Edição 25 - Agosto 2011

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Pág. 1 Vargem Grande do Sul e Região - Agosto de 2011 - Ano II - Nº 24 - Distribuição Gratuita

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Vargem Grande do Sul e Região - Agosto de 2011 - Ano II - Nº 24 - Distribuição Gratuita

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EDITORIALCultivo

protegido

EXPEDIENTEO Jornal do Produtor é uma publicaçãomensal, editado à rua Antônio Rodriguesdo Prado, 48, Bairro N. Sra. Aparecida,Vargem Grande do Sul - SP. E-mail:[email protected] - Fone: (19)3641-1392

Jornalista ResponsávelBruno de Souza - MTb 46.896

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Circulação: Vargem Grande do Sul -Aguaí - Águas daPrata - Caconde - Casa Branca – Campinas

( Ceasa) - Divinolândia - Espírito Santo do Pinhal -Itobi – Itapetininga - Mococa - Santa Cruz das

Palmeiras - Santo Antônio do Jardim - São João daBoa Vista - São José do Rio Pardo - São Sebastiãoda Grama - Tambaú - Tapiratiba – Porto Ferreira -Ribeirão Preto - São José do Rio Preto. Em Minas

Gerais Sacramento e Araxá.

Festa da Batata de Vargem Grandedo Sul atraiu mais de 40 mil pessoas

Evento ocorreu entre os dias 28 a 31 de julho e contou com exposições,leilão de gado, provas de montaria e ainda a animação de duplas sertanejas renomadas

Bruno de SouzaShows, exposições e leilão de

gado. Esses foram os principais atra-tivos da Festa da Batata de VargemGrande do Sul. O evento ocorreu en-tre os dias 28 a 31 de julho no Recin-to de Exposições “Christiano Dutra doNascimento”. De acordo com a orga-nização, mais de 40 mil pessoas esti-veram presentes nos quatro dias defesta.

A programação teve sua aberturamarcada pelo show da dupla ZéHenrique e Gabriel na quinta-feira. Jána sexta-feira, o evento contou com aanimação de João Carreiro e Capataz.

No sábado, o cronograma da Fes-ta da Batata começou mais cedo, coma realização do Leilão de Gado Leitei-ro e prosseguiu logo mais à noite coma apresentação da dupla CésarMenotti e Fabiano.

O encerramento da Festa da Ba-tata ocorreu no domingo, após a 37ªRomaria dos Cavaleiros de Sant’Ana.O evento contou com o show da du-pla Milionário e José Rico e foi deportões abertos ao público.

Para acolher o grande público pre-sente, o Recinto de Exposições con-tou com uma estrutura especial du-rante as quatro noites da festivida-de, com uma completa praça de ali-mentação, restaurante servindo pra-tos típicos à base de batata e até mes-mo parque de diversões, para a ale-

gria da garotada.

ProvasA Festa da Batata trouxe ainda

provas como bulldog, três tambores,cutiano e o rodeio em touros. As boi-adas participantes foram de respon-sabilidade das companhias de rodeio“Irmãos Ribeiro” de Vargem Grandedo Sul, “Asa Branca Júnior” de SãoJosé do Rio Pardo e Cesar Mazoti deBariri. A locução ficou por conta dePaulinho Canhoto, Biscoito, Pitty eAlessandro Mendes, além dos de Bru-no Ribeiro.

Quando assunto é negócio, logosurgem as idéias de bom desempe-nho e vantagens. No agronegócio issonão é diferente. Daí o cultivo protegi-do se destacar pelos benefícios cau-sados à produtividade agrícola e aoambiente, além de possibilitar a reali-zação da atividade por poucas pesso-as, viabilizando a agricultura familiar.

O cultivo protegido é uma técnicaque apresenta um significativo resul-tado, tanto para o produtor, comotambém para a planta. Em nível mun-dial esta técnica é considerada comoo mais recente e importante insumoagrícola, pois permite aumentos deprodução das culturas

Com o cultivo protegido, tornou-se possível alterar, de modo acentua-do, o ambiente de crescimento e dereprodução das plantas, com contro-le parcial dos efeitos adversos do cli-ma. Desta forma, podem-se obtercolheitas fora de época normal, alémde garantir um maior crescimento dasplantas, precocidade de colheita, pos-sibilidade de maior eficiência no con-trole de doenças e pragas, redução deperdas de nutrientes por lixiviação, re-dução de estresses fisiológicos dasplantas, aumento de produtividade,aumento do período de colheita paraculturas de colheita múltipla emelhoria na qualidade de produção.

De acordo com o Instituto Agro-nômico (IAC), além de acelerar a pro-dução, a qualidade do produto final éoutra vantagem do cultivo em estufa.Esse resultado é propiciado pelo me-lhor controle do clima, fornecimentode água e nutrientes e por dificultar aação de insetos e doenças. Outro be-nefício é a possibilidade de se plantare colher em qualquer época do ano.Segundo o IAC, estima-se que os gan-hos no cultivo protegido podem atin-gir até 200% dos alcançados em cam-po aberto.

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Exposições e leilão de gado marcaram a Festa da Batata

Entre os atrativos da Festa da Ba-tata de Vargem Grande do Sul es-tava a área de exposição. Este ano,o evento contou com a participaçãode 20 empresas da região. Na oca-sião, o público pôde conferir váriosprodutos e também conhecer osserviços prestados pelos exposito-res, isso desde o ramo doagronegócio a até outros setores domercado.

Outro atrativo da festividade foio Leilão de Gado Leiteiro promovi-do com o apoio do Sindicato Ruralde Vargem Grande do Sul e com aorganização da empresa Tal Leilões.O evento teve a participação de di-versos produtores e reuniu váriosanimais, se tornando uma boa

Público pôde conferir vários produtos e também conhecer os serviços prestados pelos expositores.Leilão foi uma boa oportunidade para a realização de grandes negócios

oportunidade para a realização degrandes negócios.

