Edição Diária 7326 | Salvador, segunda-feira, …...terminada pelo juízo de pri-meiro grau. Mas,...

4
www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia Filiado à O BANCÁRIO O único jornal diário dos movimentos sociais no país DIA NACIONAL DE MOBILIZAÇÃO 10 DE NOVEMBRO Edição Diária 7326 | Salvador, segunda-feira, 30.10.2017 Presidente Augusto Vasconcelos RETROCESSO Adoecimento, resultado de muito assédio Sem reforma, abono pode ser suspenso Página 3 Página 4 Para “quebrar” a Caixa, e assim justificar a privatização, o governo disse que não vai aportar recursos no banco, Governo quer quebrar a Caixa conforme prevê norma reguladora. Temer utiliza de todos os expedientes para enfraquecer a instituição financeira. Página 2 Diante das ameaças, inclusive de enquadrar a Caixa como sociedade anônima, mobilização deve ser intensa

Transcript of Edição Diária 7326 | Salvador, segunda-feira, …...terminada pelo juízo de pri-meiro grau. Mas,...

Page 1: Edição Diária 7326 | Salvador, segunda-feira, …...terminada pelo juízo de pri-meiro grau. Mas, o relator do recurso da bancária no TST, ministro Mauricio Godinho Delgado, ressaltou

www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia

Filiado à

O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

DIA NACIONAL DE MOBILIZAÇÃO10 DE NOVEMBRO

Edição Diária 7326 | Salvador, segunda-feira, 30.10.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

RETROCESSO

Adoecimento,resultado demuito assédio

Sem reforma, abono podeser suspenso

Página 3

Página 4

Para “quebrar” a Caixa, e assim justificar a privatização, o governo disse que não vai aportar recursos no banco,

Governo quer quebrar a Caixa

conforme prevê norma reguladora. Temer utiliza de todos os expedientes para enfraquecer a instituição financeira. Página 2

Diante das ameaças, inclusive de enquadrar a Caixa como sociedade anônima, mobilização deve ser intensa

Page 2: Edição Diária 7326 | Salvador, segunda-feira, …...terminada pelo juízo de pri-meiro grau. Mas, o relator do recurso da bancária no TST, ministro Mauricio Godinho Delgado, ressaltou

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, segunda-feira, 30.10.20172 RETROCESSO

Objetivo do governo é abrir o caminho para a privatização bárbArA [email protected]

manoel porto

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

temer deixa de fazer repasses para a Caixa

informativo do Sindicato dos bancários da bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: rogaciano Medeiros - reg. MTE 879 DrT-bA. Chefe de reportagem: rose Lima - reg. MTE 4645 DrT-bA. repórteres: Ana beatriz Leal - reg. MTE 4590 DrT-bA e renata Andrade- reg. MTE 4409 SrTE-bA . Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e Felipe Iruatã . Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

O pRESIDENTE Temer tem dei-xado de aportar capital na Cai-xa e prejudica a capacidade da instituição em fornecer crédito para milhões de brasileiros, es-pecialmente na área habitacio-nal. A real finalidade para tan-tas mudanças ocorre devido o desejo em repartir o banco com o grande capital, transforman-do-o em iniciativa privada.

Se as pretensões do presiden-te ocorrer, será preciso apre-sentar lucros para os acionistas e, consequentemente, o cunho social da instituição se perderá. A Caixa é responsável por 70% do crédito imobiliário no Bra-sil. Em contrapartida, os limi-tes de financiamento vêm sen-do reduzidos, de 70% para 50% do valor do imóvel.

O ideal é o banco se adequar às normas internacionais de se-gurança bancária, como ocor-reu nos governos de Lula e Dil-ma, quando a Caixa apresentou surpreendente crescimento de

ativos da empresa e que, ao do-brar de tamanho e de número de agências atrelado aos resul-tados positivos, chegou a ser o terceiro maior banco do Brasil. Sem perder a função social.

Saúde é pauta para Comando Nacional O SAúDE Caixa foi incluído na pauta para reunião com o Co-mando Nacional dos Bancários, que acontece amanhã, após de-bate entre a Comissão Execu-tiva de Empregados da Caixa e os representantes da direção do banco. O encontro está marca-do para as 14h, em São Paulo.

