é, a partir de

um valor de NMM calculado com dados coletados em uma estação maregráfica e

propagado por toda a região ou território de interesse por meio do nivelamento

geométrico de alta precisão, com todas as correções aplicáveis. Um referencial

altimétrico assim definido (a partir do NMM) é específico para o período considerado no

cálculo do NMM e para o local do marégrafo, sendo afetado pela chamada topografia

do NMM (TNMM), também denominada topografia da superfície do mar (TSM) ou

topografia dinâmica do oceano (TDO). Assim, diferentes estações maregráficas podem

contribuir como referência para uma rede altimétrica somente depois da necessária

correção das respectivas TNMM.

1.5.1 Número Geopotencial (C)

É a grandeza que serve de base para o cálculo das chamadas altitudes físicas

(Hfís), também chamadas altitudes científicas (LUZ, 2008, p.45):

Hfís = C / G (1)

sendo G o valor específico de gravidade associado a cada tipo de altitude física,

conforme discutido na seção seguinte.

Formalmente, o número geopotencial de um ponto qualquer, na superfície

terrestre ou nas proximidades da mesma, é a diferença entre os valores de

geopotencial no geoide e no ponto de interesse (C=W0–WP), envolvendo, portanto,

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conceitos avançados de Geodésia Física para sua determinação. Na prática, o número

geopotencial é resultado do processo de ajustamento das diferenças de geopotencial

(ΔC), que, por sua vez, são calculadas a partir dos desníveis resultantes do

nivelamento geométrico (ΔH) e dos valores médios da gravidade observada (g) na

seção de nivelamento:

ΔC = ΔH12 • (g1+g2)/2 (2)

Assim, as especificações para levantamentos altimétricos discutidas neste

documento dizem respeito à obtenção do desnível ΔH via nivelamento geométrico de

alta precisão.

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2 Especificações e Normas para Posicionamento Geodésico com

GNSS

Esta seção do documento visa orientar a execução de levantamentos geodésicos

baseados no posicionamento GNSS de alta precisão realizados no Brasil no

estabelecimento das estações SAT-GPS disponíveis no Banco de Dados Geodésicos

(BDG), fornecendo os elementos básicos norteadores destas atividades.

2.1 Sistemas Globais de Navegação por Satélites (GNSS)

O posicionamento através da tecnologia GNSS consiste na determinação de

coordenadas tridimensionais (3D) a partir de uma ou mais constelações de sistemas

globais de navegação por satélites, os quais enviam continuamente sinais para os

usuários/receptores. O princípio básico do posicionamento está na resolução de um

sistema linear que envolve a medida de distância entre o usuário/receptor e ao menos

quatro satélites GNSS com coordenadas conhecidas. Tais informações são obtidas a

partir dos dados de observação e navegação transmitidos pelos satélites. Este método

de posicionamento, denominado de absoluto, através das observações de código ou

pseudo-distâncias, permite determinar coordenadas 3D com precisão de alguns

metros. No caso de posicionamento com precisão centimétrica ou melhor, torna-se

necessário aplicar métodos mais sofisticados através das fases das portadoras.

Os principais sistemas de navegação que compõem o GNSS são:

GPS: sistema norte-americano operacional desde 1995;

GLONASS: sistema russo operacional desde dezembro de 2011;

BeiDou: sistema chinês ainda em desenvolvimento mas já com um serviço

operando na Ásia desde dezembro de 2011; e

Galileo: sistema europeu em desenvolvimento, com alguns serviços

operacionais desde maio de 2017.

Existem ainda sistemas de posicionamento regionais como o indiano, Indian

Regional Navigation Satellite System (IRNSS) e o japonês Quasi-Zenith Satellite

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System (QZSS), e os sistemas destinados a aumentar a capacidade dos sistemas

GNSS conhecidos como Satellite Based Augmentation System (SBAS) e Ground

Based Augmentation System (GBAS).

A tabela 1 apresenta algumas informações dos principais sistemas GNSS.

Tabela 1: Principais Sistemas GNSS

SistemasGNSS

Declarado OperacionalNº de

satélitesoperacionais5

SistemaGeodésico deReferência –

SRG

Parâmetros doElipsoide

Pais

GPS 27 de abril de 1995 31 satélites WGS 84 a = 6.378.137,0 mf = 1/298,257223563

EUA

GLONASS Dezembro de 2011 23 satélites PZ-90 a = 6.378.136,0 mf = 1/298,25784

Rússia

Galileo A partir de 2020 14 satélites GTRF a = 6.378.137,0 mf = 1/298,257222101

UE

BeiDou Na China desde 27/12/11Previsão de cobertura globalem 2020.

14 satélites BDC (CGCS 2000)

a = 6.378.137,0 mf = 1/298,257222101

China

2.1.1 Tipos de receptores GNSS

Os receptores GNSS normalmente são caracterizados pelo tipo de observáveis

que rastreiam, sendo elas: os códigos e as fases das ondas portadoras. Os receptores

denominados de geodésicos ou de dupla frequência são aqueles que rastreiam

códigos e fase em, pelo menos, dois sinais da banda L. Os receptores geodésicos

comercializados atualmente possuem a terceira frequência, L5 proporcionando um

posicionamento de qualidade superior das demais frequências.

Os receptores topográficos ou de uma frequência, são aqueles que rastreiam o

código e a fase em somente um sinal e os receptores de navegação são aqueles que

rastreiam somente o código em um sinal.

2.1.2 Sistemas de tempo e órbitas GNSS

Os sinais GNSS são transmitidos pelos satélites em um determinado instante,

medido na escala de tempo do satélite e são submetidos a um processo de correlação

quando recebidos pelo receptor, na escala de tempo do receptor. Este processo

permite a determinação do tempo de propagação do sinal para cada satélite rastreado,

o qual fornece as medidas de pseudo-distância, quando multiplicado pela velocidade

5 data de referência das informações: 03 de agosto de 2017.

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da luz no vácuo. Deste modo, as coordenadas da antena do receptor são calculadas a

partir do tempo de propagação do sinal, posição e erro de relógio de cada satélite no

instante da transmissão do sinal. O erro do relógio do receptor é estimado

conjuntamente com as demais incógnitas. Os elementos necessários para calcular as

coordenadas e erro de relógio dos satélites são informados na mensagem de

navegação. Portanto, o sistema de tempo GNSS tem a função principal de sincronizar

os segmentos que compõem o GNSS, sendo materializado a partir de osciladores

atômicos, e, portanto, mais precisos e uniformes do que o tempo associado à rotação

terrestre (Tempo Universal Coordenado – TUC), havendo a necessidade de eventuais

correções (leap seconds) para a sincronização entre eles.

As efemérides indicam a posição dos satélites em um determinado instante de

tempo e sistema de referência. Os satélites GNSS enviam as efemérides transmitidas

em tempo real para os usuários, as quais são fruto de um processo de predição, o que

resulta em coordenadas com precisão métrica. As efemérides também podem ser

estimadas através de um pós-processamento sendo denominadas de efemérides

precisas, classificadas pelo Serviço Internacional GNSS (International GNSS Service -

IGS) como ultra-rápida, rápida ou final. Estas efemérides e os erros dos relógios dos

satélites são a consolidação de cálculos realizados por diferentes centros

internacionais, resultando nos denominados produtos IGS. Oficialmente, o IGS calcula

as efemérides e os erros dos relógios dos satélites nos sistemas GPS e GLONASS, os

quais são referidos ao sistema de referência global IGS na sua última materialização,

atualmente o IGS14. Informações adicionais sobre os produtos IGS estão disponíveis

no portal www.igs.org.

2.2 Erros que incidem sobre as observações GNSS

O posicionamento GNSS está sujeito a degradações provocadas por diversas

fontes que envolvem os satélites, a propagação do sinal e os receptores. Além disso,

existem outros casos que não são exatamente erros e sim efeitos que precisam ser

corrigidos e que devem ser considerados no processamento através de modelagem

adequada, como por exemplo, efeitos locais decorrentes da deformação da Terra, tais

como, a carga oceânica, as marés terrestres e a carga atmosférica, ou aqueles

decorrentes da correção do centro de fase da antena, que são corrigidos através de

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modelos estimados pelo IGS. Reduzir a influência desses erros é fundamental para

obter coordenadas precisas e condizentes com a estrutura geodésica de referência.

A combinação adequada entre o equipamento, o método de posicionamento e o

programa de processamento de dados GNSS, possibilitam que a grande maioria dos

erros seja reduzida ou eliminada de forma satisfatória, conduzindo à obtenção de

coordenadas com precisão centimétrica. Entretanto, há dois erros que ocorrem

exclusivamente por falha humana, sendo eles: a centragem da antena na referência do

marco e a medição de sua altura. Com o propósito de reduzir estas fontes de erro,

sugere-se o uso de base nivelante para ajudar na centragem. A medição da altura da

antena deverá ser realizada entre a referência do marco e o Ponto de Referência da

Antena (Antenna Reference Point - ARP), de forma vertical ou inclinada, dependendo

da configuração do marco e do tipo de equipamento utilizado. Pode-se reduzir também

o erro de centragem utilizando um marco com dispositivo de centragem forçada

instalado no seu topo.

