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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA ALEXANDER TAMAYO ESCALONA EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA O APOIO AO ALEITAMENTO MATERNO NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE URBANO 2, MUNICÍPIO MATA GRANDE - ALAGOAS MATA GRANDE/AL 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

ALEXANDER TAMAYO ESCALONA

EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA O APOIO AO ALEITAMENTO

MATERNO NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE URBANO 2,

MUNICÍPIO MATA GRANDE - ALAGOAS

MATA GRANDE/AL

2015

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ALEXANDER TAMAYO ESCALONA

EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA O APOIO AO ALEITAMENTO

MATERNO NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE URBANO 2,

MUNICÍPIO MATA GRANDE - ALAGOAS

MATA GRANDE/AL

2015

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Estratégia Saúde da Família, Universidade Federal de Minas Gerais, para obtenção do Certificado de Especialista. Orientadora: Professora Daniela Coelho Zazá

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ALEXANDER TAMAYO ESCALONA

EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA O APOIO AO ALEITAMENTO

MATERNO NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE URBANO 2,

MUNICÍPIO MATA GRANDE - ALAGOAS

Banca Examinadora

Prof. Daniela Coelho Zazá (orientadora)

Prof. Selme Silqueira de Matos (examinadora)

Aprovado em Belo Horizonte: ____/____/____

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DEDICATÓRIA

A meus filhos e minha família por seu apoio incondicional.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha família e amigos, à minha equipe de trabalho e as pessoas que participaram

no projeto que foram meios de estímulo de diversas formas, para que a conclusão desta

especialização fosse possível.

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RESUMO A amamentação é influenciada pela sociedade e condições da vida da mulher e se dá dentro de um contexto sociocultural. Baseado no diagnóstico situacional da área de abrangência da Unidade Básica de Saúde Urbano 2 observou-se números significativos do abandono precoce do aleitamento materno. Sendo assim, este estudo teve como objetivo elaborar um plano de ação para promover educação em saúde para o apoio ao aleitamento materno na Unidade Básica de Saúde. A metodologia foi executada em três etapas: realização do diagnóstico situacional; revisão de literatura e desenvolvimento de um plano de ação. Neste estudo foram selecionados os seguintes nós críticos: baixo nível de informação sobre a amamentação das pacientes e familiares; orientação ineficiente por parte da equipe de saúde da família e; processo de trabalho da equipe inadequado. Baseado nesses nós críticos foram propostas as seguintes ações de enfrentamento: criação dos projetos “Aprender +” para aumentar o nível de informação das pacientes e familiares sobre a importância da amamentação e sobre os riscos do abandono precoce do aleitamento materno; “Equipe preparada” para capacitar os profissionais da equipe de saúde da família para melhor acolhimento e acompanhamento das pacientes durante o período de amamentação e; “Linha de Cuidado” para implantar a linha de cuidado para evitar o abandono precoce do aleitamento materno. Palavras chave: aleitamento materno, abandono precoce, atenção primária.

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ABSTRACT Breastfeeding is influenced by society and women's living conditions and takes place within a sociocultural context. Based on the situational diagnosis of the covered area by the Basic Health Unit Urban 2 there was significant numbers of early leaving from breastfeeding. Therefore, the purpose of this study was to develop an action plan to promote health education for breastfeeding support in the Basic Health Unit. The methodology is carried out in three stages: realization of situational diagnosis, literature review, and the development of action plan. In this study we selected the following critical node: low level of breastfeeding’s information of patients and families; guidance inefficient by the family health team and; inadequate staff work process. Based on these critical nodes were proposed the following actions to oppose: creation of projects "Learning +" in order to increase the level of information of patients and families about the importance of breastfeeding and the risks of early leaving from breastfeeding; "Team prepared" in order to qualify family health team professionals to better care and supervision of patients during the breastfeeding period; and “Care Line” to deploy a careful line to avoid the early leaving from breastfeeding. Keywords: breastfeeding, early leaving, primary care

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 Priorização dos problemas identificados na UBS Urbano 2 ......................... 19

Quadro 2 Desenho das operações para os nós críticos do problema “abandono

precoce do aleitamento materno”..................................................................

