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MENOS ESPAÇO , MESMO MOVIMENTO F ORÇA PARA QUALIDADE DE VIDA MOVIMENTO, RESPIRAÇÃO E CANSAÇO MOVIMENTO AJUDA A CONTROLAR O PESO MOVIMENTO É VIDA MOVIMENTOS COORDENADOS MOVIMENTO E INTERAÇÃO SOCIAL RECRIANDO O ESPAÇO PARA VIVER MELHOR E XPRESSÃO PELO MOVIMENTO D ANÇA DE RUA E EXPRESSÃO CORPORAL GANHANDO FORÇA E RESISTÊNCIA MUSCULAR MOVIMENTO SE APRENDE 10 EDUCAÇÃO E CIDADANIA UM PROGRAMA PARA ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE RISCO SOCIAL

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MENOS ESPAÇO, MESMO MOVIMENTO�

FORÇA PARA QUALIDADE DE VIDA�

MOVIMENTO, RESPIRAÇÃO E CANSAÇO�

MOVIMENTO AJUDAA CONTROLAR O PESO

�MOVIMENTO É VIDA

�MOVIMENTOS COORDENADOS

�MOVIMENTO E INTERAÇÃO SOCIAL

�RECRIANDO O ESPAÇOPARA VIVER MELHOR

�EXPRESSÃO PELO MOVIMENTO

�DANÇA DE RUA E EXPRESSÃO CORPORAL

�GANHANDO FORÇA E RESISTÊNCIA

MUSCULAR�

MOVIMENTO SE APRENDE

10EDUCAÇÃOE CIDADANIA UM PROGRAMA PARA ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE RISCO SOCIAL

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EDUCAÇÃOE CIDADANIA UM PROGRAMA PARA ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE RISCO SOCIAL

10ORGANIZAÇÃO CURRICULAR PARA AS

UNIDADES DE INTERNAÇÃO PROVISÓRIADA FEBEM/SP

MÓDULO DE ATIVIDADES ESCOLARES

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Secretaria de Estado da EducaçãoPraça da República, 53 Centro01045-903 São Paulo SPTelefone: (11) 3218-2000www.educacao.sp.gov.br

Governador do Estado de São PauloGeraldo AlckminSecretário de Estado da EducaçãoGabriel ChalitaSecretário AdjuntoPaulo Alexandre Pereira BarbosaChefe de GabineteMariléa Nunes ViannaCoordenadora de Estudos e Normas PedagógicasSonia Maria SilvaCoordenadoria de Ensino da Região Metropolitana da Grande São PauloAparecida Edna de MatosCoordenadoria de Ensino do InteriorElcio Antonio Selmi

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EDUCAÇÃOE CIDADANIA UM PROGRAMA PARA ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE RISCO SOCIAL

10

Autoria

SECRETARIA DEESTADO DA EDUCAÇÃO

Realização

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CENPEC - CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EMEDUCAÇÃO, CULTURA E AÇÃO COMUNITÁRIAR. Dante Carraro 68 Pinheiros05422-060 São Paulo SPhttp://www.cenpec.org.br

Diretora presidenteMaria Alice SetubalCoordenação geralMaria do Carmo Brant de Carvalho

Coordenação do Projeto (Equipe Currículo & Escola)Maria Silvia Bonini Tararam (Coord.)e-mail: [email protected] José Reginato RibeiroMarilda F. Ribeiro de MoraesAutoria do módulo Hora de se mexerAdriano VieiraIvone do Canto AlmeidaLaércio de Moura JorgeEquipe técnicaAmérica A.C.MarinhoElizabeth BarolliMarlene C. AlexandroffRonilde Rocha MachadoAssessoriaIsa Maria F. R. GuaráYara SayãoEdição de TextoTina Amado

A equipe agradece a contribuição dos educadores daFEBEM/SP, participantes dos encontros de discussãoque subsidiaram a produção deste material entreoutubro de 2000 e fevereiro de 2001

Edição de ArteEva Paraguassú de Arruda CâmaraJosé Ramos NétoCamilo de Arruda Câmara RamosIlustraçãoLuiz Maia

São Paulo, 2003

Coleção Educação e Cidadania, módulo 10Material produzido no âmbito do projetoElaboração e Implementação de Proposta Pedagógica para Adolescentes emSituação de Conflito com a Lei, desenvolvido pelo CENPEC paraa FEBEM/SP – Fundação para o Bem-Estar do Menor do Estado de São Paulo eSEE/SP - Secretaria de Estado da Educação

Hora de se mexer / Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura eAção Comunitária – CENPEC – São Paulo; CENPEC; FEBEM, SEE/SP;2003. Coleção Educação e Cidadania.

Módulo de oficinas culturais 10Ilustr.; 3 fichas, 2 cartazetesISBN: 85-85786-32-9

Educação e Cidadania: proposta pedagógica 1. Educação, ponte para omundo 2. Família e relações sociais 3. Justiça e cidadania 4. Saúde,uma questão de cidadania 5. O trabalho em nossas vidas 6. Artesvisuais e cênicas 7. Conto 8.Correspondência 9. Educação ambiental:problemas globais, ações locais 10. Hora de se mexer 11. Jogos davida 12. Jornal 13. Música e movimento 14. Poesia 15. Ponto deencontro I. Título II. CENPEC III. FEBEM

CDD-370.11

Wagner Mendes Soares CRB-8 – 038/2002

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SUMÁRIO

Introdução 6

Oficina 1 Menos espaço, mesmo movimento 8

Oficina 2 Força para qualidade de vida 10

Oficina 3 Movimento, respiração e cansaço 12

Oficina 4 Movimento ajuda a controlar o peso 15

Oficina 5 Movimento é vida 17

Oficina 6 Movimentos coordenados 18

Oficina 7 Movimento e interação social 21

Oficina 8 Recriando o espaço para viver melhor 22

Oficina 9 Expressão pelo movimento 24

Oficina 10 Dança de rua e expressão corporal 26

Oficina 11 Ganhando força e resistência muscular 27

Oficina 12 Movimento se aprende 30

Referências bibliográficas 32

Fichas 33

Cartazetes 39

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6EDUCAÇÃO E CIDADANIA

INTRODUÇÃO

O trabalho a ser desenvolvido nestas oficinasé diferente da idéia comum sobre aulas docomponente curricular Educação Física.Não tem a finalidade de trabalharmodalidades esportivas, muito menos deformar atletas: o objetivo principal é levar osjovens a refletir e tomar consciência de seusmovimentos corporais.

As oficinas foram elaboradas para serdesenvolvidas por educadores de qualquerespecialidade. Sabemos que o desafio nãoaparenta ser dos mais fáceis, mas para você,que já assumiu compromisso com os jovensdesta instituição, é possível superá-lomediante a apropriação da propostapedagógica subjacente. Tivemos o cuidado dedetalhar ao máximo em cada oficina tanto osconteúdos como a forma de desenvolvê-los, naintenção de contribuir para o melhorentendimento desta proposta por educadoresque não têm formação específica na área.

Planejamos estas oficinas para que semprepossibilitem reflexão sobre os movimentosfeitos, procurando despertar nos jovens ointeresse pela prática de atividades físicassistemáticas, significativas, prazerosas; e,também, propiciar o reconhecimento, pelojovem, de sua capacidade de realizar novosmovimentos de forma intencional e autônoma,para uma melhor interação social.

Acreditamos que você saberá adaptar ou criaralternativas de trabalho, acrescentandooutros conhecimentos que julgar pertinentes,adequando as atividades de acordo com ogrupo de participantes, propondo outrasvivências motoras; enfim, desejamos que vocêveja estas oficinas não como um trilho, mascomo uma trilha a ser seguida, onde você serásujeito ativo, reflexivo e criativo do processoeducacional.

A propostaAs oficinas têm como temática o movimentohumano e pretendem levar o jovem a utilizá-lode forma autônoma e consciente. Nessesentido, os conhecimentos específicos da

cinesiologia (estudo do movimento)humana devem possibilitar-lhe, dentre outras,a compreensão e valorização de que:

� o corpo humano tem ossos, músculos eum sistema nervoso que lhe possibilita arealização de uma infinidade demovimentos – andar, correr, saltar, pegar,rebater etc.;

� o organismo tem potenciais e limitaçõespara a realização das mais variadasatividades físicas relacionadas aotrabalho, ao lazer e a outras tarefas docotidiano;

� a capacidade para realizar movimentossofre influência direta do meio físico esocial em que está inserido – do lugar emque a pessoa vive e dos outros com osquais convive;

� o movimento influencia o meio físico esocial em que se está inserido;

� a realização dos diversos movimentossempre revela intenções e significados;

� é possível transformar o meio ouadaptar-se a ele, sobretudo pelo cálculodos impactos ambientais sobre amotricidade humana, bem como a análisecrítica da influência da cultura, no que dizrespeito à necessidade/possibilidade demovimentar-se;

� o ser humano é capaz de se inserir nosmais variados grupos sociais peloaprendizado de novos movimentos e peladiversificação dos já aprendidos.

As oficinas foram organizadas paradespertar no jovem o interesse por questõesreferentes a seu corpo em movimento,contextualizado na sociedade em que vive. Asatividades visam ampliar os conhecimentosque ele traz, valorizar suas manifestaçõesculturais significativas – costumes,brincadeiras, jogos e vocabulário –,procurando canalizar seu potencial deaprendizagem, seus sentidos, emoções eenergia vital para ampliar horizontes,buscando alternativas e perspectivas parauma melhor qualidade de vida, para si e paraos outros.

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7HORA DE SE MEXER

Sabemos que a qualidade de vida depende demuitos aspectos como alimentação, moradia,saneamento básico, trabalho, lazer, entreoutros, além de uma infinidade de fatoressociais, políticos e econômicos.Contudo, temos clareza de que a presenteproposta contribui para alcançar melhorqualidade de vida na medida em que propiciainteração com conhecimentos e práticas deatividades motoras que possibilitam arealização de movimentos em situações delazer, trabalho e outros afazeres cotidianos demaneira autônoma e consciente, permitindointeragir, controlar, transformar e adaptar-seao meio em que vive.

Tivemos em mente, ao elaborar as oficinas,o contexto em que serão desenvolvidas e asituação em que se encontram os jovens –privados da liberdade, possivelmente semmuitas perspectivas de um futuro melhor,desmotivados, com baixa auto-estima. Paravencer esse desafio, procuramos criarcondições para facilitar sua aproximaçãocom o jovem, a fim de que você estabeleçacom ele um diálogo criativo, significativo erespeitoso, contando com sua dedicação eseu esforço para o preparo das oficinas epara as leituras complementares sobre ostemas a serem discutidos.

Organização destemóduloEste fascículo contém orientações para odesenvolvimento de 12 oficinas, além dareprodução de cartazetes (para uso em duasoficinas) e das fichas para alunos, ao final.Cada oficina é apresentada em suas váriaspartes: uma parte introdutória, com aindicação do material necessário, dosconceitos a ser apreendidos e consideraçõessobre os conteúdos; e as seções Conversa,Atividade e Produção final, apresentadasabaixo. O material do aluno participante écomposto de 3 fichas, para uso em 4 oficinas(em um caso, a mesma folha traz, na frente eno verso, fichas para duas oficinas); umdisquete para impressão das fichas e doscartazetes integra este módulo.

As oficinasAs oficinas estão organizadas de modo aorientar passo a passo as atividades a serdesenvolvidas. Foram pensadas para serrealizadas em espaço amplo – quadra, cobertaou não, salão, pátio etc. – porém quecomporte um canto ou tenha uma saletaanexa com carteiras ou mesas, de modo apermitir as atividades reflexivas; sãopropostas para um mínimo de 15 jovens(podendo alcançar 40) e para durar cerca deuma hora e meia.

Todas têm início com situaçõesproblematizadoras e criam oportunidade paraque os jovens se posicionem com relação aostemas apresentados, possibilitando olevantamento de conhecimentos prévios e aformulação de hipóteses acerca deles,promovendo a expressão de suas idéias e aparticipação ativa no processo de construçãodo conhecimento. A situaçãoproblematizadora inicial é apresentada sob aforma de “Conversa”, em que você discutirácom os participantes conceitos e noções comoforça e resistência muscular, obesidade,sedentarismo, coordenação motora e outros,específicos da área da Educação Física,selecionados por apresentar relevância sociale por estar de acordo com a proposta deampliar a reflexão sobre a realidade dosjovens. Nesses momentos, propomos questõespara que o jovem possa expressarsentimentos e significados percebidos durantesituações vividas por eles, reconhecendo-secomo sujeitos, com uma identidade que deveser respeitada e que é passível de sertransformada.

Assim, as atividades motoras propostas(seção “Atividade”) não podem ser vistascomo a parte principal: são estratégias para asocialização de conhecimentos sobre omovimento humano. As atividades motorasselecionadas incluem jogos, brincadeiras,danças, manifestações culturais valorizadaspelos jovens brasileiros, sobretudo aquelesoriundos das periferias das grandes cidades –capoeira, dança de rua, futebol etc. –, comadaptações para viabilizar a inclusão de

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todos, procurando sempre respeitar aslimitações pessoais e a sociabilidade entreeles, visando propiciar ao jovem o sentimentode que está participando com o outro, nãocontra o outro. Ao final da atividade, novaconversa permitirá retomar e complementar obate-papo inicial. As principais idéias e/ouconceitos a serem assegurados nessaconversa são destacados em box.

