Doming , 13 de março de 1898 - Últimas obras...
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Doming , 13 de março de 1898
XVII ANNO
ADMINISTRAÇÃO
C. do S. Francimco. 91
LISBOA
ASSIGXATUriA*
Anno • *»coo réis
Semestre... vioo *
Trimestre... * oo »
SECRETARI cÇÁO
VIRIAiu mutlÈS '
N.« 1510
REDACÇÃO
C. lie S. Francisco. Si
LISBOA
PIBLICAÇÕE»
Na i.â pag. (cada linha) 3
Na 2.* e 3.• 2
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FOLHA POLITICA, LITTERARIÂ E COMMERCIAL
GFRENTE
M. Y. CARVALHO
EDITADA POR UMA SOCIEDADE
fila «
;>
Francisco Felisberto Dias
Costa
Depois que aos conselhos d \ co-
roa subiu um ministério de feição
progressista, os boatos de crise teem
sido com intermitencias quasi quoti
dianas.
Que não, que não é possível, que
não podem sustentar se. Isto tem de
cahir breve. E' o que dizem os que
mais ou menos são dedicados á an-
terior feição politica e almejam por
ver na pasta do reino o attribiliario
conselheiro João Franco, ou o ac-
commodaticio conselheiro Hintze.
Comtndo o facto é que o governo
progressista vae arcando com as dif-
ficuldrdes que lhe legou o antecessor
s se tem tido qualquer perturbação
nas funeções dos... nervos ministe
rtaes é só para se retemperar e for-
talecer.
Assim ha tempo, ha cerca de seis
mezes, começou a dizer-se que o go-
verno ia proceder a recomposição, e
um bello dia appareceu no Diário
do Governo o decreto nomeando mi
nistro da marinha o sr. conselheiro
Francisco Felisberto Dias Costa, um
novo no trabalho da governança mas
já veterano, permitta se-nos o termo,
nas l.des d3 politica e nas luctas par-
amentares, porque em umas e neu-
tras ganhara ha muito esporas de
ouro.
Disse algures, alguém, que é um
talento laureado. Abel Boielho, fa-
lando de Dias Costa e descrevendc-o
quando estudante:
«Não perdia um dia, não dava
uma falta, e assim, esta sua automá-
tica e admirável regularidade, posta
ao serviço do seu lúcido talento, deu
em resultado elle ser premiado em
todas as cadeiras e ter feito um cur
so distinctissimo.»
O homem publico corresponde
ponto por ponto a esta analyse de
estudante: não perde tempo. Surge
quasi simultaneamente da chrysalida
escolástica lente abalisado, politico
de immaculada reputação, parlamen-
tar distincto e agora, ministro illus-
trado e inatacavel. Ha pouco quem
tenha feito tão rapida carreira, e em
tão breve colchea abarce n'um lance
rápido os bancos escolares e a cadei-
ra de ministro.
Eis a biographia do nobre titular
da pasta da marinha, que no meio
das retaliações de que hoje são alvo
todos os conselheiros da coróa, pas
sa incólume, sem haver um único
facto porque possam increpal-o ainda
as mais acérrimos adversários da
actual situação. E' que applica ás
suas funeções de ministro as mes-
mos principies de honestidade, zelo,
desinteresse e abnegação, que inalte
ravelmente tem sabido desdobrar
sempre, em todas as commissões de
serviço e que sempre também teem
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C3 - 3 Aí
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guiado a conducta modelar da sua
vida. > c - w .. 5 1 , < -
O conselheiro Dias Costa não veiu
ao governo do paiz em momento de
felicidade; pelo contrario, subiu ao
poder em quadra sfflxtiva, por isso
não tem podido provar quanto pode
produzir o seu alto engenho e pro-
vado talento. Não é o momento asa-
do para se evidenciarem as inspira-
ções brilhantes do seu esclarecido es-
pirito, mas na quasi possibilidade do
seu papel de ministro numa conjun-
ctura de dificuldades angustiosas, a
nistro da marinha, dedicado e presti-
moso paitidario, que só por absolu-
I ta e ii.condicional dedicação ao par-
tido progressista acceitou o encargo
de gerir uma pasta, no momento po-
litico eriçado de dificuldades e agru-
ras que vamos atravessando.
íáSEkio
A rir... a rir...
Entre amigas:
—Estás cena de que Leonor não tinge o
cabelloi>
—Certíssima.
prédio, mostra a um seu amigo a casa para
alugar
—Quantas casas ha dispon veis?
»• —Cinco e um corre-ior magnifico.
— Mas aonáe está o corredor?
—Não o vês? Sou eu.
Entre aficionados:
—Já te disse que guerrita vem amanhã
tourear ao Campo Pequeno.
—E' mentira.
—Oh! homem! Pois se eu vi o telegram-
ma dizendo que vinha!...
—E' uma pantomimice da Empreza, por-
2ue eu conheço a lettra do Guerrita e não
a mesma do telegramma.
Passou hontem o anniversario na-
talício da sr.a D. Rosa Peixoto, soli-
cita tia do nosso amigo Raul de Ma-
1 cedo. Felicitam©l-a.
»•-
s;
fi V- M»
CONSELHEIRO DIAS COSTA
a
maneira como se tem sabido eximir a
argucias prova de qu nto será capaz
quando tal cargo lhe seja dado em
occasiões de mais desafogada admi-
nistração.
Entretanto limita se a estudar as
questões mais importantes dependen-
tes do seu ministério, os problemas
mais complicados da politica moder
na, e estejam certos que á sua apa-
thia actual é apenas a gestação de
medidas que o honrem profícuas pa-
ra o paiz, porque o espirito do con-
selheiro Dias Costa, não pára, não
paralysa, funcciona, estuda etrabalha
sempre.
Eis o que temos a addicionar á
publicação do retrato do illustre mi-
—Pois aquella còr não parece natural.
—Lá isso è. Ha d as estava eu no cabel-
eireiro quando Leonor comprou as aceres*
centos e eram d essa côr precisamente.
Uma sujeita tinha que ir prestar declara-
ções a um juiz, mas antes informou-se de
seu caracter.
— E' um homem muito desconfiado - dis-
seram lhe.—Não acredita senão em metade
do que lhe dizrm.
— N esse caso, quando me perguntar a
edade que tenho, responder-lhe hei que
tenho 40 annos.
Um individuo chega muito enca'orado a
ura 5.° andar onde mora um argentario.
Este. ao vèl-o, diz-lhe:
—Quer um refresco?
— Sia?, senhor; acceit3-o com muito gos-
to •
—Pois bem; abrirei ajanella. Verá que
ar tão agradavel.