A tabela 2 apresenta as fontes de erros e efeitos que incidem no posicionamento

GNSS e as recomendações de como reduzi-los na determinação de coordenadas, seja

no momento do levantamento ou no processamento e ajustamento dos dados.

Tabela 2: Fontes de erros no Posicionamento GNSSFontes Erros/efeitos Correção/Redução de sua Influência nas Coordenadas

Satélites

Órbita Usar no processamento efemérides precisas ao invés das transmitidas.

Relógio Usar no processamento correções precisas dos relógios dos satélites,estimados juntamente com as efemérides precisas. Esta informação éimportante no processamento das observações pelo método dePosicionamento Preciso por Ponto. No posicionamento relativo este erro éeliminado no processo de diferenciação.

Centro de fase O ponto de onde os sinais são emitidos pelos satélites difere do seu centrode massa, onde as coordenadas são referidas. Portanto, para que estacorreção seja contabilizada durante o processamento recomenda-se o usode modelos de correção de centro de fase das antenas estimados pelo IGS,identificados pelos arquivos ATX.

Atraso instrumental de interfrequênciado satélite

Aplicar processamento no modo relativo, eliminando este efeito ou utilizaras correções de interfrequência dos satélites (Differential Code Bias - DCB)dos mapas do Conteúdo Total de Elétrons Vertical (Vertical Total ElétronsContent - VTEC).

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Propagação do Sinal

Refração troposférica

Como a troposfera se comporta como um meio não dispersivo no intervalode frequência dos sinais GNSS, não é possível reduzir seus efeitos atravésda combinação entre observações de diferentes frequências.Recomenda-se o uso de modelos empíricos no processamento dasobservações e/ou estima-los através do emprego das funções demapeamento.

Refração ionosférica

A refração ionosférica depende de vários fatores, como por exemplo: aposição geográfica, a época do ano e a hora do dia em que são realizadasas observações. Para reduzir os seus efeitos, recomenda-se: evitar observações depois das 14 h (local) e nas proximidades dos

equinócios em épocas de alta atividade solar; evitar linhas de base longas; usar, durante o levantamento, receptores de dupla frequência; usar, no processamento, a combinação linear entre observáveis de

duas frequências diferentes, denominada de “livre da ionosfera“(ionofree) ou

usar mapas da ionosfera, também denominados de mapas VTEC. Ouso destes mapas é altamente recomendado no caso de receptores deuma frequência, como por exemplo, o mapa global da ionosfera (GlobalIonospheric Map – GIM, calculados pelo IGS.

Perdas de ciclos

Evitar obstrução nas proximidades da antena;Usar no processamento modelos eficazes de detecção e correção deperdas de ciclos.

Multicaminho Usar antena com recurso para reduzir o efeito do multicaminho;Evitar locais que tenham superfícies refletoras próximas, como porexemplo, vidros, metais, espelho d´água e telhados.

Receptor / Antena

Relógio Estimado no processamento no modo absoluto.No processamento relativo este erro é eliminado durante a diferenciação das observações de fase.

Centro de fase da antena

O ponto onde os sinais dos satélites são recebidos nas antenas não éacessível e deve ser projetado ao ponto de referência da antena.Recomenda-se o uso de modelos de antenas que possuem a correção docentro de fase, estimados pelo IGS, arquivos ATX;Estes modelos devem ser aplicados no processamento6.

Atraso instrumental interfrequênciado receptor

Aplicar processamento no modo relativo, eliminando este efeito ou utilizar DCB dos mapas do VTEC.

Local Coordenadas Usar o mesmo referencial geodésico das órbitas precisas na etapa do processamento.

Influência magnética

Evitar levantamentos sob redes de alta-tensão.

Marés terrestres

Usar no processamento modelos indicados pelo IERS.

Carga oceânicaCarga atmosféricaParâmetros de orientação da Terra (movimento do polo)

Usar no processamento as correções do pólo estimadas juntamente com asefemérides precisas.

Humana Centragem da antena

Usar base nivelante no levantamento;Ocupar um marco com dispositivo de centragem forçada;

6 Se estas correções não forem consideradas no processamento, dependendo do modelo de antenautilizado, o erro poderá ser de decímetros, o que inviabiliza o posicionamento geodésico.

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Medição da altura da antena

Realizar a medida em relação ao ponto de referência da antena;Realizar pelo menos duas medições em cada sessão observada, uma no início e outra no final da sessão;

2.3 M étodos de posicionamento com GNSS

2.3.1 Posicionamento por Ponto

Também denominado de Posicionamento absoluto, considera apenas as observações

coletadas individualmente por um equipamento para o qual se quer determinar sua

posição, além das informações dos satélites (efemérides) em um determinado instante

ou época. Pode ser realizado apenas com observações do código C/A, sendo neste

caso utilizado pela maioria dos receptores de navegação para posicionamento em

tempo real, obtendo-se soluções de precisão métrica, ou utilizando as observações de

código e fase das portadoras, associadas a produtos de órbita precisa e modelos

atmosféricos, permitindo a realização de um Posicionamento por Ponto Preciso (PPP),

obtendo-se soluções de precisão centimétrica.

Tabela 3: Estimativa da Precisão7 para Posicionamento por Ponto Preciso– PPPTempo de

observaçãoPrecisão L1 Precisão L3 (L1&L2)

Latitude Longitude Altitude Latitude Longitude Altitude1 h 10 cm 20 cm 20 cm 2 cm 4 cm 4 cm2 h 5 cm 12 cm 12 cm 1 cm 2 cm 2 cm4 h 3 cm 7 cm 8 cm 5 mm 1 cm 2 cm6 h 3 cm 6 cm 7 cm 5 mm 1 cm 1 cm

2.3.2 Posicionamento Relativo

Este método leva em consideração ao menos dois receptores coletando dados

simultaneamente dos mesmos satélites. Um dos receptores fica posicionado sobre uma

estação com coordenadas conhecidas, denominada de estação de referência ou base,

sendo as coordenadas das demais estações calculadas a partir desta. O processo de

diferenciação entre as observações simultâneas permite reduzir os erros inerentes às

observações, uma vez que quanto menor for a distância entre os receptores (linha de

base), mais similares serão os erros, permitindo determinação de coordenadas com

precisão centimétrica. Os erros e efeitos apresentados na tabela 2 (item 2.2) e que não

são eliminados no processo de diferenciação, devem ser reduzidos através de modelos

matemáticos e/ou atmosféricos ou ainda pela combinação entre as observáveis.

7 A precisão informada na tabela é apenas uma estimativa uma vez depender da qualidade do equipamento, das condições e informações do rastreio, entre outras.

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Como nos levantamentos realizados com receptores de uma frequência não é

possível eliminar o efeito ionosférico, recomenda-se que a distância entre estação base

e as demais não deve ser maior que 10 km, para que os efeitos da ionosfera possam

ser considerados os mesmos entre elas. Outra possibilidade é reduzir o efeito

ionosférico utilizando no processamento os mapas VTEC, como por exemplo do IGS

(arquivos IONEX).

Tabela 4: Estimativa de Precisão8 para Posicionamento GNSS RelativoLinha de

BaseTempo de

observaçãoEquipamento

UtilizadoPrecisão

00 – 05 Km 05 – 10 min L1 ou L1/L2 5 - 10 mm + 1 ppm05 – 10 Km 10 – 15 min L1 ou L1/L2 5 - 10 mm + 1 ppm10 – 20 Km 10 – 30 min L1 ou L1/L2 5 - 10 mm + 1 ppm20 – 50 Km 02 – 03 h L1/L2 5 mm + 1 ppm50 – 100 Km Mínimo: 03 h L1/L2 5 mm + 1 ppm> 100 Km Mínimo: 04 h L1/L2 5 mm + 1 ppm

2.3.3 Orientações para o posicionamento geodésico com GNSS

I) Seleção das antenas GNSS:

Recomenda-se o uso de antenas que possuem parâmetros de correção

estimados e publicados pelo IGS, disponível em:

https://igscb.jpl.nasa.gov/igscb/station/general/, arquivos de extensão ATX. Na ausência

destes, sugere-se o uso das informações de correção centros de fase disponíveis pelos

fabricantes ou pelo serviço geodésico americano (National Geodetic Survey – NGS) em

http://www.ngs.noaa.gov/ANTCAL/.

II) Escolha das estações de referência (posicionamento relativo):

Usar preferencialmente as estações da RBMC como referência. Caso não seja

possível, recomenda-se utilizar um marco geodésico SAT-GPS pertencente ao SGB

que esteja em condições de rastreio, sem obstruções e preferivelmente com dispositivo

de centragem forçada. A utilização de um marco geodésico materializado por uma

chapa, só deverá ser considerada na ausência de um dos marcos citados

anteriormente. Independente do tipo de marco selecionado como referência, é

importante verificar as suas condições físicas. Caso sejam identificados indícios de

8 A precisão informada na tabela é apenas uma estimativa uma vez depender da qualidade do equipamento, das condições e informações do rastreio, entre outras.