InvestimentosO Recinto de Exposições

“Christiano Dutra do Nascimento”estava quase 15 anos sem recebernenhuma melhoria em sua estrutu-ra. Este ano, a prefeitura conseguiuconstruir de parte de seu muro, issograças a uma emenda do deputadofederal Cândido Vaccareza. Alémdisso, a prefeitura também cons-truiu calçada em sua frete, fez o ser-viço de paisagismo, reformou os ba-nheiros, o restaurante e a portaria,a qual recebeu calçamento de blo-cos intertravados e pintura.

A segurança foi um dos pontos

fortes desta edição da Festa da Bata-ta. Isso graças ao trabalho desenvol-vido pela Polícia Militar, Guarda Mu-nicipal e a equipe de seguranças par-ticulares. Além disso, o local contoucom câmeras de monitoramento,para ter uma maior visibilidade daspessoas em meio à multidão. Já dolado de fora, a Polícia Militar Rodovi-ária e a Renovias cuidaram do tráfe-

go. “A população foi para se divertir.Tudo transcorreu tranquilamentedando a oportunidade para toda afamília se divertir na Festa da Bata-ta”, destacou Hélio Donizete Lopes deAlmeida, presidente da comissãoorganizadora.

De acordo com o prefeitoAmarildo Duzi Moraes, a Festa daBatata alcançou seus objetivos, ofe-recendo lazer e entretenimentocom segurança e conforto. “A pre-ocupação foi de desenvolver umevento com segurança e comodida-de a toda a família. Para isso, o re-cinto foi reformado e nossa preten-são é que novas obras sejam reali-zadas melhorando cada vez mais olocal”, destacou.

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O Índice Quadrissemanal de PreçosRecebidos pela Agropecuária Paulista(IqPR), que mede os preços pagos aoprodutor rural, caiu 4,55% na terceiraquadrissemana de julho, de acordocom o Instituto de Economia Agrícola(IEA-Apta) da Secretaria de Agriculturae Abastecimento. Foi puxado pelo ín-dice de preços dos produtos de origemvegetal, que recuou 7,32%, já que o ín-dice de preços dos produtos de origemanimal subiu 2,86%.

Dos produtos analisados, 12 apre-sentaram queda nos preços (11 de ori-

Preços agrícolas caíram 4,55% naterceira quadrissemana de julho

gem vegetal e um de ori-gem animal), enquantooito sofreram alta (trêsdo setor vegetal e cincoda área animal). As que-das mais significativasocorreram nos preços dotomate para mesa(37,15%); da laranja paramesa (20,91%); do algo-dão (15,74%); da laranjapara indústria (15,03%);e da batata (9,06%).

A normalização daprodução do tomate de

mesa, após problemas climáticos ocor-ridos entre maio e junho, contribuiupara a reversão da tendência dos pre-ços, que passaram a refletir condiçõesde oferta que atendem à demanda,conforme apuraram os pesquisadoresLuis Henrique Perez, Danton Leonel deCamargo Bini, Eder Pinatti, José AlbertoAngelo e José Sidnei Gonçalves.

Já a redução expressiva dos preçosda laranja de mesa revela uma realida-de distinta do ano passado, explicamos analistas do IEA. Ou seja, uma safradentro da normalidade, numa conjun-

tura de recuo dos preços internacio-nais, levou à tendência de redução dospreços internos, cujos patamares já afe-tam a remuneração dos citricultores. “Anão-sinalização internacional com pou-cas compras das agroindústrias no mer-cado livre levou ao pareamento dospreços da laranja para indústria e dalaranja para mesa.”

Os preços do algodão caíram porconta de duas ocorrências: o recuo dascotações internacionais, com a norma-lização da oferta pelas principais na-ções, e o aumento das importações chi-nesas de têxteis acabados. Isto impactapara baixo os preços da matéria-prima,observam os pesquisadores. Já a entra-da de batata reverte a conjuntura re-cente de preços em alta, dizem os es-pecialistas do IEA.

AltasPor sua vez, as altas mais relevan-

tes ficaram restritas ao setor animal. Ouseja, foram verificados aumentos nospreços da carne suína (14,26%); da car-ne de frango (7,16%); do leite C (6,91%);do leite B (5,36%) e dos ovos (1,70%).

No caso da carne suína, a forte altanos preços decorre do substancial in-cremento das exportações do produtono último mês e início do corrente, di-zem os pesquisadores do IEA. “A pers-pectiva, derivada do anúncio do embar-go russo, produziu a antecipação decompras por aquele país, mas tambémevoluíram para as vendas para Argen-tina e Hong Kong. Esses fatores impul-sionaram os preços internos, alta tam-bém puxada pelo preço do frango.”

Tanto que os preços internacionaisda carne de frango atingiram patama-res recordes, superando aqueles atéentão considerados inalcançáveis ocor-ridos em 2008.

Quanto aos leites (B e C), a reduçãoda quantidade e da qualidade das pasta-gens refletiu na menor oferta dos produ-tos, pressionando as cotações para cima.

