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74ª EDIçãO - 13 A 26 de novembro de 2011 circulação MS, MG E SP Professor da Esalq/Usp afirma que a pecuária poderá ser a maior responsável por emissão de gases se continuar extensiva no Brasil ESPEcialiSta EM cliMa dEfEndE SiStEMa dE confinaMEnto bovino rEdE dE PESquiSa buSca ManEjo Para Mofo branco EM Soja MiniStério EncaMinha ProjEto PionEiro EM avicultura induStrial Página 5. Página 6. S e a pecuária brasileira continuar sendo desenvolvida em sistema extensivo, ela pode vir a se tor- nar a maior responsável pelas emissões nacionais de gases do efeito estufa na atmosfera nos próximos anos, superando o desmatamento e os combustíveis fósseis. A tese é do especialista em mudanças climáticas Cláudio Clemente Cerri, professor da Esalq/Usp, que defende o remanejamento das técnicas de criação de gado no Brasil. "Precisamos aplicar novas técnicas de manejo, mudar as práticas para não transformarmos a nossa valiosa pecuária em atividade poluidora", ressaltou. Cerri V alores hoje são quase 50% dos de período igual de 2010 e estariam mais baixos ainda se o governo não tivesse criado uma política de preço mínimo no setor - São Paulo O setor citricultor brasileiro deve fechar a safra atual com uma produção de mais de Foto: Confinamento Malibu Por Viviane Taguchi participou do Curso "Como o agronegócio está preparando para a Rio+20", em São Paulo (SP), organizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleo Vegetais (Abiove) e pela Associação dos Produtores de Soja do Mato Grosso do Sul (Aprosoja), direcionado exclusivamente a jornalistas do setor. De acordo com dados da Esalq/Usp, a pecuária aparece como terceiro maior 400 milhões de caixas, o que representa a segunda melhor marca dos últimos 15 anos. Este volume traz alguma preocupação, pois o consumo de suco de laranja se estabilizou nos últimos anos na Europa e registrou queda de aproximadamente 25% nos EUA. Com o consumo em baixa e volume alto de emissor de gases do efeito estufa, res- ponsável por 12% do total. Antes dela, aparecem o desmatamento (52%) e o uso dos combustíveis fósseis (16%) e, depois, o setor de fertilizantes, que seria responsável por 10% das emissões. "Mas o Brasil está trabalhando intensamente para reduzir os índices de desmatamento e a indústria automobilística e o setor de agroenergia, através da produção dos carros flex e o uso produção, os preços pagos aos produtores estão quase 50% menores do que em 2010. Este ano, a indústria de suco brasileira recebeu ajuda do governo para garantir preços melhores aos produtores e ampliar o estoque no País. Além disso, o setor espera criar o Consecitrus até abril do próximo ano. de etanol e de biodiesel, para diminuir as emissões de gases na atmosfera", compara o professor, alertando que agora, é a pecuária que precisa ser remanejada para também diminuir a produção dos gases metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O), os mais agressivos ao clima, provenientes das fezes e da urina do gado, respectivamente. "A boa da vez é tornar a pecuária uma atividade sustentável", alerta. Continua na página 4. Confinamento sustentável reduziria a emissão de metano, óxido nitroso e dióxido de carbono na atmosfera Safra GrandE EMPurra PrEço da caixa dE laranjaS Para baixo

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74ª Edição - 13 A 26 de novembro de 2011

circulaçãoMS, MG E SP

Professor da Esalq/Usp afirma que a pecuária poderá ser a maior responsável por emissão de gases se continuar extensiva no Brasil

ESPEcialiSta EM cliMa dEfEndE SiStEMa dE confinaMEnto bovino

rEdE dE PESquiSa buSca ManEjo Para Mofo branco EM Soja

MiniStério EncaMinha ProjEto PionEiro EM avicultura induStrial

Página 5. Página 6.

Se a pecuária brasileira continuar sendo desenvolvida em sistema extensivo, ela pode vir a se tor-nar a maior responsável pelas emissões nacionais de gases do

efeito estufa na atmosfera nos próximos anos, superando o desmatamento e os combustíveis fósseis. A tese é do especialista em mudanças climáticas Cláudio Clemente Cerri, professor da Esalq/Usp, que defende o remanejamento das técnicas de criação de gado no Brasil.

"Precisamos aplicar novas técnicas de manejo, mudar as práticas para não transformarmos a nossa valiosa pecuária em atividade poluidora", ressaltou. Cerri

Valores hoje são quase 50% dos de período igual de 2010 e estariam mais baixos ainda se o governo

não tivesse criado uma política de preço mínimo no setor - São Paulo

o setor citricultor brasileiro deve fechar a safra atual com uma produção de mais de

Foto: Confinamento Malibu

Por Viviane Taguchi

participou do Curso "Como o agronegócio está preparando para a Rio+20", em São Paulo (SP), organizado pela Associação Brasileira das indústrias de Óleo Vegetais (Abiove) e pela Associação dos Produtores de Soja do Mato Grosso do Sul (Aprosoja), direcionado exclusivamente a jornalistas do setor.

de acordo com dados da Esalq/Usp, a pecuária aparece como terceiro maior

400 milhões de caixas, o que representa a segunda melhor marca dos últimos 15 anos. Este volume traz alguma preocupação, pois o consumo de suco de laranja se estabilizou nos últimos anos na Europa e registrou queda de aproximadamente 25% nos EUA. Com o consumo em baixa e volume alto de

emissor de gases do efeito estufa, res-ponsável por 12% do total. Antes dela, aparecem o desmatamento (52%) e o uso dos combustíveis fósseis (16%) e, depois, o setor de fertilizantes, que seria responsável por 10% das emissões. "Mas o Brasil está trabalhando intensamente para reduzir os índices de desmatamento e a indústria automobilística e o setor de agroenergia, através da produção dos carros flex e o uso

produção, os preços pagos aos produtores estão quase 50% menores do que em 2010.

Este ano, a indústria de suco brasileira recebeu ajuda do governo para garantir preços melhores aos produtores e ampliar o estoque no País. Além disso, o setor espera criar o Consecitrus até abril do próximo ano.

de etanol e de biodiesel, para diminuir as emissões de gases na atmosfera", compara o professor, alertando que agora, é a pecuária que precisa ser remanejada para também diminuir a produção dos gases metano (CH4) e o óxido nitroso (N2o), os mais agressivos ao clima, provenientes das fezes e da urina do gado, respectivamente. "A boa da vez é tornar a pecuária uma atividade sustentável", alerta. Continua na página 4.

