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DIRETORIA DA FIERN QUADRIÊNIO 2016 – 2019

Amaro Sales de Araújo - Presidente

Pedro Terceiro de Melo - 1º Vice-Presidente

Vice-Presidentes Diretoria

Antônio Thiago Gadelha Simas Neto Francisco Ferreira Souto Filho

Francisco Vilmar Pereira Francisco Assis de Medeiros

Sílvio de Araújo Bezerra João Batista Gomes Lima

Sérgio Henrique Andrade de Azevedo Pedro Alcântara Rego de Lima

Sílvio Torquato Fernandes Francisco Vilmar Pereira Segundo

Maria da Conceição R. D. Tavares Antônio Leite Jales

Álvaro Coutinho da Motta Jorge Ricardo do Rosário

Diretor 1º Secretário Geraldo Orlando Santos Gadelha Simas

Heyder de Almeida Dantas José Zélito Nunes

Diretor 2º Secretário Edilson Batista da Trindade

Djalma Barbosa da Cunha Júnior Carlos Vinícius Aragão Costa Lima

Diretor 1º Tesoureiro Marinho Herculano de Carvalho

Roberto Pinto Serquiz Elias Ricardo Valença Gomes

Diretor 2º Tesoureiro

José Garcia da Nóbrega

CONSELHO FISCAL

Efetivos Suplentes

Francisco Pereira Soares Gustavo Henrique Calafange Motta

Alberto Henrique Serejo Gomes Tennyson Brito Holder da Silva

Jorge José da Silva Bastos Filho Euzim Alves dos Santos

DELEGADOS REPRESENTANTES JUNTO À CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA

Efetivos Suplentes

Amaro Sales de Araújo Antônio Thiago Gadelha Simas Neto

Flávio José Cavalcanti de Azevedo Roberto Pinto Serquiz Elias

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MACROPLAN

Claudio Porto - Diretor do projeto

Sérgio Buarque

Leon Tomelin - Coordenador

Bruna Garretano

Éber Gonçalves

Raphaela Moreira

Flávio Tadashi

Design

Luiza Raj

Tatiane Limani

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MENSAGEM DO PRESIDENTE DA FIERN

Em 2005, o Rio Grande do Norte era o estado melhor posicionado, em condições gerais, nas regiões

Nordeste e Norte do Brasil. Ocupávamos a 12ª posição entre todos os estados do país. Dez anos depois,

tínhamos perdido posições e havia indicadores claros de que estávamos perdendo nosso dinamismo.

Este fenômeno foi diagnosticado desde 2014 pelo Plano Mais RN. Por isso, propusemos uma

“colaboração ativa com o Poder Público e a sociedade potiguares para, em conjunto, implementar uma

estratégia de longo prazo pactuada para melhorar o Estado e levá-lo a um novo patamar de

desenvolvimento econômico e social.”

Infelizmente esse Pacto não aconteceu e a trajetória de declínio do estado se acentuou. Tivemos pioras

significativas ou avançamos pouco nos indicadores de crescimento econômico, segurança, educação,

saúde, investimentos, empregos, renda, saneamento e congestionamento da justiça, entre outros. E

uma das principais causas dessa situação foi a profunda crise fiscal e financeira do Estado.

Se for mantida a tendência dos últimos 10 anos, até 2022 cairemos para a 23ª posição entre os estados

brasileiros. E o Rio Grande do Norte poderá se tornar um dos estados menos atrativos do Brasil.

Por isso, é importante e urgente que as lideranças potiguares, apesar de suas diferenças, se unam e

enfrentem as debilidades do estado de modo decisivo para evitar que o pior cenário aconteça. Neste

sentido, agregamos as principais entidades empresariais e consultamos autoridades, empresários e

especialistas e construímos uma proposta de trabalho objetiva para resgatar o Rio Grande do Norte nos

próximos quatro anos.

Esta proposta – a Agenda Potiguar 2019-2022 - que compartilhamos com a sociedade em geral, e com

as lideranças e formadores de opinião do estado, em particular, foi feita de acordo com a realidade

potiguar e inspirada em casos de sucesso de outros estados brasileiros. Mas ela só terá chance de

sucesso se for assumida e liderada pelo Governador eleito este ano, e compartilhada solidariamente por

todas as instituições privadas e da sociedade civil e demais poderes públicos do estado.

Vamos nos unir para fazer o Rio Grande do Norte voltar a crescer, gerar bons negócios, mais empregos e

qualidade de vida. Mãos à obra!

AMARO SALES DE ARAÚJO

Presidente da FIERN

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NOTA METODOLÓGICA

A Agenda Potiguar 2019-2022 é um trabalho que articula uma visão de conjunto do Rio Grande

do Norte numa perspectiva comparada (Parte I) com propostas concretas para o

enfrentamento das principais debilidades e vulnerabilidades estruturais do estado e, ao

mesmo tempo, criar um ambiente mais favorável ao desenvolvimento de suas principais

potencialidades (Parte II).

Os diagnósticos e prognósticos, assim como as propostas de ação, estão baseadas em

evidências (análises de dados e fatos, além de estudos disponíveis) e em percepções e

sugestões de autoridades, empresários, lideranças e especialistas potiguares que foram

consultados ao longo deste ano. Incorporam, também, conhecimentos da Macroplan obtidos

em trabalhos semelhantes e na pesquisa “Desafios da Gestão Estadual” que a consultoria

realiza todos os anos1. Casos de sucesso identificados em outros estados ou países

assemelhados também constituíram fonte relevante para a formulação das propostas ora

apresentadas.

É necessário e oportuno antecipar que a quase totalidade dos dados utilizados nas análises foi

obtida em fontes oficiais. No entanto, especialmente nos dados fiscais, orçamentários e

financeiros, infelizmente ainda há lacunas, imprecisões, informações contraditórias ou

desatualizadas nessas fontes. Mas isso não invalida as constatações e análises feitas aqui, tal a

magnitude dos fenômenos considerados. Por exemplo, pode-se ter informações discrepantes a

respeito dos déficits fiscal ou de caixa do Estado, mas não há dúvida de que eles existem e são

significativos.

De modo que, como aqui não se trata de uma auditoria, mas de uma avaliação estratégica, o

nível de precisão dos dados disponíveis é suficiente para identificar problemas e

oportunidades e indicar caminhos. Mas a ‘dosagem exata’ (ou pelo menos mais precisa) dos

desafios a serem enfrentados e das medidas a serem tomadas (a magnitude do ajuste fiscal,

por exemplo) na melhor das hipóteses só será possível após concluído o processo eleitoral.

Missão estratégica e urgente do governante eleito, qualquer que seja.

Outra questão que vale antecipar, é que ao longo do texto serão encontradas algumas

redundâncias – de informações, de gráficos ou tabelas ou mesmo de argumentos. Essas

redundâncias são deliberadas pois visam facilitar a compreensão do leitor, poupando-o de

muitas remissões.

Finalmente, uma consideração a respeito da agenda proposta – Grandes Desafios, Áreas de

Resultado, Objetivos, Metas Indicativas, Estratégias e Ações Prioritárias. Ela foi formulada com

1 O Anexo II apresenta uma descrição sumária da metodologia empregada nesta pesquisa.

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base no diagnóstico realizado, inspirada em casos de sucesso e boas práticas de outros estados

ou grandes cidades, e levando em conta três critérios:

1. Seletividade: foco exclusivo no que é decisivo para o futuro do RN e dos negócios

privados até 2022;

2. Realismo: a ambição foi ‘calibrada’ pelo cenário de fortes restrições fiscais, político-

institucionais e financeiras do país e do RN; e

3. Protagonismo solidário: a superação do cenário de dificuldade não depende só do

Governo do Estado. Deste modo, é uma agenda que também envolve os outros

poderes públicos e os atores privados ou da sociedade civil.

Portanto, o conjunto de propostas aqui apresentado devem ser entendido como um ponto

de partida organizado e focalizado nas questões imediatas mais relevantes para fazer o Rio

Grande do Norte sair da crise. Certamente muitos ajustes serão necessários na medida em

que os desafios e os limites e possibilidades de agir forem ficando mais nítidos.

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SUMÁRIO

Parte I - O RIO GRANDE DO NORTE NUMA PERSPECTIVA COMPARADA ................................. 7

1. Avaliação situacional e retrospectiva ................................................................................................... 8

2. Pontos fortes e potencialidades do Rio Grande do Norte ................................................................. 16

3. Debilidades e vulnerabilidades do Rio Grande do Norte ................................................................... 32

4. Síntese e conclusões: os quatro desafios prioritários para o resgate do Rio Grande do Norte ......... 45

PARTE II – PROPOSTAS PARA AS ÁREAS DE RESULTADO ...................................................... 49

1. Segurança Pública .............................................................................................................................. 50

2. Educação ............................................................................................................................................ 60

3. Saúde Pública ..................................................................................................................................... 72

4. Assistência e inclusão social ............................................................................................................... 80

5. Transporte e conectividade ............................................................................................................... 87

6. Recursos hídricos e saneamento ...................................................................................................... 103

7. Ambiente de negócios...................................................................................................................... 115

8. Atração e retenção de investimentos .............................................................................................. 122

9. Produtividade e inovação públicas .................................................................................................. 130

10. Geração de receitas públicas ......................................................................................................... 139

11. Redução de despesas ..................................................................................................................... 147

12. Melhoria da gestão pública estadual ............................................................................................. 157

13. Governança cooperativa e solidária ............................................................................................... 166

14. Protagonismo regional e nacional .................................................................................................. 173

ANEXOS ..................................................................................................................................... 178

Anexo I | Relação dos entrevistados .................................................................................................. 179

Anexo II | Estudo e Índice Desafios da Gestão Estadual ..................................................................... 180

| 7 |

PARTE I - O RIO GRANDE DO NORTE NUMA

PERSPECTIVA COMPARADA

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1. CAPÍTULO 1. AVALIAÇÃO SITUACIONAL E RETROSPECTIVA

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Em 2005, o Rio Grande do Norte era o estado melhor posicionado, em termos de

desenvolvimento, nas regiões norte e nordeste do Brasil. Segundo o IDGE (Índice Desafios da

Gestão Estadual)2, naquele ano ocupava a 12ª posição entre os 27 estados brasileiros.

Dez anos depois, em 2015, o RN já havia perdido duas posições, ultrapassado pelos estados de

Pernambuco e Ceará. E encurtou muito sua dianteira em relação à Paraíba e Rondônia,

estados posicionados em 15º e 16º lugar neste ranking.

Figura 1. IDGE 2017 – Ranking Geral – Indicador Sintético (Com base em dados até 2015)

Fonte: Macroplan -Índice Desafios da Gestão Estadual 2017. https://www.desafiosdosestados.com/

A figura 2, a seguir, expõe uma visão mais detalhada que evidencia a posição relativa de cada

um dos 28 indicadores do IDGE do RN em comparação com os demais estados da federação.

2 Índice calculado e divulgado anualmente pela Macroplan, com base em modelo matemático que consolida resultados de 28 indicadores relacionados a educação, juventude, saúde, segurança, transportes, telecomunicações, energia elétrica, desenvolvimento econômico, desenvolvimento social, condições de vida e instituições. Ver https://www.desafiosdosestados.com/o-dge. No Anexo I deste documento há uma apresentação e descrição sucinta desses indicadores.

≤ 0,518

≥ 0,519 e ≤ 0,548

Legenda²:

≥ 0,549 e ≤ 0,625

≥ 0,626 e ≤ 0,751

≥ 0,752

20151

Nota: 1 Dependendo do indicador, o ano final pode variar de

2014 a 2016, sendo que grande parte é referente a 2015. Os

anos iniciais foram definidos considerando o período de uma

década sempre que possível (2005-2015). Os indicadores com

períodos diferentes são: PIB per capita (2004-2014); Déficit

Habitacional (2007-2014); Acesso à Internet (2009-2015);

Qualidade das Rodovias (2006- 2016); Congestionamento da

Justiça (2009-2015) e Transparência (2010 e 2014). 2 Os valores

da legenda foram definidos dividindo os Estados em 5 grupos no

último ano. Esse mesmo intervalo foi aplicado para os anos

iniciais e para 2014.

SP RJ

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BA

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SC

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RR

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CE

PB

PE

SE

Posição UF 2015 2014∆ posições 2014-2015

2005∆ posições 2005-2015

1 SP 0,846 0,842 0 0,705 0

2 SC 0,827 0,822 0 0,687 0

3 DF 0,825 0,797 0 0,646 1

4 RS 0,781 0,774 0 0,661 -1

5 PR 0,768 0,765 0 0,606 1

6 RJ 0,752 0,747 1 0,596 1

7 MG 0,748 0,750 -1 0,610 -2

8 ES 0,735 0,732 0 0,551 0

9 MS 0,697 0,674 0 0,493 1

10 GO 0,655 0,641 0 0,515 -1

11 MT 0,626 0,610 0 0,448 0

12 PE 0,576 0,591 0 0,366 11

13 CE 0,553 0,549 2 0,400 4

14 RN 0,553 0,565 -1 0,437 -2

15 PB 0,549 0,548 1 0,381 5

16 RO 0,549 0,562 -2 0,403 -3

17 BA 0,545 0,545 0 0,401 -2

18 AC 0,531 0,515 4 0,403 -4

19 TO 0,525 0,532 0 0,380 2

20 SE 0,522 0,525 0 0,400 -4

21 AM 0,519 0,534 -3 0,381 -2

22 AP 0,513 0,523 -1 0,389 -4

23 RR 0,512 0,514 0 0,349 1

24 PA 0,492 0,478 1 0,379 -2

25 PI 0,489 0,478 -1 0,300 1

26 AL 0,454 0,424 0 0,269 1

27 MA 0,432 0,423 0 0,304 -2

| 10 |

Figura 2. IDGE 2017 – Posição do RN no ranking dos 27 Estados (Com base em dados até 2015)

Fonte: Macroplan -Índice Desafios da Gestão Estadual 2017. https://www.desafiosdosestados.com/

Qualidade da energia (DEC e FEC)3, proporção de rodovias pavimentadas, expectativa de vida e

taxa de óbitos por acidente de trânsito são os cinco indicadores em que o RN estava melhor

posicionado em 2015.

Por outro lado, o RN posicionava-se entre as piores posições (26ª à 22ª), no mesmo período,

nos seguintes quesitos: taxa de desemprego, congestionamento da Justiça - 1º grau, taxa de

homicídios, qualidade das rodovias e analfabetismo de jovens e adultos.

Na verdade, a perda de dinamismo do RN, em comparação com outros estados, já fora

diagnosticada nos estudos componentes do Plano Estratégico de Desenvolvimento do Rio

Grande do Norte 2016-2035, também conhecido como “Mais RN”4. Como saída para reverter a

trajetória de declínio, este Plano propôs, como ponto de partida, a celebração de um “Amplo

Pacto Político e Social para implementar uma ousada agenda que articule a qualidade das

instituições, a eficiência do estado, o ajuste fiscal, os investimentos em infraestrutura e em

educação com o empreendedorismo potiguar”.

Infelizmente este Pacto, proposto em 2014, não foi concretizado, nem tampouco se progrediu

na agenda de melhorias do Rio Grande Norte – pelo menos em comparação com o ritmo da

maioria dos demais estados brasileiros.

3 Indicadores de desempenho da COSERN, empresa de distribuição de energia elétrica privatizada em 1997. 4 FIERN, julho 2016. Versão completa acessível em http://www.maisrn.org.br/

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16º 16° 16° 16° 16°

17º 17° 17° 17° 17°

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20º 20°

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22º 22° 22° 22°

23º 23° 23°

24º

25º 25°

26º 26°

27º

| 11 |

Pelo contrário, segundo o estudo Desafios da Gestão Estadual, a trajetória de declínio se

acentuou. Entre 2005 e 2015 o RN piorou de posição em relação à maioria dos outros estados

brasileiros: melhorou em 11 mas piorou em 15 dos 28 indicadores do IDGE.

Figura 3. IDGE 2017 – VARIAÇÃO DE POSIÇÕES – RN X DEMAIS ESTADOS BRASLEIROS (Com base em

dados até 2015)

Fonte: Macroplan -Índice Desafios da Gestão Estadual 2017. https://www.desafiosdosestados.com/

Particularmente preocupante, nesta trajetória de declínio, foram os comportamentos

observados nos quesitos Institucional – uma queda de 6 posições, posicionando o RN como o

25º estado brasileiro; e Desenvolvimento Econômico – uma queda de 8 posições, indicando

que o RN era o penúltimo estado brasileiro!

INDICADORESPOSIÇÃO

2005POSIÇÃO

2015

Desigualdade de renda 26º 16º

Jovens Nem Nem 25º 17º

POSIÇÃO

2010

POSIÇÃO

2014

Transparência 24º 17º

POSIÇÃO 2007

POSIÇÃO 2014

Déficit habitacional 18º 12º

POSIÇÃO 2005

POSIÇÃO 2015

Acesso à internet 19º 14º

IDEB EF I 25º 21º

Pobreza 19º 16º

IDEB EF II 22º 19º

Qualidade da energia –Nº de interrupções

8º 6º

Jovens com ensino superior completo

17º 16º

Escolaridade média da população adulta

18º 17º

INDICADORESPOSIÇÃO

2005

POSIÇÃO

2015

Qualidade da energia -Horas de interrupção

8º 9º

Expectativa de Vida 8º 9º

Renda domiciliar per capita

14º 15º

Acesso à telefonia 14º 15º

Informalidade 16º 17º

IDEB EM 21º 22º

Taxa de óbitos por acidente de trânsito

6º 9º

POSIÇÃO 2004

POSIÇÃO 2014

PIB Per Capita 17º 20º

POSIÇÃO

2005

POSIÇÃO

2015

Proporção de Rodovias Pavimentadas

3º 7º

Taxa de desemprego 21º 26º

Gravidez precoce 8º 15º

Mortalidade infantil 9º 16º

Saneamento adequado 15º 22º

POSIÇÃO

2009

POSIÇÃO

2015

Congestionamento da Justiça - 1º grau

11º 25º

POSIÇÃO

2005

POSIÇÃO

2015

Taxa de homicídios 3º 23º

| 12 |

Figura 4. IDGE 2017 – POSIÇÃO RELATIVA DO RN NA DIMENSÃO INSTITUCIONAL (Com base em dados

até 2015)

Fonte: Macroplan -Índice Desafios da Gestão Estadual 2017. https://www.desafiosdosestados.com/

Figura 5. IDGE 2017 – POSIÇÃO RELATIVA DO RN NA DIMENSÃO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO -

(Com base em dados até 2015)

Fonte: Macroplan -Índice Desafios da Gestão Estadual 2017. https://www.desafiosdosestados.com/

≤ 0,350

≥ 0,351 e ≤ 0,412

Legenda2:

≥ 0,413 e ≤ 0,478

≥ 0,479 e ≤ 0,502

≥ 0,503

20151

SPRJ

MGES

BA

PR

RS

SC

AM

RR

ACRO

PA

RN

MA

TO

PI

GO

AP

AL

MT

MS

DF

CE

PB

PE

Posição UF 2015 2014∆ posições 2014-2015

2005∆ posições 2005-2015

1 DF 0,650 0,628 1 0,446 9

2 ES 0,615 0,613 1 0,409 12

3 AP 0,601 0,661 -2 0,678 -2

4 MG 0,517 0,483 8 0,443 7

5 RS 0,516 0,497 4 0,466 0

6 PE 0,503 0,534 -2 0,449 3

7 SP 0,501 0,507 1 0,499 -4

8 CE 0,501 0,510 -1 0,398 8

9 PI 0,487 0,458 6 0,172 18

10 MT 0,484 0,476 3 0,247 16

11 RR 0,479 0,406 7 0,339 11

12 SC 0,473 0,522 -6 0,414 1

13 PR 0,470 0,468 1 0,347 8

14 MS 0,438 0,530 -9 0,450 -6

15 AC 0,434 0,490 -4 0,464 -9

16 PA 0,413 0,491 -6 0,458 -9

17 RJ 0,397 0,388 4 0,318 6

18 PB 0,389 0,445 -2 0,369 0

19 AL 0,388 0,389 1 0,279 6

20 TO 0,380 0,372 2 0,386 -3

21 SE 0,351 0,322 5 0,431 -9

22 AM 0,349 0,367 1 0,364 -3

23 MA 0,335 0,336 2 0,553 -21

24 GO 0,331 0,409 -7 0,406 -9

25 RN 0,319 0,398 -6 0,360 -5

26 RO 0,293 0,283 1 0,486 -22

27 BA 0,281 0,352 -3 0,280 -3

Nota: 1 Dependendo do indicador, o ano final pode variar de 2014

a 2016, sendo que grande parte é referente a 2015. Os anos

iniciais foram definidos considerando o período de uma década

sempre que possível (2005-2015). Os indicadores com períodos

diferentes são: Congestionamento da Justiça (2009-2015) e

Transparência (2010 e 2014). 2 Os valores da legenda foram

definidos dividindo os Estados em 5 grupos no último ano. Esse

mesmo intervalo foi aplicado para os anos iniciais e para 2014.