Batata esteve entre os produtos que apresentaram queda no preço

Eventos agropecuários programa-dos para setembro

Dia 1 a 4 - 3ª Festa da Jabuticaba -Casa Branca. Informações: Prefei-tura - (19) 3671-4659Dia 2 a 4 - 14ª Festa do Abacaxi -Guaraçaí. Informações: Prefeitura -(18) 3705-1577Dia 2 a 7 - 16ª Expuã - Ipuã. Infor-mações: Prefeitura - (16) 3832-0100Dia 6 a 8 - 24ª Expogale (ExposiçãoDe Gado Leiteiro) - Buritizal. Infor-mações: Prefeitura - (16) 3751-9100Dia 19 a 23 - 22º Torneio Leiteiro -São José da Bela Vista. Informa-ções: Prefeitura e Casa Da Agricul-tura - (16) 3142-1215Dia 14 a 18 - Expo Paraguaçu -Paraguaçu Paulista. Informações:Prefeitura - (18) 3361-9100 e CasaDa Agricultura - (18) 3361-12561ª Quinzena - 11ª FeiraAgropecuária e Festa do Peão - BoaVista das Andradas. Informações:Prefeitura e Comissão Organizadora- (17) 3486-9000Dia 16 A 18 - 21ª Festa da Uva e 9ªFeira do Agronegócio - PalmeiraD´Oeste. Informações: Prefeitura -(17) 3651-1212Dia 17 a 18 - 3ª Expo Coopinhal e9ª Concurso de Qualidade Café -Espírito Santo do Pinhal. Informa-ções: Singenta e PfizerDia 21 a 25 - 5° Expo Ovinos -Bragança Paulista. Informações:Prefeitura - (11) 4034-7100Dia 23 a 25 - 5º Concurso Qualida-de do Café Santa Luzia - EspíritoSanto do Pinhal. Informações: Ban-cos de CréditoDia 23 a 26 - 5ª Feira doAgronegócio da Viticultura - Jales.Informações: Prefeitura, Secretariade Agricultura Municipal e CATIFeipecus - São Carlos. Informações:Prefeitura6º Concurso de Qualidade de Café- Divinolândia. Informações: Prefei-tura, Associação dos Cafeicultoresde Montanha, Sindicato Rural, Casada Agricultura e SenarObs: Antes de ir a qualquer um des-ses eventos, procure semprecontatar a organização para sabermais detalhesFonte: Secretaria da Agricultura eAbastecimento

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Procurando garantir mais agilidade euma melhor coleta de amostras de solo,o assistente técnico de sementes daDekalb, Luiz Augusto Vizzotto, desenvol-veu aparelho coletor automatizado. Oprojeto foi desenvolvido graças ao apoioda Dekalb, Stihl, Saci Soluções e daCooperbatata (Cooperativa dosBataticultores da Região de Vargem Gran-de do Sul).

Na tarde de quarta-feira, dia 10 deagosto, Vizzotto fez a apresentação donovo aparelho e também utilizou outrosmétodos empregados na coleta de amos-tras de solo para comparar. A demonstra-ção foi realizada na propriedade do agri-cultor Paulo Zan, no município de CasaBranca.

A primeira apresentação foi com a uti-lização de uma sonda. Na ocasião, umaamostra foi extraída em um tempocronometrado de 51 segundos. Com a uti-lização deste aparelho, o solo coletadofica “prensado”, formando torrões. Issotorna necessário seu desmanche manual-mente, o que pode contaminar a terra eprejudicar sua análise. Além disso, estemétodo emprega um grande esforço físico.

Já a segunda demonstração foi feitacom um trado holandês. Para utilizar oaparelho também é necessário um gran-de esforço físico para perfurar o solo. Oprocesso de extração da amostra é maisdemorado, levando 1 minuto e 20 segun-dos, sendo que a terra coletada tambémficou “prensada”, formando torrões.

Na terceira demonstração foi utilizadoo coletor automotizado. Com muitapraticidade, Vizzotto acoplou a broca aomotor e perfurou o solo. A coleta daamostra levou apenas 17 segundos, issosem nenhum esforço físico. O aparelhopossibilitou extrair uma boa quantidadede solo com total agilidade, o que permi-te percorrer uma área maior em poucoespaço de tempo e, ainda, sem nenhumcansaço físico.

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Garantir uma produção dequalidade e com alta rentabili-dade. Estas são as vantagens docultivo protegido ouplasticultura, como também échamado. Neste sistema de pro-dução, a planta se desenvolveem um microclima melhor e pro-tegida de muitas pragas, o quegarante uma produção saudávele bem valorizada no mercado.

Em Vargem Grande do Sul, asEstufas Bisturi são referênciasno cultivo protegido. Localizadaà margem da rodovia SP-215, km34, a propriedade da FamíliaRanzani tem trabalhado com a

rotação das culturas de pepino,tomate e vagem através destesistema de cultivo, isso desde oano 2000.

De acordo com o engenheiroagrônomo Pedro Lemos Ranzani,o cultivo protegido tem trazidouma série de vantagens. E umexemplo disso pode ser verifica-do na plantação de pepino. Porser uma planta de clima quente,o pepino é plantado no métodoconvencional a partir de outu-bro. Já através do cultivo prote-gido, o agricultor procura produ-zir a planta fora de sua época, ouseja, no inverno, quando está no

período de entressafra.Pedro explica que através da

estufa é possível ter ummicroclima melhor para o de-senvolvimento da planta. Se-gundo ele, isso agrega um mai-or valor no produto por serentressafra, o que não se con-segue obter da maneira conven-cional.

Para se ter ideia, atualmenteo valor da caixa de pepino tem va-riado entre R$ 25,00 a até R$35,00. Um bom preço para a épo-ca. De acordo com Pedro, a expec-tativa é de colher entre 3 mil a 4mil caixas nesta entressafra.

Bruno de Souza

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De acordo com o engenheiro agrônomo Pedro Lemos Ranzani,o cultivo em estufa traz benefícios tanto para o produtor, comotambém para a planta. Ele explica que este método proporcio-na uma menor utilização de defensivos agrícolas. Outra vanta-gem está no menor consumo de água e energia, pois o sistemade irrigação é por gotejamento – a chamada irrigação localiza-da. Além disso, Pedro destaca que há um melhor aproveitamentoda adubação. “Ela também é feita através de gotejo e a plantacorresponde mais rápido”, explica.

