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RECONHECENDO MEU LUGAR SONHO QUE SE SONHA JUNTO A ÁGUA POTÁVEL ESTÁ ACABANDO CIDADE E SPERANÇA L IXO: PROBLEMAS E SOLUÇÕES REAPROVEITANDO LIXO : GARRAFAS PLÁSTICAS REAPROVEITANDO LIXO : RECICLAGEM DE PAPEL CRIANDO OBJETOS COM PAPEL RECICLADO REAPROVEITANDO NA COZINHA D E PLANTA TAMBÉM SE FAZ TINTA CUIDANDO DAS VIDAS: CONSTRUINDO SEMENTEIRA CUIDANDO DAS VIDAS: SABOR , COR E PERFUME EDUCAÇÃO E CIDADANIA UM PROGRAMA PARA ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE RISCO SOCIAL 9

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�DE PLANTA TAMBÉM SE FAZ TINTA

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EDUCAÇÃOE CIDADANIA UM PROGRAMA PARA ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE RISCO SOCIAL

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EDUCAÇÃOE CIDADANIA UM PROGRAMA PARA ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE RISCO SOCIAL

9ORGANIZAÇÃO CURRICULAR PARA AS

UNIDADES DE INTERNAÇÃO PROVISÓRIADA FEBEM/SP

MÓDULO DE ATIVIDADES ESCOLARES

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Secretaria de Estado da EducaçãoPraça da República, 53 Centro01045-903 São Paulo SPTelefone: (11) 3218-2000www.educacao.sp.gov.br

Governador do Estado de São PauloGeraldo AlckminSecretário de Estado da EducaçãoGabriel ChalitaSecretário AdjuntoPaulo Alexandre Pereira BarbosaChefe de GabineteMariléa Nunes ViannaCoordenadora de Estudos e Normas PedagógicasSonia Maria SilvaCoordenadoria de Ensino da Região Metropolitana da Grande São PauloAparecida Edna de MatosCoordenadoria de Ensino do InteriorElcio Antonio Selmi

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EDUCAÇÃOE CIDADANIA UM PROGRAMA PARA ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE RISCO SOCIAL

9

Autoria

SECRETARIA DEESTADO DA EDUCAÇÃO

Realização

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CENPEC - CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EMEDUCAÇÃO, CULTURA E AÇÃO COMUNITÁRIAR. Dante Carraro 68 Pinheiros05422-060 São Paulo SPhttp://www.cenpec.org.br

Diretora presidenteMaria Alice SetubalCoordenação geralMaria do Carmo Brant de Carvalho

Coordenação do Projeto (Equipe Currículo & Escola)Maria Silvia Bonini Tararam (Coord.)e-mail: [email protected] José Reginato RibeiroMarilda F. Ribeiro de MoraesAutoria do módulo Educação ambientalMagaly Therezinha dos SantosMaria Isabel Iório SonciniMaria da Penha Bertoldi YoussefEquipe técnicaAmérica A.C.MarinhoElizabeth BarolliMarlene C. AlexandroffRonilde Rocha MachadoAssessoriaIsa Maria F. R. GuaráYara SayãoEdição de TextoTina Amado

A equipe agradece a contribuição dos educadores daFEBEM/SP, participantes dos encontros de discussãoque subsidiaram a produção deste material entreoutubro de 2000 e fevereiro de 2001

Edição de ArteEva Paraguassú de Arruda CâmaraJosé Ramos NétoCamilo de Arruda Câmara RamosIlustraçãoLuiz Maia

São Paulo, 2003

Coleção Educação e Cidadania, módulo 9Material produzido no âmbito do projetoElaboração e Implementação de Proposta Pedagógica para Adolescentes emSituação de Conflito com a Lei, desenvolvido pelo CENPEC paraa FEBEM/SP – Fundação para o Bem-Estar do Menor do Estado de São Paulo eSEE/SP - Secretaria de Estado da Educação

Educação ambiental: problemas globais, ações locais / Centro de Estudos ePesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária – CENPEC – SãoPaulo; CENPEC; FEBEM, SEE/SP; 2003. Coleção Educação eCidadania.

Módulo de oficinas culturais 9Ilustr.; 6 fichasISBN: 85-85786-31-0

Educação e Cidadania: proposta pedagógica 1. Educação, ponte para omundo 2. Família e relações sociais 3. Justiça e cidadania 4. Saúde,uma questão de cidadania 5. O trabalho em nossas vidas 6. Artesvisuais e cênicas 7. Conto 8.Correspondência 9. Educação ambiental:problemas globais, ações locais 10. Hora de se mexer11. Jogos da vida 12. Jornal 13. Música e movimento 14. Poesia15. Ponto de encontro I. Título II. CENPEC III. FEBEM

CDD-370.11

Wagner Mendes Soares CRB-8 – 038/2002

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SUMÁRIO

Introdução 6

Oficina 1 Reconhecendo meu lugar 11

Oficina 2 Sonho que se sonha junto 12

Oficina 3 A água potável está acabando 14

Oficina 4 Cidade Esperança 15

Oficina 5 Lixo: problemas e soluções 17

Oficina 6 Reaproveitando lixo: garrafas plásticas 19

Oficina 7 Reaproveitando lixo: reciclagem depapel 21

Oficina 8 Criando objetos com papel reciclado 22

Oficina 9 Reaproveitando na cozinha 23

Oficina 10 De planta também se faz tinta 24

Oficina 12 Cuidando das vidas: construindosementeira 25

Oficina 12 Cuidando das vidas: sabor, cor eperfume 28

Referências bibliográficas 29

Fichas 31

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EDUCAÇÃO E CIDADANIA6 INTRODUÇÃO

Às vezes nem olhamos para o ambiente.Às vezes olhamos e não vemos nada de certonem de errado.Às vezes vemos o que está errado e fazemos deconta que não vemos.Mas, quando vemos o que está errado e agimospara melhorar a qualidade de vida para todos,tornamo-nos ativistas ambientais.

Baeder, Carvalho, Nogueira & Rodrigues, 2000

Se um astronauta visitasse a Terra, há 4bilhões de anos, concluiria que a vida nesteplaneta era impossível ou, pelo menos,improvável. E ele não estaria errado: atemperatura da Terra era altíssima, imprópriaà vida como a conhecemos atualmente; nãohavia água líquida, substância fundamental aqualquer forma de vida; erupções vulcânicasfreqüentes liberavam grandes quantidades devapor na atmosfera, provocando violentastempestades e intensas descargas elétricas. ATerra era, àquela época, um planetaextremamente instável, pouco propício à vida.

No entanto, transcorridos 500 milhões de anos,nos mares e lagos quentes recém-surgidos, avida fez sua primeira aparição. Formas de vidade organização pouco complexa (semelhantes abactérias) povoaram esses mares; e, passadosmais 2 bilhões e 900 milhões de anos, umaexplosão de vida coloriu nosso planeta.

A presença de vida no planeta produziumodificações em suas condições físico-químicas (na composição da atmosfera, naconstituição e composição do solo, entreoutras); as alterações dessas condiçõesfavoreceram a fixação de inúmeras outrasformas de vida. No transcorrer do tempo,muitas delas se extinguiram, outras tantassurgiram e se fixaram, sempre produzindomodificações nas condições físico-químicas doambiente e estando sujeitas a essas mesmascondições. E a vida foi se diversificando noplaneta.

Ao longo de milhões de anos, as interaçõesentre as diferentes formas de vida e entre elase os fatores físico-químicos (ar, água, solo etc.)foram se ampliando, tornando-se maiscomplexas; diversos ambientes foram seformando – mares, rios, florestas, caatingas...

–, diversos tanto nas espécies animais evegetais que abrigam quanto no tipo de solo ena disponibilidade de água, mas todosresultantes de interações entre a diversidadede seres vivos e os fatores físico-químicos queos constituem. Em todos, os seres vivos trocammatéria e energia entre si e com o meio físico-químico; em cada um, as diferentes populaçõestêm crescimento controlado umas pelas outras.São essas interações que configuram odelicado equilíbrio dos ambientes e quesustentam a diversidade de vida na Terra.

Nós, seres humanos, somos os mais recenteshabitantes do planeta. Nossa espécie – Homosapiens sapiens – surgiu na Terra háaproximadamente 100.000 anos. E, assimcomo as demais espécies de seres vivos,compomos a intrincada rede de relações que éa natureza. Participamos das cadeiasalimentares, dependemos da água, do ar e deoutros fatores ambientais, integramos astrocas de matéria e energia que seestabelecem no meio. Ao mesmo tempo, comotodos os seres vivos, produzimos modificaçõesno ambiente e dele dependemos parasobreviver. Entretanto, diferentemente dosdemais seres vivos, interagimos com oambiente transformando-o de formaintencional, por meio do trabalho.

Ao longo de sua história evolutiva o serhumano criou cultura, desenvolveu tecnologiasque mediaram sua interação com o ambiente,reduzindo seu grau de dependência, mas nempor isso tornando-se independente. É inegávelo fato de que o desenvolvimento tecnológicotrouxe benefícios para a humanidade. Odesenvolvimento da agricultura e da pecuáriatornou possível a produção de alimentos emlarga escala; as tecnologias de conservação dealimentos permitiram seu armazenamento edistribuição para diferentes regiões; entremuitos outros benefícios, a construção deredes de esgoto e água encanada, a produçãode vacinas e de medicamentos, odesenvolvimento da medicina propiciaramaumento na esperança de vida das populaçõesEntretanto, o desenvolvimento tecnológicotambém produziu catástrofes no ambiente:extinção de diversas formas de vida,contaminação da água, do ar, do solo e dealimentos; alterações na atmosfera (comointensificação do efeito estufa e redução dacamada de ozônio); e, por paradoxal quepareça, queda da qualidade de vida dahumanidade.

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7EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Nossos tempos experimentam asconseqüências do desrespeito e da prepotênciahumana em relação ao ambiente. Durantemuito tempo, achando-se o centro do universo,o homem ocidental explorou os recursosnaturais rompendo os ciclos e fluxos quemantêm o equilíbrio dinâmico da natureza, porentender que esta era inesgotável e estariasempre a seu dispor. Essa concepção demundo (antropocentrista) teve os impactos quehoje vivemos: desertificação de grandes áreasdo planeta, alterações na atmosfera e no clima,poluição e contaminação, redução da águapotável, entre tantos outros.

O pensamento antropocentrista alastrou-se,nesse final de milênio, passando acomprometer toda a humanidade; em nome demais lucros em menos tempo, muitos recursosnaturais se esgotaram, outros estão em vias deesgotamento; há uma quantidade enorme deresíduos contaminantes lançados nosmananciais, no ar e no solo; o acesso daspopulações aos bens gerados tornou-se cadavez mais difícil, produzindo crescente miséria;então, é inadiável repensar formas de serelacionar com o ambiente, utilizando seusrecursos, mas respeitando seus prazos dereposição e o acesso das populações aos bensproduzidos.

Muitas organizações ambientalistas propõemcomo caminho para superação desse impasse odesenvolvimento sustentável – uma forma dedesenvolvimento voltado para a satisfação dasnecessidades humanas das gerações atuais efuturas, priorizando a eqüidade social (todas aspessoas devem ter acesso aos bens socialmenteproduzidos) e a inclusão, isto é, o envolvimentodas populações locais nas atividades propostasem suas regiões. Ações compatíveis com odesenvolvimento sustentável consideram cincodimensões: social, ecológica, econômica,cultural e geográfica, exigindo portanto aparticipação democrática, a garantia dapreservação das espécies, a distribuição derenda e o acesso das populações aos bensproduzidos, o respeito às diferenças culturais eregionais. Nas definições dessas ações, pois, sãoconsiderados os recursos e as potencialidadesde cada região e os modos de vida de suacomunidade humana.

É no contexto dessas considerações que seinsere a necessidade da educação ambiental –trazer aos jovens o conhecimento da dinâmicaambiental e dos problemas decorrentes de sua

ruptura, contribuindo para o desenvolvimentoda consciência de sua responsabilidadeindividual e coletiva, bem como daresponsabilidade do poder público naconstrução de uma sociedade que sedesenvolva de forma sustentável. São osseguintes os princípios estabelecidos decomum acordo entre diferentes povos da Terra(Resolução da Conferência das Nações Unidasdo Rio de Janeiro, 1992, conhecida comoECO’92) para nortear a construção dessa novasociedade (ONU, 1992):

Respeito e cuidado com outrosseres vivosFazemos parte da comunidade dos seres vivos:temos o dever de respeitar as pessoas, asplantas, os animais, enfim, todos os seres queinteragem e dão a continuidade à vida.

Melhoria da qualidade de vidaA produção econômica (indústria, comércio eserviços) deve ser orientada para dar a cadaum de nós o efetivo direito de desenvolvernosso potencial, a fim de obter autoconfiança euma vida plena de dignidade e satisfação.

Conservação da vitalidade e dadiversidade de vidaA produção econômica deve também garantirproteção à natureza, pois dela dependem anossa vida e a dos demais seres vivos.

Economia de recursos naturaisOs recursos da Terra são finitos e devem tersua duração prolongada por meio dareutilização, reciclagem e redução de uso demateriais

Permanência nos limites dacapacidade da TerraA tecnologia deve visar o equilíbrio entre acapacidade de suprimento da natureza e asnecessidades das pessoas, pois os impactosambientais que ela pode suportar têm limites.

Integração entre desenvolvimento econservaçãoDevemos organizar a produção econômica demodo a garantir a manutenção dos recursosnaturais para as gerações futuras e organizar asociedade para garantir distribuição justa deriqueza e bem-estar social.

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EDUCAÇÃO E CIDADANIA8 Mudança de atitude

Cada um de nós deve examinar seus hábitos ealterar seu comportamento, para poupar osrecursos da Terra e diminuir os impactosambientais.

Cuidar do ambiente é tarefa dacomunidadeNa comunidade, exercemos atividadesprodutivas e criativas. Portanto, elas são omeio mais acessível para manifestar opiniões etomar decisões a fim de melhorar o ambiente ea qualidade de vida.

As oficinas aqui propostas convidam a umareflexão sobre as relações que estabelecemoscom o ambiente; sobre o papel que cada um denós desempenha ou pode vir a desempenharnessas relações; sobre o modo como nosrelacionamos com o ambiente mais próximo (acasa, o bairro, a cidade), mais distante (outrasregiões do país, outros países) e com o planeta.Essa reflexão deve se traduzir em um fazer;não qualquer fazer, mas um que torneperceptíveis, para cada um dos jovens, suascapacidades e responsabilidades; que revele acada um a possibilidade de usar o corpo, acabeça, as mãos para produzir o belo e paracolaborar com a preservação da vida em suadiversidade; a possibilidade de construiralternativas que não os excluam do convíviosocial mas, pelo contrário, que constituamperspectivas de concretização depertencimento e de realização de sonhos.