Confinamento sustentável reduziria a emissão de metano,

óxido nitroso e dióxido de carbono na atmosfera

Safra GrandE EMPurra PrEço da caixa dE laranjaS Para baixo

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JornAL Agroin AgronegÓCioSCirculação mS, mg e SP

Ano iii - nº 7413 a 26 de novembro de 2011

diretor: WiSLey TorALeS ArgueLho

[email protected] - 67 9974-6911

Jornalista responsáveleLiAne FerreirA / drT-mS 152

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direto à redaçãoSugeSTõeS de PAuTA

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ColaboradoresALCideS TorreS

mArCo TúLio hAbib SiLvAScot Consultoria - [email protected]

o Jornal Agroin Agronegócios é uma publicação de responsabilidade da

Agroin Comunicação.

redação, Publicidade e Assinaturas rua 14 de Julho, 1008 Centro

CeP 79004-393, Campo grande-mSFone/Fax: (67) 3026 5636

[email protected] www.agroin.com.br

Agroin ComuniCAção não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nas entrevistas ou matérias

assinadas.

Com a colaboração de Hyberville Neto, médico veterinário e analista de mercado da Scot Consultoria.

Na cria, as vacas são o meio de produ-ção da atividade. Também são um ativo de alta liquidez, que pode ser convertido em dinheiro, ao serem mandadas para o gancho.

Quando o criador vê a rentabilidade encurtar quando a cotação dos bezerros está deprimida, ele vende parte das fê-meas, para compor caixa, uma vez que a venda da bezerrada não é suficiente para suprir o fluxo de caixa.

os resultados dos abates nos dois primeiros trimestres deste ano, segun-do o instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (iBGE) foram de aumento na participação de fêmeas nos abates.

Elas compuseram, respectivamente, 42,0% e 41,4% dos abates nos dois pri-meiros trimestres. Aumentos de 4,3 e 6,4 pontos percentuais, em relação aos mesmos períodos de2010. Figura 2.

Houve uma inversão na tendência de retenção de fêmeas que começou em

2007, pelo menos em relação aos primei-ros semestres.

Aumento do abate de fêmeas no pri-

meiro trimestre em função do descarte de vacas e novilhas vazias, provenientes do final da estação de monta, é corriqueiro.

Mas, no segundo trimestre, o aumento do abate de fêmeas já não pode ser ex-clusivamente creditado a isto. Também está descartada a questão da cotação do bezerro ou da queda de preço do boi gor-do. desta vez o aumento de participação deve estar conectado aos preços atrativos das fêmeas.

de 1997 a 2010, a correlação entre as participações de fêmeas nos abates nos primeiros semestres e nos totais anuais foi de 0,97. Valores mais próximos a 1 indicam forte correlação entre as séries.

ou seja, se a participação aumentou nos primeiros seis meses, a tendência é que encerre o ano com situação seme-lhante.

Um ponto que merece destaque é o volume menor de machos abatidos no primeiro semestre. Foram 7,15 milhões de bois abatidos sob algum tipo de inspe-ção, ante 8,04 milhões nos primeiros seis meses de 2010, recuo de 11,1%.

No mesmo período os abates de fêmeas aumentaram 11,7%. o abate de fêmeas aumentou, mas o recuo nas ven-das de machos intensificou o aumento na participação de vacas no total.

EXPECTATiVASApesar do sinal de atenção enviado

pelos abates de fêmeas, o mercado do boi gordo não dá sinais de excesso de oferta.

No mercado de sêmen, tourinhos e insumos para reprodução, o bom volu-me de vendas indica que está havendo investimento na cria.

Apesar de ter aumentado a partici-pação de fêmeas nos abates do primeiro semestre, o volume de fêmeas disponíveis para reprodução é grande, fato confirma-do também pelo crescimento do rebanho nos últimos anos.

cria ou Gancho?Por AlCides Torres * com a colaboração de com a colaboração de Hyberville NeTo, médico veterinário e analista de mercado da scot Consultoria.

PESquiSaS buScaM MElhorar Eficiência da tEcnoloGia Para clonaGEM dE bovinoSo Centro de Transferência de Tec-

nologias de Raças Zebuínas com Aptidão Leiteira (CTZL) pro-

duziu, em seu laboratório de reprodução animal, os primeiros embriões clonados a partir de células de uma vaca da raça gir de alto valor genético.

o experimento foi realizado a par-tir de células da orelha de um animal recém-falecido. “É nossa rotina produzir

embriões por meio de fecundação in vitro e de transferência de embriões. Mas, foi a primeira vez que realizamos a clonagem integralmente no laboratório”, afirmou Carlos Frederico Martins, pesquisador da Embrapa Cerrados.

Um dos principais objetivos da clo-nagem de bovinos está relacionado ao melhoramento genético do rebanho. “A clonagem comercial tem sido utilizada para

criar cópias de animais com elevado valor genético, tais como vacas com alta produção de leite ou touros com qualidade de carne superior”, explicou o estudioso.

de acordo com ele, a tecnologia também pode ser utilizada para produzir animais transgênicos, os quais podem apresentar no leite proteínas para utilização humana, tais como fatores de coagulação sanguínea e insulina.

FigurA 1. Participação de fêmeas* nos abates e preço do bezerro de doze meses em são Paulo, em r$/cabeça, deflacionadoFonte: ibge / scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

FigurA 2. Participação de fêmeas* nos abates nos primeiros trimestre e semestre e no total anualFonte: ibge / scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

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dEManda Mundial dE aliMEntoS dEvE Garantir bonS rESultadoS no aGronEGócio EM 2012

Em 2012, o cenário positivo deve permanecer. Essa é a avaliação do engenheiro agrônomo An-dré Pessoa, da Agroconsult, que estará presente em Campo

Grande (MS), no próximo dia 25, durante o Seminário MS Agro, que acontece na Federação de Agricultura e Pecuária de MS (Famasul).

de acordo com André, que é também o idealizador do Rally da Safra e da Pecuária, apesar da crise financeira no mercado exter-no, a demanda por alimentos nos países em desenvolvimento, continua alta, gerando a perspectiva de preços elevados em 2012 para quase todas as commodities agrícolas. “Em média, os níveis de preços lá fora devem ser menores que os praticados em 2010 e 2011, mas ainda suficientes para uma boa margem de lucro. Boa parte do custo de produção foi formado com a compra de insumos, realizada antes da subida da taxa de câmbio e com uma relação de troca em

nível historicamente favorável. As chances de repetir um bom nível de rentabilidade em 2012 são altas”, analisa.