Na pauta, o Dia Nacional de Paralisações contra a reforma trabalhista; avaliação da cole-ta de assinaturas para o Proje-to de Lei de Iniciativa Popular – PLIP; aditivo à CCT 2016/2018: Aplicação da Regulamentação da Cláusula 62 - Realocação e Readaptação nos bancos signa-tários e Saúde Caixa.

Citibank na mira do itaúO BANCO Central aprovou a compra do Citibank pelo Itaú. Além disso, as aquisi-ções das participações que o banco americano tinha na Tecban, de até 5,64% do ca-pital e 3,60% do capital na Companhia Brasileira de Se-curitização (Cibrasec), tam-bém foram concedidas.

A compra já tinha sido autorizada pelo Cade (Con-selho Administrativo de De-fesa Econômica) e o Itaú só aguardava a autorização do Banco Central.

O anúncio da compra foi feito desde outubro do ano passado pelo Itaú, desban-cando o Santander, que era favorito para fechar negó-cio. A aquisição foi avalia-da em R$ 710 milhões, en-volvendo toda a operação de varejo do Citbank.

Dado de cartão não pode ser compartilhadoDECISÃO do STJ (Superior Tri-bunal de Justiça) proíbe o repasse de dados de cartões de créditos dos clientes. A cláusula contratual disponibilizada pelos bancos foi

considerada abusiva ao retirar do consumidor a possibilidade de op-tar, válida e livremente, pelo com-partilhamento das informações.

Muitas instituições se aprovei-

tavam para ter acesso a dados si-gilosos dos clientes no momento da contratação do serviço de car-tão de crédito. A Justiça entendeu que a prática é ilegal porque não permite que os clientes tenham escolha sobre o que o banco pode fazer com as informações cadas-trais. Os consumidores ficam submetidos ao arbítrio do banco.

A nova medida vai flexibili-zar a determinação dos limites de crédito por cliente, facilitar o pro-cesso de aceitação em novas insti-tuições financeiras, além de pou-par o consumidor de incontáveis ligações semanais com ofertas de cartões desnecessários. bancos não podem fazer repasse de dados de cartões de créditos

Empregados e clientes da Caixa merecem respeito por parte do governo

Page 3: Edição Diária 7326 | Salvador, segunda-feira, …...terminada pelo juízo de pri-meiro grau. Mas, o relator do recurso da bancária no TST, ministro Mauricio Godinho Delgado, ressaltou

o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, segunda-feira, 30.10.2017 3SAúDE

Pressão por resultados e ambiente hostil contribuem para o adoecimento bancáriorEDAçãO [email protected]

joão ubaldo

Assédio no topo do afastamento

ApESAR do lucro exorbitante de R$ 7,2 bilhões apenas nos nove primeiros meses de 2017, o Santander segue com as de-missões. De setembro de 2016 a setembro deste ano, o banco eli-minou 1.392 postos de trabalho, totalizando 46.632 funcionários no terceiro trimestres de 2017.

A lucratividade é 34,6% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. Em ter-mos globais, o lucro do banco es-panhol alcançou € 5,592 bilhões

A pRESSÃO por batimento de metas, so-bretudo com o déficit de bancários, e as ações de violência, como ataques a bancos, são apontados como um dos principais fa-tores para o número de afastamentos no sis-tema financeiro. Este ano, a Bahia registrou 67 ocorrências. Em geral, o retorno após o trauma é cruel. As consequências psicológi-cas são, muitas vezes, irreversíveis.

De 2012 a 2014, o MPT-BA recebeu 65 denúncias de assédio moral no setor ban-cário. Do total, 78% foram relacionadas ao assédio moral e 22% às condições precárias de trabalho. Entre as empresas, o Banco do Brasil lidera com 41% dos casos. Depois, surgem o Bradesco (21%), Itaú (16%), San-tander (10%) e outros bancos somam 12%.

Também cresce o número de ações indivi-duais na Justiça do Trabalho contra bancos. O índice pulou de 2,3% em 2009 para 4,6% em 2016. Entre as empresas que mais registra-ram reclamações trabalhistas, estão Bradesco

(683), Itaú/Unibanco (241), Banco do Brasil (159) e Caixa (109).