20

Quadro 3 Identificação dos recursos críticos................................................................. 21

Quadro 4 Análise de viabilidade do plano.................................................................... 22

Quadro 5 Plano Operativo............................................................................................. 23

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACS - Agente Comunitário de Saúde

AM - Aleitamento Materno

AME - Aleitamento Materno Exclusivo

AMP - Aleitamento Materno Predominante

APS - Atenção Primária a Saúde

ESF - Equipe de Saúde da Família

FUNASA - Fundação Nacional de Saúde

MS - Ministério da Saúde

OMS - Organização Mundial de Saúde

PES - Planejamento Estratégico Situacional

SIAB - Sistema de Informação da Atenção Básica

SUS - Sistema Único de Saúde

UBS - Unidade Básica de Saúde

UNICEF - Fundo das Nações Unidas para a Infância

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 10

2 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 12

3 OBJETIVOS ...................................................................................................... 13

3.1 Objetivo geral ..................................................................................................... 13

3.2 Objetivos específicos ......................................................................................... 13

4 METODOLOGIA .............................................................................................. 14

5 REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................... 15

5.1 Pré Natal ............................................................................................................ 15

5.2 Aleitamento Materno ........................................................................................ 15

5.3 Educação em saúde ........................................................................................... 16

6 PLANO DE AÇÃO .......................................................................................... 18

6.1 Definição dos problemas ................................................................................... 18

6.2 Priorização de problemas .................................................................................. 18

6.3 Descrição do problema selecionado .................................................................. 19

6.4 Explicação do problema .................................................................................... 19

6.5 Seleção dos “nós críticos” .................................................................................. 20

6.6 Desenho das operações ....................................................................................... 20

6.7 Identificação dos recursos críticos ..................................................................... 21

6.8 Análise da viabilidade do plano ......................................................................... 22

6.9 Elaboração do plano operativo .......................................................................... 23

6.10 Gestão do plano .................................................................................................. 24

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 25

REFERÊNCIAS ............................................................................................... 26

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1 INTRODUÇÃO

O aleitamento materno (AM) é a estratégia que mais contribui para a prevenção de

mortes infantis (COSTA et al., 2013). A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda

que o aleitamento materno exclusivo (AME) se mantenha até o sexto mês de vida (OMS,

2001 apud MORGADO; WERNECK; HASSELMANN, 2013). O AME é uma prática

essencial para a saúde das crianças dessa faixa etária, pois fornece tudo o que elas precisam

para crescer e se desenvolver (COSTA et al., 2013).

O aleitamento materno costuma ser classificado em: aleitamento materno exclusivo

que é quando a criança recebe somente leite materno; aleitamento materno predominante que

é quando a criança recebe, além do leite materno, água ou bebidas à base de água (água

adocicada, chás, infusões) e sucos de frutas e; aleitamento materno que é quando a criança

recebe leite materno, independentemente de receber ou não outros alimentos (WORLD

HEALTH ORGANIZATION, 2007 apud BRASIL, 2009a).

Assegurar a amamentação exclusiva e a preocupação com o desmame precoce são dois

aspectos prioritários nas agendas de Saúde Pública (STEPHAN, CAVADA, VILELA, 2012).

De acordo com a II Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno nas capitais brasileiras e

Distrito Federal (BRASIL, 2009b) que incluiu 34.366 crianças menores de 1 ano que

compareceram à segunda fase da campanha de multivacinação de 2008, a prevalência do

AME em menores de 6 meses foi de 41,0% no conjunto das capitais brasileiras e DF, embora

o comportamento desse indicador tenha sido bastante heterogêneo.

A Estratégia Saúde da Família foi implantada com o objetivo de reorganizar a

assistência à saúde no Brasil, assumindo atividades de promoção e prevenção como ações

prioritárias. Desta forma, o incentivo ao aleitamento materno na promoção da saúde materno-

infantil é uma das principais ações das equipes de saúde da família (CALDEIRA et al., 2007).