Mesmo diante de perspectivas positivas, André aponta medidas de prevenção para o produtor rural. “devem buscar melhorias no processo de gestão de riscos da atividade. o risco de clima deve ser mitigado com uso de seguro agrícola e o risco de oscilações de preços com uso de venda antecipada que tanto pode ser na Bolsa, via mercado futuro, e de derivativos ou via contratos de troca com tradings ou empresas de insumos”, aconselha. o engenheiro agrô-nomo também salienta a importância da capacitação de toda equipe de trabalho. “É o capital humano que faz grande diferença na eficiência do uso das modernas tecnolo-gias que estão à disposição hoje dos nossos agricultores”, finaliza.

MS Agro – Em sua segunda edição, o MS Agro irá apontar os cenários econômi-cos e as tendências de mercado. o evento

é gratuito e terá ainda como palestrantes o professor e pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA/USP), Sérgio de Zen, e o engenhei-ro agrônomo, doutor e professor do CEPEA e consultor do World Bank, da Food and Agriculture organization (FAo) e da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F). Geraldo Sant’Anna de Camargo Barros.

o Seminário é uma realização da Fa-

A combinação de preços de commodities elevados, custos interno estáveis e boa produtividade têm assegurado, nos últimos quatro anos, resultados favoráveis para agricultura brasileira

masul e conta com o apoio da Aprosoja, Bolsa Brasileira de Mercadorias (BB&M), Banco do Brasil, Serviço Nacional de Apren-dizagem Rural (Senar/MS), Sebrae/MS e organização das Cooperativas Brasileiras (oCB/MS). o evento acontece no dia 25 de novembro, no auditório da Famasul. A participação é gratuita e as vagas são limi-tadas. As inscrições devem ser feitas pelo telefone 3043-5219.

ExPortaçõES do aGronEGócio crEScEM 22% EM outubro

o aumento das exportações bra-sileiras do complexo soja, café, complexo sucroalcooleiro, fibras,

produtos têxteis, cereais e farinhas tiveram desempenho significativo em outubro na balança comercial do agronegócio, divulga-da pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento na última sexta-feira, 11 de novembro. os cinco setores foram responsáveis por 81,5% do incremento das exportações do mês. No total, os embarques agropecuários somaram, em outubro, US$ 8,58 bilhões, apontando crescimento de 22,6% na comparação com o mesmo mês de 2010, que totalizou US$ 7 bilhões.

o setor que mais cresceu foi o complexo

sucroalcooleiro, com valor de US$ 1,68 bi-lhão, o que representa um crescimento de 15,3% em comparação ao mesmo mês do ano anterior. o açúcar foi o principal item

exportado desse setor em outubro, com o montante de US$ 1,48 bilhão, ou 9,7% acima do registrado no período anterior. Já em relação ao álcool, houve um incremento de 84,5% quando comparado a outubro de 2010, atingindo US$ 201 milhões.

As exportações do complexo soja al-cançaram US$ 1,39 bilhão em outubro, o que significa um crescimento de 41,8% em comparação ao mesmo período do ano passado. o principal item negociado no mês foi a soja em grão, com US$ 737 milhões e 71,8% de crescimento sobre o ano anterior.

o setor de carnes foi responsável por 16% do total das exportações de outubro, ou US$ 1,373 bilhão. A carne de frango foi responsável por mais de 44% do total das exportações do setor de carnes no mês (US$ 608 milhões). A quantidade embarcada de carne de frango caiu 1,6%, enquanto o preço médio de exportação subiu 14,7%. A carne bovina também apresentou o mesmo desempenho, com elevação da receita de exportação em 16,3%, devido, exclusivamente à elevação

do preço médio de venda em 19%, já que o volume embarcado teve uma redução de 2,2%. Nas exportações de carne suína, o aumento dos preços em 17% também acabou compensando a diminuição de 7,2% na quantidade vendida, ocorrendo um incremento de 8,6% das receitas de exportação do produto (US$135 milhões).

Destinos - Na análise por blocos eco-nômicos ou regiões, os valores exportados pelos setores agropecuários cresceram para China (109,7%); Egito (112,8%); Venezuela (104,1%); EUA (66,2%); e Japão (65,2%).

AcumulADo - As exportações brasi-leiras do agronegócio atingiram o montante recorde de US$ 91,902 bilhões nos últimos 12 meses (novembro/2010 a outubro/2011). Uma expansão de 24,4% em relação aos US$ 73,878 bilhões em exportações no mesmo período do ano anterior. As importações cresceram 32,1%, atingindo a cifra recorde de US$ 16,765 bilhões no período de um ano. No total, o superávit da balança comercial do agronegócio atingiu US$ 75,136 bilhões no acumulados dos últimos doze meses.

Foto: Wisley Torales / Agroimagebank.com

Valor alcançado chega a US$ 8,5 bilhões. No mesmo mês de 2010, valor totalizou US$ 7 bilhões

Foto: Divulgação

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ESPEcialiSta EM cliMa da ESalq/uSP dEfEndE confinaMEnto dE Gado

PECUáRiA RESPoNSáVEL - As mudanças nas técnicas de manejo mais indicadas para a pecuária, segundo o professor, seriam o confinamento do gado,

a inclusão de sistemas de integração de lavoura,pecuária e florestas (iLPF), o plantio direto na palha e a utilização de dejetos animais para a produção de biogas. "o boi tranforma o gás bom em gás ruim porque, no sistema extensivo, ele só se alimenta de gramíneas, que é celulose e lignina. Quan-do estes alimentos fermentam no rúmen bovino, geram metano e óxido nitroso no organismo do animal, que os libera mais tarde através das atividades fisiológicas", explica. "Quando confinados, eles passam a ter outras fontes de alimentação, como

as proteínas, e produzem menos gases". Um estudo realizado pela Associação

dos Criadores de Gado do Mato Grosso (Acrimat), em 2010, aponta que, no sistema extensivo seriam produzidos 15 quilos de Co2 por quilo de carne produzida, enquanto no confinamento, a produção de dióxido de carbono cai para 5 quilos por quilo de carne produzida. Cerri ainda destaca que, no confinamento, é possível utilizar os de-jetos, sobretudo as fezes, para gerar biogás e bioeletricidade.