SE

≤ 0,397

≥ 0,398 e ≤ 0,425

Legenda2:

≥ 0,426 e ≤ 0,591

≥ 0,592 e ≤ 0,699

≥ 0,700

20151

Nota: 1Com exceção dos dados de PIB Per Capita (2004-2014). 2 Os valores da legenda foram definidos dividindo os Estados

em 5 grupos no último ano. Esse mesmo intervalo foi

aplicado aos anos iniciais e para 2014.

SPRJ

MGES

BA

PR

RS

SC

AM

RR

ACRO

PA

RN

MA

TO

PI

GO

AP

AL

MT

MS

DF

CE

PB

PE

SE

Posição UF 2015 2014∆ posições 2014-2015

2005∆ posições 2005-2015

1 SC 0,827 0,884 0 0,783 0

2 DF 0,762 0,776 2 0,588 2

3 PR 0,731 0,813 -1 0,646 0

4 RS 0,719 0,797 -1 0,669 -2

5 MS 0,705 0,748 2 0,541 1

6 MT 0,700 0,750 0 0,506 4

7 SP 0,682 0,771 -2 0,575 -2

8 RJ 0,629 0,734 0 0,534 -1

9 GO 0,626 0,697 0 0,457 3

10 ES 0,603 0,696 0 0,508 -1

11 MG 0,592 0,673 0 0,528 -3

12 RO 0,581 0,653 0 0,492 -1

13 AC 0,491 0,454 8 0,362 2

14 AP 0,456 0,479 4 0,304 6

15 AM 0,432 0,517 0 0,375 -1

16 PA 0,426 0,440 6 0,384 -3

17 CE 0,418 0,460 3 0,323 0

18 SE 0,415 0,488 -1 0,287 6

19 RR 0,410 0,521 -5 0,193 8

20 PE 0,401 0,490 -4 0,295 2

21 TO 0,398 0,524 -8 0,345 -5

22 PI 0,388 0,466 -3 0,287 3

23 MA 0,373 0,384 3 0,267 3

24 BA 0,368 0,421 0 0,287 -1

25 PB 0,357 0,423 -2 0,299 -4

26 RN 0,353 0,410 -1 0,319 -8

27 AL 0,278 0,335 0 0,310 -8

| 13 |

Os principais fatores explicativos tanto da posição de destaque do RN até 2005 como do

declínio mais recente estão expostos nos Capítulos 2 e 3, adiante. Antes, porém, é oportuno e

necessário fazer uma breve exploração prospectiva caso sejam mantidas as tendências

recentes, o que é feito no item a seguir.

1.1 ANÁLISE PROSPECTIVA

O prognóstico para o posicionamento do RN é muito desfavorável.

Na hipótese de que seja mantida a tendência dos últimos 10 anos, e considerando

exclusivamente os estados das regiões Norte e Nordeste5, o RN cairá para a 23ª posição no

ranking do DGE em 2022. Uma queda de 10 posições entre 2014 e 2022, como mostra a figura

6, abaixo:

Figura 6. POSIÇÃO RELATIVA DOS ESTADOS DO NORDESTE E NORTE DO BRASIL - IDGE 2014/15 (Dados

Observados) x IDGE 2022 (Dados Projetados)

Uma visão mais detalhada desta visão extrapolativa do posicionamento dos estados do Norte

e Nordeste no IDGE pode ser visualizada na figura 7. Alguns pontos a destacar:

No período observado (2005-2015):

a. dos 16 estados, 7 melhoraram de posição e 9 tiveram piora;

b. entre os estados que melhoraram, destacam-se Pernambuco em 1º lugar (subiu 11

posições e tornou-se líder de todo o grupo), Paraíba em 2º (subiu 5 posições) e Ceará

5 Uma vez que os estados das outras três grandes regiões geográficas do país estão em patamar de desempenho superior – ou seja, entre a 1ª e a 11ª posição no indicador sintético do IDGE.

13º 23º

2022 Projeção

2015

1º ao 6º 7º ao 11º 12º ao 16º 17º ao 21º 22º ao 27º

Posição no ranking

BA

AM

RR

ACRO

PA RNMA

TO

PI

AP

ALSE

CE

PBPE

BA

AM

RR

ACRO

PA RNMA

TO

PI

AP

ALSE

CE

PBPE

| 14 |

em 3º (avançou 4 posições). Tocantins (duas posições a mais) e Roraima, Piauí e

Alagoas (melhoria de 1 posição cada) completam o quadro;

c. já entre os 9 estados que pioraram, os três principais destaques negativos são Sergipe,

Acre (menos 4 posições) e Amapá (menos 3), seguidos do Rio Grande do Norte,

Rondônia, Pará e Maranhão (queda em 2 posições). Bahia e Amazonas completam o

grupo (perda de uma posição)

Já no período projetado (2016-2022), os principais movimentos são os seguintes:

a. dos 16 estados, 7 tendem a melhorar de posição, 3 ficarão estáveis e 6 provavelmente

piorarão em comparação com os demais;

b. entre os que tendem a ganhar posições, destacam-se Roraima como o de maior

avanço esperado (mais 8 posições); seguido do Piauí (mais 6 posições), Alagoas

(melhora em 5) e Rondônia (mais 3). Paraíba, Tocantins e Amazonas tendem a ganhar

uma posição cada;

c. três estados permanecem estáveis, com as mesmas posições de 2005: Pernambuco (1º

de todo o grupo e 12º do país), Bahia (6º do grupo e 17º do país) e Maranhão (último

do grupo e, também, do Brasil);

d. entre os estados que declinam, a maior perda esperada de posições é o Rio Grande

do Norte: tende a cair 10 posições (da 3ª para a 12ª no Norte/Nordeste e da 13ª para

a 23ª entre todos os estados do país);

e. neste grupo seguem-se o Acre (perda esperada de 6 posições), Amapá e Ceará (menos

3 posições) e, finalmente Pará e Sergipe (duas a menos).

| 15 |

Gráfico 1. RIO GRANDE DO NORTE NO RANKING DO DGE - EVOLUÇÃO OBSERVADA (2005-2015) E

PROJEÇÃO EXTRAPOLATIVA (2016-2022)

Fonte: Macroplan.

Ressalve-se que o quadro prognosticado não é uma fatalidade. Aponta apenas uma tendência

caso sejam mantidas as condições (externas e internas) que todos os estados brasileiros

vivenciaram no período 2005-2015. Ou seja, este prognóstico só se concretizará se as mesmas

condições prevalecentes no período passado forem mantidas de 2016 a 2022, inclusive o

desempenho e as práticas e políticas adotadas pelos poderes públicos potiguares.

Para o Rio Grande do Norte, o prognóstico acima esboçado deve servir como um sinal de

alerta: ou o estado muda e melhora as suas opções e as práticas político-administrativas

dominantes desde 2005, fortalece suas instituições, recupera a governabilidade e cria um

ambiente favorável aos negócios, ou estará fadado a uma decadência acelerada em

comparação aos demais estados do país e da região.

O que motiva e justifica este trabalho é justamente a perspectiva de evitar que ocorra o pior

cenário para o Rio Grande do Norte6. Mas, tanto para evitar um voluntarismo cego como a

espera por um milagre, é preciso compreender melhor os fatores que influenciam esta

perspectiva de decadência e reavaliar as potencialidades do estado, para formular uma agenda

de resgate com base em evidências, dados e fatos. Este é justamente o objeto dos Capítulos

seguir.

6 Fazer referência ao cenário “Derrubando o Elefante”

2005 2015 2022

12º

13º

14º

15º

16º

17º

18º

19º

20º

21º

22º

23º

24º

25º

26º

27º

PE

RO

PB

RR

CE

BA

TO

PI

AM

AL

SE

AP

RNAC

PA

MA

PO

SIÇ

ÃO

DG

E

| 16 |

2. CAPÍTULO 2 – PONTOS FORTES E POTENCIALIDADES DO RIO GRANDE DO

NORTE

| 17 |

Já em 2014, o Plano Mais RN7 destacava que a economia potiguar reunia potencialidades

valiosas: capacidade de geração de energia eólica e solar, uma rede de cidades bem conectada

por uma malha rodoviária com qualidade superior à média da região, um dos melhores IDH do

Nordeste, recursos naturais abundantes com importantes ativos minerais e um litoral belo e

extenso, além de uma localização estratégica privilegiada8.

Para os fins deste trabalho, focalizado em uma agenda de curto-médio prazos (2019-2022), ao

invés de uma avaliação exaustiva dessas potencialidades, importa destacar aqueles que podem

constituir em “alavancas” de um processo de recuperação imediata. Neste sentido, pesquisas

realizadas pela Macroplan junto a empresários e autoridades públicas, entre abril e junho de

2018, destacaram dez áreas de oportunidade com maior potencial de resposta para sustentar

um novo ciclo de crescimento do estado. Esses segmentos, destacados na figura 8, estão

analisados sumariamente a seguir.

Figura 7. PRNCIPAIS POTENCIALIDADES ECONÔMICAS DO RIO RANDE DO NORTE

Fonte: Macroplan

2.1. ENERGIA EÓLICA

Atualmente, o Rio Grande do Norte possui o principal parque instalado de geração de energia

eólica do Brasil, com mais de 3.600 MW de capacidade instalada, 50% mais que o segundo

colocado no Brasil (Bahia, com 2.400 MW). Mesmo com a liderança nas instalações já

7 Capítulo 1 – Análise retrospectiva e situação atual 8 Uma avaliação bem mais ampla e detalhada desses potenciais está feita no Plano Mais RN – Capítulos 4 - Metas Indicativas e Estratégias de Curto, Médio e Longo Prazo; 5 - Análise e Seleção Preliminar de Oportunidades de Investimentos e Negócios e 6 - Planos de Ação Indicativos para 10 Subsetores Produtivos Prioritários. (FIERN, 2014)

MINERAÇÃO

BIO MA CAATINGA

SERVIÇOS AVANÇADOS

CO NFECÇÕESENERGIA

FRUTICULTURA

IRRIGADA

TURISMO

PESCA OCEÂNICA E

CARCINICULTURA

• Eólica • Solar1

2

3

4

5

6

7

8

CO MÉRCIO9

CO NSTRUÇÃO CIVIL10

| 18 |

existentes, ainda existe grande potencial de expansão, devido às condições climáticas

favoráveis (disponibilidade de ventos) e à necessidade crescente de geração de energias

limpas e sustentáveis.

Figura 8. Parques instalados, capacidade de geração e evolução da energia eólica no Brasil - 2018

Fonte: https://www.correio24horas.com.br/fileadmin/user_upload/correio24horas/2018/02/26/infoenergia.jpg

2.2. ENERGIA SOLAR

Assim como no caso da energia eólica, o Rio Grande do Norte possui um grande potencial de

geração de energia solar. Na figura 9 abaixo, pode-se ver que o estado se situa entre os

maiores potenciais geradores do Brasil.

| 19 |

Figura 9. Mapa do potencial de geração de energia solar

Fonte: INPE, Atlas Brasileiro de Energia Solar, 2ª edição, 2017

Além do potencial de geração, a energia solar é também uma fonte de sinergia com outra

indústria do Rio Grande do Norte: a mineração. Existe potencial de produção de quartzo no

estado, que é uma das principais matérias primas na fabricação de células fotovoltaicas. O

aproveitamento dessa sinergia produtiva seria vantajoso para o adensamento da cadeia de

produção e maior ganho de dinamismo para o estado.

2.3. DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

Além dos potenciais de geração, o Rio Grande do Norte dispõe de uma empresa de

distribuição de energia elétrica que, após privatizada, situa-se entre as mais eficientes do país,

ficando na 11ª posição nacional entre as grandes distribuidoras no ranking de Desempenho

Global de Continuidade 2017, um índice que mede a qualidade de distribuição de energia

elétrica. A COSERN também figura entre as melhores distribuidoras do país segundo a

Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica (ABRADEE), sendo considerada a 5ª

melhor em 2017.

| 20 |

A disponibilidade e a confiabilidade do suprimento e energia elétrica de qualidade

representam um diferencial competitivo para o estado, que possui maior facilidade de

oferecer energia elétrica de qualidade para pessoas e empresas.

2.4. PETRÓLEO & GÁS

A produção do petróleo, embora atualmente em estágio declinante, ainda tem capacidade de

dinamizar a economia com bom aproveitamento dos poços maduros, avanços futuros na

produção offshore e expansão do refino de querosene de aviação (QAV). A extração de

petróleo e gás também aquece toda a economia local, garantindo investimentos em logística e

infraestrutura, por exemplo.

No entorno dessas três fontes de energia, e da COSERN, há espaços atrativos para o

adensamento da cadeia fabricação de componentes e equipamentos, como células

fotovoltaicas, geradores e peças para subestações. A geração de energia elétrica se coloca,

então, como grande potencial para o desenvolvimento de uma extensa rede de serviços com

valor agregado e criação de empregos para o Rio Grande do Norte.

2.5. TURISMO

Trata-se de um segmento econômico consolidado com um grande potencial de crescimento e

de aproveitamento econômico das belezas naturais, do patrimônio cultural e da posição

geográfica do Rio Grande do Norte.

Tem posição consolidada como o quarto maior receptivo nacional e internacional do Nordeste,

atraindo intenso movimento turístico (nacional e internacional) – turismo de aventura, rural e

cultural

| 21 |

Gráfico 2. EVOLUÇÃO DO INGRESSO DE TURISTAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS - RN e Outros Estados

do Nordeste 2010-2016

Fonte: Ministério do Turismo, Anuários Estatísticos de Turismo

O Rio Grande do Norte possui diversas alternativas turísticas9, atraindo tanto visitantes

brasileiros como estrangeiros (Figura 10 abaixo). Para que esta vocação seja impulsionada, são

fatores críticos: uma melhoria substancial na segurança pública e nos serviços de saneamento

(água e esgotos), sinalização, transportes e serviços especializados no apoio ao turismo.10

9 O Governo do RN, por meio do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (IDEMA), realizou investimentos para criar o primeiro parque urbano à beira bar, na Via Costeira da cidade de Natal, o Costeira Parque, que até agosto de 2018 já conta com 70% da sua obra concluída. O parque contará com diversas áreas para a prática de esportes, para visitantes e turistas de todas as idades. 10 Ver mais detalhes no Plano Mais RN – Capítulo 6 - Planos de Ação Indicativos para 10 Subsetores Produtivos Prioritários - Turismo. (FIERN, 2014)

QUANTIDADE DE TURISTAS NACIONAIS

QUANTIDADE DE TURISTAS INTERNACIONAIS

0

1.000.000

2.000.000

3.000.000

4.000.000

5.000.000

6.000.000

7.000.000

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

RN PB PE PI CE BA

0

50.000

100.000

150.000

200.000

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

RN PE CE BA

| 22 |

Figura 10. Polos turísticos do Rio Grande do Norte e seus atrativos

Fonte: Plano Mais RN – Capítulo 6. Elaborado pela Macroplan

2.6. FRUTICULTURA IRRIGADA

O Rio Grande do Norte já é o maior produtor e exportador de melões frescos do Brasil, com a

produção concentrada nas regiões Oeste e do Vale do Açu. Nos gráficos 3 e 4 abaixo estão os

dados de quantidade produzida e exportada do produto.

Gráfico 3. Quantidade produzida de melões, em toneladas – RN e outros estados do Nordeste

Fonte: IBGE. Produção Agrícola Municipal

ANGICOS

• Ecoturismo: Pico do Cabugi

ITAJÁ

• Ecoturismo: Vegetação de carnaubais e caatinga

LUÍS GOMES

• Serrano: Clima ameno

• Religioso e Eventos: Festas e danças típicas

• Ecoturismo: Cachoeira do Relo e Mirante da Serra

PATU

• Aventura: Asa delta e parapente

TIMBAÚBA DOS BATISTAS

• Eventos: Corrida de Jegues

CAICÓ

• Eventos e Religioso: Festa de Sant’ana

• Científico: Lajedo Soledade

• Cultural: Terra do Bordado

• Aventura: Rapel, escalada, mountain bike

SÃO GONÇALO DO AMARANTE

• Religioso: Capela dos Mártires e Romaria Religiosa

EXTREMOZ

• Litorâneo: Dunas de Genipabú, Passeio de Buggy

• Alto Luxo: Voo de ultraleve

NATAL

• Eventos: Cartanal e Rally dos Sertões

• Religioso: Forte dos Reis Magos

• Científico: Museu Câmara Cascudo

• Litorâneo: Morro do Careca

• Negócios: Maior PIB do RN

PARNAMIRIM

• Litorâneo: Cajueiro Gigante e Praia de Pirangi

• Científico: Base de Lançamento

NÍSIA FLORESTA

• Litorâneo: Complexo de Lagoas, Praia de Búzios e Tabatinga

BAÍA FORMOSA

• Ecoturismo: Lagoa da Coca-Cola

SÍTIO NOVO

• Histórico e Religioso: Castelo do Zé Monte

CURRAIS NOVOS

• Científico: Mina Brejuí

MOSSORÓ

• Religioso e Eventos: Festa Junina

• Negócios : 2º maior PIB municipal do RN

MACAU

• Eventos: Maior carnaval do RN

• Litorâneo : Praias Límpidas

• Gastronômico: Frutos do Mar

JARDIM DO SERIDÓ

• Ecoturismo: Poço da Moça

JAÇANÃ

• Cultural: Feira de Artesanato

SANTA CRUZ

• Religioso : Estátua Sta. Rita de Cássia

Polo Seridó Polo Costa das DunasPolo Costa Branca Polo Agreste / TrairiPolo Serrano

TIBAU DO SUL

• Litorâneo: Praia da Pipa

MARTINS

• Ecoturismo: Casa da Pedra

• Eventos: Festival de Gastronomia

SÃO MIGUEL DO GOSTOSO

• Litorâneo: Praia Ponta do Santo Cristo, Praia do Cardeiro e Praia da Xepa.