Estou inserido na Unidade de Saúde da Família (UBS) Urbano 2 no município de

Mata Grande. Mata Grande é um município brasileiro do Estado de Alagoas, possui uma área

de 891,331 Km² e conta, atualmente, com uma população de aproximadamente 25.659

habitantes (IBGE, 2014).

A Unidade de Saúde da Família Urbano 2 foi inaugurada há cerca de 10 anos e

localiza-se no centro de Mata Grande, tem relevo montanhoso com a maioria das ruas

pavimentadas. A UBS conta também com uma área de atenção na zona rural, distante cerca de

3 km. O acesso a esta área é difícil, pois como a estrada é de terra apresenta dificuldades tanto

no período chuvoso quanto no período da seca.

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O município de Mata Grande possui condições socioeconômicas e culturais favoráveis

para o abandono precoce do aleitamento materno. Na UBS Urbano 2 de 18 mulheres

puérperas apenas 5 praticaram o AME até os 6 meses de vida do bebê. Este fato chamou a

atenção da equipe sendo elencado como um problema prioritário.

Este trabalho de conclusão de curso pretende ampliar a discussão sobre a problemática

do abandono do aleitamento materno no município de Mata Grande, Alagoas e propor formas

de abordagem e atendimento que favorecem a prevalência do aleitamento materno.

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2 JUSTIFICATIVA

A amamentação é um “processo que envolve interação profunda entre mãe e filho,

com repercussões no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de

infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional” (BRASIL,

2009a, p.11).

Existe um determinismo biológico, principalmente do ponto de vista nutricional e

imunológico, que torna incontestável o leite materno como o melhor alimento para a criança

nos primeiros anos de vida (CARVALHO; TAMEZ, 2002).

O leite materno além de atuar como agente imunizador acalenta a criança no aspecto

psicológico, é operacionalmente simples e de baixo custo financeiro, protege a mulher contra

câncer mamário e ovariano, auxilia na involução uterina, retarda a volta da fertilidade e

otimiza a mulher em seu papel de mãe (RICCO, 1995 apud ICHISATO; SHIMO, 2002).

Apesar da comprovada importância da oferta exclusiva do leite materno nos primeiros

seis meses de vida da criança, os índices de AME ainda permanecem abaixo do esperado. Os

resultados da II Pesquisa Nacional de Prevalência do Aleitamento Materno apresentam uma

prevalência de AME em torno de 37% na região nordeste (BRASIL, 2009b).

Este trabalho se justifica pela alta prevalência do abandono precoce de aleitamento

materno na comunidade da área de abrangência da UBS Urbano 2 no município de Mata

Grande, Estado de Alagoas.

A equipe participou da análise dos problemas levantados e considerou que temos

recursos humanos e materiais para desenvolver um Projeto de Intervenção para melhorar a

adesão das mulheres ao AME, justificando o interesse por este tema neste trabalho de

conclusão de curso.

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3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Gerais

• Elaborar um plano de ação para promover educação em saúde para o apoio ao

aleitamento materno na Unidade Básica de Saúde Urbano 2, município de Mata

Grande/Alagoas.

3.2 Objetivos Específicos

• Aumentar o nível de conhecimento das mães e familiares sobre a importância da

amamentação e riscos do abandono precoce do aleitamento materno.

• Capacitar os profissionais da equipe de saúde da família para melhor acolhimento e

acompanhamento das pacientes durante o período de amamentação.

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4 METODOLOGIA

O presente trabalho faz parte dos requisitos para obtenção ao título de especialista em

Estratégia Saúde da Família pela Universidade Federal de Minas Gerais. A redação do

trabalho teve início em 2014 na iniciação do curso de especialização em estratégia saúde da

família.

Inicialmente foi realizado um diagnóstico situacional da área de abrangência da UBS

Urbano 2. Para isso utilizou-se a Estimativa Rápida. “A Estimativa Rápida é um método

utilizado para elaboração de um diagnóstico de saúde de determinado território” (CAMPOS;

FARIA; SANTOS, 2010, p.35). O diagnóstico situacional traz uma breve descrição sobre os

aspectos gerais do município de Mata Grande e da área de abrangência da ESF Urbano 2

cujos dados foram pesquisados no site do SIAB-MS.