o pesquisador João Kluthcouski, da Embrapa Arroz e Feijão, de Goiás, diz que aplicar a técnica de iLPF para recuperar pastagens degradadas devolve aos solos os níveis de nitrogênio originais e a formação de lavouras diretamente na palha (que é quando a terra permanece coberta pela

palha seca da cultura anterior) agrega uma elevada quantidade de matéria orgânica. "Revolver o solo para limpa-lo é retirar dele suas propriedades. deixa-lo coberto com a palha evita a perda de água, de nutrientes e forma uma barreira natural para a erosão e pragas afirma.

Segundo Cerri, somente a adoção do sis-tema de plantio direto na palha equivaleria a uma redução de 300 milhões de toneladas de gases prejudiciais na atmosfera por ano. "Reduzindo o espaço da pecuária em confinamentos e aproveitando as pastagens para produzir alimentos, não precisaríamos desmatar novas áreas".

Apesar da pecuária ser apontada como a grande produtora de metano, as plantações de arroz localizadas na ásia são, de longe, os maiores emissores de metano na atmosfera. Cláudio Cerri explica que, quando o solo é coberto artificialmente com água para a produção do cereal, a reação química gera o gás. "o mundo todo tem que tratar o solo com mais carinho". o estudo da Esalq/Usp aponta que a agricultura mundial é respon-sável por 20% das emissões de gases do efeito estufa no planeta, enquanto 66% destes gases vêm da indústria e 14% do desmatamento.

GASES No AR - Nem só o Co2 (dióxido de carbono) é responsável pelo aquecimento global, explica o professor."o dióxido de carbono é, sim, um elemento altamente

Professor da Esalq/Usp afirma que a pecuária poderá ser a maior responsável por emissão de gases se continuar extensiva no Brasil

presente no efeito estufa, mas não é o único que provoca o aquecimento do planeta. Temos gases traços, como ozônio (o3), o metano e o óxido nitroso, enxofre (SF6) e Hidroclorofluorcarbonetos (HCFCs), aerossóis, que são partículas sólidas ou líquidas muito pequenas em suspensão em um gás, e as nuvens (vapor de água), ou seja existem elementos da própria natureza que contribuem para o efeito estufa. No entanto, só podemos controlar e tentar melhorar o que a humanidade produz", afirma.

o professor da Esalq ressaltou ainda que as moléculas destes três gases citados agem de forma diferente na atmosfera, provocando efeitos variados. "o metano e o óxido nitroso, apesar de serem emitidos em quantidade menor que o dióxido de carbono, são mais potentes e tem um po-dermaior de aquecimento", diz.

Para se ter idéia da diferença entre os gases, Cláudio Cerri faz uma comparação simples: 1 quilo de metano corresponde a 25 quilos de dióxido de carbono e 1 quilo de óxido nitroso equivale a 298 quilos de Co2. "de cada 7 petagrama de gases emitidos, 4 ficam retidos na atmosfera e 2,2 são absor-vidos pelas águas. Se não fizermos nada, em 2050 teremos um cenário completamente

diferente", alerta o professor, que afirma que as temperaturas podem ser elevadas em até 5°C neste período.

Pecuária extensiva largamente utilizada no brasil

Foto: Reprodução

Por Viviane Taguchi

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rEdE dE PESquiSa buSca ManEjo Para Mofo branco EM Soja

o mofo branco, doença causada pelo fungo sclero-tinia sclerotiorum, ocorre em aproximadamente 2,7 milhões de hectares da

área de cultivo de soja no Brasil, causando perdas que podem chegar a cerca de 40%. A doença tem maior relevância nas regiões altas dos cerrados (Go, BA, MG, MS, MT), mas também foi identificada no sul do País.

o fungo pode infectar qualquer parte da planta de soja, promovendo manchas aquo-sas e castanho-clara. Ao infectar a planta, o fungo desenvolve uma massa negra e rígida na superf ície ou no interior da haste e das va-gens infectadas, denominada escleródio, que é sua estrutura de sobrevivência. “A doença é de dif ícil erradicação devido à sua ampla

gama de hospedeiros e à longa permanência do fungo no solo”, explica o pesquisador Maurício Meyer, da Embrapa Soja.

Há três anos, a Embrapa Soja coordena um projeto que organizou uma rede de pes-quisa para avaliar a eficiência de fungicidas ao mofo branco. Na safra passada, a rede formada por 15 instituições de pesquisa montou 12 ensaios distribuídos em Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, regiões afetadas pela doença.

A rede avaliou 10 tratamentos com fungicidas, sendo a maioria dos produtos ainda sem registro comercial. os resultados subsidiaram o Ministério da Agricultura a autorizar o registro de alguns produtos. “Em 2011, foram registrados alguns produtos comerciais do princípio ativo fluazinam e da

Além de testes para avaliar a eficiência de controles químicos, a rede está realizando ensaios de avaliação de controle biológico. “Testamos os produtos com formulações a base de Trichoderma (fungo que se desen-volve na matéria orgânica do solo e consegue eliminar as estruturas de resistência do mofo branco)”, afirma o pesquisador.

Segundo ele, as formulações de controle biológico podem contribuir com cerca de 40% de eficiência, por isso são boas opções para compor uma estratégia de manejo. “Pre-cisamos também incluir nesta estratégia de manejo a rotação/sucessão com culturas não hospedeiras; a formação com cobertura com palhada; a atenção à qualidade das sementes e o tratamento das sementes com fungici-das apropriados; a utilização de cultivares com arquitetura de planta mais ereta (para facilitar a aplicação de fungicida e aeração entre plantas) e cuidados com limpeza de máquinas para evitar a disseminação do fungo", explica.

