03 agosto 2011

20
03/08/2011 142 XIX

description

Clipping Digital

Transcript of 03 agosto 2011

Page 1: 03 agosto 2011

03/08/2011142XIX

Page 2: 03 agosto 2011

Torcidas organizadas de clubes de futebol e Ministério Público assi-naram, na noite da última segunda-feira, um aditivo ao Termo de Ajus-tamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público de Minas Gerais em 2009 para o cadastramento de seus membros. O Ministério do Es-porte participou como interveniente no documento que recebeu a assina-tura de 15 associações de torcedores no Estado.

Na prática, o aditivo permite que o Ministério do Esporte ofereça pes-

soal e um programa para o cadastra-mento dos membros das torcidas or-ganizadas, através de procedimentos que incluem até mesmo a identifica-ção biométrica dos torcedores.

De acordo com o promotor de Justiça Edson Antenor Lima Paula, da 14ª Promotoria de Justiça de De-fesa do Consumidor, o cadastramento é um primeiro passo para outras me-didas que garantam a segurança dos torcedores nos estádios. Um dos ob-jetivos é criar áreas exclusivas para os torcedores de organizadas nas arenas.

O tempO-p.32 cadernO de espOrtes 03/08/2011Organizadas

Cadastro de torcidas fica mais fácil

hOje em dia-p.17 03/08/2011

Infratores, mas impunesFalta de vagas para internação de adolescentes condenados deixa

223 menores em liberdade em Minas Gerais

01

Page 3: 03 agosto 2011

cOnt...hOje em dia-p.17 03/08/2011

02

Page 4: 03 agosto 2011

estadO de minas-p.6 03/08/2011

03

Page 5: 03 agosto 2011

hOje em dia-p.3 03/08/2011

04

Page 6: 03 agosto 2011

cOnt...hOje em dia-p.3 03/08/2011

05

Page 7: 03 agosto 2011

O tempO-p.6 03/08/2011

estadO de minas-p.10 03/08/2011

CARTAS À REDAÇÃO

estadO de minas-p.3 03/08/2011

MÁRIO FONTANA

06

Page 8: 03 agosto 2011

estadO de minas-p.19 03/08/2011

QUEM MANDA NOS RADARES?Projetos dão a vereadores poder de barrar detectores da BHTrans e estabelecem regras de instalação. Especialistas veem interferência

COMO FICOU? MULTAS DA BH TRANS

07

Page 9: 03 agosto 2011

O tempO-p.24 03/08/2011

Brasília. Vendida sem nenhum tipo de restrição, a mefedrona - droga que provoca crises paranoicas e psicó-ticas - foi proibida no país. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (An-visa) decidiu incluir a substância na relação de drogas de uso e comércio proscrito no país, que consta na porta-ria 344. Com isso, ela passa a ser con-siderada como droga ilícita, ao lado de substâncias como crack e cocaína. Os efeitos da decisão da Anvisa, no en-tanto, passam a valer apenas quando a resolução for publicada no “Diário

Oficial da União”, o que é esperado para os próximos dias.

A resolução da Anvisa foi tomada depois de um pedido feito pela Polí-cia Federal, encaminhado à agência há cerca de dois meses. Usada principal-mente em clubes noturnos e conhecida como miau-miau ou sal de banho, a droga provoca no organismo uma rea-ção semelhante ao ecstasy e à cocaína. Originalmente, a substância era usada como fertilizante para plantas.

O tempO-p.14 03/08/2011 miau-miauDroga usada em casas noturnas causa paranoias

Anvisa proíbe venda de mefedrona no país

08

Page 10: 03 agosto 2011

Londres. Reino Unido. Um estudo realizado na Uni-versidade Anglia Ruskin, no Reino Unido, descobriu que quase 20% dos adolescentes já sofreu bullying na internet, em redes sociais ou celular, com fotos e mensagens passadas entre conhecidos. As pesqui-sas foram realizadas com 500 jovens com idades entre 11 e 19 anos e divulgadas no início da semana.

Segundo o estudo, a maior parte das vítimas é do sexo fe-minino. Das 273 garotas ou-vidas, 60 afirmaram ter sido vítimas de violência psicológi-ca, enquanto, entre 200 entre-vistados, apenas 27 assumiram serem vítimas.

A situação se mostrou mais complicada quando os pesquisadores perguntaram quantos já haviam presenciado ciberbullying ou conheciam uma vítima. As respostas au-mentaram para dois terços de-les (66%).