Organização deste móduloEste fascículo traz orientações para odesenvolvimento de 12 oficinas, bem como areprodução das fichas para os alunos. São 6fichas, para uso em 8 oficinas (algumastrazem, na frente e no verso, atividades paraoficinas diferentes). Antes de iniciar cadaoficina, estude este fascículo e as fichas dosjovens (um disquete para impressão das fichas,conforme o número de alunos presentes,integra este módulo). Para estas oficinas émuito importante providenciar o materialnecessário (indicado no começo de cada uma)com antecedência; no caso da oficina 7(reciclagem de papel), será preciso prepararde véspera a pasta de papel-jornal e água; nocaso da 6 (reutilização de garrafas plásticas),será mais interessante se você puder prensargarrafas (uma semana antes), para poderemdispor também de plástico plano. Algumas

oficinas requerem programação cuidadosa,como as que dependem de utilização da cozinha(oficinas 9 e 10), ou as que propõem atividadede plantio de sementes e ervas (oficinas 11 e12). E, como o produto dessas duas últimasserão vasos ou jardineiras plantadas, serápreciso também articular miniequipes paraassumir o cuidado das plantas em sistema derodízio (independentemente da realização deoficinas), formadas por agentes educacionais ejovens internos.

As oficinas foram pensadas para serdesenvolvidas com um máximo de 20 alunos,durando cerca de uma hora e meia cada. Comoo grupo de participantes de cada oficina podeser diferente, lembre-se de, no início de cadauma, promover a apresentação deles e umaconversa sobre a temática das oficinas e suarelação com o cotidiano da vida de cada um ede todos nós. Note que, em várias oficinas, osprocessos e produtos também podem serexecutados fora da Unidade, convertendo-seem modos diversos de participar da economiainformal, de exercer trabalho autônomo,contribuindo para a construção de umambiente ecologicamente equilibrado.

VALORIZE O PORTFÓLIONão somente as fichas, mas as demais produçõesdos jovens em folhas avulsas devem ser guardadasno portfólio de cada um.

Identificando problemas epropondo soluçõesAs considerações abaixo dizem respeito maisespecificamente às duas primeiras oficinas,“Reconhecendo meu lugar” e “Sonho que sesonha junto”; no entanto, deve-se tê-las emmente em toda e qualquer ação de educaçãoambiental. Constituem subsídios para vocêiniciar o diálogo com os jovens participantes,para localizá-los na temática geral – problemasglobais, ações locais – e explicar os objetivosdas oficinas:

� é preciso aprender a olhar para o ambienteem que vivemos e reconhecê-lo;

� é preciso nos percebermos parte dele,responsáveis por ele, para poder buscarformas de agir individuais e coletivas demodo a melhorá-lo, contribuindo tambémpara a saúde ambiental como um todo.

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9EDUCAÇÃO AMBIENTAL

� a redução da camada de ozônio resulta daeliminação, para a atmosfera, de gasescomo o CFC (clorofluorcarbono),provenientes de aerossóis e aparelhos dear condicionado;

� a redução da água potável (que serve parabeber) deve-se à intensa ocupação econtaminação das regiões de mananciais eao desperdício nas indústrias e casas;

� a redução de fontes de energia, como opetróleo, o carvão vegetal e o mineral,decorre de seu uso intenso em indústrias etransporte. Esses recursos naturais sãofontes de energia não-renováveis, em riscode esgotamento devido ao aumento dedemanda por energia, propiciado pelocrescimento populacional e industrial semum planejamento que vise a economia derecursos naturais e o acesso de todos aesses bens;

� muitas inundações de áreas de cultivo,desmatamento e assoreamento de rios sãocausados pela construção de hidrelétricas,para atender a demanda por energiaelétrica decorrente do crescimentopopulacional desordenado, do crescimentoindustrial e do desperdício. Além desseaumento de demanda, também carecemosde políticas que favoreçam odesenvolvimento de fontes alternativas deenergia, que não sejam agressivas aoambiente, tais como a energia solar eeólica.

A vida, tão pouco provável de ter surgido noplaneta e que tanto tempo levou para sediversificar e se fixar, corre risco. Diantedesse quadro, fica a pergunta: “E eu com isso?”Que responsabilidade temos para com essesproblemas? E se tivermos, como podemoscontribuir para a superação de problemas tãograndes e tão gerais?

Todos ocupamos um espaço nesse planeta. E,ao ocupá-lo, estabelecemos com ele relaçõesde troca: comemos, produzimos lixo, usamoságua, eliminamos a água servida, usamosenergia elétrica etc. Se examinarmos mais deperto esses fatos, temos de reconhecer nossaparcela de responsabilidade na preservação doambiente: o que fazemos no lugar onde vivemospode ter conseqüências globais – por exemplo,a queima de lixo desprende fumaça que polui aatmosfera do planeta; os gases liberados dolixo que queimamos no terreno baldio do bairro

Ao ocupar os ambientes, o ser humano sempreos transforma. Por meio de tecnologias, extraie utiliza recursos naturais – solo, água, luz dosol, animais, vegetais, entre outros – naconstrução de produtos necessários a suasobrevivência. Entretanto, é o modelo dedesenvolvimento econômico que vai determinaro acesso das populações aos bens produzidos(moradia, alimentos, transporte, águaencanada, rede de esgoto etc.), bem como oinvestimento em tecnologias que não agridam asaúde ambiental e humana, como por exemploas que permitem a reciclagem de lixo industriale o tratamento dos esgotos antes de seremlançados aos rios e mares.

O modo como a ocupação humana se dá podegerar graves impactos ambientais, como os quevivemos atualmente:

� o desmatamento acaba gerando erosão,empobrecimento do solo, assoreamento emorte de rios, extinção de espécies animaise vegetais;

� a eliminação de resíduos sólidos e líquidos(lixo e esgoto) a céu aberto favorece adisseminação de doenças, a contaminaçãodo solo e da água das nascentes, rios emares, e a morte de animais e vegetais;

� o lixo acumulado nas ruas é carregadopelas chuvas, entope os bueiros e podechegar aos rios, assoreando-os. Isso, aliadoà impermeabilização dos solos urbanos(com asfalto), produz enchentes quecontribuem para a disseminação dedoenças como a leptospirose, por exemplo;

� a morte de rios e mares (de suas diferentesformas de vida) decorre do lançamento deesgotos não-tratados; águas servidas,eliminadas das casas, indústrias e demaisestabelecimentos, contendo substânciastóxicas ou impróprias à vida, coletadas nasredes de esgoto e lançadas sem tratamentoem rios ou mares contaminam suas águas,causando a morte dos seres que neles vivem;

� a contaminação do solo por dejetos eagrotóxicos leva à contaminação devegetais e animais, incluindo o ser humano;

� a intensificação do efeito estufa, segundomuitos cientistas, decorre do acúmulo degases eliminados na queima decombustíveis fósseis (como o dióxido decarbono e o metano). Na atmosfera, essesgases formam uma camada que impede asaída de calor do planeta;

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EDUCAÇÃO E CIDADANIA10 passam a compor a atmosfera, sendo

carregados pelos ventos para outras regiões.

Há, portanto, muito a contribuir com apreservação ambiental, agindo localmente:

� atitudes individuais: separar os diferentesmateriais do lixo (vidro, metal, plástico,papel limpo) para reutilizá-los ouencaminhá-los a locais onde sejamreutilizados ou reciclados; armazenaradequadamente o lixo, em vez de jogá-lopelas janelas de carros, ônibus e trens, ouem ruas, córregos ou terrenos baldios;evitar o desperdício de água nas açõescotidianas como tomar banho, escovardentes, lavar o carro etc.; economizarenergia elétrica sempre que possível, porexemplo apagando as luzes dos cômodosque não estiverem sendo ocupados,diminuindo o tempo de uso de chuveiros etorneiras elétricas;

� as ações coletivas visam exigir do poderpúblico políticas, programas e leis quecontribuam para a preservação doambiente e dos direitos dos cidadãos, taiscomo: coleta e destinação adequada dolixo ou, melhor ainda, coleta seletiva ereciclagem do lixo; coleta e tratamento doesgoto, isto é, implantação de técnicaspara limpar as águas servidas (em

estações de tratamento) antes deserem lançadas aos rios e mares;limpeza freqüente de córregos, ruas ebueiros, para evitar enchentes; acessoa moradia em lugar que não seja áreade risco (de enchente ou desabamento,nem exposto a contaminantes comosubstâncias tóxicas liberadas pelasindústrias); implantação e manutençãode áreas verdes destinadas ao lazer;leis e políticas que pressionem asindústrias a poupar energia, produziraparelhos que consumam menosenergia elétrica, a utilizar energia“limpa” nos processos de produção; epolíticas que favoreçam o estudo e ouso de fontes alternativas de energia“limpa”, isto é, que não sejamagressivas ao ambiente ou à saúdehumana, tais como a energia eólica(dos ventos) e a solar, e que favoreçamsua implementação considerando tantoo potencial de cada região como o fatode que todos os cidadãos têm direito àenergia.

Em suma: tanto em nosso dia-a-dia quantopor meio da participação cidadã podemos,sim, contribuir para tornar nosso ambientemais saudável, para nós e para as futurasgerações.

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11EDUCAÇÃO AMBIENTAL

OFICINA 1RECONHECENDO MEULUGARMaterial necessário: ficha 1; mapas do estado deSP e da Grande São Paulo; lousa e giz ou papelpardo e canetas; papel, lápis de cor, giz de cera;aparelho de som, CD ou fita contendo a cançãoFim de semana no parque, dos Racionais MCs.O núcleo desta oficina é o reconhecimento de umambiente imediato, escolhido pelos jovens, quedevem perceber-se parte dele, identificandoproblemas, sentindo-se responsável por ele e capazde nele intervir como indivíduo e como cidadão,produzindo mudanças visando a melhoria daqualidade de vida de sua comunidade. O sonho e oimaginário atuam como propulsores de taismudanças.Identificar problemas locais na comunidade e nobairro – tais como acúmulo de lixo em ruas,terrenos baldios ou córregos; ausência de áreas delazer, de serviços de coleta de esgoto efornecimento de água –, representá-los, discuti-los,sendo convidados a pensar modos de conviver comalguns deles e de contribuir para a superação deoutros pode trazer aos jovens novas perspectivas,descobertas de canais de mudança e de modos departicipação em sua comunidade.Lembre-se que, se você revelar as ligações entreesse ambiente imediato e o planeta como um todo,eles compreenderão que intervenções localmenterealizadas podem ter repercussão não apenas naquelacomunidade ou bairro, mas no próprio planeta.Localizando um lugar conhecidoInicie propondo localizarem-se no mapa. Com osjovens em círculo, estenda o mapa do Estado deSão Paulo no chão, para localizar primeiro a cidade

onde estão. Para trabalhar com mapas, leia o box“Aprendendo com o mapa do Brasil”, na p.26 domódulo Jogos da vida. Quando tiverem sefamiliarizado com o mapa e se situado, proponhalocalizarem a cidade de origem de cada um.Distribua a ficha 1 e lápis de cor; leve-os aperceber a diferença de proporções entre o mapagrande e o da ficha. Inicialmente, você e eles, nocoletivo, vão localizando, no mapa grande, asreferidas cidades. A seguir, cada um reconhece olocal de sua escolha no mapa de sua ficha e coloreesse ponto. Com a mesma cor, preenche oquadrado da legenda e escreve o nome da cidade e/ou a explicação, “onde nasci” ou “morei”.Explique que, em vez da cidade onde nasceram,podem escolher outra, se preferirem, desde que aconheçam. Oriente-os a marcar com lápis de cor,no mapa da ficha, a localização da cidade escolhidapor aproximação, caso não seja uma das queaparecem no mapa pequeno.Como a maioria das Unidades se situa na GrandeSão Paulo, repita todo o procedimento anteriorcom o mapa da Grande São Paulo – nesse caso,localizarão sua cidade ou bairro de origem ouescolha. Caso sua Unidade não se situe aí, isso serádesnecessário.Uma vez realizada a localização, converse umpouco sobre o ambiente (v. Introdução) eproponha aos jovens que pensem nos lugares poreles escolhidos, que falem deles: “Como é? De quevocê gosta nele? De que não gosta? Que problemasambientais você identifica? Você se acharesponsável por algum deles? Explique” – sãoalgumas das perguntas que você pode propor.Diga-lhes que irão pensar sobre a cidade escolhidaouvindo a canção Fim de semana no parque, dosRacionais MCs. Toque a música e, enquantoouvem, vão refletindo sobre o lugar escolhido.Quando a música terminar, representarão oproduto de suas reflexões em um desenho;distribua folhas avulsas e mais lápis de cor ou gizde cera. Peça que procurem retratar aspectos bonse ruins, relacionados às questões ambientais, doslugares que escolheram; devem usar as imagens eas reflexões feitas a partir da música.Reconstruindo o lugar escolhidoConvide-os, agora, a um exercício de imaginação e

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EDUCAÇÃO E CIDADANIA12 criação. Pergunte: Como esse lugar (que vocês

representaram) poderia ser melhor? Como seria, sepudessem modificá-lo? Organizados em pequenosgrupos (de 3 a 4), os jovens conversam, trocamidéias sobre o que mudariam nos lugaresescolhidos, e criam o lugar imaginário. No versoda ficha 1 (“Reconstruindo”), cada um faz seudesenho desse lugar recriado.Agora, conversando com a turma, peça queapresentem os problemas relacionados no primeirodesenho e as soluções propostas no segundo.Divida uma folha grande de papel pardo em duascolunas, anotando em uma os problemas e, naoutra, as soluções. Convide os jovens a analisar assoluções apresentadas: quais dos sonhos retratadosno segundo desenho são possíveis e quais oscaminhos para sua realização, ou pelo menos paracomeçar a realizá-los? De que modo podem,individualmente, colaborar para a melhoria desselugar? Quais ações necessitariam ser feitas pelocoletivo da comunidade?Deixe que se expressem, dêem opiniões, façamsugestões. Dê você também sugestões, apontandopossíveis formas de organização da comunidade,como estratégia para encaminhar e conseguir asmudanças desejadas. Você pode fazer referência acentros comunitários, associações de bairro etc.Como encerramento, retome com eles a idéia deque cada um é responsável pelo ambiente em quevive. As ações para melhorar o ambiente, feitasindividual ou coletivamente, podem refletir-se embenefício da comunidade local e mesmo doplaneta. Para verificar se compreenderam essarelação, peça que indiquem, entre as soluçõeslistadas, as que, realizadas localmente, podemcontribuir globalmente.Atenção: para a oficina 2, será necessário dispor depelo menos um par de desenhos (“lugar comproblemas”, “soluções”) feitos nesta. Anuncie issoao grupo, pedindo que escolham os desenhos a serreproduzidos; solicite voluntário(s) pararedesenhá-los, ou para fazer dois novos desenhos,cada um representando uma síntese das listas deproblemas e soluções feita em papel pardo.Lembre-os de assinar suas obras e deixe-asexpostas para a próxima oficina. Os desenhosoriginais de todos devem ser guardados nosportfólios, junto com suas fichas.