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abalo ou deslocamento, este marco não deve ser utilizado. Recomenda-se a

verificação das coordenadas antes do uso da estação geodésica.

III) Centragem, orientação e medição da altura da antena no marco:

A centragem da antena consiste em tornar-se alinhado verticalmente seu centro

geométrico com o ponto de referência do marco. A maneira de identificar este tipo de

erro é realizar múltiplas sessões de rastreio com centragem independentes em marcos

que possuem chapas de metal no seu topo. A medida da altura da antena, vertical ou

inclinada, deve ser realizada em relação ao ponto de referência da antena, o qual é

identificado pelo fabricante. Para que as correções do centro de fase da antena

possam ser adequadamente aplicadas é necessário orientá-la para a direção norte.

IV) Duração da sessão de observação:

Para o posicionamento GNSS estático, a duração da sessão de observação

influenciará diretamente na precisão das coordenadas estimadas. As tabelas 3 e 4

apresentam estimativas de precisão para posicionamento absoluto e relativo em função

do tempo de observação e tipo de equipamento utilizado.

V) Processamento das observações e integração ao SGB:

Trata-se de uma etapa em que o conhecimento teórico sobre as características

das observáveis GNSS e suas combinações são muito importantes, uma vez que

durante o processamento, os erros devem ser eliminados ou reduzidos

significativamente para se obter coordenadas de precisão de poucos centímetros.

VI) Altitudes ortométricas através do GNSS:

A componente altimétrica obtida em levantamentos GNSS é representada pela

altitude elipsoidal ou geométrica. Entretanto, a superfície de referência altimétrica

adotada no SGB é o nível médio do mar, como adequada aproximação do geoide,

conforme a estratégia clássica de estabelecimento de um referencial altimétrico (ver

seção 3.1). A altitude referida ao geoide é denominada altitude ortométrica. As altitudes

geométrica e ortométrica estão relacionadas através da ondulação geoidal ou altura

geoidal, sendo necessário o desenvolvimento de um modelo de ondulação geoidal para

a integração dessas informações altimétricas. Na transformação da altitude geométrica

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em ortométrica, recomenda-se a utilização da última versão do MAPGEO, com as

restrições discutidas na seção 3.1.2.

2.4 Especificações dos levantamentos GNSS

A implantação e determinação pelo IBGE de marcos geodésicos planialtimétricos,

segue padrões que variam conforme atividade a que se destinam, influenciando nas

características fundamentais dos levantamentos GNSS e na materialização do marco.

Essas atividades geodésicas são classificadas como: GPS sobre RRNN, homologação

de marco geodésico, estação SAT, Redes GPS, controle geodésico nas estações

maregráficas, estação da RBMC e processamento contínuo de estações ativas. As

tabelas 5 e 6 apresentam a classificação dos resultados obtidos através de

levantamentos GNSS, segundo vários parâmetros adotados na medição,

processamento e ajustamento.

Tabela 5: Especificações para Posicionamento Geodésico com GNSS (parte 1)

Item

Levantamentos Planialtimétricos de Alta Precisão

GPS em RRNN Homologação deMarcos

Estação SAT Redes GPS

1.Objetivo Avaliação domodelo de

ondulação geoidal

Integração deestações

determinadas porterceiros ao SGB,conforme. (Item

2.5.)

Demaisdensificações da

componenteplanialtimétrica do

SGB

Implantação deestações de alta

precisão(processamento em

rede).

2.Tipo de Equipamento

Geodésico

3.Tempo mínimo deobservação (horas/sessão)

3 6 4 4

4.Número mínimo de sessões

3 4 3 3

5.Número mínimo de estações de referência

3 3 3 3

6.Solução do processamento

Fixa, dupla diferença de fase.

7.Solução final Ajustamento injuncionado

8.Injunção Desvio padrão das coordenadas das estações de referência.

9.Tipo de Marco Chapa, Marco e Pilar. Pilar.

10.Tipo de Levantamento

Estático.

11.Correção do Centro de Fase da Antena

IGSIGS, NGS ouFabricante.

IGS IGS

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12.Altura da Antena Vertical ou Inclinada. Vertical

13.Orientação da Antena

Norte - Norte Norte

14.Montagem da Antena

Tripé ou pino de centragem forçada. Pino de centragem forçada

15.Fixação da Antena

Base nivelante, pino ou extensor.

16.Precisão das Coordenadas

Plan: < 2 cm Alt: < 5 cm

Plan: < 2 cm Alt: < 3 cm

Plan: < 2 cm Alt: < 3 cm

Plan: < 1 cm Alt: < 2 cm

Tabela 6: Especificações para Posicionamento Geodésico com GNSS (parte 2)

Item

Atividade Geodésica Planialtimétrica para determinação de um SAT

Controle Geodésico Estação RBMC Processamento Contínuo

1.Objetivo

Vincular as RRNN dos circuitos de nivelamento deCGEM à estação RBMC.

Determinação das coordenadas de referência de novas estações da RBMC.

Determinação contínua das coordenadas de estações ativas (RBMC / SIRGAS-CON)e monitoramento diário.

2.Tipo de Equipamento

Geodésico

3.Tempo mínimo de observação (horas/sessão)

6 24 24

4.Número mínimo de sessões

4 10 Diárias

5.Número mínimo de estações de referência

3 3 > 7

6.Solução do processamento

Fixa, dupla diferença de fase.

7.Solução finalAjustamento injuncionado. Depende do tipo de solução

(livre, injuncionada ou injunçãomínina).

8.InjunçãoDesvio padrão das coordenadas das estações de referência.

Depende do tipo de solução (livre, injuncionada ou injunçãomínina).

9.Tipo de Marco Marco Pilar

10.Tipo de Levantamento

Estático

11.Correção do Centro de Fase da Antena

IGS

12.Altura da Antena

Vertical

13.Orientação da Antena

Norte

14.Montagem da Antena

Pino de centragem forçada

15.Fixação da Antena

Pino de centragem forçada

16.Precisão das Coordenadas

Plan: < 1 cmAlt: < 1 cm

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2.5 Serviços GNSS disponibilizados pelo IBGE

O IBGE como responsável pelo SGB disponibiliza uma estrutura geodésica que

permite integrar posicionamentos realizados no Brasil ao SGB, seja através da

utilização dos marcos geodésicos materializados na superfície terrestre, ou através da

utilização de serviços de posicionamento GNSS oferecidos.

2.5.1 Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo dos Sistemas GNSS (RBMC)

Consiste em um conjunto de estações geodésicas distribuídas nacionalmente e

equipadas com receptores GNSS geodésicos e, em alguns casos, também com

sensores meteorológicos, coletando observações continuamente. No uso da RBMC

está implícito o método de posicionamento relativo, onde a estação desta rede

desempenha a função de estação base, cabendo ao usuário ocupar apenas os pontos

de seu interesse.

Existem dois serviços associados a RBMC: um para o fornecimento de

observações para pós-processamento e outro para levantamentos em tempo real,

denominado RBMC-IP.

O serviço RBMC-IP fornece fluxo de dados, efemérides e correções GNSS das

estações da RBMC em tempo real através do protocolo NTRIP – Networked Transport

of RTCM via Internet Protocol. As órbitas e erros dos relógios dos satélites

disponibilizados através do RBMC-IP, são calculados pelo Serviço IGS em Tempo Real

(IGS – Real Time Service, IGS-RTS) e disponibilizados pelo serviço RBMC-IP. O fluxo

identificado como RTCM3EPH se refere às órbitas transmitidas em tempo real. Para

obter coordenadas no referencial SIRGAS2000, existem dois fluxos de correções

(efemérides e relógios), sendo eles: o fluxo SIRGAS200001 para receptores GPS e o

fluxo SIRGAS200002 para receptores GNSS (GPS + GLONASS). O fluxo IGS03

fornece soluções na última realização do sistema de referência global IGS. Antes de

iniciar o levantamento, o usuário deverá realizar um cadastro no portal do IBGE para

receber login e senha de acesso ao serviço. Os dados da RBMC para pós-

processamento são disponibilizados no portal do IBGE em arquivos diários no formato

RINEX 2, juntamente com as efemérides transmitidas. Os arquivos diários e relatórios

das estações da RBMC são encontrados em

ftp://geoftp.ibge.gov.br/informacoes_sobre_posicionamento_geodesico/rbmc/.

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2.5.2 Serviço de Posicionamento por Ponto Preciso (IBGE-PPP)

Possibilita a determinação de coordenadas de levantamentos GNSS no modo

absoluto. A integração desse posicionamento ao SGB é dada através da aplicação de

parâmetros de transformação e atualização das coordenadas para época de referência

do SIRGAS2000. Este serviço utiliza o programa de processamento CSRS-PPP –

Canadian Spatial Reference System desenvolvido pelo NRCan – Natural Resources

Canada. Mais detalhes sobre o serviço IBGE-PPP podem ser encontrados em

http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/geodesia/ppp/manual_ppp.

