EFEITOS DO AMBIENTE ENRIQUECIDO EM PARÂMETROS … · no estilo de vida, como aumento da atividade...

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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Caio César Gonçalves Usmari Kelvin Anequini Santos EFEITOS DO AMBIENTE ENRIQUECIDO EM PARÂMETROS COGNITIVOS E IMUNOLÓGICOS EM RATOS DIABÉTICOS LINS-SP 2016

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Caio César Gonçalves Usmari

Kelvin Anequini Santos

EFEITOS DO AMBIENTE ENRIQUECIDO EM

PARÂMETROS COGNITIVOS E IMUNOLÓGICOS

EM RATOS DIABÉTICOS

LINS-SP

2016

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CAIO CESAR GONÇALVES USMARI

KELVIN ANEQUINI SANTOS

EFEITOS DO AMBIENTE ENRIQUECIDO EM PARÂMETROS

COGNITIVOS E IMUNOLÓGICOS EM RATOS DIABÉTICOS

Trabalho de conclusão de curso Apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Fisioterapia, sob a orientação do Profº Dr. José Alexandre Curiacos de Almeida Leme e orientação técnica da Profª Ma. Jovira Maria Sarraceni

LINS-SP

2016

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CAIO CESAR GONÇALVES USMARI

KELVIN ANEQUINI SANTOS

EFEITOS DO AMBIENTE ENRIQUECIDO EM PARÂMETROS

COGNITIVOS E IMUNOLÓGICOS EM RATOS DIABÉTICOS

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia.

Aprovada em: ____/____/____.

Banca Examinadora:

Prof(a) Orientador(a): José AlexandreCuriacos Almeida Leme

Titulação: Doutor em Ciências da Motricidade

Assinatura: ___________________________

1º Prof(a): _______________________________________________________

Titulação: _______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura: ___________________________

2º Prof(a): _______________________________________________________

Titulação: _______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura: ___________________________

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Dedico este trabalho a minha família que esteve ao meu lado desde o princípio,

pois nada disso estaria se concluindo sem a presença dos meus pais. Tudo

que sou e tenho na vida é graças a eles. Mãe, sеυ cuidado е dedicação fоram

que deram, еm alguns momentos, а esperança pаrа seguir. Pai, sυа presença

significou segurança е certeza dе qυе não estou sozinho nesta caminhada.

Amo muito vocês!

Caio César Gonçalves Usmari

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a DEUS por ter me dado saúde e força para superar os

obstáculos que vieram. Obrigado, Senhor, por mais uma etapa da minha vida

concluída.

A minha mãe Ana Maria e ao meu pai José Usmari, heróis que me deram

apoio, incentivo nas horas difíceis e que apesar de todas as dificuldades,

fortaleceram-me. Vocês são meus pilares de força, devo tudo que tenho a

vocês. Não tenho palavras para poder agradecer-lhes.

Ao nosso orientador José Alexandre, um paizão que me deu apoio, força,

ensinamentos, oportunidades e demonstrou a pessoa maravilhosa que é.

Sempre presente no meu processo de evolução acadêmica e profissional.

“cerejinha no bolo não tem nada a ver com mamão com açúcar”

Obrigado por tudo!

A nossa orientadora Jovira, muito obrigado por nos ajudar.

Ao meu parceiro de monografia, cursos, viagens, festas, churrascos..., Kelvin.

Nesta faculdade não ganhei um parceiro, ganhei um irmão. Só nós sabemos as

dificuldades que passamos e juntos conseguimos superá-las em uma

constante evolução.

Agradeço a todos os professores e, em especial, à coordenadora Aninha, que

me ajudaram no processo de formação, pela dedicação, carinho, não somente

por terem me ensinado, mas por terem me feito aprender. Cada um de vocês

está guardado no meu coração.

A todos os meus amigos e familiares, que estão presente na minha vida, não

tem como colocar todos os nomes aqui, mas tenho cada um no meu coração.

Caio César Gonçalves Usmari

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Dedico este trabalho a toda minha família, que esteve presente nessa

trajetória: a minha Mãe que sempre apoiou meus estudos e fez todas minhas

dificuldades serem pequenas, ao meu Pai por estar ao meu lado sempre e me

dar muita força quando precisei e ao meu grande Irmão, que foi um guerreiro

ao meu lado.

Amo muito vocês!

Kelvin Anequini Santos

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AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente, a Deus pоr tеr mе dado saúde е força pаrа superar

аs dificuldades. Obrigado, Senhor, por mais uma etapa concluída.

À minha família pоr sua capacidade dе acreditar еm mіm е investir еm mim.

À minha princesa Adriana Anequini pelo sеυ cuidado, dedicação e muita força,

еm alguns momentos, а esperança pаrа seguir.

Ao meu grande amigo Luiz Donizete por ser um grande Pai; sυа presença

significou segurança е certeza dе qυе não estou sozinho nesta caminhada.

Ao meu irmão Christopher por ajudar nas minhas quedas e conquistas, fazer-

me seguir sempre e sonhar cada vez mais, sendo um campeão.

Ao meu parceiro de monografia Caião. Obrigado por tudo, pelas festas e apoio

aos trabalhos, pelas manhãs nos laboratórios kkkkkk abraços irmão.

Ao mеυ orientador Alexandre. Obrigado pela paciência e sabedoria que nos

passou durante todos esses anos.

“cerejinha no bolo não tem nada a ver com mamão com açúcar”

À Universidade pela oportunidade dе fazer о curso e propor minha profissão,

através da qual vou ter várias conquistas em minha vida.

À galera da faculdade, pois foi uma honra estar com vocês. Obrigado a todos.

Kelvin Anequini Santos

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RESUMO

Diabetes mellitus é hoje um dos maiores problemas de saúde em todo o

mundo. Um dos maiores problemas decorrentes da doença são os prejuízos

cognitivos e os efeitos deletérios ao sistema imunológico, porém, modificações

no estilo de vida, como aumento da atividade física, têm se apresentado como

uma forma de tratamento não medicamentosa e primordial para a manutenção

e possível tratamento para essa doença metabólica. O ambiente enriquecido é

um meio que oferece aos animais recursos como rodas de atividade,

brinquedos, aumento no espaço e interação social que promovem estímulos

complexos e diversificados para desenvolver o repertório comportamental.

Desta forma, o presente estudo teve por objetivo investigar os efeitos do

ambiente enriquecido em parâmetros cognitivos e imunológicos em ratos

diabéticos. Para isso, os animais foram distribuídos em grupo controle, animais

diabéticos mantidos em gaiola convencional e diabéticos gaiola enriquecida,

animais mantidos em ambiente enriquecido. Após 8 semanas, no final do

experimento, através do teste de reconhecimento de novos objetos foram

coletados os dados cognitivos. Na análise de leucócitos foram coletados

amostras de sangue no pré e pós-experimento e ambos resultados foram

analisados estatisticamente utilizando o teste t de student. No resultado

cognitivo, o ambiente enriquecido parece promover melhoria na memória dos

animais, a longo prazo. Os valores de contagem total de leucócitos não

apresentaram alterações durante o estudo e foi possível observar alterações na

contagem diferencial de leucócitos apontando que a atividade voluntária,

promovida pelo ambiente enriquecido, é capaz de modular as concentrações

de leucócitos do sistema imunológicos em animais diabéticos.

Palavras-chave: Diabetes. Memória. Sistema imunológico.

