Discurso para a fundação do ihg sms no dia 19 de dezembro de 2014
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Instituto Histórico e Geográfico de Palmeira
Fundado em 13 de fevereiro de 1955
Registro nº 438, Liv A- 02 Cartório de Títulos e Documentos
CNPJ 07.217.980/0001-28
Declarado de utilidade pública pela Lei nº 310 de 22 de maio 1955.
_________________________________________________________________
DISCURSO DE FUNDAÇÃO DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO
DE SÃO MATEUS DO SUL – 19 DE DEZEMBRO DE 2014
DIA DA EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DO PARANÁ –
Vera Lucia de Oliveira Mayer – Presidente do IHG de Palmeira –
Senhoras e Senhores / Muito Boa Noite.
Prezados confrades, distintas autoridades já nominadas, minhas cordiais saudações.
Certamente hoje se registra para os anais da História de São Mateus do Sul mais
uma data importante. A data magna do novo Instituto Histórico e Geográfico em nosso
Estado, que por certo jamais passará despercebida.
Primeiro porque é o marco oficial de uma instituição que tem como premissa
estudar, lembrar, celebrar e não permitir que as datas históricas, dentre tantas, o dia 19 de
dezembro “O dia do Paraná” caiam no esquecimento. Depois porque a jornada que hoje se
inicia há de se frutificar e render frutos por muitos anos vindouros.
Hoje é o dia do Paraná, data que por vezes passa em branco, e quando se fala no
feriado estadual de 19 de dezembro, pouquíssimas pessoas sabem o que deveria ser
comemorado. O que se vê é as próprias autoridades decretando a substituição da data para
prolongarem finais de semana, e como quer nosso legislativo paranaense, um dia
facultativo.
Nas escolas então, o tema passa batido, já que é período de férias. Sequer nossos
alunos saem da escola sabendo que a ocupação do Paraná se deu em três frentes: o litoral
que abriu caminho para o Paraná Tradicional, o Norte e depois o Oeste e Sudoeste; cada
qual com características próprias. Que o nome Paraná é um vocábulo indígena que
significa rio grande, semelhante ao mar.
Ao pensar em dirigir-vos algumas palavras sobre o Paraná, me deparei com uma
síntese cronológica elaborada pelo nosso Confrade Marcus Vinicius Molinari Machado,
que assim resumiu:
“Antes de existirmos como unidade do império brasileiro éramos apenas uma
comarca da Província de São Paulo; do litoral, onde havia Paranaguá, Antonina, Morretes e
outras. No planalto: Curitiba, Castro, Lapa, Palmeira, Ponta Grossa, nossos limites não
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passavam além da crescente formada ao Sul dos campos de Palmas, ao Centro de
Guarapuava e ao norte de Jaguariaíva.
Poucos anos antes da emancipação Curitiba, não era mais a 5ª, mas a 10ª comarca
de São Paulo, portanto éramos curitibanos paulistas.
Desde muito cedo demonstramos um grande desejo de autonomia, muitos filhos da
terra lutaram por isso: Floriano Bento Viana, Ignácio Lustosa, Francisco Rocha, Paula
Gomes, Francisco Correia, entre outros o fizeram, ainda sem resultados.
O mal que nos assombra ainda hoje, a falta de representatividade, vem de longe.
Se nos perguntarmos qual foi o produto de nossa exportação que mais projetou o
Paraná, que mais riquezas proporcionou, certamente a imensa se lembrará do café. Erva
Mate, madeira, ninguém se lembrara de imediato.
A economia cafeeira se mostrava cada vez mais pujante, colocando São Paulo na
dianteira da economia e, por conseguinte da política nacional.
Até que os interesses dos grandes estancieiros riograndenses se conflitaram com
interesses dos cafeicultores de São Paulo, estava deflagrada a Revolução Farroupilha de
1835 à 1845. Situação agravada pela revolução Liberal de Sorocaba em 1842.
E nós os curitibanos no meio do caminho, entre o Rio Grande e São Paulo. Para
evitar que aderíssemos a ideal revolucionário nos prometeram a emancipação de nossa
comarca.
Terminada a revolução, não obstante o empenho do governo de São Paulo, por
influência dos deputados paulistas, não conseguimos nossa autonomia.