Foto: Embrapa SojaEmbrapa Soja coordena um projeto que organizou uma rede de pesquisa para avaliar a eficiência de fungicidas ao mofo branco.

procimidona que mostraram boa eficiência de controle nos ensaios realizados pela rede", diz Meyer

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ExPortaçõES dE couroS MoviMEntaraMuS$ 166,62 MilhõES EM outubro

o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) encaminhou à organização Mundial de Saúde Animal (oiE, sigla

em inglês) um projeto inovador para a avicultura industrial. A iniciativa tem o objetivo de prevenir doenças como in-fluenza Aviária e Newcastle, certificando subpopulações de animais com status sanitário distinto dentro de um território.

Além disso, em casos de surto dessas doenças, as propriedades que seguirem as medidas de controle e biossegurança reco-mendadas serão consideradas livres para produzir e comercializar seus produtos.

o projeto é resultado de um estudo

As exportações brasileiras de couros e peles registraram US$ 166,62 milhões em outubro, embarcando

26,2 mil toneladas, segundo dados con-tabilizados pelo Centro das indústrias de Curtumes do Brasil (CiCB), com base no balanço da Secretaria de Comércio (Se-cex), do Ministério do desenvolvimento indústria e Comércio Exterior. A receita representa aumento de 21% em relação ao mesmo mês de 2010 e de 2% em relação a setembro deste ano.

“o valor das exportações no acumulado foi de US$ 1,72 bilhão, crescimento de 20% em relação ao período anterior, embora o volume tenha aumentado apenas 1%, em decorrência da crise econômica mundial”, explica o presidente do CiCB, Wolfgang Goerlich.

Segundo o executivo, houve pequena elevação no volume de couros bovinos exportados em outubro comparado ao mês anterior, da ordem de 2%, mas redução significativa em relação ao acumulado dos dez meses de 2011 ante o período anterior: foram 1,98 milhão de unidades, queda de

realizado ao longo de quatro anos em par-ceria com a União Brasileira de Avicultura (Ubabef ), iniciativa privada e agências estaduais de defesa animal. Por meio da cooperação dessas instituições com o ministério foi definido um protocolo de medidas de biossegurança a partir de 10 fatores que representam maior risco para a entrada dos vírus.

Após a adoção dessas ações pre-ventivas, o Mapa vai auditar, fiscalizar e certificar esses estabelecimentos. A medida vai favorecer a manutenção dos mercados compradores em casos de surtos de doenças.

Em 2010, o Brasil produziu 12,2 milhões de toneladas de carne de frango. desse vo-

9% em comparação as 2,17 milhões de peças embarcadas no ano passado.

Em sua análise, a expectativa de fatura-mento para o ano de 2011 é de uma receita ao redor de US$ 2 bilhões, e que será alcan-çado com elevado grau de dificuldade para

lume, 69% destinou-se ao consumo interno e 31% foi exportado. o país é o primeiro

as empresas curtidoras.“os pedidos diminuíram no último

trimestre, refletindo o momento de dificul-dades que a economia mundial atravessa, em particular a Europa. Além disso, nossa competitividade é comprometida pelos

exportador do produto e o terceiro maior produtor do mundo.

conhecidos obstáculos e entraves que integram o chamado Custo Brasil, como câmbio desfavorável, excessiva carga tri-butária, altíssimas taxas de juros, carência de linhas de crédito para capital de giro, e outros entraves”, salienta.

Apesar deste cenário, a indústria bra-sileira do couro, uma das maiores expor-tadoras mundiais, vem se esforçando para diversificar cada vez mais seus mercados, além de aumentar o leque de produtos de maior valor agregado. Um dos exemplos bem-sucedidos é o programa Brazilian Leather, conduzido pelo CiCB em parceria com a Apex-Brasil, que vem apresentando resultados expressivos para a visibilidade e para aumentar o valor do couro brasileiro, alavancando os negócios do setor.

“A agregação de valor e a ampliação de mercados ilustra o esforço do setor: entre 2000 e 2010 a indústria curtidora saltou de 30% para 70% o valor exportado de produtos acabados. Além disso, o número de países importadores do couro nacional cresceu de 68 para quase 100”, destaca Goerlich.

Foto: Reprodução

Foto: Inor Assmann

Medida deve favorecer a manutenção dos mercados compradores em casos de surtos de doenças

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adubação orGanoMinEral (orGânica + MinEral)

Sabemos da importância da adu-bação orgânica na fertilização dos solos, esse papel é complexo e é exercido por diversos meca-nismos, agindo de um lado nas

propriedades f ísicas, químicas e biológicas do solo, e de outro diretamente na fisiologia vegetal.

o avanço do agronegócio está cada vez mais absorvendo a adubação orgâ-nica, notadamente a adubação para a denominada “agricultura orgânica” ou “alternativa”, produzindo alimentos ditos isentos de “elementos químicos”. Eliminar completamente o emprego de fertilizantes químicos seria uma insensatez, pelo fato da agricultura atual estar dependente dos fertilizantes minerais para obtenção de boas safras.

As jazidas de minerais fosfatados e, possivelmente as de minerais potássicos, segundo estudos setorizados, dentro de mais alguns anos se esgotarão. São insumos ditos não renováveis, diferentemente dos orgânicos, sabidamente renováveis. Não devemos ser tão radicais decidindo adubar as terras exclusivamente com fertilizantes minerais ou empregando apenas os orgâ-

nicos. A solução mais inteligente é a adoção do fertilizante organomineral, economizando em quantidades os fertilizantes minerais, por ter fórmula com menor concentração em NPK, e associando à fertilização química o fertilizante orgânico, o qual potencializa os efeitos dos nutrientes minerais, a serem postos à disposição das plantas como demonstram diversas pesquisas agronômicas.