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ABSTRACT

Diabetes mellitus is today one of the greatest health problems in the world. The

main problems due to the disease are cognitive and effects in the immune

system. Changes in lifestyle, such as physical activity, have been presented as

a form of non-drug treatment and also vital for the maintenance and possible

treatment for this metabolic disease. The enriched environment provides for

animals features like the wheel of activity, toys, increase in space and social

interaction that promote complex behavioral stimuli. Therefore, the objective of

this study is to investigate the effects of enriched environment in cognitive and

immune parameters in diabetic rats. For this reason, the animals were divided

into a control group, the diabetic group kept in conventional cages and the

diabetic group kept in the enriched environment. After 8 weeks, at the end of

the experiment, it was applied the test of recognition of new objects and

collected the data of cognition. In the analysis of leukocytes were collected

blood samples in pre- and post-experiment and both results were statistically

analyzed using Student's t-test. In the cognitive test, the diabetic animals

showed impairment in the memory and it was not possible to observe an

improvement in it. The total leukocyte count values showed no changes during

the study and it was possible to observe changes in the differential count of

leukocytes indicating that the volunteer activity, promoted by the enriched

environment, was able to modulate the concentrations of leukocytes in the

diabetic animals immunological system.

Keywords: Diabetic. Memory. Immune System.

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LISTAS DE FIGURAS

Figura 1 : Vista superior da gaiola enriquecida ................................................ 30

Figura 2 : Roda de atividade ............................................................................ 31

Figura 3 : Vista superior do teste de reconhecimento de novos objetos ........... 31

Figura 4 : Capilar com 25µL de sangue ........................................................... 32

Figura 5 : Eppendorf com liquido Turk e Eppendorf com Turk + amostra de

sangue ............................................................................................................. 32

Figura 6 : Câmara de Neubauer com ampliação dos quatro quadrantes visto no

microscópio ...................................................................................................... 33

Figura 7 : Gota de sangue dispensada em lâmina de vidro .............................. 33

Figura 8 : Esfregaço gota de sangue em lâmina de vidro ................................. 34

Figura 9 : Material observado no microscópio .................................................. 34

LISTAS DE TABELAS

Tabela 1 : Teste 1 ............................................................................................. 35

Tabela 2 : Teste 2 ............................................................................................. 35

Tabela 3 : Contagem Total ............................................................................... 36

Tabela 4 : Contagem Diferencial ....................................................................... 36

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AE – ambiente enriquecido

DA – doença de Alzheimer

DGC - diabetes gaiola convencional

DGE - diabetes gaiola enriquecida

DM – diabetes mellitus

DM1 – diabetes mellitus tipo 1

DM2 – diabetes mellitus tipo 2

DMG - diabetes mellitus gestacional

FP2ase - 6-bisfosfatase

G6Pase - glicose-6-fosfatase

G6P - glicose-6-fosfato

GE – gaiola enriquecida

IGF-1 - fator de crescimento semelhante à insulina

PEPCKPEPCK – fosfoenolpiruvatocarboxilase

PEP – fosfoenolpiruvato

SNC - sistema nervoso central

COBEA - Colégio Brasileiro de Experimentação Animal

CEUA - Comissão de Ética no Uso Animal

Aβ - proteina β-Amilóide

cm– centímetros

mg - miligrama

mL– mililitro

µl - microlitro

n° - numero

kg -quilograma

µm - milímetro

ºC– Celsius

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 14

1 CONCEITOS PRELIMINARES ...................................................................................... 16

1.1 Diabetes Mellitus .......................................................................................................... 16

1.1.1 Diabetes Tipo1 ................................................................................................................ 17

1.1.1.1 Fisiopatologiado Diabetes ......................................................................................... 18

1.1.1.2 Consequências do Diabetes ..................................................................................... 19

1.1.2 Tratamentose Prevenção .............................................................................................. 19

1.1.3 Diabetes e Atividade física............................................................................................ 19

1.2 Ambiente Enriquecido ....................................................................................................... 20

1.2.1 Atividade Física .............................................................................................................. 21

1.2.1.1 Atividade Física Voluntária ........................................................................................ 21

1.2.1.2 AtividadeFísica Voluntária em Animais: Roda de Atividade ................................ 22

1.2.1.3 Ambiente Enriquecido como Promotor da Atividade Física ................................. 23

1.3.1 Sistema Nervoso Central e Memória .......................................................................... 23

1.3.2 Plasticidade Neural ........................................................................................................ 25

1.3.3 Ambiente Enriquecido, Atividade Física e Memória ................................................. 26

1.4 Sistema Imunológico ......................................................................................................... 26

1.4.1 Fisiologia .......................................................................................................................... 26

1.4.2 Alterações Celulares ...................................................................................................... 27

1.4.3 Adaptação da Resposta Imune .................................................................................... 28

1.4.4 Ambiente Enriquecido, AtividadeFísica eSistema Imunológico .............................. 28

2 O EXPERIMENTO ................................................................................................................ 29

2.1 Procedimentos Éticos ....................................................................................................... 29

2.2 Amostra ............................................................................................................................... 29

2.3 Indução do Diabetes Experimental ................................................................................. 29

2.4 Gaiola Enriquecida ............................................................................................................ 30

2.5 Teste de Reconhecimento de Novos Objetos .............................................................. 31

2.6 Análise Global de Leucócitos .......................................................................................... 32

2.7 Análise Diferencial de Leucócitos ................................................................................... 33

2. 10 Análise Estatística .......................................................................................................... 34

2. 2 Resultados ......................................................................................................................... 34

2. 4. Discussão ......................................................................................................................... 37

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3 CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 39

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 40

APÊNDICES ............................................................................................................................. 48

ANEXOS .................................................................................................................................... 52

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INTRODUÇÃO

Atualmente, na população mundial, o diabetes está estimado em 6% e

continua em constante crescimento, podendo até 2025 chegar à prevalência de

7,3%. No Brasil, mais de 7 milhões de pessoas têm diabetes Mellitus (DM) e é

causadora de mais de 80.000 mortes por ano (IDF, 2016). Caracterizada por

altos níveis de glicose no sangue, consequente de defeitos na ação ou

secreção da insulina, é uma síndrome de etiologia múltipla (AMERICAN

DIABETES ASSOCIATION, 2014).

O DM está geralmente dividido em duas categorias, diabetes mellitus

tipo 1 (DM1) e o diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Resumidamente, o DM1 é

caracterizado por um déficit na secreção de insulina, uma autoimunidade do

organismo contra as células β pancreáticas e o DM2 por resistência à insulina.

As consequências de um descontrole glicêmico podem levar a complicações

micro e macro vasculares, lesionando nervos, olhos, rins, coração e vasos

sanguíneos (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2014; NETO, 2013).

Pacientes com DM podem apresentar complicações relacionadas às

funções metabólicas, endócrinas e do sistema nervoso central (SNC), tendo

maior risco de desenvolver a doença de Alzheimer ou outras formas de

demência (ALVAREZ et al., 2009; MOULTON et al., 2015). Hormônios como

insulina e o de fator de crescimento semelhante à insulina (IGF-1) são

encontrados em baixa concentração no SNC de diabéticos (ZHANG et al. 2008;

GOMES et al. 2009).

A atividade física, como forma de tratamento e controle da glicemia, tem

demonstrado grande importância em estudos, ativando no músculo esquelético

a via independente de insulina. Os benefícios que a atividade física proporciona

no SNC estão relacionados ao nível de atividade física regular, pois quanto

maior o nível, maior a prevenção de desenvolver demência (ERICKSON et al.

2012).

O sistema imunológico é um complexo que o corpo humano tem para

combater agentes infecciosos e tóxicos, sendo composto por leucócitos e

outras células, derivadas dele, produzidas na medula óssea, baço e partes do

tecido linfático e utilizando o sistema circulatório como meio de transporte para

áreas de inflamação (GUYTON; HALL, 2006). Por ser um sistema sensível às

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mudanças no equilíbrio orgânico e agentes infecciosos, fatores genéticos e

ambientais podem influenciar de forma positiva ou negativa o sistema

imunológico (WOMACK et al., 2007; LEANDRO et al, 2007).