9
Um afamado ciclysta, proprietário de um
João de Gaires
ADVOGADO
Ru* de S. Juliao. 53, 2°— LISBOA
Barbosa Magalhães
ADVOGADO
%ua Victor Cordon, 34, i.0—Lisboa
Exportação de vinhos
NUNES AVELAR
8, Poço Novo, 8
e em
I
No nosso numero anterior
correspondência de Almada fazia-se
um appelo á justiça d'esta comarca,
que não deve passar desapercebido
aos dignos lunccionarios, que teem a
seu cargo a representação do poder
.udicial.
Repetiremos o extranho facto que
chamou a attençao do nosso corres-
pondente e moveu os seus reparos.
Entre varias cousas apprehendidas
pela policia de Lisboa, em casa do
presumido auctor do crime de homi-
cidio, de que foi victima a infeliz Isi-
dora Miraldes, encontrou-se uma ré-
gua em que mão desconhecida escre-
vera algumas notas da vida do Bigo-
de, entre as quaes ha algumas refe-
rentes ao processo, instaurado con-
tra elle pelo crime de fratricídio, em
que foi condemnado em pequeníssi-
ma pena. Diz elle que deveu ao sew
dinheiro—alguns contos de reis—não
ter ido ja\er alguns annos nas celtas
da Penitenciaria.
. Esta é a summulla ou synthese da
inscripçãov j .
Como se vê esta conclusão é so-
bremaneira deprimente da boa repu-
tação do tribunal, porque parece d^-
prendar se de ali que o Bigode pa-
gou a alguém para lhe alcançar a
benignidade dos julgadores.
Esta é em toda a rudeza a conclu-
são a tirar d'aquella inscripção. que
poderia ficar esqu cida se não hou -
vesse sido communicada á imprensa
e divulgada ao publico, que nao pode
ficar tendo em bom conceito, nem
confiar na integridade, rectiJão e im-
parcialidade do tribunal, desde que
corre em publico a versão de que
concedeu, de crime nefando, miseri-
córdia e piedade a troco de uma pe-
quena fortuna, sacrificada para ob-
ter successivos adiamentos do julga-
mento e uma pena insignificante.
Não somos nós que o dizemos, é
o que está escripto.
Confiamos que o digno delegado
do procundor régio n esta comarca,
e o respeitável juiz de direito não
deixarão passar em julgado taes sus-
peições que affectam a honra do tri-
bunal, e hão de provocar sorrisos de
mofa se por ventura em julgamento
o Bigode vier a ser absolvido do cri-
me de que o accusam, embora se-
ja absolvido por falta de provas, que
segundo cremos, não foram ainda en-
contradas.
E' preciso que se attente bem n'is-
to. Sobre a justiça de Almada, pesa
uma accusação tremenda, a maior
que pode fazer se a um tribunal, a
de peita ou suborno.
Com verdade ou sem ella diz-se
que mediante o sacrifício de alguns
conto de reis um reu conseguiu es-
capar ás cellas da Penitenciaria, que
efectivamente o reclamavam em vis-
ta do crime commettido. Isto requer
verificação, apuro por parte dd auc*
toridade judicial para honra da justi-
ça e illibação dos funccionarios que
então a exerciam nesta comarca,—
cuja honestidade, confessamos, é su-
perior e geralmente conhecido.
Mas é de crer que alguém abusou
d'elles ou conseguiu cegai os e é ne-
cessário descobrir, encontrar e punir
esse alguém-, punil-o seja quem for
I n «ti tuiçõ es
para honra do tribunal, para honra
da justiça e da magistratura.
A justiça c sob este ponto collecti
vo encontra-se a magistratura,—deve
ser como a irulher de Cesar, insus-
peitavel.
Sobre a de Almada pesa nao só
uma suspeita, mas uma accusação;
necessário é que se faça a justifica-
ção.
O digno juiz de direjto que se en-
contra á frente da comarca, quer,
com boa razão, manter a decencia
do tribunal e para esse fim se vae
substituindo o mobiliário por outro
mais limpo e mais decoroso; mas o
que é necessário principalmente res-
taurar e manter é a moralidade e o
bom conceito. A limpeza material
muito vale, é certo; mas a moralida-
de é o verdadeiro—aceio—dos tribu-
naes.
E' preciso fazer luz sobre o que
se acha esciipto na famosa regoa.
Não largaremos mão d'este assum-
pto, porque o consideramos de ma-
gna importância e pa'a o que temos
razões de sóbra, que, por emquanto
reservamos.
Entretanto se são necessárias al-
gumas informações, algumas ahi
vão.
Quando o Bigode esteve preso na
cadeia da villa, em razão do assassi
nato do irmão, achavam se na mes-
ma prisão Thomaz Parada, bem co-
nhecido n esta villa, e o mestre de
redes de Caparica, por nome Adria-
no.
Estes dois homens eram os conn-
dentes, os secretários do Bigode,
eram elles que lhe faziam a coircs
pondencia, principalmente o Parada;
elles ambos"ou pelo menos este deve
saber alguma cousa d'util a respeito
do que se escreveu na tal regoa. E
possível até que possa reconhecer a
lettra da inscripção, assim corno pode
dar informações á justiça a respeito
do punhal, que viu na cadeia, por-
que o Bigode [ali o teve.
Em vista do que deixamos expos-
to, esperamos que os illustres e cor-
rectos representantes do poder judi-
cial n'esta comsrca hão de cumprir o
seu dever, delligenciando pelo menos
apurar o sentido e o vai >r das pala
vras escriptas, ou mandadas escrever
pelo Bigodefoà tal regoa e que cons-
tituem accusação tremenda ao tribu-
nal, porque se deduz da inscripção
que elle dispendeu a fortuna para
não i' parar á Africa ou a uma cella
da Penitenciaria.
Versões d'e»tas não podem deixar-
se morrer no esquecimento, é necej
sario pôl as a limpo; exige o a socie-
dade, a reputação do tribunal e a
honra da magistratura.
*
A este respeito recebemos á ultima
hora uma carta do sr. Abranches
Brandão, que em tempo presidiu ao
tribunal d'esta comarca. No proximo
numero a publicaremos porqne a fa-
zel-o nos auctonsa. I »sta também pe-
la aclaração do celebre escripto.
Conferencia
Na noite de quinta-íeira realisou o
sr. visconde de Coruche, nas salas
da Real Associação, a sua annuncia-
da conferencia sobre o rendimento
collectavel dos prédios rústicos e sua
critica.
O illustre conferente começou por
dizer ao selecto auditório que o sys-
tema adoptado em Portugal para ava-
liar o rendimento collectavel dos pré-
dios rústicos é comparável a um des-
potismo contrap oducente. O aug
mento das propriedades não pode ser
rápido porque ífs terras não podem
augmentar as producçocs como se
tem augmentado es tributos.
Faz considerações muito sensatas
sobre este caso e diz que a França,
em occasião de tributos de guerra,
nunca aggravou a contribuição pre
dial. Em 1869 a contribuição predial
em França era de 171 milhões^de
francos e desceu para 160 milhões;
depois pouco tem subido e ultima-
mente tem sido desaggravado. Em
Inglaterra também houve um decres-
cimento importante.