O processo emperrou e se arrastou por aproximadamente 10 anos, embora a centelha
jamais tenha se apagado.
Por volta de 1850 o projeto tomou novo alento, agora por iniciativa de deputados
mineiros e baianos, que se deparam com o enorme progresso que o café proporcionava a
São Paulo, optaram por enfraquecê-lo, dividindo-o. Era o que precisávamos, cortaram São
Paulo pela metade, proporcionaram a nossa emancipação. Momento em que o extrativismo
da erva-mate alcançou seu apogeu, sendo responsável pela Emancipação Política do
Paraná, em 1853, No bojo da atividade ervateira, que chegou a representar 85%, da
economia da nova província, os transportes tiveram grande impulso: desenvolveu-se a
navegação fluvial nos rios Iguaçu e Paraná, construiu-se a ligação entre o planalto e o
litoral com a Estrada da Graciosa e a Ferrovia Paranaguá/Curitiba.
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O Paraná nasceu por força da Lei nº 704 de 29 de agosto de 1853, assinada por
Pedro II, que inclusive nos deu o nome.
Nossos limites iam do rio Paranapanema ao rio Uruguai, do oceano ao rio Paraná.
Foi a província solenemente instalada em 19 de dezembro do mesmo ano, quando da
chegada do seu 1º presidente, o baiano Dr, Zacarias de Góes e Vasconcelos, que
transformou a velha e atrasada, embora privilegiada naturalmente, Comarca de Curitiba na
Província do Paraná, dando o inicial para que o Paraná fosse o que é hoje.
“Um dos estados mais pujantes da união, mantido, do Atlântico às barrancas do
grande rio que lhe dá nome, pela iniciativa do laborioso povo que aqui vive”
Ufanistas, a exemplo de Romário Martins cuja trajetória na historiografia ajudou a
moldar a cara do Paraná, sejamos nós, membros dos Institutos Históricos a nos
apropriarmos também da questão paranista para que a história do nosso Paraná, tão rico,
tão próspero, tão significante para a Nação Brasileira não fique a mercê de um feriado
facultativo, fadado ao esquecimento.
E que ninguém mais diga que os paranaenses “têm característica de
incaracterísticos”.
Aproprio-me das palavras de Carlos Zatti que em certa ocasião ao refletir sobre o
Paraná disse:
“O povo paranaense deve orgulhar-se de suas origens e tradições sulinas”. Se há
uma sombra preconceituosa pairando sobre o Estado é por desconhecimento da história que
lhe dá identidade. E identidade é inconcebível sem memória.
Mesmo que pouco, foi o primeiro ouro do Brasil. O descoberto logo depois, nas
Minas Gerais, foi o da excelência que a história nos fala. Nova atividade econômica é
agregada para a vida de Curitiba: mineradores se fizeram criadores de gado e tropeiros. E
foi tão próspera a indústria pastoril, nos campos planálticos do Paraná, que influiu
decididamente na formação de cidades e de nossa identidade.
A criação e o transporte de gado penetraram profundamente nos costumes e nos
hábitos da população.
Muito mais que uma presença física, os tropeiros iam deixando fragmentos de
cultura: pequenos povoados, modos de falar, costumes, sentimentos… A história do
tropeirismo, da pecuária e do mate é a verdadeira história-raizado Paraná e do paranismo.
Os campos encontrados nos planaltos curitibanos foram denominados “gerais” pela
sua enormidade.
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Saint-Hilaire, também, nos fala da terra e da gente, dizendo: “Quando entrei nos
Campos Gerais, não somente fiquei surpreso com o aspecto da região, inteiramente nova
para mim, como também me senti de certa forma confuso diante dos costumes dos colonos,
totalmente diferentes dos de Minas e mesmo dos habitantes do norte da província de São
Paulo. Os homens estão sempre a cavalo e andam quase sempre a galope, levando um laço
de couro
amarrado à sela…Esses campos são certamente uma das mais belas regiões que já percorri
desde que cheguei à América. Não obstante, a região é propícia a todo tipo de cultura”.
Não há mais motivos que justifiquem nublar a identidade dos paranaenses. Como
em outras partes do mundo, há culturas micro-regionais, dentro da principal. – No Paraná
podemos ressaltar, entre outros, o “caiçara” (do barreado e do fandango) e o “pé-vermelho”
(da viola e do café), a influencia dos imigrantes, o mosaico étnico que se criou no Paraná,
principalmente no Sul.