E o reflexo da utilização deste método pode ser observadona produção de pepinos, onde os frutos apresentam um melhorpadrão de qualidade, o que influencia significativamente em seuvalor. O único ponto negativo que Pedro ressalta é o alto custoda montagem da estrutura das estufas. “É um valor alto, maseste investimento compensa ao produtor”, disse.

TomateNo caso do tomate, Pedro explica que o benefício também

está na produção fora de época. O engenheiro agrônomo afir-ma que utilizando desta infraestrutura há uma redução no usode inseticidas e fungicidas, isso porque a estufa protege a cultu-ra das chuvas de verão. Assim não é necessária uma pulveriza-ção intensa. “Desta forma, o produtor economiza e tem ao mes-mo tempo um produto com maior qualidade e menor residualde agrotóxicos”, relata.

“Na atual circunstância em que vivemos é necessário apro-veitar todos os espaços existentes em uma propriedade e umadas formas de se fazer isso pode ser através do cultivo protegi-do, tanto para horti-fruti como também para folhosas, comoalface, rúcula etc. Com isso, se pode ter uma melhor produçãocom qualidade e uma boa renda por permitir produzir o anotodo”, conclui o engenheiro agrônomo.

“Cultivo protegido trazuma série de vantagens na

plantação de pepino eoutras culturas”Pedro Ranzani

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Arrancadeira de Batata

Cultivo protegido de uva pode levar produtividade a 100%

Os produtores de uva daregião de Jundiaí, interiorpaulista, estão adotandotécnicas de cultivo protegi-do da fruta. O sistema foitrazido para o Estado de SãoPaulo por pesquisadores doInstituto Agronômico deCampinas.

A diferença na qualidadeda uva protegida e da tradi-cional é visível. As plantasprotegidas são cobertas comtela, estão mais altas, maisespaçadas e direcionadas poruma estrutura que lembrauma letra “y”.

“Basicamente é uma mu-dança de geometria, dimi-nuindo o número de plantaspor hectare, essa é a dife-rença básica. São dois ganhos princi-pais: um é o aumento da produtivi-dade, que pode chegar a 100%, de-pendendo da técnica aplicada. O ou-tro é a redução do uso de defensi-vos”, explica o pesquisador José LuizHernandes, do Instituto Agronômicode Campinas (IAC).

Por enquanto, é na uva de mesa

Principal empecilho ainda é o custo para instalar esse tipo de estrutura

que o sistema tem sido mais utiliza-do, mas também pode ser emprega-do nas uvas para vinho. É possível,com o uso de um plástico que impe-de a ação da chuva, alterar o ciclo dedesenvolvimento da planta, anteci-pando colheita. De acordo com o pes-quisador essa tecnologia tende a sercada vez mais adotada pelos produ-

tores. No entanto, o principal empe-cilho ainda é o custo para instalaruma estrutura desse tipo. Para plan-tar um hectare da forma tradicional,o produtor investe em média R$ 30mil por hectare. No protegido, podechegar a R$ 70 mil.

O agricultor Luiz Antônio dos San-tos comprou sua propriedade com

um sócio em 2004 e planta uvade mesa e de vinho. Ele conhe-ceu o cultivo protegido há algunsanos e não parou mais de ampli-ar a área com esse sistema. Sa-tisfeito com os resultados atéagora, ele espera ampliar atecnologia em toda a proprieda-de em até três anos. “O que agente está procurando é um re-curso com os bancos pra que agente tenha um financiamento epossa fazer a mudança aqui nosítio”, afirma o produtor rural.

Enquanto alternativas paraviabilizar o investimento estãosendo estudadas, recomenda-seque o agricultor continue fazen-do implantações graduais.“Estamos trabalhando junto à Se-cretaria da Agricultura de São

Paulo no desenvolvimento de uma li-nha de crédito e de um seguro agrí-cola específico para a viticultura epara o cultivo protegido de uva no Es-tado”, comentou o pesquisador doIAC. Segundo ele, as conversas estãoem fase inicial. Para produtores comoLuiz Antônio seria uma importantesolução.

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Prefeitura de Casa Branca instalaponte metálica na estrada Olho D’Água

Medida traz mais segurança para a população da área rural e facilita o escoamento da produção agrícola

A prefeitura de Casa Brancaconcluiu no dia 28 de julho a insta-lação de uma ponte metálica comcabeceira e leito carroçável de con-creto, na estrada rural OlhoD’água, sobre o Córrego do Ciga-no, que liga o distrito de LagoaBranca ao município de Aguaí e aodistrito de Venda Branca.

Na avaliação do subprefeito deLagoa Branca, Rubens AntônioScapin, a instalação dessa novaponte traz mais segurança para apopulação da área rural, facilita oescoamento da produção agrícola,insumos para o campo e garantemaior qualidade no transporte dealunos.

O convênio foi viabilizado em2009, por meio do deputado esta-dual Baleia Rossi (PMDB), junto àSecretaria Estadual da Agriculturae Abastecimento e CODASP (Com-panhia de Desenvolvimento Agrí-cola de São Paulo). Os recursos sãooriundos do Programa EstadualPontes Metálicas, que prevê asubstituição das pontes de madei-ra em estradas rurais, por pontes

metálicas, as quais têm custo re-duzido e são de rápida execução.

O prefeito casabranquenseRoberto Minchillo afirmou que aponte metálica foi uma importan-te conquista da atual administra-ção, cujo convênio foi assinado nodia 26 de agosto de 2009, e quebeneficia os moradores e agricul-tores de Lagoa Branca e imedia-ções, sobretudo no escoamento dasafra. “Antes da ponte metálicaexistia uma antiga, feita de madei-ra, que oferecia grande risco aosusuários, além de prejudicar no es-coamento da safra. Essa conquistada administração Sati e Robertolevará um grande beneficio a todapopulação rural que passa por estetrecho”, enfatizou o prefeito.