Apesar de tudo quanto a tal res-
peito se passa entre nós, diz o ora-
dor haver em Portugal quem affirme
que a propriedade não paga o que
deve; apresenta razões que bem pri-
vam o contrario e observa que em
Portugal no anno de 1860 a referida
contribuição rendeu i:3i8 contos e
hoje está rendendo 3:i32 contos.
Diz que se o- augmento de rendi
mento da propriedade rústica tivesse
subido na porpoção dos impostos,
estariam todos mais felizes.
Diz que para os indirectos e
do real d'agua, quem muito concor-
re é a propriedade rústica, que pio
duz a carne, o azeite, o vinho, as
fructas, os legumes, etc., e todos es
tes generos são tributados.
Desde i860 que ha um grande des-
envolvimento da riqueza publica o
qual é desbaratado pela péssima ad
ministração do Estado com prejuízo
de todos. A prosperidade do nosso
paiz tem sido só em tributos, que a
propriedade rústica não pode suppor-
iar' Rcfere-se ainda á França e Ingla-
terra, sob o ponto de vista económi-
co, e á lei de i5 de maio de 1880,
que foi p.sta em vigor em. 1881, a
qual regulou em ioojo a contribuição
sobre todos os prédios do continente
do reino.
Citou as desegualdades que aquel-
la lei queria fazer desapparecer, re-
duzindo o imposto predial em todo o
reino a 10 o|0, mas que não des
appareceram porque ha districtos
que pagam mais e menos de 10 ojo,
chegando alguns a pagar mais de 20
O|0.
Combate um artigo ha temro pu-
blicado no Jornal do Commercio,
em que se affirmava que a agricultu-
ra era uma lenda.
E' peio desenvolvimento da agri-
cultura que augmenta a riqueza de
um paiz, e do proprio Estado; mas
em Portugal é o Estado o primeiro
a contribuir para o definhamento da
agíicultura em prejuízo proprio, por-
que não subordina as despezas ás re
ceitas. Accrc8centa que entre nós ha
2 grandes deficits, o do commercio
geral que não equilibra a sua balan-
ça. o das industrias que não podem
viver senão importando mais maté-
rias primas do'que exportam, e aci
ma de todos o deficit ác Estado. 1 u-
do isto esgota o paiz de numerário,
e a propriedade e a agricu tura não
podem só por si sustentar se e con
tribuir para matar os deficits alheios.
São arbitrarias e falsas as bases de
que se serviram os nossos legislado
res para a applicação das percenta-
gens, não attendendo a que o rendi-
mento I quido das propriedades rús-
ticas não pode, como mandam as
leis, dar em media 5o o|o de pro due
ção liquida, quando em França deu
só 25 0(0.
Fundamenta as suas opiniões com
a dos agronomos e economistas no
taveis.
Apresenta dois mappas referentes
á cultura de trigos extraídos de contas
tiradas do inquérito agrícola de 1886,
e mostra que a cultura do trigo na
extremadura portugueza faz despezas
medias de 66 ojo das producções
brutas; e accrescenta que essas des
pezas ainda são maiores, porque nas
contas citadas não contaram com o
sustento do proprietário e do lavra-
dor, nem com as despezas de amorti-
sação e fundo de reserva para con
servação do prédio.
Explica os encargos a que estão
sujeitas as propriedades e admira se
como o trigo tem mantido o mesmo
preço; attribue á Providencia este
facto e não ás leis dos homens, os
quaes estão desvairados pelas ambi
çÕes e paixões politicas.
Fez uma distincção entre a renda
ou aluguer dos prédios e a renda
rústica qde eles podem d3r, dizendo
que ha prédios que pagam rendas
que não valem, porque não podem
tiral-as uos seus próprios procíuctos
líquidos, e que esses prédios^ deve
riam ?er isentos de contribuição, por
não terem rend mento collectavel.
Diz que a única base do imposto
predial é a renda e nada mais, por
que os lucros líquidos da lavoura con-
stituem outra contribuição que é a
industrial ou . a sumptuária; mas que
esta mesma contribuição devia abo-
lir-se para os rendeiros ou cultivado-
res de prédios que não teem rendi-
mento collectavel. Appella para os
agronomos se occnparem de estudar
esta distineção entre a renda rústica
e o aluguel do prédio.
Acha um despotismo contraprodu-
cente a renda da ter^a, além do li-
mite de ic- por cento.
A conferencia foi acompanhada em
muitos pontos cem apoiados convic-
tos, e uma salva de palmas respon-
deu ás ultimas palavras do conferen
rente.
Um novo inimigo
no horisonte
Do mesmo modo que o pulgão da
maceira e o doriphíra da batata e o
phylloxera, um novo inimigo da agri-
cultura nos virá d » America do Nor-
te se não nos apressarmos a tomar
medidas severas para lhes fechar a
entrada na Europa. E' o «coccide» o
Aspidiotus permetosus, o San José
scale, ou o piolho de São José, cu
nhecido ha alguns annos na Califor
nia e cuja invasão crescente causa as
maiores apprehensões aos c ltivado-
res das arvores fructiferas e aos ex-
portadores de fructas dos Estados
Unidos.
Os círculos commerciaes da Alie
manha não se alarmam 1 enos e o
ministro das finanças de Berlim aca-
ba de publicar uma ordem de prohi
bição contra a entrada nos portos
allemães das fructas vindas da Ame
rica, dos materiaes que servem ao
encaixamento e mesmo de plantas
vivas, prohibição fundada sobre um
inquérito official feito pelo professor
sr. Franck, eappoiada pelo testemu-
nho de muitos especialistas. y
Nos caixotes de peras vindas da
America para Hamburgo, o profes
sor Frank encontrou um grande nu
mero de Aspidiotus vivos, perfeita-
mente capazes de espalharem a in-
fecção nas plantações fructiferas da
Allemanha e mesmo sobre outras ar-
vores. O perigo é grande e não se
code dissimular.
A. secretaria da agricultura de
Washington demonstrou egualmen-
te a extraordinária potencia destrui-
dora do piolho de São José. Julgou-
se a principio que os seus estragos
não ultrapasassem os limites dos
Estados do Sul, mas actualmente re-
conhece se que os frios dos climas
não detem a sua marcha e que, sem
q^e se saiba como, elle introduziu se
nas culturas fructiferas dos Estados
do Este e até no Canadá. Se se não
encontrar o meio de o destruir, os
cultivadores teem perdas enormes
em perspectiva, equivalentes talvez
áquellas que o phylloxera causou na
Europa.