A tônica, do Estado, é a diversidade, passando aos largos anos do Paraná
Tradicional, para se ater ao último meio século e subjugar aquilo que verdadeiramente é a
nossa identidade cultural, num discurso de diversidade, diversidade,... sem no entanto
apoiar efetivamente nenhuma delas. O diverso não tem identidade. Não é possível a
diversidade antes da unidade, as variantes antes da forma original.
Estado e povo, parece-nos que tem incapacidade de identificar e discernir o que é
terrantês do que é forâneo, o que é local do que é importado, o que é regional do que é
universal, o que é paranaense do que não é paranaense, o que é cultura popular do que é
modismo. Infelizmente, a subjetividade, enleva a diversidade que só se presta ao desserviço
do paranismo aglutinador.
Não se sabe se está querendo implantar a cultura da dispersão, com diversionismo,
mas se sabe que não são os vistosos e imponentes edifícios das cidades que caracterizam a
existência de um povo distinto dentre os demais, mas sim o culto de suas raízes
identificadoras. “Sou paranaense do sul e do norte, / sou sacudido e também forte”, canta o
cancioneiro popular antigo ciente da unidade e não da diversidade.
A tradição de um povo provém de sua História, de seu modo de vida. Para se
conhecer a cultura de um povo há que se conhecer a sua História. Uma não se dissocia da
outra.
Os historiadores comprometidos com a verdade histórica de nosso Estado são
testemunhas do que vem se fazendo, parece que há muito, no intuito de apagar a identidade
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do povo do Paraná. Por quê, ou para quê? Será por conta da universalização da história?
Basta analisar os livros didáticos, o Paraná?....Praticamente, nem aparece.
É certo que as grandes potências não vêem com bons olhos a fortificação da cultura
local ou popular, porque esta é uma impedição para elas imporem seu domínio. ( Exemplo
disso posso citar o dia Raoilin, folclore norte americano, tão difundido em nossas plagas).
Mas esta problemática também parece ausente nos apontamentos de alguns dos
escritores paranaenses mesmo sendo esta, em primeira instância, a preocupação de quem
quer produzir para sua terra; para quem deseja construir o paranismo. Onde estará o
“tingüi”, dos versos curitibanos, que é a denominação do paranaense? E por que grande
parte dos pesquisadores do Estado do Paraná, ao se depararem com um “bombachudo” o
ignora em seus apontamentos, seja por má informação, preconceito ou má intenção e,
apenas registram tal vulto campeiro como um personagem alienígena, quando na verdade
aí está o verdadeiro, legítimo e tradicional paranaense?!
O uso da bombacha. Entre 1864 e 1870, deu-se a Guerra do Paraguai. Como conseqüência
- além da destruição daquele país e o endividamento da Tríplice Aliança – entra na
América do Sul o uso das bombachas no meio cavalariano e firma-se como vestuário
campeiro. Com o passar do tempo e com o uso contínuo, passa ser a indumentária
identificadora dos pecuaristas, e seus peões, em quase toda a bacia do Prata, aí incluídos os
Campos Gerais, que desde Jaguariaíva, se estendem para o sul, abrindo o leque que abriga
Castro, Ponta Grossa, Palmeira, Guarapuava, Palmas, Lapa, Curitibanos, Lages, Vacaria,
Lagoa Vermelha, Passo Fundo, Cruz Alta e, pela região Missioneira do Rio Grande,
Uruguaiana, Livramento, Bagé, Uruguai e Argentina adentro.
O tropeiro-pecuarista é o personagem típico de nossa sociedade, tal qual o é no Rio
Grande do Sul. – Tanto o porto alegrense como o imigrante, fixado na região serrana -
agrícola e industrial - daquele Estado, assumiram o arquétipo campeiro para se
identificarem. – Por que tanta relutância, entre nós, se o gosto e o negócio do paranaense
tradicional era lidar e negociar gado?! Por que permitir e aceitar o “Chimarrão” como ícone
da cultura imaterial do Rio Grande do Sul, se foram os índios do Paraná que descobriram
erva mate como bebida? Porque viver dizendo aí, leiti, genti, quenti, denti. Se o leite
quente, não faz mal para o dente, viu gente. Se esse é o sotaque paranaense?
