Dossier Especial - Nosso Bairro Nossa Cidade

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março 2013 01 Nosso Bairro, Nossa Cidade A participação ativa e permanente dos mo- radores em ações de melhoria dos bairros está a mudar a realidade social da Bela Vista e zona envolven- te. Com o programa “Nosso Bairro, Nossa Cidade” são as pessoas que decidem o que fazer, quando e como, para melhorar o sítio onde vivem. O projeto inédito a nível nacional começou a dar os primeiros passos há cerca de um ano, de forma qua- se informal, com pequenos grupos de moradores do Bairro da Bela Vista a arre- União por um bairro melhor gaçar as mangas e a deitar mãos à obra, dinamizando algumas atividades, sobre- tudo na área da reabilitação urbana. As primeiras ações visí- veis contagiaram as popu- lações da Bela Vista e zona envolvente, dando origem a um projeto mais abran- gente e ambicioso, liderado pela Câmara Municipal de Setúbal. O sentimento de união de esforços por uma causa comum ganhou maior sen- tido, desencadeando um processo de organização de moradores nunca antes visto, com o objetivo claro de melhorar as condições de vida e os laços de vizi- nhança em bairros marca- dos pela multiculturalidade. O “Nosso Bairro, Nossa Cidade” envolve residentes, serviços municipais e perto de trinta entidades sedia- das no território, numa área que engloba os bairros da Bela Vista, da Alameda das Palmeiras, do Forte da Bela Vista, das Manteigadas e da Quinta de Santo António. De acordo com dados ha- bitacionais da Autarquia de dezembro de 2011, é abrangida por este projeto uma população estimada de cerca de 6700 pessoas, num total de 153 edifícios com 1592 fogos, dos quais mais de 26 por cento são de propriedade privada. Em reuniões com os mora- dores, cumprindo a estraté- gia do Executivo municipal de gestão de proximidade, são analisadas as necessi- dades e ideias apresentadas pelas populações, seguin- do-se a dinamização de ações e atividades em dis- tintas áreas de intervenção. “Queremos que os mora- dores sejam os protago- nistas desta mudança que pretendemos fazer no terri- tório”, salientou a presiden- te da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, na apresentação do “Nosso Bairro, Nossa Ci- dade”, em abril de 2012, no Parque Verde da Bela Vista. No mesmo momento, a autarca realçou que “as pessoas são uma parte fun- damental na resolução dos problemas”, vincando que “só com a participação de todos os moradores e com o reforço das ações institu- cionais será possível trans- formar estes bairros, onde todos têm lugar”.

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Dossier dedicado ao projeto de reinserção social "Nosso Bairro, Nossa Cidade", desenvolvido em Setúbal

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março 201301

Nosso Bairro, Nossa Cidade

A participação ativa e permanente dos mo-radores em ações de

melhoria dos bairros está a mudar a realidade social da Bela Vista e zona envolven-te. Com o programa “Nosso Bairro, Nossa Cidade” são as pessoas que decidem o que fazer, quando e como, para melhorar o sítio onde vivem.

O projeto inédito a nível nacional começou a dar os primeiros passos há cerca de um ano, de forma qua-se informal, com pequenos grupos de moradores do Bairro da Bela Vista a arre-

União por um bairro melhorgaçar as mangas e a deitar mãos à obra, dinamizando algumas atividades, sobre-tudo na área da reabilitação urbana.

As primeiras ações visí-veis contagiaram as popu-lações da Bela Vista e zona envolvente, dando origem a um projeto mais abran-gente e ambicioso, liderado pela Câmara Municipal de Setúbal.

O sentimento de união de esforços por uma causa comum ganhou maior sen-tido, desencadeando um processo de organização de moradores nunca antes

visto, com o objetivo claro de melhorar as condições de vida e os laços de vizi-nhança em bairros marca-dos pela multiculturalidade.

O “Nosso Bairro, Nossa Cidade” envolve residentes, serviços municipais e perto de trinta entidades sedia-das no território, numa área que engloba os bairros da Bela Vista, da Alameda das Palmeiras, do Forte da Bela Vista, das Manteigadas e da Quinta de Santo António.