Após a realização do diagnóstico situacional foi realizada uma revisão de literatura em

bases de dados eletrônicas como Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), sites da OMS,

Ministério da Saúde e OPAS, órgãos oficiais de saúde que tratam do tema do aleitamento

materno e que definem protocolos e condutas de ação para seu controle e tratamento, além da

Biblioteca Virtual do NESCON por meio dos seguintes descritores: aleitamento materno,

aleitamento materno exclusivo, educação em saúde, atenção básica.

Com as informações do diagnóstico situacional e da revisão de literatura foi proposto

um plano de ação realizado através do método Planejamento Estratégico Situacional (PES)

(CAMPOS; FARIA; SANTOS, 2010). O plano de ação proposto para este trabalho de

conclusão de curso foi previamente discutido com a equipe de saúde da família e a

coordenação de epidemiologia da secretaria municipal de saúde de Mata Grande que apoia o

estudo.

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5 REVISÃO DE LITERATURA

5.1 Pré Natal

A gestação é uma experiência social, individual e única para a mulher (COSTA et al.,

2013). Como o início da gestação é um período de muitas mudanças físicas e emocionais, o

ministério da Saúde (BRASIL, 2000) afirma que o principal objetivo da assistência pré-natal é

acolher a mulher desde o início de sua gravidez, pois cada gestante vivencia essas mudanças

de forma distinta.

A consulta de pré-natal envolve, normalmente, procedimentos bastante simples. Desta

forma, o profissional de saúde pode dedicar-se a escutar as demandas da gestante,

transmitindo nesse momento o apoio e a confiança necessários para que ela se fortaleça e

possa conduzir com mais autonomia a gestação e o parto (BRASIL, 2000).

A realização do pré-natal tem importância significativa na prevenção e/ou detecção

precoce de patologias maternas e fetais, permitindo um desenvolvimento saudável do bebê e

reduzindo os riscos da gestante (BRASIL, 2005). Pensando nisso, o Ministério da Saúde

instituiu através da Portaria/GM n.569, de 1/6/2000 o Programa de Humanização no Pré-natal

e Nascimento, subsidiado nas análises das necessidades de atenção específica à gestante, ao

recém-nascido e à mãe no período pós-parto (BRASIL, 2002). Esse programa criou um

protocolo mínimo de ações recomendadas para diminuir a mortalidade materna e perinatal

(COSTA et al., 2013) que pudessem ser implementados na grande maioria dos municípios

brasileiros (BRITO et al., 2008).

No âmbito do Programa Saúde da Família, é competência da equipe interdisciplinar a

receptividade e a acolhida a todo cliente, especialmente a mulher grávida (VASCONCELOS,

2001 apud DUARTE; ANDRADE, 2006). A adesão das mulheres ao pré-natal está

relacionada com a qualidade da assistência prestada pelo serviço e pelos profissionais de

saúde (BRASIL, 2000).

5.2 Aleitamento Materno

De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2009a, p. 29) “os primeiros dias após

o parto são fundamentais para o sucesso da amamentação. É um período de intenso

aprendizado para a mãe e o bebê.”.

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As vantagens do aleitamento materno são múltiplas, quer a curto ou longo prazo.

Além disso, existe um consenso mundial de que a sua prática exclusiva é a melhor maneira de

alimentar as crianças até os seis meses de vida (LEVY; BÉRTOLO, 2008).

O aleitamento materno tem vantagens tanto para a mãe quanto para o bebê: o leite

materno possui numerosos fatores imunológicos que protegem a criança contra infecções

gastrintestinais, respiratórias e urinárias, além de ter um efeito protetor sobre as alergias

(LEVY; BÉRTOLO, 2008; BRASIL, 2009a). Entretanto, é fundamental que o AME se

mantenha até o sexto mês de vida (OMS, 2001 apud MORGADO; WERNECK;

HASSELMANN, 2013).