2.5.3. Homologação de Marcos Geodésicos ao SGB

Procedimento de integração de um marco geodésico implantado por terceiros

(instituições públicas ou privadas, ou pessoas físicas) ao SGB. Neste caso, o

solicitante encaminhará as observações GNSS ao IBGE, bem como informações do

levantamento e toda descrição da construção do marco geodésico implantado,

conforme padrão preestabelecido no documento “Instruções para homologação de

estações estabelecidas por outras instituições” disponível em

f tp://geoftp.ibge.gov.br/metodos_e_outros_documentos_de_referencia/outros_documen

tos_tecnicos/homologacao_marcos/.

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3 Especificações e Normas para Levantamentos Altimétricos

Esta seção do documento visa orientar a execução de levantamentos geodésicos

baseados no nivelamento geométrico de alta precisão realizados para o

estabelecimento e densificação do SGB, fornecendo os elementos básicos norteadores

destas atividades.

No SGB, o conjunto homogêneo de marcos ou estações geodésicas dotadas de

altitudes de alta precisão é formalmente denominado Rede Altimétrica de Alta Precisão

(RAAP). O cálculo dessas altitudes é realizado a partir de medições de nivelamento

geométrico duplo, com instrumentos e procedimentos específicos para a obtenção da

alta precisão. As estações da RAAP constituem a estrutura fundamental a partir da qual

a comunidade técnico-científica usuária do SGB estabelece suas próprias redes de

altitudes para os mais variados objetivos, tais como: obras de saneamento, irrigação,

estradas, telecomunicações, usinas hidrelétricas, mapeamento e estudos científicos.

As estações da RAAP são denominadas Referências de Nível (RRNN), e suas

altitudes têm precisão na ordem de poucos milímetros em relação às estações

adjacentes. Para alcançar esse objetivo, devem ser atendidas as condições

apresentadas nesta norma técnica.

A versão anterior das “Especificações e Normas Gerais para Levantamentos

Geodésicos” (R.PR nº 22, 21/07/1983) estabeleceu os critérios necessários ao

estabelecimento da RAAP e também para os levantamentos complementares (“de

precisão” e “para fins topográficos”). Por outro lado, no presente documento são

apresentadas e discutidas apenas as especificações para a execução dos

levantamentos de alta precisão realizados pelo IBGE, no contexto da densificação ou

recomposição da RAAP.

3.1 Tipos de altitudes

I) Altitude elipsoidal ou geométrica (h)

Altitude puramente matemática, desvinculada do campo da gravidade, medida ao

longo da normal entre o elipsoide de referência e o ponto de interesse (Figura 1). Essa

altitude é obtida a partir do emprego da técnica GNSS e, na maioria das aplicações,

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deve ser transformada para o tipo de altitude física utilizado no sistema altimétrico

vigente.

Figura 1 – Definição dos diferentes tipos de altitudes (adaptado de LUZ, 2008, p.37)

II) Altitude ortométrica (H)

Altitude com significado físico, medida entre o geoide e o ponto de interesse ao

longo da linha vertical, ortogonal a todas as superfícies equipotenciais do campo da

gravidade terrestre e, portanto, uma curva reversa que reflete as irregularidades da

distribuição de massas no corpo planetário. Para seu cálculo a partir do número

geopotencial ajustado, o denominador da equação (1) deve ser o valor médio da

gravidade observada ao longo do mesmo percurso, isto é, entre o geoide e o ponto de

interesse (gvert):

H = C / gvert (3)

A observação da gravidade no interior da crosta é viável apenas em casos muito

específicos e, portanto, para a maioria das estações altimétricas, deve-se considerar

que é impossível o conhecimento da gravidade média na vertical e, consequentemente,

da respectiva altitude ortométrica “formal”. A fim de contornar esta dificuldade, a ciência

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geodésica propõe algumas variações e simplificações da definição formal de altitude

ortométrica, baseadas em aproximações daquele valor médio da gravidade. As

variações utilizadas no Brasil são apresentadas nas próximas seções. Até 2017, foram

utilizadas as altitudes ortométricas-normais9 (ou normais-ortométricas) e, a partir do

próximo reajustamento altimétrico, a ser concluído em 2017, as RRNN do SGB

passarão a ter valores de altitude normal, seguindo as recomendações do SIRGAS

(2008, p.13).

Por outro lado, as altitudes ortométricas “formais” podem ser obtidas a partir das

altitudes geométricas mediante a aplicação de correções extraídas de modelos de

ondulação geoidal, as chamadas alturas geoidais (N):

H = h – N (4)

É importante ressaltar que, no caso do Brasil, a aplicação desta estratégia deve

ser complementada com a compatibilização entre as altitudes ortométricas assim

obtidas e as altitudes ortométricas-normais do SGB ou as futuras altitudes normais

resultantes do próximo reajustamento altimétrico.

III) Altitude normal (HN)

Também dotado de significado físico pleno, este tipo de altitude resolve a já

mencionada dificuldade da altitude ortométrica “formal” relacionada ao valor médio, na

vertical, da gravidade observada, substituindo-o pelo correspondente valor médio da

gravidade normal (γvert), isto é, a gravidade teórica dada pelo chamado modelo Terra

normal:

HN = C / γvert (5)

A altitude normal é medida ao longo da linha vertical normal, isto é, a ortogonal às

superfícies equipotenciais do campo normal. Por não considerar o campo real, a

altitude normal não se refere rigorosamente ao geoide, mas sim a uma superfície

próxima a ele, denominada quase-geoide.

9 Altitudes publicadas no Banco de Dados Geodésicos

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De forma análoga ao caso da altitude ortométrica “formal”, a altitude normal pode

ser obtida a partir das altitudes geométricas com a devida aplicação de correções

extraídas de um modelo quase-geoidal, denominadas anomalias de altura (ζ):

HN = h – ζ (6)

IV) Altitude normal-ortométrica (HNO)

Estas altitudes ampliam a utilização dos valores de gravidade normal (teórica),

considerando-os também no cálculo das diferenças de “número geopotencial normal”

(ΔCN), nos casos em que não foi possível a observação direta da gravidade nas

estações altimétricas:

ΔCN = ΔH12 • (γ1+γ2)/2 (7)

Na prática, não são utilizadas as diferenças ΔCN, preferindo-se a aplicação direta

da correção normal-ortométrica – tradicionalmente denominada “correção ortométrica”

ou, ainda, correção do não paralelismo das equipotenciais – aos desníveis resultantes

do nivelamento geométrico. A substituição da gravidade real pela normal leva à

desconsideração dos efeitos da distribuição irregular de massas no corpo planetário,

tratando apenas do não paralelismo característico do campo normal, isto é, o modelo

elipsóidico com distribuição regular de massas.

Como consequência de tais simplificações, o significado físico das altitudes

normais-ortométricas é apenas parcial, e sua superfície de referência tem afastamento

significativo em relação ao geoide. No caso de sua comparação com as altitudes físicas

resultantes da correção das altitudes geométricas com modelos quase-geoidais, as

diferenças médias são usualmente denominadas “geoide local” ou “componente

sistemática do geoide”, mas refletem, na verdade, a incompatibilidade entre as duas

superfícies.

3.2 Geometria da RAAP

Considerando a utilização exclusiva do nivelamento geométrico de alta precisão,

os levantamentos altimétricos envolvem a medição do desnível entre RRNN

sucessivas, cujo espaçamento – muito superior aos limites máximos para as visadas –

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leva necessariamente à utilização do método de nivelamento linear composto, isto é,

desenvolvido sob a forma de lances, que compõem seções e, por sua vez, linhas. Além

disso, tendo em vista o controle da propagação de erros, a sequência de medições

deve formar circuitos fechados. Assim, as observações de nivelamento da RAAP

organizam-se de acordo com os seguintes elementos:

visada: intervalo entre o instrumento nivelador instalado no respectivo tripé e a

mira vertical posicionada sobre uma RRNN ou um ponto temporário (sapata, pino, ou

piquete);

lance: conjunto básico formado pelas visadas a ré e a vante, cuja repetição

sucessiva desde a RN de partida até a RN de chegada permite a determinação do

desnível total entre elas, como a soma dos desníveis parciais de cada lance;

seção: trecho de nivelamento duplo formado por lances observados

sucessivamente, em um único intervalo de tempo, entre duas RRNN contíguas, nos

dois sentidos (nivelamento e contra-nivelamento);

linha: trecho de nivelamento formado por seções sucessivas entre pontos

notáveis (localidades, RRNN etc);

circuito: sequência fechada de seções, partindo de uma RN qualquer e

chegando na mesma RN;

ramal: conjunto de seções sucessivas que não forma circuito;

RN nodal: RN pertencente a três ou mais seções formadoras de circuitos; e

linha internodal: sequência de seções entre duas RRNN nodais.

O espaçamento entre as RRNN e a extensão dos circuitos dependerá da

finalidade do nivelamento e da região de trabalho. Ramais devem ser evitados; nos

casos em que haja necessidade de levar a RAAP a localidades servidas por apenas

um acesso viário, o nivelamento deverá desenvolver-se em linha com seções formadas

por RRNN alternadas. Neste caso, o espaçamento entre RRNN deverá ser diminuído

de modo que o comprimento das seções atenda às especificações.

