Editorial_Revista Ecoaventura 17

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Tempos atrás, a qualidade de uma pescaria era mensurada pela quantidade, tama- nho e diversidade de espécies capturadas, abatidas e trazidas para casa. Dentro desse contexto, o Pantanal era o destino preferido por oito entre dez pessoas que pescavam habitualmente. Isso durou até meados dos anos de 1990 — época na qual começaram a se multiplicar relatos de pescarias frustradas. Motivo? Na ótica dos pescadores adeptos da “qualidade”, a culpa era da pesca profissional, praticada em toda a região havia décadas. Esse ponto de vista, entretanto, não tinha sustentação, já que dados do Sistema de Controle de Pesca de Mato Grosso do Sul, coordenado por órgãos oficiais, indicam que, de 1994 a 1999, o desembarque médio de pescado no Pantanal Sul foi de 1.415 toneladas/ano, e desse total, 1.085 toneladas/ano (76%) foram extraídas por pescadores esportivos e apenas 330 toneladas/ ano (24%) por profissionais. Portanto, o motivo maior da escassez de pescado não estava ligado à pesca profissional ou artesanal. Ainda de acordo com esses dados, o número de pescadores di- tos “esportivos” registrados no Pantanal Sul atingiu os 59 mil em 1999, porém, desde então, vem reduzindo gradativamente, como indica o último número divulgado: 28 mil em 2003. Diante disso, fica a pergunta: o que estaria desestimulando o pescador a procurar os rios pantaneiros? Para uns, a causa seria a redução da cota de captura permitida aos “pescadores esporti- vos”, posta em prática a partir de 2000 (10 quilos mais um exemplar — exceto para a cidade de Cáceres-MT, que, a partir deste ano, passa a 5 quilos por pescador). Para outros, esse de- sânimo era motivado pela escassez de bons peixes. Na prática, a redução da cota trouxe um benefício significativo para esse ecossistema, já que passou a desmotivar a presença de pescadores/predadores — aqueles que desaparecem quando a quantidade de peixes abatidos fica aquém do custo de suas viagens. Ao mesmo tempo, o sumiço dessa tribo atraiu outra, a dos pescadores conscientes, que apreciam a bri- ga com os peixes sem eliminá-los e se emocionam diante de belas paisagens, de tradições regionais e acervos culturais. Atualmente, em determinados lugares do Pantanal, a pesca verdadeiramente esportiva se encontra em franca expansão, e é até difícil encontrar vagas na programação dos melho- res barcos-hotéis. Isso também se verifica nos empreendimentos existentes em regiões de difícil acesso, em pontos onde haja legislação específica que permita apenas o pesque e solte, ou ainda, em locais onde seja encontrado algum componente que possa ser encarado como vantagem para o pescador. E é justamente para esses pescadores que gostam de pegar bons peixes e de curtir a exuberância da biodiversidade exis- tente no País que preparamos uma matéria especial nesta edi- ção. O objetivo é mostrar interessantes opções em todo o Pan- tanal a partir da abertura da temporada de pesca, em março. Boas aventuras e muitas fisgadas! editorial Diretoria Farid Curi, Roberto Véras, Rubinho de Almeida Prado e Wilson Feitosa Diretor comercial Roberto Véras [email protected] Diretor de redação Wilson Feitosa [email protected] Editora Janaína Quitério (MTb nº 45041/SP) [email protected] DEPARTAMENTO DE JORNALISMO [email protected] Estagiários da redação Bárbara Blas e Gabriela Ferigato Tradutor David John Arte Gabriel Dezorzi e Paula Bizacho Fotografia Alexandre Tokitaka, Henrique Feitosa e Inácio Teixeira Correspondentes internacionais Fábio Barbosa e Voitek Kordecki Colaboraram nesta edição Antonio Carlos Cravo, Eribert Marquez, Fábio Martorano, Hiroshi Ninomiya, Inácio Teixeira, Roberto Véras, Rubens de Almeida Prado e Wilson Feitosa Consultores Alexandre Andrade e Eribert Marquez DEPARTAMENTO COMERCIAL Publicidade Salgado Filho [email protected] Marketing Pedro Reis Distribuição e edições avulsas [email protected] Atendimento ao leitor [email protected] Assinaturas [email protected] A Revista ECOAVENTURA é uma publicação mensal da Editora ECOAVENTURA Ltda.. Distribuição com exclusividade para todo o Brasil: Fernando Chinaglia Comercial e Distribuidora S/A, Rua Teodoro da Silva, 907, tel. (21) 2195-3200. Os anúncios e artigos assinados são de inteira responsabilidade dos anunciantes e de seus autores, respectivamente. A Revista ECOAVENTURA está autorizada a fazer alterações nos textos recebidos, conforme julgar necessário. Nenhum colaborador ou funcionário tem o direito de negociar permutas em nome da editora sem prévia autorização da diretoria. Editora ECOAVENTURA PABX: (11) 3334-4361 - Rua Anhaia, 1180 Bom Retiro - SP - CEP 01130-000 www.grupoea.com.br Assinaturas: (11) 3334-4361 O Pantanal nos dias atuais Edição 17 — fevereiro de 2011

