EDUCAÇÃO ALIMENTAR: FORMAS DE SUBSTITUIÇÃO DE … · surgiu pelas observações dos hábitos...

18

Transcript of EDUCAÇÃO ALIMENTAR: FORMAS DE SUBSTITUIÇÃO DE … · surgiu pelas observações dos hábitos...

Page 1: EDUCAÇÃO ALIMENTAR: FORMAS DE SUBSTITUIÇÃO DE … · surgiu pelas observações dos hábitos alimentares dos estudantes durante o intervalo, a quantidade de vezes que pediam para
Page 2: EDUCAÇÃO ALIMENTAR: FORMAS DE SUBSTITUIÇÃO DE … · surgiu pelas observações dos hábitos alimentares dos estudantes durante o intervalo, a quantidade de vezes que pediam para

1

EDUCAÇÃO ALIMENTAR: FORMAS DE SUBSTITUIÇÃO DE EXCESSO DE SAL

NA ALIMENTAÇÃO

Autora: Prof.ª Neuza Terezinha Morosini1

Orientadora: Prof.ª. Dr.ª Liane Maria Vargas Barboza2

RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo investigar os hábitos alimentares dos estudantes e desenvolver um projeto para substituição do sal por ervas aromáticas. A metodologia empregada foi pesquisa-ação. O projeto foi desenvolvido em uma turma do 2º ano do Ensino Médio do período noturno do Colégio Estadual Santa Cândida em Curitiba. A pesquisa revelou que a maioria dos estudantes tem hábitos alimentares inadequados e consomem muitos alimentos industrializados com elevado teor de sódio. Os alunos compreenderam a importância de reduzir o sal na alimentação e divulgar este conhecimento para familiares e comunidade. A partir do desenvolvimento deste projeto pode-se propor que a merenda escolar tenha no seu preparo a substituição do sal de cozinha por uma mistura feita de ervas aromáticas com o intuito prevenir as doenças que o excesso do mesmo pode causar. O projeto foi classificado em 1º lugar na Feira de Conhecimentos realizada em 2012.

Palavras-chave: Ervas aromáicas; Hábitos alimentares; Sal.

1 Professora de PDE

2 Professora do Setor de Educação da UFPR.

Page 3: EDUCAÇÃO ALIMENTAR: FORMAS DE SUBSTITUIÇÃO DE … · surgiu pelas observações dos hábitos alimentares dos estudantes durante o intervalo, a quantidade de vezes que pediam para

2

1 INTRODUÇÃO

O consumo de sal tem crescido vertiginosamente no Brasil, a tal ponto que

se tornou um problema de saúde pública, pois muitas doenças estão associadas ao

mesmo. Essa problemática de dimensões nacionais e, até mesmo, mundiais se

reflete no interior da escola. Nossa prática pedagógica tem nos permitido

acompanhar, por meio de observação empírica, que, na escola não é diferente, os

discentes privilegiam uma alimentação a base de produtos reconhecidos pela

quantidade elevada de sal (cloreto de sódio) presente em sua composição. Desta

maneira, pretende-se elaborar uma pesquisa que identifique os hábitos de consumo

dos alimentos condimentados consumidos pelos discentes e que sirva como ponto

de partida para a reflexão e elaboração de práticas pedagógicas, no campo das

Ciências, Biologia, Química, visando à diminuição do consumo de alimentos ricos

em cloreto de sódio.

O elevado consumo de cloreto de sódio é um fato. Diante disso, impõem-se

a necessidade de alteração deste quadro, uma vez que o consumo de cloreto de

sódio está associado ao desenvolvimento de uma série de doenças. Os produtos

industrializados ocupam uma parcela cada vez maior do mercado de alimentos.

Estes alimentos são apresentados prontos ou semi prontos, os quais visam à

praticidade no dia-a-dia.

Muitos dos alimentos apresentados aos consumidores têm na sua

composição o sal de cozinha (cloreto de sódio) e conservantes a base de sódio, os

quais intensificam o sabor salgado, levando o cidadão a consumir quantidades

maiores destes alimentos, podendo desenvolver doenças relacionadas ao consumo

excessivo de sal.

O projeto que trata de como substituir o excesso de sal por ervas aromáticas

surgiu pelas observações dos hábitos alimentares dos estudantes durante o

intervalo, a quantidade de vezes que pediam para ir ao banheiro, isto diante de

atestados médicos referentes a problemas renais e urinários. Outro ponto que

despertou a atenção foi à quantidade de crianças e adolescentes com sobrepeso.

Neste contexto, o objetivo geral do projeto foi desenvolver alternativas para

substituição do excesso de sal no regime alimentar de escolares do Ensino Médio,

Page 4: EDUCAÇÃO ALIMENTAR: FORMAS DE SUBSTITUIÇÃO DE … · surgiu pelas observações dos hábitos alimentares dos estudantes durante o intervalo, a quantidade de vezes que pediam para

3

visando contribuir para o desenvolvimento da reflexão dos discentes acerca dos

alimentos que consomem.