Esses temores não deixam de ser
fundados. Em contrario aos hábitos
da maior parte das outras «cocci ées»
o Aspidiotus perniciosas é essencial-
mente omnívoro; ataca todas as ar-
vores, mesmo aquellas que perdem
as folhas no inverno, mas as suas
preferencias são para as arvores tru
ctiferas, maceiras e pereiras, cujos
fructos criva de mordeduras, empe-
dindo-os de crescer, tornando os dis-
formes e causando a queda. Se elle
penetrar em Portugal, trará a ruína
aos pomares de todo o paiz. Quem
sabe mesmo se elle não cahirá sobre
as vinhas, sobre as culturas de
ameixoeiras e até sobre as arvores
dos nossos mattos.
Quanto aos remédios,nao são ainda
conhecidos. Na America experimen-
tam se insecticidos até agora sem o
menor succcsso, pois o insecto está
abrigado por uma concha sobre a
qual os venenos não tem acção. Mui-
tos cultivadores não veem mes no
outro meio de limitar o mal senão
destruir e queimar as arvores ataca-
das; comtudo espera se encontrar um
meio menos violento.
Em todo o caso,pôde se contar tam-
bém cem o recurso dos pássaros de
pequeno talhe es carriças e os abe-
lharucos particularmente, que pare-
cem organisados expressamente pa-
ra caçar os insectos mais pequenos e
que põe uma extrema actividade na
sua piocura. Tem-se formado ligas
para a protecção dos pássaros e rc-
commenda se aos rapazes das esco-
las dos campos que respeitem os ni-
nhos, o que é muito justo, mas tudo
isto será insufficiente emquanto se
não tomarem medidas para assegu
rar a multiplicação dos pássaros for-
necendo-lhes refúgios e morada onde
elles possam fazer o seu ninho em
paz e cuidar da sua prole. As tapu-
mes artificiaes que fizeram desappa-
recer tantas balsas naturaes contri-
buíram muito para a rarefacção d'es
ses pequenos auxiliares; devemos se
crescentar-lhes os gatos, muito nu-
merosos por toda a parte e mais oc-
cupados em caçar os passaros e os
seus ninhos do qie em perseguir os
ratos.
PROFESSOR
Antonio
Martins, professor de ensino
elementar e complementar na villa de
Almada, habilitado com o curso
completo de theologia, lecciona todas
as disciplinas que constituem o i.°
anno do curso geral dos Lyceus. Vae
tembem a casa dos alumnos leccio
nar.
Correio de Almada
Procedeu-se no ultimo domingo ao
apuramento dos trabalhos eleitoraes
com respeito á eleição da camara,
que deve começar a funccionar logo
que esteja approvado esse apuramen-
to, conforme a lei.
Correram regularmente e apurou-
se que os cidadãos mais votados lo-
ram de facto aquelles que aqui indi-
quei na minha ultima.
Predominam na mesma vereação
os mesmos elementos predominantes
na actual commissão nomeada pelo
governo, o que é garantia plena de
que a administração municipal está
entregue em boas mãos, a cidadãos
que hão de velar zelosos pelos inte-
resses do município e progressos do
eoncelhi.
O povo está satisfeito com o re-
sultado da eleição porque confia nos
cidadãos eleitos, principalmente por
ver entre elles o venerando progres-
sista Carvalho Freirinha,veterano nas
luctas pelos princípios liberaes, e
que foi í empre dedicado de alma e
coração ao bem do povo.
—No caminho da Torre a Capari
ca perdeu o sr. Tiburcio Ferreira
Constâncio, a quantia de ibo#ooo
rs. Esta quantia foi encontrada pelo
cabreiro sr. José da Agua que hon
radamente a entregou ao dono recu
sando qualquer gratificação. E' um
acto de probidade muito digno de
louvor.
—Tem grassado com intensidade
a epidemia de variola cm diversos
logares d'este concelho.
Não nos consta por emquanto que
tenha occasionado obitos, entretanto
seria bom que se vão tomando algu-
mas medidas sanitarias, porque o ve-
r o e os seus calores acerca-se de
nós com rapidez.
—Tem tido alguma saida o vinho
da ultima colheita, mas o preço cor
rente é bastante inferior 5-2iJI>8oo o
tonel de 52 almudes.
—Já foi inti nado o despacho de
pronuncia ao Bigode.
E' um trabalho magistral que
faz honra ao digno magistrado, que
representa o poder judicial n'esta co-
marca, bem como a petição de que
relia é um documento bem deduzido
que abrange todas as circumstancias
aggravantes d'este monstruoso cri-
me.
O Bigode foi recolhido na enxovia
da cadeia.
Diz um papel aqui publicado que
o Francisco Bigode mostra desejas
de perfilhar um filho do irmão José
Filippe bem como um filho da mu-
lher, com quem em tempo esteve
amancebado, eque—affirma o papel:
é seu filho legitimo.
Perfi har u n filho legitimo é ca-
so.
Se não houver aggrnvo do despa-
cho de pronuncia, o que é provável
porque seria tempo e dinheiro perdi-
do, talvez o julgamento d'este pro-
cesso possa realisar se em abril pro
ximo.
A instancias do sr. dr. delegado
procedeu se a diversas medidas de
segurança na cadeia, sendo uma d'el
las chapear de ferro a porta ca pri
são, que não offerccia bastante soli-
dez.
Também o mesmo magistrado re-
quisitou força armada para guarda
da cadeia, deliberação muito acerta-
aa.
—Fixou residência na viila o hábil
professo: da banda «Sociedade In-
crível Almade.ist», sr. Esteves da
Graça, em consequência de haver
contratado com a direcção da sympa-
thies sociedade dar de ora avante
trez ensaios por semana e ainda uma
noite destinada exclusivamente a ex-
plicações de musica.
E' digna de todo o louvor aquella
direcção pelo empenho, que toma na
instrucção dos associados.
—No primeiro domingo de abril,
segundo consoa aos aficionados de
aqui, deve realisar se a inauguração
da enoca tauromachica com brilhante
corrida, na Praça do Campo Peque-
no, sendo o gado fornecido por In
fante da Camara. Trabalha o espada
hespanhol Quinito e são cavallciros
José Bento de Araujo e Fern n-'o de
Oliveira.
Vem a proposito dize» que come-
çaram as obras na praça de S. Pau
lo, d'esta villa, esperando se que a
inauguração d -s lides também possa
ter logar no mez de «• bril
Os trabalhos de reparação estão
confiados aos hábeis mestres de obras
Ricardo Pfudencio da Costa e Ma-
nuel Resgate.
—Vae conti mando a experimentar
sensíveis melhoras o nosso amigo sr.
Vasco José de Almeida, o que sobre-
maneira estimamos.
—Tem estado de cama com uma
laryngite ou outro qualquer encom-
modo da garganta o sr. José Egydio
Rodrigues. Fazemos cordeaes votos
pelo rápido e completo restabeleci-
mento.
-—Registramos com subida satis-
fação as melhoras do honrado pro
prietario e esclarecido empregado da
Casa de Bragança sr. Francisco José
Tavares.
