EMREVISTAANER: CONTEÚDO É O NOSSO FORTE

No primeiro número do Em Revista em sua nova fase, aqui estamos nós na mídia digital, como convém a uma entidade sempre ligada

às revistas impressas, mas com total interesse em entrar para o novo mundo dos dispositivos que reproduzem com fidelidade o conteúdo das revistas.

A boa notícia é que quem tem iPad, e outros aparelhos eletrônicos semelhantes, já criou o hábito de baixar revistas, pagando por elas.

Dessa forma, a criação de conteúdo, onde nós revisteiros somos insubstituíveis, tem agora novas janelas para se expandir.

Agora é só folhear as cinco páginas do nosso informativo ANER, para se convencer de que o nosso slogan é verdadeiro: “Conteúdo é o nosso forte”.

Ano 1 • Número 1 • Fevereiro 2011 • Publicado pela Associação Nacional dos Editores de Revistas

Um informativo para falar só de revistas

Campanha ANER 25 anos: “Conteúdo é o nosso forte”A ANER celebra 25 anos de

trabalhos voltados à defesa e promoção do mercado editorial de revistas e da liberdade de expressão. A campanha “ANER: Conteúdo é o nosso forte” deu início às comemorações. Desenvolvidos pela agência de publicidade Mahy Comunicação, os três anúncios de página simples começaram a ser veiculados em janeiro em revistas das editoras associadas da ANER e jornais – uma parceria com a Associação Nacional de Jornais – de todo o país. “A campanha de comemoração dos 25 anos de ANER é baseada nos números da ANER. 25 anos e 10 motivos para o sucesso das revistas”, explica Daniela Morgado, diretora comercial da Mahy.

O objetivo é homenagear a instituição e seus associados,

representados por seus logotipos na composição dos anúncios. “São eles [os associados], que com sua credibilidade fazem da ANER uma associação sólida e respeitada por toda a mídia”, completa Daniela. O foco da campanha, que deve ser divulgada o ano inteiro, é destacar a importância das revistas e o papel da ANER no desenvolvimento das publicações. A associação planeja também um comercial a ser exibido nos cinemas.

Este ano, o V Fórum ANER de Revistas estará incluído entre os eventos de comemoração, já com data e local marcado: dia 12 de setembro de 2011, no Hotel Hyatt.

A associação organiza ainda workshops, com assuntos como o benefício do uso das redes sociais para as editoras (mais informações na página 3), e prestará reconhecimento a personalidades que contribuíram com a liberdade de expressão no Brasil. O primeiro a receber a homenagem será o Vice-Presidente da República, Michel Temer, grande defensor da liberdade de imprensa no país e colaborador da associação.

Eventos comemorativos

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Toni Pires

Roberto Muylaert, presidente da ANER

Revistas brasileiras no iPadUma das responsáveis pela

popularização no Brasil do CD-ROM e de filmes em DVD encartados em revistas, a Editora Europa foi também a primeira no país a disponibilizar suas publicações para o iPad.Logo após o lançamento do revolucionário dispositivo portátil da Apple nos EUA, a editora deu início a pesquisas e contatos com empresas para a criação de aplicativos, os chamados “apps”, que possibilitassem a expansão para a nova plataforma. “Começamos por Bangalore, na Índia, e acabamos fechando negócio [com a PixelMags] na Califórnia”, explica Aydano Roriz, chairman da Editora Europa.

Com um bom investimento e muito trabalho, no dia 5 de agosto de 2010 – quatro meses após o lançamento do tablet da Apple e quatros meses antes do início das vendas no Brasil – já estava disponível para iPhone e iPad a edição mais recente da

revista Natureza, além dos 12 números anteriores. Nos dias que se seguiram, outros cinco títulos da Editora Europa já podiam ser adquiridos no novo formato. Hoje a editora disponibiliza a versão digital de 11 revistas mensais.

“Para nossa surpresa, um mês depois, quando a Veja foi lançada no iPad, já estávamos vendendo revistas em 32 países. Quando eu poderia imaginar

que alguém iria comprar uma revista da Editora Europa no Kuwait?”, surpreende-se Aydano. “Mas é preciso reconhecer que a entrada da Editora Abril na nova plataforma, em setembro, foi excelente. Deu maior visibilidade e uma espécie de aval de que publicações no tablet não são apenas um modismo. São um negócio. E negócio pra valer”, completa.