2 METODOLOGIA

A pesquisa classifica-se como pesquisa-ação, pois observou-se que a

maioria dos alunos do Ensino Médio consumiam alimentos industrializados que

continham grande quantidade de Sódio (Na). O consumo excessivo de sódio pode

causar várias doenças, principalmente as relacionadas ao sistema cardiovascular,

hipertensão e doenças renais. Para promover mudanças de hábitos alimentares

foram propostas ações de intervenção, visando sensibilizar os alunos sobre hábitos

mais saudáveis de alimentação.

A população estudada foram estudantes do Ensino Médio da Escola

Estadual Santa Cândida do município de Curitiba - PR. A amostra investigada foram

30 estudantes do 2º do Ensino Médio noturno na faixa etária de 15 a 20 anos.

O período de realização da pesquisa foi de agosto a novembro de 2011.

O projeto foi desenvolvido em 6 etapas: 1ª explicação sobre os alimentos

consumidos que possuem excesso de sal na sua composição e realização de

pesquisa sobre os hábitos alimentares dos estudantes; 2ª apresentação do projeto

de pesquisa para os estudantes e pesquisa sobre as formas de substituir o sal de

cozinha; 3ª pesquisa, seleção e plantação das ervas aromáticas; 4ª realização de

palestras; 5ª preparo de dois pratos de arroz integral um temperado com ervas

aromáticas e o outro temperado com sal; 6ª apresentação do trabalho “ Educação

Alimentar: formas de substituição do excesso de sal na alimentação” na Feira de

Conhecimentos realizada no Colégio em outubro de 2011.

As ervas aromáticas utilizadas foram: alfavaca, cebolinha, erva-doce,

basericó italiano, louro, manjericão, manjerona, orégano, salsa, sálvia e tomilho.

Para socializar os conhecimentos produzidos foi organizada uma Feira de

Conhecimentos no colégio, onde os estudantes interagiram com a comunidade

escolar e com a comunidade externa.

Page 5: EDUCAÇÃO ALIMENTAR: FORMAS DE SUBSTITUIÇÃO DE … · surgiu pelas observações dos hábitos alimentares dos estudantes durante o intervalo, a quantidade de vezes que pediam para

4

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O projeto foi desenvolvido em 6 etapas a seguir:

Na 1ª etapa foi abordada a temática dos alimentos que possuem excesso de

sal na sua composição.

No início do projeto foram questionados os hábitos alimentares quanto ao

uso do sal e outros tipos de alimentos, principalmente os industrializados e

condimentados. A pesquisa buscou conhecer também como era a alimentação na

escola, em casa e em ambientes públicos.

A pesquisa revelou que muitos estudantes consomem salgadinhos,

refrigerantes, hambúrguer, cachorro quente e alimentos embutidos no seu dia-a-dia

e não tem hábitos saudáveis de alimentação.

No Quadro 1 pode ser observado o teor de sal (cloreto de sódio) nos

alimentos mais consumidos pela população em geral.

Page 6: EDUCAÇÃO ALIMENTAR: FORMAS DE SUBSTITUIÇÃO DE … · surgiu pelas observações dos hábitos alimentares dos estudantes durante o intervalo, a quantidade de vezes que pediam para

5

QUADRO 1 – TEOR DE SÓDIO NOS ALIMENTOS

ALIMENTO QUANTIDADE SÓDIO (mg)