De acordo com dados ha-bitacionais da Autarquia de dezembro de 2011, é abrangida por este projeto

uma população estimada de cerca de 6700 pessoas, num total de 153 edifícios com 1592 fogos, dos quais mais de 26 por cento são de propriedade privada.

Em reuniões com os mora-dores, cumprindo a estraté-gia do Executivo municipal de gestão de proximidade, são analisadas as necessi-dades e ideias apresentadas pelas populações, seguin-do-se a dinamização de ações e atividades em dis-tintas áreas de intervenção.

“Queremos que os mora-dores sejam os protago-nistas desta mudança que

pretendemos fazer no terri-tório”, salientou a presiden-te da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, na apresentação do “Nosso Bairro, Nossa Ci-dade”, em abril de 2012, no Parque Verde da Bela Vista.

No mesmo momento, a autarca realçou que “as pessoas são uma parte fun-damental na resolução dos problemas”, vincando que “só com a participação de todos os moradores e com o reforço das ações institu-cionais será possível trans-formar estes bairros, onde todos têm lugar”.

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A construção de uma comunidade melhor é feita com o esforço e a união dos moradores. É feita de pequenas e grandes ações, desde atividades desportivas, culturais e recreativas, a obras de requalificação do edificado, assentes numa participação ativa e envolvente, dos mais novos aos mais velhos. A mudança de mentalidades é a chave do sucesso de um programa inédito que renovou a identidade individual e consolidou o sentimento de pertença da população aos bairros

Mudança por fora e por dentro

A vida nos bairros sociais está em transformação. Mais do

que as intervenções físicas exe-cutadas para beneficiação do edificado e de variadas ativida-des multiculturais dinamizadas, a principal mudança nasce com o despertar de consciências para a criação de uma nova realidade.

O “Nosso Bairro, Nossa Cida-de” é o elemento catalisador da mudança. O programa desen-volvido pela Câmara Municipal de Setúbal, envolvendo mora-dores e diversas entidades em ações conjuntas, tem impulsio-nado a renovação da identidade individual e fomentado a união de esforços para a construção de uma nova vida.

Para agilizar o processo de comunicação entre a Autarquia e os moradores do território abrangido no programa, com um total de quase sete mil habi-tantes distribuídos por mais de 1500 fogos, foram designados mais de uma centena de inter-locutores, eleitos pelos próprios residentes, com a função de re-presentar um determinado gru-po de munícipes.

São as pessoas que têm de de-cidir o que fazer, quando e como, para mudar o bairro onde vivem, por uma comunidade melhor. Lançado o desafio, aos poucos

exterior e transformaram, por completo, a vida dos moradores. “Estou orgulhoso, não só por ter ajudado a modificar a imagem do bairro mas também por con-tinuar a contribuir para a cons-trução de um futuro melhor.”

Recentemente, a luz voltou à noite do bairro. A falta de ilumina-ção era um dos problemas mais graves e uma das reivindicações antigas dos moradores. “As pes-soas já não se sentem tão inse-guras e saem mais. Ficam na rua a falar e ajudam nas tarefas, seja a pintar ou a limpar os pátios.”

A remoção das caixas de sane-amento e das tubagens de reco-lha de águas pluviais do interior para o exterior do edificado é uma nova ação no horizonte dos moradores, que têm ainda a in-tenção de requalificar a barreira do Forte da Bela Vista, proporcio-nando uma vista ainda melhor sobre o Sado e Troia.

A Comissão de Moradores tam-bém lançou um boletim informa-tivo do bairro, divulgando o que foi feito e as novas iniciativas.

Sobre a importância do “Nosso Bairro, Nossa Cidade”, António Nicácio é perentório a afirmar que, ao envolver o esforço dos moradores na materialização das ações, é “um projeto muito positivo, de interligação entre

e poucos, gerou-se um envolvi-mento mais abrangente e parti-cipado, com novas responsabi-lidades e funções na criação de novas dinâmicas sociais para toda a população.

