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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “A VEZ DO MESTRE” ENERGIZANDO PESSOAS - TRABALHANDO EQUIPES AUTOGERENCIAVEIS MARCIA VALÉRIA MACHADO LIRA ORIENTADOR: Prof. Robson Marteko RIO DE JANEIRO – RJ SETEMBRO/2001

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

ENERGIZANDO PESSOAS - TRABALHANDO EQUIPES AUTOGERENCIAVEIS

MARCIA VALÉRIA MACHADO LIRA

ORIENTADOR:

Prof. Robson Marteko

RIO DE JANEIRO – RJ

SETEMBRO/2001

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

ENERGIZANDO PESSOAS -TRABALHANDO EQUIPES AUTOGERENCIAVEIS

MARCIA VALÉRIA MACHADO LIRA

Trabalho monográfico apresentado

como requisito parcial para obtenção

do Grau de Especialista em

Reengenharia e Recursos Humanos.

RIO DE JANEIRO – RJ

SETEMBRO/2001

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Agradeço a Deus por me deixar

chegar até aqui, a minha família, ao

meu filho Humberto por entender

meus momentos de ausência, minha

amiga Luciane Pazito e ao meu

grande amigo e líder Leonardo

Motta, pois sem eles não poderia

concluir este trabalho.

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“Talvez você não tenha escolhido

estar onde está, e é muito bom que

dedique-se a mudar de rumo. Mas,

enquanto estiver aí, aceite o fato e

aproveite o máximo que puder.

Quanto mais você aproveitar os

pequenos momentos, mais prazer

terá em chegar aonde que chegar”.

Ralfh Martson

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S U M Á R I O

RESUMO.............................................................................................................. 06

INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 07

1. EQUIPES AUTOGERENCIÁVEIS .................................................................. 08

1.1. Rumo as equipes autogerenciáveis ..................................................... 10

1.2. Razões básicas para as mudanças às equipes autogerenciáveis ....... 10

2. ENERGIZANDO – MUDANDO PARADIGIMAS ............................................. 13

2.1. NÍVEL UM: Estrutura Tradicional ......................................................... 15

2.2. NÍVEL DOIS: O líder no centro............................................................. 15

2.3. NÍVEL TRÊS: Transição ...................................................................... 16

2.4. NÍVEL QUATRO: Parceria ................................................................... 17

2.5. NÍVEL CINCO: Equipes Energizadas ................................................... 18

3. REGRAS PARA ENERGIZAÇÃO ................................................................... 20

3.1. REGRA NÚMERO 1: “A Síndrome do peixe” ....................................... 20

3.2. REGRA NÚMERO 2: “O desafio do novo” ........................................... 21

3.3. REGRA NÚMERO 3: “Veja o mundo diferente” ................................... 22

3.4. REGRA NÚMERO 4: “Síndrome do alpinista”...................................... 23

3.5. REGRA NÚMERO 5: “A Energização”................................................. 24

4. AS EQUIPES COMO ESTRATÉGIA COMPETITIVA ..................................... 27

4.1. Reconhecendo a explosão do conhecimento....................................... 27

4.2. Se já é bom o bastante, faça-o ainda melhor....................................... 27

4.3. Um só tamanho não serve para todos ................................................. 28

4.4. Equipes e a organização de alto envolvimento.................................... 28

5. EQUIPES ENERGIZADAS PRECISAM DE BONS LÍDERES ........................ 31

5.1. Os líderes ganham poder na transição para equipes........................... 31

5.2 . Os líderes devem ser diretos............................................................... 33

5.3 . Os líderes precisam relaxar, é normal cometer erros. ......................... 33

CONCLUSÃO....................................................................................................... 36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 37

ANEXOS .............................................................................................................. 38

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R E S U M O

A monografia Energizando Pessoas – Trabalhando Equipes

Autogerenciáveis, foi elaborada para o estudo do processo de formação de

equipes autogerenciáveis.

O mundo dos negócios visa cada dia mais e eficácia, exigindo assim

uma constante reformulação nas estruturas organizacionais que vão muito mais

além do que envolvimento do colaborador.

Através de estudos bibliográficos foi desenvolvido um pressuposto

teórico que visa a aplicabilidade das equipes energizadas no ambiente

empresarial.

Energizar equipes é valorizar as pessoas com a energia proveniente

delas próprias e inspiram as ações.

A meta compartilhada indica a chave para o resultado de um trabalho

de qualidade.

Equipes autogerenciáveis não dispensam o gerenciamento. Precisam

de líderes capazes de descentralizarem seu poder, selecionando e treinando seu

grupo para atingir as metas.

Esta monografia expõe teorias referentes a energização de equipes,

formando as mudanças de paradigmas, a estratégia competitiva e o papel

fundamental que o líder exerce neste contexto.

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I N T R O D U Ç Ã O

Este trabalho tem como propósito despertar as pessoas para uma

maneira de gerenciar uma equipe. Uma equipe energizada é um grupo íntegro

que trabalha em prol de uma meta compartilhada sem perder o foco.

Para o sucesso destas equipes é necessário ter transparência e

clareza na execução das tarefas. O trabalho deve ser valorizado e possuir

desafios.

A gerência irá selecionar e treinar todo os membros da equipe para que

possam atingir as mesmas metas, para isso é necessário abrir mão do poder e do

controle.

A motivação é fundamental para atingir a meta compartilhada. É

necessário enaltecer o positivo com o propósito de manter o grupo coeso.

As equipes autogerenciáveis são grupos de pessoas investidas de poder para

gerenciar a si próprias e o trabalho que realizam diariamente.