Além de todas as vantagens citadas acima, o leite materno constitui o método mais

barato e seguro de alimentar os bebês (LEVY; BÉRTOLO, 2008).

São poucas as situações em que pode haver indicação médica para a substituição

parcial ou total do leite materno. O aleitamento materno não é recomendado, por exemplo, em

mães infectadas pelo HIV, mães que utilizem medicamentos incompatíveis com a

amamentação, etc. Já a interrupção temporária da amamentação é sugerida quando as mães

possuem doenças infecciosas como a varicela, o sarampo, herpes com lesões mamárias, etc.

(BRASIL, 2009a; MOREIRA; OLIVEIRA, 2014).

A amamentação é influenciada pela sociedade e condições da vida da mulher e se dá

dentro de um contexto sociocultural (SALES; SEIXAS, 2008).

Entre as consequências do desmame precoce estão a desnutrição e a mortalidade

infantil (GIUGLIANE, 2000). O desmame precoce se caracteriza pela introdução de qualquer

tipo de alimento ou bebida na alimentação da criança, diminuindo a ingestão do leite materno

(SIMONS, 2001 apud ENY; NASCIMENTO, 2001).

De acordo com Sales e Seixas (2008) os fatores relacionados com o desmame precoce

são diversificados. De acordo com as autoras existe associação entre menor período de

amamentação exclusiva e uso de chupetas, escolaridade paterna e materna, condições de vida

precárias, as crenças da mãe sobre o leite materno, intercorrências das mamas no puerpério,

influência das avós e também influência cultural.

5.3 Educação em saúde

“A abordagem do profissional de saúde não se deve restringir à assistência curativa, e

sim buscar dimensionar fatores de risco à saúde e, por conseguinte, à execução de ações

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preventivas e de promoção, a exemplo da educação em saúde” (SOUZA; JACOBINA, 2009,

p.619).

O objetivo da educação em saúde é desenvolver nas pessoas o senso de

responsabilidade por sua própria saúde e pela saúde da comunidade à qual pertencem

(SOUZA; JACOBINA, 2009). No caso do aleitamento materno a educação em saúde deve

criar oportunidades de aprendizagem e comunicação para obter como resultado uma melhora

do conhecimento em relação ao aleitamento materno e, consequentemente, maior adesão ao

mesmo (TSUKITA et al., 2010). Portanto, cabe ao profissional de saúde identificar e

compreender o processo do aleitamento materno no contexto sociocultural e familiar

(BRASIL, 2009a).

O profissional de saúde que atua junto à mulher que amamenta deve ter habilidade

científica, técnica e de relacionamento para assistir, além da mulher, o seu companheiro,

filhos, família e comunidade, reunindo os diferentes segmentos que compõem a extensa rede

sociobiológica do AM (BRASIL, 2011).

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6 PLANO DE AÇÃO

Para cada problema selecionado no diagnóstico situacional deve-se fazer um único

projeto de intervenção. Ao conjunto de projetos denominamos plano de ação (CAMPOS;

FARIA; SANTOS, 2010). O diagnóstico situacional é o primeiro passo no processo de

construção de um plano de ação. Além do diagnóstico situacional outros passos são

necessários.

6.1 Definição dos problemas

“Um problema pode ser definido como a discrepância entre uma situação real e uma

situação ideal ou desejada” (CAMPOS; FARIA; SANTOS, 2010, p.29). Uma situação só é

problematizada quando um ator a define como passível de ser modificada. A identificação dos

problemas na área de abrangência é o ponto inicial para planejar uma ação direcionada na

solução dos mesmos.

Após realização do diagnóstico situacional da área de abrangência da UBS Urbano 2 e

discussão com a equipe de saúde foi possível identificar diferentes problemas:

• Abandono precoce do aleitamento materno;

• Alta prevalência de hipertensão arterial sistêmica;

• Más condições ambientais;

• Hábitos alimentares inadequados;

• Alta incidência de alcoolismo.