Perguntados sobre os efei-tos em suas vidas, um terço dos jovens afirmaram que sua confiança ficou abalada e que deixaram de ir à escola para

fugir dos comentários maldo-sos dos colegas.

Um pouco mais da me-tade (52%) disse que isso ha-via afetado sua saúde mental e emocional. Cerca de 39% simplesmente pararam de par-ticipar de atividades extra-cur-riculares, como encontros fora da sala de aula.

O fato mais preocupante para os pesquisadores é que apenas 45% dos jovens afir-maram que procurariam ajuda para lidar com as consequên-cias de bullying. Dos que pedi-ram ajuda, a maioria procurou os pais e os amigos.

“A maioria das interações pela internet são positivas ou neutras, mas há sempre no-vas maneiras de se praticar bullying”, disse Steven Walker, responsável pela pesquisa. Se-gundo ele, a maioria dos jo-vens deixou claro que quem pratica esse tipo de violência psicológica pensa estar fazen-do apenas uma brincadeira.

Pais devem atentar para sinais

Los Angeles. O bullying é assunto do dia para muitos pais, professores e alunos. A

incidência de violência psico-lógica nos meios digitais evi-dencia que a prática de brin-cadeiras maldosas faz parte do cotidiano infantil e de adoles-centes. Por isso, é muito im-portante que os pais consigam detectar se seus filhos são víti-mas ou até mesmo praticantes de ciberbullying, para evitar a reincidência ou auxiliar o jo-vem a lidar com a situação.

É aconselhável que os adultos monitorem o acesso dos filhos à internet, seja atra-vés de visitas ao histórico das páginas, seja mantendo por exemplo, o computador em um local da casa de grande cir-culação.

Cabe também avisar ao jovem que, caso se sinta ofen-dido com alguma publicação na internet, ele poderá fazer uma notificação ao prestador de serviço do conteúdo (como Orkut ou Facebook), para que o conteúdo ofensivo possa ser retirado do ar – tomando-se o cuidado de preservar provas dos insultos através do recurso de “print-screen”.

O tempO-p.21 03/08/2011Violência.Um terço dos entrevistados relatou que sua confiança ficou abalada

Um quinto dos adolescentes sofre bullying em redes sociais Pesquisadores entrevistaram 500 jovens com idade entre 11 e 19 anos

09

Page 11: 03 agosto 2011

hOje em dia-p.18 03/08/2011

10

Page 12: 03 agosto 2011

cOnt...hOje em dia-p.18 03/08/2011

11

Page 13: 03 agosto 2011

estadO de minas-p.6 03/08/2011

12

Page 14: 03 agosto 2011

A paulistana Camila Moreira Olímpio, 27 anos, deu pu-los de alegria quando engravidou. Antes de completar três meses de gestação, sua casa já estava abarrotada de roupinhas de bebê. O enxoval era todo rosa porque ela nunca teve dúvi-das de que a criança que carregava no ventre era uma menina. Até o nome estava escolhido: Stacy. Com o berço e o guarda-roupa instalados no quarto, Camila e o marido foram cons-truindo sonhos. “Daí veio a desilusão. Fui fazer o ultrassom e o médico disse que o meu bebê não tinha calota craniana nem massa encefálica”, lamenta Camila. “Desci da maca e saí correndo do posto de saúde. Parei na beira da avenida. Ali, vi o meu castelo desabar.” Ela descobriu que a criança que tanto amava era mesmo uma menina. Mas constatou, também, que Stacy não sobreviveria porque sofria de uma grave má-for-mação fetal chamada anencefalia. Uma anomalia congênita irreversível e incompatível com a vida.

“E agora, o que eu faço?”, perguntou aos médicos. Eles explicaram que levar a gravidez adiante lhe traria mais ris-cos do que numa gestação comum. Camila ficou dez dias en-furnada em casa. Não abria a janela, não tomava banho, não penteava o cabelo, não comia, não levantava da cama. “Entrei em depressão. Estar grávida e saber que não teria minha filha comigo estava me matando”, lembra. “Se eu não antecipasse o parto, perderia a chance de ter outro filho porque eu morre-ria junto.” Camila decidiu se valer de uma liminar concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Au-rélio Mello, que permitia que grávidas de anencéfalos fizes-sem aborto. Conseguiu realizar o procedimento no 5º mês de gestação. Ela foi uma das cerca de 60 beneficiadas entre 1º de julho e 20 de outubro de 2004, período em que a decisão provisória vigorou. Começava ali uma batalha jurídica entre grupos de defesa dos direitos humanos e entidades de cunho religioso. Esse embate, no entanto, pode terminar em breve. Em agosto, o STF deve julgar uma ação proposta pela Con-federação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS), que reivindica a legalização do aborto em casos de anencefalia.