• Cultural: Museu Casa de Taipa

GALINHOS

• Litorâneo: Piscinas naturais de águas quentes na Ponta do Farol e cenários semidesertos

• Cultural: Cooperativa de artesanato local

245.552

354.793

0

100.000

200.000

300.000

400.000

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

RN PB PE

| 23 |

Gráfico 4. Valor exportado de melões frescos, em milhares de dólares – RN e outros estados do Nordeste

Fonte: Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. ComexStat

Além dos melões, existe o potencial de aumentar a produção de outras frutas, como abacaxi,

coco, banana e melancia. Esse é um setor relevante para o estado e que pode gerar

desenvolvimento e empregos também no interior. É necessário investir em infraestrutura,

principalmente transportes e portos, a fim de escoar a produção da fruticultura. Também é

preciso que o fornecimento de água para irrigação tenha continuidade e seja feito de forma

eficiente, com menor índice de perdas e de desperdício.

Figura 11. Localização da Produção de Frutas e dos Polos Logístico e Industrial

Fonte: Plano Mais RN – Capítulo 6. Projeção Macroplan

85.196

108.148

0

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

RN PB PE PI CE BA

PB

CE

Produção de frutas (2013)

Expansão com irrigação (2035)

ÁREA PARA INSTALAÇÃO DO POLO

INDUSTRIAL E DO CENTRO LOGÍSTICO ÁREA PARA INSTALAÇÃO DO POLO

INDUSTRIAL DO COCO

ÁREA DE EXPANSÃO DA

IRRIGAÇÃO COM A TRANSPOSIÇÃO

| 24 |

2.7. PESCA OCEÂNICA E CARCINICULTURA

A pesca oceânica e a carcinicultura se apresentam como grandes potenciais para o Rio Grande

do Norte, que já é um dos maiores produtores brasileiros de camarões. Como visto no Gráfico

5, o estado fica atrás apenas do Ceará no Nordeste, mostrando que é uma atividade

econômica relevante para o RN.

Gráfico 5. Quantidade produzida de camarões, em toneladas

Fonte: IBGE. Pesquisa Pecuária Municipal

Um dos maiores entraves para o desenvolvimento mais acelerado da pesca oceânica é a

questão trabalhista, já que a atividade demanda um tempo de permanência maior em alto

mar, sendo incompatível com as regras trabalhistas atuais, dificultando a obtenção de mão-de-

obra.

Figura 12. Localização das áreas potenciais de investimento em Piscicultura, dada a localização das

principais Reservas Hidrográficas do Rio Grande do Norte

16.983 14.656

0

20.000

40.000

60.000

2013 2014 2015 2016

RN PB PE PI CE BA

PB

CE

Açudes/Barragens

Mangue

3

2

11

9

1

8

1012

6

4

5

7

RIO APODI MOSSORÓ

RIO DO

CARMO

RIO PIRANHAS AÇU

RIO SERIDÓ

RIO CEARÁ-MIRIM

RIO POTENGI

MOSSORÓ

ASSÚ GUAMARÉ/GALINHOS

CEARÁ-MIRIM

POTENGI

LAGOA DE GUARAÍRAS

RIO CURIMATAÚ

| 25 |

Fonte: Plano Mais RN – Capítulo 6. Elaboração Macroplan

2.8. MINERAÇÃO

O estado do Rio Grande do Norte possui reservas significativas de diversos minérios metálicos,

como ferro, tungstênio e ouro, e de minérios não metálicos, como calcário e feldspato. A

extração desses minérios, assim como a criação e expansão de indústria de beneficiamento,

representa uma atividade com potencial de geração de riqueza para o estado. A existência de

reservas de quartzo, uma das principais matérias-primas de células fotovoltaicas, é também

um potencial tanto para a atividade extrativista quanto para o surgimento de sinergia com a

indústria de geração de energia solar.

Além da atividade mineradora, o petróleo e gás também geram renda e empregos no Rio

Grande do Norte, mesmo com uma boa quantidade dos poços de petróleo já maduros. A água

mineral e as rochas ornamentais também são citadas como potencialidades e fontes de

riqueza para o estado.

Figura 13. Localização das reservas de ferro, tungstênio, calcário e feldspato

Fonte: Plano Mais RN – Capítulo 6. Elaboração Macroplan

PB

CE

Ferro FeldspatoCalcárioTungstênio

1

2

3

45

6

7

8

9

1011

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

2324

25

26

1. Acari

2. Assú

3. Bodó

4. Cruzeta

5. Currais Novos

6. Ipueira

7. Jardim de Piranhas

8. Jucurutu

9. Lajes

10. Ouro Branco

11. Parelhas

12. Pedro Avelino

13. São Rafael

MUNICÍPIOS

14. Alexandria

15. Apodi

16. Baraúna

17. Equador

18. Felipe Guerra

19. Gov. Dix-Sept Rosado

20. Jandaíra

21. Jardim do Seridó

22. Lajes Pintadas

23. Macau

24. Mossoró

25. Pendências

26. Santana do Seridó

| 26 |

Figura 14. Localização das reservas de água mineral, rochas ornamentais, pegmatitos e gemas

Fonte: Plano Mais RN – Capítulo 6. Elaboração Macroplan

2.9. CONFECÇÕES

A indústria têxtil é uma das vocações mais consolidadas do Rio Grande do Norte, que conta

com quantidade significativa de empregos, principalmente em municípios do interior potiguar.

Nesses municípios, a maior parte das empresas são de pequeno porte, embora muitas atuem

como fornecedoras para empresas maiores.

A presença de uma grande indústria de confecções (Guararapes) pode facilitar a criação de um

grande hub para a indústria têxtil do estado, gerando também oportunidades para outros

setores de suporte, como serviços mecânicos e eletrônicos, necessários para a manutenção de

máquinas e equipamentos.

Gráfico 6. Valor Bruto da Produção Industrial do segmento Têxtil (em R$ mil)

Fonte: Pesquisa Industrial Anual – Empresa. IBGE. Elaboração Macroplan

PB

CE

Reservas de Água Mineral

Reservas de Rochas Ornamentais

Reservas de Rochas Ornamentais,

Pegmatitos e Gemas

82

0.0

21

76

4.9

69

73

9.7

54

84

2.7

86

85

9.6

20

84

3.8

32

75

2.6

00

14,8% 13,3% 12,8% 13,4% 13,6% 13,1%

11,6%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

0

200.000

400.000

600.000

800.000

1.000.000

1.200.000

1.400.000

1.600.000

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

VBPI do RN Participação percentual do RN no Nordeste

| 27 |

Gráfico 7. Valor Bruto da Produção Industrial do segmento de Confecções (em R$ mil)

Fonte: Pesquisa Industrial Anual – Empresa. IBGE. Elaboração Macroplan

A região do Seridó também pode crescer como um polo têxtil, fornecendo modinha11 para o

resto do Brasil e para exportação. A atuação do Poder Público do Estado é importante para

incentivar o desenvolvimento dessa indústria no Rio Grande do Norte, principalmente visando

as pequenas empresas, com apoio à criação e manutenção de Arranjos Produtivos Locais

(APL).

Figura 15. Total de mão de obra empregada nos segmentos têxtil e de confecções (em empregados por

município)

11“Modinha” são produtos que entram e saem de moda em um curto espaço de tempo, usualmente ditado por artigos usados em novelas, filmes ou programas de televisão.

72

8.6

71

70

7.5

51

76

2.6

26

89

0.5

47

95

6.1

73

94

7.7

20

1.0

01

.87

1

16,2% 14,2% 13,6%

14,7% 14,8% 15,8%

17,3%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

0

500.000

1.000.000

1.500.000

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016VBPI do RN Participação percentual do RN no Nordeste

PB

CE

1 a 100

100 a 250

250 a 500

500 a 1.000

1.000 a 13.557

Média: 376

MOSSOROENSE

LITORAL

ORIENTAL

CURRAIS NOVOSCAICÓ

| 28 |

Fonte: Plano Mais RN – Capítulo 6. Elaborado pela Macroplan com dados da RAIS 2014

2.10. BIOMA CAATINGA

A maior parte do Rio Grande do Norte se situa no bioma caatinga (exceto uma parte do litoral

leste do estado). A biodiversidade deste bioma representa um enorme potencial para o

estado, tanto do ponto de vista acadêmico, de estudo e conhecimento das espécies ali

presentes, como do ponto de vista econômico, com atividades tanto agropecuárias como

industriais.

Figura 16. Mapa do bioma caatinga no Nordeste

Fonte: IBGE. Mapa de Biomas do Brasil, 2004. Adaptação de Tatiana Ayako Taura

As principais indústrias que utilizam os recursos da caatinga são do ramo farmacêutico e de

cosméticos, químico e de alimentos. A exploração dos recursos de forma sustentável é uma

das melhores formas de desenvolver economicamente a região mais interior do Rio Grande do

Norte, além de aproveitar toda a riqueza natural que o bioma pode oferecer.

| 29 |

2.11. SERVIÇOS AVANÇADOS

Serviços avançados são aqueles intensivos em conhecimento, onde o maior ativo é o capital

humano especializado. Tais serviços são essenciais como suporte à indústria de geração de

valor agregado. Os serviços que podem ser benéficos ao desenvolvimento da economia

potiguar são: saúde, ensino superior, educação tecnológica, telecomunicações, tecnologia da

informação, operações financeiras complexas, consultoria em gestão, pesquisa e

desenvolvimento (P&D), manutenção de equipamentos informatizados e projetos de

engenharia e manutenção. Tanto no nível superior quanto no nível técnico, tais habilidades

seriam bem utilizadas pela economia do Rio Grande do Norte.

O estado já possui uma das maiores taxas de pesquisadores por milhão de habitantes do

Nordeste (1.364,9), ficando atrás apenas do Sergipe (1.412,3). A disponibilidade de

universidades também é um ponto positivo, com diversas instituições públicas e privadas

instaladas na capital e na segunda maior cidade (Mossoró). Também conta com um polo de

excelência justamente em serviços ligados à tecnologia e comunicação, com o Instituto

Metrópole Digital, em Natal.

A maior utilização de serviços com alto valor agregado na indústria do Rio Grande do Norte

seria muito benéfica para a produtividade do estado, sendo uma de suas potencialidades a

serem exploradas no curto e médio prazo.

Gráfico 8. Percentual de empregos em serviços avançados de suporte à indústria – RN

Fonte: RAIS/MTE. Elaboração Macroplan

2.12. COMÉRCIO

O comércio é uma das principais atividades da economia potiguar. Em 2015, o valor adicionado

do comércio representou 13,4% do total das atividades do estado, segundo o IBGE. Em 2016, o

setor de Comércio foi responsável por quase 20% dos empregos formais no Rio Grande do

25

.49

9

28

.31

5

34

.12

7

32

.22

2

31

.66

1

32

.05

7

29

.70

8

4,4% 4,8%

5,7% 5,2% 5,0% 5,3% 5,1%

0,0%

1,0%

2,0%

3,0%

4,0%

5,0%

6,0%

7,0%

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Empregos em Serviços Avançados % dos Serviços Avançados no total

| 30 |

Norte. Esses números mostram que o setor é importante tanto para a economia quanto para a

população do estado.

Por ser um dos setores que mais sofre com algumas das debilidades apresentadas neste

trabalho, como a insegurança pública e a infraestrutura de transportes e logística, além da

perda de dinamismo econômico do estado, é essencial que tais obstáculos sejam sanados para

que o comércio possa atuar livremente e fortalecer-se como um dos motores da economia

potiguar. Também é importante a sinergia gerada pelo comércio com outras potencialidades

do estado, principalmente o turismo, gerando renda e desenvolvimento tanto para a capital

quanto para o interior do estado, através das redes de cidades do Rio Grande do Norte, muito

ativas devido à atuação do comércio.

Figura 17. Rede de cidades do Rio Grande do Norte

Fonte: IBGE – Regiões de influência das cidades

2.13. CONSTRUÇÃO CIVIL

O setor de construção civil também é bastante relevante para a economia do Rio Grande do

Norte. Embora não tão representativo quanto o comércio, o setor foi responsável por 4,4% de

todos os empregos do estado em 2016. O valor adicionado bruto do setor foi 7,8% de todo o

valor adicionado no RN em 2015. Esses dados mostram, além da relevância da construção civil,

que se trata de um setor com maior valor agregado, impulsionando a produtividade potiguar.

Também é importante por ser a base para a solução de uma das debilidades do

desenvolvimento do Rio Grande do Norte: a infraestrutura. Com maiores investimentos em

empreendimentos imobiliários, reservatórios, adutoras, canais; e na construção e manutenção

de rodovias o setor teria um alto potencial de se tornar ainda maior no estado. Além disso, é

uma atividade que incentiva o crescimento de outras, como a mineração e a produção de

materiais, gerando sinergias positivas para o desenvolvimento norte-rio-grandense.

| 31 |

Gráfico 9. Participação da construção civil no total de empregos e no valor agregado bruto do Rio

Grande do Norte

Fonte: RAIS/MTE e IBGE. Elaboração Macroplan

6,7

%

6,8

%

7,1

%

6,8

%

6,6

%

5,7

%

4,4

%

7,0% 7,8% 8,2%

9,0% 8,1% 7,8%

0,0%

2,0%

4,0%

6,0%

8,0%

10,0%

0,0%

2,0%

4,0%

6,0%

8,0%

10,0%

12,0%

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016Participação no total de empregos Participação no valor bruto agregado

| 32 |

3. CAPÍTULO 3 – DEBILIDADES E VULNERABILIDADES DO RIO GRANDE DO

NORTE

| 33 |

O subaproveitamento das potencialidades potiguares é produzido, em boa parte, pelo efeito

conjunto de oito grandes debilidades ou vulnerabilidades estruturais do estado que também

explicam a aceleração da decadência do Rio Grande do Norte.

3.1. INSEGURANÇA PÚBLICA

Durante a última década, a situação da segurança pública deteriorou gravemente no Rio

Grande do Norte. A atuação de organizações criminosas regionais e nacionais teve forte

impacto negativo na criminalidade e nos homicídios do estado, além de dificultar a gestão

prisional. No Gráfico 10 fica evidente a piora da violência no RN, com a taxa de homicídios

quase quadruplicando entre 2006 e 2016.

AMBIENTE HOSTIL E POUCO AMIGÁVEL AO DESENVOLVIMENTO

DOS NEGÓCIOS

ACOMODAÇÃO DE (PARTE) DO EMPRESARIADO POTIGUAR

BAIXA PRODUTIVIDADE

INSEGURANÇA PÚBLICA

INFRAESTRUTURA E SERVIÇO DE TRANSPORTE

DEFASAGEM DE QUALIDADE NA EDUCAÇÃO

RESTRIÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS

1

2

3

4

5

6

7

| 34 |

Gráfico 10. Taxa de homicídios por 100.000 habitantes – RN e outros estados do Nordeste

Fonte: Datasus.

No mesmo período, o estado saiu da terceira posição entre todos os estados brasileiros com

menores taxas de homicídios para a vigésima quinta posição em 2016. A falta de segurança

pública é um dos principais obstáculos à competitividade potiguar e sempre citada como o

principal problema atual e como prioridade de atuação do poder público estadual.

Dados recentes do Fórum Nacional de Segurança Pública mostram que a violência no RN está

alcançando patamares extremamente altos. A taxa de mortes violentas intencionais cresceu

19,4% entre 2016 e 2017 e alcançou 68 por 100 mil habitantes nesse último ano. Esse é o

maior índice de violência dentre todas as unidades da federação.

3.2. DEFASAGEM DE QUALIDADE NA EDUCAÇÃO

Embora o Rio Grande do Norte tenha apresentado evolução nos seus indicadores de educação

nos últimos anos, a melhora ainda é mais lenta que outros estados do Nordeste, como Ceará e

Pernambuco. Também existe um problema de custo e dimensionamento da rede escolar,

reduzindo a eficiência do sistema público de educação e impactando negativamente as

análises de custo-benefício. Além disso, a UERN também absorve um volume significativo de

recursos do Governo do Estado, que deixa de aplicar esses recursos na educação básica ou no

ensino profissional de nível médio.

Gráfico 11. Nota do IDEB do Ensino Fundamental II (rede total) – RN e outros estados do Nordeste

Fonte: INEP

14,9

53,4

0

20

40

60

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

RN PB PE PI CE BA

2,8

3,8

2

3

4

5

2005 2007 2009 2011 2013 2015

RN PB PE

| 35 |

Gráfico 12. Nota do IDEB do Ensino Médio (rede total) – RN e outros estados do Nordeste

Fonte: INEP

A situação é mais crítica no Ensino Médio, onde a nota do IDEB do estado está praticamente

estagnada há mais de 10 anos. A qualificação da mão-de-obra é um dos principais pilares da

competitividade de um estado, sendo a baixa qualidade da educação potiguar um dos grandes

entraves ao desenvolvimento.

3.3. INEFICIÊNCIAS NO SISTEMA DE SAÚDE

O Rio Grande do Norte possui bons indicadores de saúde, principalmente quando comparado

a outros estados do Nordeste. Sua taxa de mortalidade infantil é baixa e a expectativa de vida

da população é a maior do Nordeste. Porém, uma crítica frequente ao Governo do Estado é

quanto à ineficiência do sistema público de saúde. Existem deficiências no atendimento à

população devido à falta de recursos, mas também à gestão precária da verba disponível e à

má distribuição espacial da rede de saúde.

Há indícios de que a estrutura hospitalar do estado é mal dimensionada e redundante, sendo

inadequada para o atendimento correto e com qualidade da população potiguar. A utilização

de hospitais privados para suprir as necessidades públicas é parte da solução, mas tem limites,

uma vez que as tabelas de repasses do SUS são bem inferiores aos valores cobrados

normalmente, por vezes até menores que os custos dos procedimentos. Tais deficiências

fazem com que a população, a despeito dos bons indicadores, tenha a sensação de que os

serviços de saúde são precários e que não atendem as suas demandas.

2,9

3,2

2,5

3

3,5

4

4,5

2005 2007 2009 2011 2013 2015

RN PB PE

| 36 |

Gráfico 13. Taxa de mortalidade infantil por 1.000 nascidos vivos – RN e outros estados do Nordeste

Fonte: Datasus

3.4. GARGALOS E DETERIORAÇÃO NA INFRAESTRUTURA E NOS SERVIÇOS DE

TRANSPORTE

Embora o Rio Grande do Norte apresente a maior proporção de rodovias federais e estaduais

pavimentadas do Nordeste, existem gargalos significativos de qualidade. Apenas 46% das

rodovias pavimentadas são consideradas de ótima ou boa qualidade, segundo avaliação da

CNT. Essa deficiência aumenta a depreciação dos veículos que circulam pelas rodovias,

aumentando também os custos de transporte e frete, além da possibilidade de acidentes com

perda de produtos e danos diretos às pessoas.

A falta de ferrovias em operação também é um problema do estado, que precisa de transporte

de cargas com alta capacidade para escoar a produção de minérios e outros produtos, tanto

para mercados nacionais quanto internacionais. A reativação deste modal e sua integração

com a Transnordestina traria uma melhoria significativa para a infraestrutura de transporte de

cargas do estado, melhorando sua competitividade12. O transporte público também é precário,

principalmente o intermunicipal e fora das grandes cidades, como Natal e Mossoró (também é

precário nessas cidades, mas em menor intensidade), demandando maior atenção do poder

público.