Estudos envolvendo a utilização do ambiente enriquecido (AE) e seus

efeitos no sistema imunológico em animais diabéticos são poucos encontrados.

Grande parte destes efeitos é creditada à atividade física realizada na gaiola

enriquecida, sendo considerado um promotor de atividade física (KOBILO et

al., 2010).

A informação sobre as alterações no tipo de leucócitos também é

relevante para compreender os efeitos do ambiente. Estudos anteriores

buscaram avaliar as consequências do ambiente em parâmetros como: peso

corporal, alimentação, hidratação e níveis de corticosterona (OLSSON;

DAHLBORN, 2002).

A manutenção em AE é responsável por favorecer aos animais praticar

seus repertórios sensoriais, motores, cognitivos, sociais e comportamentais

(SZTAINBERG; CHEN, 2010). Com relação ao comportamento motor, foi

demonstrado que o AE é promotor de atividade física suficientemente para

promover melhoria da capacidade aeróbica de animais (JORDÃO et al., 2015).

Portanto, o objetivo do presente trabalho foi estudar os efeitos do

ambiente enriquecido em parâmetros cognitivos e imunológicos em ratos

diabéticos.

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1 CONCEITOS PRELIMINARES

1.1 Diabetes Mellitus

O Brasil, apesar de seu tamanho territorial e populacional, possui parte

da população vivendo em pobreza e apresentando carência em condições de

habitação, nutrição e saúde. Desta forma, parte da população tem

complicações relacionadas à hipertensão arterial e mais de 7 milhões têm

diabetes mellitus (DM), sendo estimado que mais de 80.000 mortes por ano (10

a cada hora) são devidos ao diabetes. A prevalência atual do diabetes está

estimada em 6% da população mundial e tende a aumentar cada vez mais,

sendo que a possibilidade desse aumento em 2025 seja de 7,3%. No Brasil,

em 2030, sendo 6% da população, a estimativa é que o diabetes atinja em

torno de 7,7% da população (IDF, 2016).

O DM pertence a um grupo heterogêneo de doenças que têm que como

principal característica a elevação da glicemia. Tendo como ponto chave na

fisiopatologia, prejuízos relacionados ao hormônio insulina, secretado pelas

células beta do pâncreas (BELL; POLONSKY, 2001).

O diabetes, em longo prazo, caracterizado por hiperglicemia crônica,

produz disfunções ou deficiência em vários órgãos como coração, vasos

sanguíneos, nervos, olhos e rins. Perda de peso, poliúria, polidipsia, polifagia,

perda da clareza na visão, prejuízo no crescimento, susceptibilidade a

infecções e, posteriormente, cetoacidose são sintomas que, se não

controlados, pode resultar em retinopatia com perda crescente da visão,

nefropatia, neuropatia, amputações, disfunções gastrintestinais, geniturinárias,

cardiovasculares e sexuais. Pacientes com DM também apresentam aumento

na prevalência de doenças cerebrovasculares e cardiovasculares (ADA, 2006).

Existem alguns tipos de diabetes, dos quais dois são os de maior

prevalência: diabetes mellitus tipo1 e tipo 2. O diabetes tipo 1 (DM1) é

caracterizado pela deficiência na secreção de insulina produzida pelas células

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beta do pâncreas, tornando o indivíduo dependente de insulina exógena. O

diabetes tipo 2 (DM2) é caracterizado por extensa resistência à insulina e,

posteriormente, pode haver aumento do estresse de retículo nas células beta e

falência dessas células, faz-se necessário o uso de insulina exógena (ZIMMET;

ALBERTI; SHAW, 2001). Importante salientar que pode ocorrer o diabetes

mellitus gestacional (DMG), que está dentro dos tipos menos comuns do

diabetes, sendo apresentado que as mulheres afetadas, nos próximos 5 a 10

anos seguintes, aumentam a chance de desenvolver DM2 em cerca de 40-60%

(COLBERG et al., 2010).

A classificação clínica do diabetes está além dos critérios diagnósticos

ligados à fisiopatologia. Tanto indivíduos magros, como indivíduos obesos são

propensos a desenvolver o DM1, enquanto o DM2 está caracterizado por

anormalidades metabólicas e está mais associado à obesidade (ADA, 2006).

Mudanças em comportamentos sociais, estilo de vida e no ambiente podem

alterar a prevalência de diabetes (ZIMMET; ALBERTI; SHAW, 2001).

A relação entre diabetes e funções do sistema nervoso central (SNC)

tem sido amplamente estudada, relacionando as complicações do diabetes

com neuropatias. Tem sido demonstrado que pacientes com DM têm tendência

39% maior de desenvolver a doença de Alzheimer (DA) e risco aumentado em

47% de demência em geral (MOULTON et al., 2015).

Fatores extrínsecos que podem ser eficientes em reduzir os riscos de

desenvolvere DM2, como atividade física, balanço nutricional e uma completa

mudança do estilo de vida, vêm apresentando redução de 58% depois de três

anos junto com manutenção de elevados níveis de atividade física, estando

associado com menor risco de desenvolver doenças cardiovasculares (ADA

2015; CHURCH, 2011).

1.1.1 Diabetes Tipo1

Tendo como característica principal a destruição autoimune das células

beta do pâncreas e necessitando receber insulina exógena para sobreviver e

para prevenir o desenvolvimento de cetoacidose, a prevalência de indivíduos

com DM1 é baixa em relação a DM2, sendo mais de 90% dos casos no mundo

(ZIMMET; ALBERTI; SHAW, 2001).

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O DM1 pode ser associado à encefalopatia diabética, sendo os

principais sintomas observados os prejuízos cognitivos, hipersensibilidade ao

estresse e maior risco de demência, por conta da indução hiperglicêmica e

aumento dos níveis de glicocorticoides adrenais na circulação sanguínea

(PIAZZA et al., 2014).

1.1.1.1 Fisiopatologia do Diabetes

Diversos fatores podem estar envolvidos na destruição das células betas

durante o desenvolvimento do DM1. As principais características do diabetes

tipo 1 são: aumento da glicose sanguínea, aumento do consumo lipídico como

fonte energética, formação de colesterol pelo fígado e perda das proteínas no

organismo. A hiperglicemia pode causar desidratação, assim como a perda da

glicose na urina (glicosúria) causa diurese osmótica. O efeito global, causando

a desidratação do líquido extracelular, leva uma causa compensatória de

desidratação do líquido intracelular. O aumento da sede (polidipsia) é sintoma

clássico do diabetes. O DM crônico descontrolado provoca lesões em muitos

tecidos e também as disfunções do sistema nervoso autônomo podem resultar

em anormalidades, alterações dos reflexos cardiovasculares, deterioração do

controle vesical, diminuição da sensibilidade e sintomas de lesão de nervos

periféricos (GUYTON; HALL, 2011).

O aumento da liberação de glicose hepática, com aumento da taxa de

gliconeogênese controlada pelas enzimas, gera a hiperglicemia, tanto em jejum

quanto pós-prandial. As enzimas chave nesse processo são

fosfoenolpiruvatocarboxilase (PEPCK), frutose-1,6-bisfosfatase (FP2ase) e

glicose-6-fosfatase (G6Pase). PEPCK catalisa a conversão de oxaloacetato

para fosfoenolpiruvato (PEP), enquanto o G6Pase catalisa a etapa final da

gliconeogênese, a produção de glicose convertido de glicose-6-fosfato (G6P). A

insulina inibe a gliconeogênese, suprimindo a expressão de PEPCK e G6Pase,

enquanto glucagon e cortisol estimulam a produção hepática de glicose por

induzir esses genes que expressam essas proteínas (POSTIC; DENTIN;

GIRARD, 2004).