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3.3 Equipamentos

Deverão ser usados níveis e miras adequados ao objetivo de alta precisão. Assim,

qualquer que seja o tipo de nível utilizado, a precisão de horizontalização do eixo de

colimação deverá ser melhor que 0.35”, e a precisão do desnível observado em 1 km

de nivelamento duplo, melhor que 0.4 mm.

No caso de níveis ótico-mecânicos, deverão ser dotados de sistema para auxílio

na calagem da bolha (“bolha bipartida”), e leitura das miras por meio de micrômetro de

placa plano-paralela. O tripé deverá ter peso mínimo de 6 kg, com pernas não-

extensíveis (“rígidas”). As miras deverão possuir nível de bolha circular para

verticalização e ter a escala convencional, ou o código de barras para nível digital,

gravados em fita de invar.

Antes do início dos trabalhos diários, todo o instrumental deverá ser deixado sob

as condições comuns de trabalho, para estabilização térmica – porém nunca sob

insolação direta (usar guarda-sol). O tempo total será estimado pela relação de 2 min

para cada grau de diferença entre a temperatura do local de armazenagem e a do local

de operação. Em adição, no início de cada dia de trabalho, deverá ser verificado o fator

de colimação, segundo as especificações mencionadas adiante.

3.4 Verificação de abalo

Com a finalidade de confirmar a permanência, na posição original, das RRNN da

RAAP que serão utilizadas como partida e chegada de um novo levantamento, faz-se

necessária a chamada verificação de abalo das mesmas.

O procedimento consiste na medição do nivelamento e contranivelamento de um

trecho compreendido por três (3) RRNN adjacentes, cujos valores de diferença de nível

dessa nova medição sejam comparados com os valores da(s) medição(ões)

anterior(es). Caso a diferença entre esses valores seja maior que a tolerância de 3 mm

vezes a raiz quadrada da distância em km (3mm√km), deverá ser feita uma análise

para determinar qual RN possivelmente encontra-se abalada, sendo necessária a

medição de outras seções existentes até que se encontre uma sequência de 3 RRNN,

cujas seções encontram-se dentro da tolerância e assim garanta a utilização da RN do

meio desta sequência como partida ou chegada da atividade.

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No caso de pausa das atividades de nivelamento por até 15 dias, deve-se realizar

o nivelamento em apenas um sentido, nivelamento ou contra, da última seção medida.

Se o período for superior ao especificado, deve-se realizar o procedimento completo de

verificação de abalo com 3 RRNN sequenciais adjacentes e duas seções nos dois

sentidos.

3.5 Verificação do erro de colimação

Ao se iniciar a sequência diária contínua de observações no nivelamento de alta

precisão, o primeiro procedimento adotado deve ser a determinação do fator de

colimação do nível utilizado.

A metodologia empregada para os níveis ótico-mecânicos consiste em:

as miras devem ser estacionadas com 60 m entre elas, em terreno plano;

o nível deve ser estacionado entre as miras, a 6 m de cada uma delas;

devem ser efetuadas leituras nas graduações de ambas as miras, em cada

estação do nível; e

em terrenos acidentados a distância entre miras poderá ser reduzida para trinta

metros (30 m) e, entre nível e mira, a 3 m.

Para determinação do fator de colimação no nível digital deverá ser adotado o

método disponível no instrumento que apresente as seguintes relações:

as distâncias entre o nível e as miras devem ter uma relação de proporção 1:2; e

as miras devem ser posicionadas nas extremidades e o nível entre estas,

localizando a 1/3 da mais próxima e a 2/3 da mais afastada.

Deverão ser observadas nas especificações do fabricante, as distâncias críticas

de leitura do instrumento, bem como a distância mínima e máxima de leitura.

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3.6 Especificações para o nivelamento geométrico

No IBGE, são executados dois tipos de nivelamento: o de alta precisão, com a

finalidade de densificação da RAAP; e o científico, para controle geodésico e

vinculação entre as Estações Maregráficas que o IBGE estabelece e opera.

Para evitar a ocorrência e propagação dos erros sistemáticos, tão comuns nas

operações de nivelamento, alguns cuidados usuais devem ser empregados na sua

execução, tais como a adoção do comprimento das visadas de ré e vante serem

aproximadamente iguais, de modo a se compensar o efeito da curvatura terrestre e da

refração atmosférica.

No nivelamento geométrico duplo recomenda-se a utilização de visadas de até 60

m de comprimento. Para evitar os efeitos da reverberação, as leituras das miras

deverão situar-se acima da marca de 50 cm. No entanto, em caso de terrenos

acidentados, com comprimento das visadas inferiores a 10 m, são aceitáveis leituras

acima de 20 cm. Nas medições das seções, atentar lance a lance, para diferença

acumulada entre os comprimentos das visadas a vante e a ré, visando atingir ao final

com valores inferiores ao estipulado na tabela 7.

No nivelamento geométrico científico com o nível digital, é empregado o método

de leitura da mira ré, vante, vante, ré para o cálculo do desnível, sem mover as miras

dos pontos. Esta metodologia é mais rigorosa, pois aumenta a fiabilidade da medição,

bem como reduz os possíveis efeitos provocados pelo afundamento da mira.

Tanto no nivelamento geométrico de alta precisão como no nivelamento científico,

é necessário estabelecer uma mira no par de estações, iniciando em cada lance a

leitura pela mira mestra. Ao utilizar-se o nível digital deverá ser observado durante a

leitura da mira, a média de 5 leituras consecutivas ininterruptas que o instrumento

realizará após sua programação. Não sendo obrigatório utilizar dois operadores para

nivelar e contranivelar. Quando se opta pelo nível ótico-mecânico, as operações de

nivelamento e contranivelamento deverão ser efetuadas por operadores distintos,

observar a discrepância tolerável neste documento entre os 3 fios, apresentada na

tabela 7.

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A qualidade do levantamento deverá ser controlada por meio das diferenças entre

o nivelamento e o contranivelamento, seção a seção e acumuladas na linha,

observando-se os valores limites estabelecidos na tabela 7. A manutenção deste

controle permitirá alcançar, após o ajustamento, os valores estipulados para a exatidão

de cada classe.

Cabe ressaltar, que o IBGE até o ano de 1990 utilizou o valor de 4 mm√km para o

controle da qualidade do fechamento das seções de nivelamento da RAAP e partir de

tal época foi alterado para 3 mm √km.

As miras deverão ser utilizadas aos pares, tomando-se o cuidado de alterná-las a

ré e a vante, de modo que a mira posicionada no ponto de partida (lida a ré) seja

posicionada no ponto de chegada (lida a vante), eliminando-se, assim, o erro de índice.

Convém observar, a obrigatoriedade da colocação das miras sobre chapas ou pinos e,

no caminhamento, sobre sapatas, nunca diretamente sobre o solo.

Por mais estável que esteja estacionado, o equipamento sofre acomodações

decorrentes do próprio peso. Por este motivo, além de escolher criteriosamente o local

para as estações, o tempo de ocupação deverá ser o mais breve possível, evitando-se

que tais acomodações possam comprometer os resultados das observações.

Com o objetivo de resguardar o nível dos efeitos da radiação solar, reduzindo o

tempo de calagem do nível e a imprecisão dos registros, deve-se utilizar sempre o

guarda-sol enquanto o instrumento estiver estacionado, seja ótico-mecânico ou digital,

mesmo na ausência de incidência solar direta, como por exemplo, no caso de

mormaço.

Tabela 7: Especificações para o nivelamento geométrico.

Item

Levantamentos Altimétricos de Alta Precisão

Científico Fundamental

Objetivo

Controlegeodésico de

estaçõesmaregráficas

Vinculação entreestações maregráficas

Densificação daRede Altimétrica

Geometria da Rede

1.Perímetros máximo dos circuitos 1,5 km400 km

800 km

2.Comprimento das seções 450 m até 2 km até 3 km

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Medição de desníveis Nivelamento Duplo (N e CN)

1.VisadasManter a homogeneidade de cada par de visada ré-vante para

evitar as diferenças atmosféricas entre as visadas em cadaestação do nível

2.Leituras Iniciar cada lance pela leitura da mira mestra

3.Estacionamento do aparelho

Instalar e nivelar o aparelho, tendo o cuidado de calçar as trêspernas do tripé, principalmente em terreno arenoso ou

lamacento, diminuindo a possibilidade de abaixamento doinstrumento durante as observações

4.Condições ambientaisEvitar executar o nivelamento em horários de alta incidência de

Sol para evitar a reverberação

5.Cuidados adicionais

Deve-se evitar o desenvolvimento das medições de nivelamentogeométrico posicionando as miras e o aparelho diretamente

sobre o pavimento asfáltico, visando evitar o efeito doafundamento da camada sobre as observações coletadas

6.InstrumentalNível digital com miras de ínvar de código de barras ou nível

automático ou de bolha provido de micrômetro ótico de placasplano-paralelas. Miras de ínvar c/ dupla graduação

7.Precisão nominal do nível Melhor que 0,4 mm por quilômetro nivelado

8.Colimação do nível ótico (C) - mm/m

a)Não precisa ser retificado |C| ≤ 0,01 Idem Idem

b)Poderá ser retificado 0,01 < |C| ≤ 0,03 Idem Idem

c)Deverá ser retificado |C| > 0,03 Idem Idem

9.Colimação do nível digital (C) - mm/mSempre habilitar no equipamento a função de correção da

colimação durante o nivelamento10.Limites e tolerâncias para leitura

a)Visada mínima da mira0,5 m 10 Idem Idem

b)Visada máxima da mira 2,80 m Idem Idem

c)Comprimento máximo da visada 30 m 45 m 60 m

d)Tolerância de leitura para nível ótico

divergência de leituras entre duas graduações em unidades da mira

0,0001 m 0,0002 m 0,0002 m

uso dos três fios – divergência entre 1º e 2º, 2º e 3º

0,001 m 0,002 m 0,002 m

e)Tolerância de leitura para nível digital

diferença das medições das duas visadas a ré/vante

0,0001 m 0,0002 m -

diferença do desnível entre medidas consecutivas (ré-vante ~ ré-vante)

0,0002 m 0,0004 m -

f)Diferença máxima tolerável entre os comprimentos das visadas de ré e vante, acumulada para a seção

1 m 3 m 3 m

g)Diferença máxima tolerável por estação individual

1 m 1,5 m 3 m

Controles para a qualidade

10 Para terrenos acidentados, com visadas inferiores a 10 metros é aceitável o valor de 0,2 m para a leitura mínima da mira.