A instalação da ponte metálica,por solicitação do prefeito RobertoMinchillo, foi acompanhada deperto pelo subprefeito de LagoaBranca, Rubens Scapin, além do ve-reador Claudenir Aparecido da Sil-va e pelo chefe de manutenção deestradas municipais Sérgio Gene-roso.

Produtor cria novavariedade de abacate

O agricultor MiguelMassake Makiyama, tradicio-nal produtor de abacates emArapongas, no norte doParaná, conta que fez ‘’qua-tro ou cinco’’ experiências an-tes de chegar ao novo produ-to. Ano passado, o produtorconseguiu colher os três pri-meiros cachos da fruta, comcada unidade pesando entre1,3 quilo e 1,4 quilo em mé-dia. A nova variedade aindanão tem nome definido e épossível que seja batizadacom o nome da família. Pro-dutores da fruta desde a dé-cada de 1950, essa não é a pri-meira vez que os Makiyamacriam uma variedade doabacate. (Folha Web)

O subprefeito de Lagoa Branca RubensScapin e o vereador Claudenir

acompanharam a instalação da nova ponte

Ponte trará mais segurança aosmoradores da zona rural

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Frio fez cair vendas de alfaces na roçaEm compensação, cresce a procura por brócolis, agrião e produtos mais ‘calóricos’

A forte queda de temperaturaverificada no começo de julho nodecorrer de boa parte do mês de ju-nho afetou a venda de alguns pro-dutos agrícolas na roça, especial-mente a alface, e, paradoxalmente,melhorou o consumo de outros,como brócolis, chicória e agrião. Essecontraste não é um fato novo e jáocorre há tempos, mas agora pare-ce estar ainda mais acentuado.

No Sítio Sertão Grande, próximoao bairro Carlos Cassucci, uma par-te dele foi arrendada para CarlosAparecido Fechio após a morte doproprietário Neguinho e nela conti-nua ocorrendo o plantio de verdu-ras em geral. Carlos lembra que aalface ainda é o carro-chefe, pois naépoca de calor, chega a vender cer-ca de 100 pés diários só para um su-permercado local, fora os negocia-dos com outras empresas do setorna cidade. “Mas, no frio, as pessoascompram menos alface porque di-minuem o consumo de salada”, afir-mou. “O brócolis, por outro lado,não tem tempo ruim e é bem vendi-do o ano todo, embora em quanti-dade bem menor que a alface. Só

que isso não é de hoje, sempre foiassim”.

Outro fator apontado por Carlospara a queda de venda da alface éque o frio afeta suas folhas mais ex-ternas, que ficam amareladas, oca-sionando maiores perdas que emoutras estações do ano. Em compen-sação, produtos como a chicória, obrócolis, a salsa e a cebolinha “ado-ram” as baixas temperaturas e ficam

ainda mais bonitas nesta época, oque contribui para que também se-jam mais procuradas. “A cebolinhasó não gosta quando faz neblina,mas a geada não lhe afeta nada”,prosseguiu.

Preços bonsSegundo o arrendatário, os pre-

ços atuais desses produtos na roçapodem ser considerados bons. Umpé de alface ou um de chicória estásendo vendido a R$ 0,50, em média;há quem os venda por grade, que éo conjunto de vários pés, mas estenão o caso de Carlos. Já o brócolissempre foi negociado por maço(cada dois ou três pés formam ummaço), o qual é vendido atualmentea R$ 1,50.

No entanto, o grande temor deCarlos é a geada, pois a produção dealface seria muito afetada. “Quan-do há geada e, logo em seguida, vemo sol, boa parte da produção acaba‘queimando’ se não for regada comágua antes do sol nascer. Eu soubeque em Caconde geou bastante masaqui, felizmente, isso não ocorreu”,concluiu. (Gazeta do Rio Pardo).

Eduardo EronGazeta do Rio Pardo

Vendas de alface caíram na roça com o frio

Segundo Carlos Aparecido Fechio, os preços atuais da alface e da chicória podem serconsiderados bons

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Exposição Girolando foi destaque na 38ª EAPIC

Em meio às várias atrações da38ª EAPIC (Expos içãoAgropecuária, Industrial e Co-mercial de São João da Boa Vis-ta), o gado Girolando foi desta-que no evento. Entre os dias 8 e9 de julho aconteceram a expo-sição e o julgamento dos bovinosda raça. A programação tevecomo objetivo resgatar a impor-tância de São João da Boa Vistacomo pólo leiteiro e contou com asupervisão da ABCG (AssociaçãoBrasileira dos Criadores deGirolando), com sede em Uberaba,Minas Gerais, cujo presidente éJosé Donato Dias, que muito incen-tiva a exposição sanjoanense.

A ABCG trouxe para o julga-mento o juiz Fábio NogueiraFogaça, da cidade de Batatais, queteve como auxiliar técnico e apren-

Evento teve como objetivo resgatar a importância de São João da Boa Vista como pólo leiteiro

diz de juiz, Sérgio Esteves deAlmeida, do município mineiro dePassos. A catalogação dos animaise digitação dos resultados ficaramsob os cuidados do secretário Sér-gio Esteves de Almeida, deUberaba. A locução dos resultadose informação ao público contoucom a colaboração de João SérgioJanuzelli de Souza, da assessoria deimprensa da 38ª EAPIC.

Os resultados contentaram a to-dos e indicam a qualidade e serie-dade dos responsáveis pela orga-nização do evento, tão significati-vo para os criadores e expositoresdesta raça em São João da Boa Vis-ta e região.