MASSAS

Macarrão instantâneo de galinha 1 pacote 1951

Macarrão instantâneo de carne em copo

1 unidade 1859

Macarrão instantâneo de galinha em copo

1 unidade 1642

Macarrão instantâneo de carne 1 unidade 1389

Lasanha congelada à bolonhesa meia unidade 1734

Mistura para sopa instantânea de cebola

1 col. de sopa 899

Mistura para sopa instantânea de galinha e macarrão

2 col. de sopa 855

Espaguete 1 prato 20

BOLACHAS/BISCOITOS

Bolacha de grãos integrais 7 unidades 255

Bolacha salgada de queijo 3 unidades 226

Bolacha água e sal 7 unidades 223

Bolacha de leite 6 unidades 110

Bolacha de maisena 7 unidades 89

Bolacha recheada de chocolate 3 unidades 85

Bolacha doce sem recheio 5 unidades 85

Bolacha wafer de chocolate 4 unidades 53

Bolacha wafer de morango 4 unidades 36

Biscoito de polvilho 5 e meia unidades 203

Rosquinha de coco 6 unidades 110

LANCHES

Hambúrguer de carne 1 e meia unidade 583

Hambúrguer de frango 1 unidade 421

Nuggets de frango 5 unidades 742

BATATAS E SALGADINHOS

Batata chips ondulada 3 xícaras 308

Batata chips ao forno 1 e meia xícara 68

Batata palha 1 xícara 262

Salgadinho de milho 2 e meia xícaras 96

MOLHOS e CREMES PRONTOS

Catchup 1 col. de sopa 89

Maionese 1 col. de sopa 126

REFRIGERANTES

Refrigerante tipo cola zero 1 copo 28

Refrigerante tipo cola 1 copo 10

Refrigerante de limão 1 copo 15

FONTE: SPONCHIATO; MANARINI, 2012,

De acordo com o Quadro 1 pode-se verificar que os alimentos mais

consumidos pelos estudantes possuem em sua composição elevado teor de cloreto

de sódio, o qual pode trazer riscos para a saúde.

Os dados levantados sobre os hábitos alimentares dos estudantes no

colégio estão de acordo com a pesquisa realizada pelo Instituto do Coração

(INCOR) do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São

Paulo, o qual investigou o estilo de vida e a saúde cardiovascular em adolescentes

de escolas do município de São Paulo (LANCAROTTE et al., 2010).

Neste estudo foram pesquisados 2.125 adolescentes, com idade média de

12,9 anos. Do total estudado: de 14,4% a 32,1% não praticaram esporte ou

Page 7: EDUCAÇÃO ALIMENTAR: FORMAS DE SUBSTITUIÇÃO DE … · surgiu pelas observações dos hábitos alimentares dos estudantes durante o intervalo, a quantidade de vezes que pediam para

6

competição; de 56,0% a 73,6% ficaram mais de duas horas à frente de TV,

videogame ou computador; aproximadamente 80% consumiram frutas e legumes de

forma considerada inadequada; de 34,9% a 45,3% relataram consumo aumentado

de sal; e de 60,9% a 74,4% consumo de refrigerantes. A prevalência de sobrepeso

variou de 18,7% a 41,6% (LANCAROTTE et al., 2010).

Em pesquisa realizada com 564 alunos do Ensino Fundamental para

investigar a prevalência de hipertensão arterial sistêmica e inter-relações com o

sobrepeso, obesidade, consumo alimentar e atividade física, verificou-se que quanto

ao consumo alimentar os alimentos mais consumidos foram: carne, leite,

margarina/molhos prontos e sal adicional para temperar a salada, sendo ingeridos

diariamente por cerca de 30% dos entrevistados. Pizzas, pastéis e chocolates eram

consumidos de uma a duas vezes por semana por aproximadamente 30%. Dentre

os alimentos analisados, refrigerante foi o alimento mais ingerido pelos

adolescentes. Como pode ser observado com relação aos hábitos alimentares, uma

parcela expressiva dos adolescentes desta amostra apresentou um padrão alimentar

inadequado respectivamente (HOFFMANN; SILVA.; SIVIERO, 2010, p. 170).

No Brasil, um inquérito epidemiológico com 1.450 estudantes revelou um

consumo “muito inadequado” de frutas, vegetais e fibras e um consumo de

salgadinhos e refrigerantes quase todos os dias em 64,8%, 25,9% e 32,9% da

amostra, respectivamente (RIBEIRO et al., 2006).

Segundo estudo realizado por Felice et al (2007, p. 13) os alimentos mais

consumidos pelos adolescentes pesquisados são 40,7% guloseimas, 23,6% pacote

de salgadinho, 21,4% bolacha, 16,2% sanduíches, 15,4% salgado assado, 14,9%

refrigerante, 9,3% doce, 5,7% sorvete, 4,6 %suco, 2,3% salgado frito, 2,3% lácteos,

1% frutas e 1% cereais.

O alto consumo de sal, atualmente, é utilizado como preditor de doenças

cardiovasculares. Em países ocidentais, o consumo de sal é elevado, não só na

preparação como na conservação de alimentos, além da grande utilização de outras

substâncias, como o glutamato monossódico. Esse condimento parece ter grande

aceitação entre os mais jovens e tornou-se indispensável na alimentação à base de

massas (MOLINAL et al., 2003).

Na 2ª etapa foi apresentado o projeto de pesquisa, visando sensibilizar os

estudantes sobre os riscos do excesso de sal nos alimentos in natura e

industrializados.

Page 8: EDUCAÇÃO ALIMENTAR: FORMAS DE SUBSTITUIÇÃO DE … · surgiu pelas observações dos hábitos alimentares dos estudantes durante o intervalo, a quantidade de vezes que pediam para

7

Após a apresentação do projeto aos alunos, a turma foi organizada em três

grupos, com dez alunos em cada grupo. Para cada grupo foi proposto um sub-tema

para pesquisa, apresentação e debate. O primeiro grupo ficou com o sub-tema “A

história do sal”; o segundo grupo com o sub-tema “Os malefícios do sal para o

organismo” e o terceiro grupo com o sub-tema “A importância do sal para o

organismo”.