Elas são diferentes de outros tipos de equipes ou “trabalho em equipe”, pelo fato de

serem estruturas organizacionais formais e permanentes ou unidades que executam e gerenciam

o serviço. Normalmente, os membros dessas equipes não apenas cumprem suas

responsabilidades inerentes ao serviço, mas também planejam e programam os seus trabalhos,

tomam decisões com relação à produção, tomam providências no sentido de solucionar problemas

e compartilhar responsabilidades de liderança.

As equipes autogerenciáveis devem estar vinculadas as evidentes necessidades dos

negócios e a obtenção de resultados.

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1. EQUIPES AUTOGERENCIÁVEIS

As equipes autogerenciáveis são pequenos grupos de pessoas investidas de

poder para gerenciar a si próprias e o trabalho que realizam diariamente. Elas são

diferentes de outros tipos de equipes ou “trabalho em equipe” que você talvez esteja

utilizando atualmente na sua empresa, pelo fato de serem estruturas organizacionais

formais e permanentes ou unidades que executam e gerenciam o serviço. Normalmente, os

membros dessas equipes não apenas cumprem suas responsabilidades inerentes ao serviço,

mas também planejam e programam os seus trabalhos, tomam decisões com relação à

produção, tomam providências no sentido de solucionar problemas e compartilham

responsabilidades de liderança.

Uma equipe autogerenciável é um grupo íntegro de colaboradores responsáveis

por “todo” um processo ou segmento de trabalho que oferece um produto ou serviço a um

cliente interno ou externo. Em diferentes instâncias, os membros da equipe trabalham em

conjuntos para melhorar as suas operações, lidar com os problemas do dia-a-dia e planejar

e controlar as suas atividades. Em outras palavras, eles são responsáveis não apenas pela

execução do trabalho, mas também por gerenciar a si próprios.

Uma equipe autogerênciável é um grupo íntegro de pessoas que normalmente

trabalham em conjunto contínua e diariamente. Não se trata de um grupo formado para uma

finalidade específica, como uma equipe de lançamento de produto, uma equipe que envolve uma

iniciativa da qualidade, ou um círculo da qualidade.

Entre as características distintivas das equipes autogerênciáveis, temos:

- Elas estão capacitadas a compartilhar diversas funções de

gerenciamento e liderança.

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- Elas planejam, controlam e melhoram os próprios processos de

trabalho.

- Elas estabelecem os seus próprios objetivos e inspecionam o

próprio trabalho.

- Elas freqüentemente criam o próprio planejamento e procedem

a uma análise crítica do seu desempenho como grupo.

- Elas podem preparar os próprios orçamentos e coordenar o seu

trabalho junto a outros departamentos.

- Elas normalmente fazem pedidos de material, mantêm controle

de estoque e lidam com os fornecedores.

- Elas – e não aquelas que não fazem parte da equipe – são

responsáveis pela qualidade de seus produtos ou serviços.

Embora existam várias alternativas que façam com que as organizações não se

limitem às estruturas verticais tradicionais, as equipes de trabalho vão muito além das velhas

tentativas de envolvimento do colaborador. É comum os membros de equipe passarem de papéis

mais passivos e reativos a papéis mais atuantes. Assumindo autoridade sobre seu trabalho, as

equipes de trabalho autogerenciáveis se tornam ativamente envolvidas no processo de melhoria

contínua. As equipes engajam seus membros em um espírito de cooperação, troca de

informações, flexibilidade e realização diferente daquele existente na maioria das empresas.

1.1 – Rumo as Equipes autogerenciáveis

Porque será que tantas organizações hoje em dia estão de olho nas equipes de

trabalho? Essa mudança está ocorrendo porque um número maior de pessoas vem percebendo

que as equipes autogerenciáveis oferecem um meio de se realizar os objetivos organizacionais e

atender às necessidades de nossa mutável força de trabalho.

À medida que as fábricas, os hospitais e as empresas prestadoras de serviços como

um todo procuram se tornar mais eficientes, não podem negligenciar as vantagens proporcionadas

pelas equipes de trabalho flexíveis, autodisciplinadas e muitiabilitadas. Enquanto isso, os

trabalhadores reconhecem os benefícios inerentes ao ambiente de trabalho autogerenciável:

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oportunidade de participar, de aprender diferentes habilidades funcionais e de se sentirem uma

peça valiosa das organizações.

1.2 – Razões básicas para a mudança às equipes autogerênciáveis.

Melhor qualidade, produtividade e serviço: Para se manter competitivas, as

empresas de hoje precisam incluir serviço, qualidade, velocidade e contenção de custos em um

único pacote. O sucesso nessas áreas raramente decorre de grandes saltos; ao contrário, vem de

milhares de pequenos passos dados pelos indivíduos em todos os níveis da organização. As

revoluções técnicas são um deles, mas os aperfeiçoamentos diários, tanto do produto como de

processo, já provaram ser um catalisador ainda mais importante. É o que os japoneses chamam

de melhoria contínua. O sentido de propriedade da função resultante do conceito e equipe a uma

ênfase na melhoria contínua, que, por sua vez, levou a saltos surpreendentes de qualidade,

produtividade e serviço.

Maior flexibilidade: Os avanços da qualidade dos serviços hoje dependem

fortemente da habilidade da empresa em descobrir meios de aumentar a sua eficiência de

resposta aos clientes e ao mercado – há muito tempo do “modelo padrão” é coisa do passado. Ao

buscar maneiras de se adaptar mais rapidamente, muitas empresas estão percebendo as

vantagens naturais das equipes de trabalho. Estas podem se comunicar melhor, oferecer mais

oportunidades, encontrar melhores soluções e implementar ações com maior rapidez. Muitas

equipes dos setores de fabricação estão organizadas em “celular” de trabalho, que se recompõem

de forma fluida para atender às mutantes exigências da produção. Devido à natureza das equipes,

os seus membros freqüentemente se empenham mais, ficam mais alertas, são mais atuantes, têm

mais conhecimento e, geralmente, estão mais capacitados a reagir a condições variáveis do que

as forças de trabalho organizadas de forma tradicional.