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1.1.1.2 Consequências do Diabetes

O diabetes causa diversos prejuízos metabólicos, endócrinos e

cognitivos e aumenta o risco para o desenvolvimento de demências, podendo,

também, ser promotoras de neuropatias (ALVAREZ et al., 2009).

Um conjunto de evidências tem como um dos fatores a DA, está sendo

associado ao DM sendo, inclusive, cogitada a possibilidade do nome de

diabetes tipo 3 (DE LA MONTE, 2014). Características fisiopatológicas do DM

como estresse oxidativo, hiperglicemia e inflamação e sinalização defeituosa

da insulina no encéfalo são ligadas à DA (CHEN et al.,2012).

1.1.2 Tratamentos e Prevenção

Várias condições que ocorrem durante a vida de um indivíduo podem

provocar alterações na sensibilidade à insulina, como a puberdade, gravidez e

até mesmo o envelhecimento. Porém, modificações no estilo de vida como

aumento da atividade física e melhora na dieta podem contribuir para melhora

da sensibilidade (KAHN; HULL; UTZSCHNEIDER, 2006).

Os números apresentados em relação ao diabetes mostram a

necessidade de mais pesquisa e a dedicação de novos recursos para

compressão da fisiopatologia e mecanismo de tratamento (ADA, 2016)

Para controle do DM, são indicadas várias intervenções como forma de

prevenção e tratamento, injeção de insulina, balanço nutricional, medicamentos

orais e atividade física (ADA, 2005).

1.1.3 Diabetes e Atividade física

No mundo todo, a prevalência de diabetes mellitus tem aumentado de

forma acelerada, ao mesmo tempo a obesidade também teve prevalência

aumentada, inversamente ao nível de atividade física (INZUCCHI et al., 2015).

Como forma benéfica para pessoas que desenvolveram o diabetes, a atividade

física promove uma série de melhorias, como controle glicêmico, melhora no

perfil lipídico, disposição cardiorrespiratória, vigor, diminuição da resistência à

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insulina e melhora na pressão arterial. Sabendo sobre esses benefícios, deve

ser aumentada a conscientização das pessoas para importância da atividade

física e expandir o exercício físico contínuo como elemento chave na luta

contra o DM (SIGAL et al., 2013).

Uma completa mudança do estilo de vida, através da atividade física e

balanço nutricional, tem se mostrado muito eficiente em indivíduos com alto

risco de desenvolver diabetes tipo 2 (ADA 2015; CHURCH, 2011; KAHN;

HULL; UTZSCHNEIDER, 2006).

Do ponto de vista do paciente, o diabetes é uma condição que exige

atenção diária à dieta, estilo de vida e monitoramento do nível de glicemia, e

está associada com aumento da incidência de ansiedade e múltiplas visitas aos

profissionais da área da saúde (PALMER,2006).

1.2 Ambiente Enriquecido

O AE é uma combinação de complexas estimulações sociais e

inanimadas como túneis, roda de atividade, objetos coloridos que podem ser

definidos como ambiente enriquecido, com o objetivo de favorecer aos animais

de exercerem seus repertórios sensoriais, motores, cognitivo, social e

comportamental (SZTAINBERG; CHEN, 2010).

A atividade física pode melhorar o controle glicêmico por aumentar

captação e sensibilidade de glicose estimulada pela insulina e,

consequentemente, diminuindo a hiperglicemia (LUCIANO et al., 2002). O AE

promove, dentre outros estímulos, a atividade física.

Em um estudo realizado em nosso laboratório, foi demonstrado que a

prática de atividade física realizada no AE foi suficiente para promover melhoria

da capacidade aeróbia dos animais, visto que os mesmos animais mantidos em

AE tiveram melhor resposta no teste de máxima fase estável do lactato que os

animais mantidos em gaiola convencional (JORDÃO et al., 2015).

Estímulos físicos e sociais extrínsecos no cérebro podem ter um papel

fundamental no tratamento e recuperação de desordens cerebrais, tais como

DA e doenças cerebrais associadas, em que o desuso possa danificar o

desenvolvimento cognitivo. Sugerindo que o AE possa administrar um maior

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21

nível de reserva cognitiva, assim evitando tais condições cerebrais, como

envelhecimento e a demência (ZHAO et al., 2015; VIEIRA et al., 2015).

1.2.1 Atividade Física

A atividade física regular da população pode ser diferente da atividade

com caráter esportivo. Buscar a melhora no condicionamento físico é o que

determina o desempenho melhor, tendo um objetivo de manutenção e saúde,

fins estéticos e lazer. (NABIL; TURIBIO; 1999)

Em dados epidemiológicos, foi introduzido o conceito do exercício como

um promotor de melhoria da qualidade de vida. Portanto, uma caminhada que

sejam minutos, ou uma corrida de leve a moderado, poderão trazer benefícios

ao praticante.

O prejuízo econômico traduzido pelas doença preveníveis, através de um estilo de vida ativo, é de tal magnitude que faz com que a adoção de um programa governamental de promoção de atividade física possua uma relação custo/benefício altamente favorável. A atividade física regular permite o desenvolvimento e a manutenção de maior nível de aptidão física, representando um fator positivo no controle e prevenção de algumas doenças. (REZENDE, 1997)

Todos esses fatores fizeram com que, em 1994, muitas das instituições

científicas governamentais e privadas emitissem documentos oficiais,

reconhecendo o sedentarismo como um fator de risco para a saúde,

recomendando, formalmente, a atividade física para a saúde (NABIL; TURIBIO;

1999).

1.2.1.1 Atividade Física Voluntária

As atividades da vida diária são referidas com qualquer realização

dentro do lazer como: tomar banho, vestir, levantar e sentar, caminhar a uma

pequena distância; ou seja, atividades básicas e cotidianas; as atividades

instrumentais da vida diária também como: cozinhar, limpar a casa, fazer

compras, jardinagem; ou seja, atividades mais complexas da vida cotidiana.

Um estilo de vida fisicamente inerte pode ser causa de incapacidade para

realizar algum tipo destas atividades diárias, porém, um programa de

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exercícios físicos regulares podem promover mudanças, como por exemplo,

alteração na forma de realização ou adaptação de movimento, aumento na

velocidade de execução da tarefa e adoção de medidas de segurança para

realizar a tarefa (ANDEOTTI,1999; MAZO,2007).

Para a promoção de saúde ou para adaptar-se ao meio ambiente é

importante realizar suas aspirações, de satisfazer suas necessidades ou de

mudar (OMS, 1999).

Benefícios da saúde e aptidão vêm aumentando e esses estudos

epidemiológicos prospectivos apoiam a noção de que tanto o estilo de vida

fisicamente ativo quanto um nível moderado a alto de aptidão

cardiorrespiratória reduzem independentemente o risco de várias doenças

crônicas, acreditando-se nas taxas mais baixas de incidência para hipertensão,

obesidade, câncer de cólon, diabetes e osteoporose (ACSM, 2009).

Simons-Mortonet al. (1987) sugerem que, modestos incrementos na participação das crianças em atividades físicas moderadas a vigorosas podem conduzir a mudanças nos hábitos para a idade adulta, e que a Educação Física é um importante veículo para encorajar a atividade física em crianças. Consoante a isto, crianças que têm atitudes positivas em relação à atividade física e conhecimento adequado sobre isso, provavelmente adotarão um estilo de vida ativo.