OFICINA 2SONHO QUE SE SONHAJUNTOMaterial necessário: desenhos feitos na oficina 1;papel, lápis, borracha; argila ou massa de modelar;placa de madeira de cerca de 50 cm x 50 cm; tintaguache de várias cores; palitos e cola; aparelho desom, CD ou fita contendo a canção Fim de semanano parque ou outra, do repertório dos jovens sobresua própria realidade.Com esta oficina pretende-se que os jovenscompreendam que há problemas ambientaiscomuns a muitos lugares e que osencaminhamentos para sua solução dependem deintervenções individuais e coletivas. Muitas dessassoluções são de responsabilidade do poder público;os moradores podem e devem pressionar por elas,por meio de ações coletivamente organizadas:mediante abaixo-assinados, denúncias oureivindicações nos meios de comunicação; exigindoo cumprimento de direitos relacionados aosaneamento ambiental; escolhendo, pelo voto,vereadores, prefeitos e outros governantescomprometidos com a melhoria da qualidade devida das populações.Lembre-se de que os participantes desta oficinapodem não ser os mesmos da anterior. Assim, noinício, converse de modo a localizá-los na temáticageral (Educação ambiental: problemas globais,ações locais), estimulando o reconhecimento deproblemas ambientais e a percepção de sua parcelade responsabilidade quanto a eles. Caso haja jovensque tenham participado da oficina anterior, peça-lhes que relatem o que fizeram.O ponto de partida desta oficina são os desenhosfeitos na oficina 1. Inicie expondo-os e contandoque retratam lugares conhecidos e ideais. Convide

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os participantes a observar bem, prestando atençãoaos detalhes, aos problemas e soluções apontadas.Enquanto os jovens observam os desenhos, toqueuma música de fundo. Pode ser a mesma usada naoficina anterior. O importante é que evoqueelementos da realidade deles. Ajude a observaçãocom perguntas como: “O que há no desenho de‘soluções’ que vocês também sonham para o lugaronde vivem? Pensando em seu bairro ou cidade, oque vocês alterariam nessas propostas? Dassoluções apontadas, quais dependem de você, dasações de cada pessoa? Quais precisam do conjuntoda comunidade para serem encaminhadas?” Deixeque os alunos conversem, troquem impressões eidéias.Em seguida, proponha que construamcoletivamente uma maquete de um bairro oucidade que incorpore os sonhos daqueles quefizeram a oficina anterior e os deles, que realizam aatual: o sonho que se sonha junto. Organize osjovens em grupos (de três ou quatro participantes)e distribua folhas de papel para que façam o esboçoda maquete.O passo seguinte é a negociação do conteúdo dosvários esboços feitos, lembrando que a maquetedeve representar o sonho coletivo de superação dosproblemas ambientais identificados por eles e peloscolegas da oficina anterior. Quando decidirem porconsenso quais os elementos que serão incluídos namaquete, passe à elaboração da própria. Anuncieque será construída com argila – ou, caso não aobtenha, com massa de modelar feita com farinhade trigo, água e sal (v. box).

MASSA DE MODELARIngredientes

2 kg de farinha de trigo1 kg de sal

águaModo de fazer

Misture os ingredientes em uma bacia grande, deplástico. Depois de colocar a farinha e o sal, vá

jogando água e misturando com as mãos, até quese forme uma massa capaz de ser enrolada.

Está pronta a massa de modelar.Essa massa pode ser preparada momentos antes de

realizar a oficina.

Disponha a placa de madeira que servirá de base, amassa ou argila e a tinta guache para colorir osvários elementos criados. Combine um tempo paramontarem a maquete, ajudando-os a distribuirtarefas (quem faz o quê).Quando estiver pronta, sugira que criem outdoorsque serão espalhados pelas “ruas” da maquete,relativos ao que pode ser feito para transformar umlugar em ambiente saudável. Deixe-os sugerir asmensagens dos outdoors; estes são exemplos parainspirá-los, se necessário: Participe da coletaseletiva de lixo! Vamos despoluir o rio X? Poupe anatureza e limpe seu bairro! Participe do centrocomunitário! Saúde e lazer andam juntos. Venhalutar por mais áreas verdes no bairro! Não queimelixo! Sabe onde foi parar o lixo que você jogou nocórrego perto de sua casa? A vida respira e oplaneta agradece.Para a confecção dos outdoors, organize os jovensnovamente em grupos, distribuindo a cada um ¼de folha de sulfite, dois palitos (de sorvete, porexemplo) e cola; cada grupo escreve sua mensagemna folha, colando-a nos dois palitos.Depois, juntos, decidem a distribuição dasmensagens pelas ruas da maquete construída,cuidando para que não haja poluição visual.Sugerimos que a maquete fique exposta durante asdemais oficinas. E, se possível, seja fotografadapara integrar o acervo de documentação daUnidade.Como encerramento, converse com eles sobre aimportância de participarem de associações dobairro ou centros comunitários, propondo eparticipando de ações ambientais; e a importânciade contar com a colaboração de ONGs para juntosreivindicar do poder público seus direitos decidadão. Vale ainda chamar a atenção dos jovenspara que acompanhem, na TV, noticiários oudocumentários sobre problemas ambientais,identificando os protagonistas – os responsáveisdiretos por tais problemas e os prejudicados; otrabalho das associações de bairro ou outrasorganizações, buscando solucionar ou minimizartais problemas.

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OFICINA 3A ÁGUA POTÁVELESTÁ ACABANDOMaterial necessário: ficha 2; papel, lápis, borracha,caneta.Inicie esta oficina subsidiando os jovens cominformações sobre a importância da água para avida. Além das informações contidas naintrodução, explique que a água é componentefundamental do corpo de todo ser vivo. Nossocorpo, por exemplo, possui cerca de 70% de água.É a água que permite ao sangue circular pelocorpo, distribuindo alimentos e oxigênio; é ela queconduz para fora do corpo resíduos formados noseu interior (urina); a manutenção da temperaturacorpórea também se deve à presença de água nocorpo (ao suar, eliminamos vapor de água que,quando evapora, rouba calor do corpo). Nós etodos os outros seres vivos precisamos de águatodos os dias.No ambiente, a água transita de forma cíclica.É a mesma água que compõe as nuvens, que seprecipitam em chuvas, que alimentam os rios emananciais, que formam os mares e irrigam o solo;é essa água que os seres vivos retiram do ambiente(mares, rios, solo) que utilizam na realização desuas funções vitais e que retorna ao ambiente pelaevaporação, transpiração, respiração e pelaeliminação de resíduos dos corpos dos seres vivos.Utilizada como recurso natural pelos sereshumanos, a água é necessária nas indústrias, naagricultura, na higienização dos ambientesconstruídos.Por outro lado, a imprensa, escrita e falada, temnoticiado a escassez de água potável na Terra. Masentão, cabe perguntar: se a água caminha de formacíclica no ambiente, como pode estar se acabando?

Responder esta pergunta é o objetivo desta oficina.Deixe que os jovens apresentem suas suposições,discutam suas idéias e convide-os a umainvestigação.Organize-os em cinco grupos e distribua a ficha 2,que traz cinco textos sobre o problema da escassezde água (extraídos de uma publicação da Secretariade Habitação e Desenvolvimento Urbano doMunicípio de São Paulo, durante a gestão LuízaErundina, 1989-1992). Cuide para reunir em ummesmo grupo leitores mais, e menos experientes.Os textos da ficha tratam dos seguintes temas:Estamos cometendo um assassinato –a poluição daágua dos mananciais pelo lançamento de esgoto,lixo e produtos químicos; O que o loteamentoclandestino tem com isso? – discute os problemasgerados pela ocupação indevida de áreas demananciais, enfatizando as diferentes atividadeshumanas que prejudicam o abastecimento de águada cidade; O que faz a água virar veneno – enfatizao problema do lixo jogado nas ruas e nos córregos,bem como as conseqüências do lançamento deesgoto nas represas; Quem corta a mata ajuda apiorar – aborda as questões do desmatamento emáreas de mananciais e da impermeabilização dosolo, como agravantes no reabastecimento defontes ou mananciais; A terra “limpa” leva sujeira –trata da erosão decorrente do desmatamento, comouma das causas do assoreamento de rios e represas,da sujeira da água e conseqüente redução da águapotável.Cada grupo deverá ler um dos textos (você podesortear os temas entre os grupos), buscandorespostas à pergunta acima, verificando suassuposições, ou seja, deve relacionar o texto lido aoproblema da escassez de água potável e apresentarsuas conclusões para os demais colegas. Enquantolêem, circule pelos grupos, oferecendo explicaçõespara sua compreensão, se necessário.As apresentações podem ser feitas de formasvariadas, a critério de cada grupo. Podem fazermúsica, poema, dramatização, relato, cartazes,outdoors etc. Mas é fundamental garantir que oconteúdo apresentado contenha pelo menos umaresposta à pergunta inicial. Feitas as apresentações,discuta com o grupo para fazer uma sistematizaçãoem que se evidencie que o conjunto dos problemas

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altera e está sujeito às alterações por eleproduzidas nesse meio;

� diferentemente dos demais seres vivos, o serhumano intervém de forma intencional,modificando o ambiente pelo trabalho,utilizando recursos naturais para satisfazer suasnecessidades, criando tecnologias que mediamsuas relações com o ambiente;

� o desenvolvimento econômico e tecnológicodeve propiciar o suprimento das necessidadeshumanas atuais e das gerações futuras,garantindo a preservação ambiental e o acessodas populações aos bens socialmenteproduzidos;

� progresso significa, antes de tudo, qualidade devida para toda a humanidade.

Convide os jovens, então, a resolver a situaçãodescrita no box “Cidade Esperança”.Leia o “caso” de Cidade Esperança para o grupo.Prepare previamente, em uma folha de papelpardo, um esquema resumindo o dilema(vantagens e desvantagens da instalação daindústria) e os personagens envolvidos:empresários da indústria, prefeito, vereadores pró econtra, ambientalistas, líderes comunitários,radialistas – além dos moradores, claro, que irãovotar no plebiscito. Esclareça que plebiscito é umtipo de votação em que cada eleitor só pode votar“sim” ou “não”. Organize os participantes em setegrupos; cada um vai assumir, por sorteio, o papelde um dos segmentos:� representantes da indústria� vereadores a favor da instalação da indústria� vereadores contrários à instalação da indústria� ambientalistas (ativistas ambientais)� líderes comunitários� radialistas da Rádio Boca no Trombone� moradores da cidade (grupo mais numeroso).Definidos os papéis de cada grupo, anuncie queirão representar o debate. Proponha que os cincoprimeiros grupos acima se reúnam e preparemseus argumentos; marque um tempo para isso.Enquanto isso, o grupo de moradores podeconstruir um cenário – a praça da cidade ouauditório onde ocorrerá o debate – com caixotes oucarteiras para servir de palanque e, se possível,

acima expostos é que é o responsável pela reduçãoda água potável na Terra. Independentemente de aágua transitar de forma cíclica no ambiente, se elaestiver poluída, será imprópria à vida; e mais: se aágua das chuvas não puder penetrar no solo e neleficar retida (devido ao desmatamento e àimpermeabilização), não estará disponível para oabastecimento daquela região. Ao longo do tempo,diferentes regiões apresentarão o mesmo problema,de modo que nenhuma delas poderá partilhar suaágua com as demais. Isso já acontece nos grandescentros urbanos como, por exemplo, a cidade deSão Paulo.Encerre a oficina comentando que, embora asolução de muitos desses problemas seja deresponsabilidade do poder público, cada um denós também pode contribuir para agravar ouminimizar o problema. Sugira que, no verso daficha, completem uma das frases propostas, sejaresumindo o que aprenderam, seja explicitandocomo acham que podem contribuir para atenuar oproblema.

OFICINA 4CIDADE ESPERANÇAMaterial necessário: lousa e giz ou papel pardo,canetas hidrocor; revistas para recortar, tesoura ecola; se possível, gravador e fita.Nesta atividade, os jovens são convidados avivenciar uma situação que envolve tomada dedecisão acerca de impasses criados pelodesenvolvimento de uma região e a manutenção daqualidade de vida da população local.Com base nas considerações feitas na introdução,você pode fazer uma conversa introdutóriadestacando as seguintes idéias:� o ser humano, como qualquer outro ser vivo,

depende do ambiente, faz trocas com seu meio,

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EDUCAÇÃO E CIDADANIA16 A população, incluindo os radialistas, pode fazer

perguntas, expressar opiniões, apresentar críticas esugestões aos debatedores. É necessário estabelecerum tempo para esse debate, pois a seguir haverá avotação. Todos os moradores da cidade – esomente eles – votam pela instalação ou não daindústria; os que votarem pela instalação deverãoapontar, também, as condições dessa instalação.Talvez seja útil você fazer algumas consideraçõesdurante o debate, para alimentá-lo. Ofereça aosjovens novos elementos para reflexão trazendoinformações sobre o desenvolvimento sustentado,como possibilidade para resolver impasses comoesse (v. Introdução). Enfatize que, para odesenvolvimento sustentado, a tomada de decisãosobre alterações produzidas em uma região envolveo conhecimento dos recursos e das potencialidadesdessa região e o modo de vida de sua comunidade.No caso em questão, é necessário saber exatamenteos tipos de resíduos a ser lançados pela indústria;saber se eles permanecem por longo tempo noambiente; se têm efeito cumulativo, isto é, se suaconcentração vai aumentando à medida quecaminham do solo ou da água para as plantas,delas para os animais e deles para outros animais,incluindo o ser humano; se causam doenças nosseres vivos. É necessário, também, verificar se aregião oferece possibilidade de dissipação dosgases liberados pelas chaminés (se a cidade nãofica em um vale cercado por escarpas, o quedificulta a dispersão), se esses gases não produzemchuvas ácidas, além de doenças respiratórias e depele. Ainda é preciso investigar se a instalação daindústria é a única ou a melhor forma dedesenvolvimento da região; muitas vezes o turismoecológico constitui boa alternativa, aliado à pescaou ao cultivo de determinadas espécies de plantas ecriação de animais para comercialização... Fazparte, também, das investigações a verificação docomprometimento ou não do lazer da comunidadee se é a população toda que ganha em qualidade devida.Feitas essas investigações, se a indústria se mostrarcomo uma boa opção, ainda resta estabelecer ascondições para sua instalação. Por exemplo, éobrigatório o uso de filtros nas chaminés, parafiltrar a fumaça, deixando de lançar ao ar partículasque possam danificar o ambiente e a saúde das

CIDADE ESPERANÇAA população de uma pequena cidade, chamadaEsperança, foi convocada a realizar um plebiscito arespeito da instalação de uma indústria. A indústria,cuja produção requer muita água, seria construídanuma região próxima ao rio que corta a cidade. Achegada da indústria traria aumento de empregos ede investimentos na cidade, aumentando ocrescimento econômico da região.O Rio das Águas que Cantam, que atravessa acidade, fornece alimento para a população pois emsuas águas limpas vivem várias espécies de peixes.Também é fonte de lazer: crianças, jovens, adultos,idosos, todos podem banhar-se em suas águasclaras.Depois de receber a oferta da indústria, o prefeito deEsperança foi procurado por um grupo deambientalistas que o alertaram para os gravesproblemas decorrentes da instalação da tal fábrica:por suas chaminés seria lançada ao ar uma fumaçaescura, que poderia causar doenças respiratórias napopulação; os dejetos do processo de produçãoseriam lançados no rio, contaminando os peixes eas pessoas que deles se alimentassem,emudecendo o Rio das Águas que Cantam; o lazerda população local estaria irremediavelmenteperdido.Prefeito e vereadores da cidade ficaram divididosquanto à decisão a ser tomada. Decidiram convocarrepresentantes da indústria, dos ambientalistas,líderes da comunidade local, vereadores pró econtra a instalação da indústria, para um debate, demodo que a população pudesse se informar eescolher o melhor para sua Esperança, por meio deum plebiscito.A convocação da população seria feita pela rádiolocal, Rádio Boca no Trombone.

confecção de cartazes (distribua o material paracolagem). O grupo que representa os radialistasprepara uma chamada para o debate e realiza aconvocação da população, por meio de pequenotexto falado, jingle etc. Esse grupo também pode irentrevistando componentes dos demais grupos eirradiando essas entrevistas.Decorrido o tempo combinado, cada grupoassume sua posição no cenário montado e o debatetem início com a apresentação dos argumentos daspartes envolvidas.