Custos operacionais reduzidos: Para manter sua competitividade, muitas empresas

vêm sendo obrigadas a eliminar níveis hierárquicos da administração intermediária e da

supervisão. Por exemplo, as fábricas de automóveis norte-americanas costumavam ter dez ou

mais níveis. No entanto, hoje, para competir com outros países, elas estão aprendendo a dirigir

suas fábricas com quatro ou cinco. Com um número menor de gerentes, muitas decisões precisam

ser tomadas nos níveis mais baixos. As equipes autogerenciáveis são um veículo para os

colaboradores assumirem responsabilidades normalmente reservadas a gerentes ou supervisores.

Maior rapidez de resposta à mudança tecnológica: A avançada tecnologia de

fabricação de hoje exige diferentes, e normalmente maiores, habilidades do trabalhador. Essa

tecnologia também cria maior interdependência entre as atividades até então distintas;

conseqüentemente, os colaboradores que antes trabalhavam sozinhos, agora precisam aprender

a trabalhar em conjunto. Além disso, à medida que aumenta a ligação entre os processos de

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produção, estes vão se tornando mais sensíveis às variações. Ao mesmo tempo, as

conseqüências de um defeito são mais onerosas. As equipes oferecem os elos de comunicação e

eficiência de resposta necessários ao bom funcionamento da tecnologia avançada.

Menos categorias funcionais e mais simples: À medida que a tecnologia vai se

tornando mais complexa e a necessidade de flexibilidade aumenta, muitas organizações vêem

uma necessidade correspondente de indivíduos multiabilitados capazes de desempenhar muitas

funções diferentes no trabalho. Houve uma época em que talvez fossem necessárias vinte e cinco

categorias funcionais diferentes para um determinado processo de produção, cada uma

desempenhada por um ou dois colaboradores. Hoje, eles devem desempenhar várias funções,

quase sempre se revezando e substituindo uns aos outros. As equipes são projetadas de modo a

facilitar a divisão de trabalho e o treinamento multifuncional.

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2. ENERGIZANDO - MUDANDO OS PARADIGMAS

A energização é um processo de mudanças, e as mudanças não são

fáceis!

Quantas mudanças importantes aconteceram no século XX, que

alteraram para sempre nossas vidas. Mesmo vivendo em um mundo de constante

mutação, muitas pessoas tendem a resistir ao novo.

Portanto, é normal a dúvida se a energização é mesmo o novo

paradigma de liderança e gestão empresarial.

A mudança para a energização pode e deve ser planejada, para ser

gradual, consistente e profunda. E isto significa que estaremos alterando os

paradigmas das pessoas.

O segredo do processo é, essencialmente, o exercício da

transferência planejada de responsabilidade, juntamente com a autoridade para

tomar decisões, para as pessoas que realizam o trabalho. Isto vai mexer com os

conceitos e padrões que elas possuem a respeito de responsabilidade e

autoridade. Estamos falando de seus paradigmas.

Paradigmas podem ser definidos como "modelos nos quais baseamos

nossas percepções", ou ainda, "padrão através qual entendemos, analisamos e

modificamos o mundo exterior.

Podemos entender que paradigma está relacionada a um padrão ou

modelo conhecido, que referencia nossa visão o mundo, criando condições para

desenvolver nosso poder analítico sobre os fenômenos e informações que

recebemos deste mundo externo. É o conjunto de regulamentos e regras que

"estabelecem limites" para nossa análise, e estabelecem como obter sucesso na

solução de problemas que identificamos, dentro dos limites anteriormente

estabelecidos.

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Estes conjuntos de regulamentos são transmitidos através dos

tempos, fazendo parte da cultura organizacional de uma empresa.

Através dos paradigmas presentes nos ambientes organizacionais,

reagimos às informações externas que recebemos, entendendo, diagnosticando,

analisando e decidindo sobre elas. Isto quer dizer que tomamos decisões e

realizamos ações em função dos paradigmas existentes no ambiente no qual

estamos inseridos.

Durante um processo de mudança planejado, os paradigmas vão

sendo alterados de forma construtiva, criando condições para que as pessoas

assumam mais responsabilidades. Este ciclo de aumento de responsabilidade e

autoridade desenvolve a habilidade das pessoas para se tornarem "donas" de seu

trabalho. Claro que em alguns momentos poderá haver dificuldades, mas o

objetivo é ter níveis cada vez maiores de energização à medida que dividimos

responsabilidades.

Neste novo ambiente energizado, é importante definir limites flexíveis

de autoridade e responsabilidade. A delegação ganha mais sentido, e todos

passam a trabalhar com mais envolvimento.

O processo de mudança que ocorre na implantação da energização e

está sujeito às resistências que algumas pessoas possuem do novo.

Para que os níveis de resistência sejam os mais baixos possíveis, os

novos paradigmas a serem adotados devem ser implementados de forma gradual,

através dos Cinco Níveis de Liderança energização, cada um caracterizado por

mudanças nos papéis, responsabilidades, e comportamentos do líder e do grupo

de trabalho

2.1 - Nível Um: Estrutura Tradicional

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No nível um, o ambiente é desprovido de energização e o líder situa-

se acima do grupo de trabalho e separado dele.