“Esta exposição é muito impor-tante, porque no Estado de SãoPaulo dificilmente se realizará umaexposição Girolando com tantos

expositores. Para São João da BoaVista vieram 26 expositores”, co-mentou o criador de Aguaí LuísMarrichi Biazzo, expositor eincentivador do evento na EAPIC.

Biazzo conquistou prêmios quemuito fazem jus ao seu trabalho ededicação à raça Girolando, comoo Grande Campeã, 1/2 sangue, ani-mal Arisca NR e Campeã Fêmea Jo-vem ¾ de sangue e o animal CanoaConvincer da Limeira, por exemplo.

DestaquesEntre os expositores, pode ser

destacado Otávio Roxo Nobre Bar-reira, de Mococa, que trouxe 12animais, que entre outros, levaramo prêmio de “Melhor Úbere”. JáJosé Alberto Paifer Menk, de Por-to Feliz, trouxe 11 animais e con-quistou vários prêmios, como o de

“Melhor Criador”. Vale ainda des-tacar a presença do expositor e cri-ador mineiro Roberto Antônio Pin-to de Melo Carvalho, de Cássia,que conquistou o honroso segun-do lugar na categoria “MelhorExpositor,Girolando 5/8.”

A exposição e julgamento fo-ram ranquiados pela ABCG e, as-sim, os participantes somarampontos importantíssimos para ocampeonato da associação. Paraserem julgados nas várias catego-rias do Campeonato Girolando2011 vieram 153 animais, que pri-maram pela beleza, docilidade equalidade.

Isto configurou para criadores,expositores e ComissãoOrganizadora, entre outros, umfato que coloca a 38ª EAPIC compotencial para alavancar novas ex-posições e fazer desta feira umadas mais importantes do Estado deSão Paulo. As expectativas de to-dos são otimistas e em 2012 pode-se esperar novidades e mais expo-sitores e criadores. “O saldo é po-sitivo, atingiu todos os objetivos evalorizou todos os esforços da co-missão, patrocinadores e exposito-res para a realização da exposi-ção”, disse Waldemar Yazbek, vice-presidente da 38ª EAPIC e respon-sável pelas exposições de bovinos.

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I Workshop de Ovinos tratou da produção comercial dos animais

A 38ª EAPIC (ExposiçãoAgropecuária, Industrial e Comercialde São João da Boa Vista) trouxe maisuma novidade na exposição de ani-mais. Foi o I Workshop de Ovinos daRegião de São João da Boa Vista, cujoenfoque tratou da produção comer-cial de ovinos.

O evento ocorreu no dia 12 de ju-lho no Pavilhão da ACE e surpreen-deu aos organizadores e visitantespelo número expressivo de partici-pantes – mais de cem – e conteúdosdiscutidos. O pecuarista sanjoanenseIsaías Valim, criador e comerciante deovinos, foi o grande idealizador doencontro. E para sua realização con-tou com total apoio da ComissãoOrganizadora da 38ª EAPIC, além daprefeitura de São João da Boa Vista,a CATI Regional de São João, o Sindi-cato Rural, a Capritec de Espírito San-to do Pinhal, a UNIFEOB e o Clube doCordeiro de Itapira.

O prefeito municipal NelsonMancini Nicolau foi o moderador dostrabalhos e ressaltou a importânciada ovinocultura para a fomentaçãode emprego na região. Na ocasião eleainda destacou como a parceria en-tre a iniciativa pública e privada podealavancar mais o setor e fazer SãoJoão da Boa Vista e região serreferencial no Estado de São Paulo nacriação de ovinos.

O pecuarista Edo OsvaldoMallmann, proprietário da Fazenda

Evento realizado no Pavilhão da ACE reuniu mais de cem participantes econtou com debates sobre a importância da ovinocultura na região

Rondon em Itararé, foi o palestranteconvidado e suas palavras trouxerammuitas reflexões para os participan-tes do workshop. De forma didática,ele falou de suas recentes experiên-cias de viagens à Austrália e NozaZelândia, onde visitou fazendas de cri-ação de ovinos, e o quanto no Brasila atividade poderá ser rentável, casose der maior importância à alimenta-ção, saneamento, manejo e à genéti-ca animal. Mallmann acredita quepara isso é necessário também com-bater o marketing negativo, que mui-tas vezes traz informações incomple-tas aos criadores e isto prejudica aprodução de carne e leite ovinos.

O engenheiro agrônomo SilvioDória, proprietário da Capritec, dis-cursou sobre o quanto a atividade éeconomicamente viável, uma vez quehá uma demanda de consumo da car-ne ovina e poucos produtores. Dóriaainda chamou a atenção de todossobre o quanto a região de São Joãooferece condições para a fomentaçãodo rebanho ovino, inclusive porquehá interesse da iniciativa pública paraisto.

Já Camila Raineri, zoootecnista daUSP de Pirassununga, falou sobre anecessidade de planejamento por fal-ta dos produtores e, destacou entreoutros itens, a importância de se pre-parar mão-de-obra qualificada parao trabalho, uma vez que há grandeescassez de trabalhadores para esta

atividade pecuária, que tem crescidono Brasil.

Representando a CATI, FranciscoCaetano discursou sobre os recursoseconômicos, como o FEAP, que o go-verno do Estado de São Paulodisponibiliza para os pequenos e mé-dios produtores rurais, em especialpara os ovinocultures.

Após os debates no Pavilhão ACE,palestrantes, pecuaristas e visitantesparticiparam de uma degustação decarne de cordeiro preparada porCarlos Soares, executive master chef,vice-presidente da Aregala Brasil, en-tre outros cargos.