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Editorial publicado na Revista Ecoaventura 17, em fevereiro de 2011

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Tempos atrás, a qualidade de uma pescaria era mensurada pela quantidade, tama-

nho e diversidade de espécies capturadas, abatidas e trazidas para casa. Dentro desse contexto,

o Pantanal era o destino preferido por oito entre dez pessoas que pescavam habitualmente. Isso

durou até meados dos anos de 1990 — época na qual começaram a se multiplicar relatos de

pescarias frustradas. Motivo? Na ótica dos pescadores adeptos da “qualidade”, a culpa era da

pesca profissional, praticada em toda a região havia décadas.

Esse ponto de vista, entretanto, não tinha sustentação, já que dados do Sistema de Controle

de Pesca de Mato Grosso do Sul, coordenado por órgãos oficiais, indicam que, de 1994 a 1999,

o desembarque médio de pescado no Pantanal Sul foi de 1.415 toneladas/ano, e desse total,

1.085 toneladas/ano (76%) foram extraídas por pescadores esportivos e apenas 330 toneladas/

ano (24%) por profissionais. Portanto, o motivo maior da escassez de pescado não estava ligado

à pesca profissional ou artesanal. Ainda de acordo com esses dados, o número de pescadores di-

tos “esportivos” registrados no Pantanal Sul atingiu os 59 mil em 1999, porém, desde então, vem

reduzindo gradativamente, como indica o último número divulgado: 28 mil em 2003. Diante

disso, fica a pergunta: o que estaria desestimulando o pescador a procurar os rios pantaneiros?

Para uns, a causa seria a redução da cota de captura permitida aos “pescadores esporti-

vos”, posta em prática a partir de 2000 (10 quilos mais um exemplar — exceto para a cidade

de Cáceres-MT, que, a partir deste ano, passa a 5 quilos por pescador). Para outros, esse de-

sânimo era motivado pela escassez de bons peixes.

Na prática, a redução da cota trouxe um benefício significativo para esse ecossistema, já

que passou a desmotivar a presença de pescadores/predadores — aqueles que desaparecem

quando a quantidade de peixes abatidos fica aquém do custo de suas viagens. Ao mesmo

tempo, o sumiço dessa tribo atraiu outra, a dos pescadores conscientes, que apreciam a bri-

ga com os peixes sem eliminá-los e se emocionam diante de belas paisagens, de tradições

regionais e acervos culturais.

Atualmente, em determinados lugares do Pantanal, a pesca verdadeiramente esportiva

se encontra em franca expansão, e é até difícil encontrar vagas na programação dos melho-

res barcos-hotéis. Isso também se verifica nos empreendimentos existentes em regiões de

difícil acesso, em pontos onde haja legislação específica que

permita apenas o pesque e solte, ou ainda, em locais onde seja

encontrado algum componente que possa ser encarado como

vantagem para o pescador.

E é justamente para esses pescadores que gostam de pegar

bons peixes e de curtir a exuberância da biodiversidade exis-

tente no País que preparamos uma matéria especial nesta edi-

ção. O objetivo é mostrar interessantes opções em todo o Pan-

tanal a partir da abertura da temporada de pesca, em março.

Boas aventuras e muitas fisgadas!

editorial

DiretoriaFarid Curi, Roberto Véras,

Rubinho de Almeida Prado e Wilson Feitosa

Diretor comercialRoberto Véras

[email protected]

Diretor de redação Wilson Feitosa

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EditoraJanaína Quitério

(MTb nº 45041/SP)[email protected]

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Estagiários da redaçãoBárbara Blas e Gabriela Ferigato

TradutorDavid John

ArteGabriel Dezorzi e Paula Bizacho

FotografiaAlexandre Tokitaka, Henrique Feitosa

e Inácio Teixeira

Correspondentes internacionaisFábio Barbosa

e Voitek Kordecki

Colaboraram nesta ediçãoAntonio Carlos Cravo, Eribert Marquez, Fábio Martorano, Hiroshi Ninomiya, Inácio Teixeira,

Roberto Véras, Rubens de Almeida Prado e Wilson Feitosa

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