“Obrigar uma mulher a passar meses, entre o diagnóstico e o parto, dormindo e acordando sabendo que não terá aquele filho, é impor a ela um imenso sofrimento inútil. Isso viola o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana”, afirma o advogado Luís Roberto Barroso, da CNTS. “É uma situação equiparável à tortura. Interromper ou não a gestação deve ser uma opção da mulher e de seu médico. O Estado, o Judiciário ou quem quer que seja não têm o direito de interfe-rir nessa decisão.” Barroso fundamenta a ação em mais dois pilares. Primeiro, alega que a interrupção da gestação de um anencéfalo, tecnicamente, não pode ser considerada aborto porque o feto não é uma vida em potencial. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o que define a morte é a falta de atividade cerebral e, como o anencéfalo não tem

cérebro, ele seria um natimorto. Um dos argumentos dos gru-pos contrários é que, caso a gestação chegue aos nove meses, os órgãos do bebê podem ser doados. Mas nem a OMS nem o Conselho Federal de Medicina recomendam a doação porque esses órgãos não são de boa qualidade.

A outra tese de Barroso é que a lei brasileira permite o aborto em duas ocasiões: se a gravidez é resultado de estupro ou se há riscos para a mãe. “Interromper a gestação de um feto anencefálico é menos do que nas duas situações já previstas pelo Código Penal, pois tanto no caso de estupro quanto no de riscos para a mãe, o feto tem potencialidade de vida”, relata o advogado. “O nosso Código Penal não contempla a hipóte-se do feto inviável porque foi elaborado em 1940, quando o diagnóstico da anencefalia não era possível.” Paulo Fernando da Costa, vice-presidente da Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família, entidade católica das mais fervorosas no com-bate à ação da CNTS, contesta. “Não podemos condenar uma pessoa à morte. Se essa proposta for aprovada, será aberta uma janela para a legalização completa do aborto”, afirma. “Existem projetos sobre o tema tramitando no Congresso Na-cional desde 1991. O que esses grupos feministas não conse-guem no Legislativo, tentam via Judiciário”.

Costa conta que a Associação fez um filme sobre Marce-la de Jesus – uma menina do interior paulista, que morreu em agosto de 2008, com 1 ano e 8 meses – e está entregando aos ministros do STF cópias do DVD. A história de Marcela se tornou uma das principais bandeiras de grupos religiosos na cruzada antiaborto. “É uma bandeira desumana. A Igreja Ca-tólica explora esse caso para mistificar uma tragédia. Marcela não era anencéfala. Tinha merocrania”, garante o geneticista Thomaz Gollop, professor da Universidade de São Paulo e coordenador do Grupo de Estudos sobre o Aborto. O médi-co explica que o que distingue esse quadro da anencefalia é a presença de um cérebro muito rudimentar – um pouco mais de massa encefálica, coberta por uma membrana. Isso faz com que o indivíduo sobreviva um pouco mais. Mas não faz com que tenha cérebro nem que interaja. “Quando a anen-cefalia é diagnosticada, não estamos discutindo a vida, mas a morte certa”, diz Gollop. “Tenho esperança de que, assim como em decisões recentes, o Supremo respeite a laicidade do Estado”.

Além de refutar a legitimidade do Supremo, justificando que a Corte tem se debruçado sobre questões que seriam de competência do Legislativo, a Associação questiona a postura do ministro Marco Aurélio. “Entramos com uma representa-ção na Procuradoria-Geral da República alegando a suspeição do ministro. Anexamos reportagens em que ele manifestou opiniões favoráveis ao aborto”, declara Costa. Desde 1989, mulheres têm sido autorizadas pela Justiça a interromper a gestação de fetos anencéfalos. A diferença agora é que, se

revista istO é-p.62 a 65 03/08/2011

A vida depois do abortoNas próximas semanas, o STF deve decidir sobre a interrupção da gravidez de fetos

sem cérebro. ISTOÉ mostra como vivem as mulheres que abortaram legalmente em 2004, quando o pro cedimento foi permitido por alguns meses

13

Page 15: 03 agosto 2011

o Supremo acolher a proposta da CNTS, elas não precisa-rão mais recorrer aos tribunais e serão poupadas de meses de angústia aguardando uma sentença. Os hospitais públicos, assim como os planos de saúde, terão de lhes oferecer a assis-tência necessária.