Fortalecidas individualmente, tornaram a comunidade igual-mente mais forte. Mas o que mudou afinal nas pessoas?

António Nicácio, natural de An-gola, vive no Forte da Bela Vista há três anos com a família. Inter-locutor no “Nosso Bairro, Nossa Cidade”, confessa que o início do programa foi complicado. Mas foi possível dar a volta por cima. “As pessoas recuperaram a es-perança e voltaram a acreditar nas instituições. É isso que as move na procura de algo melhor.”

Orgulhoso pela transformação, António é um dos dinamizado-res da recente Comissão de Mo-radores, constituída, frisa, para “defender melhor os interesses dos residentes e solucionar pro-blemas centralizados e comuns a toda a comunidade”, porque, explica, “todos juntos, é possível fazer algo muito bonito.”

As pinturas no Forte da Bela Vista realizadas no verão, bairro que não via novas tintas há mais de duas décadas, acabaram por mudar mais do que simples fa-chadas. Renovaram a imagem

jovens, adultos e idosos, de to-das as etnias, e que fomenta a autoestima das pessoas”.

Bairros em movimento

A recuperação do edificado dos bairros que integram o progra-ma municipal – Bela Vista, For-te da Bela Vista, Alameda das Palmeiras, Quinta de Santo An-tónio e Manteigadas – é uma das ações com maior visibili-dade e impacte no incremento da qualidade de vida das popu-lações.

Contudo, o “Nosso Bairro, Nossa Cidade” não se resume à execu-ção de obras de beneficiação e a arranjos nos espaços exteriores. Pouco a pouco, novas dinâmicas sociais têm sido criadas com um conjunto de iniciativas que fo-mentam a interação e a melhoria das relações de vizinhança.

A organização de grupos de moradores é um dos fenóme-

nos de maior relevância verifi-cados com a implementação do programa, não só com a eleição de interlocutores, mas também com a criação de condomínios. O primeiro surgiu no Bairro da Bela Vista, ao fim de mais de mais de três décadas de cons-trução do edificado.

Para promover a aproximação dos munícipes à gestão camará-ria são realizados encontros que funcionam como espaços de debate, de troca e de partilha de ideias, nos quais a população tem oportunidade de enunciar proble-mas e lançar novas iniciativas a desenvolver em prol da qualidade de vida da comunidade.

Um dos exemplos de ações dinamizadas com sucesso é o “Desporto na Rua” com ativida-des físicas, jogos e dança, que junta miúdos e graúdos em mo-mentos de convívio, com anima-ção nas ruas do território e parti-lha intercultural.

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DOSSIER ESPECIAL Nosso Bairro, Nossa Cidade

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Mudança por fora e por dentro

Para ocupar os tempos livres nos períodos de interregno le-tivo, grupos de jovens mora-dores promovem o “Férias no Bairro”, uma iniciativa gratuita com atividades lúdicas, pe-dagógicas e desportivas, que também leva crianças e jovens a conhecer vários locais de in-teresse cultural da cidade.

O apelo de um amigo e uma ponta de curiosidade conven-ceram Flávio Silva a abraçar a função de monitor da iniciativa “Férias no Bairro”, juntamente com outro amigo. O desafio foi lançado pela “Tia Riquita”, assim é carinhosamente conhecida Teresa Diogo, uma das mento-ras de várias atividades dinami-zadas por jovens na Bela Vista.

“É uma boa iniciativa para ocu-par o tempo de crianças do bair-ro, para que não andem a vague-ar. Dá também a oportunidade de fazerem atividades que nor-malmente não conseguiam fa-

zer”, sublinha o jovem estudante, que está envolvido na dinami-zação de outras ações, como o Festival “Mudar o Olhar”.

Flávio, 19 anos, integra tam-bém o elenco de participantes do Teatro do Oprimido, grupo constituído por jovens da Bela Vista. “Somos um grupo peque-no. Aprendi a gostar de teatro e espero poder levar esta arte a outros jovens”, refere, adiantan-do a intenção de organizar um novo festival de música e dança, com artistas locais, que envolva toda a população.