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pessoas. Os dejetos das atividades industriais nãopodem ser lançados diretamente no rio ou no solo,sob risco de contaminá-los; a indústria deve usartecnologia que permita reaproveitar parte dassubstâncias que compõem esses dejetos e tratar seuesgoto, além de minimizar o uso de água e energiaelétrica. Explique ainda aos jovens que o poderpúblico – no caso, a câmara dos vereadores eprefeitura – deve contratar um EIA/RIMA(Estudo de Impacto Ambiental/Relatório deImpactos Ambientais) e acompanhar seustrabalhos, no sentido de verificar as condições paraa instalação.Apurados os resultados, qualquer que seja oresultado do plebiscito, a Rádio Boca noTrombone noticiará o ocorrido e poderá pedir aopinião de todos os envolvidos acerca dosresultados. Os radialistas também podem fazer umcomentário final, mencionando elementos dodesenvolvimento sustentado. Idealmente, asemissões da Rádio Boca no Trombone poderiamser gravadas para posterior divulgação aos demaiscolegas, professores e funcionários da Unidade.

Utilizando elementos da introdução, apresente aosjovens o acúmulo de lixo em ruas, terrenos baldiose córregos como um problema ambiental epergunte se vêem alguma relação entre esse lixo eas enchentes, ou a presença de ratos nas ruas ecasas.Para que possam ampliar seu repertório e refletirsobre essa grave questão ambiental, acrescentenovos elementos. Explique que, quanto mais umacidade cresce, mais aumenta a quantidade de lixoproduzido e vai ficando cada vez mais difícil acharum lugar onde todo ele possa ser depositado. Olixo recolhido pelos caminhões, onde isso acontece,acaba sendo jogado nos arredores da cidade,formando os “lixões” que atraem ratos, baratas,mosquitos e causam enormes problemas de saúdepara as pessoas que vivem no seu entorno. Oslixões representam o destino de 75% do lixorecolhido nos municípios brasileiros. Outra formade destinação do lixo são os aterros sanitários;nesse caso o lixo é depositado em um terrenodistante das moradias, é comprimido por máquinase coberto com uma camada de terra, para evitarmau cheiro e proliferação de insetos e ratos. Mas,para que o aterro não ofereça perigo para a saúde,é necessário que o solo seja impermeabilizado eque se construam canaletas para o escoamento dochorume (líquido escuro e mal cheiroso queescorre dos sacos de lixo), evitando-se acontaminação do solo; é preciso também instalarchaminés para eliminar os gases que se formampela decomposição dos materiais do lixo. Osaterros sanitários, desde que corretamenteconstruídos, constituem alternativaambientalmente adequada para a destinação dolixo; mas custam dinheiro. Os governantesprecisam destinar uma parte do orçamento suainstalação; para isso, precisam considerarprioridade a saúde ambiental e humana nomomento de decidir sobre o uso do dinheiropúblico (dos impostos que todo cidadão paga eque, em princípio, deveria retornar comobenfeitorias a esses mesmos cidadãos). E, paraisso, é preciso que a população pressione osgovernantes (prefeito, vereadores) para estabelecertal prioridade…Acrescente-se ainda o fato de que muitas cidadescrescem desordenadamente, produzindo enormes

OFICINA 5LIXO: PROBLEMAS ESOLUÇÕESMaterial necessário: ficha 3; papel, lápis, borracha,caneta; lousa ou papel pardo.É objetivo desta oficina que os jovenscompreendam os problemas gerados pelaprodução, acúmulo e destinação do lixo,reconhecendo sua parcela de responsabilidade;identifiquem a coleta seletiva como uma forma deminimizar o problema; atuem como praticantes edivulgadores dessa alternativa ambiental.

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EDUCAÇÃO E CIDADANIA18 quantidades de lixo; nas cidades grandes já é quase

impossível encontrarem-se áreas distantes demoradias, onde se possam construir novos aterrossanitários, uma vez que cada um tem uma vida útildependendo da área em que foi construído e dadescarga de lixo que recebe diariamente. Como sepode ver, o problema da produção e destinação dolixo é, de fato, extremamente grave.Muitas pessoas não se dão ao trabalho de jogar olixo nas latas ou de acondicioná-lo em sacosplásticos; jogam-no nas ruas ou em terrenosbaldios. Assim, além de atrair animais quetransmitem doenças, esse lixo é levado, pelaschuvas, para os bueiros, córregos e rios da cidade.O lixo que entope os bueiros, que se acumula noscórregos e rios é um dos responsáveis pelasenchentes e pelo espalhamento de doenças comoleptospirose e disenterias, entre outras.Lance, então, a seguinte questão: Esse problematem solução? Os jovens deverão justificar suasrespostas. Deixe que expressem suas opiniões,troquem idéias e convide-os, então, a saber umpouco mais sobre o lixo. Distribua a ficha 3, quetraz uma foto de lixão, em que aparecem diferentestipos de lixo: coisas feitas de papel, plástico, metal,vidro, além de lixo orgânico (restos de comida).Organizados em pequenos grupos (de três aquatro componentes), os jovens deverãoreconhecer os tipos de lixo e classificá-los.Combine um tempo para realizarem a atividade e,de volta à organização coletiva, peça que um grupoapresente suas classificações e que os demais ascomplementem. Na discussão coletiva, pergunte seacham que haveria alguma vantagem em separaresses tipos de lixo. Se não responderem, expliqueque, separados, cada tipo de lixo pode serreaproveitado, de alguma forma (o vidro é moídopara fabricar mais vidro, os metais sãoaproveitados de diversas formas, o papel serve parafabricar papelão e papel reciclado etc.). E expliqueque, para obter esse lixo “já separado”, é precisoinstalar o sistema de “coleta seletiva”. Peça entãoque respondam individualmente as duas perguntasda ficha, sugerindo a voluntários que leiam suasrespostas, que serão comentadas oucomplementadas pelos demais.Na sistematização final, assegure que tenham sidocompreendidos os seguintes pontos:

� a separação do lixo em diferentes tipos e orecolhimento feito do lixo assim separadochama-se coleta seletiva de lixo;

� os diferentes tipos de lixo podem serreaproveitados, por reutilização ou reciclagem.Reutilizar significa aproveitar para algumafinalidade o que for possível, em vez de jogarfora (como usar latas pequenas como porta-lápis). Reciclar quer dizer usar os materiaistransformando-os em novos produtos. Restosde alimentos podem ser transformados emadubo orgânico. Restos de ferro, alumínio,cobre e outros metais podem ser reciclados nasindústrias de metais. Há indústrias quecompram vidros, mesmo quebrados, para fazernovos objetos de vidro. Com papel usado elimpo, pode-se fazer papel novo. Pilhas ebaterias de celulares podem ser usadas pelasindústrias na produção de pisos cerâmicos;

� a coleta seletiva, como solução para o problemado acúmulo de lixo, traz enormes vantagens:reduz-se a quantidade de lixo dispersa pelasruas, em lixões e aterros, reduzindo-se assimtambém o risco de enchentes e disseminação dedoenças; e poupam-se recursos naturais, umavez que um mesmo recurso é reutilizado oureciclado. E, além dos materiais que compõemdeterminado produto, economiza-se tambémágua e energia elétrica.

Proponha, então, que os jovens divulguem essaaprendizagem, passando a atuar comodivulgadores ambientais:� eles podem fazer cartazes criativos explicando a

importância da coleta seletiva e da destinaçãoadequada do lixo, convidando os colegas,professores e funcionários da Unidade aimplantar a coleta seletiva. Para isso, seránecessário localizar instituições ou empresasque recolham o material coletado (para que nãose acumule na própria Unidade).

� podem também produzir folhetos explicativos eentregá-los a familiares e conhecidos, a fim deque começar na comunidade um trabalho decoleta seletiva (vale ressaltar que a comunidadedeve entrar em contato com a prefeitura,solicitando sua colaboração).

� outra atividade de divulgação seria montar um

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teatro de marionetes, discutindo os problemasdo acúmulo de lixo: os bonecos podem serfeitos com material reaproveitado, como o tubodo rolo de papel higiênico. Um possível temapara a “peça” de teatro é “Jogou lixo na rua e…provocou uma enchente” (Alguém joga umcopinho de plástico pela janela do ônibus,pensando, ‘É só um copinho!’. Acontece quemilhares de pessoas podem fazer o mesmo,raciocinando da mesma maneira, e juntosacabam sendo responsáveis por um grandeproblema que afeta a todos: o acúmulo de lixonos bueiros e suas conseqüências, como jávimos. As pessoas deveriam se perguntar: ‘Oque acontecerá se todos fizerem o mesmo queeu?’ ‘Essa é uma atitude justa para com oambiente e com os outros?’ A mensagem seriaalgo como: “se eu jogar lixo na rua, mesmo quepequeno, estou contribuindo para a degradaçãode um espaço que é meu e é de todos, hoje e nofuturo. Esta é minha responsabilidade frente ànecessidade de preservar a saúde e a qualidadede vida; minha e de todos. Ao fazer isso, possocobrar dos outros que também ajam assim”.

Seja qual for o caminho escolhido para divulgar osconhecimentos construídos nesta oficina, encerre-alendo para os jovens este trecho da carta enviadapelo grande chefe Seatle ao governo americano, em1854, em resposta a uma proposta de compra dasterras de sua tribo (apud Cabral, 2000):

Ensinem às suas crianças oque ensinamos às nossas, que aterra é nossa mãe. Tudo oque acontece à terra aconteceráaos filhos da terra. Se oshomens cospem no solo, estãocuspindo em si mesmos.

Em uma breve conversa, veja se estabelecemrelação entre a fala do grande chefe e a oficina.Lembre-os de que a natureza oferece recursos quetransformamos para nosso benefício, mas osresíduos dessas transformações devem sermínimos, reutilizados e reciclados, de modo a nãocontaminar a natureza e não exaurir seus recursos.Contaminando a água, o solo, o ar, estamoscontaminando todos os seres vivos – inclusive nósmesmos.

OFICINA 6REAPROVEITANDOLIXO: REUTILIZAÇÃODE GARRAFASPLÁSTICASMaterial necessário: ficha 3 (verso); aparelhode vídeo; fita Do lixo ao luxo: David Barbosa; sucatade garrafas plásticas, pelo menos uma por aluno;tesouras, furador de papel, saquinhos plásticos,cola; materiais para decoração como tinta plástica,barbante, lã, juta etc.Como os jovens que participam desta oficinapodem não ser os mesmos das anteriores, énecessário retomar as considerações já feitas sobrea problemática da produção e destinação do lixo.Prepare uma conversa inicial sobre o assunto.É objetivo desta oficina que, tendo conhecimentodos problemas que o lixo representa para a saúdeambiental e, mais especificamente, o plástico, osjovens conheçam meios de reutilização dessematerial, como forma de minimizar os gravesefeitos do seu acúmulo no ambiente.

PLÁSTICO PREVIAMENTEPRENSADO

Para enriquecer esta oficina, se você puder, preparecom antecedência PET já prensado, achatado. Umasemana antes de realizar a oficina, coloque asgarrafas sob uma prensa improvisada (veja o vídeosobre David Barbosa: um ou dois galões cheios deágua servem como prensa), deixando-as ficar por,no mínimo, cinco dias. Os alunos poderão criarobjetos ainda mais interessantes.