Com esta atividade os alunos se sentiram motivados para aprender Ciências,

pois esta temática estava relacionada com o cotidiano dos mesmos. Novos

conhecimentos foram agregados a partir desta temática.

Já na 3ª etapa foi apresentada aos grupos anteriores uma proposta de

pesquisa para a substituição do excesso de sal nos alimentos por ervas aromáticas.

Novamente os grupos realizaram as pesquisas, desta vez buscando os seguintes

temas sobre as ervas: a história e a origem de cada uma das ervas; suas

propriedades; importância do uso das ervas e os principais tipos de ervas

aromáticas encontradas na região norte de Curitiba.

A partir desta pesquisa foram selecionadas algumas ervas aromáticas. Os

critérios de seleção das ervas foram aquelas com melhor adaptação e

desenvolvimento ao clima e solo da região. As ervas aromáticas selecionadas foram:

alfavaca, alecrim, cebolinha, coentro, basericó italiano, louro, manjerona,

manjericão, orégano, salsa e tomilho. As mesmas foram adquiridas em formas de

mudas. As ervas foram plantadas em floreiras e colocadas na horta da escola para

crescerem e se desenvolverem. O período desta etapa foi de aproximadamente 50

dias. Cada grupo de estudantes ficou responsável por plantar uma determinada

quantidade de ervas aromáticas.

Na 4ª etapa foi realizada um ciclo de palestras com um nutricionista sobre

alimentação saudável. O palestrante conversou com a classe sobre hábitos

alimentares saudáveis e os fez refletir sobre seus costumes alimentares,

principalmente os mais consumidos atualmente, ou seja os alimentos

industrializados e condimentados, devido a sua praticidade.

Na 5ª etapa foi desenvolvida uma atividade para articular a teoria com a

prática. Nesta etapa foram preparados dois pratos com arroz integral. O alimento

base foi o arroz integral, que faz parte do cardápio da merenda escolar e também

que não é muito apreciado pelos alunos.

Page 9: EDUCAÇÃO ALIMENTAR: FORMAS DE SUBSTITUIÇÃO DE … · surgiu pelas observações dos hábitos alimentares dos estudantes durante o intervalo, a quantidade de vezes que pediam para

8

O primeiro prato preparado foi com arroz integral, o qual foi escolhido,

lavado, e temperado somente com ervas aromáticas, sendo o sal totalmente

excluído deste prato.

O segundo prato preparado foi com arroz integral, o qual foi escolhido,

lavado, e temperado somente com sal.

Os pratos foram servidos um após o outro, sendo que o prato do arroz

integral cozido temperado com sal foi servido em primeiro lugar e na sequência foi

servido o arroz integral cozido temperado com ervas aromáticas. Os pratos foram

apresentados aos estudantes na temperatura de 68º C.

O tempo de degustação entre um prato e outro foi de cinco minutos. Para

não interferir o sabor de um prato e outro os estudantes foram orientados beber um

pouco de água a temperatura ambiente.

Para que os alunos conseguissem degustar corretamente cada prato foi

solicitado que os mesmos não consumissem balas, chicletes e outros alimentos

antes da degustação dos pratos elaborados.

A maioria dos estudantes apreciou o prato de arroz integral preparado com

as ervas aromáticas e outros preferiram o arroz integral temperado só com sal.

No final foi realizado um teste de aceitabilidade das refeições com os 30

alunos presentes e que provaram os dois tipos de alimentos, um preparado com

arroz integral e sal e o outro com arroz integral e as ervas aromáticas. O resultado

foi de 25 alunos com preferência pela refeição preparada com ervas e de 05 alunos

para aquela preparada só com sal, ou seja, 83,33% dos alunos preferiram a refeição

a qual foram usadas alguns tipos de ervas aromáticas, enquanto que 16,66%

preferiram a refeição com sal. Após o teste foi desenvolvido um diálogo para uma

nova reflexão sobre o consumo excessivo e diário de sal e as doenças provocadas

pelo mesmo como os problemas cardiovasculares, os distúrbios renais e as

complicações circulatórias.

Segundo estudo realizado por French; Lin e Guthrie (2003) nos Estados

Unidos a prevalência do consumo de refrigerantes entre crianças e adolescentes de

6 a 17 anos passou de 37% para 56% em um período de 20 anos. Segundo

Lancarotte et al. (2010) isso ocorre devido as situações decorrentes das dinâmicas

familiares e do círculo de amigos, do aporte crescente de alimentos industrializados,

dos preços mais acessíveis e dos apelos mercadológicos (através de múltiplas

estratégias) sejam determinantes importantes desse comportamento alimentar.