“Há muito tempo que as pes-soas não falavam tanto. Estava cada um para seu lado, separa-dos. Hoje, os moradores estão mais unidos e isso faz toda a diferença”, aponta Flávio, con-siderando que essa é a princi-pal mudança introduzida pelo programa “Nosso Bairro, Nossa Cidade”.

Para este ano está definida

a realização de atividades de continuidade, como o Despor-to na Rua, o Saúde em Proxi-midade e o Férias no Bairro, e de novas, como serões comu-nitários, ações de primeiros socorros, uma campanha de sensibilização de higiene e sa-lubridade, um festival de dança, um torneio de futsal, uma festa do dia dos avós e concursos de fotojornalismo e grafiti.

Aprender em conjunto

A dinamização de atividades de formação e de aprendizagem de grupo é outras das áreas em desenvolvimento na Bela Vista, iniciativas de enriquecimento pessoal que também desempe-nham um papel importante na vertente social da comunidade.

Eduarda Fernandes reside na Bela Vista há quase trinta anos. Saiu de uma quinta na zona da Azeda depois de casar para mo-

rar no “Bairro Amarelo”, onde tem orgulho de viver. Foi uma das primeiras moradoras a arrega-çar as mangas e a meter mãos à obra para cuidar daquilo que também lhe pertence, promo-vendo, com a ajuda dos vizinhos, ações de beneficiação do prédio.

“Ao início ninguém queria fazer nada. Foi preciso alguns darem os primeiros passos para que outros se envolvessem”, afirma a moradora, reforçando que “a melhoria da comunicação pro-porcionou mais convívio entre as pessoas, sobretudo entre os vários bairros”.

Feitas as intervenções, ficar pa-rada não foi uma opção, até por-que o sedentarismo não faz par-te da sua personalidade. Decidiu partilhar o conhecimento com outras pessoas na arte do tricot e crochet, em ateliers de traba-lhos manuais, com formações semanais, à tarde, na Biblioteca Municipal – Polo da Bela Vista.

“Começámos com quatro e agora já temos o dobro das pessoas a frequentar as aulas, inclusive de fora do bairro, da zona da Reboreda e da Praça de Portugal”, adianta Eduarda Fer-nandes, vincando a mais-valia social da iniciativa: “Temos con-nosco uma senhora com 88 anos, que vive sozinha. Passa ali um bom bocadinho, a falar e a conviver. Sempre se distrai.”

No horizonte de Eduarda Fer-nandes está já uma outra ati-vidade para a população, que consiste na dinamização de um programa desportivo no Parque Verde da Bela Vista, que “ponha a população a mexer”, de fo-mento da atividade física como fator de promoção de um estilo de vida saudável.

Um ano depois, o “Nosso Bair-ro, Nossa Cidade” está a crescer, com o dinamismo de moradores, instituições e Autarquia. Ganham os bairros, ganha a cidade.

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DOSSIER ESPECIAL Nosso Bairro, Nossa Cidade

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A Bela Vista está diferente, para melhor. Um conjun-

to de ações dinamizadas pela Câmara Municipal de Setúbal, iniciadas em 2010, impulsionou uma autêntica transformação no quotidiano de moradores, seja na forma de viver, sentir e estar nos bairros onde residem.

Com o programa RUBE – Re-generação Urbana da Bela Vis-ta e Zona Envolvente, muitos dos estigmas sociais asso-ciados àquela área de Setúbal foram suprimidos. As relações de vizinhança melhoraram e novas dinâmicas sociais foram criadas, objetivos que conti-nuam a ser reforçados com o “Nosso Bairro, Nossa Cidade”, complementar ao RUBE.