Toda oficina caminhará para uma conclusão,aqui denominada “Produção final”, que poderáser viabilizada por diferentes linguagens: oral,escrita, desenho, dramatização. Nessasíntese, esperamos que os jovens expressemcomo os conhecimentos discutidos eexperimentados durante a oficina contribuírampara que façam movimentos de formaconsciente e intencional, aprimorando suaqualidade de vida; e, para você, este momentode síntese constituirá uma forma de avaliaçãodo trabalho desenvolvido, dando-lhe condiçõespara aperfeiçoar suas futuras intervenções.

Algumas das atividades aqui propostaspressupõem o recurso à leitura e escrita.Esteja atenta/o para aqueles que não têmdomínio desses processos; ao formar duplasou pequenos grupos, assegure a presença, emcada um, de pelo menos um leitor maisexperiente; e, nas atividades que requeremescrita, você ou um colega podem oferecer-separa escriba.

Com certeza, sua Unidade já deve terprocedido ao levantamento dos equipamentossociais existentes na cidade ou localidadeonde está situada. Se não, articule-se comcolegas e com a coordenação para selecionarlugares como clubes públicos, centroscomunitários, associações, organizações não-governamentais que ofereçam acesso gratuitoa possibilidades de desenvolver atividadesfísicas; listem-nas e forneçam a lista aosjovens que saírem da Unidade.

Esperamos que, ao desenvolver essasoficinas, você e os jovens possam ultrapassaros limites da quadra e que todos possamvislumbrar perspectivas de transformação eformulação de novos hábitos quanto àmaneira de movimentar o próprio corpo.

OFICINA 1MENOS ESPAÇO,MESMO MOVIMENTOMaterial necessário: duas bolas de futebolde salão; giz; folhas de papel pardo ou A3 (paracartazes), canetas coloridas.Conceitos: movimento, meio físico e restriçãoespacial.Uma característica essencial da juventude é amovimentação. Todos os jovens fazem muitosmovimentos em jogos, brincadeiras de rua, artesmarciais, skate etc., podendo-se até afirmar queestão sempre em movimento.Como os adultos já foram jovens um dia, passam acompreender melhor essa intensa atividade queeles apresentam ao se recordar dessa fase em suasvidas. Verificamos, no entanto, nos dias atuais, quehá uma tendência dos jovens a não praticaratividade física com regularidade, principalmentepela falta de espaço. Além disso, no cotidiano, emvárias situações vivenciamos a limitação espacial,por haver um grande número de pessoas ocupandoum mesmo local, provocando limitação de nossosmovimentos – como dentro de um elevador,ônibus ou metrô lotado, em um estádio de futebolem final de campeonato, em show de artista famosoetc. Nesses momentos, é importante termosconsciência para atender às nossas necessidades denos movimentar e de respeitar o espaço ocupadopelo outro.Nesta oficina enfocamos a limitação espacial comofator de interferência nas possibilidades demovimentação dos jovens, procurando estimularuma reflexão sobre como criar formas de atender asuas necessidades de se movimentar e sobre anecessidade de respeito ao espaço do outro.

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9HORA DE SE MEXER

FLEXIBILIZE ASREGRAS DE FUTSAL

Nesse jogo, cada equipe é composta por quatrojogadores de linha e um goleiro. As principais regraspara jogar são:� o arremesso lateral deve ser cobrado com os

pés;� o tiro de meta deve ser lançado pelo goleiro

sempre com as mãos; a bola não pode passardireto para a meia quadra adversária sem antestocar no chão de sua meia quadra ou tocar emalgum jogador;

� após o tiro de meta, o goleiro não pode receber abola de volta, salvo quando a bola ultrapassar ocentro da quadra ou quando tocar em umadversário; se a bola for recuada, será cobradafalta com tiro indireto do local de onde o jogadorrecuou (e este não pode chutar direto para o gol,deve passar a bola para alguém);

� o goleiro pode sair de sua área e tocar na bolasomente com os pés; dentro de sua meiaquadra, só pode ficar de posse da bola durante 4segundos (se passar desse tempo, a bola passapara o goleiro da outra equipe); e, quando estiverna meia quadra adversária, pode ficar de posseda bola livremente.

� tanto para o arremesso lateral quanto para o tirode meta, o jogador tem 4 segundos; se esseprazo for ultrapassado, a posse da bola passapara a equipe adversária (reversão);

� faltas por jogada violenta são cobradas no localda infração, com tiro livre direto; a equipeadversária pode fazer uma barreira a 3 metros dedistância da bola. Após a 5a falta, todas deverãoser cobradas sem barreira.

Na quadra reduzida, você pode alterar as regras àvontade, desde que sejam esclarecidas aos jovens;por exemplo, não será permitido cobrança de faltadireta ou chute a gol sem troca de passes (comexceção do pênalti): como as dimensões dasquadras são menores, deve-se evitar chutes fortesque possam machucar os participantes.O número de jogadores por equipe pode ser flexível;a intenção aqui é a de que, com um número maiorde jogadores, mais participantes possam jogar; noespaço reduzido, com mais jogadores, fica maisevidente a relação entre espaço físico e a realizaçãode movimentos.

ConversaPergunte quais atividades físicas – jogos, danças,trabalho, ginástica, exercícios etc. – eles praticam,ou quais mais valorizam. Em seguida, pergunte seacham que o espaço onde realizam essas atividadesinterfere em sua prática, como ou quando. Essemomento é importante para ouvir o que eles têm adizer a respeito de suas atividades físicas e doslugares que freqüentam para realizá-las. Emseguida, proponha a atividade “Jogue se puder”,com a intenção de retomar essas questõesposteriormente.Atividade “Jogue se Puder”Distribua os participantes em pelo menos quatroequipes. Riscando com giz no chão, divida oespaço disponível em pelo menos duas quadras,A e B (se forem muitos participantes, forme seisequipes e divida o espaço existente em trêsminiquadras):

O jogo se desenvolve de forma semelhante aofutsal, com as devidas adaptações das regras,dependendo da realidade espacial e do número departicipantes.O jogo se desenvolve em três momentos, de maisou menos 10 minutos cada:� 1o momento – jogam as equipes A1 e A2

na quadra A, as equipes B1 e B2 na quadra B;� 2o momento – jogo entre a união das equipes

A1+B1 e A2+B2 no lado “A” da quadra;� 3o momento – jogam as equipes tal como no

momento anterior, mas usando a quadra em suaextensão total (A+B); nesse caso, os golsmudam de lugar.

Esquema “Jogue se puder”: 1o momento= gol

equipe A1 equipe B1

equipe A2 equipe B2

MINIQUADRA A MINIQUADRA B

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10EDUCAÇÃO E CIDADANIA

A intenção é provocar uma variação do espaçodisponível para movimentação.Esquema “Jogue se puder”: 3o momento = gol

Ao término da atividade, reúna todos para umbate-papo fazendo perguntas como:� Em que situação ficou mais difícil jogar, na

quadra toda ou em meia quadra? Por quê?� O que foi necessário fazer para que o jogo

ocorresse no espaço menor (meia quadra)?� Como vocês se sentem nas diferentes situações

em que o espaço é limitado ou ampliado:gigante / anão, poderoso / fraco, gato / rato?Façam comentários.

� Citem espaços do seu bairro que se tornaramrestritos com o crescimento urbano e queinterferiram na movimentação das pessoas.

Solicite ao grupo que aponte soluções para aslimitações de espaços citadas, para que as pessoas,dentro de suas possibilidades, possam semovimentar harmoniosamente neles.

PONTOS A DESTACAR NA CONVERSAPara que as pessoas possam se movimentar emespaços restritos, além de se organizaradequadamente, elas devem respeitar amovimentação umas das outras.O espaço interfere nos movimentos, provocandosentimentos e reações que são internalizadas e quepodem constituir a identidade do sujeito, mas quesão passíveis de transformação.A limitação do espaço que vem ocorrendo nasgrandes cidades não é motivo para deixarmos derealizar movimentos. Para nos movimentar emespaços restritos, podemos adaptar nossosmovimentos ou transformar o espaço.Espaços coletivos podem ser organizados pelacomunidade para realização de atividades físicas.

Produção finalProponha aos jovens que elaborem, em grupos,cartazes apontando maneiras de realizar atividadesfísicas regularmente no espaço físico da Unidade.Distribua folhas de papel e canetas. Quandoterminarem, cada grupo apresenta o seu a todos.Seria ideal que os cartazes ficassem expostos noespaço destinado às oficinas.

OFICINA 2FORÇA PARAQUALIDADE DE VIDAMaterial necessário: ficha 1; 5 a 6 bolas dediversos pesos (de plástico, borracha, vôlei, futeboletc.); papel e lápis.Conceitos: capacidade física, força.Esta oficina tem a intenção de transmitir aosjovens conhecimentos relativos à força muscular,componente da aptidão física fundamental para arealização de todos os nossos movimentos, nasmais variadas tarefas do dia-a-dia; nossosmovimentos ficam comprometidos se nãoexercitamos nossos músculos.A força é a capacidade de um músculo ou grupomuscular para tentar vencer uma resistência. Aforça de determinado grupo muscular pode serdesenvolvida ou mantida, se esse grupo forconstantemente estimulado por exercícios eatividades físicas. Porém, a ausência de estímulosacarretará a perda gradativa da força.ConversaConverse com eles sobre o que é ser uma pessoaforte ou fraca e como eles se relacionam com essaspessoas. Pergunte o que entendem por forçamuscular e se realizam alguma atividade para

equipesA2 + B2

equipesA1 + B1

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11HORA DE SE MEXER

desenvolver força muscular (quais e por quê).Explique que força muscular é a capacidade domúsculo de se contrair para tentar vencer umaresistência, em ações como para empurrar, puxarou elevar algo.Proponha, então, o jogo “Rede humana” e soliciteque observem em quais momentos do jogoprecisam exercer força muscular, para depoisretomarem o assunto.Atividade “Rede humana”Distribua inicialmente os jovens em três equipes.Uma delas (por sorteio, inicialmente) ficará em filano meio da quadra, sobre a linha demarcatória, eserá a “rede”; as outras duas ficarão uma de cadalado da quadra e serão as “jogadoras”. O objetivodo jogo é passar a bola (de forma semelhante à dojogo de vôlei) para cair no chão do outro lado daquadra, sem deixar que toque na equipe que estáno meio (a “rede”), nem que caia no chão da suaprópria equipe.Regras:1 Quem é “rede” pode saltar para tentar tocar ou

pegar a bola, mas não pode sair nem pisar forada linha demarcatória.

2 Para arremessar a bola para o outro lado da“rede”, a equipe deverá dar três passes com asmãos. Não é preciso seguir as regras dovoleibol: dispensa-se o saque, pode-se reduzir onúmero de passes, permitir ao jogador segurara bola antes de jogá-la novamente etc.

3 A equipe que deixar a bola cair no chão de seulado da quadra e/ou der mais de três toques nabola, ou permitir que a “rede” toque ou agarrea bola, troca de lugar com esta.

4 Sempre que houver troca da “rede”, você dánova partida à bola, do centro da quadra.

Os jovens certamente inventarão uma forma decontagem de pontos: por exemplo, cada equipepode contar quantas vezes foi rede – nesse caso,quantos menos pontos, melhor.Comece o jogo com uma bola bem leve e, nodecorrer da atividade, vá trocando-a por bolas maispesadas, aproveitando as trocas de “rede”; pode-secomeçar com uma bola de plástico, passar parauma de borracha mais pesada, em seguida utilizar

uma bola de voleibol, depois uma de futebol decampo, uma de futsal, e pode-se finalizar com umabola de basquetebol.Ao término da atividade (após cerca de 20minutos), reúna os jovens em roda e pergunte oque sentiram quando houve a troca de bolas: Ficoumais fácil ou mais difícil? Por que acham que issoaconteceu? Leve-os a concluir que a dificuldadecorresponde à necessidade de usar mais força paraarremessar as bolas mais pesadas. Em seguida,retome o conceito de força muscular com os jovense pergunte:� Será que uma pessoa utiliza força sem fazer

movimento?� Qual a importância da força muscular nas

nossas atividades do cotidiano?� No jogo, que resistência vocês tiveram que

vencer ao saltar?� Como podemos desenvolver nossa capacidade

física de força?

PONTOS A DESTACAR NACONVERSA

Mesmo sem realizar movimentos, utilizamos nossaforça muscular como, por exemplo, ao segurar umacarga parado em pé; fazendo alongamento; aobrincar de “cabo de guerra” ou “força”;pendurando-se em uma barra etc.A força é de grande importância para que possamosinteragir melhor no meio em que vivemos, parafazer desde movimentos simples, como levar o garfoà boca ao comer, até movimentos que exigem maisforça, como levantar um caixote, empurrar umcarro, exercer um esporte como jogar futebol etc.Podemos não perceber mas, para realizar todos osnossos movimentos, utilizamos força muscular paraenfrentar a resistência da gravidade.A prática de atividade física regular e adequada àsnossas limitações é imprescindível para manter eaumentar a força muscular. Se não praticamos,nossa força diminui. Quando estamos fracos paradesempenhar nossas ações cotidianas, geralmentenos sentimos incapazes, submissos e com baixaauto-estima.Para desenvolver a capacidade física de forçamuscular é necessário realizar atividades físicasregularmente, tendo de vencer uma resistência –pesos, cargas etc.