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1.Diferença máxima aceitável entre o nivelamento e o contra-nivelamento de uma seção (k = comprimento da seção em km)

1,5 mm 2 mm 3 mm

2.Diferença máxima aceitável entre o nivelamento e o contra-nivelamento de uma linha (k = comprimento da linha emkm)

1,5mm 3 mm 4 mm

3.Valor máximo aceitável para fechamento de circuito 1,5 mm 3 mm 5mm

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4 Especificações e Normas para Levantamentos Gravimétricos

Esta seção do documento visa orientar a execução de levantamentos geodésicos

baseados na determinação da gravidade realizados pelo IBGE, fornecendo os

elementos básicos norteadores destas atividades.

A componente gravimétrica tem por objeto o estudo do campo da gravidade

terrestre no território, e a partir do seu resultado, proporcionar uma importante

contribuição na conversão e determinação de altitudes com significado físico. As

observações gravimétricas serão utilizadas na correção dos desníveis através do

processo de ajustamento da rede altimétrica e são essenciais na determinação de um

modelo de ondulação geoidal.

Os primeiros levantamentos gravimétricos realizados pelo IBGE foram

empreendidos na década de 1950, no entorno do Vértice Chuá, visando a implantação

de um novo referencial planimétrico. Posteriormente, diversos levantamentos foram

executados em convênio com universidades e outros institutos de pesquisa. Contudo,

os trabalhos de adensamento da Rede Gravimétrica do SGB, vêm sendo realizados de

forma sistemática desde o final da década de 1980 com gravímetros relativos.

A revolução provocada pelo surgimento do GPS a partir da década de 1990, na

qualidade do posicionamento espacial, e atualmente consolidada nos GNSS, levou à

necessidade de conhecimento cada vez mais preciso da ondulação geoidal. Apesar do

referencial associado ao GNSS ser tridimensional, as altitudes fornecidas por ele são

elipsoidais (geométricas), enquanto as altitudes utilizadas no SGB são aproximações

das ortométricas (físicas), conforme seção 3.1.2. Isso faz com que as altitudes GNSS

não possam ser diretamente comparadas com qualquer altitude referenciada ao

referencial altimétrico do SGB.

Para viabilizar a conversão entre os dois sistemas de altitude, o IBGE desenvolve

permanentemente o Modelo de Ondulação Geoidal do Brasil (MAPGEO), por meio do

qual a altitude elipsoidal (h), determinada através de receptores GNSS, pode ser

transformada em altitude ortométrica (H), utilizando-se a altura geoidal (N).

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4.1 Referencial Gravimétrico

O referencial gravimétrico brasileiro é materializado através da Rede Gravimétrica

Fundamental Brasileira (RGFB), a qual é mantida e administrada pelo Observatório

Nacional (ON) (http://www.on.br/index.php/pt-br/laboratorios/gravimetria.html) e é

composta por estações gravimétricas absolutas e relativas. Dada a caracterização da

RGFB, todos os levantamentos gravimétricos realizados pelo IBGE são apoiados sobre

a mesma, respeitando-se assim a hierarquia entre as redes.

4.2 Tipos de estações gravimétricas (EEGG)

Ao longo de três décadas de levantamento gravimétrico sistemático, o IBGE tem

caracterizado as EEGG em duas classes: Básica ou de Densificação.

I) Básica

As EEGG Básicas têm por objetivo transportar uma referência de valor da

gravidade para apoiar os levantamentos de Densificação. Uma nova implantação é

necessária quando não existe estação da RGFB ou Básica, que permita o fechamento

da linha gravimétrica de densificação em, no máximo, 48 h.

Uma estação deste tipo deve ser materializada via de regra em local estável e de

fácil reocupação, e preferencialmente sobre uma estação geodésica já existente, como

uma RN ou SAT. Normalmente são determinadas através de linhas gravimétricas

independentes das linhas gravimétricas de Densificação.

II) Densificação

As EEGG desta classificação visam a modelagem do geoide no território nacional.

Os levantamentos desta categoria ocorrem na forma de duas subclasses:

1) Conexão: leitura de gravidade sobre estações geodésicas já existentes, como

RN e SAT.

2) Grade: leitura de gravidade seguindo um determinado espaçamento, não

necessitando de materialização.

Uma única linha gravimétrica pode conter estações de conexão ou em grade.

Para campanhas de densificação em grade, sempre que for encontrada uma RN ou

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SAT, deve-se estabelecer uma EG de conexão. Normalmente, campanhas exclusivas

para densificação em conexão são realizadas quando novas RRNN são implantadas.

4.3 Desenvolvimento dos levantamentos gravimétricos

As especificações abordam os critérios utilizados nas medições gravimétricas

vinculadas às determinações relativas, realizadas com gravímetros relativos mecânicos

do tipo ótico-mecânico ou digital.

Nos gravímetros relativos, essa aceleração é obtida através da medição de uma

grandeza fundamental (variação de comprimento do sensor) e uso de uma grandeza

derivada (aceleração de gravidade). Tal afirmação implica que nesse tipo de

equipamento é fornecida a diferença de aceleração entre os pontos medidos. Assim,

para se observar aceleração de gravidade nesses pontos é necessário iniciar a

medição num ponto onde se conhece essa aceleração, como uma estação gravimétrica

da RGFB ou uma Básica.

As sucessivas medições gravimétricas relativas, realizadas de forma sequencial,

denomina-se linha gravimétrica. Se a primeira estação de referência coincidir com a

última, tem-se uma linha gravimétrica fechada ou de base simples; se a primeira for

distinta da última, tem-se uma linha gravimétrica aberta ou de base dupla.

4.3.1 Determinação de estação gravimétrica básica

Visando satisfazer aos requisitos de precisão e acurácia, as linhas gravimétricas

deverão ser abertas e fechadas preferencialmente em estações da RGFB, que

apresentam padrões superiores em termos de precisão. Somente em casos

excepcionais, na inexistência de uma estação da RGFB que permita o fechamento da

linha em, no máximo, 48 h, será permitido estabelecer uma nova EG básica através do

transporte do valor da gravidade de uma outra estação de básica do IBGE ou da

RGFB.

Uma estação básica deve ser obrigatoriamente materializada, pertencer a sítios

estáveis e de fácil reocupação. Se possível, aproveitar um monumento geodésico já

existente (exemplo: RN ou SAT), preferencialmente em terrenos sem obstrução para o

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rastreio GNSS, sendo requerido minimamente que o local escolhido permita a obtenção

de coordenadas planialtimétricas por GPS de navegação. A precisão planialtimétrica

mínima exigida será equivalente aos dos receptores de navegação. Entretanto, em

caso de ocorrência de fonte de coordenadas planialtimétricas diversas, a melhor

precisão deve ser adotada. Quando utilizado o rastreio GNSS com receptores de duas

frequências, observar os parâmetros contidos na seção pertinente ao capítulo 2.

No estabelecimento deste tipo de estação preveem-se o emprego de no mínimo

dois gravímetros, sendo o ideal o uso de três. Este processo permite detectar eventuais

erros de observação, ou instrumentais, como o “salto” de leitura, garantindo uma

margem de confiança maior nos valores medidos.

Se forem empregados dois gravímetros concomitantemente, serão executadas

duas linhas gravimétricas por equipamento, correspondendo a quatro ocupações sobre

a mesma estação. No caso de três gravímetros operados em conjunto, será executada

uma linha de medição por gravímetro correspondendo a três ocupações sobre um

mesmo ponto.

Quando uma EG básica for conexão11 com uma estação SAT ou RN, o desnível

máximo entre a referência da estação (chapa ou dispositivo de centragem forçada) e a

base do gravímetro é de ± 50 cm. No caso de uma estação SAT com pino de

centragem forçada, a referência da estação é o topo do pino.