Outra questão que chama atenção é o aumento de afastamento de bancários pelo INSS (Instituo Nacional de Seguro Social), por acidentes de trabalho ou por adoeci-mento. A quantidade subiu de pouco mais de 100, em 2010, para quase 900, em 2015.

As informações foram divulgadas du-rante audiência pública, ocorrida na sexta-feira, no Ministério Público do Trabalho, em Salvador. Na ocasião, foi

apresentado o relatório Retrato do Ado-ecimento no setor bancário no Estado da Bahia, que teve a contribuição do Sindi-cato dos Bancários da Bahia.

Para o presidente da entidade, Augus-to Vasconcelos, um dos palestrantes do evento, “as falas dos órgãos da mesa prin-cipal e os dados apresentados deixam cla-ro que os problemas laborais do bancário se tornaram um caso de saúde pública. Iniciativas estruturais são necessárias diante dessa realidade”.

TST condena Bradesco por assédio moral A TERCEIRA Turma do Tri-bunal Superior do Trabalho condenou o Bradesco a inde-nizar uma ex-gerente em R$ 50 mil. Por conta da cobrança de metas abusivas, que impli-cavam em críticas do supe-rintendente feitas em público e de maneira depreciativa, a funcionária teve o quadro de depressão agravado.

A bancária sofreu com so-brecarga de trabalho decor-rente da saída de um gerente de contas da equipe que in-tegrava sem a redução pro-porcional das metas nem a nomeação de um novo em-pregado em tempo razoável.

O superintendente cobrava o alcance de resultados de

forma enfática e não atendeu o pedido para repor o quadro de funcionários. Mesmo a ex-gerente apresentando episódio depressivo grave, o Bradesco demitiu a bancária sem justa causa após avaliação de desempenho.

O Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR) não concluiu pela ocorrência de assédio moral e absolveu o Bradesco da indenização de R$ 30 mil por dano moral de-terminada pelo juízo de pri-meiro grau. Mas, o relator do recurso da bancária no TST, ministro Mauricio Godinho Delgado, ressaltou que assé-dio moral foi decorrente de cobranças de metas inviáveis.

Santander demite 1.392e o Brasil contribuiu com 26%. Prova de que a empresa tem di-nheiro para contratar mais fun-cionários e oferecer melhor aten-dimento aos clientes que pagam taxas extorsivas.

Houve crescimento de 15,4% (R$ 11,372 bilhões) nos últimos nove meses nas receitas prove-nientes de prestação de serviços e tarifas cobradas dos 38,8 mi-lhões de clientes. O banco paga a despesa de pessoal em 169,1% apenas com essa receita.

relatório do adoecimento, apresentado em audiência no MPT, teve a contribuição do Sindicato

Clientes do Santander, que pagam

tarifas altíssimas,

não desfrutam de atendimento

satisfatório pela falta de funcionários

Page 4: Edição Diária 7326 | Salvador, segunda-feira, …...terminada pelo juízo de pri-meiro grau. Mas, o relator do recurso da bancária no TST, ministro Mauricio Godinho Delgado, ressaltou

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, segunda-feira, 30.10.20174

SAQUE

RETROCESSO

Condição para o benefício é a reforma da PrevidênciarEnATA [email protected]

Governo ameaça cortar abono

TRAIÇÃO Começa a se concretizar um dos motivos princi-pais do golpe jurídico-parlamentar-midiático do ano passado. Uma expressiva parcela do pré-sal já não pertence mais ao Bra-sil. Foi arrematada, no mega leilão de sexta-feira, pelas petro-líferas Exxon (EUA), Petrogal (Portugal) e a Statoil (Noruega). Crime de lesa-pátria. Alta traição aos interesses nacionais.

ALINHAMENTO Responsável diretamente pelo golpe do ano passado, que pôs fim a 31 anos de democracia no Brasil, agora o Judiciário se mostra também conivente com o entreguis-mo do governo Temer. O mega leilão de sexta-feira, que entre-gou considerável parcela do pré-sal a petrolíferas estrangeiras, só aconteceu por decisão do TRF-1 (Tribunal Regional Federal). Justiça que só vê o lado do capital.