O líder:

- Situa-se entre o grupo e a alta direção na "estrutura tradicional".

- É o único com autoridade para tomar decisões. Destaca-se pelo

cargo e pela posição.

A presidência, ou alta direção:

- Isola-se completamente.

Os membros do grupo:

- Obedecem ordens.

- Trabalham mais para o líder do que uns com os outros.

- Têm acesso limitado à alta direção.

- Restringem a comunicação com o líder devido a conseqüências

negativas.

2.2 – Nível Dois: O Líder no Centro

No nível dois, o líder deixa de ficar acima dos outros Para ficar no

centro da área, mas ainda existe uma clara distinção entre o que o líder faz e o

que as outras pessoas fazem. A maioria das comunicações que ocorrem dentro

do grupo passa pelo líder e que serve de canal de comunicação entre a alta

direção e o grupo.

O líder:

- Ocupa posição central nas comunicações e decisões do grupo.

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- Dirige as atividades de todos.

- Adota uma política de "portas abertas" e é bastante acessível

aos membros do grupo.

A presidência, ou a alta direção:

- É mais aberta, mas ainda está isolada.

Os membros do grupo:

- Dependem do líder para obter informações.

- Procuram o líder para tomar decisões.

2.3 - Nível Três: Transição

No nível três, o líder começa a fazer uma transição, e algumas

tomadas de decisão são feitas por alguns membros do grupo, que começam a

assumir responsabilidades que tradicionalmente eram do líder. O líder também

incentiva a comunicação, cooperação e o trabalho em equipe entre os membros

do grupo, sempre que possível. Entretanto, o líder ainda é uma figura "central"

para o grupo, principalmente por ser aquele que iniciou a transição para a

energização.

O líder:

- Divide a autoridade para tomar decisões, principalmente sobre

como as pessoas fazem o trabalho.

- Estimula comportamentos independentes por parte dos

membros do grupo.

- Promove o trabalho em equipe, a cooperação e a comunicação

entre os membros do grupo.

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- Gasta mais tempo tentando aumentar o poder dos membros do

grupo.

A presidência, ou alta direção:

- Está mais interativa com o nível gerencial.

Os membros do grupo:

- Passam a ter poder para tomar decisões sobre tarefas básicas.

- Redefinem e ampliam o campo de ação de seu trabalho.

- Assumem responsabilidades limitadas que antes pertenciam ao

líder.

- Freqüentemente trabalham juntos com cooperação.

2.4 - Nível Quatro: Parceria

No nível quatro, o líder não é mais uma figura central no processo

decisório e torna-se um parceiro dos membros do grupo. As ligações entre os

membros do grupo podem se tornar ainda mais fortes. Podem depender uns dos

outros na mesma medida que dependem do líder para obter informações e ajuda

nas decisões. Os níveis de energização aumentam.

Além de decidirem sobre como executam seu trabalho, os membros do

grupo também assumem muitas responsabilidades e decisões que anteriormente

cabiam ao líder.

O líder:

- Deixou de ser um "' executor" para dar apoio, aconselhar e ser

um facilitador.

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- Trabalha com os membros do grupo para que a energização

seja uma realidade para todos.

- Coordena os esforços do grupo.

A presidência, ou alta direção:

- Compartilha responsabilidade se o clima entre os níveis

estratégico, gerencial e operacional é de parceria.

Os membros do grupo:

- Executam as tarefas do dia-a-dia sozinhos, com pouca ajuda do

líder.

- Têm uma relação de trabalho estreita com as pessoas de fora

do grupo e, muitas vezes, com os próprios membros do grupo.

- Assumem muitas das responsabilidades que anteriormente

ficavam a cargo do líder e têm autoridade para tomar decisões

nestas áreas.

2.5 - Nível Cinco: Equipes Energizadas

No nível cinco, os membros do grupo são autodirigidos o principal

papel do líder é aconselhar, orientar e dar-lhes apoio. Os membros do grupo

assumem a responsabilidade e tomam decisões sobre tarefas e trabalhos,

incluindo a maioria das responsabilidades que pertenciam ao líder. O líder ainda

fornece orientação e funciona como um recurso, freqüentemente atacando

problemas que ocorrem fora do grupo.

O líder:

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- Dá apoio e aconselhamento aos membros do grupo à medida

que eles assumem responsabilidades de liderança cada vez

mais desafiadoras.

- Transfere sua atenção para atividades e questões externas ao

grupo.

- Busca novas oportunidades de gerar gerenciamento.

A presidência, ou alta direção:

- Possui alto grau de interação e parceria, delegando

responsabilidade e dividindo resultados com os colaboradores

de todos os níveis.

Os membros do grupo:

- Tornam-se autodirigidos.

- Passam a ter domínio completo sobre a maioria dos aspectos

de seu trabalho.

Para viabilizar a transição do Nível Um (Estrutura Tradicional) para o

Nível Cinco (Equipes Energizadas) da Liderança com energização é preciso

trabalhar com os paradigmas das pessoas.

Buscaremos melhores resultados através de uma nova postura

gerencial, um novo modelo de gestão nas organizações, onde as relações de

parceria serão cada vez mais valorizadas.

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3. REGRAS PARA ENERGIZAÇÃO

Para estimular e orientar a mudança dos seus paradigmas,

seguiremos bem cinco regras. Elas foram estruturadas após a análise de vários

processos de mudança que acompanhamos, dentre os quais algumas

implantações de uma nova cultura de energização.