Page 10: EDUCAÇÃO ALIMENTAR: FORMAS DE SUBSTITUIÇÃO DE … · surgiu pelas observações dos hábitos alimentares dos estudantes durante o intervalo, a quantidade de vezes que pediam para

9

Essas realidades vivenciadas pela pesquisa não são diferentes em nossas

escolas com nossos alunos, pois, a maioria dos mesmos é oriunda da classe

trabalhadora, os quais passam a maior parte do dia sozinhos sem acompanhamento

dos pais no preparo e orientação das refeições o que dificulta que os mesmos

tenham uma dieta balanceada. E acabam por consumir os alimentos industrializados

e condimentados com alto teor de sal na sua composição que por sua vez são

práticos e porque também não foram ensinados a preparar uma alimentação

saudável.

De acordo com HALLAL; BERTOLDI; VICTORIA (2006) outro problema

observado entre os adolescentes é o estilo de vida, o sedentarismo, eles passam

longos períodos em frente à TV e computadores sem exercer atividades físicas e

além disso, consomem alimentos calóricos e com sal (VILELLA, 2007 apud

LANCAROTTE et al., 2010). A pesquisa revelou que o excesso de sal nos alimentos

é um dos fatores de sobrepeso e obesidade, como vem sendo divulgado pela mídia,

como um dos problemas de saúde pública.

O aumento das doenças cardiovasculares (DCV) vem sendo associado a

modificações dos padrões alimentares, à redução da pratica de exercícios físicos e a

crescente obesidade na infância, que tende a persistir na fase adulta acompanhada

de hipertensão dando origem ao surgimento de doenças cardiovasculares,

elevando-se ao grupo de mortalidade nas diversas regiões brasileiras (SILVEIRA, et.

al., 2001; CABRAL et. al., 2003; GAMA et. al., 2007).

As doenças cardiovasculares (DCV) contribuem para um aumento da taxa

de mortalidade em todas as regiões brasileiras, representando quase um terço dos

óbitos totais e 65% do total de mortes na faixa etária de 30 a 69 anos. Além disso,

constituem-se numa das principais causas de permanência hospitalar prolongada,

sendo responsável pela principal alocação de recursos públicos em hospitalizações

no Brasil, nos tempos atuais (CASTRO et. al, 2004; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004;

GODOY et. al., 2007).

O aumento do triglicerídeo, colesterol sérico, elevação da pressão arterial,

diabetes melittus, hereditariedade, ansiedade e estresse são fatores de risco de

maior probabilidade para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (RÊGO;

CHIARA, 2006).

Page 11: EDUCAÇÃO ALIMENTAR: FORMAS DE SUBSTITUIÇÃO DE … · surgiu pelas observações dos hábitos alimentares dos estudantes durante o intervalo, a quantidade de vezes que pediam para

10

Outras informações que vem de encontro com nosso trabalho sobre a

substituição do excesso de sal na alimentação por ervas aromáticas, esta no artigo

científico intitulado “Elaboração e avaliação de uma alternativa dietética para o

tratamento do hipertenso”.

De acordo este estudo sobre a elaboração e avaliação de uma alternativa

dietética para o tratamento da hipertensão cerca de 20% da população adulta do

mundo apresenta a hipertensão arterial sistêmica (HAS) elevada. Entre os principais

fatores que podem influenciar a HAS pode se citar o uso excessivo do sal na

alimentação o que a longo prazo traz como conseqüência o comprometimento

cardíaco, cerebral ou renal, acometendo o indivíduo em idade reprodutiva. Na

pesquisa dos autores foram investigados 20 indivíduos, sendo 12 mulheres e 8

homens freqüentadores de um grupo de hipertensos da Unidade Básica Roberto

Binato. A proposta alternativa de substituir na dieta dos hipertensos o sal por um

tempero elaborado com a utilização de ervas e especiarias desidratadas onde foram

feitas análises sensoriais com escalas de notas de 01 a 09 para atributos como cor,

sabor e aparência entre os mesmos tipos de alimentos (bifes de carne) teve como

resposta em padrões aceitáveis de qualidade foi o do tempero elaborado com ervas

e especiarias, podendo ser utilizados como alternativa dietética, não apenas, no

tratamento do hipertenso e sim para a população em geral, promovendo maior

qualidade de vida com a aquisição de hábitos alimentares saudáveis (BALEST;

ROSA, 2010).

Este estudo pode contribuir para reforçar a proposta de preparar alimentos

com ervas aromáticas para substituir o sal de cozinha. Comparando a pesquisa

realizada com o projeto desenvolvido no colégio para a substituição do excesso de

sal por ervas aromáticas, constatou-se que o alimento preparado teve grande

aceitabilidade pelos alunos. A partir destes dados pode-se propor que a merenda

escolar tenha no seu preparo a substituição do sal de cozinha por uma mistura feita

de ervas aromáticas com o intuito prevenir as doenças que o excesso do mesmo

pode causar.