Bouchard et al. (1994) deixa claro que a prática de atividade física

influencia a aptidão física, tende a influenciar a qualidade e intensidade desta

prática. Pode ser observado que a aptidão física e a saúde estão

reciprocamente relacionadas. A relação entre atividade física, aptidão física e

saúde pode ser influenciada por vários fatores como estilo de vida, ambiente

físico e atributos pessoais.

1.2.1.2 Atividade Física Voluntária em Animais: Roda de Atividade

Alguns autores citam efeitos interessantes na inserção da roda de

atividades à gaiola, reforçando a necessidade de realizar atividade física de

forma intrínseca do animal. Porém, mesmo nesses modelos de atividade física

voluntária, poucos autores citam a investigação dos efeitos da roda de

atividade em animais diabéticos.

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23

Nos estudos de atividade física voluntária, normalmente, a roda é

inserida na gaiola convencional e o animal vive isolado. Este fato pode

provocar a síndrome do isolamento social caracterizada por depressão

causada por alterações dopaminérgicas, enquanto a manutenção em AE

provoca efeitos de aumento de monoaminas corticais (BRENES et al, 2006).

1.2.1.3 Ambiente Enriquecido como Promotor da Atividade Física

Estudos envolvendo a utilização do AE, atividade física e animais

diabéticos são escassos. Assim AE contribui para os benefícios como a

atividade física, sendo um fator primordial. Kobilo e colaboradores (2010)

montaram quatro modelos de AE, sendo cada um quatro grupos. No ambiente

controle não havia nenhum dos objetos; no segundo, apenas objetos

inanimados; no terceiro, apenas rodas de atividades e no último grupo, todos

os objetos. Os grupos cujos ambientes havia rodas de atividade apresentaram

melhoria na neurogênese e fatores neurotróficos. Desta forma, os autores

concluíram que a atividade física tem papel importante nos benefícios do AE,

consequentemente, promovendo também a diminuição da adiposidade tendo

assim esses benefícios (DURING, 2015).

1.3.1 Sistema Nervoso Central e Memória

O sistema nervoso central (SNC) localizado no crânio e medula vertebral

é onde se localiza grande parte das células nervosas, com suas interligações.

O sistema nervoso periférico (SNP), distribuído no restante do corpo, possui

grande número de prolongamentos de fibras nervosas chamados de nervos e

número relativamente pequeno de células nervosas (LENT;2005).

O sistema nervoso central é composto por mais de 100 milhões de

neurônios e pode, segundo critérios anatômicos, ser dividido em grandes

partes. A porção do SNC interna ao crânio é denominada encéfalo, que fica

dentro da caixa craniana enquanto a medula espinhal, uma continuidade do

encéfalo, que se prolonga através do canal da coluna vertebral. A medula é

onde também guarda grande parte do armazenamento de informações

sensoriais para controle das atividades motoras e uso nos processos

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cognitivos. Possui uma forma aparentemente cilíndrica ou tubular, contendo um

canal no centro cheio de líquido. A forma do encéfalo é irregular, cheia de

dobraduras e saliências, encontrando-se subdivisões. Essa forma vem de um

enorme crescimento sofrido pela porção cranial do tubo neural primitivo,

diferente da porção cauda que formará a medula, que é menor (GUYTON;

HALL, 2011; LENT, 2005).

O encéfalo pode ser reconhecido em três partes: o cérebro, formando

dois hemisférios separados por um sulco profundo, onde possui o córtex

cerebral, uma superfície enrugada cheia de giros e sulcos que é responsável

por funções neurais e psíquicas mais complexas; o cerebelo, também dividido

por dois hemisférios, porém, sem um nítido sulco separando-os; e o tronco

encefálico, estrutura que se estende a partir da medula espinhal, ficando logo

abaixo do cerebelo e através do cérebro (LENT, 2005).

Com um metabolismo muito ativo, o encéfalo é um órgão que, para um

funcionamento adequado, depende de um ininterrupto e regular suprimento de

sangue. Representando apenas 2% da massa corporal em um adulto humano,

consome 20% do oxigênio e da glicose disponíveis. A excitação neural

estimula, espantosamente, o aumento do fluxo sanguíneo cerebral, absorção

de oxigênio e glicose. Ação da insulina no encéfalo regula a sobrevivência dos

neurônios, manutenção sináptica, ploriferaçãodendritica, aprendizagem e

memória. Inúmeros pesquisadores encontraram que a insulina também

influencia na captação de glicose no hipocampo, mas as ações diretas da

insulina, na captação de glicose, permanecem obscuras e controversas, as

suas ações indiretas estão bem elucidadas. Apesar de questionável, alguns

estudos mostram que a insulina é produzida em neurônios de mamíferos

adultos, enquanto outros apresentam que deve ser recrutada da periferia para

o sistema nervoso central (MEHRAN et al., 2012; HUGHES, 2015).

O aprendizado e a memória permitem a aquisição, formação,

manutenção e, posteriormente, a evocação de informações e experiências

adquiridas requerendo processos de transcrição, translação e epigenéticos

(IZQUIERDO, 1989; PEIXOTO et al., 2015).

A memória é um processo de armazenamento de informação, que é

também exercida pelas sinapses. O processo chamado de facilitação é quando

as sinapses são responsáveis por transmitir sinais sensoriais. Cada vez que

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25

esses perfis de sinais passam por ela, ficam mais capazes de transmitir em

outras oportunidades, gerando assim, uma facilidade depois de um

determinado tempo (GUYTON, 2011).

O impacto do diabetes sobre o sistema nervoso central, especificamente

sobre as estruturas límbicas, tem sido extensivamente estudado. Estes estudos

sugerem que alterações no hipocampo, incluindo prejuízos na neurogênese em

adultos, podem ser potencialmente associadas a distúrbios em funções

cognitivas e um aumento do risco de depressão e demência (BEAUQUIS et al.,

2010; ALVAREZ et al., 2009).

A síndrome de resistência à insulina, que está caracterizada por um

aumento crônico de insulina periférica, redução da sua atividade e redução do

nível de insulina no encéfalo, está associada à prejuízos na memória

relacionados à idade e à DA. O excesso de insulina pode provocar um aumento

no nível da proteina β-Amilóide (Aβ) e agentes inflamatórios, tendo efeito sobre

a memória (CRAFT, 2005).

1.3.2 Plasticidade Neural

Neuroplasticidade é a capacidade que o sistema nervoso, principalmente

os neurônios, tem de se adaptar às modificações que ocorrem na rotina de vida

das pessoas, compreendendo desde resposta à lesão traumática destrutiva até

alterações nos processos de aprendizagem e memória, ou seja, é uma função

neural, que adapta o sistema nervoso às mudanças do ambiente. A

sensibilidade de resposta que os axônios têm perante as ações indiretas do

ambiente, ou seja, a plasticidade que apresenta, depende da idade do animal e

em que fase de desenvolvimento o sistema nervoso se encontra (LENT;2005).

Embora os mecanismos responsáveis pelas alterações no encéfalo

adulto não sejam completamente compreendidas, é evidente no

desenvolvimento dos circuitos neurais a capacidade de possuir alguma

plasticidade para aprender novas tarefas, memórias e reação a lesões ao longo

da vida. A plasticidade sináptica no hipocampo tem chamado a atenção de

pesquisadores pelas suas particularidades, principalmente por algumas formas

de memória. Potenciais de ação são disparados em neurônios hipocampais de

roedores em determinadas regiões, codificando memórias espaciais.

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Alterações no sistema nervoso adulto ocorrem quando há uma lesão de um

trauma ou doença, com o objetivo de regeneração de conexões no encéfalo e

medula, porém, apresentam limites muito precisos (PURVES et al, 2005).