- Regra número l: "A síndrome do peixe"

- Regra número 2: "O desafio do novo"

- Regra número 3: "Veja o mundo diferente"

- Regra número 4: "Síndrome do Alpinista"

- Regra número 5: "A energização"

3.1 - Regra Número 1: "A Síndrome do peixe”

Para implantar a energização devemos entender que é normal as

pessoas sentirem dificuldades em identificar seus próprios pontos de mutação ou

de oportunidade de melhoria.

Esta regra é chamada de "síndrome do peixe”, pois podemos entendê-

la com a seguinte afirmação figurativa:

Isto é o mesmo que dizer o quanto será difícil para um peixe, que

nasceu e cresceu dentro da água, entender, analisar e alterar este ambiente, já

que na maioria das vezes ele nem o percebe integralmente.

Pelo fato de termos "nascido e crescido" num determinado ambiente

organizacional, tendemos a não entendê-lo totalmente e a perder as

oportunidades de identificar novas formas de fazer as coisas.

Por esta razão é que geralmente as "pessoas de fora" do nosso

ambiente descobrem os novos paradigmas.

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Devemos estar conscientes das nossas limitações, respeitar e

compreender as percepções das outras pessoas sobre o nosso ambiente, ou

então, colocarmo-nos num ponto de observação neutro de tal maneira que

possamos descobrir novos paradigmas.

Devemos lembrar sempre da "síndrome do peixe", e estar dispostos a

ouvir sugestões e críticas a respeito das coisas que fazemos e dos nossos

paradigmas.

3.2 - Regra Número 2: "O desafio do novo"

O novo é a energização.

Mudar significa melhorar, buscar constantemente um aprimoramento.

Isto não quer dizer que a mudança será sempre uma experiência agradável, com

melhorias constantes.

A mudança é um processo dinâmico, que requer habilidades como

paciência, capacidade analítica e persistência.

Como processo dinâmico devemos entender que a mudança de um

paradigma trará um período de instabilidade, de queda do desempenho, até que

consigamos atingir um novo patamar de eficiência.

Podemos entender que o atual equilíbrio de desempenho será alterado

por um processo de mudança que visa atingir um novo patamar de desempenho -

o equilíbrio futuro.

Em função da dinâmica da mudança, entre estes dois níveis de

desempenho existe um momento que chamamos de "tempo crítico", onde o

equilíbrio inicial pode sofrer uma queda, como conseqüência da absorção da

mudança pelas pessoas envolvidas.

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Esta queda de desempenho é chamada de "vale do desespero". O

tempo crítico deverá ser bem gerenciado para que esta perda de eficiência seja a

menor possível e dure o menor tempo possível.

Colocar a energização em ação é, portanto, um grande desafio, que

exige coragem e persistência de quem está no processo.

Esta segunda regra - "o desafio do novo" - deve ser bem entendida por

todas as pessoas que propõem-se a realizar mudanças. Existe um tripé de

recomendações que faz com que o processo de mudança seja eficaz:

- Determinar consistentemente o objetivo da mudança

implementar um novo modelo de liderança – A energização.

- Gerenciar o grau de ansiedade e conflito dentro dos grupos, ou

entre indivíduos, quando começarmos a implementar as equipes

enargizadas, ou a distribuirmos poder e responsabilidade.

- Acompanhar o desempenho, monitorando e gerindo os

indicadores e suas tendências, através de Área-chave de

resultado, medida e metas

3.3 - Regra Número 3: "Veja o mundo diferente"

A energização é uma maneira inteligente de despertar as pessoas para

um mundo diferente. Durante toda a nossa infância procuramos interpretar os

dados recebidos do mundo externo segundo nossa intuição e criatividade. A

sociedade coloca-nos em contato com as regras e padrões predominantes e aos

poucos vamos sendo "educados" sobre o que é permitido, o que é bom ou mau, o

que não devemos fazer, e por que não devemos questionar certas coisas.

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O homem moderno leva em média 20 anos para ser inserido no

mercado de trabalho, e mais 15 anos para passar a influenciar neste ambiente.

Ficamos à mercê dos paradigmas existentes, e nossa competência é, na maioria

das vezes, julgada segundo os padrões existentes.

A criatividade e a curiosidade pelo novo geralmente ficam reprimidas e

não somos mais questionadores como costumávamos ser durante a infância.

Para implementar a energização e seus novos paradigmas da liderança

e interação no trabalho, precisamos voltar a "ver o mundo diferente", tornando a

desenvolver as habilidades de criatividade e questionamento sobre tudo o que

fazemos.

Praticar a terceira regra significa estar constantemente pronto para

questionar as coisas que estamos fazendo, e o modo pelo qual estamos fazendo:

- O que estamos fazendo?

- Qual o resultado de cada tarefa que realizamos?

- Por que estamos fazendo o que estamos fazendo?

- O que estamos fazendo agrega valor aos produtos e serviços?

- Por que não fazemos de outra maneira?

- O "cliente" está satisfeito com o que estamos fazendo?

3.4 - Regra Número 4: "Síndrome do Alpinista"

A energização é a próxima montanha!

Na maioria das vezes que uma empresa mantém-se na liderança de

um determinado segmento, e domina o mercado em termos de tecnologia,

produtos e qualidade, ocorre um fenômeno que chamamos de "paralisia de

paradigma".

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Esta paralisia ou "síndrome do alpinista", caracteriza-se pela inércia

que domina o ambiente organizacional de uma empresa bem-sucedida quando

seu patrimônio humano ' pára' no tempo e passa a não desenvolver novos

desafios e a buscar novos paradigmas.

Quando um novo paradigma impõe-se e passa a dominar as

tendências em um determinado segmento, todas as empresas daquele setor

retornam à estaca zero. A empresa líder não pode ter "síndrome da alpinista",

pois estará correndo um sério risco de perder sua posição no mercado.