12 Viabilizada no contexto de um projeto de desenvolvimento regional de longo prazo, com aporte de recursos federais

14,6 12,8

8

13

18

23

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

RN PB PE

| 37 |

Gráfico 14. Proporção de rodovias pavimentadas no total (Federal + Estadual) – RN e outros estados do

Nordeste

Fonte: CNT/DNIT. Anuário do Transporte

Gráfico 15. Qualidade das rodovias (Proporção com qualidade Ótima ou Boa) – RN e outros estados do

Nordeste

Fonte: CNT/DNIT. Anuário do Transporte e Pesquisa CNT de Rodovias

3.5. RESTRIÇÕES HÍDRICAS

A maior parte do Rio Grande do Norte se encontra no semiárido brasileiro, uma região mais

seca e com média de precipitação abaixo inclusive de outros estados do Nordeste. Devido a

esta baixa disponibilidade de recursos hídricos, é necessário que a gestão destes seja feita da

forma mais eficiente possível, reduzindo perdas e desperdícios. O atraso na recepção das

águas do São Francisco e os problemas de roubo de água, principalmente no Baixo Açu,

também são dificuldades enfrentadas pelo estado na sua gestão hídrica.

77% 77%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

RN PB PE PI CE BA

7,5%

46,1%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

RN PB PE PI CE BA

| 38 |

Figura 18. Mapa da precipitação anual média do Nordeste e limite do semiárido brasileiro - 2017

Fonte: Embrapa, com dados da Sudene e DCA/UFCG

A falta de água afeta tanto a população diretamente quanto a economia potiguar,

especialmente a agricultura e a pecuária, atividades intensivas na utilização de água. A própria

mineração também sofre com o problema, já que alguns minerais precisam ser tratados com

água para se tornarem comercializáveis.

Parte da solução da escassez de água passa pela redução das perdas nos sistemas de

distribuição. A redução das perdas físicas é um grande desafio para as empresas operadoras

do sistema de saneamento no Brasil. As perdas registradas pela CAERN vêm caindo ano a ano,

mas ainda estão num patamar muito elevado. Em 2017, as perdas no Rio Grande do Norte

ficaram em 51,6%, enquanto na Paraíba foram de 36% em 2016.

3.6. BAIXA PRODUTIVIDADE DA ECONOMIA

A produtividade (produto por trabalhador) do Rio Grande do Norte, embora seja superior à

produtividade média do Nordeste, é bem inferior à produtividade brasileira. Isso ocorre tanto

na produtividade geral quanto nas divisões setoriais. O valor do RN representou

aproximadamente 66% da produtividade média brasileira em 2015. O diferencial para o

Nordeste caiu de 2002 para 2015: em 2002, representava 136% da produtividade do Nordeste,

percentual que caiu para 115% em 2015.

As atividades com baixa produtividade e valor agregado desenvolvidas no estado restringem a

capacidade competitiva da economia potiguar. Parte do problema também se deve à baixa

| 39 |

qualificação da mão-de-obra e à falta de inovação por parte das empresas do Rio Grande do

Norte, que utilizam processos produtivos mais ineficientes que outros estados.

Gráfico 16. Produtividade (R$ mil por trabalhador) a preços correntes e proporção do RN em relação ao

Brasil e ao Nordeste

Fonte: IBGE e RAIS

3.7. AMBIENTE HOSTIL OU POUCO AMIGÁVEL AO DESENVOLVIMENTO DOS

NEGÓCIOS

Atualmente, tanto no Rio Grande do Norte quanto fora do estado, predomina a percepção, por

parte principalmente de investidores, de que o ambiente institucional é hostil aos negócios.

Essa hostilidade viria tanto de autoridades públicas quanto de próprias instituições. Existe,

segundo alguns entrevistados consultados, uma visão preconceituosa sobre os empresários e

as atividades produtivas, o que leva à criação de barreiras para exercer tais atividades.

Na fala de um dos entrevistados: “No licenciamento ou fiscalização ambiental, as exigências

em muitos casos são muito subjetivas e arbitrárias e geram prejuízos e insegurança jurídica

para nossos negócios. Precisamos de mais objetividade e neutralidade”.

Criar um ambiente amigável para negócios é essencial para melhorar a competitividade do

estado e atrair mais investimentos, empregos e renda, inclusive arrecadando mais impostos

para o Governo do Estado.

3.8. ACOMODAÇÃO DE (PARTE) DO EMPRESARIADO POTIGUAR

Existe também uma percepção de que há uma baixa propensão empreendedora no Rio Grande

do Norte. Segundo empresários e especialistas consultadas, parte do empresariado potiguar é

acomodado, não estaria disposto a atuar ativamente na melhoria do estado e suas instituições

e nem mesmo de suas próprias empresas. Não existe protagonismo intenso dos empresários,

que deveriam, ao mesmo tempo que cobram ações do governo, atuar no campo privado para

gerar também soluções para os problemas de desenvolvimento do estado.

15,0

51,7

7,3

29,6

9,9

34,0

66%

66%

136% 115%

-20%

30%

80%

130%

180%

230%

-10,0

10,0

30,0

50,0

70,0

2002 2015

Brasil Nordeste Rio Grande do Norte

| 40 |

Segundo um dos entrevistados: “Boa parte dos empresários potiguares têm até um discurso

articulado, mas baixo protagonismo – querem que o Governo resolva tudo para eles. Há vários

empresários despreparados e pouco interessados em modernizar suas empresas e métodos de

gestão dos negócios deles... Não fazem como os empresários cearenses”.

Para superar a crise atual é preciso que os empresários e as entidades empresariais potiguares

também assumam papel de destaque e protagonismo para auxiliar o desenvolvimento do

estado.

3.9. CRISE E INSOLVÊNCIA DO PODER EXECUTIVO ESTADUAL

É de conhecimento de todos que o país passa por uma das mais intensas e prolongadas crises

econômicas de toda a sua história, o que agrava os problemas fiscais de todas as esferas de

governo. O Rio Grande do Norte, porém, se encontra em uma crise fiscal ainda maior que a

média dos outros estados. O déficit mensal do Poder Executivo é crescente, muito pressionado

pelos gastos previdenciários. O estado ultrapassou o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal

(LRF), com os pagamentos com pessoal ultrapassando 71% da Receita Corrente Líquida (RCL),

segundo o Balanço Consolidado de 2017.

Estudos realizados pelo próprio Governo do Estado ISEPLAN) mostram que de 2010 para 2018,

o orçamento geral do estado cresceu 53,5% (a preços correntes). Por sua vez, o orçamento da

Assembleia Legislativa aumentou 90,3%, o do Tribunal de Contas, 137,8%, o do Tribunal de

Justiça, 94% e da Defensoria Pública Geral do Estado e da Procuradoria Geral da Justiça,

respectivamente, 138,6% e 150,5%. Um crescimento desproporcional, quando comparado a

outros estados da federação e mesmo às reais possibilidades orçamentárias do Rio Grande do

Norte.

A evolução da folha de pessoal do Executivo e de gastos da Previdência mostram bem a

situação em que se encontra o estado. De janeiro de 2015 para novembro de 2017, o valor

gasto com os servidores ativos caiu de 236,8 para 220,8 milhões, enquanto o gasto com

inativos e pensionistas subiu de 129,6 para 231,6 milhões, uma variação bruta de 78,6%. A

quantidade de servidores ativos e inativos teve comportamento parecido, com a quantidade

de ativos caindo de 65.490 para 53.677 e a quantidade de inativos subindo de 38.285 para

51.072, dos quais apenas 17% contribuem para a previdência do estado.13

13 Dados da Secretaria de Planejamento do Governo do Estado do Rio Grande do Norte (SEPLAN-RN)

| 41 |

Tabela 1. Evolução da folha bruta de servidores ativos e inativos do Executivo – 2015 e 2017

Jan/15 Nov/17 Variação

Absoluta

Variação

Percentual

Servidores ativos 236.883.375 220.888.154 -15.995.222 -6,75%

Inativos e Pensionistas 129.666.417 231.603.242 101.936.826 78,61%

Relação 1,83 0,95 - -

Folha Bruta 366.549.792 452.491.396 85.941.604 23,45%

Fonte: SEPLAN-RN

Acresce que as despesas empenhadas por função do Rio Grande do Norte são bem maiores

que a média do Nordeste e maiores que outros estados similares. A despesa empenhada per

capita do Legislativo em 2016 foi de R$104,09, com uma redução de 1,5% em relação ao ano

anterior. Mesmo assim, ficou acima da média do Nordeste, que foi de R$76,38 (a média

brasileira foi R$76). No caso do Judiciário, o gasto é ainda maior, com uma despesa

empenhada por habitante de R$223,38 em 2016, com aumento de 11,3% em relação a 2015.

Enquanto isso, a média do Nordeste foi de R$146,66 e a média brasileira, R$187,60.

Gráfico 17. Despesa empenhada per capita do Poder Legislativo – 2016

Fonte: Macroplan com base nos dados do SICONFI / Tesouro Nacional. Obs: Em valores de 2016 – IPCA

0,00

100,00

200,00

300,00

400,00

500,00

600,00

RR AP DF AC MT TO RO MS PI SE AM RN PB RJ PA SC PE AL RS MA ES GO CE PR MG BA SP

Média BR – R$76,00

Média Nordeste – R$76,38

104,09

| 42 |

Gráfico 18. Despesa empenhada per capita do Poder Judiciário - 2016

Fonte: Macroplan com base nos dados do SICONFI / Tesouro Nacional. Obs: Em valores de 2016 – IPCA

Os dados da Tabela 2, relativos ao total de servidores e o custo da folha de pagamentos em

abril de 2018, evidenciam uma substancial diferença entre o custo unitário do servidor público

no Rio Grande do Norte e na Paraíba. O custo é 43% mais elevado no RN. O custo médio do

servidor público, ativo ou inativo, é R$ 5,1 mil no RN enquanto na PB é de R$ 3,6 mil. A

diferença significativa reforça a necessidade de se rever a estrutura de gastos no RN,

especialmente dos gastos com a folha de pagamentos.

Tabela 2. Custo Unitário por Servidor Público, Rio Grande do Norte e Paraíba – abril/2018

Rio Grande do Norte Paraíba

Servidores ativos 70.077 67.906

Servidores inativos 41.652 49.334

Total servidores 111.729 117.240

Folha bruta ativos R$ 342.360.272 R$ 232.004.777

Folha bruta inativos R$ 231.663.095 R$ 188.097.280

Folha total R$ 574.023.367 R$ 420.102.057

Folha total/Total servidores R$ 5.137,64 R$ 3.583,27

Fontes: Governo e TCE PB; SEARH RN, Tribuna do Norte RN

Outro fator que pressiona a gestão fiscal do Rio Grande do Norte é a existência de gastos que,

embora tenham pesos menores que os do Legislativo e do Judiciário, apresentados

anteriormente, têm sua efetividade questionada por parcela da população. Entre essas

despesas, pode-se citar incentivos fiscais que não são avaliados quanto ao seu impacto na

0,0

50,0

100,0

150,0

200,0

250,0

300,0

350,0

400,0

450,0

RR RO AP TO MT AC MS RJ ES RN SC SE SP PR RS GO MG PB AM AL PI PE BA MA CE PA

Média BR – R$ 187,60

Média Nordeste – R$146,70

223,4

| 43 |

economia local e os recursos destinados à Universidade Estadual do Rio Grande do Norte

(UERN).

Além do estado mostrar sinais de que tem dificuldade de sustentar a manutenção da UERN, a

produtividade dos recursos investidos nela também são inferiores a instituições similares,

como a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). A Tabela 3 abaixo traz uma breve

comparação de alguns gastos do Rio Grande do Norte e da Paraíba, mostrando que o estado

vizinho consegue fazer mais com menos recursos.

Tabela 3. Comparativo de gastos com servidores e universidades estaduais – RN e PB

Indicador Unidade de

medida Paraíba

Rio Grande do Norte

RN/PB

Custo anual R$ 1.000 226.856 278.408 + 23%

% sobre Custo Total Função Educação % 11 18 + 63%

Alunos matriculados Unidade 20.657 (2016)

11.345 (2017)

- 43%

Custo Médio por Aluno/Ano R$ 1.000 10,982 24,540 + 123%

Fonte: Balanços Consolidados do RN e da PB, UERN e UEPB

O custo de um aluno na UERN é mais do que o dobro da UEPB. Mesmo havendo eventuais

imprecisões nos dados da Tabela 3, há forte evidência de que o custo do aluno na UERN é

muito elevado, especialmente em face da situação de empobrecimento e crise fiscal que o

estado se encontra. Estudos sobre os gastos desta natureza precisam ser aprofundados e

iniciativas de racionalização precisam ser realizadas com urgência para aumentar a

produtividade e a equidade do gasto público.

3.10. CRISE DE GOVERNABILIDADE

Há testemunhos e evidências de que o Rio Grande do Norte está passando, nos últimos anos,

por uma grave crise de governabilidade e representatividade. Pelo menos temporariamente, o

Poder Executivo teria perdido ou enfraquecido a sua capacidade de articular ou coordenar

ações junto com atores políticos e outras autoridades públicas para solucionar as crises que

eclodiram recentemente e encaminhar questões de interesse comum. Essa incapacidade de

atuar de forma coordenada impede que o Estado consiga garantir o pleno exercício do

governo, além de dificultar o processo de lidar com crises ou ações emergenciais.

Com o problema de perda de governabilidade, os atores potiguares, públicos e privados, não

conseguem avançar em medidas efetivas para o resgate do Rio Grande do Norte. O insucesso

em aprovar os pacotes de ajuste fiscal mostra que qualquer medida que demande atuação em

| 44 |

conjunto com outros poderes e que tenha um “custo político” envolvido, em boa parte das

vezes não tem sido bem-sucedido na atual gestão.

Uma evidência da falta de cooperação é justamente na gestão fiscal. Enquanto o Executivo

sofre com déficits e falta de verba para as coisas mais simples, como pagamento de salários,

tanto o Legislativo quanto o Judiciário mantêm reservas significativas dinheiro em caixa que

poderiam ser utilizado em tais momentos críticos.14 Esse tipo de situação aguça ainda mais a

percepção da sociedade de que o sistema político potiguar não está conseguindo governar o

estado de forma cooperativa e agregadora.

O Governo do Estado do Rio Grande do Norte vem realizando esforços para equalizar as finanças

do estado. Porém, boa parte das medidas propostas sofrem com resistência por parte de outros

setores políticos, como a Assembleia Legislativa. Entre o final de 2017 e o início de 2018, diversos

projetos com a finalidade de reduzir ou limitar gastos foram enviados para a Assembleia. Os

projetos mais relevantes financeiramente, entretanto, ainda estão pendentes de aprovação. A

proposta de emenda constitucional chamada de “teto do gasto”, por exemplo, representaria uma

economia estimada de R$9 bilhões, segundo a SEPLAN-RN, mas ainda não foi aprovada.

Mesmo as medidas ou projetos de lei que foram avaliadas e aprovadas na Assembleia Legislativa

apresentaram, em sua maioria, emendas e alterações que afetam a eficácia e o impacto

originalmente proposto. Em duas medidas ligadas a gastos com pessoal, por exemplo, os textos

aprovados foram alterados de forma que aumentou a despesa esperada, indo na contramão do

ajuste fiscal (os projetos de lei foram do “Plano de cargos e carreira – FUNDASE” e da “Diária

Operacional”).

Também foram enviados projetos ligados à Previdência e redução do déficit da Previdência

Estadual. Das medidas propostas, apenas uma foi aprovada, mas com emendas em artigos

considerados importantes e que prorrogaram sua eficácia para 2019. Já as medidas mais gerais,

ligadas à contribuição patronal dos inativos e ao cálculo da Previdência ainda estão pendentes de

aprovação.15

14 Tal fato se tornou, inclusive, objeto de uma disputa judicial, conforme noticiaram jornais locais. Ver: http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/a-sobrasa-no-mp-e-al-somam-r-45-7-mi/373893 15 Fonte: SEPLAN-RN. Sobre o pacote de medidas enviadas à Assembleia Legislativa do RN, ver https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/no-rn-convocacao-para-sessao-extraordinaria-da-al-e-publicada-confira-o-que-faz-parte-do-pacote-fiscal.ghtml

| 45 |

4. CAPÍTULO 4 – SÍNTESE E CONCLUSÕES: OS QUATRO DESAFIOS

PRIORITÁRIOS PARA O RESGATE DO RIO GRANDE DO NORTE

| 46 |

Uma visão de conjunto das análises situacional, retrospectiva e prospectiva acima expostas,

reúne evidências suficientes para afirmar que o estado do Rio Grande do Norte está imerso

numa crise estrutural e que chegou a uma situação limite. Ou as lideranças potiguares

enfrentam as debilidades e vulnerabilidades do estado de modo decisivo e com senso de

urgência, num pacto cooperativo e solidário16, ou então o Rio Grande do Norte se afundará

numa trajetória de decadência acelerada que o levará o a ser um dos estados menos

desenvolvidos e atrativos do Nordeste e do Brasil.

Este enfrentamento, para ser eficaz, deve orientar-se por três grandes premissas:

4. Seletividade: foco exclusivo no que é decisivo para o futuro do RN e dos negócios

privados até 2022;

5. Realismo: a ambição deve ser ‘calibrada’ pelo cenário de fortes restrições fiscais,

político-institucionais e financeiras do país e do RN;

6. Protagonismo solidário: a superação do cenário de dificuldade exigirá que todos terão

que sacrificar ganhos ou mesmo direitos no curto prazo para evitar a continuidade da

trajetória de decadência do Estado; e

7. Senso de urgência e timming: é impossível realizar todo o ajuste necessário de uma

vez só e rapidamente. Não há recursos financeiros, bem políticos e tampouco

competências técnicas e gerenciais disponíveis ou mobilizáveis para tarefa tão grande

e complexa. Será preciso contribuir uma estratégia de ajuste e resgate dividida em

etapas. Mas uma deve começar logo no dia seguinte ao da eleição do novo

Governador: a preparação das medidas legislativas mais urgentes, inclusive no campo

orçamentário, para que uma parte do que é preciso fazer seja feito no primeiro

trimestre do novo Governo, enquanto o seu capital político é elevado.

Do ponto de vista das lideranças empresariais do estado, esta agenda de resgate significa

enfrentar e resolver quatro grandes desafios que agrupam 14 áreas de resultado prioritárias:

1º Desafio: MELHORAR OS SERVIÇOS E A INFRAESTRUTURA PÚBLICA

Áreas de Resultado:

Segurança

Educação

Saúde Pública

16 Pacto que reúna todos os poderes, forças políticas e lideranças do setor privado e da sociedade civil em torno de uma agenda consensual de resgate,

| 47 |

Assistência e Inclusão Social

Transportes

Recursos Hídricos

2º Desafio: MELHORAR O AMBIENTE DE NEGÓCIOS E AMPLIAR A ATRAÇÃO DE

INVESTIMENTOS

Áreas de Resultado:

Ambiente Amigável para Negócios e Empresas

Atração e Retenção de Investimentos com Foco nas Potencialidades

Produtividade e Inovação

3º Desafio: REALIZAR O AJUSTE FISCAL E MELHORAR A QUALIDADE DO GASTO PÚBLICO

Áreas de Resultado:

Geração de Receitas

Redução, Racionalização e Controle de Despesas

Melhoria da Gestão Pública Estadual

4º Desafio: RECONSTRUIR A GOVERNABILIDADE PARA RESGATAR O RN

Áreas de Resultado:

Instituição de um Governança Cooperativa, Agregadora e Solidária

Protagonismo Regional e Nacional

Esta é a agenda que os empresários potiguares, por meio de suas instituições representativas,

propõem para o Rio Grande do Norte nos próximos 4 anos. Agenda que deve ser liderada e

empreendida pelo Governador a ser eleito este ano e assumida também pelos integrantes dos

poderes Legislativo, Judiciário e pelo Ministério Público, além do Tribunal de Contas e todas as

instituições privadas e da sociedade civil para fazer o Rio Grande do Norte voltar a crescer e

gerar mais riqueza, bons empregos e mais qualidade de vida.