Segundo a Política Nacional de Alimentação (BRASIL, 2012a) e nutrição O sódio é um nutriente essencial para nosso organismo: contribui para a

regulação osmótica dos fluidos e atua na condução de estímulos nervosos e na contração muscular. Entretanto, seu consumo excessivo está associado ao desenvolvimento da hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e renais e outras doenças, que estão entre as primeiras causas de internações e óbitos no Brasil e no mundo.

Page 12: EDUCAÇÃO ALIMENTAR: FORMAS DE SUBSTITUIÇÃO DE … · surgiu pelas observações dos hábitos alimentares dos estudantes durante o intervalo, a quantidade de vezes que pediam para

11

O sal iodado também é importante para combater diversas doenças. A

deficiência de iodo pode causar cretinismo em crianças (retardo mental grave e

irreversível), surdo-mudez, anomalias congênitas, bem como a manifestação clínica

mais visível – bócio (BRASIL, 2012b).

Alimentação é de fundamental importância em diferentes fases da vida

desde criança até adultos. No Brasil existem várias iniciativas que alertam para o

desenvolvimento de hábitos alimentares mais saudáveis e também para a redução

do sal de cozinha nos alimentos.

Em pesquisa realizada para avaliar a aceitabilidade de feijão cozido e

temperado com sal de cozinha e feijão temperado com ervas aromáticas e

especiarias constatou-se que a maioria das pessoas tem o hábito de consumir

alimentos temperados com sal (BORJES; TECHIO; OLIVEIRA, 2011).

Neste estudo foram preparados três pratos de feijão, sendo o primeiro

temperado com 100% de sal, o segundo temperado com 50% de sal e 50% de ervas

aromáticas e especiarias e o terceiro com 25% de sal e 75% de ervas aromáticas e

especiarias. Para testar a aceitabilidade as preparações de feijão foram

apresentadas a 185 provadores treinados em 5 restaurantes de Chapecó em Santa

Catarina. O teste de aceitabilidade revelou que as médias dos provadores ficaram

próximas a 06 em somente um restaurante, confirmando o hábito de consumir

alimentos temperados com sal (BORJES; TECHIO; OLIVEIRA, 2011).

Segundo os pesquisadores há necessidade de desenvolver ações de saúde

pública, que devem ser priorizadas no intuito de promover a alimentação saudável

em estabelecimentos comerciais, para a manutenção da saúde e prevenção de

doenças. Esta proposta vem de encontro com as iniciativas desenvolvidas no projeto

aplicado no Colégio sobre a substituição do sal de cozinha na alimentação

(BORJES; TECHIO; OLIVEIRA, 2011).

Na 6ª etapa foi realizada a apresentação do trabalho “Educação Alimentar:

formas a substituição do excesso de sal na alimentação” na Feira de Conhecimentos

realizada no Colégio em outubro de 2011.

A mostra teve como objetivo valorizar a pesquisa, os trabalhos

desenvolvidos pelos alunos e também socializar o conhecimento produzido para

toda comunidade escolar e comunidade externa.

Page 13: EDUCAÇÃO ALIMENTAR: FORMAS DE SUBSTITUIÇÃO DE … · surgiu pelas observações dos hábitos alimentares dos estudantes durante o intervalo, a quantidade de vezes que pediam para

12

Nesta exposição os alunos abordaram os malefícios que o sódio presente no

sal de cozinha pode causar a saúde e também apresentaram formas de substituir o

sal pelas ervas aromáticas, pois as mesmas além de saborosas também apresentam

propriedades nutricionais, são fontes de vitaminas, sais minerais, entre outros.

Segundo Moraes (1986, p. 20) a feira de ciências é um empreendimento

técnico-científico-cultural que se destina a estabelecer o inter-relacionamento entre a

escola e a comunidade. Oportuniza aos demonstrarem, por meio de projetos

planejados, e executados por eles, a sua criatividade, o seu raciocínio lógico, a sua

capacidade de pesquisa e seus conhecimentos científicos.

Para a organização da Feira de Conhecimentos a turma foi dividida em

grupos e cada grupo ficou responsável por uma etapa da exposição.

A sala de aula foi dividida em duas partes, uma delas para os alunos falarem

sobre o do sal a qual foi decorada com a cor branca e outra parte da sala para os

alunos abordarem as ervas aromáticas, sendo decorada nas cores verdes. O chão

foi todo forrado com folhas secas de várias espécies de plantas.

Os alunos que explicavam sobre o sal de cozinha abordaram também os

diferentes tipos de sais (refinado, grosso, marinho, temperado) e os alunos que

explicavam sobre as ervas aromáticas apresentavam as ervas plantadas nas

floreiras, conforme pode ser observado na Figura 1.