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EDUCAÇÃO E CIDADANIA20 Informe-lhes que o plástico constitui boa parte do

lixo e que não é biodegradável, isto é, não existe,na natureza, nenhum ser vivo que decomponha oplástico; de maneira que, mesmo que se passemuito tempo, o plástico acumulado assim semanterá. O plástico representa, então, duploproblema em relação ao acúmulo de lixo. Mas,felizmente, nesse caso também, o reaproveitamentoé uma solução possível para limpar o ambiente eganhar algum dinheiro. Informe aos jovens que háindústrias que reciclam plástico, produzindotecidos. Esse processo é complexo e, por isso, não épossível realizá-lo artesanalmente. Mas é possível areutilização artesanal de garrafas plásticas (dePET – polietileno tereftalato, um tipo de garrafaplástica que pode conter alimentos e ser reciclada).Há pessoas que até conseguem seu sustento comeste trabalho: elas recolhem garrafas plásticas,limpam-nas e criam objetos feitos a mão (estojos,bolsas, porta-celular etc.), que podem sercomercializados.Convide-os a assistir a um vídeo sobre reutilizaçãode plástico (PET): trata-se de um bate-papo como artesão carioca David Barbosa que, além de teruma interessante história de vida, produz objetosque estão fazendo muito sucesso nas lojas da zonasul do Rio de Janeiro. No filme, David apresentasua oficina e ensina, por exemplo, como fazerembalagem para camisetas. Como se trata de algoproduzido com muita simplicidade, é possível queos jovens não o valorizem. Se isso acontecer, éfundamental explicar-lhes que essa embalagem foicriada pelo artesão a pedido de uma empresa, quequeria passar para o público a idéia de serpreocupada com questões ambientais, como é ocaso do lixo plástico. David pensou em algo quesatisfizesse tal pedido e criou algo simples, rápidode fazer, e que pode ser produzido em grandequantidade por uma só pessoa: um porta-camisetasque permite divulgar o nome da tal empresa. Oproduto fez tanto sucesso que, hoje, DavidBarbosa é procurado por outras empresasinteressadas no mesmo tipo de propaganda.Converse com os jovens sobre essa alternativa queDavid encontrou para a própria vida; chame aatenção para as possíveis saídas não-convencionais,criativas e que, ao mesmo tempo, colaboram com apreservação ambiental. Proponha a eles então

experimentar construir objetos a partir de garrafasplásticas.Distribua a ficha 3 (verso) ou peça àqueles que já ativerem, que a retomem. Leia com eles o texto daficha, ressaltando o conteúdo da foto. Essa fichacomplementa o vídeo apresentado e pode servir deregistro das idéias nele contidas, depois que osjovens saírem da Unidade.Proponha aos alunos que se coloquem no lugar deum artesão, que foi procurado por uma empresapreocupada com sua imagem em relação àsquestões ambientais, e que decidiu utilizar, emalgumas de suas dependências, objetos feitos commateriais reaproveitados. Assim, a tal empresa estápedindo que criem objetos com garrafas plásticaspara serem usados no escritório, no refeitório ou nobanheiro da firma, ou, então, algo que possa seroferecido como brinde aos clientes.Distribua o material necessário, previamenteprovidenciado. Explique que os elementos comotinta e lã servem para decorar, fazendo objetosmais interessantes. Cada jovem decide o que querproduzir e os materiais que usará, dentre osdisponíveis. Quem quiser pode fazer um pequenoprojeto antes de confeccionar o objeto e discuti-locom você. Outros podem simplesmente irexperimentando. Por exemplo, um aluno decidefazer um porta-lápis duplo. Nesse caso, precisaráde duas garrafas cortadas ao meio e unidas emalgum ponto; deixe-o procurar uma maneira dejuntar as duas garrafas; se houver à disposiçãofurador de papel, é provável que pense em utilizá-lo para fazer furos no plástico; – e para unir asgarrafas? Se tiver à disposição lã, juta, barbante,saquinhos de plástico, cola etc., com certeza teráalguma boa idéia. Pode escolher juntá-las usandofios de lã, pintando depois o conjunto. Estimule-osa decorar os objetos produzidos.Organize uma exposição dos objetos construídos,se possível mobilizando toda a Unidade. Os jovensé que decidirão sobre o destino dos objetos queproduziram.Encerre a oficina retomando com os jovens osproblemas causados pelo acúmulo de lixo noambiente e a idéia de que há soluções para reduziro volume de plástico no lixo. Em vez de poluirruas e córregos com plástico, ou destiná-lo aos

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lixões ou aterros sanitários, onde permanecerá pormuito tempo, é possível reutilizá-lo de formacriativa – e até lucrativa.

ATENÇÃOLembre-se que, para a próxima oficina, será precisopreparar a pasta para papel reciclado de véspera.Veja a seguir.

pode ser reciclado, minimizando os problemasambientais, além de contribuir para a redução dolixo lançado no ambiente. Assim, conhecer atécnica de reciclagem de papel também é objetivoda oficina.Conversando com os jovens, lembre-os de que umdos grandes problemas de muitos bairros é oacúmulo de lixo nas ruas, terrenos baldios,córregos etc. Esse lixo acumulado é excelente paraa proliferação de ratos, baratas e seresmicroscópicos que causam inúmeras doenças; alémdisso, é carregado pelas chuvas para os rios ecórregos, reduzindo seu leito e contribuindo paraenchentes e o espalhamento de doenças.Relembre com eles os diferentes materiaiscomponentes do lixo: papel, plástico, vidro, metal,lixo orgânico (restos de comida), informando queesses materiais podem ser reaproveitados, isto é,reutilizados na produção de novos objetos. Oreaproveitamento pode ser uma solução não sópara reduzir a quantidade de lixo, mas tambémpara ganhar dinheiro.Explique que muitas iniciativas dereaproveitamento estão dando certo. Dê o exemploda Coopamare, uma cooperativa de catadores depapel e sucata que funciona na cidade de SãoPaulo. Formada em 1989, a associação surgiucomo necessidade de catadores que trabalhavamisoladamente, para organizar seu trabalho, demodo a que todos contribuíssem com sua parcelade trabalho para ter garantido um ganho mensal; e,ao mesmo tempo que garantem seu sustento,contribuem com a preservação do ambiente. ACooperativa deu certo, firmou-se e hoje reúnecerca de 200 catadores de papel.Anuncie, então, a realização desta oficina e daseguinte: nesta irão aprender sobre reciclagem depapel e, na próxima, sobre a utilização do papelreciclado. Distribua a ficha 4 que traz, na frenteum texto sobre a invenção do papel, o processo deprodução, o consumo de água doce e de energiaelétrica envolvidos nessa produção. O textotambém aborda algumas conseqüências para oambiente, como desmatamento e poluição daatmosfera, do solo e dos rios, anunciando aindaalternativas que preservam o ambiente e a saúde.Promova a leitura coletiva, comentando cada

OFICINA 7REAPROVEITANDOLIXO: RECICLAGEM DEPAPELMaterial necessário: ficha 4; mapa-múndi; jornaisvelhos, água, cola branca; baldes grandes e baciasrasas; peneiras planas de malha fina, que caibamna bacia; liquidificador; toalhas ou panos de chãolimpos e secos, ferro de passar.

PASTA PREVIAMENTEPREPARADA

Para reciclar papel, é preciso preparar de véspera amistura de jornal picado e água, para formar apasta. 300 folhas de jornal permitem a produção de25 a 30 folhas de papel reciclado. Será interessantese alguns dos jovens que forem participar da oficinano dia seguinte puderem ajudá-la/o nessa tarefa.Veja as instruções na ficha 4.

O núcleo desta oficina é apresentar aos jovens osproblemas ambientais decorrentes da produçãoindustrial de papel: desmatamento, poluição derios, do solo e da atmosfera, consumo de água docee de energia elétrica. Componente do lixo, o papel

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EDUCAÇÃO E CIDADANIA22 OFICINA 8CRIANDO OBJETOS

COM PAPEL RECICLADOMaterial necessário: papel produzido na oficinaanterior; algumas folhas de papel reciclado (paraos participantes que não o tiverem); papelão;grampeador, tesoura e cola; canetas, tinta guache,pincéis, fitilhos, barbante, flores secas, elementosdecorativos.Sempre lembrando que os jovens podem não ser osmesmos, esclareça aos participantes desta oficina oque foi trabalhado nas anteriores; caso haja“veteranos”, peça a colaboração deles. Informe-osque hoje utilizarão papel reciclado paraconfeccionar objetos – cartões, porta-retratos,blocos de anotação, papel de carta – poderão criaro que desejarem.Organize todos os materiais necessários: os jovensque tiverem participado da oficina anterior usarão“seu” papel reciclado; distribua folhas aos demais.O papelão pode ser necessário para fazer o fundode blocos ou porta-retratos; os demais elementossão para decorar os objetos produzidos.Deixe-os trabalhar à vontade, oferecendo dicasquando necessário. Depois de prontos, os produtosdevem ser assinados – e são de propriedade dosjovens que os produziram. No entanto, seria bomorganizar uma exposição aos demais internos efuncionários (mais uma vez, seria bom fotografaros objetos, para o acervo da Unidade).Na conversa que encerra a oficina, é fundamentaltrabalhar com os jovens a idéia de que há soluçõespossíveis para economizar papel e poupar oambiente de tantas agressões. Mesmo que issopareça distante, já há experiências dando certo,como as cooperativas mencionadas; informetambém que produtos como os que fizeram podemser comercializados; um contato possível é aSucatarte (Dinei Spadoni, tel. 011 202-9681).Vontade, empenho, responsabilidade e organizaçãoda comunidade são ingredientes fundamentaispara pôr em prática medidas que colaborem com apreservação dos ambientes, como é o caso doreaproveitamento do papel.

parágrafo, localizando num mapa-múndi oslugares citados, dando idéia dos tempos referidos.Como o texto termina anunciando a reciclagem depapel, como alternativa à degradação ambiental eao desperdício, pergunte aos jovens se conhecemessa técnica, o que já ouviram falar dela, se járeciclaram papel.Convide-os então a realizar reciclagem de papel.Oriente-os a ler o verso da ficha, com asinstruções, esclareça possíveis dúvidas; disponha omaterial necessário e... mãos à obra!Os papéis produzidos, depois de secos, podem serpintados; lembre os jovens de assinar seus papéis ede guardá-los para a próxima oficina. Mas é claroque os jovens podem dispor de sua produção comoquiserem (dar de presente a familiares, levarconsigo quando deixarem a Febem).

PARA PARTICIPAR DARECICLAGEM DE PAPEL

Para participar da reciclagem de papel – e de outrosmateriais – em sua cidade, verifique quais asinstituições que os recolhem para reciclar oureutilizar. Entre em contato com a Prefeitura paraobter informações pois, além de instituições oficiais,há cooperativas e organizações não-governamentais(ONGs) que atuam na reciclagem.

Como encerramento, converse com os jovensconcluindo que algumas soluções para osproblemas ambientais, embora trabalhosas e nemsempre imediatas, são possíveis, desde que hajaempenho, responsabilidade e participação dacomunidade. Lembre–os de que, embora apoluição ambiental seja um problema global, açõeslocais, como a separação de materiais do lixo e areciclagem do papel, podem contribuir paraminimizá-lo.

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OFICINA 9REAPROVEITANDO NACOZINHA: CASCAS,OSSOS, TALOSMaterial necessário: ficha 5; frutas, verduras eoutros ingredientes conforme a possibilidade (verficha 5 e texto adiante); cozinha, fogão; utensíliosde cozinha: faca, vasilhas, liquidificador; balde eterra para iniciar produção de adubo orgânico comrestos.Novamente retomando o problema do acúmulo delixo no ambiente, converse com a turma sobre apresença de grande quantidade de restos dealimentos na composição do lixo, explicando queisso também é desperdício. Lembre a eles as partesde alimentos que comumente são jogadas fora,como talos de verdura, ossos, cascas de frutas, delegumes e de ovos. Pergunte se conhecem algumaforma de aproveitar essas partes e se conhecem seuvalor nutritivo.Distribua, então, a ficha 5, que apresenta o valornutritivo de algumas dessas partes, bem comoreceitas de uso. Leia a ficha com os jovens,esclarecendo possíveis dúvidas; conversando comeles, verifique se já tiveram contato com algumasdessas formas de aproveitamento. Proponha entãoque escolham uma ou duas receitas para seremfeitas e apreciadas.Se possível, guarde os restos dos alimentosutilizados para serem transformados em aduboorgânico – excelente, saudável e barato. Enquantonão forem preparados, esses restos devem serguardados em saco plástico mantido bem fechado.Para preparar adubo, ponha os restos de alimentosem um balde ou outro recipiente grande e cubra-os com uma camada fina de terra, tampando o

PODENDO OU NÃOUSAR A COZINHA

Como você pode verificar, algumas receitasrequerem cozimento, enquanto outras não exigemtal procedimento. Em ambos os casos, é importanteverificar com antecedência a possibilidade de osjovens utilizarem a cozinha da Unidade, semcomprometer seu funcionamento. Caso essa opçãose mostre inviável, você poderá usar as receitas (ouprovidenciar novas) que não necessitem de cozinha;por exemplo, pode-se fazer suco com casca deabacaxi ou goiaba na própria sala da oficina,bastando para isso providenciar as frutas desejadas,liquidificador e faca para descascar, além de água,açúcar e copos.

conjunto. Revolva-os uma vez por semana,tomando o cuidado de não aspirar o ar desserecipiente, pois, além do mau cheiro, poderá conteresporos de fungos decompositores. Essa misturaserá excelente adubo após 30 dias. Dependendo dointervalo entre as oficinas, não poderá ser usado nasementeira (oficina 11), mas pode servir mais tardepara o cuidado com o jardim de ervas (feito naoficina 12).Como encerramento, diga aos jovens que podemdistribuir as receitas a parentes e amigos. Converseno sentido de perceberem que este pode ser ummodo de contribuir para atenuar o desperdício e amá nutrição. Esclareça que a responsabilidade peladistribuição dos alimentos produzidos é do poderpúblico – vereadores, prefeitos, governadores,deputados; mas eles, junto com a comunidade,podem fazer a parte que lhes cabe.

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EDUCAÇÃO E CIDADANIA24 para medicamentos, madeira para construção de

moradias e equipamentos etc.), é preciso destacarque são recursos naturais finitos. Uma planta levatempo para crescer e se reproduzir, gerando novasplantas. Se retiradas em grande quantidade numcurto intervalo de tempo (pelo desmatamento oucolheita extensiva), a reposição natural pode nãoocorrer, o que pode acarretar extinção da espécieretirada e conseqüente desequilíbrio ambiental.Pensando, então, no crescimento das populaçõeshumanas e no aumento da demanda por tecidostingidos, se a tintura fosse feita com corantesnaturais, nossas matas já teriam desaparecido, aexemplo do que ocorreu com o pau-brasil.Desenvolveram-se pois tecnologias de produção depigmentos sintéticos. Vale lembrar que, em algumasculturas, ainda se mantém a tradição de utilizarpigmentos naturais para pintar o corpo em rituais.Os pigmentos podem ser extraídos de diferentespartes das plantas. Do tronco do pau-brasil, comojá vimos, assim como das sementes de urucum,podemos extrair um pigmento vermelho comobrasa. Das folhas, quase sempre extraímos opigmento verde. Muitas raízes oferecempigmentos de cores diversas, mas é das flores quepodemos extrair maior variedade de pigmentoscoloridos.Continuando a conversa, pergunte se alguém jáextraiu pigmentos (“tintura”) de planta e como fez.Alguns pigmentos podem ser extraídos apenasmacerando (socando com pilão) a plantamergulhada em água fria; outros requerem que aplanta seja imersa em água quase fervente, ficandoem repouso durante meia hora, pelo menos.Convide-os a realizar a extração do pigmento dealgumas plantas. Ressalte o fato de que nessaoficina utilizaremos partes de plantas comumentecomercializadas e, portanto, não estamos causandoimpacto negativo no ambiente.Divida a classe em cinco grupos e proponha quecada um extraia o pigmento de um vegetal.Distribua a ficha 5 (verso) ou peça àqueles que já ativerem da oficina 9, que a retomem. A ficha traz“receitas” para extrair pigmentos de beterraba,flores, espinafre, urucum e erva-mate. Distribua eoriente o uso das matérias primas, dos recipientes eda água.