Experimentos realizados por institutos de pesquisa e escolas de agronomia demons-tram o inegável efeito da associação dos fer-tilizantes minerais com os orgânicos, assim, por exemplo, são os trabalhos de Hiroce (27), Hiroce (28) e outros, onde a adubação orgânica foi empregada associada com fertilizante mineral, concluíram os autores em seus trabalhos que “o adubo mineral e orgânico combinados aumentaram os teores de enxofre e manganês nas folhas de cafeei-ro”. Masur e outros (36) estudaram o efeito da matéria orgânica na disponibilidade do fósforo do superfosfato triplo e, segundo os autores, constatou-se uma elevação de 57 % no teor de fósforo assimilável pelas plantas, devido à associação da matéria orgânica com o superfosfato triplo.

o aproveitamento dos nutrientes NPK

dos fertilizantes minerais no primeiro ano de cultura, segundo Malavolta (34), é de apenas 60 a 70 % para o nitrogênio, e para o fósforo, impressionantes 20% de aproveitamento (ou seja, 80% de perdas por fixação). Já o potássio o aproveitamento está entre 50 e 70% em condições de solo desfavoráveis e favoráveis, respectivamente. A matéria orgânica associada ao fertilizante mineral diminui consideravelmente essas perdas devido à presença dos colóides húmicos que tem a propriedade de adsorver ele-trostaticamente nutrientes, graças à ação do húmus e dos microorganismos, e esse conceito foi efetivamente comprovado por inúmeras pesquisas, que mostraram que há aumento de produção decorrente do melhor aproveitamento dos nutrientes pelas plantas, quando a fertilização é feita com adubos químicos e orgânicos.

Também se confirma a economia finan-ceira com a associação de adubo orgânico e químico, devido à grande redução da quanti-dade de adubação química a ser empregada, justamente pela conseqüência causada pelo adubo orgânico – a melhoria no aproveita-mento dos nutrientes. os custos da adubação orgânica (aquisição, frete e aplicação) são

integralmente supridos pelos recursos economizados com a redução nas quanti-dades de adubos químicos, ficando livre ao produtor rural o incremento de produção advindo da associação das adubações or-gânica + química.

E sem dizer, ainda, da melhoria das condições do solo – que é o grande “patri-mônio do produtor rural”, pois a utilização unicamente de adubos químicos saliniza o solo, compacta, prejudica a vida microbiana e não devolve ao solo todos os nutrientes que o agronegócio consome ano a ano, além de deixar adubação residual que prejudica o solo e o desempenho da fertilidade. Já a adubação orgânica tem outro papel: leva ao solo e às culturas todos os nutrientes necessários, descompacta e areja o solo, viabiliza a vida microbiana do solo e deixa continuadamente, adubação residual po-sitiva e benéfica.

Já passa da hora do agronegócio brasi-leiro absorver com seriedade e inteligência os benefícios que a associação das duas adubações alcança, pois sem solo não há pecuária, agricultura, florestas e muito menos, alimentos para um planeta onde já somos mais de 7 bilhões de habitantes.

Por: elisÂNgelA Alves de oliverA, engª. Agrª. CreA/Ms 11.530-d, com colaboração de riCArdo sÉrgio ArANTes PereirA – empresário e advogado

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GEStão dE PESSoaS E EconoMia São oS tEMaS do Encontro EStadual dE lídErES 2011Todos os anos, os líderes

cooperativistas de MS se reúnem para aprimorar seus conhecimentos e ampliar sua visão sobre as

formas de gestão do empreendimento cooperativo no atual cenário econômico. o encontro deste ano ocorre no dia 24 de novembro e congrega uma progra-mação diversificada que passa por duas palestras: “Gestão humanista de pessoas”, com Eugênio Mussak, escritor, professor e conferencista, especialista nas áreas de liderança e desenvolvimento humano e profissional e “Cenário macroeconômi-co para 2012”, com Eugênio Stefanello, economista, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e doutor em economia agrícola.

Mussak lançou o livro Gestão Huma-nista de Pessoas: o Fator Humano Como diferencial Competitivo que será o ponto alto da palestra. o livro traz uma pesquisa de campo com profissionais diretamente

envolvidos com gestão de pessoas, que permite entender a diferença de visão do tema Gestão de Pessoas nos diversos estratos das companhias, incluindo quem exerce a gestão, quem é gerido e quem aconselha e ensina.

Logo após, os alunos dos progra-mas de capacitação do Sescoop/MS, Formacoop e Líderes, recebem seus certificados de conclusão de curso. As crianças vencedoras da Gincana Estadual do Cooperjovem recebem seus prêmios durante o evento.

outra tradição do sistema oCB/MS é o Prêmio de Jornalismo, que está em sua terceira edição e será lançado na ocasião com a presença da imprensa local. Este ano há a categoria online e tem o tema “Empreender para Transformar”.

durante o evento ainda ocorrerá o lançamento do novo site da TV Morena o “Agro debate- Aqui as ideias se en-contram” com a palestra do x-ministro da Agricultura Marcus Vinícius Pratini

de Moraes. Para encerrar a programação do

evento, ocorre a apresentação da Agenda Legislativa Estadual 2011/2014 em par-ceria com a Famasul que contará com a presença de lideranças políticas.

Esta agenda traz a composição da Frente Parlamentar Estadual de defesa do Agronegócio e do Cooperativismo e as principais ações a serem implementadas pela Frente e pela própria oCB/MS, no âmbito do agronegócio e do cooperati-vismo estadual.

“A oCB/MS avança na participação do movimento cooperativista junto às questões políticas da sociedade. A participação do movimento coopera-tivista junto às instituições políticas já rendeu grandes avanços na legislação que busca marcos regulatórios legais para promover a inclusão legítima das cooperativas brasileiras, no contexto econômico”, afirma o presidente da oCB/MS, Celso Régis.

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quEda não rEduz confiança do SEtor SucroEnErGético

Mesmo com a quebra na safra da colheita da cana-de-açúcar e a parada antecipada das usinas, após três quedas

consecutivas no ano, o índice de confiança dos fornecedores do setor sucroenergético, medido no último bimestre, voltou a subir, passando de 0,52 em agosto, para 0,56 em outubro.

o resultado faz parte de pesquisa Mul-tiplus/Fundace realizada pelo Programa de Pesquisa em Agronegócios (AgroFEA) da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEARP) da USP. Segundo o professor Maurício Jorge

Pinto de Souza, da FEARP e coordenador do AgroFEA, o aumento no índice se deve, principalmente, à expectativa dos gestores de um período mais favorável para os ne-gócios nos próximos meses.