6.2 Priorização de problemas

Os problemas levantados na área de abrangência são muitos e existem aqueles que

estão fora do alcance de resolutividade da equipe. Então foi necessário seguir os critérios de

seleção: a importância do problema na comunidade, o grau de urgência que a doença

apresenta e a própria capacidade de enfrentamento do problema pela equipe (CAMPOS;

FARIA; SANTOS, 2010). O problema priorizado foi o abandono precoce do aleitamento

materno.

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Após a identificação dos problemas, os mesmos foram classificados de acordo com a

importância, urgência e capacidade de enfrentamento. O quadro 1 apresenta a priorização dos

problemas identificados.

Quadro 1 - Priorização dos problemas identificados na UBS Urbano 2.

Principais problemas Importância Urgência Capacidade de Enfrentamento

Seleção

Abandono precoce do aleitamento materno

Alta 8 Parcial 1

Alta prevalência de hipertensão arterial sistêmica

Alta 7 Parcial 2

Hábitos alimentares inadequados

Alta 6 Parcial 3

Alta incidência de alcoolismo

Alta 5 Parcial 4

Más condições ambientais Média 5 Fora 5

Fonte: Autoria Própria (2015)

6.3 Descrição do problema selecionado

O aleitamento materno exclusivo (AME) é recomendado até o sexto mês de vida.

Além disso, a manutenção do aleitamento materno deve ser mantida até os dois anos ou mais

de idade. Apesar das evidências científicas da superioridade do leite materno sobre outros

tipos de leite, ainda é baixo o número de mulheres que amamentam seus filhos de acordo com

as atuais recomendações.

O município de Mata Grande possui condições socioeconômicas e culturais favoráveis

para o abandono precoce do aleitamento materno. Na UBS Urbano 2 de 18 mulheres

puérperas apenas 5 praticaram o AME até os 6 meses de vida do bebê.

6.4 Explicação do problema

Tanto a amamentação, quanto o desmame precoce são influenciados pela sociedade e

condições da vida da mulher e se dão dentro de um contexto sociocultural (SALES; SEIXAS,

2008). De acordo com as autoras os fatores relacionados com o desmame precoce estão

associados ao uso de chupetas, escolaridade paterna e materna, condições de vida precárias, as

crenças da mãe sobre o leite materno, intercorrências das mamas no puerpério, influência das

avós e também influência cultural.

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Acreditamos que as principais causas para o abandono precoce do aleitamento

materno na área de abrangência da UBS Urbano 2 sejam: baixo nível de entendimento das

pacientes e familiares sobre a importância da amamentação até os seis meses de vida da

criança, orientação ineficiente por parte da equipe de saúde da família (profissionais pouco

preparados) e orientações fora do contexto do paciente. Além disso, é possível constatar que

existe uma dificuldade por parte das pacientes para a realização da orientação prescrita.

6.5 Seleção dos nós críticos

Foram selecionados os seguintes “nós críticos” relacionados ao o abandono precoce do

aleitamento materno na área de abrangência da UBS Urbano 2.

• Baixo nível de entendimento das pacientes e familiares;

• Orientação ineficiente por parte da equipe de saúde da família;

• Processo de trabalho da equipe inadequado.

6.6 Desenho das operações

Como podemos enfrentar os nós críticos? Campos, Faria e Santos (2010) descrevem

que se deve para cada nó crítico definir operações/projetos, com os resultados e produtos

esperados, além dos recursos necessários para realização das ações. O quadro 2 mostra o

desenho das operações para os nós críticos selecionados.

Quadro 2 - Desenho das operações para os nós críticos do problema “abandono precoce do aleitamento materno”.

Nó crítico Operações / Projeto

Resultados esperados

Produtos esperados

Recursos necessários

Baixo nível de entendimento

das pacientes e familiares

Aprender + Aumentar o nível de informação das pacientes e familiares sobre a importância da amamentação e sobre os riscos do abandono precoce do aleitamento materno.

Pacientes e familiares mais informados sobre a importância da amamentação e sobre os riscos do abandono precoce do aleitamento materno.