A mudança da face da Bela Vista e a criação de novas dinâmicas não se restringem ao “Nosso Bairro, Nossa Cidade”. Com o programa RUBE, a Autarquia promoveu um conjunto de ações de melhoria do território. São obras de recuperação do edificado, novos equipamentos e até projetos culturais e de âmbito social. Tudo pela qualidade de vida das populações

Bela Vista ganha nova vidaCom várias ações de melho-

ria do território, o investimento superior a sete milhões de eu-ros inclui um conjunto variado de ações de melhoria do terri-tório, com operações abran-gentes de reabilitação urbana, projetos de recuperação e ins-talação de equipamentos des-portivos e sociais e ações de índole cultural e recreativa.

A reconversão dos espaços comuns do Bairro da Bela Vista constitui uma das principais be-neficiações no âmbito do RUBE e um dos últimos projetos que falta concluir, com a reabilita-ção das zonas exteriores, ao ní-vel dos pavimentos, mobiliário e iluminação, para transforma-ção em logradouros multifun-

cionais de apelo ao sentimento de convívio.

No bairro Alameda das Palmei-ras, foram melhoradas as con-dições de mobilidade pedonal e reforçadas as acessibilidades rodoviárias de acesso a veículos de emergência, nas Manteiga-das foi instalado um novo equi-pamento infantil e no Bairro da Bela Vista foi reabilitada a rede de combate a incêndios exis-tente no espaço público.

Com a implementação do programa RUBE foi ainda pos-sível à Autarquia criar novos equipamentos para usufruto da população, nas mais varia-das áreas, assim como a bene-ficiação e melhoria de outros já existentes.

Aproveitando um espaço ob-soleto no “Bairro Amarelo”, foi criado o Mercado Social, equi-pamento logístico com fun-ções de tratamento, armaze-namento e distribuição de bens não perecíveis, com o objetivo de melhorar o apoio solidário a famílias carenciadas do conce-lho de Setúbal.

O Centro Multicultural, o Com-plexo Municipal de Piscinas das Manteigadas e o Campo de Futebol da Bela Vista são equi-pamentos alvo de um conjunto alargado de intervenções de be-neficiação que os dotou de me-lhores condições de utilização e conforto.

Já o polo da Bela Vista da Biblio-teca Municipal mudou de instala-ções. O equipamento, mais am-plo e com renovadas valências, é um dos locais de conhecimento mais utilizados pela comunidade, também como ponto de acesso à internet.

Observar os bairros

A realidade da Bela Vista e zona envolvente é vista, estudada e analisada em diferentes pers-

petivas e plataformas, com vá-rias ferramentas dinamizadas no âmbito do RUBE.

O Observatório Social da Bela Vista, estrutura centralizadora de informação atualizada de su-porte a um conhecimento apro-fundado dos bairros para defini-ção de políticas concertadas de intervenção social, é um dos ins-trumentos em desenvolvimento no âmbito deste projeto.

A ferramenta, disponível em http://observatoriosocialbv.mun-setubal.pt/, constitui, igual-mente, um recurso disponibili-zado pela Autarquia, na área da intervenção social, materializan-do uma importante fonte de in-formação e divulgação de ações realizadas.

As vivências da Bela Vista são também manifestadas através da sétima arte, com a realiza-ção de documentários audiovi-suais sobre o bairro que abor-dam diferentes realidades do bairro.

Os filmes “Cama de Gato”, exi-bido em várias mostras e con-cursos nacionais de cinema, tendo arrecadado os prémios Melhor Curta-Metragem Portu-guesa no Festival IndieLisboa, e “Bela Vista”, ambos de Filipa Reis e João Miller, são exem-plos de produções no âmbito desta ação.

Já o DizPositivo, a funcionar no Mercado 2 de Abril, constitui um espaço destinado aos jovens entre os 12 e os 18 anos, para prevenção de dependências e comportamentos de risco.

O equipamento dinamiza ati-vidades e promove recursos di-rigidos a esta faixa etária, como material de informação interati-vo, sessões de esclarecimento, formação e tertúlias, desenvol-vendo, igualmente, trabalhos e a difusão de informação sobre comportamentos de risco numa forma original e interativa.