Como contribuição objetiva, além desta avaliação global, os empresários oferecem um

desdobramento desta agenda contendo avaliações específicas e propostas concretas de

objetivos, metas indicativas e ações prioritárias para cada uma dessas áreas de resultado.

| 48 |

Todas elas formuladas de acordo com a realidade potiguar e com as melhores práticas do

Brasil ou de países semelhantes e inspirada em casos de sucesso de outros estados brasileiros.

Quadro 1. Agenda Potiguar 2019-2022 | Objetivos, Metas Indicativas, Estratégias e Ações Prioritárias

por Área de Resultado

TEMAS FOCALIZADOS Objetivos Metas

indicativas Estratégias

Ações

prioritárias

1. Segurança Pública 3 3 6 16

2. Educação 5 5 10 22

3. Saúde Pública 1 2 4 12

4. Assistência Social 1 1 3 9

5. Transportes e Conectividade 3 9 9 26

6. Recursos Hídricos e Saneamento 1 5 3 9

7. Ambiente de Negócios 1 1 3 9

8. Atração e Retenção de

Investimentos 3 4 3 7

9. Produtividade e Inovação 1 4 2 8

10. Geração de Receitas 3 4 5 23

11. Redução, Controle e

Racionalização de Despesas 3 3 4 16

12. Melhoria da Gestão Pública

Estadual 1 1 2 9

13. Governança Cooperativa,

Agregadora e Solidária 1 1 2 9

14. Protagonismo Regional e Nacional 1 1 2 9

Totais 28 44 58 184

| 49 |

PARTE II – PROPOSTAS PARA AS ÁREAS DE RESULTADO

| 50 |

1. SEGURANÇA PÚBLICA

1.SEGURANÇA

PÚBLICA

ESTRATÉGIAS 2019-2022

| 51 |

VISÃO 2022

O Estado melhora a capacidade de oferecer segurança para a sua população e visitantes. As

polícias são fortalecidas e têm melhor desempenho repressivo, investigativo e, também, na

atuação preventiva. Existe melhor integração entre as polícias estaduais e as forças federais, o

que torna mais eficaz o combate ao crime em geral e especialmente ao crime organizado. A

participação dos principais municípios na agenda de segurança torna-se mais ativa, em

cooperação com o Estado. A tecnologia é utilizada de forma mais eficiente para auxiliar o

planejamento do policiamento e o diagnóstico da criminalidade do estado. A maior sensação

de segurança aumenta o fluxo de turistas e a atração de empresas, o que ajuda a gerar mais

empregos e renda para o Rio Grande do Norte.

POR QUE SEGURANÇA PÚBLICA?

Segurança pública funcional é essencial para o bom funcionamento de um estado, região ou

cidade. Além de afetar diretamente a qualidade de vida da população, é um dos fatores

preponderantes para o desempenho econômico, especialmente em estados como o Rio

Grande do Norte, que tem no turismo uma de suas principais atividades. Outro setor que sofre

muito com a escalada da violência é o comércio, um dos principais alvos diretos da

criminalidade. Um sistema de segurança eficaz também melhora a percepção positiva em

relação ao governo por parte da população, que readquire confiança nas instituições públicas.

No Rio Grande do Norte, a segurança pública vem piorando consideravelmente nos últimos 10

anos. Em 2016, a taxa de homicídios do estado foi a 3ª pior do Brasil, mostrando que a

violência é um dos principais problemas atuais do estado. Essa piora, além de ser percebida

pela população, é danosa à economia potiguar, que perde competitividade e fluxo turístico

frente a outros estados, inclusive do Nordeste.

| 52 |

COMO ESTAMOS?

Gráfico 19. Taxas de homicídios por 100.000 habitantes – RN, BR, melhor do NE (PI) e melhor do BR (SP)

Fonte: Atlas da Violência 2018. Elaboração Macroplan

O Rio Grande do Norte foi em 2016 o 25º estado brasileiro em taxa de homicídios por 100.000

habitantes, ficando atrás apenas de Sergipe e Alagoas. Além disso, foi o estado que mais

deteriorou sua condição de segurança entre 2006 e 2016, tendo um aumento de mais de 250%

na taxa de homicídios. Essa escalada da violência é citada por diversos atores sociais como um

dos principais problemas da gestão pública no estado.

Dados recentes do Fórum Nacional de Segurança Pública mostram que a violência no RN está

alcançando patamares extremamente altos. A taxa de mortes violentas intencionais cresceu

19,4% entre 2016 e 2017 e alcançou 68 por 100 mil habitantes nesse último ano. Esse é o

maior índice de violência dentre todas as unidades da federação.

1.1. Redução da Criminal idade

Um bom sistema de segurança pública é essencial para o desenvolvimento de determinada

região. A violência traz perdas não só para a sociedade, mas também para a economia,

aumentando custos e reduzindo eficiência e produtividade.

A precariedade da segurança pública faz com que as pessoas precisem pagar duas vezes pela

segurança, em forma de impostos e novamente em segurança privada (principalmente

empresas). Esse aumento dos custos gera uma perda de investimento produtivo, pois esses

recursos poderiam estar sendo utilizados para aumentar a produtividade com compra de

máquinas e equipamentos, por exemplo.

A produtividade individual dos trabalhadores também fica comprometida com altos níveis de

violência, seja de forma indireta (preocupação, ansiedade ou receio quanto à segurança) ou

direta (atrasos e ausências devido à violência). De forma geral, a falta de segurança implica em

14,9

53,4

0

10

20

30

40

50

60

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Rio Grande do Norte Brasil Piauí São Paulo

| 53 |

uma perda substancial de competitividade, afastando oportunidades de investimento e sendo

um entrave para o desenvolvimento.

A situação da segurança pública no Rio Grande do Norte se deteriorou muito em 10 anos. Em

2006, o estado era o 3º do Brasil com menor taxa de homicídios (14,9 por 100.000 habitantes),

ficando atrás apenas de Santa Catarina e Piauí. Já em 2016, ele se posicionou como o 3º com

maior taxa (53,4 por 100.000 habitantes), superado apenas por Alagoas e Sergipe. Esse

aumento da quantidade de homicídios foi o mais intenso entre todos os estados brasileiros

(aumento de 256,9% em 10 anos). Esses números mostram como é importante a atuação forte

do Governo Estadual, em parceria também com a esfera federal e municipal, para combater a

criminalidade e voltar a oferecer sensação de segurança para sua população.

UM CASO DE SUCESSO

O Pacto pela Vida (Pernambuco)

Ainda que os resultados nos últimos anos estejam indicando um esgotamento do modelo, uma política de

segurança que obteve muito sucesso no Brasil foi o Pacto Pela Vida (PPV), de Pernambuco. A política foi um esforço

do Governo do Estado iniciado em 2007, na gestão do Governador Eduardo Campos, e consistiu em um programa

transversal e integrado, em articulação permanente com o Poder Judiciário, o Ministério Público, a Assembleia

Legislativa, os municípios e a União.17

O PPV foi criado com a finalidade de realizar uma repressão mais qualificada e a prevenção de crimes

(principalmente homicídios). O principal objetivo da política era reduzir a quantidade de Crimes Violentos Letais e

Intencionais (CVLI), o que foi atingido de forma exitosa até 2013, uma época em que a violência estava crescendo

em todos os estados do Nordeste. A partir de 2014, a violência voltou a crescer no estado, devido ao esgotamento

do programa e menores investimentos e perda de intensidade por parte das novas gestões estaduais.

As principais medidas adotadas pelo PPV foram na área de gestão de segurança, com um planejamento mais

qualificado do policiamento e repressão dos crimes, com enfoque territorial. Também foram criados estímulos e

gratificações para policiais que cumprissem metas nas áreas sob sua responsabilidade. Essas medidas, somadas à

integração entre os poderes e o Ministério Público, contribuíram ativamente para os resultados positivos da

política.18

AONDE QUEREMOS CHEGAR?

OBJETIVOS E METAS INDICATIVAS | REDUÇÃO DA CRIMINALIDADE

1. Reduzir a taxa de homicídios

i. Meta indicativa para 2022: Reduzir a taxa de homicídios por 100.000

habitantes de 53,4 para 33,5

17 http://www.seplag.pe.gov.br/web/ppv/pacto-pela-vida 18 RATTON e DAUDELIN, Governança da Segurança Pública e Dissuasão Policial em Pernambuco: Ascensão e Declínio do Pacto Pela Vida. 2018

| 54 |

Reduzir a taxa de homicídios de jovens

i. Meta indicativa para 2022: Reduzir a taxa de homicídios de jovens de 138,4

para 72 por 100.000 jovens

2. Reduzir a quantidade de crimes contra o patrimônio

i. Meta indicativa para 2022: Reduzir a taxa de roubos de veículos por 100.000

veículos de 508 para 400

Gráfico 20. Taxas de homicídios por 100.000 habitantes, meta

Fonte: Atlas da Violência 2018. Elaboração Macroplan

Gráfico 21. Taxas de homicídios de jovens por 100.000 jovens, meta

Fonte: Datasus. Elaboração Macroplan

47

44,9

53,4

Resultado tendencial 71

Meta 34

01020304050607080

20

06

20

07

20

08

20

09

20

10

20

11

20

12

20

13

20

14

20

15

20

16

20

17

20

18

20

19

20

20

20

21

20

22

Rio Grande do Norte Tendência últimos 3 anos Trajetória meta indicativa

Meta 72

0

20

40

60

80

100

120

140

160

20

17

20

18

20

19

20

20

20

21

20

22

Rio Grande do Norte Tendência dos últimos anos Trajetória meta indicativa

| 55 |

Gráfico 22. Taxas de roubo de veículos por 100.000 veículos, tendência dos últimos anos e meta

Fonte: Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Elaboração Macroplan

ESTRATÉGIAS 2019-2022 E INICIATIVAS PRIORITÁRIAS

1. Diminuir a quantidade de crimes violentos, contra a vida e contra o patrimônio

ii. Implementar programas de prevenção à criminalidade, principalmente entre

os jovens vulneráveis

iii. Aumentar as operações com foco em apreensões de armamentos e munição

iv. Melhorar a resolutividade de crimes, principalmente os letais

2. Garantir que a polícia funcione normalmente, com policiais motivados e

equipamentos adequados

i. Realizar o pagamento dos salários dos policiais em dia

ii. Realizar manutenção adequada e renovar viaturas e equipamentos (coletes,

armamento)

iii. Reforçar o policiamento em regiões com maior incidência de crimes e em

áreas turísticas

3. Melhorar a capacidade da polícia de enfrentar o crime organizado

i. Intensificar operações de inteligência policial, com integração entre governo

estadual e federal

ii. Implementar sistema de videomonitoramento, tornando mais fácil o

enfrentamento do crime

257

383

508

Resultado tendencial 716

Meta 400

0

100

200

300

400

500

600

700

800

20

08

20

09

20

10

20

11

20

12

20

13

20

14

20

15

20

16

20

17

20

18

20

19

20

20

20

21

20

22

Rio Grande do Norte Tendência últimos 5 anos Trajetória meta indicativa

| 56 |

1.2. Sistema prisional

Nos últimos anos, o sistema prisional do Rio Grande do Norte mostrou que precisa de

profundas reformas estruturais e de gestão. A rebelião de janeiro de 2017 na Penitenciária

Estadual de Alcaçuz foi o evento que evidenciou para o país inteiro a situação precária em que

se encontrava a gestão prisional no estado.

Um sistema prisional mal administrado e deficiente é muito danoso para o estado, uma vez

que diminui consideravelmente a chance do indivíduo preso se recuperar e não cometer novos

crimes. Com o aumento da reincidência, fica cada vez mais difícil diminuir os níveis de

criminalidade e violência no estado.

Além dos danos indiretos e de médio/longo prazo, há também o dano mais direto à economia

local, principalmente o turismo. O setor turístico é bastante prejudicado pela imagem negativa

do estado quando ocorre um conflito ou rebelião em presídios. No caso de um evento de

grandes proporções, como o que ocorreu em Alcaçuz, essa imagem repercutiu inclusive

internacionalmente, reduzindo o potencial atrativo do Rio Grande do Norte.

Na gestão penitenciária estadual, é essencial que existam programas voltados para a

reinserção dos presos no mercado de trabalho, seja via qualificação ou exercendo atividade

dentro do próprio cárcere. Esse tipo de programa reduz a reincidência no crime, ajudando a

reduzir a violência no estado. Outra medida interessante a ser adotada são as penas

alternativas para crimes com menor potencial ofensivo, diminuindo a superlotação dos

presídios e facilitando o controle dos mesmos.

AONDE QUEREMOS CHEGAR?

OBJETIVO E META INDICATIVA | SISTEMA PRISIONAL

1. Reduzir a violência nos presídios e evitar novas rebeliões e conflitos

i. Meta indicativa para 2022: Nenhuma rebelião em presídios no RN

ESTRATÉGIAS 2019-2022 E INICIATIVAS PRIORITÁRIAS

1. Garantir a segurança nos presídios, tanto para agentes e funcionários quanto para os

presidiários

i. Garantir quantidade suficiente de agentes responsáveis pelos presídios

ii. Recuperar os presídios existentes e degradados

iii. Realizar manutenção da infraestrutura de forma preventiva e constante

| 57 |

iv. Segmentar os presos de acordo com tipo de crime e periculosidade para evitar

contaminação do crime organizado

v. Realizar mutirão pelo Judiciário para liberação de presos que estão presos

indevidamente ou sem julgamento

vi. Elaborar planos de emergência para ação rápida em caso de necessidade de

intervenção

2. Aumentar a eficácia do sistema prisional

i. Aumentar a oferta de escolarização e trabalho para os internos, reduzindo a

probabilidade de reincidência

ii. Combater a atuação de organizações criminosas dentro dos presídios

iii. Manter informações atualizadas e confiáveis sobre a situação penal de cada

presidiário

iv. Ampliar aplicação de punições alternativas para reduzir a lotação do sistema

prisional

3. Melhorar a integração com o Governo Federal

i. Utilizar os recursos e inteligência do SUSP para prevenir conflitos nas prisões

ii. Trabalhar em conjunto com a Polícia Federal para coibir a atuação de

criminosos de outros estados nos presídios

| 58 |

SEGURANÇA DO RN EM

NÚMEROS

INDICADORES DE RESULTADO

Indicador Fonte Período mais

recente Dado mais

recente

Taxa de homicídios por 100.000 habitantes Atlas da Violência 2016 53,4

Taxa de óbitos no trânsito por 100.000 habitantes DATASUS 2016 17,6

Taxa de CVLI por 100.000 habitantes FBSP 2015 46,1

Taxa de roubo de veículos por 100.000 veículos FBSP 2016 508

Taxa de furto de veículos por 100.000 veículos FBSP 2016 112,9

Taxa de roubo a instituições financeiras por 100 instituições FBSP 2016 4,89

Taxa de aprisionamento por 100.000 habitantes Infopen 2016 253,5

Taxa de ocupação dos presídios Infopen 2016 206,5%

REDE DE SEGURANÇA PÚBLICA DO RN

Indicador Fonte Período mais

recente Dado mais

recente

Efetivo da Polícia Civil Sinpol-RN e Adepol-RN 2018 1.427

Efetivo da Polícia Militar PMRN 2018 7.978

Efetivo do Corpo de Bombeiros Corpo de Bombeiros -

RN 2018 573

Quantidade de delegacias Polícia Civil RN 2018 171

REDE PENITENCIÁRIA DO RN

Indicador Fonte Período mais

recente Dado mais

recente

População prisional Infopen 2016 8.809

Vagas no sistema prisional Infopen 2016 4.265

| 59 |

SEGURANÇA PÚBLICA

Sistema Prisional

Reduzir a

taxa de

homicídios

Reduzir a

quantidade

de crimes

contra o

patrimônio

Reduzir a violência

nos presídios e evitar

novas rebeliões e

conflitos

Reduzir a

taxa de

homicídios

por 100.000

habitantes

de 53,4 para

33,5

Reduzir a

taxa de

roubos de

veículos por

100.000

veículos de

508 para 400

Nenhuma rebelião

em presídios no RN

Redução da Criminalidade

Ob

jeti

vos

Me

tas

Ind

ica

tiva

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022

Est

raté

gia

s 2

019

-202

2 e

inic

iati

vas

prio

ritá

ria

s

Garantir quantidade suficiente de agentes

responsáveis pelos presídios

Recuperar os presídios existentes e degradados

Realizar manutenção da infraestrutura de forma

preventiva e constante

Segmentar os presos de acordo com tipo de crime e

periculosidade para evitar contaminação do crime

organizado

Realizar mutirão pelo Judiciário para liberação de

presos que estão presos indevidamente ou sem

julgamento

Elaborar planos de emergência para ação rápida em

caso de necessidade de intervenção

Implementar programas de prevenção à criminalidade,

principalmente entre os jovens vulneráveis

Aumentar as operações com foco em apreensões de

armamentos e munição

Melhorar a resolutividade de crimes, principalmente os

letais

Aumentar a oferta de escolarização e trabalho para os

internos, reduzindo a probabilidade de reincidência

Combater a atuação de organizações criminosas

dentro dos presídios

Manter informações atualizadas e confiáveis sobre a

situação penal de cada presidiário

Ampliar aplicação de punições alternativas para reduzir

a lotação do sistema prisional

Utilizar os recursos e inteligência do SUSP para prevenir

conflitos nas prisões

Trabalhar em conjunto com a Polícia Federal para

coibir a atuação de criminosos de outros estados nos

presídios

Diminuir a quantidade de crimes violentos, contra a

vida e contra o patrimônio

Garantir a segurança nos presídios, tanto para agentes e

funcionários quanto para os presidiários

Aumentar a eficácia do sistema prisional

Intensificar operações de inteligência policial, com

integração entre governo estadual e federal

Implementar sistema de videomonitoramento,

tornando mais fácil o enfrentamento do crime

Melhorar a capacidade da polícia de enfrentar o crime

organizado

Realizar o pagamento dos salários dos policiais em dia

Realizar manutenção adequada e renovar viaturas e

equipamentos (coletes, armamento)

Reforçar o policiamento em regiões com maior

incidência de crimes e em áreas turísticas

Garantir que a polícia funcione normalmente, com

policiais motivados e equipamentos adequados

Melhorar a integração com o Governo Federal

Reduzir a

taxa de

homicídios

de jovens

Reduzir a

taxa de

homicídios

por 100.000

jovens de

138,4 para

72

| 60 |

2. EDUCAÇÃO

| 61 |

VISÃO 2022

O Estado melhora a capacidade de oferecer educação de qualidade para a sua população. A

rede escolar experimenta um processo de reestruturação e reorganização para reduzir custos

fixos e, ao mesmo tempo, melhor atender a demanda. Há evidências de melhoria da qualidade

do ensino médio e maior integração com a educação profissional e técnica. A formação de

jovens para o mercado de trabalho é ampliada, melhorando progressivamente a oferta de

capital humano qualificado no estado.

POR QUE EDUCAÇÃO?