OFICINA 10DE PLANTA TAMBÉMSE FAZ TINTAMaterial necessário: ficha 5 (verso); 3 a 4beterrabas; um maço de espinafre; 10 saquinhos(ou 150 g) de erva-mate, sementes de urucum,uma dúzia de flores (hibiscos, rosas ou violetas); 5vasilhas, 5 vidros com tampa, copos; faca, doispilões, filtros de papel, três porta-filtros; fogão,panelas; e material para ser tingido: barbante,novelos de lã etc.; fixador no caso de tingir tecidos(camisetas, p.ex.); água; garrafas térmicas comágua recém-fervida.Nesta oficina, você poderá prosseguir conversandosobre a importância das plantas em nossa vida e nados demais seres vivos. Pergunte se sabem de ondepodemos extrair tintas. Nessa conversa, retome umpouco da história do uso dos pigmentos vegetais.Povos primitivos os utilizavam e os índios osutilizam na pintura do corpo em festas e guerras,para colorir tecidos, penas, potes de barro e outrosobjetos. A chegada dos portugueses ao Brasil foimarcada, entre outros fatos, pela retirada degrande quantidade de pau-brasil, chamado assimporque dele se extraía tinta vermelha como brasa.(E foi daí que surgiu o nome de nosso país.) Coma ajuda dos índios, os portugueses derrubavam asárvores e enviavam os troncos para Portugal, ondeeram usados para extrair tinta e colorir os tecidosdas roupas da nobreza e dos cardeais; além disso,com a madeira construíam móveis e navios. Osportugueses que transportavam o pau-brasil eramchamados de brasileiros – e quase levaram essaespécie de árvore à extinção.Esse é um problema que merece abordagemcuidadosa. Embora as plantas possam fornecerpigmentos e outros produtos (princípios ativos

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Uma vez obtidas as tinturas, para realizartingimento é necessário acrescentar mais água(meio a 1 litro, conforme se queira mais ou menosclaro, e suficiente para cobrir os fios a seremtingidos), mergulhar o que se deseja tingir ecozinhar por cerca de uma hora. A seguir, deve-seenxaguar em água corrente. As tinturasproduzidas poderão ser usadas para tingir lã,barbante ou linha. Com os fios tingidos podemproduzir algo semelhante a tapeçaria. As tinturasobtidas também podem ser usadas para tingir opapel reciclado; e, no caso do tingimento detecidos ou roupas (como camisetas), será precisoadicionar fixador de tintas para tecidos.Para finalizar, retome a conversa sobre aimpossibilidade de se continuar a utilizar corantesretirados das plantas, à medida que as populaçõescrescem; explique que o desenvolvimento daquímica permitiu a produção de corantessintéticos, permitindo tingimento sem gerarextinção de espécies vegetais. Atualmente está sedesenvolvendo uma espécie de algodão cujas floresjá têm diferentes cores, o que vai dispensar otingimento dos fios para a confecção dos tecidos;isso economiza água e reduz o nível de resíduoslançados pelas indústrias têxteis.Relembre a eles a importância das plantas emnosso dia-a-dia: fornecem alimentos, madeira paraa construção de casas, servem de remédio,fornecem o papel que nos é tão útil, são fonte decombustível (álcool) que permite o transporte,contribuem com o equilíbrio do ambiente. Mas,

OFICINA 11CUIDANDO DASVIDAS: CONSTRUINDOSEMENTEIRAMaterial necessário: aparelho de vídeo; fitaMicrocosmos; lousa e giz ou papel pardo e canetas;recipientes para sementeira: caixotes, jardineiras deplástico ou outros; pedrinhas ou cacos de telha;terra adubada (areia, argila e adubo orgânico);água; vasilhas para água, ferramentas dejardinagem, jornais velhos; sementes (2 a 3saquinhos de cada).Converse com os jovens sobre o fato de que a vidaé um evento que teve pouquíssima chance deocorrer e que levou muito tempo para sediversificar e se estabelecer na Terra (v.Introdução). Todas as formas de vida merecemcuidado e respeito; é a interação entre todas elasque garante a existência de cada uma; é adiversidade das espécies que sustenta os diferentesambientes, colaborando para seu equilíbrio.Anuncie que irão ver um vídeo que ajuda aperceber toda a delicadeza e a força das interaçõesentre animais e vegetais e passe o curta-metragemMicrocosmos.Após os comentários sobre o vídeo, proponha que,nesta oficina, comecem um jardim e conheçam umpouco mais da vida das plantas: como sedesenvolvem, como se reproduzem, do queprecisam para viver.

PODENDO OU NÃOUSAR A COZINHA

Mais uma vez, algumas receitas de extração depigmentos requerem cozimento, enquanto outras não.Verifique com antecedência a possibilidade de osjovens utilizarem a cozinha da Unidade, semcomprometer seu funcionamento. Caso essa opção semostre inviável, farão apenas a extração de pigmentoque não requer cozimento (de flores e folhas, porexemplo). Não é possível tingir tecidos semcozimento: sugira que usem os pigmentos parapintar papéis. Basta mergulhar o papel na soluçãofeita, deixar por 5 minutos, retirar e deixar secar emlugar plano; pode-se ainda fazer manchas no papel,usando uma esponja.

acima de tudo, as plantas são seres vivos e não sãoinfinitas. Constituem a base das teias alimentaresque sustentam a vida no planeta. – E no entantoainda continuamos a desmatar nossas florestas!

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EDUCAÇÃO E CIDADANIA26 Ao cuidar de plantas, os jovens se deparam com o

cuidar da vida, seja de que forma for. Identificar asnecessidades diárias das plantas, atendê-las, enfim,cultivar a vida são atividades que desenvolvem asolidariedade e a generosidade, que nos fazemrefletir sobre as condições para a existência da vida,sobre a prepotência humana ao nos considerarmossuperiores às demais formas de vida; isso podecontribuir para reorientar nossas ações noambiente em que vivemos. Ao criar um jardim,porém, no caso desses jovens em regime deinternação provisória, muitos não poderãoacompanhar o desenvolvimento do que plantaram.Assim, uma nova aprendizagem se estabelece: aoportunidade de fazer e deixar para que outrosprossigam cuidando.Pergunte o que sabem sobre a vida das plantas:provavelmente muitos saberão que as plantas,como todo ser vivo, nascem, crescem, sedesenvolvem, podem se reproduzir e morrem; quea semente é o produto resultante da reproduçãosexuada da planta; que as plantas se diferenciamdos animais, principalmente, por serem capazes deproduzir seu próprio alimento, por meio dafotossíntese. Converse sobre a importância deconhecer e lidar com plantas, sobre o significadode fazer jardins ou hortas – em vasos, jardineiras,terrenos particulares e públicos. Além deembelezar e perfumar os ambientes, as plantastambém os refrescam por meio da sombra queproduzem e pela evaporação da água (a água, ao seevaporar, leva com ela o excesso de calor); e, ainda,retiram parte do dióxido de carbono do ar eeliminam oxigênio durante o processo dafotossíntese. Muitas são usadas como alimento,medicamento e tempero.Pergunte se alguém já plantou ou mexeu complantas; estimule cada um a contar o que sabesobre plantio e cuidado de horta, jardim ou vaso.Chame atenção para a jardinagem como profissão.Diga que nesta oficina irão fazer uma sementeira epergunte que sementes conhecem. Faça uma lista,em papel pardo, das sementes que mencionarem.É comum “esquecerem” de mencionar as sementesque consomem no dia-a-dia, como feijão, arroz,trigo, milho, ervilha, pois a grande maioria daspessoas relaciona sementes apenas às frutas. Façavocê essa inclusão, chamando atenção para o fato

de que grande parte da nossa alimentação diáriainclui o consumo direto de sementes ou dealimentos preparados com elas, como pão emacarrão (feitos com farinha das sementes de trigoe outros cereais).Pergunte em seguida o que é preciso fazer paraque as sementes se desenvolvam, transformando-seem uma nova planta. Provavelmente, muitos dirãoque é preciso plantá-la. Lance a questão: Quais ascondições e os cuidados necessários para o plantio?Mantendo o diálogo, lembre aos jovens que hávários aspectos a serem considerados quando sedeseja fazer uma sementeira:� escolha do local onde serão plantadas:

vasilhames plásticos reutilizados, vasos,jardineiras ou pequenos caixotes de madeira;

� preparação do solo;� escolha das sementes;� plantio das sementes;� cuidados de manutenção (calor, iluminação,

irrigação);� transplante de mudas.Preparando o soloSobre folhas de jornal, misturam-se partes iguaisde areia, argila e adubo orgânico na preparação dosolo para o plantio. A mistura deve ficarhomogênea (bem misturada, de modo que quasenão se identifiquem suas partes). Prepare asjardineiras ou caixotes forrando o fundo compedras pequenas ou cacos de telha, quefuncionarão como dreno para escoar o excesso deágua. Ponha a mistura por cima.Escolhendo as sementesNa escolha das sementes é preciso considerar otempo de germinação e crescimento, que varia paracada planta; as sementes menores e menos durasgerminam e crescem mais rápido, em poucos dias.Como exemplo de sementes que germinam emalgumas semanas temos as de rabanete, alpiste,cenoura, feijão, erva doce, cebolinha, manjericão,beijo ou maria-sem-vergonha.Retome a lista feita em papel pardo e apresente assementes previamente providenciadas, verificandose constam da lista. Pergunte se sabem como serãoas plantas que nascerão dessas sementes. Faça uma

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rápida retomada do ciclo de vida das plantas:nascem de sementes, crescem e se desenvolvem,produzindo flores que contêm os aparelhosreprodutores feminino e masculino; quando acélula sexual masculina fecunda a feminina, noprocesso de polinização, origina-se a semente quecontém o embrião que, em lugar fértil, setransformará na planta adulta – e o ciclo recomeça.Após a polinização, parte da flor desenvolve ofruto que conterá as sementes. Esses frutos podemser secos como as vagens, ou carnosos como otomate. A época de frutificação e coleta desementes depende de cada tipo de planta.Retome também os conhecimentos que já têmsobre as necessidades de calor, água e luz: paragerminar, as sementes precisam de água, terrafértil e calor; e, para que as mudas possam crescere se desenvolver, precisam de água, terra fértil eluz.Realizando o plantioCom a sementeira pronta e escolhidas as sementes,é o momento de plantar. O tamanho e aprofundidade das covas em que se depositam assementes dependem do tamanho delas; geralmentedevem ser 2/3 maiores que o tamanho da semente.O espaço entre as covas deve ser de 3 cmaproximadamente. O número de sementes deve serde duas a três sementes pequenas ou uma a duassementes de tamanho médio em cada cova. Depoisde colocar as sementes nas covas, recubra-as com osolo preparado, cuidando para não pressioná-las.Jogue água para umedecer a terra, mas semencharcar.Será preciso decidir sobre o melhor local para assementeiras na Unidade; a princípio, devem ficarem local protegido do vento e da chuva; e, quandoas sementes brotarem, em local bem iluminadopelo Sol. Coordene também a organização deduplas (de jovens e agentes educacionais) parapromover, em sistema de rodízio, a observação e oscuidados diários com rega, iluminação edisponibilidade de calor. Quando as mudascomeçarem a crescer, vai ser preciso realizar otransplante e, também nesse caso, é importante orodízio das duplas.Terminado o plantio das sementes, converse sobre

a importância da produção de mudas paradisseminar plantas que desejamos cultivar emvasos, jardins, jardineiras, hortas, pomares ouparques, pois elas estarão contribuindo para nossaalimentação, para tratamento de doenças ou, ainda,para o embelezamento do lugar onde vivemos.Cuidados de manutenção etransplante de mudasUma vez estabelecido o rodízio de “cuidadores”(duplas de alunos e agentes) para sua manutençãoe observação da germinação, são necessárias regasdiárias pela manhã ou ao entardecer, mas semencharcar.Mais ou menos depois de duas semanas dagerminação, as plantinhas estarão prontas para sertransplantadas. Para o transplante devem serescolhidas as mais desenvolvidas, descartando-seas que não apresentarem bom crescimento.Poderão ser transplantadas para vasos ou outrasjardineiras, previamente arrumados com dreno esolo preparado, colocando-se uma planta por cova.O número de plantas e o espaço entre elas no vasodependerá do tamanho que poderão atingir até afloração. O transplante de muda deve ser feitosempre que observarmos que o espaço está“apertado” ou que a quantidade de solo éinsuficiente para determinada planta, cuidandopara retirá-la sempre com um pouco de terraaderida à raiz.Feitos os transplantes, os jovens poderão colocarpequenas placas junto a cada planta, contendo onome da planta e o de seu “cuidador”. Deverãoprovidenciar novos cuidadores quando saírem dainstituição.Finalize a oficina relembrando que este saber-fazerpossibilita trabalhos em jardinagem, em serviçosde cuidados com as plantas. Informe que noViveiro Manequinho Lopes, no Parque Ibirapuera(SP), há cursos gratuitos de jardinagem epaisagismo; se alguém se interessar, procureinformar-se sobre outros cursos acessíveis aosjovens. Entretanto, o recado talvez maisimportante para esses jovens, como já mencionado,é o de que aprender a cuidar de plantas significaaprender a cultivar e respeitar a vida, nas suasdiferentes formas de manifestação.

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EDUCAÇÃO E CIDADANIA28 OFICINA 12CUIDANDO DAS

VIDAS: SABOR, COR EPERFUMEMaterial necessário: ficha 6; lousa e giz ou papelpardo e canetas; 6 jardineiras, pedras, terraadubada; 2 ou 3 saquinhos de sementes de alecrim,cebolinha, hortelã, manjericão, salsa e sálvia, ou 20mudas de cada; água; ferramentas de jardinagem.Considerando que os participantes desta oficinapodem não ser os mesmos das anteriores, éconveniente iniciar com uma conversa enfatizandoo valor da vida (ver introdução à oficina 11) e dasplantas. Anuncie que irão tratar de um tipo deplantas: ervas. Usadas como tempero, as ervasaromáticas dão um toque especial à arte decozinhar. Muitas não são usadas somente naculinária. Os povos antigos já as utilizavam tantono tratamento de doenças como no preparo deprodutos de beleza.Pergunte aos jovens se conhecem ervas usadascomo tempero ou como medicamento. Numa folhade papel pardo, vá anotando em duas listas as ervasque mencionarem para tempero e as usadas comoremédio. No caso de plantas citadas com ambas asfinalidades, anote-as nas duas listas. Continuandoa conversa, peça que indiquem para quê as ervascitadas foram usadas como remédio. Relembreque, embora muitas ervas sejam tradicionalmenteusadas, só se deve usar aquelas cujos efeitos sãoreconhecidamente benéficos ao organismo. Dê oexemplo da planta conhecida por buchinha-do-norte. É comumente usada comodescongestionante nasal e em casos de sinusite, naforma de chá ou gotas nasais. Essa planta, noentanto, produz graves hemorragias em diferentesregiões do corpo, dependendo da forma como éusada. Não é recomendada pelos médicos paranenhum desses casos. Vale a pena ressaltar quequalquer medicamento, seja ele sintético ounatural, só deve ser usado com orientação médica.Convide os jovens a fazer um jardim de ervasaromáticas e medicinais, informando-os que usarão

plantas já selecionadas por não apresentaremnenhum risco à saúde: alecrim, cebolinha, hortelã,manjericão, salsa e sálvia. Se tiver providenciadosementes, deverão fazer sementeiras e procedercomo na oficina 11. Se tiverem obtido mudas jáformadas, os jovens irão apenas plantá-lasdiretamente em vasos, jardineiras ou em localapropriado na Unidade.Distribua a ficha 6, que traz informações sobreervas usadas na culinária, na medicina e outrascuriosidades. Organize os jovens em pequenosgrupos e oriente-os a fazer uma primeira leitura daficha, verificando se alguma erva aí mencionadaconstava da lista feita antes em papel pardo. Aseguir, peça que voluntários diversos leiam em vozalta, cada um sobre uma erva, e vá esclarecendopossíveis dúvidas.Feitos os comentários e esclarecimentos, é omomento do plantio. Use uma jardineira para cadatipo de erva, várias mudas de cada tipo (o númerode mudas dependerá do tamanho das jardineiras;em 1 m de comprimento cabem umas 20 mudas),materiais para preparo do solo e instrumentos dejardinagem (ver oficina 11). Organize os jovensem seis grupos, ficando cada um com um tipo desemente ou muda e uma jardineira (se esta tiversido a escolha) e oriente o plantio. Os jovenspoderão colocar pequenas placas junto a cadaplanta, contendo o nome da planta e os de seus“plantadores”. Aproveite para informar sobre oscursos no Viveiro Manequinho Lopes (ver páginaanterior).Combine com os alunos o melhor local para asjardineiras, dispondo-as de modo a compor umpequeno jardim ou espalhando-as pela Unidade.Também nesse caso, convide voluntários paraformar duplas com os agentes para cuidar dasplantas, regando e verificando se há suficiente luz ecalor. Deverão providenciar novos cuidadoresquando saírem da instituição. Quando as plantascrescerem, os condimentos e ervas podem serusadas na cozinha da Unidade.Finalizando, lembre-os de que esses saberes efazeres nos aproximam do entendimento, respeito ecuidado pelas plantas e por todos os seres vivos,que nos rodeiam e contribuem para o equilíbrio doambiente em que vivemos.