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12EDUCAÇÃO E CIDADANIA

Produção finalDistribua a ficha 1 e divida a turma em quatrogrupos; eles devem discutir sobre as questõespropostas coletivamente, mas cada um irá anotar asrespostas em sua ficha. A ficha traz duas figuras edois textos sobre quatro assuntos relacionados à forçamuscular. Distribua os assuntos entre os grupos, paraque cada um discuta apenas um (cuide para aquelesque têm menos familiaridade com leitura discutiremas imagens, mas assegure pelo menos um leitorexperiente no grupo). Depois, cada grupo iráapresentar suas respostas ao restante da turma.� A figura 1 aborda o consumo excessivo de

“fortificantes”, induzido pelas indústrias desuplementos alimentares, e a falsa idéia de queeles produzem verdadeiros milagres com nossamassa muscular e com nossa força.

� O texto 2 trata do uso de anabolizantes e seusprejuízos à saúde.

� O texto 3 aborda os benefícios, para os idosos, deexercícios que estimulem o aumento da força.

� A figura 4 traz a idéia do trabalho paraaumentar a massa e força muscular em umaacademia, apesar de não ser este o único espaçoonde se pode desenvolver força.

Depois da apresentação final, promovacomentários coletivos e reserve um tempo para quetodos façam anotações no verso de suas fichas.

OFICINA 3MOVIMENTO,RESPIRAÇÃO E CANSAÇOMaterial necessário: ficha 2; giz; trave de gol ecesta de basquete (opcional); 3 bolas (de futebol,handebol e basquetebol); papel e lápis.Conceito: capacidade cárdio-respiratória.

Nesta oficina pretendemos que o jovem perceba arelação entre a realização de movimentos, afreqüência cardíaca e o cansaço.A maior parte de nossos movimentos requer autilização de oxigênio para transformar o alimentoem energia para os músculos (movimentosaeróbicos). O oxigênio é obtido pela respiração esua distribuição para o corpo é feita pelo sanguebombeado pelo coração. Veja explicação maisdetalhada no módulo Saúde, uma questão decidadania, subtema 1, p.10-11.ConversaAo iniciar o trabalho, pergunte se alguém járeparou no ritmo de seus batimentos cardíacos; sealguém tem idéia de quantas vezes nosso coraçãobate por minuto. Depois pergunte: O que acontececom esse ritmo quando corremos? Por será queficamos cansados quando corremos? Deixe-oslevantar hipóteses e informe que durante aatividade “Gol gigante” irão buscar essa resposta.Verifique se os jovens sabem como se mede osbatimentos do coração. Para saber qual é afreqüência cardíaca, é preciso contar a pulsaçãosentida no pescoço, no punho ou no própriocoração, utilizando os dedos indicador e médio,durante dez segundos. Em seguida, multiplica-seo resultado por seis, para saber os batimentos porminuto.Distribua papel e lápis, verifique se há um relógioem que todos possam ver o ponteiro dos segundos(se não, indique você o começo e o fim dos 10segundos, por sinais combinados previamente).Antes de iniciar o jogo, em repouso, peça que cadaum conte os batimentos de seu coração, anotandoem uma folha de papel com a indicação “1omomento”, e repare no ritmo de sua respiração.Atividade “Gol gigante”A quadra deverá estar dividida em quatro partes,conforme o esquema. Forme duas equipes, cadauma subdividida ao meio: jogadores de campo egoleiros.Os goleiros (A e B) ocupam a área demarcada paraimpedir a realização de gols da equipe adversária.Os jogadores de campo, como no futsal, tentammarcar gol na equipe adversária. A diferença dojogo tradicional é o tamanho do gol (toda a

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13HORA DE SE MEXER

extensão do fundo da quadra) e o número degoleiros (o mesmo tanto de jogadores). Quandoum gol for marcado, as equipes devem inverter asposições dos subgrupos (goleiros passarão a serjogadores e jogadores passarão a ser goleiros).Esquema “Gol gigante”

definindo o lado em que cada equipe deverá atacar.Numere os participantes de cada equipe começandodo 1; deverá haver assim dois jogadores de mesmonúmero, mas um de cada equipe.Esquema “Cesta-gol”

= gol = cesta

Você irá lançar bolas de futebol ou futsal,basquetebol e handebol. Certifique-se antes quetodos os jovens as reconhecem, assim como amaneira de jogar correspondente.Ao iniciar o jogo, lance uma bola e chame umnúmero: conforme a modalidade de bola que vocêtiver lançado, os jovens que tiverem seu númerochamado deverão marcar gol ou fazer cesta, nolado designado para sua equipe atacar. Assim quefizerem gol ou cesta, voltam à linha lateral e vocêchama outro número, lançando outra bola. Casodemorem a marcar cesta, por exemplo após meiominuto, você pode chamar outro número: osdemais irão perceber que dois jogos estãoocorrendo simultaneamente, com bolas diferentes.Comece chamando apenas um jovem de cadaequipe (um número), lançando uma determinadabola (por exemplo, de futebol); chame então outronúmero e lance outra bola (por exemplo, debasquetebol); ao longo da atividade, você podepassar a chamar grupos de númerossimultaneamente, formando mini-equipes.Também pode sugerir que o jogo de uma dupla ouequipe continue após o gol ou cesta, evitando seuretorno à linha lateral. No final, todos os jogadoresdeverão estar envolvidos nos jogos simultâneoscom as várias bolas. O importante é que os jovensse movimentem bastante.

Ao término da atividade (cerca de 10 minutos),todos verificam novamente seus batimentoscardíacos e anotam (lembrando-se de escrever aolado “2o momento”).Pergunte então o que aconteceu com as contagensde batimentos cardíacos e com o ritmo darespiração. Com certeza, notarão que ambosaumentaram. Pergunte por que acham queaumentou o número de batimentos cardíacos e seacelerou-se o ritmo da respiração. Explique que,com o aumento de intensidade dos movimentos, osmúsculos gastam mais energia, o que requer maisoxigênio; quem transporta o oxigênio é o sangue,bombeado pelo coração; para chegar mais oxigênioe nutrientes nos músculos, então, o coração batemais rápido (veja explicações mais detalhadas nomódulo Saúde, uma questão de cidadania, p.10-11).Se esse módulo tiver sido estudado recentemente,verifique se há no grupo jovens que queiramrelatar o que aprenderam no subtema 1 (quandotambém são solicitados a contar seus batimentoscardíacos). Em seguida, pergunte: O cansaço temrelação com o movimento e os batimentoscardíacos? Deixe-os levantar hipóteses e informeque durante a atividade “Cesta-gol” buscarão essaresposta.Atividade “Cesta-gol”Inicie com a contagem dos batimentos cardíacos esua anotação (“3o momento”).Forme duas equipes, alinhando cada uma sobre alinha lateral da quadra, conforme o desenho,

equipe A equipe B

goleiros“B”

goleiros“A”

jogadores jogadores

equipe B

equipe A

1 2 3 4 5 6 7

7 6 5 4 3 2 1

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14EDUCAÇÃO E CIDADANIA

QUADRA SEM CESTA:ALTERNATIVA

Se não houver cesta de basquete, combinepreviamente com os jovens, sugerindo que dois serevezem fazendo o papel de “cestas”, parados:quando a bola chegar em suas mãos, será “cesta”.Vá trocando as “cestas” no decorrer do jogo.

Ao término da atividade (cerca de 20 minutos),todos verificam novamente os batimentos docoração e anotam (“4o momento”). Em seguida,pergunte de novo: O que houve com os batimentoscardíacos após essa atividade? E com a respiração?O que acontece com nossos batimentos quandorealizamos uma atividade muito intensa?Converse então sobre o cansaço. Pergunte sesabem por que nos cansamos ao realizar atividadefísica com movimentos muito intensos. Perguntetambém como e por que podemos melhorar nossaresistência ao cansaço.

PONTOS A DESTACAR NACONVERSA

Durante a prática de atividade física intensa, como ogasto de energia é maior, precisamos aumentar osuprimento de nutrientes e oxigênio para osmúsculos: é o oxigênio, reagindo com substânciascomo açúcar, por exemplo, que produz energia. Naatividade física, precisamos de mais oxigênio emmenos tempo, para obter energia para amovimentação dos músculos. A menor capacidadedo músculo de absorver o oxigênio gera o cansaço.As pessoas que realizam atividade física sistemáticavão “acostumando” o corpo a essa atividade: ocoração passa a bombear uma quantidade maior desangue a cada batimento, levando mais oxigênio ealimentos para os músculos; estes por sua vezadaptam-se ao esforço, aumentando suacapacidade de absorver oxigênio. Assim, essaspessoas demoram mais a ficar cansadas.Praticar atividade física regular que requer grandeconsumo de oxigênio (caminhada, corrida, andar debicicleta, jogar futebol, dançar etc.) melhora aresistência ao cansaço.

Nesse momento, proponha a seguinte questão:Como será que a poluição do ar e o consumo decigarro interferem na realização de movimentos,provocando maior cansaço? Ouça os jovens,estimule-os a levantar hipóteses a respeito do tema.Divida a turma em grupos e distribua a ficha 2;solicite a leitura dos textos para orientar a retomadada questão acima. Lembre-se dos cuidados emrelação aos que têm dificuldade de leitura.É interessante que os grupos apresentem suasconclusões em um painel. Neste, dê destaque àsseguintes informações: a fumaça do cigarro e apoluição do ar contêm gases nocivos à saúde.Quando os inalamos, eles ocupam o lugar dooxigênio, provocando destruição de células,trazendo inúmeros prejuízos à saúde; e, com opassar do tempo, aumenta nosso cansaço aorealizarmos atividades físicas.Produção finalProponha aos jovens que elaborem, no verso daficha 2, um gráfico com os valores que anotaramnas quatro contagens dos batimentos cardíacos.Primeiro, deverão fazer pontos nas quatro linhasverticais, conforme suas contagens: cada pontodeve ficar no cruzamento da linha vertical (domomento) com a linha horizontal que mais seaproxima do número de batimentos contadosnaquele momento. Em seguida, unindo essespontos, terão formado um gráfico de linha.Promova coletivamente a análise dos gráficos,usando as questões da ficha. Observe que, noterceiro momento (após breve repouso depois doprimeiro jogo), ocorre uma redução do número debatimentos, mas que não chega, em geral, aalcançar o nível do repouso inicial. Isso porque,muito provavelmente, o tempo de repouso não terásido suficiente para voltar ao nível “normal”.Discuta coletivamente e leve-os a concluir que,quanto mais intensa a atividade física, maior onúmero de batimentos cardíacos por minuto –porque o coração bombeia sangue maisrapidamente, para aumentar o suprimento deoxigênio para os músculos. Assegure que todosregistrem essa conclusão em suas fichas.

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15HORA DE SE MEXER

GRÁFICO:BATIMENTOS CARDÍACOSEM REPOUSO E EM ATIVIDADE,(DATA)

Batimentos cardíacos por minuto

Este é um exemplo de gráfico possível. Ascontagens, nos quatro momentos deste exemplo,foram respectivamente 84, 126, 96 e 120batimentos por minuto. O gráfico facilita visualizarque no 3o momento (após breve repouso, depois dejogar Gol gigante), o ritmo dos batimentos nãobaixou tanto quanto no repouso inicial; e que aatividade física, nesse caso, foi mais intensa noprimeiro jogo do que no Cesta-gol.