Além de ser uma das áreas de atuação historicamente associados ao setor público, a educação

é uma das principais preocupações da população brasileira (CNI, 2018).19 Um melhor nível de

educação e escolaridade impacta diretamente a produtividade das empresas, uma vez que o

capital humano é um dos principais determinantes desta produtividade. Uma oferta maior de

profissionais qualificados é essencial para o desenvolvimento econômico do estado, para a

atração de investimentos e para a geração de bons empregos.20

No Rio Grande do Norte, a qualidade da educação é insatisfatória em todos os níveis, desde a

educação básica até o ensino superior. Essa deficiência constitui uma barreira para o

crescimento da produtividade da economia potiguar, colocando o estado em desvantagem

frente a outros estados do Nordeste.

COMO ESTAMOS?

O Rio Grande do Norte foi em 2015 o 21º estado brasileiro na nota do IDEB dos anos iniciais do

ensino fundamental, 22º nos anos finais do ensino fundamental e 22º também no ensino

médio. Apesar das notas nos 3 indicadores terem aumentado, não foi o suficiente para

posicionar o estado entre os melhores do Nordeste, tendo ainda um fraco desempenho

comparado com os melhores do país.

19 Fonte: Retratos da Sociedade Brasileira 2018 20 Em novembro de 2016, o Governo do RN lançou o programa RenovEscola, um programa de manutenção, reforma, ampliação e construção de escolas da rede estadual de ensino, que busca garantir melhorias físicas na estrutura das escolas do estado, com uma meta de 30 escolas reformadas.

| 62 |

Gráfico 23. Notas do Rio Grande do Norte, média brasileira e do melhor estado do Nordeste no IDEB

(rede total) dos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio

Fonte: INEP. Elaboração Macroplan

2.1 Ensino Fundamental

Uma boa qualidade nos anos iniciais da trajetória educacional de uma pessoa faz toda a

diferença no desenvolvimento de competências e habilidades necessários no futuro. Ainda que

tenha evoluído nos últimos anos, a qualidade da educação básica no Rio Grande do Norte

ainda deixa a desejar, apresentando resultados abaixo na média brasileira.

O estado investe abaixo da média do Nordeste em educação – custo médio por aluno do

ensino fundamental – e possui um sistema de gestão que não consegue utilizar esses recursos

já escassos de forma eficiente. O estado do Ceará, por exemplo, conseguiu melhorar

consideravelmente suas notas nos anos iniciais e finais do ensino fundamental enquanto

reduziu seu custo por aluno de 2008 até 2015. O IDEB do EF I passou de 3,2 em 2005 para 5,9

em 2015, enquanto a nota do EF II passou de 3,1 para 4,8 no mesmo período, mostrando que a

gestão do sistema de educação pode ser utilizada para fazer mais com menos recursos (o

estado reduziu o custo por aluno de R$ 11.820 em 2008 para uma média de R$ 3.800 entre

2012 e 2015).

Os resultados são mais preocupantes nos anos finais do ensino fundamental, aonde o estado

sequer consegue atingir a meta proposta pelo MEC para o IDEB desde 2011 (rede estadual),

2.1 tendo ficado aquém novamente em 2015. Considerando toda a rede pública (municipal,

estadual e federal), o resultado melhora um pouco, mas ainda abaixo da meta em 2013 e

2015.

4,8 3,8

3,2

5,5 4,5

3,7

5,9 4,8

4

EF I EF II EM

Rio Grande do Norte Brasil Melhor do Nordeste

CE CE PE

| 63 |

UM CASO DE SUCESSO

Ensino Fundamental no Ceará

O caso do estado do Ceará é o mais citado quando se pensa em avanços de resultados do ensino fundamental. O

modelo cearense começou a ser adotado em 2007, com uma colaboração sistemática entre o governo estadual e as

administrações municipais associada a um sistema de incentivos. Projetos de cooperação prévia já existiam desde

os anos 1970, mas não na escala mais recente.

As principais medidas da cooperação entre estados e municípios foram: difundir experiências inovadoras,

principalmente focadas no caso de Sobral; incentivar a participação de diferentes atores no processo educacional

(além de secretarias de educação, envolveu órgãos como Unicef, Inep e universidades); atuação direta dos

“empreendedores políticos” que participaram na gestão de Sobral; formação de professores, distribuição de

material didático e acompanhamento pedagógico; e incentivos financeiros para premiar municípios e escolas que se

destacam e auxiliam outras escolas.

Com essas medidas, o estado foi capaz de difundir as boas políticas adotadas em determinadas escolas para a maior

parte da rede pública. Os resultados alcançados são muito relevantes, com o estado saindo da 16ª posição no IDEB

dos anos iniciais do ensino fundamental da rede pública em 2007 para a 5ª posição em 2015. Além disso, 77 das 100

melhores escolas públicas brasileiras são do Ceará.21

AONDE QUEREMOS CHEGAR?

OBJETIVOS E METAS INDICATIVAS – ENSINO FUNDAMENTAL

1. Elevar a qualidade do Ensino Fundamental I

i. Meta indicativa para 2022: Melhorar a nota do IDEB EF I de 4,8 para 6,5

2. Elevar a qualidade do Ensino Fundamental II

i. Meta indicativa para 2022: Melhorar a nota do IDEB EF II de 3,8 para 5,2

21 Fontes: ABRUCIO, SEGATTO e PEREIRA, Regime de colaboração no Ceará: funcionamento, causas de sucesso e alternativas de disseminação do modelo. 2017 PAIVA, O Salto da educação cearense. 2016. Disponível em: http://www.cartaeducacao.com.br/reportagens/o-salto-da-educacao-cearense/

| 64 |

Gráfico 24.Notas do IDEB Ensino Fundamental I, tendência dos últimos anos e meta

Fonte: INEP. Elaboração Macroplan

Gráfico 25. Notas do IDEB Ensino Fundamental II, tendência dos últimos anos e meta

Fonte: INEP. Elaboração Macroplan

ESTRATÉGIAS 2019-2022 E INICIATIVAS PRIORITÁRIAS22

1. Garantir que todas as escolas de ensino fundamental funcionem normalmente, com

presença regular de professores

i. Qualificar e racionalizar a rede escolar

ii. Assegurar a frequência regular dos profissionais nas escolas

iii. Garantir o pagamento em dia dos salários dos profissionais da educação

22 Embora a responsabilidade institucional pelo ensino fundamental público seja dos municípios, o caso de sucesso do Ceará indica que o protagonismo do Governo Estadual neste campo é decisivo

4,1 4,4

4,8 Resultado tendencial 6,0

META 6,5

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2022

IDEB EF I Real Tendência últimos 3 anos Trajetória Meta Indicativa

3,4 3,6

3,8 Resultado tendencial 4,5

META 5,2

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2022

IDEB EF II Real Tendência últimos 3 anos Trajetória Meta Indicativa

| 65 |

2. Aumentar e melhorar a produtividade do gasto com o ensino fundamental

i. Implantar a Base Nacional Comum Curricular

ii. Melhorar continuamente a qualidade dos docentes

iii. Implantar e operar sistema de monitoramento e avaliação do desempenho

dos alunos

iv. Implantar modelo de gestão orientado para resultados e baseado em casos de

sucesso (adaptar o modelo do Ceará para o Rio Grande do Norte)

3. Melhorar a qualidade das escolas e o seu desempenho em avaliações

i. Fornecer material didático estruturado e bem definido

ii. Garantir que a infraestrutura das escolas seja adequada com melhoria dos

equipamentos e instalações

iii. Selecionar e designar os diretores das escolas com base no mérito

4. Reforçar o protagonismo do Estado como indutor e regulador da melhoria da

qualidade do Ensino Fundamental, em cooperação sistemática com todos os

Municípios

2.2 Ensino Médio

O ensino médio é uma fase essencial para a inserção dos jovens no mercado de trabalho de

forma mais qualificada. Além de oferecer qualidades importantes para exercer diversas

profissões, é o passo intermediário para o ensino profissional e o ensino superior. Por isso, ter

um ensino médio de qualidade e com baixa taxa de evasão de jovens é importante para a

formação de mão-de-obra mais qualificada e com mais facilidade de conseguir bons empregos.

Mesmo com a relevância do tema, o Rio Grande do Norte investe menos por aluno do que a

média do Nordeste. Essa defasagem de recursos é um dos motivos da incapacidade do estado

de melhorar sua nota no IDEB do ensino médio nos últimos anos. A nota da rede estadual está

praticamente estagnada desde 2005, flutuando entre 2,6 e 2,8. Mesmo levando em conta a

rede total (privada incluída), a nota do estado passou de 2,9 em 2005 para 3,2 em 2015,

ficando abaixo da média brasileira de 3,7. O estado de Pernambuco, por sua vez, evoluiu

bastante nos últimos anos, enquanto continua com um custo por aluno mais baixo que o RN.

Isso mostra que é possível dar um salto de qualidade sem aumentar significativamente os

gastos, apenas com melhoras no gerenciamento e na alocação de recursos.

Além da baixa qualidade, a permanência dos jovens na escola é um problema no RN. A

proporção de jovens entre 15 e 29 anos que não estuda nem trabalha foi de 26,4% em 2017,

de acordo com a PNAD Contínua. Isso mostra uma dificuldade das escolas do estado de manter

os alunos estudando após o ensino fundamental e de qualificá-los para entrar no mercado de

trabalho.

| 66 |

UM CASO DE SUCESSO

Ensino Médio em Pernambuco

O estado brasileiro que se tornou referência de melhoria de qualidade do ensino médio é Pernambuco. De 2005

para 2015, o estado passou de 21º lugar no IDEB do ensino médio da rede estadual (nota 2,7) para 1º lugar (nota

3,9), empatado com São Paulo. Os resultados alcançados se devem a dois motivos principais: primeiro, a

implantação do sistema de educação em tempo integral; depois, um esforço de replanejamento da máquina

pública, com diagnóstico e definição das áreas prioritárias para o desenvolvimento do estado.

A implementação do ensino em tempo integral é vista como o principal determinante do bom desempenho

pernambucano. O projeto começou a ser aplicado em 2004, com os chamados Centros de Ensino Experimental. Em

2008, a Lei Complementar nº 125/2008 criou o Programa de Educação Integral (PEI), que tem por objetivo

desenvolver políticas públicas para melhoria da qualidade do ensino médio e difundir o modelo de educação

integral no estado de Pernambuco. Essa política de educação tomou forma através das Escolas de Referência em

Ensino Médio, que seguem critérios estabelecidos de infraestrutura, equipamentos, remuneração dos professores e

carga horária, entre outros.

O crescimento do ensino em tempo integral foi aliado com uma nova visão do ensino médio, com mais participação

dos alunos e atividades ligadas à tecnologia. Com o objetivo de tornar a escola mais atrativa para os jovens, foram

criadas estratégias para fugir das aulas tradicionais, inclusive com maior integração com o ensino técnico

profissionalizante. Essa proposta tem se mostrado eficaz, uma vez que a taxa de abandono em 2016 foi uma das

menores do país (1,6%). As escolas em tempo integral estão presentes em todo o estado, havendo ao menos uma

por município, o que ajuda a disseminar a política estadual e intensifica seus resultados.23

AONDE QUEREMOS CHEGAR?

OBJETIVO E META INDICATIVA – ENSINO MÉDIO

1. Elevar a qualidade do ensino médio

iv. Meta indicativa para 2022: Melhorar a nota do IDEB EM de 3,2 para 4,3

23 Fontes: GOMES e ABRANCHES, Um estudo sobre a meta do governo estadual: uma escola em tempo integral em cada município de Pernambuco. 2015 CHAVES, Entenda por que Pernambuco é um dos estados com a melhor educação pública do Brasil. 2016. Disponível em: http://noticias.universia.com.br/educacao/noticia/2016/09/14/1143629/entenda-pernambuco-estados-melhor-educacao-publica-brasil.html

| 67 |

Gráfico 26. Notas do IDEB Ensino Médio, tendência dos últimos anos e meta

Fonte: INEP. Elaboração Macroplan

ESTRATÉGIAS 2019-2022 E INICIATIVAS PRIORITÁRIAS

1. Garantir que todas as escolas de ensino médio funcionem normalmente, com

presença regular de professores

i. Qualificar e racionalizar a rede escolar de ensino público de nível médio

ii. Assegurar a frequência dos profissionais das escolas

iii. Garantir o pagamento em dia dos salários dos profissionais da educação

2. Melhorar a qualidade do Ensino Médio

i. Implantar o Novo Ensino Médio24, incluindo integração com Educação

Profissional

ii. Articular e consolidar parceria com o Sistema S para implantação do novo

ensino médio com as Unidades Educacionais formais e informais, ampliando o

número de vagas e barateando os custos

iii. Operar e implantar sistema de monitoramento e avaliação do desempenho

dos alunos

iv. Desenvolver a capacidade gerencial de diretores, com seleção baseada em

critérios de mérito e liderança

24 O Novo Ensino Médio foi o nome dado à reforma estrutural do ensino médio, buscando oferecer mais flexibilidade para os jovens na escolha das áreas de conhecimento, uma base comum curricular nacional e maior integração com o ensino técnico profissionalizante. Para mais informações, visitar o endereço: http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=40361#nem_08

3,1

3,1

3,2

Resultado tendencial 3,4

META 4,3

2,0

3,0

4,0

5,0

2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 2022

IDEB EM Real Tendência últimos 3 anos Trajetória Meta Indicativa

| 68 |

3. Diminuir a evasão dos alunos

i. Implantar progressivamente a educação em tempo integral nas escolas de

ensino médio do Estado

4. Acelerar a integração do ensino médio com o ensino técnico profissionalizante

i. Atuar em parceria com o Instituto Federal de Educação Tecnológica do Rio

Grande do Norte e com as entidades de formação profissional do “Sistema S”

2.3 Ensino Profissional e Superior

O ensino profissional e o ensino superior são as principais portas de entrada, do ponto de vista

da qualificação, dos jovens no mercado de trabalho. Os níveis de qualidade de cada uma

dessas etapas de ensino são determinantes diretos da produtividade dos trabalhadores e, em

consequência, das empresas. Além disso, o ensino profissional é uma alternativa para diminuir

a evasão de jovens do ensino médio, tornando a escola mais atrativa e mais conectada com o

mercado de trabalho.

Embora o Rio Grande do Norte tenha uma integração do ensino médio com o ensino

profissional maior do que a média brasileira, a taxa de integração ainda é menor do que outros

estados com resultados melhores em educação, como Ceará e Piauí. O estado do Piauí,

especificamente, foi considerado pelo MEC, em 2015, uma referência nacional em ensino

profissionalizante, devido à integração com o Pronatec e com unidades próprias de ensino

técnico.25 26

No caso do ensino superior, o RN possui um dos melhores indicadores do Nordeste,

principalmente entre os jovens. A proporção de jovens entre 25 e 29 anos que já concluíram o

ensino superior foi de 12,81% em 2015, a melhor taxa do Nordeste, mas que ainda está abaixo

da média brasileira. Aumentar o acesso dos jovens ao ensino superior é uma tarefa importante

para aumentar a oferta de profissionais qualificados e a competitividade do estado. Neste

campo, cabe ressaltar que a UERN absorve cerca de 18% dos recursos destinados à educação

do orçamento do Estado – R$ 278,4 milhões (Fonte: Demonstrativo de Despesa por Função e

Órgão do Governo do Estado - 2017), 60% mais do que a UEPB (11% segundo fonte

semelhante). Neste ano a UERN atendeu 11.345 alunos. Segundo a mesma fonte, do

orçamento estadual para o Ensino Fundamental foram destinados 21% - R$ 323 milhões; e

23% para o ensino médio, R$ 361 milhões, alcançando um público-alvo de mais de 200 mil

matriculados.

25 Fonte: http://www.portalcostanorte.com/mec-destaca-o-piaui-como-referencia-no-ensino-profissionalizante/ 26 Em meados de 2018, o Governo do Rio Grande do Norte está em fase de finalização de duas obras de escolas de educação técnica profissional, uma no Centro Estadual de Educação Profissional e Tecnológica de Assú e a outra no Parque dos Coqueiros, em Natal.

| 69 |

AONDE QUEREMOS CHEGAR?

OBJETIVOS E METAS INDICATIVAS – ENSINO PROFISSIONAL E SUPERIOR

1. Melhorar a integração entre o ensino médio e o ensino profissionalizante

i. Meta indicativa para 2022: Aumentar a proporção de jovens do ensino médio

matriculados no ensino técnico integrado ou concomitante de 14,9% para 20%

(trajetória próxima ao do Ceará)

2. Melhorar o acesso da população carente ao ensino superior

i. Meta indicativa para 2022: Aumentar a taxa líquida de matrículas no Ensino

Superior dos atuais 15,6% para 24% (metade da distância para a meta 2024 do

Brasil no PNE)

ESTRATÉGIAS 2019-2022 E INICIATIVAS PRIORITÁRIAS

1. Preservar a capacidade da oferta de ensino da UERN

i. Reformular o modelo de financiamento da UERN incluindo a diversificação de

fontes

2. Ampliar o apoio do Governo Estadual ao acesso de jovens de baixa renda ao ensino

técnico ou superior

i. Implementar sistema estadual de concessão de vouchers e bolsas de estudo

em faculdades privadas ou escolas de ensino técnico para alunos de baixa

renda, mas com alto potencial

ii. Implantar serviço de orientação para captação de PROUNI/FIES

| 70 |

EDUCAÇÃO DO RN EM NÚMEROS

INDICADORES DE DESEMPENHO - INEP INDICADORES DE DESEMPENHO - IBGE

Indicador Fonte Período

mais recente

Dado mais

recente

Indicador Fonte Período

mais recente

Dado mais

recente

IDEB Ensino Fundamental I - Rede Pública

INEP 2015 4,4

Escolaridade Média (25 anos ou mais)

PNAD Contínua

2017 8,2

IDEB Ensino Fundamental II - Rede Pública

INEP 2015 3,4

Jovens Nem Nem Nem (15 a 29 anos)

PNAD 2015 17,3%

IDEB Ensino Médio - Rede Estadual

INEP 2015 2,8

Jovens Nem Nem (15 a 29 anos)

PNAD Contínua

2017 26,4%

Percentual de matrículas do ensino médio em tempo integral - Rede Estadual

INEP 2017 5,4%

Jovens que concluíram o Ensino Superior (25 a 29 anos)

PNAD 2015 12,8%

Percentual de matrículas no ensino técnico integrado ou concomitante em relação ao total do ensino médio

INEP 2017 14,9%

Taxa de Analfabetismo (15 anos ou mais)

