EI aposta em conteúdo de nicho longe da TV · ague ao vivo, que onde quer que ela esteja, ela vai...

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A saída do Esporte Interativo da televisão paga pegou o mercado de sur- presa na última semana. Para executivos da emissora, no entanto, a me- dida foi um adiantamento do que as novas tecnologias impõem sobre os agentes do esporte. Para o canal da Turner, a internet tem abraçado o conteúdo de nicho, o que força a televisão a ficar com apenas os produtos mais populares. A Máquina do Esporte foi o primeiro veículo do país a falar com Fábio Medeiros, head de esportes da Turner e único dos fundadores do Esporte Interativo a seguir no negócio desde a mudança anunciada no dia 9. Ele explicou como o antigo canal passará a funcionar dentro do que a Turner tem pensado para a televisão. “Sempre haverá espaço para conteúdo de qualidade, como uma Champions Le- O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO DO POR ERICH BETING EI aposta em conteúdo de nicho longe da TV 1 NÚMERO DO DIA De dólares é a premiação que será dada ao time campeão da Libertadores; a Conmebol disse que quer dobrar o valor em 2019 11 mi EDIÇÃO 1069 - QUARTA-FEIRA, 22 / AGOSTO / 2018

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A saída do Esporte Interativo da televisão paga pegou o mercado de sur-presa na última semana. Para executivos da emissora, no entanto, a me-dida foi um adiantamento do que as novas tecnologias impõem sobre os

agentes do esporte. Para o canal da Turner, a internet tem abraçado o conteúdo de nicho, o que força a televisão a ficar com apenas os produtos mais populares.

A Máquina do Esporte foi o primeiro veículo do país a falar com Fábio Medeiros, head de esportes da Turner e único dos fundadores do Esporte Interativo a seguir no negócio desde a mudança anunciada no dia 9. Ele explicou como o antigo canal passará a funcionar dentro do que a Turner tem pensado para a televisão.

“Sempre haverá espaço para conteúdo de qualidade, como uma Champions Le-

O B O L E T I M D O M A R K E T I N G E S P O R T I V O

DO

POR ERICH BETING

EI aposta em conteúdo de nicho longe da TV

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N Ú M E R O D O D I A

De dólares é a premiação que será dada ao time campeão da Libertadores; a Conmebol disse que quer dobrar o valor em 201911mi

EDIÇÃO 1069 - QUARTA-FEIRA, 22 / AGOSTO / 2018

ague ao vivo, que onde quer que ela esteja, ela vai atrair audiência. Mas é claro que a procura por esporte de nicho vai saindo da TV paga e indo para a internet. Hoje, no Brasil, muito mais gente tem acesso à banda larga do que à TV paga”.

Com essa medida, a Turner atuará em duas frentes com o Esporte Interativo. A primeira, focada no esporte, está exclusivamente nos meios digitais. Hoje, por exemplo, o canal conta com 16 milhões de seguidores no Facebook, em que as informações são divulgadas de forma mais segmentada possível, seja em relação ao time ou à modalidade favorita do consumidor no meio online.

Nessa conta, entra também a plataforma de streaming do Esporte Interativo, o EI Plus, criado ainda em 2012, que deverá ter transmissões do canal, sem o peso do retorno esperado na televisão convencional, com audiência de massa.

“É difícil você pegar um espaço na TV e falar de algo muito segmentado. A sua audiência vai despencar, você é cobrado por essa audiência, e aí já não faz mais sentido. Você cai na mesmice de ter que ficar falando dos assuntos de massa o tempo inteiro”, explicou Medeiros, justificando a "overdose" de futebol nas TVs.

Por outro lado, ficarão os canais da Turner como um ‘hub’ de conteúdo premium, que garante audiência constantemente alta. Nesse cenário, o TNT terá, nas pa-lavras do executivo do Esporte Interativo, a exibição do Oscar, a estreia no novo filme do Batman e a Liga dos Campeões e o Campeonato Brasileiro.

“O Esporte Interativo não está nem perto de acabar. Nós fizemos uma mudança drástica na forma de como nós levamos o conteúdo para as pessoas”, reforçou.

Veja a íntegra da entrevista com Medeiros em nosso canal no YouTube.