OFICINA 4MOVIMENTO AJUDAA CONTROLAR O PESOMaterial necessário: ficha 3; giz, duas bolasgrandes (de preferência de borracha); revistas pararecortar, tesoura, cola.Conceitos: consumo de energia, obesidade,atividade física, qualidade de vida.Nesta oficina, desejamos que os jovenscompreendam noções sobre consumo de energia e

sua relação com a realização de movimentos e aobesidade. É importante saber que nosso corpodeve receber continuamente um suprimento deenergia – extraída dos alimentos – para poder semovimentar. No entanto, quando ingerimosalimentos e não os “utilizamos”, seja para nosmovimentar ou para o funcionamento do próprioorganismo, esses são armazenados em forma degordura, sobretudo os açúcares. Essa é uma dascausas da obesidade. Ressaltamos que existemoutras razões – disfunções hormonais eemocionais, falta de dieta balanceada, entre outras– que não serão aqui abordadas.Este assunto é de extrema relevância, uma vez quea obesidade pode causar uma série de doenças,desde problemas posturais até hipertensão edoenças do coração, acarretando uma série detranstornos à pessoa e à sociedade. As doenças docoração causadas pela obesidade são semelhantesàs causadas pelo tabagismo.Uma das formas de combater a obesidade é aprática sistemática de atividades físicas, pois, pelomovimento, podemos consumir gorduraarmazenada no organismo.ConversaFaça aos jovens algumas perguntas para ter idéiade seus conhecimentos sobre o tema em questão:De onde o ser humano extrai energia para semovimentar? (Extraímos a energia necessária paranos movimentar dos nutrientes da alimentação,que reagem com o oxigênio que respiramos; nossocorpo a transfere para os músculos se contraírempela circulação sangüínea.) O que entendem porobesidade? (Obesidade ou peso excessivo pode serresultado de um desequilíbrio entre o que umapessoa consome de alimentos e quanto ela gasta emenergia para se movimentar, nas atividades do seudia-a-dia.) Anuncie que farão uma atividade, paradepois retomar a relação entre obesidade e gasto deenergia.Atividade “Pique bola”Divida a turma em duas equipes. Cada uma teráum campo delimitado com giz (metade da quadra,ver esquema), contendo uma zona neutra. Paramarcar um ponto, cada equipe terá como metaretirar a bola colocada na pequena área

150

130

110

90

70

501o momento 2o momento 3o momento 4o momento

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16EDUCAÇÃO E CIDADANIA

considerada neutra do campo adversário e trazê-lapara seu campo, sem que seu jogador seja tocadopelo adversário.Se o jogador for tocado por um adversário, deveficar parado no lugar e só retornará ao jogo em trêscasos: se for tocado (“liberado”) por umcompanheiro de equipe; se pegar a bola (sem sairdo lugar, um companheiro de equipe pode lançar-lhe); ou se uma das equipes marcar ponto.Quando um componente da equipe conseguechegar à área neutra, ele não pode ser tocado peloadversário. Podem-se trocar passes no campoadversário, porém a bola só poderá ultrapassar alinha divisória entre as equipes se ela estiver naposse de alguém; em outras palavras, a bola nãopoderá ser lançada para o outro campo.Esquema “Pique bola” = bola

Quando os jovens tiverem assimilado o jogo,dependendo do interesse você pode acrescentarmais duas bolas ao jogo, para aumentar odinamismo da atividade, sem alterar a estrutura ouas regras.Ao término da atividade (de 20 a 30 minutos),reúna todos para um bate-papo, fazendo perguntase interferindo, quando necessário, para acrescentarconhecimentos a respeito do gasto de energia e suarelação com a incidência da obesidade: Houvegasto de energia ao realizar essa atividade? Porquê? O que acontece com uma pessoa queconsome mais alimento (fonte de energia) do quegasta em suas atividades diárias? Como podemosdiminuir o risco da obesidade em nossas vidas?Solicite aos jovens que citem algumas atividadesfísicas que realizam freqüentemente e que auxiliamno aumento de gasto de energia e, portanto, evitamou moderam o risco de obesidade.Pergunte também se conhecem pessoas que nãofazem atividades físicas e por quê. Proponha à

turma que indique soluções para superar essasdificuldades.

PONTOS A DESTACAR NACONVERSA

Para realizar qualquer movimento como os queocorreram no jogo que acabaram de jogar, énecessário utilizar a energia armazenada noorganismo.Uma das causas da obesidade é o desequilíbrioentre a ingestão de alimentos e o gasto de energia –a ingestão maior do que o gasto acarreta oarmazenamento da energia “extra”, em forma degordura, acumulada em diversas regiões do corpo,acarretando aumento de peso. Para combater aobesidade, é necessário, além de controlar aalimentação, praticar atividades físicasregularmente, para consumir a energia excedenteno organismo – gordura.Ao realizar uma atividade física como a queacabaram de fazer, consumiram energia e,conseqüentemente, estão combatendo a obesidade;porém, não basta fazer atividade físicaesporadicamente: é necessário realizar atividadesfísicas pelo menos três vezes por semana.A seguir, apresentamos duas curiosidades a respeitodo tema desta oficina, que você poderá transmitiraos jovens, pois são dúvidas que ocorremfreqüentemente:� Um grande mito, aceito por muitas pessoas, é de

que o exercício abdominal elimina a gordurasituada na barriga. Essa afirmação não éverdadeira: o exercício abdominal reforça amusculatura da região, com um gasto de energiamuito pequeno. Não existem evidências de quese elimina gordura diretamente dos músculosexercitados.

� Muitos realizam atividades físicas e exercícioscom muitas roupas, com a idéia de que suandoperderão peso. No entanto, nesse caso a rápidaperda de peso, após a atividade física, se dáprincipalmente devido à perda de água ecarboidratos, que são recuperados logo emseguida com a ingestão de líquidos.

Produção finalDivida os jovens em grupos, distribua a ficha 3 ematerial para colagem (revistas, tesoura, cola);peça que selecionem figuras representando

B AB

Zonaneutra

AZona

neutra

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17HORA DE SE MEXER

atividades físicas que consomem pouca energia(pessoas trabalhando sentadas, observandomáquinas, dirigindo veículo, sentadas lendo,tomando sol etc.) e façam suas colagens. Depois,deverão apontar por escrito alternativas para queocorra maior consumo de energia, com a intençãode combater a obesidade (não “vale” apontaralternativas como academia de ginástica, ouatividades esportivas). Enfatize as inúmerasatividades do cotidiano que podemos desenvolver eque não acarretam qualquer gasto (comopagamento de academia), por exemplo: ir a pé paraa escola ou trabalho, andar de bicicleta e outrasatividades moderadas que durem pelo menos 20minutos. Depois de prontas, lembre-os de dar umtítulo criativo a suas colagens (“Assim se ficagordo...”) e peça aos que quiserem que mostremsua colagem e explique suas alternativas para osdemais, que deverão comentá-las.

OFICINA 5MOVIMENTO É VIDAMaterial necessário: giz; duas bolas de futsal.Conceito: sedentarismo e atividade física.Pretendemos nesta oficina que o jovem seconscientize da importância da prática deatividades físicas regularmente. Esse assunto setorna relevante ao observarmos que é notório comoa dinâmica do mundo moderno induz as pessoas aserem sedentárias, a não se movimentaremregularmente, devido à falta de espaços adequados,ao avanço tecnológico – as máquinas realizam otrabalho antes feito pelo ser humano –, à falta deconhecimento da necessidade de movimentação ede como iniciar a prática sistemática de atividadesmotoras.Chamamos “sedentária” a pessoa que não temhábito de realizar atividades físicas, o que traz uma

série de prejuízos à saúde, que se manifestarãocom o passar do tempo. O ser humano possui umaestrutura composta de ossos, músculos, nervosetc., própria para a realização de movimentos, e ainatividade física compromete essa estrutura,gerando o aparecimento de diversas doenças,atrofias musculares e propiciando a incidência daobesidade entre outros tantos problemas em nossoorganismo.A prática de atividade física regular estimula aoxigenação de todos os órgãos do nosso corpo,reduz os níveis de gorduras no corpo, melhoranossa resistência ao esforço físico, possibilita aparticipação em atividades físicas coletivas,proporcionando a inclusão em grupos e também oprazer intrínseco à percepção de ser capaz derealizar determinada atividade física.ConversaRetome a colagem feita na oficina anterior,pedindo a colaboração dos que dela participaram, eanuncie o tema desta oficina. Converse sobresedentarismo e atividade física regular, coletandoas informações que os jovens já têm sobre oassunto e incentivando que todos se expressem;pergunte: Que benefícios a prática de atividadesfísicas regulares traz para o nosso organismo?(Estimula a oxigenação de todos os órgãos donosso corpo; reduz os níveis de gordura no corpo;melhora nossa resistência ao esforço físico; previnedoenças do coração, diabetes, do pulmão,colesterol elevado, hipertensão, algumas formas decâncer etc.). Peça que pensem a respeito ecomunique que irão fazer o “Jogo dos quatrogols”, para, ao final, retomar a questão inicial –lembrando que essa retomada poderia ser feitadepois de qualquer outra atividade que envolvessemovimento.Atividade “Jogo dos quatro gols”Inicie a atividade riscando com giz a quadra comquatro gols em vez de dois (conforme esquema) eforme duas equipes. Este jogo tanto pode serrealizado com os pés como com as mãos.O objetivo é marcar gol na equipe adversária: asequipes atacarão em dois gols e defenderãotambém em dois gols. Ao se marcar um gol, a boladeverá ser colocada em jogo pela equipe que sofreuo gol, nas proximidades de sua trave.

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18EDUCAÇÃO E CIDADANIA

Esquema “Jogo dos 4 gols” = gol

Pode-se incluir mais uma bola no jogo, sem alterara estrutura ou as regras. O ideal seria haver“pequenos gols” (conjunto de trave e rede); se nãohouver, delimite gols de aproximadamente 1 m commateriais disponíveis. Este jogo joga-se sem goleiro.Ao término da atividade (de 20 a 30 minutos),reúna todos para um bate-papo relembrando otema: O que entendem por uma pessoa sedentária?Quais os prejuízos causados pelo sedentarismo? Oque leva uma pessoa a não participar de atividadesfísicas regulares? Que atividades físicas vocêsfazem regularmente? Que sensações a prática deatividades físicas provoca em vocês? É necessáriofreqüentar academias, alugar quadras ou ir a salãode baile para poder participar de atividades físicasregulares? Por quê? Veja se algum dos presentesparticipou da oficina 2, quando discutiram sobre anecessidade de recorrer a academia para desenvolverforça muscular, e quer fazer comentários.

PONTOS A DESTACAR NACONVERSA

Sedentária é a pessoa que não realiza atividadesfísicas regularmente.A inatividade física está associada à incidência deobesidade, hipertensão, atrofia muscular, estresse.Pesquisas apontam que 35% das mortes porproblemas no coração e por diabetes são causadaspelo sedentarismo (Katch & Mcardle, 1996).Em geral, as pessoas não realizam atividades físicaspor falta de disposição, dores musculares, doençascrônicas, estilo de vida, sensação de incapacidadeao realizar tais atividades, falta de espaço e falta deconhecimentos sobre os benefícios que propicia.Praticar atividades físicas regularmente pode trazer

prazer, despertar o sentimento de satisfação e asensação de poder, força, reconhecimento etc.Ir a pé à padaria comprar pão, caminhar em vez depegar ônibus, limpar a casa, subir e descer escadasem vez de usar o elevador ou escadas rolantes,realizar trabalhos domésticos (pintar, fazer reparosetc.) são afazeres que, desenvolvidos regular econscientemente, podem vencer o sedentarismo.Assim, não há necessidade de pagar para se manterfisicamente ativo. Acrescente outros exemplos, desua experiência, de hábitos que podemos modificarpara nos tornarmos fisicamente mais ativos.ATENÇÃO: ao jovem que não tem hábito de realizaratividade física mas que queira começar, é muitoimportante orientar que inicie com atividades deintensidade baixa e moderada, respeitando oslimites de seu organismo.

Produção finalDistribua os jovens em três ou quatro grupos esolicite que inventem uma atividade física – jogo,brincadeira etc. – que permita a participação detodos. Após um tempo, cada grupo apresenta suaatividade aos demais, destacando os benefícios quepode trazer ao organismo (estímulo à oxigenaçãodos órgãos do corpo, redução dos níveis degordura, melhoria da resistência ao esforço físicoetc.). Se houver tempo, poderão experimentaralgumas ou todas as atividades sugeridas.

OFICINA 6MOVIMENTOSCOORDENADOSMaterial necessário: duas bolas de basquetebol;aparelho de som, CD com música de ritmoacelerado (de preferência, do universo dos jovens).Conceito: capacidade de coordenação motora.

equipe B

equipe B

equipe A

equipe A

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19HORA DE SE MEXER

A coordenação motora está presente nos maisvariados movimentos do nosso dia-a-dia, nas maisdiversas atividades de lazer, de trabalho e de outrastarefas do cotidiano, como pular uma poça d’água,levar o garfo até a boca, dirigir um carro, jogarbola, andar de bicicleta, dançar etc. Trata-se dacapacidade de realizar um ou vários movimentosde maneira ordenada, com eficiência e economiade energia. Assim, propomos esse tema paradiscussão nesta oficina com a intenção deconscientizar os jovens de que a coordenaçãomotora é uma das capacidades físicas que pode serdesenvolvida, para se obter uma melhora naqualidade de vida.ConversaProponha inicialmente a realização do exercício“Polichinelo”: saltar abrindo simultaneamentepernas e braços (unidos acima da cabeça), voltar àposição inicial (fotos 1 a 3):

Finalmente, combine os dois anteriores: proponha,na primeira combinação, elevar os braços como noPolichinelo e levar as pernas para a frente e paratrás, como no Poli-sapato, várias vezes; emseguida, os braços como no Poli-sapato e as pernaslateralmente como no Polichinelo (fotos 6 a 9).

4

8

6

4

Em seguida, o exercício “Poli-Sapato”: semelhanteao anterior, mas levando, alternadamente, umbraço e a perna oposta à frente, outro braço eperna para trás (fotos 4 e 5):

9

7

1

2

3

5

FOTO

S: CA

MILO

ACR

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20EDUCAÇÃO E CIDADANIA

Pergunte como foi realizar os exercícios propostose que capacidade física esteve envolvida narealização da atividade. Assim você conhecerá oque já sabem ou pensam sobre a coordenaçãomotora. As questões e conceitos surgidos nessemomento serão retomados nas discussõesdesencadeadas após a realização da atividade “Jogocoordenado”, para serem ampliados.Atividade “Jogo coordenado”Forme um mínimo de quatro equipes, que jogarãoem duas semiquadras. Com giz, delimite duassemiquadras na quadra. Na semiquadra A, jogamas equipes 1 e 2, na semiquadra B, jogam asequipes 3 e 4.Na semiquadra A, a equipe 1 defende em seucampo e ataca no lado do campo da equipe 2; ocorrespondente ocorre na semiquadra B. Nocírculo situado ao fundo de cada campo fica umjogador “cesta humana” da equipe adversária, ouseja: na quadra A, no círculo do campo da equipe1, fica um jogador da equipe 2. Esse jogador, que éo “cesta”, deve tentar agarrar a bola sem sair nemprojetar seu corpo fora do círculo.Esquema “Jogo coordenado” = “cesta” humana

A maneira de jogar é semelhante à do basquete:para se locomover, os jovens deverão realizar ashabilidades motoras básicas de passar (lançar) equicar a bola. Não é permitido andar segurando abola. Conta-se um ponto toda vez que o “cesta” nocírculo conseguir segurar a bola.No início do jogo, só se poderá tentar cesta depoisque todos os jogadores da equipe, na mesmajogada, tiverem tocado a bola; no decorrer do jogo,vá mudando essa regra, determinando o númerode passes antes do arremesso.