PNAD Contínua

2017 13,5%

REDE DE ENSINO ESTADUAL

Indicador Fonte Período

mais recente

Dado mais

recente

Indicador Fonte Período

mais recente

Dado mais

recente

Matrículas nos anos iniciais

do Ensino Fundamental INEP 2017 37.445

Matrículas no Ensino Médio INEP 2017 98.397

Docentes nos anos iniciais do

Ensino Fundamental INEP 2017 1.732

Docentes no Ensino Médio INEP 2017 4.355

Estabelecimentos nos anos

iniciais do Ensino

Fundamental

INEP 2017 287

Estabelecimentos no Ensino

Médio INEP 2017 290

Turmas nos anos iniciais do

Ensino Fundamental INEP 2017 1.568

Turmas no Ensino Médio INEP 2017 2.964

Matrículas nos anos finais do

Ensino Fundamental INEP 2017 64.977

Matrículas no Ensino Técnico

(incluindo EJA e FIC) INEP 2017 4.526

Docentes nos anos finais do

Ensino Fundamental INEP 2017 3.635

Docentes no Ensino Técnico

(incluindo EJA e FIC) INEP 2017 718

Estabelecimentos nos anos

finais do Ensino Fundamental INEP 2017 334

Estabelecimentos no Ensino

Técnico (incluindo EJA e FIC) INEP 2017 96

Turmas nos anos finais do

Ensino Fundamental INEP 2017 2.345

Turmas no Ensino Técnico

(incluindo EJA e FIC) INEP 2017 171

REDE DE ENSINO SUPERIOR - UERN

Indicador Fonte Período

mais recente

Dado mais

recente

Indicador Fonte Período

mais recente

Dado mais

recente

Total de alunos UERN 2018 12.381

Cursos presenciais UERN 2018 67

Docentes efetivos ou

provisórios UERN 2017 987

Técnicos efetivos ou

provisórios UERN 2017 668

| 71 |

Ob

jeti

vos

Me

tas

Ind

ica

tiva

s 2

022

Est

raté

gia

s 2

019

-202

2 e

inic

iati

vas

prio

ritá

ria

s

EDUCAÇÃO

Ensino MédioEnsino Profissional e

Superior

Elevar a

qualidade do

EF I

Elevar a

qualidade do

EF II

Elevar a

qualidade do

EM

Melhorar a

integração entre

o ensino médio e

o ensino

profissionalizante

Melhorar o acesso

da população

carente ao ensino

superior

Melhorar a nota

do IDEB EF I de

4,8 para 6,5

Melhorar a nota

do IDEB EF II de

3,8 para 5,2

Melhorar a nota

do IDEB EM de

3,2 para 4,3

Aumentar a

proporção de

jovens do ensino

médio matriculados

no ensino técnico

integrado ou

concomitante de

14,9% para 20%

Aumentar a

taxa líquida de

matrículas no

Ensino Superior

de 15,6% para

24%

Garantir que todas as escolas de ensino fundamental funcionem normalmente, com presença regular de professores

Qualificar e racionalizar a rede escolar

Assegurar a frequência regular dos profissionais das escolas

Garantir o pagamento em dia dos

salários dos profissionais da educação

Qualificar e racionalizar a rede escolar de ensino público de nível médio

Assegurar a frequência dos profissionais das escolas

Garantir o pagamento em dia dos salários dos profissionais da educação

Implantar a Base Nacional Comum Curricular

Melhorar continuamente a qualidade dos docentes

Implantar e operar sistema de monitoramento e avaliação do desempenho dos alunos

Implantar modelo de gestão orientado para resultados e

baseado em casos de sucesso (adaptar o modelo do Ceará para o Rio Grande do Norte)

Fornecer material didático estruturado e bem definido

Garantir que a infraestrutura das escolas seja adequada com melhoria

dos equipamentos e instalações

Selecionar e designar os diretores das escolas com base no mérito

Reforçar o protagonismo do Estado como indutor e regulador da melhoria

da qualidade do EF, em cooperação sistemática com todos os Municípios

Implantar o Novo Ensino Médio, incluindo integração com Educação Profissional

Articular e consolidar parceria com o

Sistema S para implantação do novo ensino médio com as Unidades Educacionais formais e informais, ampliando o número de vagas e barateando os custos

Operar e implantar sistema de monitoramento e avaliação do desempenho dos alunos

Desenvolver a capacidade gerencial de diretores, com seleção baseada em

critérios de mérito e liderança

Implantar progressivamente a educação em tempo integral nas escolas de ensino médio do Estado

Atuar em parceria com as entidades de formação profissional do “Sistema S” e com o Instituto Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte e

com as entidades de formação profissional do “Sistema S”

Aumentar e melhorar a produtividade do gasto com o ensino fundamental

Melhorar a qualidade das escolas e o seu desempenho em avaliações

Garantir que todas as escolas de ensino médio funcionem normalmente, com

presença regular de professores

Melhorar a qualidade do Ensino Médio

Diminuir a evasão dos alunos

Acelerar a integração do ensino médio com o ensino técnico profissionalizante

Ensino Fundamental

Implementar sistema estadual de concessão de vouchers e bolsas de estudo em faculdades privadas ou escolas de ensino técnico para alunos

de baixa renda, mas com alto potencial

Implantar serviço de orientação para captação de PROUNI/FIES

Ampliar o apoio do Governo Estadual ao acesso de jovens de baixa renda ao ensino

técnico ou superior

Reformular o modelo de financiamento da UERN incluindo a diversificação de fontes

Preservar a capacidade da oferta de ensino da UERN

| 72 |

3. SAÚDE PÚBLICA

| 73 |

VISÃO 2022

O Estado melhora a qualidade de atendimento e de procedimentos da rede pública de saúde.

A rede estadual de saúde é racionalizada e reorganizada ampliando a integração e

complementaridade com as redes municipais de saúde e com as redes privadas. A medicina

preventiva é mais aplicada e incentivada. As filas de espera diminuem e a percepção da

sociedade sobre os serviços de saúde estaduais torna-se mais positiva.

POR QUE SAÚDE?

O setor de saúde é um dos principais pilares de atuação do governo, além de ser uma das

principais demandas da população brasileira, aparecendo em primeiro lugar na lista de

prioridades para o governo desde 2014 (CNI, 2018). Uma melhor condição da saúde pública

impacta diretamente a vida das pessoas, aumentando o nível de qualidade de vida e

satisfação. Também impacta os gastos com saúde privada, liberando recursos para áreas como

consumo, poupança e lazer.

Embora a situação da saúde pública no Rio Grande do Norte não seja crítica em comparação

com outros estados do país, existe a percepção geral de que a rede hospitalar é desintegrada e

territorialmente mal distribuída e não atende satisfatoriamente à população potiguar. A sua

taxa de mortalidade infantil por 1.000 nascidos vivos ficou abaixo da média do Nordeste e

pouco acima da média nacional, mas ainda superior ao nível aceitável da OMS.

COMO ESTAMOS?

O Rio Grande do Norte foi em 2016 o 11º estado brasileiro com menor taxa de mortalidade

infantil e o 3º melhor no Nordeste (ficando atrás do Ceará e da Paraíba). Apesar da ter

melhorado a taxa nos últimos anos, o Estado perdeu posições no ranking nacional, mostrando

que o ritmo de melhora pode ser intensificado, como está ocorrendo em outros estados.

| 74 |

Gráfico 27. Taxas de mortalidade infantil por 1.000 nascidos vivos – RN, BR, melhor do NE (CE) e melhor

do BR (SC)

Fonte: DATASUS. Elaboração Macroplan

Saúde e bem-estar

A qualidade da saúde e do bem-estar de uma pessoa impacta diretamente sua produtividade e

capacidade de contribuir positivamente com a sociedade. O sistema de saúde de uma região

deve ser capaz de prover tanto serviços de recuperação da saúde quanto prevenção de

doenças e promoção de hábitos saudáveis. Em um local onde grande parcela da população

depende do sistema público, é necessário que haja um planejamento racional e bem

elaborado para garantir que a execução esteja em linha com as demandas da sociedade.

O Estado do Rio Grande do Norte possui uma quantidade razoável de médicos por 1.000

habitantes (pouco menos de 1,4, acima do recomendado pela OMS de 1,0), mais ainda abaixo

da média brasileira, de aproximadamente 2,1 médicos por habitante. Em maio de 2018, o

estado contava com 3 hospitais de gestão estadual, 86 de gestão municipal e 21 de gestão

dupla, totalizando 110 hospitais.27

Além da taxa de mortalidade infantil já citada acima, outra variável usada para medir a

qualidade da saúde de uma região é a taxa de mortalidade por Doenças Crônicas Não-

Transmissíveis na população de 30 a 69 anos. Neste indicador, o resultado do Rio Grande do

Norte é mediano, sendo apenas o 6º melhor valor do Nordeste e o 18º melhor do Brasil. Para

reduzir esta taxa, é essencial a adoção de medidas de conscientização da população e de

promoção de hábitos saudáveis.

27 O Governo do Rio Grande do Norte implantou um programa de ampliação dos leitos de UTI, totalizando 44 novos leitos no estado e está trabalhando na construção do Hospital da Mulher de Mossoró, que até meados de 2018, já contava com 50% das obras concluídas.

18,5

12,8

7

9

11

13

15

17

19

21

23

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Rio Grande do Norte Brasil Ceará Santa Catarina

| 75 |

UM CASO DE SUCESSO

Saúde Pública no Espírito Santo

Um estado que adotou diversas iniciativas para melhorar a situação da saúde e conseguiu obter bons resultados foi

o Espírito Santo. Desde meados dos anos 2000, o ES tem atuado na modernização da gestão e da infraestrutura de

saúde, com foco na atenção básica e na redução de mortalidade infantil. Entre as políticas e iniciativas adotadas

pelo Governo do Estado do ES, os destaques são o financiamento para implantação de núcleos e unidades de Saúde

da Família nos municípios, essenciais para o atendimento básico da população; a modernização da rede hospitalar

especializada e uma central de regulamentação de leitos de CTI, que compra vagas em leitos de hospitais privados;

e projetos ligados ao fornecimento de remédios e infraestrutura de farmácias, como o Farmácia Cidadã e o Sistema

Estadual de Registros de Preços de Remédios (SERP), reduzindo custos de manutenção da rede estadual.

Mais recentemente, o Espírito Santo implementou o projeto Rede Cuidar, implementado em meados de 2017. O

projeto consiste em um novo modelo de atenção à saúde, principalmente para a população fora da capital Vitória.

Com as novas unidades que estão sendo construídas, grande parte dos exames e atendimentos poderão ser

realizados sem a necessidade do encaminhamento para a estrutura de Vitória, possibilitando um serviço mais

próximo da população e mais humanizado. O objetivo é ter toda a estrutura, inclusive de capital humano, no

mesmo lugar, fazendo com que exames e encaminhamentos sejam realizados no mesmo dia ou marcados para dias

próximos. A própria capital está nos planos de implementação do programa, que foi inspirado nas experiências

positivas de outros estados, como Minas Gerais.28

AONDE QUEREMOS CHEGAR?

OBJETIVO E METAS INDICATIVAS

1. Melhorar a qualidade do sistema público de saúde

i. Meta indicativa para 2022: Reduzir a mortalidade infantil de 12,8 por 1.000

nascidos vivos para menos de 10

ii. Meta indicativa para 2022: Reduzir a taxa de óbitos por Doenças Crônicas Não-

Transmissíveis por 100.000 habitantes de 30 a 69 anos de 143,3 para 123,7

28 Fonte: Rede Cuidar: Um novo modelo de atendimento integral à saúde (2018). Disponível em: http://esbrasil.com.br/entrevista-ricardo-oliveira/

| 76 |

Gráfico 28. Taxa de mortalidade infantil por 1.000 nascidos vivos, tendência dos últimos anos e meta

Fonte: DATASUS. Elaboração Macroplan

Gráfico 29. Taxa de mortalidade por DCNT por 100.000 habitantes de 30 a 69 anos, tendência dos

últimos anos e meta

Fonte: DATASUS. Elaboração Macroplan

ESTRATÉGIAS 2019-2022 E INICIATIVAS PRIORITÁRIAS

1. Ampliar o acesso à atenção básica de qualidade

iii. Qualificar profissionais de atenção primária

iv. Expandir a estratégia da Saúde da Família

v. Implantar melhorias na infraestrutura da rede básica nos municípios

12,8

13,8

12,8

Resultado Tendencial

11,2 Meta da OMS

10,0

89

101112131415161718

20

06

20

07

20

08

20

09

20

10

20

11

20

12

20

13

20

14

20

15

20

16

20

17

20

18

20

19

20

20

20

21

20

22

Rio Grande do Norte Tendência últimos 3 anos Meta OMS

137,0

140,5

143,3

Resultado tendencial

165,4

Meta 124

80

100

120

140

160

180

20

06

20

07

20

08

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20

20

20

21

20

22

Rio Grande do Norte Tendência últimos 3 anos Trajetória meta indicativa

| 77 |

2. Melhorar o atendimento e garantir o bom funcionamento dos estabelecimentos de

saúde, com presença regular de profissionais

i. Implementar controle de frequência dos profissionais de saúde

ii. Ampliar cobertura da atenção primária a partir da Programa Saúde de Família

iii. Qualificar e racionalizar a rede hospitalar, com focos de acordo com a

complexidade dos procedimentos e a demanda

iv. Implantar projetos experimentais de prestação de serviços de saúde à

distância

3. Melhorar a gestão do sistema de saúde

i. Realizar seleção pública de gestores de saúde com base no mérito

ii. Implantar gestão por resultados na rede própria

iii. Utilizar sistema transparente de gerenciamento de filas de espera de

atendimentos, exames e cirurgias

4. Aumentar o protagonismo do cidadão nos cuidados da saúde

i. Realizar campanhas educativas de promoção de hábitos saudáveis que

melhoram a qualidade de vida

ii. Ampliar campanhas contra o alcoolismo, o tabagismo e o consumo de drogas

iii. Realizar campanha e monitoramento de trânsito para prevenção de acidentes,

principalmente de moto

| 78 |

SAÚDE PÚBL ICA DO RN EM NÚMEROS

INDICADORES DE RESULTADO

Indicador Fonte Período mais

recente Dado mais

recente

Taxa de mortalidade infantil por 1.000 nascidos vivos DATASUS 2016 12,8

Taxa de mortalidade por DCNT por 100.000 habitantes de 30 a 69 anos

DATASUS 2015 143,3

Expectativa de vida ao nascer IBGE 2016 75,7

REDE DE SAÚDE PÚBLICA DO RN

Indicador Fonte Período mais

recente Dado mais

recente

Número de médicos CNES 2017 4.864

Número de médicos por 1.000 habitantes CNES e IBGE 2017 1,4

Quantidade de hospitais - Gestão municipal CNES 05/2018 86

Quantidade de hospitais - Gestão estadual ou mista CNES 05/2018 24

Equipes de Saúde da Família DATASUS 2018 1.319

| 79 |

SAÚDE PÚBLICA

Melhorar a

qualidade do sistema

público de saúde

Reduzir a

mortalidade infantil

de 12,8 por 1.000

nascidos vivos para

menos de 10

Reduzir a taxa de

óbitos por Doenças

Crônicas Não-

Transmissíveis por

100.000 habitantes

de 30 a 69 anos de

143,3 para 124

Ob

jeti

vos

Me

tas

Ind

ica

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s 2

022

Est

raté

gia

s 2

019

-202

2 e

inic

iati

vas

prio

ritá

ria

s

Realizar campanhas educativas de promoção de

hábitos saudáveis que melhoram a qualidade de vida

Ampliar campanhas contra o alcoolismo, o tabagismo e

o consumo de drogas

Realizar campanha e monitoramento de trânsito para

prevenção de acidentes, principalmente de moto

Qualificar profissionais de atenção primária

Expandir a estratégia da Saúde da Família

Implantar melhorias na infraestrutura da rede básica

nos municípios

Aumentar o protagonismo do cidadão nos cuidados da

saúde

Realizar seleção pública de gestores de saúde com base

no mérito

Implantar gestão por resultados na rede própria

Utilizar sistema transparente de gerenciamento de filas

de espera de atendimentos, exames, cirurgias

Implementar controle de frequência dos profissionais

de saúde

Ampliar cobertura da atenção primária a partir do

Programa Saúde da Família

Qualificar e racionalizar a rede hospitalar, com focos de

acordo com a complexidade dos procedimentos e a

demanda

Implantar projetos experimentais de prestação de

serviços de saúde a distancia

Melhorar o atendimento e garantir o bom

funcionamento dos estabelecimentos de saúde, com

presença regular de profissionais

Ampliar o acesso à atenção básica de qualidade Melhorar a gestão do sistema de saúde

| 80 |

4. ASSISTÊNCIA E INCLUSÃO SOCIAL

| 81 |

VISÃO 2022

O Estado melhora o atendimento à sua população mais vulnerável. A assistência social é mais

integrada ao mercado de trabalho e a inserção produtiva dos mais pobres começa a ser feita

de forma mais efetiva. A pobreza diminui gradativamente, principalmente devido à maior taxa

de participação no mercado de trabalho.

POR QUE ASSISTÊNCIA SOCIAL?

Historicamente, a assistência social foi vista como algo tradicionalmente clientelista ou

paternalista por parte do Estado. Essa visão é muito ligada ao conceito de assistencialismo,

que define a assistência mais como caridade do que como política pública propriamente dita.

Em casos de sucesso recente (em países como Peru e Coreia do Sul), a assistência social é

encarada como a transição entre a situação de vulnerabilidade e a inserção produtiva no

mercado de trabalho, com os programas sociais atuando também para melhorar a

empregabilidade das pessoas atendidas.

Fornecer assistência para a parcela mais vulnerável da população não significa apenas incluir

essas pessoas em programas sociais ou conceder benefícios (financeiros ou não). A pobreza só

é combatida de verdade com a inclusão desta população no mercado de trabalho, que oferece

muito mais oportunidades de crescimento e ascensão social. Por isso, a assistência social deve

sempre estar integrada com o setor produtivo, buscando a inserção efetiva dos mais

necessitados no mercado.

COMO ESTAMOS?

Em 2016, o Rio Grande do Norte tinha a menor proporção de pessoas abaixo da linha da

pobreza do Nordeste, ainda assim uma proporção muito elevada: 36,2%. Este resultado fica

distante da média brasileira, de 25,4%, e dos melhores estados do Brasil, como Santa Catarina,

São Paulo ou Rio Grande do Sul. As experiências recentes de outros estados brasileiros

mostram que é possível reduzir bastante esta proporção em um curto espaço de tempo, com

ações bem focalizadas e bem executadas.

| 82 |

Gráfico 30. Percentual de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza – RN, BR e melhor do BR (SC)

Fonte: PNAD e PNAD Contínua. Elaboração Macroplan e OPE Sociais

Obs: *Os dados de 2016 utilizam uma metodologia diferente dos anos anteriores, além de terem sido coletados da PNAD

Contínua. A definição dos dados de 2016 é: proporção de residentes em domicílios com rendimento per capita inferior a US$ 5,5

PPC 2011

Assistência e inclusão social

O conceito de desenvolvimento não está apenas atrelado ao desenvolvimento econômico de

um estado ou região. Também está conectado com a emancipação social e melhoria do padrão

de vida da população que ali vive. A Assistência Social tem especial importância ao apoiar a

população em situação de vulnerabilidade social mais extrema. Melhorar a qualidade de vida

dessa parcela da população deve ser uma responsabilidade do Estado não somente pela

questão humanitária, mas também pelo benefício que isso trará para o Rio Grande do Norte

como uma região mais próspera, atraindo turismo e investimentos.

O Estado do Rio Grande do Norte possui uma grande parcela de sua população vivendo abaixo

da linha da pobreza, com aproximadamente 28,6% dos residentes nesta situação em 2015 e

36,2% em 2016, embora o dado mais recente utilize metodologia e fonte de dados diferente

dos anos anteriores. Isso mostra que a assistência social tem potencial de impactar

diretamente a vida de algo entre 1/4 e 1/3 da população potiguar.

Além da redução da quantidade de pobres propriamente dita, a assistência integrada ao setor

produtivo também pode melhorar outros indicadores do estado, como aqueles ligados

diretamente à renda e sua distribuição. Uma maior parcela da população inserida no mercado

formal reduz a desigualdade de renda, aumenta a renda média do estado e aquece a

economia, gerando consumo e investimento.

57,0

28,6

36,2

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2011 2012 2013 2014 2015 2016*

Rio Grande do Norte Brasil Santa Catarina

| 83 |

UM CASO DE SUCESSO

Peru

Um caso de sucesso reconhecido de redução da pobreza no mundo é o Peru. Dois foram os motivos principais do

sucesso peruano no combate à pobreza: um programa social nacional bem estruturado e focalizado e o

desenvolvimento econômico aliado a uma maior integração da população mais pobre com o mercado de trabalho.