—Sabbado 12, passou o anniver-
sario natalício do nosso bem amigo
sr. Wenceslau Francisco da Silva
Junior, cavalheiro muito estimado
n'este concelho, a quem enviamos as
nossas felicitações.
—Com o crescimento dos dias vão
também augmentando as carreiras
dos vapores lisbonenses entre Lisboa
e Cacilhas.
A ultima carreira para Lisboa é
já ás seis horas e 20 minutos.
— Foi accommettida de um ataque
de variola, a interessante filhinha
mais velha do sr. José Holbeche.
Muito da alma lhe desejamos as me-
lhoras.
—E' esperado segunda feira em
Lisboa o sr. conselheiro José Dias
Ferreira.
— Agora que se trata de realisar
uma exposição em Lisboa, a que de
vem concorrer grande numero de es
trangeiros, lembramos aos industriaes
almadenses, principalmente indus-
triaes agrícolas que seria de alta con-
veniência enviarem á feira franca, da
Avenida da Liberdade amostras dos
melhores vinhos tqui produzidos, que
muitas vezes deixam de ser procura-
dos por não estarem conhecidos co-
mo merecem.
Recommendamos aos proprietários
que não deixem passar esta occasião
tão propria paia acreditarem os seus
productos.
João Braz
A empreza de viação «A Lusita-
na», fez constar ao publico por meio
de reclames distribuídos em todos os
estabelecimentos de Lisboa, que por
occasião dís festas do centen rio fa-
iá uma nova collecção de bilhetes
commemorativos, nos mezes de abril,
maio e junho, sendo toda allegorica
ás festas e terá photogravuras dos
monum ntos nacionaes.
— Lembramos á referida cooperativa
a conveniência de estabelecer carrei-
ras para feira franca, com o que
muito lucrarão o publico e a empre-
za.
Entre pae e filho:
— No meu tempo os rapazes eram mais
activos do que agora Na tua edade subia
eu escadas a quat'O e quatro.
—Hoje não ha necessidade d isso: temot
elevadores.
.A.S (n 4 2 > es
AC EN
TAVARES & COMMANDITA
ALMADA—RUA DIREITA
dic imies6 Aperfumara-C6 ' »-0*--—°- -° ® g6116r0s' aPParell}os, artigos de penso, diversos sabonetes me
veterinária.
Serviço clinico per:
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etc. medicamentos nacionaes e estrangeiros. Tudo quanto serve ao exercício da arte
... anente pelos drs. AZEVEDO e CARVALHO. GRATIS aos pobres.
Aviam-se receitas para a Santa Casa da Misericórdia, Associações de Soccorros M ituos Progresso Hu-
anitario—-Primeiro de Dezembro —dos Calafates, e para os estabelecimentos fabris.
Palcos & Arenas
Os pequeninos
E' assim que o publico chama á encan-
tadora companhia de creanças hespanholas
que no Colyseu dos Recreios, habilmente
dirigi o pelo infatigável e intelligente em-
prezario e nosso amigo sr. Santos Junior,
todas as noites o delicia com uma varieda-
de infinita de novas zarzuelas, cantadas
com primor e desempenhada * com todos
os requisitos que se deviam exigir de adul-
tos e não de creanças de tenra edade. co-
mo as que formam a companhia de que nos
occupamos.
Quer nas zarzuelas ligeiras, quer n'aquel-
las de granoe folego, os jt.vens artistas são
superiores.
As primeiras figuras da companhia são:
Annita Anguita,de 11 annos.que na compa-
nhia occupa o logar de Consolac on e Ma-
nollta, ambas de saudosa memoria. Se bem
que não nos é tão agradavel como aquellas
duas creaturinhas,é comtudo pa a admirar
pelo menos a voz, que é bem timbrada, e
por cantar com verdadeiro merecimento
artístico as partes que lhe estão commetti-
das. O tenor, de quem não nos occorre ago-
ra o noxe, é verdade que também nos dei-
xa saudades de Palop, mas nem por isso
deixamos de reconhecer n esta creança o
merecimento devido. Peguero foi substituí-
do f or Franc sco Penas e Valdeviezo por
filiado Maya. Ambos agradaram extraordi-
nariamente, bem como a sympathica meni-
na Nieves Nire, que no Rei que rabio nos
deu uma excellente Roza muito discreta e
muito apaixonada pelo seu pastor.
Emfim a companhia infantil de zarzuela é
digna de vêr-se e todos os elogios que se
dispensarem ao seu director, omaestroBos-
ch, serão pequenos.
A companhia termina amanhã os seus es-
pectáculos noColjseudos Recreios, pas-
sando para o Real Colyseu, que tem me-
lhores condições acústicas mais adequados
ás vozes dos infantis artistas.
Nós damos os parabéns a Santos Junior
pe a acquisição da galante companhia e pre-
venimos quem ainda não viu a microscópi-
ca troupe o não deixe de fazer porque
depois se arrependerá.
II*. Maria
O ajuste de contas, de Lin? da Assump-
ção subiu hontem á scena.
O desemp nho está confiado aos melho-
res artistas e por este motivo é para agou-
rar-lhe uma carreira cheia desucoessos.
I». Amelia
Cubas, Saragozi e Nadal é a trempe que
todas as noites arranca os maiores applausos
aos espectadores d este theatro. A compa-
nhia ainda • e demora algum tempo. Depois
virá a celebre Duse. que em Paris está cau-
sando um sliccesso assombroso.
Trindade
Dá ainda os Dois barotos quando está li-
vre de benefici s
Cíj mnamfto
Agradou extraordinariamente a comedia
As carambolas do amor, que no sabbado
foi em beneficio da sympathica actriz Josefa
d'Oliveira. Foi brilhante e esplendorosa a
esta dehomenagem a Joaquim d'Almeida
pelo brilhante desempenho que dá ao seu
papel ho Papá Lcbo/mard, especialmente
no 5.° acto. O grande actor foi delirante-
mente applaudido Fclicitamol-o.
1'ri.tclpe Real
A companh a está em Braga, onde tem
sido muito applaudida
Rua «lo* Conde#
Está paia breve a primeira da revista
Formigas e formigueiros, de Eduardo Sch-
walbacn. Ate la vamos tendo as Bodas de
Boisjolie que teem agradado extraordinaria-
mente
Real Colyneu
Hoje e ámanhã ha espectáculos n'este
Colyseu, apresentando se outra ve« o ani-
matographo que no Colyseu dos Recreios
foi muitíssimo applaudido. Agora apresen-
tará vistas de novidade e todas sensaccio-
naes.
O espectáculo é baratíssimo e bom.
12-3-98
Armindo de Lorena.
sso de Iiygfiene
e demographia
Recebemos o programma do con-
gresso internacional de hygirne e de
mographia que ha de celebrar-se em
Madrid de ioa 17 de abril do cor-
rente anno sob o patrocínio de Sua
Magestade El Rei D. Affonso XIII e
de Sua Magestade a Rainha Regen
te.