Uma variação possível, se houver tempo é, ao finalde cerca de 20 minutos de jogo, formar apenasduas equipes, jogando na quadra em toda suaextensão (desenhe novos círculos, nesse caso).Ao término da atividade (cerca de meia hora),reúna todos para um bate-papo, fazendoperguntas: Quais movimentos foram realizados nojogo ? Esses movimentos eram feitos um de cadavez? O que possibilita a realização de dois ou maismovimentos simultâneos?Retome, nesse momento, as questões levantadaspor eles na problematização inicial e façaconsiderações para ampliar esses conhecimentos.Pergunte o que é preciso fazer para desenvolver acoordenação motora, peça que citem outrasatividades na vida que exigem muita coordenaçãomotora.

PONTOS A DESTACAR NACONVERSA

A coordenação motora é uma das capacidadesfísicas, tal como força, resistência, flexibilidade etc.Nascemos com a possibilidade de desenvolvê-laspor meio da prática sistemática de movimentos nodecorrer de nossas vidas.A coordenação motora possibilita a combinação devários movimentos, com eficiência e economia deenergia.À medida que aprendemos novos movimentos efazemos a combinação com os que já sabemos,estamos desenvolvendo a coordenação motora.

Produção finalProponha aos jovens que criem, em grupos, umaseqüência de movimentos que iniciem com umasolicitação mínima de coordenação motora e que,gradativamente, vão requerendo mais coordenação.Ponha para tocar uma música ritmada acelerada epeça que cada grupo apresente sua seqüência demovimentos, seguindo o ritmo. Promovacomentários coletivos; se houver tempo, os grupospoderão desafiar-se mutuamente a repetir asrespectivas seqüências inventadas.

SEMIQUADRA Bequipe 1

equipe 2

equipe 3

equipe 4

SEMIQUADRA A

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21HORA DE SE MEXER

OFICINA 7MOVIMENTO EINTERAÇÃO SOCIALMaterial: giz; três bolas de voleibol; rolo de barbante.Conceitos: aprendizagem motora, interação social.O jovem se relaciona com os mais diversos grupospara interagir nos diferentes ambientes sociais. Pormeio desse convívio com o outro, vivencia eadquire as dimensões sócio-afetivo-éticasimplicadas nas relações humanas. É muito comumele ter grande interesse em participar de gruposque requerem habilidades motoras e formas demovimentos específicos, como os de danças, jogos,trabalho, artes marciais, dentre outras atividadesfísicas. No entanto, sabemos que muitas vezesesses jovens se excluem ou são excluídos, deixandode participar de grupos sociais, por não realizaremdeterminados movimentos, por não teremconsciência de que é possível aprendê-los oumesmo adaptá-los, ou porque não tiveram em seumeio social possibilidades de acesso àaprendizagem desses movimentos.Preocupados com essa questão, propomos nestaoficina discutir a dimensão social do movimento,para que o jovem possa buscar formas para superarseus limites, desenvolvendo possibilidades motorasvisando ampliar sua participação na sociedade.Afinal, todos nós somos capazes de aprender asmais diversas formas de movimento.ConversaInicialmente pergunte quais as atividades físicasque gostam de praticar regularmente. Esselevantamento é para verificar se mencionam o jogode voleibol. Informe que a atividade será o jogo“Minivoleibol”. Pergunte também quaismovimentos são necessários para realizar esse jogo.

Ouça os jovens e perceba as informações que játrazem, destacando que os movimentos sãoaprendidos e que, mesmo quem ainda não tem odomínio dos mesmos, pode aprender e participardo jogo. Todos têm capacidade para aprender osmovimentos e jogar voleibol, dentro das limitaçõesfísicas de cada um, pois todos os movimentosvoluntários – andar, correr, chutar, rebater etc. –são aprendidos.Atividade “Minivoleibol”Forme um mínimo de 6 equipes, cada uma com 4ou 5 jovens (se houver mais de seis equipes, estasentrarão em esquema de rodízio com as demais, àmedida que a pontuação for conquistada).Com giz, delimite na quadra três miniquadras,divididas ao meio. Passe um barbante, amarrado àstraves do gol de futebol de salão, de umaextremidade a outra da quadra (o barbanterepresentará a rede de vôlei).Esquema “Minivoleibol”

Em cada miniquadra jogam duas equipes.Proponha as seguintes regras:� a bola pode ser rebatida com todas as

possibilidades de movimentos do corpo, só nãopode ser segurada enquanto está em jogo;

� o início e reinício do jogo se dá com uma batidana bola (“saque”), feita com os membrossuperiores (braços ou mãos);

� as demais regras de funcionamento sãoadotadas do voleibol, previamente combinadascom os participantes (ver box).

ADAPTANDO AS REGRAS DOVOLEIBOL

No vôlei, o objetivo é fazer com que a bola caiadentro da quadra do adversário. A bola não pode sersegurada, apenas rebatida com as mãos ou braços:

“Rede” (barbante)

Miniquadra B

1

2

3

4

5

6

Miniquadra A Miniquadra C

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22EDUCAÇÃO E CIDADANIA

� os seis jogadores distribuem-se pela quadra emduas linhas (três na frente, três atrás);

� o mesmo jogador não pode dar dois toquesseguidos na bola;

� cada equipe não pode dar mais de três toques nabola antes de jogá-la para a quadra adversária;

� conta-se um ponto para a equipe cada vez queconsegue que a bola caia na quadra adversária(ganha um set a equipe que fizer 25 pontos; umapartida tem três sets);

� toda vez que a equipe ganha o direito de sacar,seus jogadores efetuam um rodízio, avançandouma posição no sentido dos ponteiros dorelógio.

Na quadra reduzida, você pode por exemploflexibilizar o rodízio, mas garantindo que um mesmojogador só volte a sacar novamente depois quetodos tenham tido sua vez de sacar. Combine comos participantes o número de pontos de cada set eproponha partida de apenas dois sets.

Quando completarem as primeiras partidas,proponha o revezamento das equipes, para quejoguem com novos adversários.Ao fim da atividade (cerca de meia hora), reúnatodos para um bate-papo, encaminhando osseguintes questionamentos: Que movimentos essejogo exigiu? Que experiências anteriores, do jogode voleibol, puderam ser aproveitadas pelos queapresentaram maior facilidade nesse jogo? O queessa atividade trouxe de descobertas sobre sipróprio quanto às possibilidades de realizar eaprender movimentos para interagir socialmente?Ao término da conversa, destaque os pontos do box.

PONTOS A DESTACAR NACONVERSA

Pelo movimento, relacionamo-nos com as pessoasdas mais diversas formas: jogando, dançando,trabalhando, namorando etc.Todos os movimentos – correr, saltar, girar,manusear, rebater etc. – são aprendidos em nossarelação com outras pessoas e com os lugares quefreqüentamos.Quanto mais realizamos movimentos e praticamosatividades físicas diversas, maiores serão nossas

possibilidades de interação social, de fazer parte dosmais diversos grupos sociais.Ao valorizar a dimensão social do movimento e aprática de atividades físicas diversas,compreendemos melhor nossas limitações epotencialidades, assim como as do outro, o quecertamente favorece o respeito mútuo e umainteração saudável na sociedade.

Produção finalProponha aos jovens que, em grupos, elaborem umcomercial para televisão para transmitir a idéia deque podemos aprender os mais diferentesmovimentos para interagir nos mais diversosgrupos sociais, por meio de atividades como jogar,dançar, brincar etc. Em seguida, peça que cadagrupo apresente o comercial.A cena poderá ser gravada, caso disponha de umafilmadora, permitindo aos jovens se ver, discutirsobre os conhecimentos aprendidos e divulgar acampanha para mais pessoas. Caso haja tempodisponível, os grupos poderão elaborar um roteiropor escrito da cena a ser gravada e cada participanteguarda o roteiro elaborado em seu portfólio.

OFICINA 8RECRIANDO O ESPAÇOPARA VIVER MELHORMaterial necessário: cerca de 70m de corda denáilon (dessas para varal); 18 canudos de papelão;duas bolas de futsal; papel e lápis.Conceitos: movimento, meio físico.Todos os jovens têm a capacidade de semovimentar para atender suas necessidades diárias,

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bem como para melhorar sua qualidade de vida.Atualmente, por uma série de fatores, observamosuma tendência na juventude, sobretudo nasgrandes cidades, em deixar de lado atividadestradicionais da cultura popular – jogar bola,brincar – e atividades físicas sistemáticas – correr,nadar, andar de bicicleta, de skate –, as quais estãoperdendo espaço para atividades que não exigemgrande esforço físico ou uma mobilidadesignificativa, como skate de dedo, fliperama,videogueime, assistir TV...Um dos fatores desencadeadores dessa situação éo espaço onde moramos. Nesta oficina,enfocaremos a relação dos jovens com seu corpoem movimento no espaço onde vivem,procurando abordar a falta, ou o mau uso, delugares existentes para a prática sistemática deatividades físicas. Pretendemos levar o jovem arefletir sobre as possibilidades que têm deinterferir e modificar o espaço em que vive, paraatender suas necessidades motoras, resistindoassim aos estímulos que levam ao sedentarismo,ao imobilismo ou à falta de perspectivas. O jovempode mudar a si próprio, o meio e sua relaçãocom o ambiente, em favor da melhoria daqualidade de vida em sociedade.ConversaNessa etapa da atividade, é importante que osjovens falem um pouco sobre esse assunto.Pergunte como são os espaços para atividadesfísicas no lugar onde moram, se há clubes, campos,quadras, parques etc. Após expressarem suasopiniões, destaque que a falta de espaço ou o mauuso dos espaços que existem, aliada à falta deinformação, conhecimentos e perspectivas, estálevando boa parte da juventude ao sedentarismoexcessivo. Verifique se sabem o que quer dizersedentarismo e promova uma discussão sobre oque podemos fazer para obter espaços adequadospara realizar atividades. Enfatize que, ao seconscientizar da necessidade de espaço para arealização de atividade física, eles poderãomelhorar o espaço onde vivem e desfrutar formasprazerosas de se movimentar.Anuncie então a atividade “Pebolim gigante”,dizendo que depois irão retomar a relação entremovimento e meio físico.

Atividade “Pebolim gigante”Organize os jovens em duas equipes para o jogo(este foi pensado para uma turma de 34 jovens,mas pode ser adaptado para outros totais departicipantes). O jogo consiste, como o nomesugere, em uma adaptação do futsal, em que osjogadores simulam os bonecos do brinquedo: os“bonecos” (jogadores) só podem se deslocarlateralmente, ao longo de cordas ou cordões quesimulam as hastes movimentadas pelo jogador nobrinquedo.Esquema “Pebolim gigante”

= goljogadorequipe Ajogadorequipe B= canudo

cordas:Disposição das cordas, equipes e jogadores

equipes:

1 A

2 A

3 B

4 A

5 B

6 A

7 B

8 B

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Para preparar a quadra, oriente-se pelo esquema:disponha seis cordas de lado a lado na quadra, naaltura da cintura dos jogadores; se não for possívelamarrar as pontas em algum lugar, 12 jovens, emrodízio, irão segurá-las; nas traves do gol, fixe maisduas cordas “fechando” o gol, também na altura dacintura. Antes de fixar as cordas, deverão serenfiados em cada uma dois ou três canudos depapelão (desses de rolo de papel-toalha, porexemplo) conforme o esquema, onde os “bonecos”devem segurar-se com ambas as mãos.O esquema foi desenhado para 11 jogadores emcada equipe (o que, somado aos 12 “seguradores”das cordas, dá 34 participantes). Dependendo dapossibilidade de amarrar as cordas e do total dejovens presentes, você fará as adaptaçõesnecessárias. Em cada uma das cordas de números3 a 6, por exemplo, sugerimos que dois jogadoressegurem o mesmo canudo; se houver menosjovens, nessas posições fica só um. Inversamente,com mais participantes, várias posições, inclusiveno gol, podem ser ocupadas por dois jogadores,segurando os canudos ao mesmo tempo. Se notarque a bola está ficando muito tempo em umametade da quadra, lance uma segunda bola naoutra metade, para que todos tenham oportunidadede jogar. Se houver jovens segurando as cordas,lembre-se de promover seu rodízio freqüente.Ao término do jogo (cerca de 40 minutos), reúnaos alunos para um bate-papo, introduzindo as

perguntas: O que acharam da atividade? O que foifeito para que todos jogassem no espaçodelimitado? Quais são outras possibilidades parapraticarmos uma atividade física com muitaspessoas num espaço limitado? Quais alternativastemos para garantir espaço adequado à prática deatividades motoras sistemáticas?Produção finalSolicite a cada jovem que, a partir da realidadedo bairro em que mora, proponha, por escrito,mudanças que podem ser realizadas no espaço,para atender às necessidades da população depraticar atividades motoras regulares eprazerosas, sobretudo aquelas valorizadaspela juventude. Comente coletivamente assugestões.