A energização passa a ser a próxima montanha. Para que não ocorra o

"retorno à estaca zero" é importante realizar constantemente as seguintes ações:

- Pesquisar o mercado, descobrindo tendências e novas

preferências dos clientes, com a participação das pessoas da

organização, através de equipes energizadas.

- Manter um programa permanente de pesquisa tecnológica,

desenvolvendo constantemente novos produtos e buscando

aprimorar seus serviços. '

- Realizar sistematicamente o benchmarking (comparação

seletiva) de seus concorrentes, identificando novos produtos e

comparando suas qualidades com os produtos da própria

empresa.

3.5 - Regra Número 5: "A energizacão"

Esta regra é fundamental para realizar todas as quatro regras

anteriores!

Na verdade, as empresas não existem sem as pessoas. A

energização dessas pessoas é que vai possibilitar a realização das mudanças de

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paradigma. E as interações entre elas serão otimizadas pelos princípios do

energização.

Os três princípios da energização:

- Mantenha a auto-estima

- Ouça e responda com empatia

- Peça ajuda para solucionar o problema

Para canalizar as interações para um nível de energização satisfatório

estabeleça o seguinte:

- A Área-chave de resultado (os objetivos desejados).

- As unidades de medida do desempenho.

- As metas que queremos atingir.

- O feedback constante sobre o desempenho correspondente as

metas mantém um alto nível de energização.

- Quando buscamos novos paradigmas, cria-se uma energização

que impulsiona as pessoas numa nova direção

- Energizar é valorizar as pessoas com a energia que vem delas

e retornam a elas amplificadas?

- A energização, não dá apenas rumo às ações, mas inspira às

ações!

- Aprender e melhorar seu próprio trabalho, cria energização.

- Trabalhar em grupo, com um objetivo de melhorar seu próprio

trabalho, dá energização.

Para que a energização funcione as pessoas precisam de:

Direção - Áreas-cheve de resultado, metas, indicadores de qualidade.

Conhecimento - Habilidades operacionais, treinamento, informação, e

habilidades de interações interpessoais.

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Recursos - Ferramentas da qualidade, matéria-prima com qualidade,

condições físicas apropriadas.

Apoio - Reconhecimento, aconselhamento, feedback, estímulo.

Para dar energização é importante reconhecer e apoiar as pessoas

com quem interagimos:

Explicar o propósito e a importância que se pretende desenvolver.

Mostrar como se faz.

Observar pacientemente como a outra pessoa faz seu trabalho.

Acompanhar e orientar com feedback específico e imediato.

Demonstrar confiança na capacidade da pessoa de obter sucesso.

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4 . AS EQUIPES COMO ESTRATÉGIA COMPETITIVA

Na última década, a magnitude e a velocidade das mudanças em todo

o mundo têm tido um impacto dramático sobre o local de trabalho. Em nenhum

lugar, no entanto, essa mudança teve um impacto tão significativo como no papel

dos líderes de equipe de hoje.

Para compreender as profundas mudanças exigidas dos lideres, nós

primeiro precisamos compreender as mudanças que ocorrem em nossas

organizações, as principais forças impactando a cultura organizacional, e que

impõem mudanças radicais.

4.1 Reconhecer a explosão do conhecimento

O conhecimento é poder. E quando há uma era de profunda mudança,

o conhecimento se expande e aumenta em valor e poder. Hoje vivemos uma

época assim, e uma das maiores mudanças em nosso mundo dos negócios é a

transformação de uma economia de base industrial em uma economia baseada

na informação.

4.2 Se já é bom o bastante, faça-o ainda melhor

A impalpável busca pela qualidade continua a ser uma grande força

pela mudança da organização e um requisito para a competitividade futura. É

importante observar que a melhoria contínua não é uma estratégia imposta de

cima para baixo; todos em uma organização devem trabalhar para criar novas

maneiras para implementar idéias de melhoria da qualidade todos os dias. A

dedicação à qualidade deve se tornar uma parte integral do trabalho de todo

mundo, não uma atividade extracurricular.

São impressionantes os ganhos obtidos com esforços intensos e

contínuos visando à melhoria da qualidade.

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4.3 - Um Só Tamanho Não Serve para Todos

Os consumidores começaram a desenvolver preferências altamente

individuais. A abordagem de "um-só-tamanho-serve-para-todos" está

desaparecendo rapidamente, dando lugar à variedade de produtos - ou sua prima

próxima, a total adaptação às necessidades do comprador - para poder atender

às exigências dos clientes.

A medida que nos esforçamos para melhorar nossa flexibilidade,

velocidade e qualidade, ainda precisamos dar atenção para o que permanece

como uma das medidas competitivas mais importantes.

As forças que dão forma às mudanças nas organizações não estão

limitadas ao clima econômico e de negócios apenas; elas também refletem as

mudanças ocorridas dentro da própria força de trabalho. Se olharmos em volta

dos nossos locais de trabalho (e nosso mundo em geral), veremos uma geração

de pessoas pedindo - mais do que isto: exigindo - uma abordagem do trabalho

bem diferente da de outros tempos. Isso significa que as empresas que esperam

competir com sucesso no futuro precisam reconhecer que seus empregados têm

necessidade de desafio, respeito aos direitos individuais, espírito empreendedor,

confiança e tomada democrática de decisões, e que essa necessidade não reside

apenas em casa, mas também no local de trabalho.

4.4 Equipes e a organização de alto envolvimento

Se você continuar a fazer o que está fazendo, continuará conseguindo

o que está conseguindo.Dado o enorme impacto das forças de mudança em

nossas organizações, não podemos continuar a conduzir nossos negócios da

mesma maneira de sempre ou, dizendo de maneira mais clara, logo não teremos

negócios para conduzir.