A Editora Europa passou, então, a trabalhar em seu próprio sistema para o desenvolvimento de apps, permitindo o acesso de seus produtos em iPads e similares. Agora já estão disponíveis para compra na AppStore, a

loja da Apple que comercializa os aplicativos para o iPad, livros, guias e edições especiais no formato digital. Desde o início da parceria com a empresa de Steve Jobs, em 21 de dezembro, já foram publicados mais de 20 livros, com pelo menos dois lançamentos por semana.

“Gosto de pensar que o iPad sempre foi o sonho secreto de todos os editores do planeta. Ainda hoje, perdemos um enorme tempo – e dinheiro – com atividades acessórias. Penso que ele vai ser a nossa carta de alforria. A libertação dos editores, para fazer, essencialmente, aquilo que sabem e gostam: editar. E a custos e riscos infinitamente mais baixos”, conclui Aydano.

Para quem quer explorar as opções do formato digital, Aydano sugere que a editora busque um parceiro com domínio da tecnologia voltada a aplicativos para tablets ou a formação de uma cooperativa para o desenvolvimento de um mecanismo próprio para a publicação das revistas.

No Brasil, enquanto os jornais ainda se apresentam de forma tímida nos novos dispositivos tecnológicos, as revistas têm se mostrado grandes investidoras em formatos digitais. Diversas publicações desenvolveram aplicativos para o envio de notícias e atualizações para smartphones, iPhone e iPod

Outros títulos no iPadTouch e, no segundo semestre de 2010, iniciaram sua ampliação para o mundo dos tablets, com o lançamento das versões para iPad. Além da pioneira Editora Europa, conheça os títulos das editoras Abril, Globo, Três e 4 Capas que já estão disponíveis para serem adquiridos na App Store.

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ANER promove workshop sobre redes sociais

Edições Globo Condé Nast trará versão brasileira da GQ

Mídia em pauta

No dia 13 de abril, acontecerá o Workshop ANER Digital: Redes Sociais. O curso terá duas abordagens: o uso das mídias sociais pela publicidade e pelo mercado editorial.

Um dos palestrantes confirmados é o brasileiro Ricardo Pomeranz, formado pela Cornell University e atual Global Chief Digital Officer do grupo Rapp Collins Worldwide e autor dos e-books Manifesto do Marketing de Relacionamento e Deixem os Consumidores Falarem. Ele fará a apresentação de “Mídia Social como Estratégia de Comunicação”.

Com passagens pelas equipes do Yahoo e da Modem Media, também está confirmada para o evento a palestra de Fernando Tassinari, diretor-geral da agência digital Razorfish Brasil. O workshop ainda trará Rafael Sbarai, editor do site Veja.com e mestre em Jornalismo Digital e Colaboração.

Além das palestras, a associação promoverá debates entre os participantes. A ANER realiza o evento no Auditório Paulinas, das 8h30 às 18h. Marque na sua agenda!

Mais informações pelo aner@aner.org.br ou pelo 3030-9390.

Mídias tradicionais X mídias sociais – Realizado no início de fevereiro em São Paulo e simultaneamente em outras oito cidades do mundo, o evento Social Media Week – maior encontro sobre internet e mídias sociais do planeta – divulgou o estudo “Verdades, Mentiras & Mídias Sociais”. O trabalho revela que, no Brasil, ferramentas da internet como Orkut, Facebook e Twitter ainda são totalmente pautadas pelas revistas, jornais, televisão e sites de notícia. Já quando avaliada a influência das redes sociais na mídia tradicional, onde a cobertura dos fatos é mais aprofundada, os resultados da pesquisa mostram que a ação ainda é pouco expressiva.A Edições Globo Condé Nast prepara a versão brasileira da

revista GQ, com o desafio de transformá-la em uma referência de estilo e comportamento do homem moderno. Integram a

nova equipe o publicitário Rafael Ferreira, com passagens pelas editoras Spring (revistas ESPN Brasil e América Economia) e

Siquini (revistas Polo, Golf e Iate), e Carla Rabelo, ex-Agência Click, Grupo Opportunity, Banco Real e Glamurama. Depois de

cinco anos na Editora Globo, Marcelo Dória assume a diretoria de Publicidade da GQ. À frente da equipe estão os diretores de Mercado Anunciante Ricardo Kowarick, da EGCN,

e Gilberto Corazza, da EG.