OFICINA 9EXPRESSÃO PELOMOVIMENTOMaterial necessário: aparelho de som, CD ou fitacom música de capoeira (alternativamente,instrumentos da batida de capoeira: berimbau,pandeiro); ficha 4 (verso da 3); papel, revistas pararecortar, tesoura, cola, lápis, canetas.Conceitos: manifestação cultural, habilidadesmotoras, capacidades físicas, flexibilidade.Esta oficina pretende abordar conhecimentosrelevantes para os jovens recolhidos na Unidade eque buscam uma perspectiva de se reintegrarsocialmente. A idéia central é que, pelosmovimentos de nosso corpo, podemos estabelecercomunicação com o outro e expressar nossas idéiase sentimentos, manifestando valores de nossacultura repletos de significados e intenções.

PONTOS A DESTACAR NACONVERSA

Podemos inventar jogos ou outras formas depraticar atividades físicas nos mais diversos lugares.Podemos mudar os espaços para atender a nossanecessidade de movimentação.É direito de todo cidadão valorizar e exigir, por meiode movimentos organizados, espaços públicosadequados para a prática de atividades físicassistemáticas e prazerosas, sobretudo as atividadesde nossa cultura.Somos estruturados para realizar movimentos;nesse sentido, é importante que nos movimentemosde forma consciente, regular e sistemática,contribuindo para uma qualidade de vida maissaudável, mais prazerosa.

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Satisfazendo nosso potencial para realizarmovimentos, estaremos aumentando nossacapacidade de diálogo com o outro, favorecendo ainteração social e o fortalecimento das relaçõessociais, em detrimento do individualismoexacerbado provocador da barbárie.Em linhas gerais, quanto maior nosso repertóriomotor, nossa habilidade de nos movimentarmos,maior o nosso potencial de comunicação eexpressão pelo movimento, o que inclui acompreensão dos inúmeros significados eintenções, transmitidos pelos outros por meio domovimento.Nesta oficina propomos o exemplo de umaexpressão cultural – a capoeira – destacando aindacapacidades físicas, especificamente a de realizarmovimentos amplos e precisos (a flexibilidade,fundamental na execução de tarefas do dia-a-dia).Escolhemos a capoeira por se tratar de umamanifestação cultural muito significativa para osjovens e por sua origem no Brasil retratar umperíodo da história brasileira que não podemosesquecer – o da luta dos escravos oprimidos; e,também, pelos expressivos movimentos corporais,cheios de sentimentos que procuram representarrespeito e admiração pelo outro, a crença namudança, a perseverança e, sobretudo, a vontadede transformar a realidade em favor de umaqualidade de vida digna em sociedade.Conversa e AtividadeInicie formando uma grande roda com os jovens eabrindo espaço para que digam o que sabem sobrecapoeira e sobre a importância da atividade físicapara a qualidade de vida. Distribua a ficha 4 (noverso da ficha 3), ou peça àqueles que participaramda oficina 4 que a retomem, e peça a um voluntárioque leia o texto para os demais. Após a leitura,explique que todos podem praticar capoeira, umavez que os movimentos são aprendidos e todospodem aprender, bastando apenas começar,respeitando seu limite e o do outro.Em seguida, proponha aos jovens que semovimentem ao som da música de capoeira. Sehouver na Unidade os instrumentos adequados(berimbau, pandeiro, atabaque etc.) e jovens quesaibam tocar música de acompanhamento dacapoeira, será ideal que toquem; caso contrário,

toque o CD ou fita. Diga-lhes para procurarrealizar movimentos amplos, coordenando pernas ebraços. É importante destacar que podem realizarqualquer movimento, só não vale ficar parado.Quando notar que os jovens estão se soltando,menos inibidos, peça para formarem duplas erealizar movimentos em que cada um procureimitar seu par, invertendo a posição entre eles, apóso tempo que você julgar adequado. Aconselhe quevariem a forma dos movimentos, que criem novosmovimentos em todos os planos – agachados, naspontas dos pés etc. Proponha também a variaçãoda intensidade, alternando movimentos lentos erápidos.Peça que tentem gingar, combinando osmovimentos realizados anteriormente. Se houverjovens com habilidades de ginga, solicite que sedirijam à frente e demonstrem para oscompanheiros, para que esses procurem fazer igual.Ao notar que os jovens estão envolvidos narealização dos movimentos, reúna-os novamenteem uma grande roda e, ao som de música decapoeira, estimule cada dupla a entrar no centro daroda e expressar seus movimentos. Alterne emodifique as duplas, até que todos tenhamparticipado da apresentação.Ao término da roda de capoeira, inicie um bate-papo, propondo as seguintes questões: Como sesentiram fazendo esta atividade? Como essaatividade pode contribuir para sua vida? Qual a

Negros jogando capoeira na Bahia. Rugendas. c.1822 (Biblioteca Nacional)

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relação da capoeira com sua história de vida?Quais partes de nosso corpo estão mais presentesnessa atividade? Que qualidades de nosso corposão mais exigidas na capoeira? Além da capoeira,em que manifestações culturais vocês podem seexpressar e, ao mesmo tempo, contribuir para quesua vida seja mais saudável? Em quais lugarespodemos praticar a capoeira de forma regular? Aofinal do bate-papo, reforce as principaiscaracterísticas da capoeira.

CAPOEIRA: PRINCIPAISCARACTERÍSTICAS

A capoeira é uma manifestação da cultura brasileirade origem africana. Seus movimentos expressaminúmeros significados e intenções, sobretudo noque diz respeito à conquista da liberdade e dacidadania.Sua prática contribui substancialmente para odesenvolvimento das capacidades físicas deresistência dos músculos – o que nos permiterealizar as atividades do dia-a-dia com maisdisposição – e flexibilidade das articulações, o quecontribui para a realização de movimentos amplos eprecisos sem o risco de lesões.Todos podem aprender os movimentos da capoeira,bastando para isso uma prática regular, respeitandoas suas limitações motoras e as do outro.Vários movimentos do dia-a-dia são semelhantesaos da capoeira, como andar gingando, abaixar-separa pegar algo, deslocar o corpo para desviar-se dealgo etc.

Produção finalDistribua jornais e revistas e peça aos jovens quedestaquem figuras que expressem movimentosequivalentes aos da capoeira (de pessoasagachadas, dançando, saltando etc.). Cada umdeverá escolher uma e colá-la em sua ficha,escrevendo abaixo em que situações do dia-a-diaesse movimento pode ser feito. No decorrer daatividade, verifique as produções dos jovens,fazendo intervenções para ajudá-los na elaboraçãodas frases. Caso algum jovem não saiba escrever,peça que um colega o ajude ou ofereça-se paraescriba. Organize depois um painel para que todosvejam e discutam as fotos escolhidas.

OFICINA 10DANÇA DE RUA EEXPRESSÃO CORPORALMaterial necessário: aparelho de som, CD ou fitacassete com músicas dançantes (de preferência rape samba); lápis e papel.Conceitos: habilidades motoras, expressãocorporal, qualidade de vida.A dança de rua é um fenômeno mundial,valorizada sobretudo nas periferias das grandescidades, onde assume inúmeros significados. Pormeio de coreografias criadas por eles – queincluem cambalhotas, saltos e giros –, os jovensexpressam idéias e sentimentos como paz,denúncia da violência, da miséria etc. Além disso,a dança ajuda a manter um bom condicionamentofísico, o que contribui para uma vida maissaudável. Pela dança de rua, os jovens podemainda aprender uma gama enorme de movimentose refinar aqueles que já sabem. Isso é fantástico,uma vez que, quanto maior o repertório motor,maior será a capacidade de participação ematividades coletivas como jogos, brincadeiras,trabalho e tarefas do lar.Nesta oficina, pretendemos que os jovens tenham adimensão de que, pelo movimento –especificamente por meio da dança de rua –, ojovem pode se expressar, manifestar aspectos desua cultura, exprimir sentimentos e idéias eaprender novos movimentos, a partir daqueles quejá sabe. O jovem pode, assim, potencializar suascapacidades físicas, o que contribuirá para umavida mais saudável e poderá trazer-lhe maiordisposição para atuar na sociedade, de maneiracrítica e transformadora, em favor da construçãode uma sociedade mais justa.

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Ressaltamos que, ao expressar-se de formaconsciente pelo movimento, o jovem passa acompreender e respeitar as diferenças, porqueperceberá que todos são dotados de capacidades elimitações que, dentro da realidade social de cadaum, se manifestam repletas de significados eintenções, sendo, porém, passíveis de transformação.Conversa e AtividadeÉ importante iniciar a atividade “dança de rua”abrindo espaço para que os jovens se manifestemsobre o assunto. Pergunte o que sabem sobre“dança de rua”, se alguém dança ou já dançou emalgum grupo, ou ainda se conhece alguém quedança. Em seguida, enfatize que todos são capazesde aprender a “dança de rua”, uma vez que todosos movimentos que realizamos de forma voluntáriasão aprendidos. Podemos também criar novasformas de movimentação para transmitir o queestamos sentindo e o que pensamos.Toque uma música (rap, samba) e peça a todos quese mexam, procurando entrar no ritmo, criandonovas formas de movimentação, deslocando-se naponta dos pés, agachados, sentados, rastejando,saltando, de costas, deitados, girando...Proponha a formação de grupos de quatro oucinco jovens. Solicite a cada membro do grupo quefaça um movimento, depois junte com omovimento feito pelos colegas e componha umpasso de dança.Quando os grupos compuserem as coreografias,forme uma grande roda onde cada grupo seapresentará. Depois de todas as apresentações,pergunte o que aquelas coreografias significam oupodem significar para eles. Questione-os sobre oporquê da escolha daqueles movimentos.Em seguida, proponha que cada grupo se reúnanovamente e faça um passo de dança que expressealguma mensagem. Retome a grande roda, paraque as novas coreografias sejam apresentadas.Termine essa etapa com uma música para todosdançarem livremente.Ao término da atividade, reúna todos para umbate-papo, e faça as seguintes perguntas: Todosdançaram? Como se sentiram? Que sentido tevedançar, para vocês? Quais movimentos foramutilizados? Alguém fez algum movimento que

nunca tinha feito antes? Como foi? O que podemosexpressar pelo movimento? No que essaexperiência contribuiu para você?

PONTOS A DESTACAR NACONVERSA

A dança de rua é uma forma de manifestarmos, pelomovimento, nossas idéias e nossos sentimentos.Ela proporciona a aprendizagem de uma infinidadede novos movimentos, contribuindo para quetenhamos melhor condicionamento físico, o quenos deixará mais dispostos para executar as tarefasdo dia-a-dia e favorece melhor qualidade de vida.Todos são capazes de aprender a dançar e a criarnovas formas de dança, de acordo com o quedesejam transmitir ao outro.

Produção finalCada grupo deverá criar um rap relacionandodança de rua, comunicação de idéias e sentimentospelo movimento e aprendizagem de novosmovimentos. Em seguida, cada rap será cantadopara os demais companheiros dançarem.

OFICINA 11GANHANDO FORÇA ERESISTÊNCIA MUSCULARMaterial necessário: giz; 7 cartazes (cartazete 1);6 tiras de pano (de cerca de 1 m cada); 60 pesos(para 36 participantes) feitos com sacos plásticos(de supermercado) ou garrafas de refrigerante comareia, com cerca de 1 Kg; papel, lápis e canetascoloridas.Conceitos: sedentarismo, força e resistênciamuscular, qualidade de vida.