-Realização de grupos operativos para aumentar o nível de conhecimento das pacientes e familiares sobre a amamentação -Distribuição de panfletos e tabelas sobre importância de aleitamento materno.

Cognitivo: conhecimento sobre o tema e sobre estratégias de comunicação e pedagógicas Político: articulação intersetorial (parceria com o setor da educação) e mobilização social Organizacional: organização da agenda Financeiros: para a

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aquisição de recursos audiovisuais e folhetos educativos.

Orientação ineficiente por parte da equipe

de saúde da família

Equipe preparada Capacitar os profissionais da equipe de saúde da família para melhor acolhimento e acompanhamento das pacientes durante o período de amamentação

Equipe de saúde da família capacitada para melhor acolhimento e acompanhamento das pacientes durante o período de amamentação

Reuniões mensais para discussão sobre as formas de orientar as pacientes e familiares sobre o aleitamento materno e para acompanhamento e análise dos dados

Cognitivo: conhecimento sobre o tema Político: mobilização da equipe Organizacional: organização da agenda

Processo de trabalho da

equipe inadequado

Linha de Cuidado Implantar a linha de cuidado para evitar o abandono precoce do aleitamento materno, incluindo os mecanismos de referência e contra referência.

Cobertura de 100% das grávidas

Linha de cuidado para risco do abandono do aleitamento Materno -Criação de protocolos; -Recursos humanos capacitados.

Cognitivo: elaboração de projeto da linha de cuidado e de protocolos; Político: articulação entre os setores da saúde e adesão dos profissionais; Organizacional: adequação de fluxos de referência e contra referência

Fonte: Autoria Própria (2015)

6.7 Identificação dos recursos críticos

Neste passo foram selecionados recursos importantes para realização dos projetos e

que não estão disponíveis. O quadro 3 apresenta os recursos críticos necessários para a

execução do plano.

Quadro 3 - Identificação dos recursos críticos.

Operação/ Projeto Recursos críticos Aprender +

Aumentar o nível de informação das

pacientes e familiares sobre a importância da amamentação e sobre os

riscos do abandono precoce do aleitamento materno.

Político: articulação intersetorial (parceria com o setor da educação) e mobilização social Financeiros: para a aquisição de recursos audiovisuais e folhetos educativos.

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Equipe preparada

Capacitar os profissionais da equipe de saúde da família para melhor

acolhimento e acompanhamento das pacientes durante o período de

amamentação

Político: mobilização da equipe

Linha de Cuidado

Implantar a linha de cuidado para evitar o abandono precoce do aleitamento

materno, incluindo os mecanismos de referência e contra referência.

Cognitivo: elaboração de projeto da linha de cuidado e de protocolos; Político: articulação entre os setores da saúde e adesão dos profissionais; Organizacional: adequação de fluxos de referência e contra referência

Fonte: Autoria Própria (2015)

6.8 Análise de viabilidade do plano

Neste momento avalia-se a motivação de quem controla os recursos críticos

necessários para realização das operações/projetos. Entendemos por motivação o

envolvimento ou não de quem controla o recurso para solução do problema (CAMPOS;

FARIA; SANTOS, 2010). O quadro 4 apresenta a proposta de ação para motivação dos atores

envolvidos.

Quadro 4- Análise de viabilidade do plano.

Operação/ Projeto Recursos críticos Controle de recursos críticos

Ações Estratégicas

Ator que controla

Motivação

Aprender +

Aumentar o nível de informação das pacientes

e familiares sobre a importância da

amamentação e sobre os riscos do abandono

precoce do aleitamento materno.

Político: articulação intersetorial (parceria com o setor da educação) e mobilização social Financeiros: para a aquisição de recursos audiovisuais e folhetos educativos.