Foi unânime a opinião positiva detodos sobre o I Workshop de Ovinosna 38ª EAPIC. Segundo o ovinocultore realizador do encontro, Isaias Valim,este evento será um divisor de águaspara a ovinocultura de São João daBoa Vista e região. A ComissãoOrganizadora da 38ª EAPIC, na figurade seu vice-presidente e responsávelpelo setor de exposições animais,Waldemar Yazbek, não mediu esfor-ço para a realização do evento. E istoprova que o Recinto de Exposiçõesestá mesmo voltando às suas origense, mais do que shows, é um póloincentivador da agropecuária regional.

Fotos: Leandro Gulim

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Radar Técnico

Alessandro de Souza Médico Veterinário

Muito se hou-ve falar em “bemestar animal”,seus benefícios eseus conceitos.Mas afinal, o quesignifica este ter-mo? Analisandoeste argumento

veremos que é o “método usado paramedir as condições da vida de um serhumano. Envolve o bem fisico, mental,psicológico e o emocional , além de re-lacionamentos sociais”.

O bem estar animal pode ser vistosobre duas óticas que se confundeme levam a um bem comum: isso nocaso de animais destinados a produ-ção é a qualidade do produto e em quecondições foi produzido.

O argumento utilizado para a apli-cação de estratégias diferenciadas demanejo de bovinos, em foco no bemestar animal, há tempos vem sendoassociado à vontade em atingir mer-cados compradores mais exigentes,que pagam mais por essa diferencia-ção. Este argumento é valido tendoem vista os investimentos em instala-ções e equipamentos nos grandes fri-goríficos e propriedades rurais, além

Bem estar animal, o que é isto?do treinamento constante dos colabo-radores e estratégias de produção vi-sando este mercado tão promissor.

Existe hoje na mídia um apelo mui-to forte sobre as condições de criação,manejo e abate levando- se em consi-deração justamente o “bem estar ani-mal”, fazendo com que cada vez maise mais os consumidores questionemsobre que condições que determina-dos produtos foram produzidos. Masuma questão muito importante nestecenário é a vontade de melhorar dopróprio produtor, o qual enxerga nes-te cenário o benefício econômico deque se seu rebanho for bem tratado emantido em condições onde exista o“bem estar animal”, sua lucratividadecrescerá.

Há exemplos de produtores, gran-des, médios e pequenos, que decidiramalterar a maneira com que os animaissão manejados dentro de suas propri-edades, não por acreditar que seriapossível vendê-los por um preço dife-renciado, mas sim, por saber que é im-portante que o ambiente de trabalhodentro de sua empresa, e as vezes den-tro de sua casa, seja o melhor possível,trazendo com isso resultados inespe-rados. Isso vem crescendo rapidamen-

te e fizeram com quemudassem a maneirade como produzir e cri-ar seus animais.

O produtor ruralsabe que se o seu pro-duto tiver qualidade,seu ganho será maior.E se conseguir gerarqualidade do produtocom qualidade de con-dições de produção, areceita certamenteserá positiva, pois ani-mais em melhores condiçõesambientais, manejados corretamente,sem gritos, ferrão e sofrimento, ten-dem a produzir mais e melhor.

Atualmente existe no mercado umagama de tecnologia voltada para estesegmento, como currais inteligentes;corredores para manejo do gado fei-tos de muro; trocou-se o ferrão poruma vara com um pano, sacola ou plás-tico na ponta para guiar o gado semestresse; manejo dentro do curral deforma calma, moderada e mais vezes,fazendo com que o contato com o ho-mem seja o mais próximo e amigávelpossível; cuidado no transporte de ani-mais bem como pesquisas e estudos

técnicos para evidenciarem econvenserem produtores e consumido-res de que animais manejados dentrode certos critérios que levam ao bemestar animal provocam menos estresse,acidentes e percas. Além de trabalhogenético com os animais, tornando-osmais fáceis na lida do dia a dia.

Portanto o “bem estar animal” éum conjunto de situações envolven-do o ambiente, as condições de ma-nejo, o interesse do produtor e a ne-cessidades do mercado consumidor,tudo isto voltado para uma produçãoe um mercado consumidor cada vezmais preocupado com o que colocarna mesa da sua família.

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Antonio SérgioNewsCafeiculturaOs produtores de café do sul de

Minas Gerais ainda avaliam as possí-veis perdas com a geada que ocorreuna madrugada do dia 5 de agosto. En-quanto alguns cafeicultores já esti-mam quebra de até 10% em suas la-vouras para a próxima safra, agrôno-mos de cooperativas ainda agem comcautela, uma vez que as geadas destasexta-feira ficaram restritas às regiõesde baixada, assim como ocorreu nofinal de junho.

O coordenador de desenvolvimen-to técnico da Cooperativa Regional dosCafeicultores de Guaxupé (Cooxupé),Maciel Yukio Nishioka, afirmou quesua equipe detectou geadas de maiorintensidade em lavouras de municípi-os no entorno de Poços de Caldas,mais ao sul da área de abrangência dacooperativa. Segundo ele, as geadasocorreram em regiões de risco, nas bai-xadas. Essas áreas não registravam ge-adas há tempos e ao longo do tempoforam ocupadas com café. Os pontosmais críticos ocorreram em lavourasdas cidades mineiras de Botelhos eCampestre. “As perdas ocorrerão, masainda não é possível calcular”, afirmou.

Segundo o Centro de Previsão doTempo e Estudos Climáticos (Cptec/Inpe), a temperatura mínima registra-da no Aeroporto de Poços de Caldas

Geada de baixada, afeta parte das lavourasde café no Sul de Minas e parte de São Paulo

nesta ma-d r u g a d achegou a -3,5 grausCelsius porvolta das 6horas. Aleitura sónão foi me-nor que os3,6 grausnegativosde MonteVerde, naSerra da Mantiqueira. Já em Maria daFé, entre Varginha e Itajubá, a tempe-ratura mínima foi de -0,7 graus. A par-tir de amanhã, de acordo com o Cptec,as temperaturas devem subir nova-mente.