1.3.3 Ambiente Enriquecido, Atividade Física e Memória

O AE induz alterações neuromorfológicas e várias alterações

neuroquímicas subjacentes levando a um melhor aprendizado e memória,

sendo o aumento da neurogênesehipocampal um dos mais proeminentes

(KEMPERMANN et al., 2010), tanto em ratos jovens quanto em ratos adultos

(GOES et al., 2015).

De forma recreativa, o AE promove melhorias no comportamento

cognitivo, estimula a criatividade e promove mudanças moleculares a nível

estrutural por melhorar funções cerebrais que não foram lesionadas (PAMIDI,

2014).

1.4 Sistema Imunológico

Nosso corpo é exposto continuamente a bactérias, vírus, fungos e

parasitas, todos encontrados, nas condições normais e em graus variáveis, na

pele, na boca, nas vias respiratórias, no trato intestinal, nas membranas de

revestimento dos olhos e mesmo no trato urinário. Assim invadindo os tecidos

profundos podem causar até mesmo a morte, causando doenças letais

(GUYTON; HALL, 2011).

Janeway (2007) cita que a imunologia é o estudo dos mecanismos

fisiológicos do nosso corpo e dos animais para a defesa de agentes infecciosos

e micro-organismos. As doenças infecciosas são causadas por micro-

organismos que conseguem se reproduzir e evoluir de forma rápida que o

corpo humano consegue combatê-los. No entanto, o corpo humano tende a ter

o crescimento e proliferação celular responsável pela defesa do organismo

criando o sistema imune.

1.4.1 Fisiologia

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O corpo humano tem um sistema para combate de agentes infecciosos e

tóxicos. Esse sistema é denominado resposta imune e é composto por

Hemácias (Heritrócitos), ou seja, concentrações no sangue que tem o número

médio por milímetro cúbito 5.200.000 (± 300.000) no homem saudável; e, na

mulher, é de 4.700.000 (± 300.000). e também os leucócitos (glóbulos brancos)

e outras células derivadas dos leucócitos, unidades móveis do sistema protetor

do corpo, sendo a quantidade no sangue de 7.000 leucócitos por microlitro de

sangue (em comparação com 5 milhões de hemácias). Nascem na medula

óssea, baço e partes do tecido linfático, sendo transportados pelo sistema

circulatório para as áreas de inflamação.

Entre os tipos de leucócitos estão os neutrófilos polimorfonucleares

62,0%, eosinófilos polimorfonucleares 2,3%, basófilos polimorfonucleares

0,4%, monócitos 5,3%, linfócitos 30,0% e, ocasionalmente, plasmócitos.

A proteção do corpo contra os micro-organismos invasores ocorre, em

partes, pela ingestão, por fagocitose. Os linfócitos e também os plasmócitos

atuam em conexão com o restante do sistema imune (GUYTON; HALL, 2011).

1.4.2 Alterações Celulares

A resistência do corpo a infecções: (Imunidade e Imunidade Inata à

Alergia) vai responder ao tipo de patógeno que o corpo recebe, sendo que o

corpo humano tem a capacidade de resistir contra quase todos os tipos de

microrganismos ou toxinas que tendam a lesar os tecidos e órgãos. Os

linfócitos são responsáveis pela imunidade adquirida, mas algumas pessoas

são afetadas devido à destruição dos linfócitos pela radiação ou por produtos

químicos (GUYTON; HALL, 2011).

Esse sistema segue com o sangue sendo, principalmente, o meio de

transporte das células defensoras para a região infectada. Os leucócitos são

fagocitários e representam uma das primeiras barreiras contra a infecção,

percorrem todo o sistema sanguíneo do corpo e podem concentrar-se

rapidamente nos tecidos atingidos por infecção(CARNEIRO; JUNQUEIRA,

2008).

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28

1.4.3 Adaptação da Resposta Imune

A modulação da resposta do sistema imunológico é realizada por vários

fatores, sejam esses genéticos ou ambientais. Dentre esses fatores ambientais

está, por exemplo, que pode alterar de forma positiva ou negativa no sistema

imunológico, isto porque o sistema imune é sensível tanto aos agentes

infecciosos quanto às mudanças na homeostase orgânica (WOMACK et al.,

2007; LEANDRO et al, 2007).

No tempo de vida dos leucócitos, após sua liberação pela medula óssea,

esses podem permanecer circulantes pelo sangue em torno de 4 a 8 horas e

nos tecidos entre 4 a 5 dias. Durante as infecções, essa duração diminui por

algumas horas, pois os leucócitos se dirigem com rapidez para a área infectada

para fazer suas funções e realizar o processo de destruição (GUYTON; HALL,

2011).

1.4.4 Ambiente Enriquecido, Atividade Física e Sistema Imunológico

O exercício físico induz diversas adaptações bioquímicas e traz diversos

benefícios ao organismo. O treinamento aeróbio provoca alterações que

favorecem a aerobiose, com aumento tanto no número quanto no tamanho das

mitocôndrias. No entanto, o exercício físico crônico resulta em adaptações do

organismo de acordo com a intensidade e o tipo de atividade (SNYDER,1998;

KUDELSKA et al,1996).

Quando os treinamentos são de alta intensidade para os atletas, alguns

sintomas de overtraining, como suscetibilidade à fadiga, alterações do sono,

perda de massa corporal, dores de cabeça, podem aparecer (WEINECK,1999).

A atividade física promove alterações na concentração, na proporção e nas

funções dos leucócitos, especialmente nos leucócitos polimorfonucleares, nas

células (natural killer) e nos linfócitos, tendo alterações também nas

imunoglobulinas e outros fatores (EICHNER,1995).

Segundo Weineck (1999), sob estimulação máxima, com aumento da

secreção dos hormônios do estresse, adrenalina, noradrenalina e cortisol de

até 10 vezes dos valores basais, por até uma hora depois da atividade, o

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cortisol e as catecolaminas não são somente metabólitos, mas têm suas

características de promover efeito imunossupressor.

Estudos realizados com animais experimentais apresentam redução dos

prejuízos do diabetes pela realização crônica de exercício físico, principalmente

quanto aos aspectos hormonais com o metabolismo de substratos energéticos

(TANCRÈDE; ROUSSEAU-MIGNERON; NADEAU,1982; LUCIANO et al,1998).

2 O EXPERIMENTO

2.1 Procedimentos Éticos

Todos os procedimentos experimentais estão de acordo com as normas

do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA) e foram submetidos

e aprovadospela Comissão de Ética no Uso Animal (CEUA) com cadastro pelo

protocolo (processo 08/2015 UniSalesiano).

2.2 Amostra

Foram utilizados ratos machos adultos da linhagem Wistar (Rattus

Norvegicus Albinus Wistar), mantidos em gaiolas coletivas, à temperatura de

25 ± 1º C e em ciclo claro/escuro de 12/12 horas, com acesso livre à água e ao

alimento.

2.3 Indução do Diabetes Experimental

Após jejum de 12 horas, os animais receberam estreptozotocina (50

mg/kg) dissolvida em tampão citrato (0,01 µM, pH 4,5) por via intraperitoneal

para a indução do diabetes experimental. Em seguida, foram recolocados nas

gaiolas recebendo solução de água com glicose (15%) e ração (LEME et al.,

2010). Para confirmação do estado diabético dos animais, após cinco dias da

administração da droga, foi realizado um teste de glicemia utilizando Monitor de

Glicose Sanguínea OptiumXceed®, sendo considerados diabéticos apenas

aqueles que apresentarem glicemia igual ou superior a 250 mg por 100 ml de

sangue.

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Após estes procedimentos, os animais foram pesados e verificados os

valores glicêmicospara a distribuição dos grupos gaiola convencional ou

enriquecido, a fim de obter igual distribuição dos animais nos grupos, segundo

nesses parâmetros.