FIGURA 1 – APRESENTAÇÃO DO PROJETO NA FEIRA

DE CONHECIMENTOS

Page 14: EDUCAÇÃO ALIMENTAR: FORMAS DE SUBSTITUIÇÃO DE … · surgiu pelas observações dos hábitos alimentares dos estudantes durante o intervalo, a quantidade de vezes que pediam para

13

Houve grande visitação da comunidade escolar onde ali tiveram a

oportunidade de visitar e aprender sobre o assunto o que gerou grande impacto e

curiosidade, pois, muitos faziam comentários tais como:

“Nossa, eu não sabia que o excesso de sal é responsável por determinadas

doenças, vou diminuir a quantidade.

A apresentação das ervas aromáticas causou um impacto positivo entre os

visitantes, pois muitos não tinham conhecimento dos diferentes tipos de ervas e

principalmente que poderiam substituir o sal de cozinha nos alimentos.

Na apresentação das ervas aromáticas os alunos organizaram cada tipo de

erva com uma plaqueta com informações sobre a origem, as propriedades e

indicações de uso.

A maioria dos pais comentou que desconheciam as informações

apresentadas e com os novos conhecimentos adquiridos os mesmos demonstraram

interesse em fazer uso das ervas aromáticas na alimentação.

A Feira contou com uma banca examinadora para avaliar os trabalhos, uma

equipe julgava o Ensino Fundamental e outra o Ensino Médio. O projeto sobre

formas de substituição de excesso de sal por ervas aromáticas foi avaliado em

primeiro lugar.

O Estado aposta no programa para reverter à tendência de crescimento nos

índices de sobrepeso e obesidade entre estudantes, a as doenças crônicas

relacionadas ao excesso de peso. A idéia surgiu após pesquisa realizada pela

Secretária da Educação e pela Universidade Federal do Paraná

(UFPR)/Departamento de Nutrição, ao constatar que 13,58% têm sobrepeso ou

obesidade e 7,13% dos adolescentes estão abaixo do peso ideal para a idade.

Medidas biométricas serão incluídas no Sistema Estadual de Registro Escolar,

ficando à disposição de pesquisadores e instituições acadêmicas (PARANÁ, 2012)

Esses dados não se distanciam dos resultados obtidos na pesquisa

realizada no Colégio Estadual Santa Cândida, onde os hábitos alimentares

familiares identificados proporcionam aumento de peso. O colégio está localizado

numa região onde a predominância dos alunos é descendente de famílias de origem

polonesa e alemãs, as quais incluem em seus cardápios alimentos embutidos com

Page 15: EDUCAÇÃO ALIMENTAR: FORMAS DE SUBSTITUIÇÃO DE … · surgiu pelas observações dos hábitos alimentares dos estudantes durante o intervalo, a quantidade de vezes que pediam para

14

alto teor de sal e teor de gordura, o que pode provocar a retenção de líquidos e a

obesidade.

O alto consumo de sal e evidenciado desde a década de 80, quando a

ingestão variava de 3120 a 3520 mg de sódio por dia entre adolescentes de ambos

os sexos em países desenvolvidos (HE; MACGREGOR, 2006).

Baixar o consumo de sódio é uma das medidas mais custo-efetivas em

termos de saúde pública, uma vez que repercute no combate às doenças crônicas,

primeira causa de morte e de gastos em tratamento no país.

A Associação Brasileira das Indústrias e o Ministério da Saúde firmaram um

acordo para reduzir, até 2014, o teor de sódio de uma porção de alimentos. Os

alimentos em destaque para a redução do teor de sódio são o pão francês, os

salgadinhos, o preparo para bolos, os biscoitos, a maionese e as massas

instantâneas. A diminuição da substância será gradual (BRASIL, 2012c).

Para monitorar a nutrição de estudantes da rede estadual de ensino do

Paraná será realizado um estudo pela Secretaria Estadual de Educação do Estado

do Paraná (SSED-PR).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O projeto alcançou os objetivos propostos. Os alunos compreenderam a

importância de reduzir o sal na alimentação e também divulgar este conhecimento

para se.

A partir do desenvolvimento deste projeto pode-se propor que a merenda

escolar tenha no seu preparo a substituição do sal de cozinha por uma mistura feita

de ervas aromáticas com o intuito prevenir as doenças que o excesso do mesmo

pode causar.

A exposição das atividades desenvolvidas no projeto na Feira de

Conhecimentos contribuiu para socialização da comunidade escolar e comunidade

externa. O projeto alcançou o primeiro lugar na Feira de Conhecimentos.