“Esse resultado reflete, principalmente, a expectativa com relação ao período de entressafra que se inicia ao final do ano e aumenta a demanda das empresas for-necedoras de máquinas e equipamentos para o setor”, afirma o professor. “Além da retomada dos investimentos no período da entressafra, outro fator que explica esse aumento de confiança é que algumas empresas do setor estão atendendo a demanda de outros setores da economia,

como petróleo-gás e a indústria de celulose e, ainda, a expectativa dos gestores é que a

demanda desses setores continue aquecida”. o resultado final, 0,56 pontos, é formado

pela média ponderada de outros dois índi-ces, o “Índice de Condições Atuais”, com peso 1, e que teve resultado de 0,47 pontos, mesmo índice da última rodada, e o “Índice de Expectativas”, de peso 2., que obteve 0,60, um aumento de 0,05 pontos, em relação a última pesquisa, em agosto. Para cada um deles, o gestor aponta sua visão sobre a Eco-nomia Brasileira, o Sistema Agroindustrial Sucroenergético, os Fornecedores do Setor e a Empresa da qual participa.

No Índice de Condições Atuais, o em-presário responde se houve muita piora, se não se alterou, se melhorou ou melhorou muito. Nesse item a variável Economia Bra-sileira apresentou uma ligeira queda que, de acordo com os entrevistados, deve-se à crise mundial, que reflete em menor demanda por exportações, maior volatilidade do câmbio e maior cautela para novos investimentos.

Foto: Reprodução

Pesquisa aponta que preocupação com a crise econômica mundial preocupa, mas segmento sucroalcooleiro está em alta

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jbS SofrE PrEjuízo dE r$ 67 MilhõES no 3º triMEStrE

ExPoinEl MS GarantE bonS rESultadoS E dEStaca qualidadE GEnética doS aniMaiS

No comunicado do balanço, a empresa explica que o resultado reflete as perdas de US$ 162,5 milhões apre-sentadas pela americana

Pilgrim's Pride (unidade de frango da JBS) e um efeito não caixa da variação cambial.

"Eliminando esses efeitos, o lucro da JBS seria de R$ 372,1 milhões", relata a companhia, enfatizando o desempenho das unidades de carne bovina nos EUA e

Terminou no 13, a Expoinel MS 2011. Ao todo, foram realizados nos dez dias de festa julgamento, palestras

e 11 leilões com a oferta de touros prova-dos, cavalos para trabalho e gado Elite para pista e reprodução; além do Lançamento da Expongen MS, que acontecerá no pró-ximo ano, e a confecção de mais um livro comemorativo sobre a festa.

de acordo com a Nelore MS, Associa-ção Sul-Mato-Grossense dos Criadores de Nelore, a feira registrou nesta edição movimentação de mais de R$ 20 milhões, através dos remates e negócios realizados entre empresas expositoras e criadores; sem contar o impacto na economia e turismo local, com o incremento de visitantes em hotéis, bares, restaurantes e estabelecimen-

no Mercosul. A geração de caixa medida pelo Ebitda

(lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) alcançou a cifra de R$ 786,8 milhões, uma queda de 24,1% em relação ao mesmo intervalo em 2010 - também em reflexo da Pilgrim's Pride.

Com destaque das unidades de carne bovina e suína, a receita líquida consolidada da JBS foi de R$ 15,567 bilhões no período de julho a setembro, resultado 10,6% superior

tos comerciais no geral.Para a maioria das marcas que estive-

ram com espaço montado no Centro de Convenções e Exposições Albano Franco, em Campo Grande, o mais importante foi colocar o nome da empresa em destaque e realizar contatos com importantes e poten-ciais clientes do setor da pecuária.

Já o presidente da Nelore MS, Guilherme Bumlai, destaca a qualidade dos animais que estiveram tanto em pista quanto em oferta nos leilões. “A Expoinel MS superou todas as nossas expectativas. Mais que os valores obtidos com o evento, fica evidente a quali-dade racial e genética do gado Nelore Elite que esteve aqui. Tivemos a oportunidade de conferir o que há de melhor na pecuária seletiva brasileira”, conclui Bumlai.

ao obtido no ano anterior. No terceiro trimestre, 75% das vendas

foram realizadas no mercado doméstico e 25% por meio de exportações.

Considerando somente a operação nos Estados Unidos, a receita da área de bovinos (incluindo a Austrália) cresceu 25% no tri-mestre e chegou a US$ 4,21 bilhões. desse total, mais de US$ 3 bilhões foram de vendas no mercado interno, um desempenho 27,6% melhor do que em 2010.

"Entre julho e setembro tivemos uma

melhora significativa em nossas operações. Capturamos sinergias existentes entre as diversas unidades da JBS em todo o mun-do, especialmente no Brasil e nos Estados Unidos, e integramos algumas atividades", comenta o presidente do JBS Wesley Men-donça Batista em comunicado.

Excluindo a Pilgrim's Pride, empresa controlada pela JBS, a relação dívida líquida sobre Ebitda do frigorífico passou de 3,2x no segundo trimestre para 3,0x ao final de setembro.

Foto: Correio do Estado

O frigorífico JBS revelou que sofreu um prejuízo de R$ 67,5 milhões no terceiro trimestre do ano, ante o resultado positivo de R$ 143,4 milhões apurados um ano antes

Foto: Roberto Matos

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ExPoinEl-MG (ubEraba)york corrêa é o MElhor ExPoSitor do MS na fEira

fEvErEiro

Março Maio

junho

ExPorã 2011 - Ponta Porã-MSyork corrêa faz o GrandE caMPEonato Macho E fêMEa adulta. aléM da caMPEã E rESErvada caMPEã fêMEa jovEM, caMPEã E rES. caMPEã novilha MEnor, caMPEã bEzErra, caMPEão touro jovEM, caMPEão touro SEnior, caMPEão E rES. caMPEão ProGEniE dE Pai E ainda caMPEã E rES. caMPEã ProGEniE dE MãE

ExPoaGro 2011 - douradoS-MSyork lidEra rankinG nacional dE novoS criadorES.GrandE caMPEã, MElhor ExPoSitor, caMPEã fêMEa adulta, caMPEã E rES. caMPEã novilha Maior, rES. caMPEão touro jovEM E caMPEão júnior Maior. aléM dE douradoS, york faturou títuloS EM jardiM E caMaPuã.