Para Sebastião Márcio, agrônomoda Cooperativa Regional dos Cafeicul-tores do Vale do Rio Verde (Cocarive),a geada desta madrugada na regiãomineira de Carmo de Minas, foi maisintensa que a de junho. “Às 8 horasda manhã ainda havia gelo nas plan-tações”, relatou.

Segundo ele, as geadas atingiramlavouras já prejudicadas pelo fenôme-no climático de junho, principalmen-te nas regiões de baixada. Já o produ-tor Armando Matielli, de Guapé, Mi-nas Gerais, fala em perdas de 10% naslavouras. “Além das regiões de baixa-

das, as áreas de ponteira dos canavi-ais também foram bastante atingi-das”, disse. (Agência Estado)

Lavouras afetadasDiogo Dias Teixeira de Macedo, da

Fazenda Recreio em São Sebastião daGrama, São Paulo, relatou que no dia28 de junho ocorreu uma geada mo-derada na região, atingindo principal-mente as baixadas. Segundo ele, as la-vouras atingidas já apresentavam si-nais que queima das folhas às 10 ho-ras. “As 6h aproximadamente os ter-mômetros marcavam 0,5ºC. Nuncahavia visto uma geada. Estou no ramo

há 12 anos e ainda não tinha passadapor isso. É de assustar com a velocida-de da queima e a coloração das folhas“, relatou

Já a geada que ocorreu no dia 5 deagosto, que parecia ser menos inten-sa, foi bem mais prejudicial para as la-vouras de café de São Sebastião daGrama. Segundo ele, as áreas atingi-das foram bem mais altas e a tempe-ratura atingiu 0,2ºC, contra 0,6ºC daúltima. “Infelizmente as lavouras sen-tiram bem o frio e a geada. Com todacerteza posso afirmar que a safra decafé do ano que vem será menor”, la-mentou.

Plantações entre Nova Rezende e Conceição Aparecida foram afetadas pela geada

Cláudio Baquião

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Um dos graves problemas que afe-tam a citricultura é a estrelinha, doen-ça que provoca a queda do fruto e écapaz de comprometer 80% da produ-tividade da cultura. Segundo o dr. An-tonio de Goes, fitopatologista e profes-sor na Universidade Estadual Paulista(UNESP) de Jaboticabal, a estrelinha,também chamada de podridão floral,é causada por um fungo que ocorre nasflores das plantas cítricas. Entre os cí-tricos, o problema é mais relevante naslaranjeiras doces, nos limões verdadei-ros e na lima ácida tahiti.

O professor diz que, com o ataque,cai o fruto da planta, cai o chumbinhoe fica apenas o receptáculo do fruto.A planta alimenta então o cálice comose fosse um fruto. Com isso, ocorre umdistúrbio fisiológico que se manifestana forma de amarelecimento e dimi-nuição do tamanho das folhas, alémde nervuras mais salientes, o que re-fletirá na florada do ano seguinte, fa-zendo com que essa planta floresçaalgumas semanas depois do seu perí-odo normal.

Estrelinha pode provocar prejuízo de 80% na citriculturaPrevenção é a melhor medida contra queda do fruto, amarelecimento e

diminuição das folhas provocadas pela doençaKamila PitombeiraPortal Dia de Campo

“A infecção se dá, principalmente,quando os tecidos florais mudam dapigmentação verde para a branca.Para a doença se manifestar, é neces-sário ter em torno de 8 horas demolhamento foliar. Ela é uma doençamuito fácil de ser identificada, pois asflores ficam com uma coloraçãoalaranjada”, afirma o fitopatologista.

De acordo com ele, o controle deveser feito de forma preventiva. Isso por-que as pulverizações devem ser feitasem até 48 horas após o contato do fun-go com a flor para que se tenha êxitono controle. Depois desse tempo, elediz que nenhum fungicida funcionaráde forma eficiente.

Como medida preventiva, o produ-

tor deve realizar as pulverizações nosestágios de flores, que antecedem aformação dos pigmentos brancos. “Nasregiões de temperaturas mais altas,duas pulverizações são suficientes. Jánas regiões de temperaturas baixas,como as serranas, é importante fazermais de duas pulverizações, ou seja,quatro, cinco e até seis pulverizações,às vezes. Porém, se existir um históricoda doença em anos anteriores, é im-portante que o tratamento preventivoseja realizado, inclusive nas primeirasflores que se abrem”, explica Goes.

Ele acrescenta ainda que é impor-tante que o produtor trabalhe comfungicidas na dosagem convencional,indicada pelo fabricante, e no volume

adequado de calda, além de selecio-nar determinados produtos que te-nham antecedentes e que tenhamdado excelentes respostas. Nessecaso, ele cita como opções osfungicidas em mistura do grupo dostriazóis e das estrobirulinas. Segundoele, existem também outras opçõescomo o carbendazim, o tiofanatometílico e o midas, que é uma misturade fungicida famoxadone mais oditiocarbamato.

“Muitas vezes, pensamos quequando caem as pétalas, estamos li-vres da infecção do patógeno nas flo-res. Isso não é verdade. Temos expe-riência de que as pulverizações devemser preventivas, iniciadas na fase ca-beça de fósforo, aplicadas também nafase de cotonete e uma aplicação nafase de flor aberta, inclusive em que-da de pétala. Mas isso depende mui-to de quando irá ocorrer oflorescimento, das condições de umi-dade do solo e da temperatura preva-lecente na área. Uma vez que o fungoataca, não há mais o que fazer, somen-te esperar a florada seguinte. Esse pre-juízo pode ser superior a 80%” afirma.