O corgresso é dividido em 10 ses-
sões de hygiene e tres de demogra-
phia.
As sessões de hygiene são: micro-
biologia applicada á hygiene; pro-
phylaxia das enfermidades transmis-
síveis; climatologia e topographia me-
dicas; hygiene urbana; hygiene de
alimentação; hygiene infantil e esco-
lar; hygiene do exercício e do traba-
lho; hygiene militar e naval; hygiene
veterinária civil e militar; e architec-
ture e engenheria sanitaria.
As sessões de demographia são:
technica d 1 estatística demographica;
resultados estatísticos e suas 3pplica-
çoes á demographia; e demographia
dynamica.
As memorias e communicatees
sobre os themas do congresso deve-
rão ser remettidos antes de i5 de
março proximo ao secretario geral,
dr. Amálio Gimeno, ministério da
governação, Madrid; e podem ser e->
criptas em latim, hespanhol, portu-
ftuez, italiano, francez, inglez ou alle-
mão.
Para ser congressista é necessário
satisfazer a quota de 25 pesetas, pa-
gas em metal ou em lettra dirigida a
D. Pablo Ruiz de Velasco, thesou
reiro da junta e presidente da Cama-
ra do commercio de Madrid, que ex
pedirá o recibo provisorio.
Durante o congresso inaugurar-se-
ha uma exposição internacional de
hygiene e demographia, que só se
encerrará tres mezes depois, a 10 de
julho do corrente.
Preparam-se também varias excur-
sões de recreio a Toledo, Escurial,
Aranjuez, Granada, etc.
Sua Magestade a Rainha digna-se
oflerer.er uma recepção no seu palá-
cio.
Haverá também outras recepções
na presidência do conselho de minis-
tros, na municipalidade, etc.
lachinas
Probibição
O governo allemão respoudeu ás
queixas dos Estados Unidos com um
decreto prohibindo a importação de
plantas procedentes d'aquella Repu-
blica. Prohibe também a importação
de fructos, se do exame das mesmas
na fronteira se verificar a presença
do insecto chamado cochintlha de S.
José. , .
O poder publico, ante toda a defe-
za da agricultura contra certas pra-
gas parasitarias, prescinde por com
pleto das queixas formuladas por al-
guns diários norte americanos.
Cereaes importados
Durante o anno findo os cereaes
importados pagaram de direitos nas
diflerentes alfandegas do continente
e ilhas 1 562.85c#>ooo reis; em 1896
os direitos foram de 24i3:0i7$73o,
havendo portanto uma differença dc
851:767^730 contra o anno findo.
Exposição de alfaias e
agrícolas
Damos em seguida o programma
d esta exposição que deve realisar-se
por cccasião do centenário da índia,
elaborado por uma commissão de so
cios da Real Associação Central de
Agricultura Portugueza:
l.1 secção
Exposição de machinas, instrumen-
tos agrícolas e de apparel lios de
investigação technica
I GRUPO— Machinas motoras, apparelhosde
manobra e transmissão de força
Classe I Mavhinas motoras, turbinas e
rodas hydraulicas, turbinas e moinhos de
vento, machinas de vapor fixas, semifixas e
locomoveis, metores de gaz e de petróleo,
motores e accumuladores eléctricos.
Classe II. Apparelhos de manobra e trans-
missão de força, malacates, cabrestantes e
guinchos, macacos e cabrilhas, apparelhos
accessorios.
II GPU O—Machinase utensilias de lavou-
ra, grangeio, sementeira, plantação e co-
lheita
Classe III. Machinas e utensílios de la-
voura e gr^ngeio, ferramenta manual, ara-
dos, aravessas, charruas de diversos ty os,
estirpadorcs, cultivadores, escarific aores,
amontoadores, grades, sachado-es, rolos,
distribuidores de adubos líquidos e pulveru-
lentos.
Cia se IV Machinas e utensílios de se-
menteira e plantação, semeadores indepen
d-ntes e combinados com cultivadores,
charruas, derregadore-, etc., plantadores e
transplantadores.
Classe V Utensílios e material para po-
das, empas, .tratamentos, enxertias, arma-
ções, podões, podoas, machete*, serrotes,
thesouras, navalhas, tutores, etc., enxofra-
deiras e pulverisadores.
CLsse VI. Machinas, ferramentas e uten-
sílios para colheita, escadas de mão, the-
souras, foices, gadanros, etc., segadeiras,
ceifeiras, ancinhos arrancadores de tubércu-
los e raizes.
III GRUPO—Machinas e apparelhos desti-
nados ao aproveitamento, consentação e
transformação dos productos agrícolas
Classe VII. Machinas e apparelhos para
tratamento de for agens, prensas de ensilar
e prensas de en ardar, corta palhas, corta-
raizes, corta vides, . esmagadores de tojo,
vides e grãos, lavadores, despolpadores,
cal íeiras para cosedura.
Classe VIII Machinas e apparelhos de
debulha, limpeza e moagem agrícola, ferra-
menta manual, debulhadoras e escarolado-
res, tararas, crivos e apparelhos congé-
neres, moinhos.
(-lasse IX Machinas, utensílios e appare-
lhos para o fabrico e tratamento de vimos
e vinagres, desen açadores, esmagadores,
cu^as de fermentação, bombas de trasfega,
sulfuradores, refrigerantes, prensas, appa-
relhosde estuf gem, pastorisadores, filtros e
outros apparelhos para tratamento de vi-
nhos, etc. Utensílios de adega, apparelhos
de engarrafar, rolhar, capsular etc. Artigos
de t noaria, garrafas.
Classe X. Machinas, uten ilios e appare-
lhos para o fabrico e tratamento de azeites,
escolhedores de azeitona, lavadoras, des
caroçadores, moinhos para azeitona, pren-
sas, apparelhos d'aquecimento, tarefas, fil-
tros, machinas d'aproveitamento dos baga-
ços
Classe Xí. Machinas e utensílios para o
fabrico e traiamento de lacticínios, \ asa-
deiras e utensílios para mugidura do leite,
refrigerante*, pastorisadores, esterilisadores
vas lhas, e recipientes para a conducção e
contenção do leite, desnatadeiras separado-
res centrífugos, batedeiras, malaxadores,
( ealeitadores centrífugos, machinas para
emprensar manteiga, formas, etc., recipien-
tes e apparelhos para fazer a coalhada,
moinhos para coalho, prensas.
Classe XII. Machinas e apparelhos para a
preparação e transformação de productos
vegetaes das colonias.
IV GRUPO—Machinas} apparelhos e ins•
tallaçoes destinadas a industrias agrícolas
especiaes e subsidiarias
Classe XIII. Indu tria florestal.