Nas atuais circunstâncias, organizações hierárquicas, autocráticas e

funcionais não funcionam. As constantes mudanças na tecnologia, condições de

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mercados processos internos exigem por parte de toda a força de trabalho um

aprendizado incessante, flexibilidade, e uma dedicação quase fanática à melhoria

contínua.

Nós nunca aumentaremos a velocidade com que os produtos chegam

ao mercado se insistirmos em dez, doze e sim, até dezesseis níveis de gerência

em uma instalação de produção com 2 mil empregados. Da mesma forma, nós

nunca deixaremos satisfeitos nossos clientes quando um atendente de serviços

na linha de frente não processar um restituição de R$ 10,00 sem a aprovação de

duas pessoas em posições superiores na hierarquia (que por sua vez precisam

consultar um manual de 200 páginas para ajudar

a orientar suas decisões). Nós nunca aprimoraremos a qualidade de nossos

produtos em uma organização altamente funcionai onde um trabalho passa por

vinte departamentos e depois é descartado por um grupo especial de inspetores

de controle da qualidade.

Equipes interfuncionais são convocadas para resolver problemas dos

clientes. Equipes de produto são formadas para levar novas tecnologias para o

mercado em tempo recorde. Equipes de trabalho naturais e autogerenciáveis

estão aprendendo a assumir maior responsabilidade não apenas pela quantidade

e qualidade de seu trabalho, mas também por algumas funções de liderança que

anteriormente eram desempenhadas por vários níveis gerenciais.

As equipes não são apenas departamentos ou grupos de negócios.

Pelo contrário, elas são um pequeno número de pessoas comprometidas com um

propósito comum, metas de desempenho e uma abordagem pela qual eles são

mutuamente responsáveis.

As equipes realizam o trabalho de uma maneira que seria impossível para

empregados ou gerentes isolados, os quais estão limitados por seus

conhecimentos, habilidades e bases de recursos. Imagine uma única pessoa

reduzindo o tempo de desenvolvimento de um novo produto em 50%. Impossível.

Mas uma equipe? Já foi feito dezenas de vezes.

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5. EQUIPES ENERGIZADAS PRECISAM DE BONS LÍDERES

A concepção errada mais comum e mais lamentável sobre equipes é

de elas não precisam de líderes. A verdade é que as equipes provavelmente

precisam de mais treinamento, orientação e atenção em seus estágios iniciais do

que os mesmos colaboradores individuais precisariam em uma estrutura

tradicional. E o lugar mais lógico para as equipes obterem essa ajuda é com seus

líderes. Se removermos arbitrariamente os níveis de supervisão e apoio,

acabaremos tendo como resultado equipes que se agitam desordenadamente.

Esse é um problema particularmente claro com equipes em instalações

recém-inauguradas. Essas instalações em fase inicial são concebidas com a

esperança de que funcionarão com equipes autogerenciáveis. O erro que

geralmente se comete é presumir que "autogerenciáveis" quer dizer "sem líderes".

O “x” do problema é que os líderes não sabem como serão seus novos

papéis depois da implementação das equipes. Uma maneira de resolver esse

problema é imaginar a “porção” de coisas com as quais os líderes historicamente

têm lidado nas organizações. Essas responsabilidades vão de tarefas de rotinas

ou reativas (tais como acompanhar o tempo ocioso dos empregados e controlar

qualidade) até tarefas mais proativas (tais como desenvolver um programa de

certificação de fornecedores para toda a organização, ou encontrar uma melhor

relação custo-beneficio na forma de cumprir regulamentações do governo).

Na transição para as equipes energizadas, muitas das tarefas de

rotina ou reativas dos líderes são eliminadas ou transferidas para a equipe. Isso

deixa os líderes com um número bem menor de tarefas tradicionais, o que

freqüentemente leva as organizações a acreditarem que podem funcionar com

muito menos líderes ou talvez nenhum. O que elas deixam de antever é que há

uma quantidade equivalente de novas tarefas, necessárias para apoiar as novas

equipes. Nos casos mais bem-sucedidos, os papéis dos líderes são

significativamente reformulados, mas continuam sendo bastante substanciais.

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Geralmente, os novos papéis tendem para tarefas proativas que valorizam de

modo significativo tanto as organizações quanto os clientes.

5.1 Os líderes ganham poder na transição para equipes

O poder não precisa ser uma. proposição do tipo "soma zero". É fácil

confundir-se sobre esse conceito porque muitos dos recursos das organizações

parecem ser como os chamados "jogos de soma zero": "Quanto mais dinheiro eu

negociar para meu orçamento, menos dinheiro estará disponível para os outros

departamentos" ou "Quanto mais espaço o meu departamento ocupa, menos

espaço sobra para você". Dado esse tipo de raciocínio, é compreensível que a

maioria dos líderes tentem proteger aquilo que têm.

Poder e influência, no entanto, são recursos expansíveis. Não é

necessariamente verdade que quanto mais poder tiverem os membros da equipe,

menos poder terá o líder. De fato, quanto mais poder e influência tiver o líder,

melhor será a situação da equipe.

Tradicionalmente, os líderes exercem seu poder internamente através

do controle de seus subordinados. Com a mudança para a estrutura de equipes,

no entanto, a maior parte desse poder precisa ser exercido externamente para

influenciar departamentos de apoio, fornecedores e :outras partes da

organização.

É bom lembrar que o poder real de um líder vem da habilidade para:

- Possibilitar melhorias no processo.