Desta forma, os animais foram distribuídos em:

Diabetes gaiola convencional (DGC) – animais diabéticos mantidos em

gaiola convencional.

Diabetes gaiola enriquecida (DGE) – animais diabéticos mantidos em

gaiola enriquecida.

2.4 Gaiola Enriquecida

A gaiola enriquecida (GE) é um ambiente onde são inseridos objetos

para estimular os diversos repertórios dos animais. Em nosso laboratório, a

gaiola enriquecida tem 1,5 m x 50 cm x 35 cm e nela há objetos inanimados,

brinquedos coloridos e a roda de atividade (figura 1). Os animais dos grupos

GEs foram mantidos durante todo o período experimental no AE, enquanto os

demais foram mantidos na gaiola convencional.

A roda, para a realização da atividade física do animal, tem 20 cm de

diâmetro e está acoplada em uma base com um pilar (figura 2). Os brinquedos

inseridos na gaiola enriquecida são trocados semanalmente com o intuito de

manter a intensidade dos estímulos.

Figura 1: Vista superior da gaiola enriquecida

Fonte: acervo pessoal, 2016

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Figura 2. Roda de atividade

Fonte: acervo pessoal, 2016

2.5 Teste de Reconhecimento de Novos Objetos

Este teste foi realizado em uma caixa quadrangular (figura 3), medindo

30x19x11cm. Dois objetos (A e B) foram fixados à caixa com fita adesiva,

sendo observado o tempo de exploração de cada objeto, ou seja, quando os

animais cheiravam ou tocavam o objeto com o nariz ou com as patas

dianteiras. No primeiro teste, durante 1 minuto, foi registrado o tempo de

exploração a cada objeto. O teste foi repetido novamente, após 24 horas,

sendo substituído um dos objetos (A e C).

As posições dos objetos (familiar e novo) foram randomizadas e a caixa

foi limpa entre um teste e outro com álcool 90% (CRUZ, et al., 2010). Ao final,

foi realizada a razão de discriminação estabelecida pela proporção entre o

tempo de exploração do objeto novo em relação ao objeto familiar, sendo

apresentadas as respectivas porcentagens (LEGER,2013)

Figura 3. Vista superior do teste de reconhecimento de novos objetos

Fonte: acervo pessoal, 2016

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2.6 Análise Global de Leucócitos

No inicio e ao final do período experimental, foram coletadas amostras

de 25µL de sangue da parte distal da cauda de cada rato utilizando capilar

heparinizado (figura 4), sem a utilização de anestesia. A coleta foi feita por

volta das 14 horas da tarde. A amostra de sangue coletada foi dispensada em

umeppendorf (Figura 5) de 1,5 mL e diluída em 500 µl de solução de Turk

(responsável pela lise de eritrócitos), dispensada na câmara de Neubauer

(Figura 6) sendo contadas as células presentes nos quatro quadrantes, para

ser visualizado em um microscópio. Após a contagem, o número total de

leucócitos foi dado pela fórmula: n° total de leucócitos = somatório do n° de

células nos quadrantes x 21 x 10 / 4 (10 fator de conversão para μl, 21 fator de

conversão da diluição, 4 fator de conversão para 1 μl. relacionado ao volume

da câmara) (OLIVEIRA et al., 2002).

Figura 4. Capilar com 25µL de sangue

Fonte: acervo pessoal, 2016

Figura 5. Eppendorf com líquido Turk e Eppendorf com Turk + amostra de

sangue

Fonte: acervo pessoal, 2016

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Figura 6. Câmara de Neubauer com ampliação dos quatro quadrantes vistos no

microscópio

Fonte: acervo pessoal, 2016

2.7 Análise Diferencial de Leucócitos

No início e ao final do período experimental, foram coletadas amostras

de uma gota de sangue da parte distal da cauda de cada rato que foi

dispensada em lâmina de vidro (Figura 7) e, posteriormente, feito o esfregaço

desta lâmina (Figura 8). Após seca, a lâmina foi mergulhada nos corantes do

panótico rápido. Depois de secas, as lâminas serão analisadas em

microscópio, com a utilização de óleo de imersão entre a objetiva e o material

observado (Figura 9). Foram contadas 100 células em cada lamina, sendo

diferenciados os tipos de leucócitos entre essas células analisadas (OLIVEIRA

et al., 2002).

Figura 7. Gota de sangue dispensada em lâmina de vidro.

Fonte: acervo pessoal, 2016

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Figura 8. Esfregaço gota de sangue em lâmina de vidro.

Fonte: acervo pessoal, 2016

Figura 9. Material observado no microscópio

Fonte: acervo pessoal, 2016

2. 10 Análise Estatística

Após o teste de normalidade, os resultados foram analisados

estatisticamente utilizando o teste t Student ou Mann-Whitney (para dados não

paramétricos) através do software SPSS®.

2. 2 Resultados

No presente estudo, foram investigados os efeitos do ambiente

enriquecido em parâmetros cognitivos através do teste de reconhecimento de

novos objetos e em parâmetros imunológicos onde foram investigadas as

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possíveis alterações nas contagens totais e diferenciais de leucócitos

sanguíneos.

A Tabela 1 apresenta os resultados do primeiro teste, objeto A e B,

registrado durante 1 minuto em porcentagem por preferência de objetos,

porém, não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos.

Tabela 1. Fase de treino do teste de reconhecimento de novos objetos

realizado pelos animais pertencentes ao grupo diabetes gaiola controle (DGC)

e diabetes gaiola enriquecida (DGE) ao final do período experimental. Os

valores estão expressos em média ± desvio padrão. P<0,05 n=7 ratos/ grupo.

Grupos Objeto A Objeto B

DGC (%) 58,8±19,4 41,2±19,4

DGE (%) 69,4±19,4 30,5±19,4

Fonte: Elaborado pelos autores, 2016

A tabela 2 apresenta os resultados do teste repetido após 24 horas,

expressos em porcentagem por preferência de objeto familiar (A) e objeto novo

(C). Não houve diferença significativa entre os respectivos grupos.

Tabela 2. Fase de teste de reconhecimento de novos objetos realizados

pelos animais pertencentes ao grupo diabetes gaiola controle (DGC) e diabetes

gaiola enriquecida (DGE) ao final do período experimental. Os valores estão

expressos em média ± desvio padrão. p<0,05 n=7 ratos/ grupo.

Grupos Objeto A Objeto B

DGC (%) 58,3±21,8 41,7±21,8

DGE (%) 57,5±33,2 42,5±33,2

Fonte: Elaborado pelos autores, 2016

O estudo da contagem total (global) de leucócitos, no início do

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experimento, não apresentou diferenças entre os grupos. Na análise realizada

ao final do experimento, o DGC apresentou uma redução na contagem global

de leucócitos quando comparadado ao grupo DGE.

Tabela 3. Contagem total de leucócitos (n° de células x 103/mm3 de sangue)

dos animais dos grupos diabetes gaiola controle (DGC) e diabetes gaiola

enriquecida (DGE), mantidos em ambiente enriquecido prévia (1) e

posteriormente (2) ao período experimental (8 semanas). Os valores estão

expressos em média ± desvio padrão. a≠DGC; p<0,05 n=7 ratos/ grupo.

Grupos Pré Pós

DGC 10,1±5,7 4±1,1

DGE 13,1±7,4 8,3±4,6ª

Fonte: Elaborado pelos autores, 2016

A tabela 4 apresenta os resultados da contagem diferencial de leucócitos nos

grupos estudados. O diabetes promoveu aumento nas concentrações de

monócitos nos animais. O AE amenizou este aumento dos monócitos e

provocou redução da concentração de neutrófilos e bastonetes e aumento do

número de linfócitos, basófilos e eosinófilos. Os demais tipos de leucócitos não

sofreram alterações.