Secretaria de Educação Secretaria de Saúde

Favorável Favorável

Não é necessário

Equipe preparada

Capacitar os profissionais da equipe de saúde da família para melhor

acolhimento e acompanhamento das pacientes durante o

período de amamentação

Político: mobilização da equipe

Coordenador da UBS

Favorável

Não é necessário

Linha de Cuidado Cognitivo: elaboração Equipe de Favorável Não é

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Implantar a linha de cuidado para evitar o abandono precoce do aleitamento materno,

incluindo os mecanismos de referência e contra

referência.

de projeto da linha de cuidado e de protocolos; Político: articulação entre os setores da saúde e adesão dos profissionais; Organizacional: adequação de fluxos de referência e contra referência

saúde Secretaria de Educação

Favorável

necessário

Fonte: Autoria Própria (2015)

6.9 Elaboração do plano operativo

O plano operativo descreve as operações que serão implantadas pela equipe, os

resultados esperados, os produtos e as ações, consta também o nome do profissional

responsável pela execução das operações e o tempo previsto para o inicio e término das

mesmas. O quadro 5 apresenta a elaboração do plano operativo.

Quadro 5- Plano Operativo.

Operações Resultados esperados

Produtos esperados

Profissionais Envolvidos

Prazo

Aprender +

Aumentar o nível de informação das

pacientes e familiares sobre a

importância da amamentação e

sobre os riscos do abandono precoce

do aleitamento materno.

Pacientes e familiares mais informados sobre a importância da amamentação e sobre os riscos do abandono precoce do aleitamento materno.

-Realização de grupos operativos para aumentar o nível de conhecimento das pacientes e familiares sobre a amamentação -Distribuição de panfletos e tabelas sobre importância de aleitamento materno.

Equipe de saúde da UBS Urbano 2

Inicio em 02 meses

Equipe preparada

Capacitar os profissionais da

equipe de saúde da família para melhor

acolhimento e acompanhamento

das pacientes durante o período de amamentação

Equipe de saúde da família capacitada para melhor acolhimento e acompanhamento das pacientes durante o período de amamentação

Reuniões mensais para discussão sobre as formas de orientar as pacientes e familiares sobre o aleitamento materno e para acompanhamento e análise dos dados

Equipe de saúde da UBS Urbano 2

Inicio em 04 meses e término em12 meses

Linha de Cuidado Cobertura de 100% Linha de cuidado Equipe de saúde Inicio em 03

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Implantar a linha de cuidado para

evitar o abandono precoce do aleitamento

materno, incluindo os mecanismos de referência e contra

referência.

das grávidas para risco do abandono do aleitamento Materno -Criação de protocolos; -Recursos humanos capacitados.

da UBS Urbano 2 meses

Fonte: Autoria Própria (2015)

6.10 Gestão do plano

A gestão do plano possibilita o acompanhamento, discussão e reorientação das ações,

se necessário. Pretende-se com este plano de ação aumentar o nível de informação das mães e

familiares sobre a importância da amamentação e sobre os riscos do abandono precoce do

aleitamento materno, assim como capacitar os profissionais da equipe de saúde da família

para melhor acolhimento e acompanhamento das pacientes durante o período de

amamentação.

Sendo assim, será realizado um acompanhamento do plano de ação através de

atividades semanais e mensais. Será criada uma lista de presença para registrar toda semana as

mães presentes nos grupos operativos. Além disso, será realizada uma reunião da equipe por

mês para discussão das atividades desenvolvidas e da capacitação.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação em saúde constitui-se em um instrumento de intervenção importante para

melhorar os indicadores de saúde, pois conhecendo a realidade da população assistida, as

intervenções propostas pela equipe multiprofissional podem produzir resultados positivos.

Acredita-se que este plano de ação tenha condições de aumentar o nível de informação

das mães e familiares sobre a importância da amamentação e sobre os riscos do abandono

precoce do aleitamento materno, assim como capacitar os profissionais da equipe de saúde da

família para melhor acolhimento e acompanhamento das pacientes durante o período de

amamentação.

Temos um caminho árduo a seguir, com obstáculos a serem superados, é preciso

atitude para que o projeto se torne maior conseguindo assim alcançar índices de aleitamento

maternos muito maiores que os atuais e com isso podemos ter expectativa de melhoria na

qualidade de vida dos bebês e das famílias, principalmente daquelas de baixa renda que vivem

em moradias impróprias e em comunidades distantes.

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