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Atualmente os jovens, principalmente nas grandescidades, sofrem com o sedentarismo, com a falta demobilidade. Isso tem acarretado uma série deproblemas para a sociedade, já que a inatividadefísica contribui para o desenvolvimento de diversasdoenças, exclusão de várias atividades sociais, baixaauto-estima e para que a pessoa não consigasuportar grandes tensões típicas do dia-a-dia(estresse), entre outros problemas.Há inúmeros fatores que levam os jovens a nãovalorizar a prática de atividade física regular: faltade espaços adequados, falta de conhecimentosobre seu corpo, sobre o movimento e sobre comoiniciar uma prática regular de atividade física emsituações adversas. Também contribui para osedentarismo o apelo da mídia ao consumo deprodutos eletrônicos, de alimentos supercalóricose de pouco valor nutricional, de bebidasalcoólicas e de cigarros, sem contar a fortetentação que conduz os jovens ao consumoalienado de todos os tipos de drogas, desderemédios até o crack.Nesta oficina, pretendemos esclarecer os jovenssobre a importância de praticar uma atividadefísica regularmente, como forma de se contraporao sedentarismo e aos vícios de postura, e debuscar uma vida mais prazerosa e saudável, commaior disposição para as atividades diárias, maiscondições de aliviar as tensões e com boa auto-estima, entre outros benefícios. Daremos ênfase àaprendizagem de métodos para desenvolver ascapacidades físicas de resistência e forçamuscular, por entender que são requisitosfundamentais à prática de todas as atividadescotidianas.Conversa e AtividadeAo iniciar a atividade, é importante que os jovenspossam manifestar-se a respeito da importância daprática de atividade físicas regulares, se têm ohábito de praticar alguma atividade sistemática ouse conhecem alguém que tenha. Questione-ossobre sugestões de como iniciar uma prática esobre as causas do sedentarismo.É importante enfatizar que um bomcondicionamento físico permite a realização dasatividades do dia-a-dia com mais disposição. Estarbem fisicamente é estar mais vivo no mundo, o que

facilita a compreensão da realidade e proporcionauma participação social mais consciente. Todospodem desenvolver suas capacidades físicas e terum bom condicionamento físico. Para isso, énecessário começar, de preferência, por meio deatividades físicas prazerosas.Após essa breve conversa, solicite aos jovens quese desloquem por cerca de cinco minutos,procurando passar em todos os espaçosdisponíveis, movimentando todas as juntas de seucorpo – joelho, tornozelo, pescoço, ombro,quadril, mãos, pés... Informe que, fazendo essesgestos, eles preparam o corpo para uma atividademais longa e o aquecem para a movimentação.Tais procedimentos são importantes para evitarlesões.A seguir, peça aos jovens que formem sete grupose ocupem as “estações” previamente demarcadaspor você. Em cada estação, os jovens deverãoexecutar os exercícios descritos em um cartaz, cadaum respeitando seu ritmo, pelo tempo de 1minuto, com início e término a um sinal seu. Emseguida, todos passam à estação seguinte, você dánovo novo sinal e assim sucesivamente, até quetodos os grupos tenham passado por todas asestações.Delimite com giz no chão sete áreas (“estações”)suficientes para acomodar cinco ou seis jovens decada vez, fazendo movimentos. Em cada “estação”haverá um cartaz indicando o respectivo exercício.Faça previamente uma demonstração dosmovimentos em cada uma. São os seguintes osexercícios e áreas do corpo a trabalhar nas seteestações (veja no box orientações quanto aoscartazes):� 1a estação: abdominais (abdômen);� 2a estação: agachamentos (coxas);� 3a estação: extensão e flexão de braços (braços);� 4a estação: elevação e flexão de braços

(ombros);� 5a estação: elevar-se na ponta dos pés (batata da

perna);� 6a estação: abertura de braços em cruz

(peitoral);� 7a estação: flexão de braços, com joelhos

apoiados no chão (costas e braços).

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CARTAZES DAS ESTAÇÕESVeja cópia dos cartazes na penúltima página: foramagrupados no cartazete 1 (exceto o da 5a estação,que você irá escrever em uma folha). O arquivo paraimpressão do cartazete está no disquete queacompanha este módulo. Se você tiver possibilidadede ampliar separadamente cada cartaz, melhor. Senão for possível, imprima seis cópias do cartazete eafixe-as nas estações, destacando com caneta pilotapenas a imagem correspondente a cada uma. Naeventualidade de não conseguir imprimir oscartazes, você pode escrever em folhas avulsas asinstruções:1 Abdominais (deitado, com pernas flexionadas e

mãos atrás da nuca, erguer a cabeça em direçãoàs pernas).

2 Agachar-se e levantar, com as mãos atrás danuca e as costas eretas.

3 Em pé, segurar tira de pano nas mãos à frentedo corpo na altura dos ombros; flexionar osbraços, trazendo as mãos em direção aosombros.

4 Em pé, segurar tira de pano passando atrás danuca; esticar os braços para cima e voltar àposição inicial.

5 Ficar na ponta dos pés e voltar à posição normal.6 Segurar duas garrafas vazias com os braços

esticados à frente do corpo na altura dosombros; abrir os braços em cruz, fechá-los comose estivesse dando um abraço e voltar à posiçãoinicial.

7 Flexão de braços: ajoelhar-se e apoiar as duasmãos no chão à frente do corpo; flexionando osbraços, abaixar o corpo até o queixo tocar nochão, voltando à posição inicial.

Logo que os jovens passarem por todas asestações, forme uma grande roda e questione-ossobre quais músculos foram exigidos na execuçãodos movimentos e quais capacidades físicas foramnecessárias. Não se preocupe com os nomescorretos, mas com a percepção dos jovens sobre aspartes do corpo que foram exigidas e com a noçãode que são movimentadas por músculos, narealização das tarefas. Quanto à capacidade deresistência muscular, é importante que percebamquanto tempo o músculo é capaz de resistir, naexecução de um mesmo movimento.

Enfatize que os exercícios executados servempara adquirir resistência nos principais gruposmusculares – abdômen, pernas, braços, ombro,peitoral e costas. Esses grupos musculares sãoresponsáveis pela realização da maioria dasatividades motoras do dia-a-dia. Ter resistênciamuscular significa poder movimentar-se comdisposição, por um longo período de tempo,resistindo mais ao cansaço.Em seguida, solicite aos jovens que retornemàs estações e realizem os mesmos exercícios, sóque agora com carga, ou seja, com pesos(ver box). Chame voluntários para ajudá-lo adistribuir os pesos nas estações, em quantidadeproporcional ao número de jovens em cada uma(se forem seis jovens por estação, nas denúmeros 1 e 2 pôr seis pesos; nas demais,12 pesos, à exceção da de número 7, em que nãosão necessários).

PREPARE PREVIAMENTEOS PESOS

Os pesos deverão ser criados antes da oficina. Paraisso, basta utilizar garrafas vazias ou saquinhos desupermercado com areia ou terra dentro. Procurefazer os pesos de modo que cada um tenha cercade 1 quilo.Explique que em cada estação irão fazer os mesmosexercícios, mas agora com carga (apenas naestação 7 não irão utilizar pesos: o aumento decarga é obtido fazendo flexão com o corpoestendido, sem tocar os joelhos no chão):� 1a estação: abdominais com um saco de areia

sobre o abdômen;� 2a estação: agachamento com um saco de areia

sobre a nuca;� 3a estação: extensão e flexão de braços utilizando

um peso em cada mão;� 4a estação: substituir tira de pano por dois pesos;� 5a estação: ficar na ponta dos pés segurando um

peso em cada mão;� 6a estação: o mesmo, segurando dois pesos, um

em cada mão;� 7a estação: flexão de braço, desta vez com as

pernas estendidas: com o corpo reto, só tocam ochão as pontas dos pés e as duas mãos.

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Enquanto se exercitam, circule pelas estações eoriente os grupos sobre a realização de cadamovimento.Após a realização dos movimentos com peso (umminuto em cada estação), reúna os jovens numagrande roda e questione-os sobre as atividades quefizeram: Como foi realizar os exercícios com peso(carga)? Quais capacidades físicas foram usadaspara a realização das atividades? Qual o papel dascapacidades de força e de resistência muscular emnossas vidas? Quais as conseqüências dodesenvolvimento das capacidades físicas deresistência e força muscular em nosso dia-a-dia?De que forma essa oficina pode contribuir parasua vida?

PONTOS A DESTACAR NACONVERSA

Desenvolver resistência e força muscular éfundamental para que tenhamos uma vida maissaudável, realizando as diversas tarefas do dia-a-diacom disposição e com menos desgaste físico eemocional, pois teremos mais condições desuportar as adversidades da vida.Todos somos capazes de desenvolver taiscapacidades, bastando para isso a práticasistemática de atividades motoras, o que, por suavez, aumenta nossa auto-estima, melhora nossoconceito próprio e o bem-estar físico, propiciandodias melhores.Executar atividades que exijam de nossamusculatura resistência e força é fundamental paraadquirir uma melhor qualidade de vida, além de nosafastar dos males do sedentarismo e propiciar umapostura firme para viver a realidade. Movimentar éfundamental, ficar parado não leva a nada.Tendo a dimensão de que devemos realizaratividades sistemáticas para desenvolver força eresistência muscular, podemos nos adaptar aosmais diversos locais e criar nossos própriosmétodos e materiais de exercício.

Produção finalDistribua folhas de papel e material de desenho esolicite aos jovens que pensem em atividades ousituações que requerem força e/ou resistênciamuscular para ser feitas (por exemplo, um carteiro

caminhando carregando a mochila pesada; pessoasempurrando um carro etc.). Deixe que seexpressem livremente, dando idéias, depois peçaque cada um desenhe uma situação. Peça paradarem um título (“Situações que requerem força eresistência”, por exemplo). Depois, todos mostramsuas produções, e você promove comentárioscoletivos. Lembre-os de guardar suas folhas noportfólio.

OFICINA 12MOVIMENTO SEAPRENDEMaterial necessário: três bolas (de futebol, debasquete, de handebol); giz; 6 cartazes (cartazete2); 6 garrafas plásticas vazias); 5 a 6 pesos (sacosde supermercado ou garrafas plásticas com areia);duas cordas grossas, de 3m e 5m; 10 latas derefrigerante vazias (“balizas”).Conceitos: capacidades físicas, habilidadesmotoras.É certo que pelo movimento nos relacionamossocialmente das mais diversas formas e nos maisvariados lugares. Pelo movimento conseguimosparticipar de jogos, dança, trabalhos coletivos einúmeras atividades sociais. Também é certo que,por não realizarmos determinados tipos demovimento, acabamos nos excluindo de muitosgrupos sociais.Nessa oficina pretendemos contribuir para que osjovens tenham a dimensão de que são capazes derealizar os mais diversos movimentos para fazeremparte dos mais diversos grupos sociais. Para isso, énecessário que cada um perceba seu potencialmotor e que tem capacidades que favorecem o

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aprendizado e a diversificação de movimentos paramelhorar a interação social.Conversa e AtividadeAo iniciar a atividade, é importante abrir espaçopara que os jovens falem sobre grupos sociais deque fazem parte por dominar habilidades motorasespecíficas (movimentos específicos) – grupos dedança, de modalidades esportivas, de trabalho etc.Pergunte também sobre grupos dos quais sãoexcluídos, por achar que não conseguem realizar osmovimentos exigidos.Ao final, destaque que todos os movimentos querealizamos são aprendidos em nossa relação com omeio físico e social, em uma determinada época denossa vida. Dessa forma, somos capazes deaprender uma infinidade de novos movimentospara participar de atividades coletivas, pois nossocorpo é formado para a realização de infinitosmovimentos.Em seguida peça aos jovens que formem grupos eocupem uma das estações previamente preparadaspor você. Tal como na oficina anterior, delimite asestações com giz e afixe os cartazes contendo asinstruções de cada uma. Em cada estação, elesexecutarão uma seqüência de atividades durantecerca de três minutos cada:� 1a estação: disponha 8 ou 10 latas em fila, a

uma distância de cerca de 1m uma da outra; osjovens deverão correr na máxima velocidadepossível, contornando as balizas, ida e volta.

� 2a estação: dois jovens (em rodízio) seguramuma corda (de cerca de 3 m) a uma altura de±30 cm do chão; os demais, um de cada vez,de lado para a corda, devem saltá-la com os pésjuntos em zigue-zague, de uma ponta a outra.

� 3a estação: em duplas, arremessar sacos de areiaum para o outro, a uma distância de ± 1,5 m.

� 4a formando uma roda, cada um segurando umalata ou garrafa plástica, os jovens devem passá-larapidamente ao vizinho da direita, recebendoao mesmo tempo a que o outro da esquerdaentrega; sugira cantarem ou emitirem algumsom de forma ritmada, para ajudar a coordenara entrega e recepção simultânea das latas;

� 5a estação: estenda uma corda grossa no chão(cerca de 5m): como se fosse uma ponte

imaginária, sem “cair”, os jovens devem andarpor cima dela de uma ponta a outra, indo defrente e voltando de costas;

� 6a estação: delimite com giz um espaço (de pelomenos 3 x 4 m), onde os jovens devem ficarcorrendo (em trote), como se estivessem“fazendo cooper”.

Para os cartazes (reproduzidos no cartazete 2, naúltima página deste fascículo), proceda comosugerido na oficina anterior.Quando todos passarem por todas as estações,forme uma grande roda e questione-os sobre o quemobilizaram para fazer as atividades. Em seguidadestaque que precisaram dispor das capacidadesde: agilidade, para desviar dos obstáculos; força,para arremessar o saco de areia; coordenação, parapassar as latas; equilíbrio, para andar sobre a cordasem sair da trajetória; e resistência, pelas batidasdo coração, para que levasse o sangue comnutrientes e oxigênio aos músculos do corpo todo,ao correr. Pergunte sobre outras atividades em queeles utilizam tais capacidades.Conclua lembrando que, ao desenvolver nossascapacidades físicas, estamos contribuindo paramelhorar nossas habilidades motoras, nossamovimentação, nossa comunicação e, assim, nossaqualidade de vida.Em seguida, forme seis equipes, sendo que duasdisputarão uma partida de futebol, duas debasquete e duas de handebol; todas ao mesmotempo e no mesmo espaço. A cada três minutos,mude as modalidades.Quando todos tiverem jogado todas asmodalidades, termine os jogos e forme novamenteuma grande roda para um bate-papo. Pergunte:Como foi jogar ao mesmo tempo e num mesmoespaço diversas modalidades? Quais movimentosfizeram e quais capacidades foram exigidas? Comopodemos desenvolver tais capacidades?