B A U R U F E C H A N E G Ó C I O C O M E M P R E S A D E T I

D A Z N A N U N C I A C R I S T I A N O R O N A L D O D E E M B A I X A D O R

A empresa brasileira Microcity, es-pecializada em outsourcing e serviços avançados de TI, é a nova patrocina-dora do Bauru Basket, que atualmente disputa o Campeonato Paulista e jog-ará a temporada 2018/2019 do NBB a partir de 13 de outubro. O contrato tem validade de um ano, e os valores da negociação não foram divulgados.

De acordo com a assessoria do time de Bauru, o acordo contou com o apoio da Paschoalotto, um call cen-ter especializado em relacionamento e líder no setor de recuperação de crédito no país. A empresa, que é parceira da equipe, também é cliente da Microcity há mais de dez anos.

O Grupo Perform anunciou Cristiano Ronaldo como garoto-propaganda mundial da DAZN, plataforma de transmissão de eventos esportivos em streaming. O joga-dor da Juventus anuncia, assim, a própria exibição da Se-rie A italiana, que terá 114 jogos ao vivo na plataforma.

Além da Itália, a DAZN funciona na Áustria, Ale-manha, Canadá e Japão. Nos países da Europa, ela detém os direitos exclusivos da Liga dos Campeões como maior atrativo. No Japão, da J-League. E, no Canadá, da NFL.

O P I N I Ã O

Reinvenção maior é da publicidade

Foram quase 20 minutos de conversa com Fábio Medeiros, novo head de esportes da Turner. No debate sobre diversos assuntos, chamou a atenção uma resposta dada por ele para explicar a decisão de o Esporte Interativo

deixar de ser um canal de televisão para ser uma plataforma de esportes na internet que também tem uma faixa de exposição na televisão por assinatura.

O conteúdo de nicho, que no Brasil pode ser entendido como qualquer esporte que não seja o futebol, não tem espaço na TV. Ele não consegue engajar grandes au-diências e, assim, não consegue ter retorno publicitário quando vai para a tela.

Essa é uma realidade cruel para o amante do esporte. Quando surgiu a TV por assinatura, há 40 anos, parecia que o problema do fã estava resolvido. Não havia necessidade de ter publicidade na TV paga, já que o serviço era fechado. Assim, ser

popular não era uma necessidade, e as TVs faturavam ao falar com o seu nicho.

Com o aumento da concorrência pelo conteúdo específico, aumentou também a necessidade de investir dinheiro em bom conteúdo. Isso elevou o preço dos direitos de transmissão e o tamanho das equipes de trabalho dentro das emissoras. As em-presas migraram, também, para a publici-dade dentro da TV paga, e aí começou a pressão para se ter mais audiência.

O resultado começa a se ver agora. A TV paga vai se transformar numa espécie de TV aberta. Não há mais sentido ter um conteúdo específico. É preciso ter os principais eventos de apelo popular num mesmo lugar. Só isso será capaz de assegurar altos índices de audiência e, assim, a publicidade.

Mas o que vai acontecer daqui para a frente? A internet vai abraçar de vez o con-teúdo em vídeo para o nicho. E, aí, o que vamos começar a ter é uma pulverização ainda maior de consumo de conteúdo. Mais uma vez, o público vai decidir pagar para conseguir ter acesso àquilo que deseja, tal qual foi com a TV a cabo nos anos 80/90.

E o anunciante, como é que fica? Na última semana, o Netflix testou inserir uma publicidade durante a exibição de um conteúdo. Foi duramente criticado. O público, ao que tudo indica, não quer ter de pagar para ver propaganda.

Os produtores de conteúdo já começaram a se reinventar para ganhar dinheiro. Agora é a hora de a publicidade mudar. O modelo tradicional de fazer uma campanha em vídeo acabou. Só as agências insistem em enfiar à força isso para o consumidor. Falar com o consumidor hoje é fácil. Mas as marcas insistem em ficar no passado.

Só as agências de publicidade não

entenderam que propaganda em vídeo

não atende mais o desejo das pessoas

POR ERICH BETING

diretor executivo da Máquina do Esporte

Corinthians recusa ceder estádio à Copa América

A “era Joseph Blatter”, marcada principalmente pelos escândalos de corrupção que vieram à tona em 2015, terminou de vez na Fifa. Nesta segunda-feira (20), a enti-dade divulgou em um comunicado oficial que o advogado suíço Marco Villiger, que atualmente era vice-se-cretário-geral, deixou a organização para “buscar novos desafios” após a disputa da Copa do Mundo da Rússia, realizada neste ano.