Tabela 4. Contagem diferencial de leucócitos (%) e global (n° de células x

103/mm3 de sangue) realizada semanalmente, dos animais dos grupos diabetes

gaiola controle (DGC) e Diabético Gaiola Enriquecida (DGE) mantidos em

ambiente enriquecido prévia e posteriormente ao período experimental de 8

semanas. Os valores estão expressos em média ± desvio padrão. p<0,05 n=7

ratos/ grupo.

Grupos Leucócitos

DGC Pré

DGE Pré

DGC Pós

DGE Pós

Linfócitos T 55,3±9,3 55,6±10,3 64,7±8,7 67,8±5,4

Monócitos 4±3 8,8±4,7a 4,1±1,8 5,7±2,3

Neutrófilos 34,3±7,9 28,7±5,8 23,3±9,4 12±7,8 a

Eosinófilos 0,6±1 1,7±2,5 1,1±1,1 4,1±3 a

Basófilos 2±2,4 3±3,5 0,7±1,5 7,7±6,5 a

Bastonetes 3,8±3,8 2,1±1,5 6±3,4 0,4±0,8 a

Fonte: Elaborado pelos autores, 2016

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37

2. 4. Discussão

Doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson, estão

relacionadas ao DM, pois em estado crônico é capaz de prejudicar diversos

tipos de tecidos, entre eles o cérebro, levando ao surgimento de demências

(XU et al. 2009). As relações entre diabetes e neurodegeração envolvem

fatores de crescimento, como fator de crescimento semelhante à insulina (IGF-

I) e fator de crescimento derivado no cérebro (BDNF), citocinas pró-

inflamatórias e geração de radicais livres que contribuem para aproximar o DM

das demências (KUGA et al., 2016).

Fatores que também podem estar relacionados à diminuição da memória

de animais diabéticos são a alteração na via de sinalização da insulina e do

IGF-1 no hipocampo. Estudos mostram que essa via, quando desregulada

estaria diretamente relacionada ao prejuízo na memória (TAKEDA et al. 2011;

TAKACH et al. 2015).

O exercício físico promove melhora no controle glicêmico por aumento

da captação e sensibilidade de glicose estimulada pela insulina prevenindo

uma série de outras complicações do diabetes como hipertensão, retinopatia,

nefropatia diabética ou pé diabético (LUCIANO et al., 2002).

A manutenção no AE proporciona estímulos cognitivos, motores,

sensoriais e sociais. Alguns desses estímulos provocam benefícios ao encéfalo

tendo um papel importante no tratamento, prevenção e desordens cerebrais,

tais como DA, onde o desuso pode danificar o desenvolvimento cognitivo

(ZHAO et al., 2015; VIEIRA et al., 2015). Além disso, o AE promove melhorias

no comportamento cognitivo, sendo encontradas mudanças moleculares que

trazem melhorias para as funções cerebrais não lesionadas (PAMIDI; NAYAK,

2014).

A atividade física promove preservação no encéfalo de organismos

diabéticos. Em seus estudos, Diegues e colaboradores (2014) mostraram que

animais diabéticos submetidos ao treinamento físico tiveram menores valores

de proteína precursora da β-amiloide e fosforilação da proteína tau e aumento

da expressão de proteínas da via insulina/IGF-I no hipocampo, além de trazer

melhora na aprendizagem e memória espacial.

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Em teste de reconhecimento de objetos, o exercício físico agudo de

natação, com intensidade moderada, reduziu os danos causados pelo DM na

memória de curto prazo (BORGES, 2016). Na literatura, encontramos trabalhos

que realizaram e avaliaram efeitos do exercício físico prolongados na memória.

O AE é promotor de atividade física por fatores como aumento no

espaço da gaiola para locomoção e a presença de rodas de atividade. Em seus

estudos, Jordão e colaboradores (2015) apresentaram que a manutenção no

AE promove melhora no condicionamento aeróbio. Apesar disso, no presente

estudo, a atividade física proporcionada pelo AE não provocou mudanças

significativas entre os grupos DGE e DGC no teste de reconhecimento de

objetos novos.

Disfunções na resposta do sistema imunológico ocorrem por vários

fatores seguidos de alterações constantes. Dentre estes fatores está a

atividade física que pode estimular o sistema imunológico de forma benéfica ou

prejudicial, sendo dependente da intensidade e duração da atividade podendo,

desta forma, beneficiar o sistema imunológico ou agir como imunossupressor

(WOODS et al., 1999). Isto porque o sistema imune é sensível tanto aos

agentes infecciosos quanto às mudanças na homeostase orgânica (WOMACK

et al., 2007; LEANDRO, 2007).

Os quadros patológicos podem provocar variadas alterações no sistema

imunológico de forma que o diabetes, por exemplo, pode causar leucocitose,

leucopenia ou não alterar as concentrações de leucócitos, dependendo do tipo

do DM, duração da doença e controle glicemico (MACIEL et al., 2013; LEME et

al., 2010). No presente estudo, os animais mantidos no AE apresentaram maior

concentração de leucócitos ao final do período experimental.

As alterações no tipo de leucócitos também podem informar possíveis

modificações que provocam efeitos no organismo (WU et al., 2013; CURI et al.,

2001). O aumento nas concentrações de monócitos pode estar relacionado a

processos inflamatórios importantes no organismo como a inflamação da

aterosclerose que induz à doença arterial coronariana (AFIUNE, 2006). O

aumento das concentrações de monócitos provocado pelo diabetes e

amenizado pelo AE pode revelar uma proteção contra efeitos inflamatórios do

diabetes, relacionados às suas complicações como hipertensão e infarto do

miocárdio.

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As demais alterações nos leucócitos podem ser decorrentes de

infecções, redução no cortisol promovido pelo AE ou atividade física realizada

nas rodas. Futuros estudos poderão contribuir na compreensão destas

alterações.

3 CONCLUSÃO

A partir dos resultados obtidos no presente estudo pode ser concluído

que a manutenção em ambiente enriquecido tende a promover melhorias na

memória de ratos diabéticos. Todavia, neste estudo, a manutenção no AE,

durante o período de 8 semanas, não promoveu diferença significativa.

Nos parâmetros imunológicos, a manutenção no AE foi capaz de

promover modificações na quantidade global de leucócitos, bem como,

neutrófilos, eosinófilos, basófilos e bastonetes, além de amenizar o aumento

dos monócitos, propiciando um ambiente com maior proteção sobre os efeitos

deletérios do diabetes crônico.

Esta linha de estudos necessita de mais pesquisas para compreender

melhor as relações entre DM, enriquecimento ambiental, memória e sistema

imunológico.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A - Gráfico dos valores obtidos nos testes dos grupos

Fonte: Elaborado pelos autores, 2016.

Gráfico 1: Teste de reconhecimento de novos objetos realizado dia 1 pelos

animais pertencentes aos grupos. Os valores estão expressos em média ±

desvio padrão.

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APÊNDICE B - Gráfico dos valores obtidos nos testes dos grupos

Fonte: Elaborado pelos autores, 2016.

Gráfico 2: Teste de reconhecimento de novos objetos realizadoapós 24 horas

pelos animais pertencentes aos grupos. Os valores estão expressos em média

± desvio padrão.

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APÊNDICE C - Gráfico dos valores obtidos nos testes dos grupos

Fonte: Elaborado pelos autores, 2016.

Gráfico 3 -Contagem total de leucócitos (n° de células x 103/mm3 de sangue)

dos animais dos grupos.Os valores estão expressos em média ± desvio

padrão.

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

Pré Pós

Contagem Total

DGC

DGE

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ANEXOS

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