A nova UMACom o projeto de ampliar o seu portifólio de títulos periódicos fortes, a On Line Editora lançou neste mês a nova revista UMA. Voltada a mulheres modernas de 25 a 50 anos, pertencentes às classes A e B, a publicação mensal abordará assuntos sobre beleza, moda, saúde, carreira e comportamento. A divulgação da periódica é veiculada em comerciais de TV, spots de rádio, anún-cios em jornais e em revistas da On Line Editora, além de e-mail marketing para 300 mil contatos.

Editora Três relança a Revista StatusEm abril, a revista Status retorna aos pontos de venda pela Editora Três. Com a proposta de ser uma publicação voltada ao homem do século XXI, a intenção é que a nova versão possa ser lida a dois. Uma revista masculina com assuntos de interesse do casal. O público-alvo são homens das classes A e B, de 35 anos ou mais. A revista será divulgada em jornais e revistas, além de comerciais em rádio e TV.

News Corp lança The Daily – Teve grande destaque na mídia mundial o lançamento do The Daily, primeiro jornal produzido exclusivamente para iPad. Na expansão do novo modelo de jornalismo digital, a News Corp – um dos maiores conglomerados de mídia do mundo – realizou um investimento inicial de US$ 30 milhões, além do custo operacional de US$ 500 mil por semana. A corporação pretende levar o The Daily outras plataformas de tablets.No mercado das revistas digitais, em dezembro de 2010, a Virgin Media, um dos maiores grupos de comunicação do Reino Unido, lançou a primeira publicação exclusiva para iPad, denominada Project. A publicação utiliza de recursos para a atualização da edição durante o mês.

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Em contínua expansão, o mercado editorial de revistas apresentou novidades interessantes em 2010. Com mais de 20 títulos periódicos novos lançados e 80

edições especiais, as publicações investiram nos mais diversos segmentos.

Os associados da ANER são grandes investidores em novas publicações e,

consequentemente, os responsáveis pelo reaquecimento dos negócios no mercado de

revistas.

O crescimento do mercado editorial

brasileiro

Entre janeiro e novembro de 2010, as revistas ganharam destaque na procura do mercado publicitário. Segundo dados divulgados pelo Projeto Inter-Meios, foram aplicados R$ 1,7 bilhão na divulgação de marcas, serviços e produtos nas revistas. Os valores representam um aumento de R$ 225,8 milhões em relação ao investido em publicidade no mesmo período do ano anterior. Uma variação positiva de 14,92%.

Quando analisado o faturamento direto (sem a intermediação de uma agência de publicidade), a variação é ainda maior: uma alta de 19,28%.

No ano passado, foram veiculadas 100.886 páginas destinadas a anúncios. Este dado mostrou um crescimento de 2,9% em comparação a 2009, quando a publicidade ocupou 98.021 páginas das periódicas. Mantiveram-se no pódio das mais procuradas pelo mercado as semanais de informação, as femininas e as do segmento de celebridades.

A porcentagem valeu às revistas o terceiro lugar entre os meios de comunicação mais procurados pelos anunciantes, com o share de 7,37%, abaixo apenas da televisão (63,11%) e do jornal (12,48%). A busca do mercado publicitário pela internet também se destacou pelo crescimento de 28,14%.

Publicidade em revista movimenta R$ 1,7 bilhão

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Artigo The New York Times

Por Nick Bilton

Hoje de manhã decidi fazer um pequeno experimento: abri meu

iPad, cliquei no ícone da Wired e comprei a edição mais recente da versão digital da revista. Depois de ter concordado em pagar U$ 4, comecei a baixar a edição digital. Para a próxima fase do meu experimento, peguei a chave do carro, saí do meu apartamento e dirigi cerca de 12 quarteirões até uma loja de revistas no Brooklyn, onde também comprei a edição impressa da Wired.