ExPoMara 2011 - Maracaju-MSlEilão E ShoPPinG fazEnda São thoMáz batEM rEcordE dE Média nacional. na ExPoMara york foi o MElhor ExPoSitor, MElhor criador, fEz a GrandE caMPEã, caMPEã novilha Maior, caMPEão touro jovEM, rES. caMPEão E ainda a MElhor Matriz. noS MESES quE SE SEGuiraM york Pontuou na ExPobonito, ExPoaqui, ExPoinEl MinaS, ExPobai (aMaMbai-MS), EMaPa (avaré-SP), ExPozEbu E ExPotrêS (trêS laGoaS-MS)

york corrEa é o GrandE caMPEãodo rankinG oficial MS 2010/2011

Fotos: Wisley Torales / Agroimagebank.com

A Nelore Fest MS, considerada o os-car da pecuária do Estado, premiou os melhores de 2011

nos Rankings oficial MS (gado Elite) e do Criador (animais de corte). o evento, organizado pela Nelore MS e que fez parte da programação da Expoinel MS 2011, reuniu no Rádio Clube Ci-dade, em Campo Grande, cerca de 100 pessoas, entre pecuarista e empresários do setor.

o grande vencedor da noite York Corrêa, Foi o Melhor Ex-positor, 2º Melhor Criador, teve a Melhor e a 3ª Melhor Fêmea Jovem com Chilara XX FiV YC e Jade TE S. Nilza respectivamente; 2ª Melhor Fêmea Adulta com Vushala FiV da CB; 3º Melhor Macho Adulto com Nharo FiV YC e Melhor Matriz com Fillara YC.

“É muito gratificante ganhar estes prêmios. Mas o mais im-portante é competir entre amigos, pois todos nós ajudamos uns aos outros”, disse York da Silva Correa.

o Ranking oficial julgou mais de 3.400 animais nas 17 exposi-ções realizadas em todo o Mato Grosso do Sul. Na foto ao lado, dona Vera, York Corrêa, Milena e daniel Corrêa.

linha do tempo:

ExPoGrandE 2011 - caMPo GrandE-MSyork corrêa faz bi-GrandE caPEonato E é o MElhor ExPoSitorGrandE E rES. GrandE caMPEã, caMPEã E rES. caMPEã novilha MEnor, caMPEã fêMEa adulta, rES. caMPEã fêMEa jovEM, rES. GrandE caMPEão, rES. touro SEnior, caMPEão E caMPEã ProGEniE dE Pai E MElhor Matriz

abril

Foto: Denilson Rodrigues

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O Jornal do Agronegócio Brasileiro. Agricultura, Pecuária, Meio Ambiente, Turismo, Indústria e Energia 12

groina 67 3026 - 5636 | [email protected]

por Wisley Torales

Premiação do 1° expoinel open de Tenis rick Amatuzzi, 1° lugar Aguiar Pereira, 2° york Corrêa e 3° lúcio Pereira

OPEN DE TÊNIS - Rick Amatuzzi e Yorki-nho Corrêa tiveram a idéia de promover o 1º Expoinel MS Open de Tênis, que aconteceu no último final de semana da Expoinel MS, na academia Winner Tênis, em Campo Grande. O torneio foi dividido em duas chaves, no sistema todos contra todos, classificando os dois primeiros de cada. Os três melhores colocados ganharam troféus. Um juiz credenciado junto à CBT - Confederação Brasileira de Tênis - foi contratado para apitar as partidas. O 1° lugar ficou com Aguiar Pereira, 2° York Corrêa e 3° Lúcio Pereira.

Quem esteve esta semana em Campo Grande para divulgar o Circuito Feicorte NFT foi Carla Tuccillio do Agrocentro e Alessandro Roppa da Nutron. Alessan-dro ficou apenas um dia, mas Carla e Bruno vieram conhecer a nova sede da Leiloboi e aproveitaram para falar sobre o Circuito. Semana que vem contamos mais sobre esta visita...

PARCERIA + CONTEÚDO = CONTEÚDO DE QUALIDADE - Não é de hoje que o Jornal Agroin vem buscando parcerias para ampliar sua linha editorial e enrique-cer seu conteúdo. Foi assim com o Agrocentro, trazendo notícias da Feicorte, Feinco e Feileite, Embrapa Cerrados e Gado de Corte, Sebrae, Scot Consultoria, Feicorte e Nutrition For Tomorrow Aliance e agora a Organoeste, empresa espe-cializada em adubação orgânica que trará em todas edições do Jornal Agroin um artigo técnico ou uma matéria sobre adubação. Esta é a segunda edição que o Agroin traz o artigo sobre o assunto. Então, se você quer saber mais sobre Adu-bação, acompanhe o Jornal Agroin e se intere do assunto. Bom, agora só falta uma parceria para florestas, nutrição animal, energia, indústria... Na foto Ricardo e Flávio Pereira com dr. Ubirajara (Bira) durante palestra na Famasul.

Mário binotti, rodrigo bernardo, daniel Corrêa, Marcelo Ávila, Mário Morishita, lúcio Pereira, york Corrêa, york (filho), rick Amatuzzi e Aguiar Pereira

PARAGUAY NA SOCIL - Rick Amatuzi não só organizou o Open de Tênis, mas também trouxe um importante reforço para a equipe de vendas da Nutriks, distribuidor Socil para Campo Grande e região. Claidson Leite, mais conhecido como Paraguay. É conhecido pelo seu “desenrrolar” e agilidade. Certa vez um cliente precisava que uma carreta chegasse na região do Corixão (pantanal sul-mato-grossen-se) no menor tempo possível. “Paraguay, preciso de uma carreta na minha fazenda até amanhã meio dia, você pode me entregar?”, isso já era 16 da tarde. No dia seguinte, ao meio dia, a carreta já estava na estrada voltando para Campo Grande. A Nutriks fica em Campo Grande na rua 13 de Maio, 1191, fone 67 3028-7088.

rick Amatuzzi e Claidson leite o "Paraguay", mais novo integrante da Nutriks

3R – Dia 23 de novembro, a partir das 20 horas, acontece o 5° Leilão Virtual Fazenda 3R Convidados serão oferta-

das 60 fêmeas PO e prenhezes. Rogério Rosalin na foto com Danilo Rezende (veterinário da Fazenda 3 Irmãos) e

Gustavo Borges (veterinário da 3R) e Rubinho Catenacci recepcionam os

amigos no Twist Bar para a tradicional concentração. Com transmissão pelo

Canal do Boi, pagamento em 24 parce-las (2+2+20) e cadastro e lances com

Programa Leilões 43 3373-7077.