Até o caipira, que simboliza o homem tradicional brasileiro, cá pouco existiu e
mesmo assim, grande parte dessa cultura cabocla se foi com a perda do território
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“Contestado”, pois o paranaense de pura cepa, tal o gaúcho pampeano, não plantou nem
derrubou o mato.
Esta empreita coube aos migrantes: Paulistas e mineiros no norte e noroeste,
enquanto os colonos riograndenses se encarregaram de ocupar o oeste e o sudoeste, num
verdadeiro surto migratório ao Paraná, entre 1920 e 1960. – Isso é tão verdade que a
geografia voltada ao tema nos indica que em 1920 apenas um terço do território (região dos
campos) era habitado por 650.000 almas e que, em 1960 todo o território já havia sido
ocupado, tendo a população se elevado consideravelmente, com a criação de vários
municípios.
Portanto, tudo coisa muito recente; cultura em caldeamento para ser assimilada,
coisa que se dará só após algumas gerações.
O Norte e o Oeste ainda não tiveram tempo de absorver o paranismo, e Curitiba se
afastou dele ao se tornar cosmopolita (“provinciana”, dizem alguns).
Gauchismo. Gaúcho é todo aquele que cultiva uma tradição, portanto não é tributo dos
Riograndenses. Nós somos gaúchos, só que do Paraná. No entanto em alguns dos centros
de tradições gaúchas, os famosos CTGs, espalhados pelo nosso Paraná, muito se vê uma
referencia e deferência ao tradicionalismo do Rio Grande do Sul, celebrando a Semana
Farroupilha, e não sabem o significado do 19 de dezembro.
Mas há diferenças nesta pilcha gauchesca. - Claro que há!. A indumentária do
gaúcho de Guarapuava difere, em algumas peças, da do gaúcho correntino, assim como o
biriba de Lages usa peças não idênticas ao gaúcho alegretense, entretanto, todos usam
botas, bombachas e lenço, assim como todos sorvem mate em cuias de purungo. Curitiba
pode ter ficado isolada destas usanças, tornando-se cosmopolita - assim como ficaram
isolados o nosso litoral, Florianópolis e Porto Alegre - mas nem por isso deve esquecer
suas raízes culturais.
De 1870 a 1950, foi o “ciclo” das bombachas. Foi com a evolução da modernidade,
quando a homem do cone sul apeou do cavalo e embarcou no automóvel que deixou de
usar bombachas. E se é tradição do homem civilizado preservar usos e costumes - herança
de ancestrais -, não poderia ser diferente com campeiros, gaúchos, pampeanos, serranos,
barrigas-verdes, tingüis, tropeiros… A pilcha do tropeiro sulino é a indumentária típica do
paranaense. Não há outro traje que possa melhor identificar um tingüi. Recuperar a
identidade é uma maneira de reapropriar-se de seu próprio ser, diferenciado e específico.
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“Gaúchos de Curitiba – diz Tramujas Netto –,dos Campos Gerais de Curitiba, do Paraná, é
o que somos. Essa a nossa raiz, a nossa tradição primeira, a básica, a fundamental”.
Não estereotipado “pan-gaúcho”, mas se o paranaense quiser perder a pecha de
“provinciano descaracterizado” deve assumir o “parano-gauchismo”, que é o seu arquétipo,
para firmar uma identidade própria, tornando-se distinto entre os demais grupos humanos.
Antes reconhecer e identificar-se como tal. Depois descobrir as próprias facetas.
Além disso tudo que bom seria se pudéssemos nos declarar como disse Romário
Martins:
Paranaense é todo aquele que tem pelo Paraná uma afeição sincera, e que
notadamente a demonstra em qualquer manifestação de atividade digna, útil à coletividade
paranaense.
É Paranaense todo aquele que em terras do Paraná lavrou um campo, cadeou uma
floresta, lançou uma ponte, construiu uma casa, dirigiu uma fábrica, compôs uma estrofe,
pintou um quadro, esculpiu uma estátua, redigiu uma lei, praticou uma bondade, iluminou
um cérebro, evitou uma injustiça, educou um sentimento, reformou um perverso, escreveu
um livro, plantou uma árvore.