Classe XIV. DLtillação de vinhos, bagai
ços e fructos, alambiques, machinas distilla-
torias, rectificadores
Classe XV. Installações, apparelhos e
projectos relativos a: policultura força for-
çada e frutJaria, sirgaria, avicultura, apicul-
tura, industrias textis, marinhas, aquicultu-
ra.
V GRUPO—À/eíos de transporte
Classe XVI. Vias ferreas, material fixo e
circulante.
Classe XVII. Viaturas para estradas ord -
narias e arreios, carros, zorras viaturas pa-
ra transportes especiaes, atrelagens e ar-
reios.
Classe XVIII. Utensílios de transporte
padiolas, cestos, baldes, bastes para carga
a dorso, etc.
VI GRUPO—Drenagem eaproveitamento da
agua
Classe XIX Drenagem, ferramenta ma-
nual, tub?s, apparelhos de fabrico de tubos,
etc.
Classe XX. Material e utensilios para ca-
ptagem e aproveitamento da agua, material
e utensilios para minas, poços furados e
artesianos, noras, bombas, pulsometros, e»c.
VII GRUPO—Apparelhos e instrumentos
para apreciação dos resultados económi-
cos nas explorações agrícolas
Classe XXI. Instrumentos de pesagem,
dynamome'ros, balanças diversas, ensacado-
res, pesadores automáticos.
Classe XXII. Instrumentos de agrimensu-
ra, apppanlbos dendrometicos, etc.
VIII GRUPO —Apparelhos de illuminação,
material para vedação
Classe XXIII. Apparelhos de illumina-
ção
Classe XXIV. Material para vedações.
2.a secção
lustrumentos e publicações destinadas
ao ensino e aos trabalhos de labo-
ratório technico agrícolas
GRUPO I —Ins rumentos
Classe XXV. Mecanica agrícola. Instru-
mentos indicmdo tsforços de trac.ão, pres-
são, autoregistado es e totalisadores.
Classe XXVI- Phyica c meteorologia
agrícola. Agrologia.
Classe XXVII chimica e technologia
agrícola.
Classe XXVIII. Microscop a e chimica
biológica.
GRUPO II—Publicações
Classe Obras scientificas.
Classe XXX. Livros e systemas pedagó-
gicos.
3.a secção
Serviços agrícolas vfficiaes
4.H secção
Revista da * Ifaia usada actualmen-
te nas differ entes regiões agrícolas
do pai$
OBSERVAÇÃO - As eondiçAe# do
coiicur*«» M«»rtio o*labelecidaN
oiti regulation lo especial.
nho,dos quaes 476 firam julgados próprios
para o consum *,49 impróprios para o con-
sumo immediato e 55 para queimar.
Recebemos um de 68 paginas da
livraria e typographia do sr. Fran-
cisco Silva, estabelecido na rua de
Santo Antão, n.0i 89 e 91. Annuncia
52:ooo volumes, havendo entre ei-
les muitos interessantes em roman-
ces, historia e sciencias.
Contra a importação de cereaes
A' amabilidade de um amigo deve-
mos a copia ^e uma representação
que a camara municipal de Torres
Vedras, presidida pelo nosso amigo
sr. Jo<quim Belford, dirigiu a El-rei
em dezembro de 1895, cujos argu-
mentos n'aquelh época, como agora,
são de grande peso.
Não a publ Camos hoje por falta
de espaço, mas dar lhe-mos publici-
dade no proximo numero.
Centenario da índia
Já foram affixados os cartazes an-
nunciando cs festejos do centenário
da índia. São impressos a cores e
muito vistosos. Honram as officinas
da Companhia Nacional Editora, on-
de foram executados.
f r
s
m sfil
Fiscalização <le vinhos
e azeites
Mappa synthetico do serviço de fis
calisação dc vinhos e azeites no mez
findo: ; -
Vinhos julgados impróprios para o consu-
mo 304, impróprios para o consumo imme-
diato 19, deteriorados 25, falsificados o—
Total 408.
Azeites julgados proprios para consumo
40, impróprios para o consumo immedia-
to o, deteriorados 11, falsificados o —Total
5u
Vinagres julgado* propnos para o con-
sumo 8, impróprios para o consumo imme-
diato 5, deteriorados o, falsificados o—To-
tal i3.
Numero total de amostras colhidas 472.
Na estação do Baneiro foram inspeccio-
nados no mesmo período 578 cascos de vi -.
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Esta Catalogo Indica as condições para A expedição.
Correspondência edModas as Llnpaaa
CASA D£ REEXPEBt&O EU LI960A:
TRAVXSCA DE S. NICOLAU 10Í-1*.
Editor J. Garcia de Lima.
Typographia—Calçada de S. Fraacisco
21
FTJR LIGAÇÕES
Recebem ;s as seguintes:
Gaveta das Aldeias, n° 110 do
3.° anno.
—Nouvelle Revue Internationale,
numero 2 do primeiro semestie do
anno XXIX.
—Supplemento humorístico do Se
culo, n.° 16.
—La Revista Vinícola y de Agri
cultura. n.° b do XVII anno.
—Antonio Maria, n.° 46b, vo ume
XIII. "
—Moda y Arte n.' 12b, do quinto
anno.
—La Petite Revue lnlernatii nale,
publicação semanal de Paris, n." 44
e 45 do segundo anno.
'—Madame Sans-Gêne, notável
romance publicado pela empreza do
Século, fascículo n.# 14.
A todos agradecemos.
Lercados
Preços correntes na semana finda
Lisboa:
Cereae»
Trigo nac. rijo lobeiro por 10 kilos, 63o a
*40, idem, regular, 610 a 620; idem, dura-
2Íc, moLr, 620 a 63o; idem, ribeiro fino, 660
a 670; idem, regular, Ó40 a 63o; idem, tem
porão fino, 640 a 645; regular, 63o a 640;
idem, das ilhas, molle, 620 a 660.
Centeio, nac no armazém, *5o a 460; ce-
vada nacional, no armazém 35o a 36o; das
Uhas a bordo, 280; aveia nacional, 20 litros.
no armazém 35o a 36o; fava nacional, 14
litros 480 a 5oo; fava das ilhas, branca a
bordo 45o,-idem idem vermelha a bordo,45o;
fava de Italia, branca, no armazém, 400 a
5 00; idem, idem. roxa, 480 a 4^0, idem,mixta
no armazém, 470 a 480, Barbaria 5oo a 510,
idem deSmyrna no armazém, 5oo a 510; mi
lho nacional de Vianna no armazém. 420;
milho nacional no armazém 460; milho das
ilhas amarello 36o; milho das ilhas branco
a bordo, 33o,idera, americano, amare.lo, no
armazém 450.
Vinho* e azeitei
Por 10 kilos, azeite de Santarém, Tor-
res Novas, Abrantes, Castello Branco e
Thomar, lagareiro para armazém. 2#ooo a
2# 100 para consumo, 2^200 a 2^400, do
Alemte o, iagareiro para armazém i#>8oo
a 2#>ooo.