Camila afirma que, mesmo com a liminar de Marco Au-rélio, batalhou para conseguir um hospital que aceitasse fazer o aborto. “Entrei em trabalho de parto no dia 18 de outubro. No dia 20, a liminar caiu”, lembra. “Foi um desespero. Al-gumas mulheres que estavam internadas foram mandadas de volta para casa. Se eu saísse de lá, grávida, não resistiria. Ia enlouquecer.” O casamento de Camila terminou um ano de-pois. Ela desistiu de tentar ser mãe depois de descobrir que é alérgica aos comprimidos de ácido fólico, uma vitamina do complexo B essencial para prevenir má-formação fetal. “Te-nho muito medo de passar por tudo de novo, por aquela desi-lusão”, diz. “Minha filha nasceu viva. Morreu dez segundos depois. Eu não quis ver, preferi guardar a imagem que eu tinha dela na minha cabeça”. Camila leva uma vida pacata. Divide uma casa simples em Cotia, na Grande São Paulo, com duas amigas e os três filhos delas. Não é de curtir baladas. Passa a maior parte do tempo trabalhando como demonstradora de café num supermercado.

A pernambucana Michele Gomes de Almeida, 30 anos, passou por um drama semelhante ao de Camila. “Ela foi ao Supremo numa das audiências públicas sobre anencefalia”, afirma a antropóloga Debora Diniz, pesquisadora da Anis – Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero. “No par-latório, disse para o Marco Aurélio: ‘Eu sou quem você prote-geu’. Aquilo foi muito forte.” Michele falou diante de um ple-nário lotado que se submeteu a um tratamento médico porque não podia engravidar – e, quando conseguiu, descobriu que o menino tinha anencefalia. “A vida humana é permanentemen-te um drama”, prega dom João Carlos Petrini, presidente da Comissão para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. “É verdade que gerar um filho assim é um sofrimento para a mãe e também é evidente que a criança vai morrer, mas não podemos querer aliviar esse sofrimento a qualquer preço.”

“Só quem passa por isso entende o tamanho da dor. Era um bebê amado, antes mesmo de ser gerado”, contou Michele à ISTOÉ. “Passei por muita humilhação. Cheguei a perguntar ao meu marido se ele queria se separar, porque eu não poderia dar um filho a ele. As pessoas me tratavam como se eu ti-vesse um animal na barriga. Eu precisava fazer alguma coisa para aquietar a minha dor. O tempo vai passando, a ferida vai cicatrizando, mas jamais vou esquecer que perdi um filho.” Michele fez o aborto na 16ª semana de gestação. Ela é casa-da há uma década com o segurança Ailton, 31 anos. Hoje os dois estão felizes. Michele engravidou mais duas vezes. Teve Nicolly, 6 anos, e Yasmin, 3. “A gravidez de Nicolly foi atri-bulada. Só fui relaxar depois dos sete meses. Na da Yasmin, só sosseguei depois de fazer o ultrassom morfológico.”

O medo de que alguma coisa dê errada é comum às ges-tantes. Quando a mulher tem um passado traumático essa sen-

sação é multiplicada. Foi assim com a paulista Érica Souza do Nascimento, 22 anos. Ela fez a antecipação do parto dias an-tes de Camila, na 17ª semana de gestação, no mesmo hospital. “Foi complicado emocionalmente. Imagina ter consciência de que seu filho vai nascer e morrer, e você não vai poder fa-zer nada”, diz Érica. “Não tive dúvidas de que interromper a gestação era a melhor opção. Não queria sentir o meu neném mexer e, depois, ter de enterrá-lo.” Durante um bom tempo, Érica não conseguia ver crianças. Doía. Machucava. “Isso só passou quando engravidei de novo”, conta Érica, aos pran-tos. “No ultrassom, eu e minha mãe estávamos apreensivas. A gente queria perguntar se a cabecinha do neném estava bem, mas não tivemos coragem. A gente esperou o laudo sair para ver o que estava escrito. Foi uma das melhores sensações que tive na vida.” Yasmin, uma menina de 5 anos toda serelepe, é a alegria dos pais. “Foi ela que me ajudou a esquecer”, garan-te Érica. “Minha filha é tudo na minha vida.” DIAGNÓSTICO DEVA STADOR

O geneticista Thomaz Gollop participou das audiências públicas no STF em que se debateu a interrupção da gestação em casos de anencefalia. Médico com quatro décadas de ex-periência, ele falou à ISTOÉ:

ISTOÉ – O diagnóstico da anencefalia, por meio de ul-trassom, é seguro?