4.3.2 Determinação de estação gravimétrica de densificação

Obrigatoriamente as EEGG de densificação são estabelecidas através de linhas

que se apoiem em estações da RGFB ou EEGG básicas do IBGE. Para medição

desses pontos basta utilizar somente um gravímetro.

O controle da linha gravimétrica será regido pelo critério da diferença máxima

entre as reocupações que não deverá ultrapassar o valor de 0,05 mGal. No caso de

trechos nos quais não estejam disponíveis os valores prévios de gravidade nas

estações para comparação, será necessário realizar uma reocupação sobre uma EG

determinada na mesma linha antes de fechá-la.

11 Uma estação geodésica com conexão é aquela que possui medições planialtimétricas(GNSS), altimétricas e gravimétricas referidas a um mesmo marco físico.

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O espaçamento entre estações de densificação é dado conforme a sua

subclasse:

Conexão: conforme o espaçamento das estações geodésicas existentes; e

Grade: deve seguir o espaçamento da grade de 5’ do modelo de ondulação

geoidal, podendo ser adotados outros tamanhos de grades para projetos específicos.

A precisão planialtimétrica também é dada conforme a sua subclasse:

Conexão: utilizar as informações da estação ocupada. No caso de ocupação

sobre RN, verificar e/ou atualizar as coordenadas planimétricas com receptor de

navegação. Na hipótese de uma conexão tripla, utilizar altitude da RN e coordenadas

planimétricas do SAT;

Grade: a precisão altimétrica obtida por rastreio GPS/GNSS deve ser melhor

que 0,25 m.

Quando uma EG de densificação for conexão com uma estação SAT ou RN, o

desnível máximo entre a referência da estação e a base do gravímetro é de ±1,25 m.

O desnível pode ser negativo quando o gravímetro está abaixo do ponto de

referência do marco, ou positivo, quando o gravímetro está acima do ponto de

referência do marco, conforme ilustrado na figura 2.

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Figura 2: Posições relativas entre o gravímetro e a superfície de referência de uma estação geodésica.

I) Orientações para os levantamentos gravimétricos em Referências de Nível

Caso as estações geodésicas selecionadas para a medição estejam destruídas

ou não sejam encontradas, recomenda-se implantar uma nova a estação gravimétrica o

mais próximo possível do sítio da estação original. O procedimento deve ser realizado

com base no descritivo de localização da RN selecionada. Sugere-se também que seja

estimada e registrada a distância aproximada ao local onde se encontrava a RN.

Durante a ocupação de linhas de nivelamento antigas, é importante assegurar o

desenvolvimento do levantamento gravimétrico compatível com o traçado da linha de

nivelamento sob as condições descritas. Recomenda-se que a medição gravimétrica

seja realizada, sempre que possível, de maneira contemporânea às determinações

altimétricas, para um mesmo trecho e preferencialmente cobrindo a totalidade das

referências de nível da nova linha de nivelamento.

4.4. Operacionalização de gravímetros

Atualmente, durante o estabelecimento de uma EG básica ou de densificação, a

operação de um gravímetro ótico-mecânico ou digital se resume às seguintes etapas:

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I) Gravímetro ótico-mecânico

Instalar e nivelar (através dos parafusos calantes) o gravímetro na estação;

Liberar a balança do gravímetro girando o botão trava, até o seu limite, no

sentido anti-horário;

Deixar o gravímetro estabilizar no mínimo 5 min;

Após estabilizar, efetuar 3 leituras em um intervalo máximo de 3 min (1 min para

cada leitura), e anotar a hora no instante da segunda leitura;

Verificar se a discrepância entre leituras é inferior a 0,003 na graduação do

equipamento. Caso ultrapasse este valor, as leituras devem ser refeitas.

II) Gravímetro digital

Instalação do gravímetro na estação;

Verificar e/ou configurar os parâmetros de observação e as informações do

levantamento, conforme especificidades de cada modelo de gravímetro;

Nivelar o gravímetro (através dos parafusos calantes);

Deixar o gravímetro estabilizar no mínimo 5min;

Iniciar o ciclo de leituras;

Ao término, erro e desvio padrão das leituras deverão ser inferiores a 0,010

mGal e 0,100 mGal, respectivamente. Caso estes valores sejam ultrapassados as

leituras devem ser refeitas.

Gravar os dados;

Para ambos os tipos de gravímetros, sua instalação poderá ser diretamente no

pavimento, caso seja possível o nivelamento do gravímetro, ou em suporte específico,

como por exemplo, um prato ou tripé. Em qualquer dos casos, o desnível considerado

até o ponto de referência da estação deverá ser medido a partir da base do gravímetro.

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Além do desnível, deve-se considerar os valores específicos da diferença (offset)

entre o sensor e a base do gravímetro.

As medições realizadas utilizando-se gravímetros do tipo ótico-mecânico

necessitam que as leituras médias sejam convertidas em unidades de aceleração,

através de tabelas específicas, fornecidas pelo fabricante. Outros tipos de gravímetro

possuem a tabela integrada ao respectivo sistema, sendo seus resultados devidamente

convertidos no momento do levantamento. Cada gravímetro possui uma tabela de

conversão única cujos valores são obtidos através do processo de calibração.

Os gravímetros devem ser calibrados periodicamente, devido a natureza dos

materiais que constituem seu sensor. Cada operação deste tipo gera um novo valor do

fator de calibração para o gravímetro. Esse tópico será abordado em seção 4.8.

Um salto ou anomalia num trecho de medição gravimétrica pode ocorrer, dentre

outras razões, devido ao transporte inadequado do equipamento. Para mitigar esse

inconveniente deve-se acomodá-lo de forma segura e verificar o travamento do

gravímetro antes de deslocá-lo de cada local de medição.

4.5. Correções aplicadas às observações gravimétricas

Devido à natureza das observações gravimétricas, os valores de gravidade não

podem ser diretamente utilizados logo após serem registrados, pois alguns efeitos os

fazem variar. Dessa forma, as correções necessárias a fim de possibilitar a

determinação da gravidade estão relacionadas ao longo deste tópico.

I) Correção da Maré Lunissolar

A interação gravitacional da Terra com a Lua e o Sol, introduz perturbações no

campo de gravidade terrestre, que devem ser removidos da aceleração de gravidade

medida nos levantamentos gravimétricos (VANÍCEK, 1980; GEMAEL, 1986). Entende-

se por força de maré a resultante das forças horizontal e vertical que o Sol e a Lua

exercem sobre a Terra e que causam o deslocamento de partículas líquidas (maré

oceânica) e sólidas (maré terrestre).

A correção de maré lunissolar calculada em uma estação é obtida a partir das

coordenadas geodésicas da estação, dos elementos orbitais da Terra e da Lua, das

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massas da Terra, da Lua e do Sol, e dos parâmetros da elasticidade terrestre. As

fórmulas geralmente usadas para o cálculo da correção de maré lunissolar nas

observações dos levantamentos gravimétricos rotineiros são as de LONGMAN (1959).

A correção de maré lunissolar pode variar, no máximo, de -0,2 a +0,2 mGal em

um dia.

II) Correção da Deriva Instrumental

A medição gravimétrica relativa fornece a diferença da aceleração de gravidade

entre os pontos medidos. Teoricamente, para se obter a aceleração nesses pontos

seria suficiente conhecê-la em qualquer um dos pontos medidos. Na prática,

entretanto, é necessário considerar a deriva instrumental decorrente de pequenas

modificações do sistema elástico do gravímetro durante um intervalo de tempo na

medição desses pontos.

O cálculo da deriva instrumental pressupõe o conhecimento da diferença de

aceleração entre o primeiro e o último ponto medido, considerados como referência ou

base na linha gravimetrada. De acordo com as condições de movimento em que o

gravímetro se encontra no intervalo de tempo considerado, ela é classificada em deriva

estática, se o gravímetro permaneceu em repouso, ou deriva dinâmica, se o gravímetro

permaneceu em movimento. O tempo correspondente à deriva (estática ou dinâmica) é

denominado tempo de deriva (estática ou dinâmica).

Deriva Estática (DE): representa a soma das variações ocorridas nas interrupções

das linhas de medição, ou seja, momento em que o equipamento permanecer parado,

geralmente com duração maior que uma hora, dada por:

DE = mLL 1+m (mGal)…………..…………………...(8)

Onde:

Lm+1 → Leitura média (mGal) corrigida da maré lunissolar, imediatamente ao fim da

interrupção.

Lm → Leitura média (mGal) corrigida da maré lunissolar, imediatamente ao início

da interrupção.

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Havendo mais de uma interrupção, o mesmo processo deverá ser realizado,

sendo que a correção final será o somatório das interrupções anteriores com a

vigente, :

DEi = n

=kmLL

11+m (mGal)……………………………...(9)

DEi → Deriva estática decorrente da i-ésima interrupção.

n → número de interrupções

O tempo correspondente à deriva estática é expresso por:

tE = i+i tt 1 (hora)........................................................ (10)

Onde:

ti+1 → instante da observação imediatamente ao fim da interrupção.

ti → instante da observação imediatamente ao início da interrupção.