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PONTOS A DESTACARNA CONVERSA

Todos os nossos movimentos são aprendidos emnossa relação com o meio físico e com o outro(meio social).Quanto mais movimentos aprendemos, maior nossacapacidade de interagir e de nos integrar emdiversos grupos sociais.Para facilitar nossa aprendizagem motora, éimportante desenvolver nossas capacidades físicas:afinal, todos somos capazes e podemos aprender,basta começar a se movimentar.

Produção finalCada jovem deve relatar atividades que gosta defazer, destacar como as aprendeu e quaiscapacidades físicas são necessárias para realizar taisatividades. Se houver tempo, proponha relatarempor escrito ou por meio de desenho, distribuindoos materiais necessários. Verifique as produções,fazendo intervenções no sentido de ajudá-los naelaboração e na correção de ortografia. Caso algumjovem não saiba escrever, peça a um colega paraajudá-lo. Ao final, organize um painel com todas asproduções e promova comentários coletivos.Lembre-os, depois de desmontado o painel, deguardar suas produções no portfólio.

REFERÊNCIASBIBLIOGRÁFICASCARNEIRO, Marcelo. Força que mata. Veja, São Paulo,

p.108, 15 set.1999.

CRIANÇAS perdem capacidade pulmonar. Folha de S.Paulo, São Paulo, 18 set. 2000. p.C3.

AS DOENÇAS da modernidade. Veja, São Paulo, p.104-11, 1o nov. 2000.

FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade e outrosescritos. 5.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.(Coleção O Mundo Hoje, 10).

________. Pedagogia do oprimido. 10.ed. Rio deJaneiro: Paz e Terra, 1983.

GASTYARDI, Luiz A. Educação informal para crianças eadolescentes. São Paulo, 1998. Tese (doutor.) PUC-SP.

GOWDAK, Demétrio, MARTINS, Eduardo. Natureza evida: 7a série. São Paulo: FTD, 1996.

KATCH, Frank I., MCARDLE, William D. Nutrição,exercício e saúde. 4.ed. São Paulo: Medsi, 1996.

KOLYNIAC Fo, Karol. Educação Física e Vygotsky.Discorpo – Revista do Departamento de EducaçãoFísica e Esportes da PUC, São Paulo, n.2, p.15-38,mar. 1994.

________. Educação Física: uma introdução. SãoPaulo: Educ, 1996.

MAKARENKO, Anton S. Poema pedagógico. Lisboa:Horizontes, 1975.

NIEMAN, David C. Exercício e saúde. São Paulo:Manole, 1999.

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OLIVEIRA, José Guilmar M. Educação Física escolar:construindo castelos de areia. Revista Paulista deEducação Física, São Paulo, v.5, n.1/2, p.5-11, jan/dez. 1991.

SANTARÉM, José M. Os idosos e a musculação. Jornalda musculação, São Paulo, v.5, n.25, fev/mar. 1999.

VIVEIROS, Mariana. Prefeitura faz pistas de cooper emavenida. Folha de S. Paulo, São Paulo, 17 out. 2000.p.C1.

VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente. SãoPaulo: Martins Fontes, 1984.

32EDUCAÇÃO E CIDADANIA

Todos os textos e imagens de terceiros são aquireproduzidos com a expressa autorização de seusautores ou de seus representantes legais.O Cenpec e os autores deste módulo agradecem agentil cessão de direito de uso de texto e/ou imagemde Felipe Siqueira de Barros, Folha de S. Paulo, Jornalda Musculação.

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Texto 2Força que mata

Marcelo CarneiroFisiculturista morre e expõe osperigos do consumo de anabolizantesTrês vezes campeã de fisiculturismo, a cario-

ca Lúcia Helena de Jesus Gomes, 33 anos, tevesua carreira interrompida em 1996, ao recusar-sea participar do exame antidoping para o campeo-nato mundial da modalidade.

Na segunda-feira passada, após cinco dias emcoma, a atleta morreu em um hospital no Rio deJaneiro. Causa da morte: hepatite medicamento-sa, lesão irremediável no fígado causada por ex-cesso de remédios ou drogas.

Oficina 2 Força para qualidade de vidaCom seu grupo, você vai analisar uma destas figuras ou textos.

Figura 1Para ficar mais forte?

Lúcia Helena conseguiu esculpir o corpo dehalterofilista à custa dos medicamentos, mas cau-sou danos irreversíveis ao organismo. Os anabo-lizantes são verdadeiras fábricas de proteína, baseda massa muscular. Ajudam a fixar no corpo hu-mano uma quantidade de proteínas muito maiordo que o organismo necessita. O exagero no con-sumo de anabolizantes afeta também o fígado,órgão responsável pela metabolização dos medi-camentos, que pode não suportar a overdose eentra em colapso.(Veja, São Paulo, p.108, 15 set. 1999)

NOME DATA33

FICHA 1HORA DE SE MEXER

EDUCAÇÃOE CIDADANIA

SUPLEMENTOSNUTRICIONAIS

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Texto 3Uma avó culturista

Depois de discutir com a turma as figuras e textos, responda.� Será que, para desenvolver força muscular, é preciso tomar fortificante ou freqüentar

academia?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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� Quais os perigos de tomar medicamentos como anabolizantes?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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� O que você pode fazer, no dia-a-dia, para desenvolver sua força muscular?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Figura 4Força se compra?

José Maria SantarémQuando tinha 80 anos, Dona Maria Koprowski

caía à toa, tropeçava em qualquer pedrinha e issoera uma ofensa para sua auto-imagem. Aceitou arecomendação do filho e da nora e foi à academiafazer uma série de exercícios especiais para seucaso e sua idade. Nunca mais parou, nem caiu.Tem a musculatura firme, pisa com segurança e,quando tropeça, ela mesma consegue se equili-

brar. Ela treina duas vezes por semana. Quandonão vai, diz que sente muita falta das pessoas queconversam com ela na academia. E seus colegasna academia não conseguem acreditar que aque-la figurinha de cabelos brancos esteja empurran-do 80 quilos no leg-press...(Os idosos e a musculação. Jornal da musculação, SãoPaulo, v.5. n.25, fev/mar. 1999)

FICHA 1 VERSOHORA DE SE MEXER

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EDUCAÇÃOE CIDADANIA

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Oficina 3Movimento, respiração e cansaço

Leia estes textos para saber mais sobre o mal que fazem apoluição e o cigarro.

Prefeitura faz pistas de cooper em avenidaMariana Viveiros

(…) A poluição do ar e o consumo decigarro interferem na realização de movi-mentos provocando maior cansaço. Por queisso ocorre? Quando se praticam esportesaeróbicos, como a corrida ou mesmo umacaminhada, o organismo tem seu ritmo derespiração acelerado, o que significa queuma maior quantidade de ar é inalado. (…)

Se o ar estiver poluído, em vez de me-lhorar a saúde e o condicionamento físico,o exercício terá efeito inverso. Uma das con-seqüências é a diminuição da resistência,o que torna a pessoa mais sujeita a doen-ças como gripe.

(Folha de S. Paulo, 17 out. 2000. p.C1)

Crianças perdem capacidade pulmonarAs crianças que convivem diariamente

com a poluição atmosférica na cidade deSão Paulo perdem com o tempo parte desua capacidade pulmonar. (…) [Em umapesquisa com alunos de uma escola, coor-denada pela médica Joya Correia, da USP],

todos os dias letivos as crianças sopravamem um aparelho que mede a capacidadepulmonar. Nos dias mais poluídos, ficavaevidente a tendência de redução da capaci-dade pulmonar.(Folha de S. Paulo, 18 set. 2000. p.C3)

Intoxicação pelo monóxido de carbono

Os estragos causados pelo fumotar, os efeitos imediatos do fumo têm umaimportância significativa para adeptos daatividade física. A dificuldade de respirarpassa a ser três vezes maior após 15 tra-gadas de cigarro, e esse efeito perdura porcerca de 35 minutos.(Katch & Mcardle, Nutrição, exercício e saúde, 1996, p.281)

Há bastante evidências de que fumardurante algum tempo causa várias doen-ças pulmonares e cardiovasculares graves,incluindo enfisema, bronquites crônicas, hi-pertensão, cardiopatias coronarianas e vá-rios tipos de câncer. Embora essas doen-ças em geral levem anos para se manifes-

O monóxido de carbono é um gás tóxi-co que sobra quando algo não foi comple-tamente queimado. No motor do carro, agasolina não é queimada completamentee o monóxido de carbono está entre osgases eliminados pelo escapamento. Na

fumaça do cigarro também existe este gás.(…) O monóxido de carbono compete como oxigênio na respiração (...), dificultando otransporte de oxigênio para os músculos.(Gowdak & Martins, 1996, p.76)

NOME DATA35

FICHA 2HORA DE SE MEXER

EDUCAÇÃOE CIDADANIA

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FICHA 2 VERSOHORA DE SE MEXER

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EDUCAÇÃOE CIDADANIA

� Usando os valores que você anotou, nas quatro vezes que contou seus batimentoscardíacos, faça um gráfico de linha na grade abaixo.Primeiro, nas linhas verticais, marque os pontos no cruzamento das horizontais cujovalor mais se aproxima dos que você anotou. Os pontos nem precisam ficar nocruzamento, você pode marcá-los por aproximação. Por exemplo, se você anotou 84no 1o momento, marque o ponto quase no meio da distância entre a linha de 80 e a de90. Depois, é só ligar os pontos por uma linha!Gráfico: Meus batimentos cardíacos em quatro momentos, __________ (data)

Batimentos por minutoAnalise com a turma o gráfico eresponda.

� Marque com um X o ponto mais baixodo gráfico de linha. Como ele foiobtido?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

� Faça um círculo em torno do ponto maisalto do gráfico de linha: a que elecorresponde?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

� Compare os dois pontos mais baixos dalinha: a quais momentos elescorrespondem?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Eles correspondem à mesma contagemde batimentos cardíacos? Como vocêexplica isso?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

� Olhando o gráfico, você pode dizer em qual dos dois jogos sua atividade física foimais intensa? Por quê?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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� Registre aqui a conclusão a que a turma chegou, sobre a relação entre batimentocardíaco e atividade física.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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FICHA 3HORA DE SE MEXER

EDUCAÇÃOE CIDADANIA

Oficina 4 Movimento ajuda a controlar o pesoFaça uma colagem representando atividades físicas que consomem pouca energia.Dê um título sugestivo a sua obra._____________________________________________________________________________

� Agora faça uma lista de atividades alternativas que requerem maior consumo deenergia, para combater a obesidade.__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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FICHA 4HORA DE SE MEXER

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EDUCAÇÃOE CIDADANIA

NOME DATA

Oficina 9 Expressão pelo movimentoExecutar movimentos também pode ser uma forma de expressão. Leia este textosobre o que a capoeira pode expressar.

CapoeiraPraticada por negros trazi-dos da África como escravos,a capoeira tornou-se tradicio-nal sobretudo em Salvador(BA), no Rio de Janeiro (RJ) eno Recife (PE) – regiões ondemais escravos trabalhavam nacultura da cana-de-açúcar. Noinício, os senhores de enge-nho achavam que a capoeiraera apenas uma manifestaçãocultural deles; mas, à medi-da que os negros cada vezmais lutavam pela liberdade,passaram a rotular a capoeiracomo arte marcial, pois os ne-gros a usavam para se defen-der ou nas fugas. O nome sur-giu porque era praticada naBahia em lugares de vegeta-ção rasteira, conhecidos como capoeiras. Apesar da origem dos negros, a capoeira surgiu noBrasil e não na África, portanto é uma manifestação cultural tipicamente brasileira. Combinandomovimentos de mão e principalmente de pernas, sua prática exige grande perícia.Durante muito tempo depois do fim da escravidão, a capoeira foi considerada “coisa de margi-nal”. Só em 1972 foi reconhecida como esporte pelo Conselho Nacional de Desportos. Hoje é difun-dida em escolas e academias, praticada por pessoas de qualquer idade e de ambos os sexos. NoBrasil há cerca de 5 milhões de praticantes, principalmente nos estados da Bahia, São Paulo e Riode Janeiro (só em São Paulo são cerca de 2 mil escolas). Segundo a tradição, é jogada ao som deberimbau, ganzá, pandeiro e caxixi e, qual uma dança, obedece a figuras (golpes) determinadas. Asprincipais são rasteira, rabo-de-arraia, meia lua, chapa de ré, tesoura, aú e macaco. Rabo–de-arraia,a mais popular de todas, consiste em cair sobre as mãos e rodar o corpo ao encontro do adversário.A tradição carioca e a baiana guardam nomes lendários de capoeiras (hoje chamados de capoeiris-tas) invencíveis.

(adaptado de Grande Enciclopédia Larousse Cultura, 1995, p.1146)

� Desenhe ou cole aqui uma imagem depessoa fazendo um movimentosemelhante a alguma figura dacapoeira. Escreva uma frase indicandoem que situações possíveis você fariaesse movimento._________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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CARTAZETE 1 – OFICINA 11HORA DE SE MEXER

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ESTAÇÃO 1 ESTAÇÃO 2

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ESTAÇÃO 6 ESTAÇÃO 7

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ESTAÇÃO 1 ESTAÇÃO 2

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ISBN 85-85786-32-9

Autoria

SECRETARIA DEESTADO DA EDUCAÇÃO

Realização