Villiger trabalhou na Fifa por mais de uma década. Ex-chefe do departamento jurídico da entidade, o suíço foi o último dos altos fun-cionários que estavam na Fifa à época dos escândalos de Blatter a deixar a organização.

Ú LT I M O F U N C I O N Á R I O D E B L AT T E R D E I X A F I FA

A agência internacional de direitos de transmissão MP&Silva sofreu mais

um duro golpe nesta segunda-feira (20). A empresa teve mais um contra-

to rescindido, dessa vez pela Federa-ção Internacional de Handebol (IHF, na sigla em inglês). No site da IHF, a entidade justifica o término abrupto

por conta de “dificuldades financeiras” da agência. A IHF não só rescindiu com a MP&Silva como também já

conseguiu outra agência para realizar o trabalho: a Lagardère Sports.

APÓS ARSENAL , FEDERAÇÃO

DE HANDEBOL RESCINDE COM

MP&SILVA

POR REDAÇÃO

A Arena Corinthians não será uma das sedes da Copa Amé-rica de 2019. O estádio, construído por mais de R$ 1 bilhão para abrir a Copa do Mundo de 2014, ficará sem utilização durante o torneio sul-americano realizado no Brasil.

O pedido foi feito pelo próprio Corinthians em reunião en-tre os times que estão nas oitavas de final da Libertadores e os dirigentes da Conmebol. O encontro foi realizado na sede da entidade, no Paraguai. A informação foi divulgada pelo site Globoesporte.com na terça-feira (21).

O problema do Corinthians é que o clube não seria finan-ceiramente compensado pelo aluguel do campo. E, durante o período, o time não poderia usar a arena em algumas par-tidas do Campeonato Brasileiro.

As cidades-sede do Copa América 2019, no entanto, per-manecem as mesmas, com a inclusão de São Paulo. Porto Alegre, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador comple-tam a lista de locais que receberão as 12 seleções entre 14 e 30 de julho de 2019.

Sem a Arena Corinthians, a Conmebol precisará conseguir uma nova arena para o torneio. O estádio favorito da entida-de é o Allianz Parque, do Palmeiras, mas ainda não há uma definição sobre qual arena abrigará o torneio.

Além da partida de abertura do Mundial de 2014, a Are-na Corinthians foi palco de outros seis jogos do torneio. Em 2016, a casa corintiana também foi palco de partidas de fu-tebol dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

POR ERICH BETING

A Amstel aproveitou a proximidade dos jogos decisivos da Libertadores para ativar o patrocínio da marca ao torneio sul-americano de clubes. A empresa divulgou na terça-feira (21) uma nova campanha com a disputa

e a paixão dos torcedores como planos de fundo.A ideia do novo vídeo é ser uma resposta à primeira campanha da Amstel com

a Libertadores, em 2017, quando a marca acertou o patrocínio à competição. Na época, a cerveja mostrou um texto com a visão dos torcedores sobre o torneio. Agora, o plano é mostrar que a empresa "entendeu o recado", com uma consoli-dação da parceria. "Você entra com o coração, e nós com a cerveja", diz o anúncio.

Para dar um tom diferente ao filme, a agência J. Walter Thompson optou por utilizar torcedores de verdade nas gravações das cenas. O filme também destaca o Grêmio, atual campeão da competição. A arena do time é exibida, e o técnico Renato Gaúcho é filmado em um momento de concentração no vestiário.

Renato, por sinal, já havia sido usado pela marca em seus comerciais. Neste ano, a empresa lançou outra campanha com o treinador do Grêmio, mas sem nenhuma menção direta ao torneio em que ele conquistou como jogador e como técnico.

"Elencar torcedores reais na campanha foi uma forma de ressaltar o que en-xergamos de mais genuíno no campeonato, que é a paixão diferenciada entre o torcedor e seus times quando estes estão na Libertadores", justificou em nota o gerente de marketing da Amstel, Renan Ciccone.

A campanha estreará na televisão no dia 24 de agosto, em canais pagos.

Amstel lança campanha para a Libertadores

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POR REDAÇÃO