CONIVÊNCIA Expoente do golpismo, apoiador e um dos res-ponsáveis diretos pela agenda neoliberal que o Congresso tem aprovado, agora o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, descobriu que Temer não presta. Diz que o governo está “fragi-lizado e desgastado”. Mas, o partido dele, o DEM, votou fechado na salvação do presidente, semana passada. Só pode ser alguma briga de partilha. Engana ninguém.

URGÊNCIA A condenação de Lula, sem provas, e a arbitrá-ria prisão, sem nada de concreto que a justificasse, do reitor da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), Luiz Carlos Cancellier de Olivo, induzido ao suicídio pela humilhação que passou, são dois exemplo sólidos e atuais do Estado policialesco que impera hoje no Brasil. É preciso barrar o despotismo, com-bater o fascismo, dissipar o ódio. Imediatamente. Pelo bem da nação, da República, da democracia.

pUNITIVISMO O conceituado criminalista Fábio Simantob é mais um a criticar publicamente a opção por um Estado poli-cialesco, pautado nas exceções, que as elites ultraconservadoras têm empurrado o Brasil. "É preciso rever a forma como se pune antecipadamente no país, essa publicidade excessiva em cima do processo penal precisa acabar. É importante rever essa barbárie que se tornou o processo criminal no Brasil".

MAIS uma vez os trabalhadores são atacados por Michel Temer. O ministro da Fazenda, Hen-rique Meirelles, afirmou que se o Congresso Nacional não aprovar a reforma da Previdên-

cia, o governo vai acabar com o abono salarial. A ameaça é um retrocesso. A votação está pre-vista para a segunda quinzena de novembro.

O abono é um benefício pago aos trabalhadores de carteira assinada que recebem até dois salários mínimos por mês. O valor pode chegar a um salário mínimo por ano.

O governo neoliberal ataca os mais pobres para beneficiar os mais ricos. No mesmo momen-

to em que fala sobre cortar be-nefícios e direitos da população mais carente, o ministro prote-ge a topo da pirâmide. Meirelles

anunciou o perdão bilionário a sonegadores. Mais uma prova de que o atual governo beneficia os mais endinheirados.

Temer entrega o pré-sal pARA delírio das multinacio-nais, o governo Temer consuma a entrega do patrimônio públi-co. Pior. A preço de banana. O leilão dos campos de petróleo do pré-sal arrecadou R$ 6,15 bi-lhões. A expectativa inicial era de R$ 7,75 bilhões.

Dos oito blocos ofertados nos dois leilões do pré-sal, ocorridos na sexta-feira, seis foram arre-matados. A Shell, maior empresa

de petróleo dos Estados Unidos, a Exxon, duas estatais europeias, Petrogal, de Portugal e a Statoil, da Noruega, levaram a área Nor-te do Campo de Carcará, em um lance no qual 67,12% do óleo fi-caram com a União.

A Agência Nacional do Pe-tróleo conseguiu realizar o lei-lão do pré-sal, depois de derru-bar uma liminar que havia sido obtida pelos petroleiros.

CTB organiza o 10 de novembroA CTB Bahia reúne os sindicatos filiados, amanhã, às 9h, no Sin-dicato dos Bancários da Bahia, nas Mercês, em Salvador, para organizar as manifestações em

10 de novembro, referentes ao Dia Nacional de Mobilizações, Greves e Paralisações em Defesa dos Direitos e contra as reformas trabalhista e da Previdência, além do combate ao trabalho es-cravo, liberado por Temer.

“O movimento sindical, a classe trabalhadora e os movi-mentos sociais precisam reagir. O dia 10 de novembro deve se converter em uma grande mo-bilização nacional. Precisamos reforçar a organização, ocupar e ganhar as ruas de todo o Brasil. Isso irá exigir ampla participa-ção da militância e dos traba-lhadores”, afirma Adilson Araú-jo, presidente nacional da CTB.

governo Temer vende patrimônio nacional abaixo do preço. Entreguismo

CTb intensifica a luta por direitos

ebC