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29EDUCAÇÃO AMBIENTALREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAEDER, Angela et al. Jovens em ação! São Paulo:Melhoramentos, 2000.

CABRAL, Isabel. Palavra aberta: 8a série do ensinofundamental. São Paulo: Atual, 2000.

CISCATO, Carlos Alberto M. Extração de pigmentosvegetais. Revista de Ensino de Ciências, n.20, p.49-50, jun. 1988.

FIGUEIREDO, Aníbal F., SONCINI, Maria Isabel I.,MARTINS, Simone P. Ciências Naturais v.3. SãoPaulo: Scipione, 1999. (Coleção Novo Tempo).

ONU – ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. RioDeclaration. Nova Iorque, 1992.

SÃO PAULO (Cidade). [Cartilha sobre ocupaçãode áreas de mananciais]. São Paulo: Secretariade Habitação e Desenvolvimento Urbano, 1992.

O Cenpec e as autoras deste módulo agradecem a gentil cessão de direito de uso de texto e/ou imagem de David Barbosae Carlos Alberto M. Ciscatto.

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FICHA 1EDUCAÇÃO AMBIENTAL

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EDUCAÇÃOE CIDADANIA

NOME DATA

Oficina 1 Um lugar que conheçoEste é o mapa do Estado de São Paulo. Localize nele sua cidade de origem ou outraque conheça. Pinte-a da cor que quiser e complete a legenda.

A “mancha urbana” da cidade de São Paulo une-se à de 39 cidades vizinhasformando a região metropolitana da Grande São Paulo. Com a ajuda do/aeducador/a, comparando com o mapa maior, localize o lugar onde você mora ououtro que conheça. Pinte-o da cor que quiser e complete a legenda.

REGIÃO METROPOLITANA DA GRANDE SÃO PAULO

SÃO PAULO

FRANCO DA ROCHA

ITAPEVI

OSASCO

JUQUITIBA

SÃO BERNARDO DO CAMPO

MOGI DAS CRUZES

GUARULHOS

Rio Tietê

Represa Billings

São Miguel

Grajaú–– rios, lagos–– limite entre municípios = —————————————

–– limite entre municípios = —————————————

São JosédoRio Preto

Araçatuba

PresidentePrudente Marília Bauru

AraraquaraRibeirãoPreto

Franca

São Paulo

Santos

Campinas

Taubaté

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ESTADO DESÃO PAULO

Represa deGuarapiranga

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O lugar que escolhi é assimLembrando do que você pensou ao ouvir a música Fim de semana no parque (dosRacionais MCs), faça em uma folha avulsa um desenho retratando aspectos bons eruins do lugar que você escolheu (onde vive ou viveu, onde nasceu etc.). Não seesqueça de, depois, guardá-la junto com esta ficha no seu portfólio.

ReconstruindoAgora, você e os colegas vão conversar sobre as mudanças que fariam no lugar ondevivem. Depois, faça um desenho que mostre como ficaria esse lugar. Lembre-se:vocês conversam, trocam idéias, mas cada um retrata em sua ficha as conclusões aque chegaram.

FICHA 1 VERSOEDUCAÇÃO AMBIENTAL

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EDUCAÇÃOE CIDADANIA

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NOME DATA

Oficina 3 A água potável está acabando� Leia estes textos para entender como corremos o risco de ficar sem água para beber.Estamos cometendo um assassinato

O que o loteamento clandestino tem com isso?

A água que bebemos ou usamos para lavar oucozinhar não é produzida numa indústria ou usi-na. Ela vem dos mananciais, isto é, das fontes,nascentes, olhos d’água, minas... Daí, corre paraos córregos, rios e para as represas, onde é trata-da e canalizada.

Acontece que estamos sujando os mananciaiscom esgoto, lixo e produtos químicos tóxicos,jogados por indústrias e por moradores dessasáreas. A sujeira jogada nos córregos vai para asrepresas, que são usadas para o abastecimentode água do povo. Para tratar a água suja fica mui-to caro, às vezes até impossível.

Essa água poluída com sujeira e micróbios sujatambém as águas subterrâneas, que são retira-

das dos poços. É por isso que já há muitos poçoscontaminados e que é preciso ferver a água debeber e cozinhar, se não ela transmite doenças.

Com isso já dá para ver que a água poluída faza gente gastar até o gás da cozinha!

Nenhuma cidade pode sobreviver sem águalimpa em grande quantidade. Hoje, boa parte daágua consumida em muitas cidades vem de ou-tras regiões. Mas essas regiões estão crescendotambém, precisando cada vez mais da água queé delas e podendo cedê-la cada vez menos. – Eaí? Onde é que vamos buscar água?

Uma pessoa pode sobreviver semanas semcomer, mas dificilmente sobrevive mais de doisdias sem água.

Existe uma Lei de Proteção de Mananciais paraevitar que um dia a água acabe de vez ou que viretransmissora de doenças. A lei proíbe construirem certos lugares, como áreas de declive (piram-beiras), ou próximas a represas e nascentes; de-vem ser poucas casas, lotes grandes e distantesda represa, porque senão é impossível mantê-lalimpa; em outros lugares, só se pode construir seforem tomados certos cuidados, como o rigoro-so tratamento dos esgotos, preservação das ma-tas etc.

Essa lei não agrada a um tipo de gente – osespeculadores – que ficam cada vez mais ricosvendendo terras (que às vezes nem são deles) emloteamentos clandestinos, que não obedecem àLei de Proteção de Mananciais e, por isso, nãosão e nunca serão aprovados ou regularizados.

Para o vendedor de lotes clandestinos, você,sua casa, sua vida, seus filhos, seu dinheiro e suaprópria cidade não passam de um bom negócio.Ele não tem amor à cidade, não quer saber o quevai acontecer com você e com sua família: só oseu dinheiro lhe interessa. Se um dia a represaestiver com toda a água poluída, provocando doen-ças em todo mundo e fedendo como um chiqueiro,ele vai estar pouco se importando: com o dinhei-ro que ganhou, vai morar bem longe.

Quem vai ficar sem água, sem saúde, vivendomal, sofrendo no dia-a-dia e ainda com a culpa deestar ajudando a piorar a vida dos outros morado-res da cidade é que deve evitar que isso aconte-ça. Quem tem amor por sua família e pela cidadenão vai ajudar a matar nossas represas, as matase os rios.

FICHA 2EDUCAÇÃO AMBIENTAL

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O que faz a água virar veneno

� Escolha uma destas frases e complete-a (faça um círculo emvolta do número que escolheu):1 A água potável está acabando porque …2 Para ajudar a preservar a água potável, eu …__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Muita gente pensa que só veneno, jogadocriminosamente por grandes indústrias, pode tor-nar a água dos rios venenosa, matando peixes,outros animais e até gente. Mas o esgoto de umapequena casa, o lixo que as pessoas jogam nosriachos, coisas que se jogam na rua e são leva-das pela enxurrada matam os rios da mesma ma-neira.

A pessoa pensa que “só um pouquinho” de

esgoto e “só um lixinho à toa” “não tem nada de-mais”. Mas, juntando o pouquinho esgoto de umacasa com o pouquinho de outra e de outra, for-ma-se uma quantidade tão grande de sujeira quan-to a de uma grande indústria.

Cada pessoa produz, em média, um quilo delixo doméstico por dia. Então, numa vila com 200famílias à beira de uma represa, são mil pessoasjogando na água mil quilos de lixo por dia.

Quem corta a mata ajuda a piorarAs matas também são muito importantes para

não faltar água. Elas ajudam a manter a umidadee a evitar a evaporação da água para o céu.

Quando chove em um lugar em que há mata, aágua não escorre depressa, é segura pelas plantase entra pelo chão adentro com mais facilidade, porcausa das raízes das árvores que abrem caminhono solo. Assim, os lençóis subterrâneos de águaficam mais cheios para abastecer os mananciais –as fontes e os poços que furamos nos quintais.

Quando se corta a mata, a água da chuva es-corre toda diretamente para os córregos e paraas baixadas, porque não conseguem penetrar nosolo, principalmente onde há muitas casas, chãocimentado e asfalto. Por isso, esses lugares têmmuitas enchentes.

E depois, nas secas, sem água guardada nosolo, as minas secam e os poços também. Atéas grandes represas secam! Todo mundo podever isso.

Terra “limpa” leva sujeiraOutra coisa que ajuda a matar rios e represas

é a movimentação de terra e a escavação de ter-renos que se faz nos lugares inclinados, nas pi-rambeiras, para a construção de casas.

Costuma-se deixar a terra “limpa” para cons-truir ou para espantar cobras e outros bichos. Semnenhuma vegetação para proteger o solo, a chu-va cai direto no chão, com toda a força, e isso“machuca” a terra. A enxurrada leva toneladas deterra para os rios e para as represas. É tanta terraque a gente vê a água ficar vermelha!

Os lugares de onde a terra é levada, com aerosão, vão virando grandes buracos, tão gran-des que muitas ruas desaparecem e às vezes atécasas são engolidas por eles.

Além de sujar a água, a terra vai se juntandono fundo dos rios e das represas. O rio vai fican-do raso; “cabe” nele menos água e, por isso, hámais enchentes quando chove. A represa fica sujae nela cabe menos água também. Por isso, é cadavez mais caro tratar a água e é mais fácil ela aca-bar na época da seca.

Fonte: São Paulo, 1992.

FICHA 2 VERSOEDUCAÇÃO AMBIENTAL

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NOME DATA

Oficina 5Tiposde lixoe coletaseletiva� Muito do que

se joga fora emcasa vai pararno “lixão”.Veja esta fotode lixão naGrandeSão Paulo.

� Depois de discutir na turma, respondaas questões abaixo.– Que destino poderia ter sido dado acada um desses tipos de lixo?_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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– Quais as vantagens, para o ambientee para a saúde pessoal, em separar olixo em diferentes tipos?_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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� Junto com os colegas de grupo, listecoisas que são em geral jogadas nolixo:Coisas feitas de papel__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Coisas feitas de plástico__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Coisas feitas de vidro__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Coisas feitas de metal__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Restos de alimentos__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Oficina 6 Plástico: do lixo ao luxoEste texto conta um pouco da vida e do trabalho do carioca DavidBarbosa, artesão que transforma garrafas plásticas (de PET, um tipode plástico que pode conter alimentos), coletadas do lixo, em objetosque dão um toque de luxo a quem os usa.

O artista doreaproveitamentode plástico

Você pode encontrar DavidBarbosa sob o viaduto São Pe-dro-São Paulo, no centro do Riode Janeiro, em meio a monta-nhas de garrafas e saquinhosplásticos. Nesse galpão impro-visado, ele transforma garrafasde plástico PET e sacolas de su-permercado em bolsas, esto-jos, pastas e até porta-celular.A reciclagem entrou na vida deDavid há dois anos, quando fi-cou sem emprego. O que fazer?Saiu junto com a mulher paragarimpar, no lixo da cidade, asgarrafas que dariam origem àsprimeiras peças e o fariam, en-fim, descobrir-se como artista.

A originalidade do trabalhoatraiu compradores, obrigando-o a incrementar a produção.Para conseguir matéria-primaem quantidade, David fez acor-dos com condomínios – quepassaram a lhe fornecer garra-fas – além de associar-se à Cooperativa deCatadores da Comlurb (empresa de limpezaurbana do Rio de Janeiro), que lhe cedeu oespaço embaixo do viaduto. A fama de Davidcresceu e chegou ao mundo fashion: shop-pings, lojas badaladas e lanchonetes (…) ex-põem seus produtos. O sucesso não paroupor aí. David já criou roupas de PET para des-files de moda (…) e foi um dos protagonistasde um documentário sobre reciclagem, a serexibido em Israel.

Que ninguém pense, porém, que a vida éfácil para ele. Seu único instrumento de tra-

Foto:

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balho é uma tesoura. “Se dispusesse de ma-terial adequado – guilhotina, máquina, pren-sa – a produção seria ágil. Um carro tambémajudaria muito; não precisaria passar as ma-drugadas na rua recolhendo material”, la-menta David. Apesar da contribuição que dáà limpeza da cidade do Rio de Janeiro, algu-mas pessoas o criticam por essa atividade,tida como marginal. “Isso não me incomoda.Ao contrário, sinto orgulho do trabalho, umaarte para mim, que me permite ganhar a vidahonestamente”. O planeta Terra agradece.(da revista Manequim Faça e Venda, São Paulo, fev. 2001)

FICHA 3 VERSOEDUCAÇÃO AMBIENTAL

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Oficina 7A produçãoindustrial de papelA principal matéria prima na fabricação dopapel é a madeira, da qual se prepara umapasta; tratada por processos mecânicos equímicos, a pasta é lavada, alvejada,prensada e polida, até sua transformaçãofinal em papel.O papel foi inventado na China, no início doséculo II da nossa era, mas os europeus sóvieram a conhecê-lo mil anos mais tarde.Itália, França e Espanha foram os primeirospaíses europeus a utilizar o papel, entãoproduzido em folhas avulsas. No final doséculo XVIII, um francês inventou umamáquina capaz de produzir papel em folhascontínuas; em meados do século XIX, umalemão patenteou uma máquina para moera madeira e produzir a pasta, enquanto umnorte-americano descobriu um processo detratamento químico.No Brasil, as primeiras experiências commadeira de pinheiros e eucaliptos para apreparação da pasta foram feitas em 1923,por iniciativa da CompanhiaMelhoramentos de São Paulo. Desdeentão, o país tornou-se importante produtorde papel, principalmente nos estados deSão Paulo e Paraná. Na preparação dapasta, no Brasil, empregam-se, ainda, alémda madeira, palha de arroz, bagaço decana, bambu, sisal, juta, caroá, sapê eretalhos de pano (trapos), dependendo dotipo de papel a ser produzido.Conforme o tipo – para impressão, paraescrever, para embalagem, cartão ecartolina ou papéis industriais,plastificados, metalizados e outros –, alémdas fibras vegetais, usam-se tambémminerais ou materiais plásticos. Em seutratamento químico, uma das substânciasutilizadas contém enxofre; a fumaça queemana das fábricas é altamente danosa aoambiente. Assim, a indústria de papel éuma das que, embora necessárias, agridem

o ambiente: além de implicar odesmatamento de extensas áreas paraobtenção de madeira, contribui para apoluição da atmosfera, do solo e dos rios;também consome muita água doce eenergia elétrica para movimentar máquinas.Para a preservação do ambiente e dasaúde, é preciso tomar medidas relativasaos gases liberados pelas chaminés e àssubstâncias despejadas no solo e nos riose, principalmente, descobrir maneiras deproduzir papel que poupem o corte deárvores, o consumo de energia e de água, eque dispensem tratamentos químicos, coma conseqüente poluição do ambiente. Areciclagem de papel é uma delas.