Page 16: EDUCAÇÃO ALIMENTAR: FORMAS DE SUBSTITUIÇÃO DE … · surgiu pelas observações dos hábitos alimentares dos estudantes durante o intervalo, a quantidade de vezes que pediam para

15

O ensino de Ciências por meio de projetos possibilita a problematização, a

interdisciplinariedade, a contextualização e a interação entre os alunos, professores

e a comunidade.

REFERÊNCIAS

BALEST, R. L; ROSA, C. S. da. Elaboração e avaliação de uma alternativa dietética para o tratamento do hipertenso. Revista Higiene Alimentar, São Paulo, v. 24, n. 180/181, p. 145-150, jan-fev. 2010.

BORJES, L. C.; TECHIO, S. F.; OLIVEIRA, M. P. de. Análise sensorial de feijões de restaurantes comerciais com substituição do sal por ervas e especiarias. Nutrire: Revista da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição, v. 36, n. 3, dec. 2011.

BRASIL. Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição. Sódio. Disponível em: < http://nutricao.saude.gov.br/sodio.php>. Acesso em: 20/07/2012a.

______. Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição. Deficiência de iodo. Disponível em: < http://nutricao.saude.gov.br/iodo_informacoes.php#disturbios>. Acesso em: 20/07/2012b.

______. Ministério da Saúde. Redução de sódio. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=36971&janela=1> . Acesso em: 17/06/2012c.

FELICE, M. M. et al. Análise do lanche escolar consumido por Adolescentes. Revista Saúde, Piracicaba, v. 9, n. 22, p. 7-14, 2007. Disponível em: < http://www.unimep.br/phpg/editora/revistaspdf/saude22art01.pdf>. Acesso em: 18/06/2012.

Page 17: EDUCAÇÃO ALIMENTAR: FORMAS DE SUBSTITUIÇÃO DE … · surgiu pelas observações dos hábitos alimentares dos estudantes durante o intervalo, a quantidade de vezes que pediam para

16

FRENCH, A. S.; LIN, B. H.; GUTHRIE, J. F. National trends in soft drink consumption among .children and adolescents age 6 to 17 years: prevalence, amounts and sources, 1977/1978 to 1994/1998. Journal of the American Dietetic Association. v. 103, n. 10, p. 1326-1331, 2003. HALLAL, P. C.; BERTOLDI AD, A.D.; VICTORIA, C. G. Prevalência de sedentarismo e fatores associados em adolescentes de 10-12 anos de idade. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 22, n. 6, p. 1277-1287, 2006.. HE, F.J.; MACGREGOR, G. A. Importance of salt in determining blood pressure in children. Meta-analysis of controlled trials. Hypertension, Dallas, v. 48, n.5, p. 861-869, 2006. HOFFMANN, M.; SILVA, A. C. P. da.; SIVIERO, J. Prevalência de hipertensão arterial sistêmica e interrelações com sobrepeso, obesidade, consumo alimentar e atividade física, em estudantes de escolas municipais de Caxias do Sul. Pediatria, São Paulo, v. 32, n. 3, 163-172, 2010. Disponível em: <http://www.pediatriasaopaulo.usp.br/upload/pdf/1348.pdf> Acesso em: 16/07/2012. LANCAROTTE et al. Estilo de vida e saúde cardiovascular em adolescentes de escolas do município de São Paulo. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v. 95, n.1, jul. 2010 Epub 25-Jun-2010.

MOLINAL, M. del. C. B et. al. Hipertensão arterial e consumo de sal em população urbana. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 37, n. 6, Dec. 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102003000600009> Acesso em: 17/07/2012. MORAES, R. Debatendo o ensino de Ciências e as Feiras de Ciências. Boletim Técnico do PROCIRS, Porto Alegre, v. 2, n. 5, 1986, p. 18-20.

Page 18: EDUCAÇÃO ALIMENTAR: FORMAS DE SUBSTITUIÇÃO DE … · surgiu pelas observações dos hábitos alimentares dos estudantes durante o intervalo, a quantidade de vezes que pediam para

17

PARANÁ. Secretaria da Educação do Estado do Paraná. Programas e Projetos - Alimentação Escolar - Resultados da Avaliação Nutricional 2010. Disponível em: < http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=193>. Acesso em: 17/07/2012.

RIBEIRO, R. Q. C.; LOTUFO, P. A.; LAMOUNIER, J. A.; OLIVEIRA, R. G.; SOARES J. F.; BOTTER, D. A. Fatores adicionais de risco cardiovascular associados ao excesso de peso em crianças e adolescentes. O estudo de Belo Horizonte. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, v. 86, n. 6, 2006, pr. 408-418.

SPONCHIATO, D.; MANARINI, T. Sal, muito além da pressão. Revista Saúde, São Paulo, n. 351, jun. 2012.

VILLELA, A. L. O movimento "Desligue a TV". In: Taddei JAAC. Jornadas Científicas do NISAN 2004/2005. São Paulo: Manole; 2007. p. 217-218.