Thomaz Gollop – É 100% seguro. Pelo menos 10 mil brasileiras conseguiram autorização judicial para interromper a gestação de fetos anencéfalos. A primeira autorização foi dada em 1989. Mas se o STF aprovar a interrupção da gravi-dez nesses casos, a mulher que optar por isso não terá mais de recorrer aos tribunais e sua decisão não será revestida de culpa, pois ela não estará fazendo nada ilegal. Obrigar uma mulher a manter uma gravidez de um feto inviável é submetê-la à tortura.

ISTOÉ – Como outros países tratam a questão da anen-cefalia?

Gollop – O aborto é livre em quase todos os países de-senvolvidos. A discussão sobre a interrupção da gestação de fetos anencefálicos, em separado, é uma originalidade brasi-leira porque aqui esse debate é muito complicado por causa de questões religiosas.

ISTOÉ – A falta de atividade cerebral de um anencéfalo pode ser comparada à morte encefálica de um adulto?

Gollop – Pode sim. Desde os anos 60, a doação de órgãos de indivíduos com morte cerebral é permitida. Quem não tem cérebro, como é o caso do anencéfalo, é um natimorto. Esta-mos, portanto, discutindo novamente a morte. E não a vida. É por isso que costumamos falar em antecipação do parto, e não em aborto.

cOnt...revista istO é-p.62 a 65 03/08/2011

14

Page 16: 03 agosto 2011

cOnt...revista istO é-p.62 a 65 03/08/2011

Criado para receber queixas de vio-lência doméstica contra a mulher, o Ligue 180 ganhará o mundo

Criado para receber queixas de violên-cia doméstica contra a mulher, o Ligue 180 ganhará o mundo. A partir de novembro, links começam a ser instalados em nossos

consulados, direcionando chamadas feitas no Exterior para uma central no Brasil. A secretária de Políticas para as Mulheres, Iriny Lopes (foto), anuncia a novidade no dia 5, quando a Lei Maria da Penha com-pleta cinco anos. Nesse período, a central fez 2 milhões de atendimentos.

revista istO é-p.32 03/08/2011Ricardo Boechat - Jornalista - Colunista semanal

Sem fronteiras

O Senado comemora amanhã os cinco anos de vigência da Lei Maria da Penha, que tornou mais rigorosa a punição para agressões contra mu-lheres. O evento, solicitado por Gleisi Hoffmann, senadora licenciada e hoje ministra da Casa civil, será na sessão plenária, às 14h.

O tempO-p.2 03/08/2011A . PARTE

Mulheres

15

Page 17: 03 agosto 2011

BRASÍLIA. A Receita Federal rei-terou ontem a necessidade de os bancos recolherem Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre o pagamento de contas com cartão de crédito. A me-dida não é nova e já está em vigor des-de abril deste ano, quando o governo aumentou a alíquota do tributo sobre as operações de crédito de 1,5% para 3%. Mas muitas instituições financeiras não vinham recolhendo o tributo por não considerá-lo necessário sobre este tipo de operação.

A explicação da Receita foi publi-cada ontem por meio de Ato Declarató-rio no Diário Oficial, expediente utili-zado pelo Fisco para reforçar medidas

que não tenham sido bem compreendi-das pelos contribuintes. Muitas insti-tuições financeiras permitem que seus clientes utilizem o cartão para pagar diversas contas, como, por exemplo, luz. A Receita entende que incide IOF sobre essas operações também porque o banco está financiando o pagamento da conta.