Vinhos para consumo, por 17 litros: I in-
to do Cartaxo i#i a 1&2; Santarém 1# a
i$i; Alemtejo8oo a 900; al afado, branco,
i#8oo a 2$>ooo; preparado i#20oa i#3oo;
branco liso, 85o a 9.S0; aguardente de vi-
nho 3o° 4#>20o; álcool decereaes,40°por 14
litros 4«>oSo.
Vinagre branco para consumo, por 17 li-
tros, 900 a 95o; vinagre tinto para consu
mo, por 17 litros, 85o a 900.
Gado»
Boi—Cada i5 kilos: i.« qualidade, 3^900;
2.% 3#85o; 3 % 3#8oo 4-* o#ooo
VitelU—Cada kilo: 1 ■ qualidade, 3bo; 2
340; 3.a,320.
Carneiro.—i." qua idade 220; 2.a 200.
Porwo—i.a qualidade, 4^100; 2." 4^000;
3.* o#coo, 4." o#>ooo.
Coimbra:
Trigo de Celorico novo graúdo óio, dito
novo tremez 600, milho branco 370, dito
amarello 38o, feijão vermelho 660. dito
branco miúdo 640, dito branco graúdo 720,
dito rajado46o. dito frade 520, centeio 38o,
cevada 220, grão de bico graúdo 75o, dito
meudoôoo, favas 420, tremoços 36o. O
azeite velho fino não vem actualmente ao
mercado, novo da presente col eita a i#>85o
e i j 8S0 e o da colheita de 1895 e de 1896
conforme a amostra.
Barcellos:
Milho branco 5oo, milho amarello 460,
centeio 540, trigo qóo, fe jao.branco 940,
feijão amarello o5o, feijão vermelho g5o,
feijão rajado 700, feijão fradinho 740, preto
85o, manteiga i#>o5o, mistura 65o, painço
5oo, milho alvo 700
Porto
Trigos da terra, cada 20 litros 1^100, se-
rôdio 1 $> 100, barbella 980, ribeiro 980, mi-
lhos da terra: branco 5go, amarello 5óo
miúdo 780; centeio 670, cevada 56o, fei-
jões: preto 1^280,branco i#200, vermelho
13*140, rajado 8« o, frade 900, amarello 88o,
fava 680, bata«as cada i5 kilos, 55o,
azeite p< r 25,44 litros, dentro de barreiras,
i.« qualidade 5#6oo, segunda a 5*5oo, fora
de barrei as, primeira qualidade 5#3oo, se-
gunda 5# 000.
Braga:
Milho amarello (161,1»9) 660, milho bian-
co 680, centeio 700, feijão branco i#25o;
rajado i#ooo; oatatas 340, castanha secca,
2#6oo; azeite 6^200 a 6#>6oo rei.
Torres Novas (p >r 13,665 I):
Trigo dura2Ío, 58o; dito ribeiro, 640; mi-
lho, 450, cevada 260; centeio, 44°; aveia
220; grã" de bico, 700; feijão branco, 800
feijão vermelho, 800; f*V8 440; chixaro 38o,
tremoço, 36o; azeite fino, 20 litros 4^200;
aguardente de figo, i#>5oo; dita de vinho
5»ooo; vinho, i#3oo; vinagre 900; vacca;
kilo, 220 e 240; carneiro, 180; porco (lom-
bo), 36o; dito (carne magra), 320, (tou inho
240, ovos (12)180. frangos i5o a a 00 gal-
inhas 450 a 55o.
Lana:
Trigo ribeiro, 460; tremez, 420; gallego,
45o o dccalitro; milho amarello e branco.
35o o decalitro; centeio, 000; cevada 200
aveia 170; grão de bico 55o; chicharo 25oí
fava. 340; tremoço, 3oo o decalitro; feijão
branco, 570; marabuto, 52o; frade 38o, par-
do, 420; vinho, 55o; azeite, 1^900 os 10 li-
tros, batatas, 3o reis à kilo; ovos i3o a dú-
zia; carne de porco 2Q0 o kilo; palha 12
reis o kilo; arroz i#23o reis os i5 kilos.
Montemor o- Velho:
Milho branco 490, dito amarello 480,
trigo branco 660,d to tremez 660, dito mou
ro 670. feijão mocho 750, <Hto branco 800,
dito amarello 700, dito rajado 5oo,dito fra-
de 55o, grão de bico 800, tremoços 440, ba-
ata de comer 420, centeio 000, revada 240,
ch charo 400, aveia 240.
Lamego:
M lho branco, 660 e 680 reis; dito ama-
rello, 63o a 660; centeio, 680 a 700; feijãor
branco, i#>2so; dito rajado, 960 a i#ooo,
batata, 340 e 38o; castanha verde 660
a 000; fava secca, 720 a 000; azeite,
6.#>6oo reis.
(Jereaes no estrangeiro
Paris: Trigo, o* 100 kilos, 27,25 a 28,73
fr ; farinhas 59 00 a 61,5o.
Bordéus: Trigo 100 kilos 23.75 a 24,00 fr;
farinha 23 fr.; aveia 100 kilos 19,00 a 20,00
fr.
New- York: Trigo 100 kilos 15,61 a 22,27
fr.
Chicago: Trigo 100 kilos 14.70 a 20,04 fr.
Nantes: Trigo, os 100 kilos, 29,50 a 3o,00
fr.
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Trimestre 3 pesetas
Banco de Portugal'
Dividendo 5 por cento
O pagamento d'este dividendo relativo ao 2 0 semestre
de 1807, livre d'imposto de rendimento, ha de começar no
dia 3 "de março das 10 horas da manhã á 1 da tarde c con-
tinua todos os dias úteis excepto ás terças e sextas feiras
destinadas ao pagamento dos dividendos atrasados.
Para cumprimento da portaria do Ministério da Fa-
zenda de 14 de agosto de i8S5, publicada no «Diário do
Governo» do mesmo mez e anno, terão os srs. accionistas
usofructuarios de mostrar no acto do pagamento estar sa-
tisfeita a contribuição de rçgisto, respectiva a todo o uso-
fructo ou á ultima annuioade vencida.
Recommenda-se aos srs. accionistas, para regularidade
do serviço, o favor de mencionarem os títulos ao portador
em relações separadas.
Benco de Portugal, 2 de março de 1898.
Os directores
Julio d'Oliveira Bastos.
J. P. Castanheira das Neves.
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Lourenco Marques e Durban (Natal), recebendo carga e passageiros pa-
ra Quelimanf, Chinde e nhabane ^ 0 , .
Este paquete recebe carga para Mormugao e Bombaim com baldea-
ção em Zanzibar.
Para carga e passageiros trata-se na rua da Prata, n.° b.
O agente
Ernesto George.