Durante essa minha “expedição”, não furei nenhum sinal vermelho, não ultrapassei o limite de velocidade, nem estacionei em lugar proibido. No entanto, ao chegar em casa com a versão impressa da Wired em mãos, notei que o download da edição digital ainda não havia terminado. Qualquer leitor da Wired chamaria isso de um “Fracasso Épico”.

Você não precisa ser formado em Ciências da Computação para concluir qual é o resultado desse experimento. Atualmente as revistas digitais são grandes e volumosas demais e isso quase que anula um de seus principais propósitos: a promessa de acesso instantâneo ao conteúdo e à informação.

“Os editores não estão pensando muito na entrega do produto e nas limitações disso”, afirmou Ned May, analista da Outsell, empresa de pesquisa de mercado com ênfase em publishing e tecnologia. “De certa maneira, isso nos faz lembrar o início da Internet, quando tínhamos que esperar 15 minutos para baixar uma única imagem.”

meses”, disse Pamela McCarthy, sub-editora chefe da The New Yorker. “Estamos trabalhando na redução do tamanho do arquivo da revista desde o início.”

Uma representante da Condé Nast disse que os executivos que possuem informações sobre o tamanho das revistas digitais a serem lançadas não estavam disponíveis para comentar sobre o assunto.

De acordo com um relatório divulgado recentemente pela Forrester, 49% dos donos de tablets lêem revistas e jornais regularmente em seus aparelhos. No entanto, eles têm menor propensão de baixar uma revista para ler. Forrester também observou que 72% dos usuários de tablets procuram por notícias e outras informações na Internet.

“Nossos dados mostram que os usuários de tablets passam mais tempo na Internet do que usando os aplicativos”, afirmou Rotman Epps. “No próximo ano, algumas editoras vão começar a testar o uso de aplicativos em browsers, que não dependem de downloads.”

Os arquivos das revistas digitais também são pesados por causa dos vídeos e imagens presentes nas edições, que oferecem uma experiência mais rica para o leitor.

May, analista da Outsell, acredita que as revistas precisam encontrar uma maneira melhor de equilibrar o conteúdo rico com a atual velocidade das conexões. “Enquanto a velocidade dos downloads não melhorar, os editores precisam ir um pouco mais devagar com seus planos. O conteúdo não é rico se ele não existe,” afirmou May.

Quando a Condé Nast, a editora da Wired, lançou a versão digital dessa revista no ano passado, milhares de entusiasmados leitores em todo o mundo foram ler a publicação em seu novo formato. No entanto, não demorou para que as reclamações sobre o tamanho do arquivo da Wired começassem a aparecer pela Internet. Desde então, o tamanho do arquivo da revista foi reduzido pela metade, mas ainda é grande demais para as redes atuais.

Segundo Sarah Rotman Epps, analista sênior da Forrest Research, o tamanho enorme dos arquivos reflete a esperança de muitas revistas de oferecerem uma réplica exata do produto impresso.

“Eles querem replicar cada página da revista – e os anúncios também – para justificar o custo do espaço publicitário”, afirmou Epps em uma entrevista. “Em parte, eles estão tentando fazer esse produto novo funcionar seguindo um modelo de negócios antigo.”

Consequentemente, o arquivo de uma revista pode ser tão grande quanto o de um programa de televisão de 30 minutos. O download da versão digital da Wired, com seu arquivo de 250 MB, leva cerca de 40 minutos com uma conexão DSL caseira. A versão digital da New Yorker, também publicada pela Condé Nast, tem entre 100 e 150 MB e o download leva de 15 a 20 minutos (Claro que algumas conexões domésticas são mais rápidas).

Mas parece que muitos têm conhecimen-to deste problema. “O nosso objetivo é um arquivo ainda menor. Os leitores verão uma grande melhora nos próximos

Uma corrida entre as revistas digitais e as impressas

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Nick Bilton é repórter de tecnologia e principal autor do blog Bits, do The New York Times. Ele escreve, entre outros tópicos, sobre o desenvolvimento tecnológico, o futuro da tecnologia e o impacto social da Internet na nossa cultura e na mídia.