Do mesmo modo, havendo outras interrupções, o mesmo deverá ser realizado,

ou seja:

tEi = n

=ki+i tt

11 (hora)……..……………………….(11)

Onde:

tEi → tempo total da deriva estática

OBS: Como a deriva estática ocorre quando o equipamento permanece parado

por mais de 1 hora, as leituras devem ser realizadas no local onde o mesmo ficará

nesta condição, ou seja, as leituras Lm+1 (fim da interrupção) e Lm (início da interrupção)

são leituras extras, não fazem parte do conjunto de estações que compõem a linha de

levantamento gravimétrico.

Deriva Dinâmica ( D D): corresponde à variação ocorrida no período em que o

gravímetro permanece em movimento.

DD = D

1f

t

L–L(mGal/hora)………………………..(12)

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Onde:

Lf → Leitura média (mGal) corrigida da maré lunissolar, ao final do

levantamento (última estação medida).

L1 → Leitura média (mGal) corrigida da maré lunissolar, ao início do

levantamento (primeira estação medida).

tD → tempo da deriva dinâmica, expresso por:

tD = tf – t1 – tEi (hora)…..…………………………..(13)

tf → instante da leitura final da operação.

t1 → instante da primeira leitura no início da operação.

Obs: Como a deriva dinâmica ocorre quando o equipamento permanece em

movimento, as leituras Lf (fim da operação) e L1 (início da operação) são leituras que

fazem parte do conjunto de estações que compõem a linha de levantamento

gravimétrico.

Ao final do levantamento, temos que:

No caso de linhas sem interrupção, será aplicada somente a deriva dimâmica,

ou seja, a correção da deriva (CD) é calculada por:

CD = DD Δti…...…………………………………..(14)

Onde:

Δti → Tempo decorrido entre a primeira e a i-ésima estação medida antes da

interrupção, ou seja, para cada leitura média de uma estação da linha haverá um valor

a ser corrigido proporcional ao tempo decorrido.

Após interrupções na linha , serão aplicadas as derivas estática e dinâmica,

cuja correção da deriva (CD) é calculada por :

CD = DEi + [DD (Δti - tEi )] …………………………...(15)

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4.6 Verificações instrumentais

No instante da medição, o equipamento deve estar em equilíbrio, ou seja, o

somatório das forças externas terá que compensar às condições internas. Contudo,

algumas situações podem alterar esse estado de neutralidade causando tendências no

resultado dos levantamentos. Por esta razão, todos os fatores descritos neste item

devem ser observados antes do início de uma operação de campo, bem como o

controle periódico de suas variações. Na tabela 8 consta uma consolidação das

grandezas envolvidas.

I) Sensibilidade

É o fator que representa a capacidade de retomar a posição anterior, uma vez

cessada a força que fazia seu sistema interno deformar. Quanto maior a sensibilidade,

maior será a capacidade do gravímetro em identificar pequenas variações na

aceleração da gravidade, entretanto, se a sensibilidade for muito alta, ele poderá se

tornar instável. A frequência de verificação da sensibilidade do gravímetro é semanal.

II) Temperatura

Na construção e montagem de um gravímetro são utilizados insumos diversos

que por sua vez, possuem diferentes coeficientes térmicos, como por exemplo:

dilatação linear e termoelásticos. Contudo, a influência deste fator pode ser minimizada

através do uso de corpos que possuam menores sensibilidades a variações térmicas

sendo dotados de artifícios como termocompensação10 e recipientes termostatizados

(câmara estanque), de forma a obter um sistema mais estável e passível de controle

pelo usuário em campo.

É fundamental controlar a temperatura interna dos gravímetros a cada leitura, pois

as perdas podem acarretar observações eivadas de erros. Para o retorno da

estabilização do gravímetro em sua temperatura operacional são necessárias no

mínimo, 2 h. Somente após este intervalo, o aparelho estará apto para realizar leituras

novamente. Grande parte dos problemas de perda de temperatura estão relacionados

à alimentação de energia do equipamento, principalmente quando o mesmo possui

bateria externa.

10 Diferentes materiais capazes de gerar um momento adicional das forças elásticas.

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III) Ajuste dos Níveis

Os gravímetros geralmente possuem dois níveis: um transversal e outro

longitudinal, além de três parafusos calantes responsáveis pelo ajuste fino dos níveis

anteriores. Sendo estimado, que para um erro residual de 2” de arco na horizontalidade

do eixo de rotação do gravímetro, poderá ocorrer um erro na determinação da

gravidade da ordem de – 0,17 mGal (GEMAEL,1999). A periodicidade indicada para a

verificação deste efeito é semanal. Para o gravímetro ótico-mecânico, somente o nível

transversal é ajustado.

IV) Linha de Leitura

Esta verificação é necessária somente para o gravímetro ótico-mecânico, embora

o fabricante indique o valor nominal da linha de leitura, a exata posição do fiel deve ser

verificada mensalmente.

V) Deriva

No gravímetro digital, deve-se verificar semanalmente se o índice de deriva está

dentro dos parâmetros do fabricante. Tais parâmetros variam de acordo com a

especificação de cada equipamento e com o tempo de uso.

4.7 Calibração

A calibração de um instrumento é a operação na qual se determina os valores

numéricos que permitem converter as leituras do gravímetro usado, em unidade de

aceleração. Dependendo da técnica utilizada, a calibração de gravímetros pode ser

classificada em absoluta ou relativa (LR, 1990; LACOSTE, 1991; VALLIANT, 1991). O

IBGE adota em seus procedimentos a modalidade absoluta.

A técnica consiste em medir diferenças conhecidas da aceleração de gravidade e

determinar o fator de calibração pela relação das diferenças conhecidas e medidas.

Δg = C(EL – ER) ……...…………………………..(13)

Onde:

Δg → variação da gravidade entre as estações de partida (referência) e a

estação local

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EL → estação local (medida)

ER → estação de referência

C → fator de calibração

Para a calibração são consideradas uma série de estações gravimétricas

absolutas de altíssima qualidade como referência. A calibração deve considerar a total

amplitude de leitura da área trabalhada normalmente, considerando a variação da

gravidade com a altitude e latitude.

No território brasileiro, para esta finalidade, destacam-se:

– Linha de Calibração Gravimétrica de Agulhas Negras: linha pertencente a RGFB

do ON que possui uma amplitude aproximada de 620 mGal. Suas informações estão

disponíveis em: (http://extranet.on.br/bdgon/gravimetria/index.php)

– Rede Nacional de Estações Gravimétricas Absolutas (RENEGA): esta rede foi

concebida com o objetivo de constituir uma rede de referência gravimétrica com

precisão superior às demais redes relativas brasileiras. Possui uma amplitude

aproximada de 1180 mGal.

4.8 Especificações para o levantamento gravimétrico

A tabela 8 apresenta de forma resumida as especificações tratadas nas seções ao

longo do capítulo 4 no que se refere ao estabelecimento de EEGG básicas e de

densificação.

Tabela 8: Especificações para o levantamento gravimétrico.

Item

Levantamentos Gravimétricos de Alta Precisão

BásicaDensificação

Conexão Grade

Objetivo

Transportar uma referência devalor da gravidade para apoiar

os levantamentos deDensificação.

Modelagem do geoide no territórionacional.

Configuração das linhas gravimetradas

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1.Espaçamento máximo entre estações

De acordo com as áreas deque irão ser densificadas

De acordocom as

estaçõesexistentes ou

com o objetivodo projeto

5'

2.Localização das estaçõesLocais estáveis e de fácil

reocupação

Sobreestações SAT

ou RN

Proximidade dacoordenada do

centro da célula dagrade

3.Tempo máximo para fechamento da linha

48 h

4.Materialização Sim Não

Cuidados por estação em campo

1.Número desejável de gravímetros em operação simultânea

2 (duas linhas) ou 3 (umalinha)

1

2.Condições operacionais por gravímetro

a)Número de leituras ou ciclos12 (2 equip.) ou 9

(3 equip.)3

b)Discrepância entre leituras

gravímetro ótico-mecânico 0,003 graduação

gravímetro digital (Err.) 0,01 mGal

c)Intervalo de tempo para as leituras gravímetro ótico-mecânico (máximo)

3 min

gravímetro digital (ciclo.) 2 min

d)Intervalo de tempo mínimo para estabilização

5 min

3.Desnível máximo entre o gravímetro e o ponto de referência

± 0,50 m ± 1,25 mAltura do suporte

auxiliar

4.Coordenadas planialtimétricasEquivalente ao Receptor de

Navegação

Coordenadasda EstaçãoSAT ou RN

ocupada

Altimetria melhor que0,25 m

5.Anotação do horário e tipo de local (processamento)

Sim

6.Correção de Maré Lunissolar 0,20 mGal

Cuidados por linha gravimétrica (processamento)1. Diferença máxima aceitável na reocupação do ponto de controle

0,05 mGal

2. Correção máxima da deriva instrumental

0,20 mGal

Verificações no equipamento (frequência)

1. Sensibilidade Semanal

2. Temperatura Por ponto

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3. Ajuste dos níveis Semanal

4. Linha de leitura Mensal

5. Deriva Semanal

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