A medida foi adotada, entre outras razões, para conter o crédito contratado pelas pessoas físicas. Outra ação com o mesmo objetivo é o aumento da exi-gência para o pagamento mínimo das faturas do cartão. Desde junho, o clien-te tem que pagar pelo menos 15% da fatura. A partir de dezembro, o percen-

tual aumenta para 20%.Desde o fim do ano passado, o go-

verno vem tentando conter o mercado de crédito, que, em junho, voltou a bater recorde de crescimento, de acordo com dados do Banco Central. Já aumentou a exigência de capital dos bancos que financiam a compra de veículos com prazos superiores a 24 meses e aumen-tou o recolhimento do compulsório so-bre depósitos à vista e a prazo.

No fim de julho, o BC limitou o uso do cartão para o crédito consigna-do, desestimulando este tipo de opera-ção de financiamento, muito usada por aposentados, com prazos longos no cartão.

O tempO-p.13 03/08/2011Taxação.Alíquota do tributo sobre operação é de 3%

Pagamento de conta com cartão de crédito terá IOFMedida já está em vigor desde abril, mas bancos ainda não cobravam

O tempO-p.11 03/08/2011Saúde.Medidas valem para planos novos e entram em vigor em 2012

Cobertura de plano terá mais 60 novos itens obrigatóriosVideolaparoscopia usada na redução de estômago e PET Scan entram na lista

SÃO PAULO. A Agência Nacional de Saúde Su-plementar (ANS) publicou ontem uma resolução que amplia a lista de cobertura assistencial obrigatória para os planos de saúde. Os convênios terão que custear, a partir de janeiro de 2012, cerca de 60 novos procedi-mentos - entre eles, cirurgia de redução de estômago via laparoscopia (hoje só cobrem a chamada “de bar-riga aberta”) e outras 41 cirurgias por vídeo, método considerado menos invasivo, terapia ocupacional e a tomografia “PET Scan”, usada no diagnóstico e na avaliação do avanço do câncer.

A resolução, que começará a ser cumprida pelas empresas em janeiro de 2012 para planos contratados a partir de 1999, amplia os direitos da parturiente e acompanhante: define as despesas a serem cobertas para o acompanhante durante o pré-parto, parto e pós-parto imediato, que devem incluir as taxas de para-mentação, acomodação e alimentação. No pós-parto, essas despesas estão cobertas por 48 horas, mas po-dem chegar a dez dias, se o médico indicar.

Para a gerente-geral de regulação assistencial da ANS, Martha Oliveira, a ampliação dos procedimen-tos não acarretará em aumento significativo de preço aos segurados. Segundo ela, os novos exames podem reduzir o número de internações ou de procedimentos complementares. “Em 2008, houve inclusão de 150

procedimentos. Após um ano, o impacto foi de 1,1%. Há procedimentos que, inicialmente, acha-se que têm um alto custo, mas reduzir o uso de outros exames e de internações”.

A revisão da resolução atualiza o “Rol de Proce-dimentos e Eventos em Saúde”, referência básica para cobertura nos planos de saúde contratados a partir de 1º de janeiro de 1999. A consulta pública recebeu 6.522 contribuições - 70% delas de consumidores.

Pequenas. Para a Associação Brasileira de Medi-cina de Grupo (Abramge), a inclusão de procedimen-tos pela ANS sem que tenha sido feita estimativa de custos é um “absurdo”. Segundo a associação, que representa mais de 200 operadoras, a mudança “pode custar a falência de algumas empresas, principalmente as de pequeno e médio porte”.

A entidade diz que essas empresas “já lutam para vencer taxas e obrigações impostas pela ANS” e que os novos procedimentos são “mais uma dificuldade”. “Além disso, preocupa a falta de recursos técnicos e humanos - médicos e equipamentos de alto custo - fora dos grandes centros”.

Já a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que representa grandes operadoras, diz apenas que, uma vez aprovada a inclusão de um pro-cedimento, “a legislação é rigorosamente cumprida”.

16

Page 18: 03 agosto 2011

O tempO-p.3 03/08/2011

Foi prorrogada ontem a licença médica do ministro do Supremo, que se recupera de uma cirurgia no quadril, reali-zada em junho. Ele ficará afastado do trabalho até o dia 30

de agosto, o que atrasa ainda mais a análise da ação penal do mensalão, da qual Barbosa é relator - que deve ser julgado pelo Supremo em 2012.

O tempO-p.2 03/08/2011A . PARTE

O personagem Joaquim Barbosa

17

Page 19: 03 agosto 2011

cOnt...O tempO-p.3 03/08/2011

18

Page 20: 03 agosto 2011

cOnt...O tempO-p.3 03/08/2011

19