- Atrair recursos.

- Remover barreiras.

- Fazer as coisas acontecerem fora das equipes.

- Ajudar os membros da equipe a usarem todo seu potencial.

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Quando perguntamos à alta gerência de organizações

autogerenciáveis quanto, deles foram capazes de fazer a transição, suas

estimativas ficaram na faixa entre 80 e 90%. A maioria concorda que se os

supervisores realmente desejam mudar, suas chances de sucesso são muito

boas.

5.2. Os líderes devem ser diretos

Líderes de equipe bem-sucedidos devem afrouxar as rédeas, não

soltá-las. Muitos outros, numa tentativa equivocada de fazer uma gerência

participativa, são tão indiretos que parecem ser manipuladores. Na verdade as

pessoas esperam por isso. Mas quando os líderes dão prioridade aos seus

próprios interesses a ponto de excluir os interesses de sua equipe, todo mundo

perde.

Uma maneira de pensar sobre o assunto é que em uma situação de

equipe, o papel do líder passa de dar direções (dizer às pessoas o que fazer ou

dar ordens) para oferecer direções (ciar uma visão de metas compartilhadas).

Uma vez que todos estejam comprometidos com essa visão comum, o líder não

precisa mais ficar se preocupando com os pequenos detalhes. Nesse tipo de

situação, todos ganham.

5.3 Os Lideres Precisam Relaxar, é normal Cometer erros

Se você está alimentando ilusões sobre passar por essa transição

ileso, esqueça. Essa é uma ; transição longa, complexa e difícil. Todo mundo

comete erros. Uma coisa que ajuda a facilitar a transição é abdicar de duas

crenças antigas e contraproducentes:

Quando você não sabe, não pergunte - É praticamente impossível

para os líderes entender tudo o que precisam saber sobre a liderança de equipes

antes de fazer a transição. De fato, é praticamente garantido que todos nós nos

encontraremos em situações em que não saberemos o que fazer. Embora

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provavelmente aceitável tentar descobrir o que fazer por tentativa e erro, haverá

considerável economia de tempo e frustração se os líderes consultarem

treinadores, auxiliares, outros líderes de equipe e até mesmo seus chefes.

Não demonstre vulnerabilidade (fraqueza) - Quase todos os líderes

sentem-se vulneráveis às vezes, então manter uma fachada de invulnerabilidade

exige uma significativa quantidade de energia. Por que não admitir simplesmente

que a transição é um desafio e então ir em frente? Um dos comportamentos mais

eficazes para os novos líderes é se expor - em outras palavras, revelar seus

sentimentos pessoais para os membros da equipe. Quando os líderes dizem

coisas como "Eu estava preocupado por não saber se estava dando a você

orientação suficiente", isso ajuda a criar confiança e melhora as relações com a

equipe. Por quê? Porque os líderes estão mostrando que são humanos também.

A boa notícia é que admitir seus erros e aprender com eles vai lhe

proporcionar o respeito dos membros da equipe muito mais depressa do que

qualquer outro tipo de comportamento. Isso é difícil para muitos gerentes

acreditarem – particularmente aquele, que passaram anos tentando esconder

seus erros, negá-los, ou botar a culpa em terceiros.

Nem todos os erros, é claro, serão tão dramáticos; nem todas as

confissões e revelações terão uma resposta tão positiva. Mas os líderes podem

realmente lucrar com seus erros - e em mais de uma maneira. Os erros não

apenas apresentam oportunidades para mostrar que o líder é humano e para

ganhar a confiança das equipes: eles podem resultar em profundas revelações

de ordem pessoal, e proporcionar um aprendizado constante.

Fazer a transição para uma cultura baseada em equipes não é tão intimador ou

difícil como possa parecer, especialmente se você não for vítima dos mitos

populares sobre a liderança de equipes. A realidade é muito mais encorajadora.

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C O N C L U S Ã O

Energizar pessoas vai muito além de capacitar e motivar decorre de um novo

olhar sobre as relações interpessoais existentes na estrutura organizacional de uma

empresa.

Pude perceber com este trabalho que as equipes autogerênciáveis realizam

trabalhos de qualidade mantendo a auto-estima, a empatia e a reciprocidade para

solucionar o problema.

Caberá ao líder democratizar o ambiente de trabalho, onde o grupo acreditará

na importância do trabalho em conjunto.

A liderança no ambiente empresarial vem sendo mau administrada na maioria

de seus segmentos, não há mais espaço para imposições infundadas é necessário

proporcionar a energização das equipes para a transformação dos “modelos” pré existentes

de gerenciamento.

Processar mudanças na reestruturação das empresas de acordo com suas

atitudes e comportamentos, minimizando a hierarquia e a distância entre líderes e

liderados, atribuindo mais valor a relação participativa e desafiadora dos departamentos

organizacionais.

A empresa energizada inverte a pirâmide organizacional, estimula o comportamento total

de todas as pessoas da organização, valoriza o ser humano e diferencia-se devido uma

forma inovadora de gestão, pois há organizações que adotaram esta filosofia de trabalho,

alcançou excelentes resultados devido a credibilidade aplicada na energia criativa dos

indivíduos que estão em constante aperfeiçoamento e motivação.

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R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S

JEANNE M. WILSON, Jill George, Richard S. Wellins e William C. Byham A Liderança Zapp !.

Rio de Janeiro: Editora Campus, 1995.

_____________________Equipes Zapp !. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1994.

ALFREDO PIRES DE CASTRO Zapp ! em Ação. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1994.

IAIN MAITLAND Como Motivar Pessoas. São Paulo: Editora Nobel, 2000.

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A N E X O S