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Reciclagem de papelVocê e os colegas vão trabalhar a técnicapara reciclar papel. É fácil e interessante.O reaproveitamento de papéis usadosbeneficia o ambiente, pois poupa aderrubada de árvores, o consumo deenergia elétrica e de água, reduzindo osdejetos eliminados para a atmosfera, para osolo e para os rios.

Sempre que puder, divulgue a técnica que você conheceu e a idéia de evitar o desperdício epreservar o ambiente.

� Você vai precisar de:Jornais velhos, água, cola branca; umbalde grande, uma bacia plana e rasa, umapeneira de malha fina que caiba na bacia;liquidificador, toalhas ou panos de chãolimpos e secos, ferro de passar.

� Como fazer:Pique folhas de jornal em pedaçospequenos (10 folhas dão para fazer uma depapel reciclado). Coloque os pedaços emum balde cheio de água e deixe de molhode um dia para outro. (Esta etapa terá sidofeita de véspera.)Do balde contendo jornal molhado, escorraos pedaços de jornal e ponha até a metadedo copo do liqüidificador. Complete comágua, sem deixar transbordar. Adicione 4colheres das de sopa de cola branca. Batatudo no liqüidificador até que se formeuma pasta esbranquiçada. Despeje a pastanuma bacia plana rasa.Tome a peneira (ou quadro de tela) eafunde-a um pouco na pasta, movendo-alentamente de um lado para o outro, paraque a pasta fique bem distribuída sobreela. Retire a peneira, contendo a pastasobre ela, e deixe-a repousar sobre umatoalha até que toda a água escorra. O quesobrou na peneira já é o papel reciclado.Quando estiver praticamente seco, oulevemente úmido, você já poderá retirá-loda peneira.Antes disso, coloque sobre uma mesa umpano seco, que tenha pelo menos o dobrodo tamanho do papel que você produziu.Coloque então o papel sobre uma dasmetades desse pano, dobrando a outrametade sobre ele. Aqueça um ferro depassar roupa e passe sobre o conjunto.Certifique-se de que o ferro não estáexcessivamente quente.Pronto! Você acaba de produzir uma folhade papel reciclado. Agora, você pode usá-lo para fazer um desenho ou escreversobre a importância da reciclagem dopapel. Com papel reciclado, você podefazer cartões, papel de carta, blocos deanotações, porta-retratos e o que maisvocê desejar.

FICHA 4 VERSOEDUCAÇÃO AMBIENTAL

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Oficina 9Aproveitando melhor o que se temMuitas vezes, por desconhecimento, jogamos fora partes de alimentos ricas emsubstâncias alimentares – talos de verduras, folhas de cenoura, ossos, cascas de frutas,legumes e ovos. No entanto, essas partes têm grande valor alimentício. Conheça o valornutritivo de algumas delas, bem como algumas receitas para prepará-las.ALIMENTO VALOR NUTRITIVO MODO DE PREPAROTalos de Contêm ferro, potássio, Podem ser usados em refogados, farofas e suflês.espinafre sódio e vitamina A e sãoricos em fibras.Rama de É rica em caroteno, com o Pode ser usada no preparo de bolinhos, sopas,cenoura qual o corpo produz vitamina A. refogados e tortas.Talos de Contêm vitaminas B6, B12 e C. Podem ser refogados com carne moída ou seragrião usados para fazer bolinhosFolhas de São ricas em vitamina A e Usam-se no preparo de refogados e farofas.batata-doce sais minerais.Folhas de São ricas em açúcar, potássio e Podem ser enroladas com carne moída e servidasuva niacina. com molho de tomate.Casca de É rica em vitamina C. Pode-se preparar um suco, batendo-se nogoiaba liqüidificador com água e açúcar.Casca de É rica em vitamina C. Pode-se preparar um suco, batendo-se noabacaxi liqüidificador com água e açúcar.Fonte: Figueiredo, Soncini & Martins, 1999.

� Você e os colegas vão escolher um dos pratos acima (ou uma receita abaixo), fazê-los e saboreá-los.

Receitas

Você pode passar as receitas para seus familiares ou amigos; e eles podem passarpara outros. Desse modo, você, seus parentes e amigos estarão contribuindo paraevitar o desperdício e a má nutrição.

Assado de folhas, talos ou cascas(receita para 4 pessoas)Ingredientes 4 xícaras (de chá) de cascas, folhasou talos cozidos (use cascas de abóbora, chuchu,folhas de beterraba, nabo, rabanete etc., talos deagrião, couve, brócolis); 2 colheres (sopa) dequeijo ralado; 1 cebola pequena picada;1 xícara(chá) de pão amanhecido molhado no leite; 1colher (sopa) de óleo; 2 ovos batidos; sal esalsinha a gosto.Preparo Bata as cascas no liqüidificador. Coloquea pasta obtida numa tigela e misture o restantedos ingredientes. Despeje numa assadeira untadae asse em forno pré-aquecido por cerca de 20 minaté que fique dourada. Sirva quente.

Almeirão com sobras de arroz(receita para 3 pessoas)Ingredientes ½ maço de almeirão; ½ cebolapicada, 1 dente de alho;1 e ½ colher (sopa) deóleo; 2 xícaras (chá) de arroz cozido.Preparo Escolha e lave bem o almeirão, piquefininho e cozinhe no vapor. Refogue a cebola e oalho no óleo, junte o almeirão e cozinhe por cincominutos. Junte a sobra de arroz cozido, espereaquecer, mexa com um garfo para ficar soltinho esirva imediatamente.

Fonte: O Estado de S. Paulo, 19 nov. 2000.Suplemento Feminino.

FICHA 5EDUCAÇÃO AMBIENTAL

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Oficina 10 Extraindo pigmentos de vegetais� Estas são dicas para extrair pigmentos (tintura) de diferentes plantas. Depois de

extraídos, os pigmentos devem ser guardados para ser usados no tingimento detecido ou papel.

TingimentoPara fazer tingimentos com qualquer desses pigmentos, você precisará de uma panela grande e fogão.Ponha o pigmento ou a solução na panela, acrescente mais água, mergulhe o que deseja tingir e cozinhepor mais ou menos uma hora. Depois de tirar do fogo, espere esfriar e enxágüe em água corrente.

� Anote abaixo o pigmento que você extraiu, indicando de qual planta; se quiser, façaum comentário sobre estas oficinas.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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BeterrabaCarlos Alberto Mattoso Ciscato

(Adaptado da Revista de Ensino de Ciências,n.20, p.49-50, jun. 1988)

Corte uma beterraba pequena em fatias bem finase coloque num copo. Acrescente água e macerecom pilão; complete com água até quase enchero copo. Deixe em repouso por meia hora, pelomenos. Coe a mistura e guarde o filtrado (águacom pigmento) em um vidro com tampa.

Flor de hibisco, rosa ouvioleta

Carlos Alberto Mattoso CiscatoRetire as pétalas de algumas flores de hibisco(amor-de-estudante, flor-de-sapateiro), rosas ouvioletas e coloque-as num vidro (que tenhatampa). Acrescente meio copo de água quente,para cerca de 5 flores de hibisco. Deixe emrepouso durante meia hora, pelo menos. Quandoas pétalas estiverem descoradas, retire-as,deixando o vidro aberto para a água evaporar.Quando isso acontecer, feche o vidro. Você terápequenas quantidades desses pigmentos.

Folha de espinafreUse mais ou menos 40 folhas de espinafre.Ponha-as em uma vasilha (do tamanho de umcopo) e macere-as; a seguir, adicione água quasefervente até a metade da vasilha. Proceda emseguida como para as pétalas de flores.

Semente de urucumTome 50g de sementes de urucum ecoloque-as em uma vasilha. Acrescente umpouco de sal e misture bem, sem triturar assementes, pois o corante encontra-se na películaque envolve a semente. Junte 3 copos deágua bem quente, tampe a vasilha e deixedescansar por 15 a 20 minutos. Coe: o filtradojá é a tintura de urucum.

Folha de erva-mateColoque 3 copos de água bem quente em umavasilha. Acrescente 150 g (ou 10 sachês) de ervamate, como para fazer um chá. Tampe a vasilha edeixe a mistura em repouso por 15 minutos. Setiver usando as folhinhas, será preciso coar paraobter a solução com pigmento de erva-mate.

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NOME DATA

Oficina 12Jardim de ervas aromáticas e medicinaisUm jardim é uma mistura de cores, formas e perfumes; cuidar de um jardim dá o prazer deser um pouco o criador, de usar as mãos para transformar, produzindo o belo.Estas são informações sobre ervas usadas como tempero e como medicamento. Após leressa ficha, você vai realizar o plantio de um jardim com essas ervas.

AlecrimÉ uma planta de origem européia.Quando adulto, pode alcançarmais de um metro e meio.� Parte da planta que se usa:folhas (frescas ou secas).� Uso na culinária: bom paratemperar carnes, frutos domar, molhos e pães. Deve-setomar cuidado com aquantidade colocada, pois seusabor é muito forte.� Outros usos: em banhos,como estimulante (misturartrês xícaras de folhas à águado banho). Também são feitoscom ele óleos perfumados,sabonetes e loções. Comoplanta medicinal, é usado notratamento de asma e nacicatrização de ferimentos.� Curiosidades: Há muito tempoacreditava-se que o alecrimtinha certos poderes, como ode reforçar a memória. Osantigos acreditavam que oalecrim só crescia no jardim dosjustos. Por isso, era o símboloda amizade e da recordação.

ALGUMAS ERVAS

CebolinhaEsta planta tem sua origem noOriente. Desenvolve-se bem emlocais ensolarados e gosta de solorico em nutrientes. Quandoadulta, atinge no máximo 45 cm.� Parte da planta que se usa:folhas (geralmente).� Uso na culinária: de saborsuave e delicado, é usada empratos como omeletes, sopas,saladas, peixes e cozido delegumes.� Outros usos: na medicina, éindicada para ajudar nadigestão de alimentos etambém para combater a faltade vitaminas A e C.� Curiosidades: Durante muitotempo, a cebolinha foi usadano Oriente como proteçãocontra o mal. Acreditava-seque ela estimulava as forçasinternas das pessoas.

HortelãNão se conhece bem a origemdessa planta. A hortelã precisa desolo úmido e rico em nutrientespara crescer. Quando adulta,chega a medir até 90 cm.� Parte da planta que se usa:folhas (frescas ou secas).� Uso na culinária: a hortelã dáum gosto especial a geléias,licores e refrescos, saladas ecarnes.� Outros usos: é indicada parahigiene bucal, desobstruir asvias respiratórias, na digestãodos alimentos e contra a dorde estômago. A hortelãtambém é usada comoaromatizante de ambientes.� Curiosidades: Na mitologiagrega, a hortelã era uma ninfaque foi transformada emplanta. Foi, então, condenadaa viver na entrada da cavernaque dava acesso ao inferno.Esse castigo lhe foi dado peladeusa Prosérpina, que sesentiu traída pelo deus Hades.

Maria da Penha Bertoldi Youssef

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� Escreva aqui o nome da(s) erva(s) que você plantou e, se quiser, faça um comentáriosobre essa oficina.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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SálviaA sálvia tem origem na região doMediterrâneo. Desenvolve-sebem em lugares ensolarados eprecisa de solos bem drenados.Chega a atingir 60 cm de altura.� Parte da planta que se usa:folhas (verdes ou secas).� Uso na culinária: é muitousada no preparo de carnes,molhos e pães.� Outros usos: como ervamedicinal, é usada notratamento de bronquite etambém em processosinflamatórios na boca. A sálviaé ainda indicada para facilitar adigestão dos alimentos. Folhassecas são usadas dentro dearmários para evitar oaparecimento de traças.� Curiosidades: há muito tempo,acreditava-se que o chá desálvia tinha o poder deprolongar a vida.Fonte: Figueiredo, Soncini & Martins,1999.

SalsaSua origem é européia. Há váriostipos de salsa, umas com folhaslisas, outras com folhas crespas.Todas podem atingir até 45 cmde altura. A salsa desenvolve-sebem em lugar ensolarado, mastambém pode ficar à meia-sombra.� Parte da planta que se usa:ramos e folhas (verdes ousecas)� Uso na culinária: a salsa éusada para temperar sopas,saladas, peixes e carnes emgeral. Também dá um gostoespecial a molhos.� Outros usos: como ervamedicinal, é usada comodiurético. Rambém é indicadapara desintoxicar o organismo.Além disso, é uma fontenatural de vitaminas A e C.� Curiosidades: na GréciaAntiga, era tida como símbolode vigor e força. O herói gregoHéracles (Hércules),conhecido por sua força,costumava enfeitar-se comramos de salsa.

ManjericãoO manjericão veio da Índia. É umaplanta que cresce rapidamente,podendo atingir até 60 cm dealtura.� Parte da planta que se usa:folhas (frescas ou secas).� Uso na culinária: seu saborcombina bem com pratospreparados à base de tomate.Também dá sabor especial àscarnes. O manjericão deve sercolocado somente no final dopreparo dos pratos quentes,para não perder o sabor.� Outros usos: como ervamedicinal, é indicada parahigiene bucal e também paragargarejos nos casos deinflamação na garganta.� Curiosidades: na Índia, omanjericão é considerado umaplanta sagrada, que favorece afelicidade doméstica. Emalgumas regiões da Itália,costuma-se dar um ramalhetede manjericão quando se quermostrar afeição por alguém.

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ISBN 85-85786-31-0

Autoria

SECRETARIA DEESTADO DA EDUCAÇÃO

Realização