Ser Paranaense é identificar-se com a cultura de um povo que tem suas raízes na
colonização e na imigração de tantos povos. Com os Portugueses e Africanos, Suíços e
Franceses, Russos e Alemães, Poloneses e Italianos, Sírios Libaneses e Japoneses que
contraíram um mosaico étnico na formação da nossa gente, sem nos esquecer, porém dos
primitivos habitantes desta região: os indígenas.
Ser Paranaense é orgulha-se em ter nascido nesta terra do que deu ao Brasil
homens ilustres, políticos notáveis, pessoas do bem.
Ser Paranaense é acolher as pessoas que se encantam com o clima rural, histórico,
cultural, étnico, natural e religioso vivenciado pelos seus habitantes.
Nesse contexto, temos aí alguns dos motivos, ou boas justificativas para se criar um
Instituto Histórico e Geográfico local, pois fazemos parte de um Paraná que precisa ser
escrita, conhecida e reconhecida.
Imagino que muitos dos São-mateuenses devem estar se perguntando hoje, mas... o
que é um Instituto Histórico e Geográfico.? Como se faz um Instituto Histórico? Para que
serve um Instituto Histórico no município? Qual sua missão na comunidade? – Nos
poderíamos ajudar a responder que:
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Instituto Histórico é uma entidade de fomento a pesquisa e preservação histórico-
geográfica, cultural e das ciências sociais do Brasil, do Paraná, de Palmeira e de SÃO
MATEUS DO SUL...
Nasce pelo desejo dos membros da boa comunidade: Historiadores, geógrafos,
antropólogos, sociólogos, arquitetos, etnólogos, arqueólogos, museólogos, documentalistas
e do povo que não quer deixar lacunas em branco na história.
E isso se faz Com a boa vontade de voluntários que se preocupam, com a escrita da
história no tempo e no espaço; fatos do passados, do tempo presente. Dos heróis aos
anônimos da sociedade. Para que a micro história não se perca em meio a história geral ou
total. Para que as pessoas se reconheçam como membros ativos da história. Eis uma missão
não muito fácil, pois para tanto é preciso:
Estudar, documentar, comemorar, cultivar e manter, tudo aquilo que diz respeito à
história e geografia da cidade e da região, promovendo eventos de natureza cultural e
cívica valorizando as personalidades do município e da região.
Despertar o interesse da juventude às atividades históricas e culturais, permitindo a
integração dos jovens aos propósitos e ideias da instituição, através da pesquisa e difusão
da história, ainda pelo culto à memória dos filhos da terra. Bonito tudo isso, só que para
que se chegue a alcançar tais propósitos é preciso formalizar diretoria. O que vocês estão
praticando hoje. Criar estatuto, regulamentos, conselhos, simbologia, espaço para reuniões
e principalmente de apoio logístico, buscar parceiros comprometidos com a causa.
O que nos anima e revigora quando nos irmanamos aos nossos novos confrades é
que todas essas questões aqui em São Mateus estão devidamente articuladas. Vemos a
presença do executivo, do legislativo, de professores e tantos outros que já se envolveram a
fim de que hoje pudéssemos estar aqui e participar dessa solenidade de Fundação do
Instituto Histórico e Geográfico de São Mateus do Sul, agora de fato e de direito. Não mais
um sonho. Que honra para os integrantes do IHG de Palmeira fazer parte dessa
concretização.
Por fim quero agradecer o convite do amigo Mario Deina e demais articuladores
desse Instituto, pela oportunidade em difundir as questões históricas do nosso Estado, da
nossa região.
E encerro essa minha fala com as palavras de Jacques Le Goff "A memória, na qual
cresce a história, que por sua vez a alimenta, procura salvar o passado para servir ao
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presente e ao futuro. Devemos trabalhar de forma que a memória coletiva sirva para a
libertação e não para a servidão dos homens."
Salve São Mateus do Sul e todo o povo paranaense - Muito Obrigado.
Textos adaptados de:
Carlos Zatti.
Marcus V.M. Machado
Romário Martins.
LE GOFF, Jacques. História e Memória. 7a edição. Ed. Unicamp. 2013. p.437