Implementado em 2005, o programa social Juntos, que teve o objetivo de garantir que crianças que vivem em

famílias em situação de vulnerabilidade possam ser capacitadas para evitar a persistência desta condição no futuro,

além de gerar capital humano nas famílias necessitadas. O programa foi inspirado em outros modelos de

transferência condicional de renda, como o Progresa, do México e o Bolsa Família, do Brasil. O principal diferencial

do Juntos é que existe um limite de tempo para permanência no programa, período no qual a família beneficiária é

incentivada a acessar sistemas de saúde, nutrição e educação para que possam se inserir no mercado de trabalho

com êxito.

A maior parte da redução da pobreza no Peru veio justamente do mercado de trabalho, com aumento da renda

média da população em todos os setores e transição da população empregada na agricultura para o setor de

serviços. Isso fez com que a população de classe média peruana ultrapassasse em quantidade a população pobre,

feito inédito até 2013. Esses resultados indicam que a integração com o setor produtivo é de fato a melhor forma

de reduzir a pobreza de forma acelerada e sustentável.

AONDE QUEREMOS CHEGAR?

OBJETIVO E META INDICATIVA

1. Combater a pobreza

Meta indicativa para 2022: Diminuir o percentual de pessoas abaixo da linha de

pobreza de 36,2% para 12%

Gráfico 31. Percentual de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza, tendência dos últimos anos e

meta

Fonte: PNAD. Elaboração Macroplan e OPE Sociais

27,4

25,2

28,6

Resultado tendencial

24,8

Me ta: 12 0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

20

05

20

06

20

07

20

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20

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19

20

20

20

21

20

22

Rio Grande do Norte Tendência últimos 3 anos Trajetória meta indicativa

| 84 |

ESTRATÉGIAS 2019-2022 E INICIATIVAS PRIORITÁRIAS

1. Garantir que a assistência social chegue às pessoas mais necessitadas e tenha

impacto na qualidade de vida

ii. Identificar corretamente os grupos focais das políticas assistenciais

iii. Acompanhar as pessoas em estado de vulnerabilidade, principalmente através

de sistemas integrados, como o CadÚnico

iv. Garantir o recebimento correto dos benefícios pelos respectivos beneficiários

2. Incentivar maior integração da população vulnerável com o mercado de trabalho

i. Oferecer serviço de orientação profissional e inserção produtiva orientado

para os APLs

ii. Ampliar mecanismos de qualificação profissional da população de baixa renda

iii. Apoiar a inclusão produtiva das famílias do meio rural

iv. Incentivar o empreendedorismo através de expansão de programa de

microcrédito e utilização de arranjos produtivos locais para promover maior

igualdade regional

3. Integrar a assistência social estadual aos programas federais e municipais

i. Implementar ou expandir programas de complementação de renda para

beneficiários do Bolsa Família ou do BPC que estão matriculados na escola

ii. Coordenar ações em conjunto com os municípios para aplicação de políticas

públicas mais eficazes de combate à pobreza

| 85 |

ASS ISTÊNCIA E INCLUS ÃO SOCIAL DO

RN EM NÚMEROS

INDICADORES DE RESULTADO

Indicador Fonte Período mais

recente Dado mais

recente

Percentual de pobres PNAD 2015 28,6

Proporção de residentes em domicílios com rendimento per capita inferior a US$ 5,5 PPC 2011

PNAD Contínua 2016 36,2

Renda domiciliar per capita IBGE 2017 845

INDICADORES DE REDE

Indicador Fonte Período mais

recente Dado mais

recente

Quantidade de CRAS29

Censo SUAS 2017 222

Quantidade de CREAS30

Censo SUAS 2017 55

Quantidade de Centros de Acolhimento Municipais Censo SUAS 2017 43

Quantidade de Centros de Convivência Censo SUAS 2017 197

Figura 19. Mapa da extrema pobreza do RN – 2010

Fonte: IBGE. Disponível em: https://pt.slideshare.net/Aldemirfreire/mapa-da-extrema-pobreza-rio-grande-do-norte

29 Centro de Referência de Assistência Social 30 Centro de Referência Especializado de Assistência Social

| 86 |

ASSISTÊNCIA E INCLUSÃO SOCIAL

Combater a pobreza

Diminuir o

percentual de

pessoas abaixo da

linha de pobreza de

36,2% para 12%

Ob

jeti

vos

Me

tas

Ind

ica

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s 2

022

Est

raté

gia

s 2

019

-202

2 e

inic

iati

vas

prio

ritá

ria

s Identificar corretamente os grupos focais das

políticas assistenciais

Acompanhar as pessoas em estado de

vulnerabilidade, principalmente através de

sistemas integrados, como o CadÚnico

Garantir o recebimento correto dos benefícios

pelos respectivos beneficiários

Implementar ou expandir programas de

complementação de renda para beneficiários do

Bolsa Família ou do BPC que estão matriculados

na escola

Coordenar ações em conjunto com os municípios

para aplicação das políticas públicas mais

eficazes de combate à pobreza

Oferecer serviço de orientação profissional e inserção

produtiva orientada para os APLs

Ampliar mecanismos de qualificação profissional da

população de baixa renda

Apoiar a inclusão produtiva das famílias do meio rural

Incentivar o empreendedorismo através de expansão de

programa de microcrédito e utilização de arranjos produtivos

locais para promover maior igualdade regional

Incentivar maior integração da população vulnerável com o

mercado de trabalho

Garantir que a assistência social chegue às

pessoas mais necessitadas e tenha impacto na

qualidade de vida

Integrar a assistência social estadual aos

programas federais e municipais

| 87 |

5. TRANSPORTE E CONECTIVIDADE

5. TRANSPORTE E

CONECTIVIDADE

ESTRATÉGIAS 2019-2022

| 88 |

VISÃO 2022

O Rio Grande do Norte amplia sua eficiência logística com aumento, recuperação e

conservação da rede multimodal de transporte, alto percentual de rodovias asfaltadas e com

maior qualidade destas rodovias, parcela de ferrovias recuperadas e sistema portuário e com

maior movimentação de carga e de passageiros. O transporte coletivo metropolitano e

interurbano está mais organizado, com maior confiabilidade para os passageiros. Nos próximos

anos, o Estado terá melhorada conectividade com ampliação da rede de fibra ótica e o

aumento da velocidade de transmissão de dados.

POR QUE TRANSPORTE E CONECTIVIDADE?

A competitividade da economia e o pleno funcionamento das potencialidades econômicas

dependem da uma infraestrutura de qualidade com eficiência e baixo custo de transporte da

produção, especialmente a parte das atividades voltadas para os mercados regional e nacional,

incluindo exportação (turismo, mineração, pesca e carcinicultura, e fruticultura irrigada). A

existência de uma malha de estradas pavimentadas e com qualidade, assim como sua

integração com outros modais, é fundamental para a competitividade do Rio Grande do Norte,

da mesma forma que a rede de ferrovias que complementa o sistema no transporte de

commodities e produtos de baixo valor agregado. A estes dois modais merece destacar a

importância do sistema portuário, para transporte de longa distância, inclusive exportação, e

aeroportuário, fundamental para o turismo.

Por outro lado, é fundamental e urgente a melhoria do transporte de passageiros interurbanos

e metropolitanos para aumentar a eficiência econômica das cidades e para assegurar o

conforto e a qualidade de vida da população, reduzindo o tempo médio de deslocamento das

pessoas. A integração da rede de cidades e a mobilidade nas grandes cidades e na metrópole

são fatores decisivos da competitividade da economia.

Finalmente, existe uma crescente demanda por serviços de comunicação e transmissão de

dados e informação em alta velocidade que requer a ampliação das redes de fibra ótica,

apoiada pela difusão via rádio. A conectividade da economia digital é fundamental para a

melhoria dos negócios numa economia globalizada e tem grande relevância para a pesquisa e

o desenvolvimento tecnológico.

| 89 |

COMO ESTAMOS?

A infraestrutura de transporte interno do Rio Grande do Norte é estritamente rodoviária, com

uma malha formada por rodovias federais e estaduais, com alto percentual de pavimentação,

mas com baixa qualidade. O sistema de transporte coletivo metropolitano e interurbano do

Rio Grande do Norte é muito precário com baixa qualidade e longos tempos de deslocamento,

encarecendo a movimentação de cargas e comprometendo, principalmente, o conforto e a

qualidade de vida da população norte-rio-grandense.

O Rio Grande do Norte tem cerca de 4,5 mil quilômetros de estradas asfaltadas, apresentando

o maior percentual de rodovias pavimentadas do Nordeste, cerca de 76,9% das rodovias

(2015), mesmo quando se compara com os três grandes Estados da região, mantendo relativa

estabilidade ao longo de mais de uma década, como mostra o gráfico 32. O percentual de

pavimentação das rodovias do Rio Grande do Norte é muito superior ao da Bahia e do Ceará,

mas ainda está abaixo do registrado em São Paulo que, em 2015, tinha 93,5% das suas

rodovias pavimentadas.

Gráfico 32. Percentual de rodovias pavimentadas no Rio Grande do Norte e Estados selecionados

Fonte: CNT

O alto percentual de pavimentação das rodovias do Rio Grande do Norte contrasta, contudo,

com a baixa qualidade. Aproximadamente, 46,1% das rodovias do Estado têm qualidade ótima

e boa qualidade. Depois de uma queda acentuada da qualidade em 2016, houve uma

recuperação relevante em 2017. Esse percentual de qualidade das rodovias é o terceiro alto

dos Estados do Nordeste. O RN fica atrás de AL e PB e está muito distante do nível

apresentado por São Paulo que, em 2017, chegava a 77,8% 31.

31 O Governo do RN está investindo na restauração das rodovias do estado, como por exemplo, na RN 002 (de Monte Alegre à Lagoa Salgada), RN 160 (Monte Alegra à Brejinho) e a RN 316 (Monte Alegra à Brejinho).

51,4

63,6

75,2 76,9

68,4

71,7

61,5 56,0

93,6 93,5

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Ceará Rio Grande do Norte Pernambuco Bahia São Paulo

| 90 |

Gráfico 33. Percentual de rodovias em bom e ótimo estado de conservação no Rio Grande do Norte e

Estados selecionados

Fonte: CNT

O sistema ferroviário potiguar está obsoleto e praticamente desativado, restringindo a

multimodalidade do transporte de carga, e sem perspectiva de integração com a Ferrovia

Transnordestina, em construção, e que articula o Nordeste (Suape, em Pernambuco e Pecem,

em Fortaleza) ao Centro-oeste. Podem ser identificados alguns trechos ferroviários

deteriorados e inutilizados no Estado e ferrovia de transporte urbano restrita ao entorno de

Natal. Encontrar e viabilizar uma solução robusta para a reativação do sistema ferroviário

potiguar e sua integração à malha nacional, no contexto de um projeto de desenvolvimento

regional, é fundamental para a competitividade da economia estadual a médio e longo prazos.

O Rio Grande do Norte tem três portos em operação - portos de Natal, Guamaré e Areia Branca -

o segundo sendo um terminal da Petrobrás e Areia Branca dedicado exclusivamente ao transporte

de sal. Entretanto, o porto de Natal enfrenta restrições para expansão devido à sua

proximidade da cidade, que dificulta a implantação de conexão com ferrovias, e por conta de

estrangulamentos das vias de acesso a caminhões.

Atualmente, o porto de Natal tem uma capacidade de processamento de um milhão de

toneladas/ano (dados de 2015 do CONDERN) muito abaixo de Suape com seus 30 milhões de

toneladas.

O Rio Grande do Norte conta, atualmente, com um moderno aeroporto que contribui para o

transporte de carga de alto valor agregado e favorece a movimentação de passageiros,

fundamental para o crescimento do turismo. O aeroporto Aluisio Alves, em São Gonçalo do

Amarante, tem uma capacidade de 10 mil toneladas/ano (dado da INFRAERO), abaixo da

capacidade do aeroporto de Pernambuco (14,3 mil toneladas/ano). O aeroporto comporta

expansão do número de voos e deve ter construída uma segunda pista para aumento da

movimentação. Cabe lembrar, por outro lado, que o Rio Grande do Norte é um dos poucos

7,5%

46,1%

56,7%

43,9% 39,4% 35,2%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

RN PB PE PI CE BA

| 91 |

Estados do Nordeste que tem uma refinaria de Querosene de Aviação (QAV), fator importante

para implantação de hubs de transporte aéreo.

Apesar da qualidade deste aeroporto, no que diz respeito à movimentação de passageiros, não

houve crescimento nos voos nacionais, ao contrário do que ocorreu em quase todos os

aeroportos do Brasil (exceto Acre e Sergipe). De 2010 a 2016 houve um crescimento do fluxo

de passageiros nos Estados da Bahia, de Pernambuco e do Ceará, com leve declínio a partir de

2014, ao mesmo tempo em que vem reduzindo no Rio Grande do Norte (ver gráficos). Nos

voos internacionais, houve uma queda do fluxo de passageiros no Rio Grande do Norte, mas

também nos três grandes Estados do Nordeste, embora tenha crescido continuamente em

quase todos os aeroportos do Brasil, principalmente em São Paulo.

Gráfico 34. Fluxo de Passageiros (voos domésticos) no Rio Grande do Norte e Estados comparados – mil

pessoas

Fonte: Ministério do Turismo

No terreno da conectividade digital, o Rio Grande do Norte ainda está bem atrasado, tendo uma

pequena rede de fibra ótica, praticamente restrita à cidade de Natal, embora tenha a maior

proporção de municípios conectados à internet do Nordeste (cerca de 86,2% do total). Por outro

lado, de acordo com o Mais RN, apenas 30% dos domicílios potiguares possuem computador

com internet e cerca de 32% dos municípios tem acesso à banda larga 3G32.

Esta realidade dos transportes e da conectividade contribui para situar o Rio Grande do Norte na

15ª posição do Ranking de Competitividade dos Estados do Centro de Liderança Pública (2016);

embora transporte e conectividade não sejam os únicos pilares da competitividade, têm um papel

importante na eficiência econômica do Estado.

32 FIERN - MAIS RN – Plano Estratégico de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte – 2016/2035 - “Análise Retrospectiva e Situação Atual da Economia Potiguar” – Capítulo 1 da Parte 1 – Onde estamos e aonde queremos chegar.

3.747

4.897

2.546 2.975 3.065

3.621

1.159 1.107

-

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Bahia Ceará Pernambuco Rio Grande do Norte

| 92 |

AONDE QUEREMOS CHEGAR?

Transporte público de passageiros

UM CASO DE SUCESSO

Gestão do Transporte Público de Recife

A Região Metropolitana do Recife, a mais populosa e densamente povoada do Nordeste, é referência nacional em

relação a formulação de propostas de melhoria na gestão de transporte público. O seu Serviço de Transporte

Complementar de Passageiros (STPCP) passou, em meados de 2008, por um processo de reestruturação

institucional, que marcou a criação do Consórcio Metropolitano de Transporte, um organismo de gestão

metropolitana de transporte público com participação efetiva dos estados e dos municípios da região, cujas funções

são planejar, gerenciar e controlar os serviços de transporte, gerenciar financeiramente o sistema, além de buscar

recursos externos a ele e garantir a universalização de seu acesso.

O STPCP dessa região é composto pelos sistemas rodoviário, operado por linhas de ônibus convencionais e

articulados e ferroviário, que conta com duas linhas de metrô e uma linha de trem a diesel. O sistema de transporte

sobre trilhos está conectado a uma rede de linhas de ônibus, caracterizando as viagens como modais ou

multimodais, capaz de transportar mais de 1,4 milhões de passageiros por dia. Além desses dois modos, a Grande

Recife também conta com ônibus acessíveis para facilitar a acessibilidade de usuários com dificuldade de

mobilidade e cadeirantes.

Toda essa frota de ônibus conta com tecnologias como GPS integrado e softwares de gestão e estima-se que até

2014, o sistema era composto por mais de 400 linhas e 2700 ônibus, operadas por 18 empresas, que eram

responsáveis por realizar aproximadamente 25000 viagens por dia.

OBJETIVO E METAS INDICATIVAS

1. Reorganizar e melhorar o sistema estadual de transporte público de passageiros

i. Meta indicativa para 2022: Reduzir o tempo médio de deslocamento de

passageiros (residência-trabalho) da Região Metropolitana de Natal dos atuais

31 minutos para 28 minutos em 2022.

ii. Meta indicativa para 2022: Elaborar, em parceria com as Prefeituras

Municipais, planos de melhoria do transporte público de passageiros de

Mossoró e cidades potiguares com mais de 50 mil habitantes

iii. Meta indicativa para 2022: Disponibilizar um plano de melhorias e modernizar

a regulação do transporte coletivo intermunicipal

ESTRATÉGIAS 2019-2022 E INICIATIVAS PRIORITÁRIAS

2. Implantar modelo de gestão metropolitana de transporte público de passageiros

semelhante ao utilizado na Região Metropolitana do Recife (Grande Recife –

Consórcio de Transporte Metropolitano)

| 93 |

i. Planejar e gerenciar o sistema de transporte

ii. Contratar serviços de transporte por meio de licitação pública

iii. Regulamentar as atividades concedidas, reforçar a fiscalização e atualizar

contratos de concessão

iv. Combater o transporte clandestino de passageiros à medida em que as

soluções públicas mais econômicas e seguras sejam implantadas

3. Melhorar e ampliar a oferta de transporte público urbano

i. Estimular a renovação da frota de transporte coletivo urbano

ii. Estimular os municípios a implantar projetos urbanos de mobilidade,

especialmente na região metropolitana (foco nos municípios de São José de

Mipibu, Parnamirim, Macaíba, São Gonçalo, Extremoz e Ceará-Mirim)

4. Elaborar um plano geral de melhorias do sistema e modernizar a regulação do

transporte coletivo intermunicipal no RN

i. Assegurar a participação dos principais atores intervenientes no plano de

melhorias do transporte coletivo intermunicipal

ii. Modernizar e fortalecer a regulação e fiscalização do transporte coletivo

intermunicipal

| 94 |

Transporte de cargas

UM CASO DE SUCESSO

Porto de Suape | Pernambuco

O porto de Suape, em Pernambuco, está entre os portos públicos no Brasil com mais conexões e representatividade

comercial, com grandes quantidades de linhas regulares geral (Ro-Ro33

e containers) e escalas. No Nordeste, é o

porto que realiza maior número de movimentações de containers e graneis líquidos.

Esse desempenho é fruto de um projeto realizado pela empresa Bosch com o Estado de Pernambuco e a operadora

Mercosul Line, cujo objetivo principal era melhorar a distribuição de ferramentas elétricas e acessórios, desde a

fábrica e centro de distribuição da empresa, localizados em São Paulo, até seus revendedores nordestinos, por meio

da multimodalidade do processo.

Assim, o Porto de Suape se beneficiou não apenas da sua posição geográfica, mas também dos esforços

administrativos do Estado e de seu complexo portuário e hoje apresenta grande destaque na região. O seu

crescimento em relação à cabotagem, de 2004 a 2014 foi muito expressivo, quase triplicando o movimento de

navegação doméstica, especialmente de granéis líquidos e containers. No ano seguinte, em 2015, o porto assumiu a

liderança na movimentação de cargas por cabotagem no ranking nacional de portos públicos e ganhou visibilidade

como uma opção atraente para o longo curso, por sua posição geográfica e transit times competitivos, de 7 dias

para Nova York, 9 dias para Roterdã e 14 para Durban.

OBJETIVOS E METAS INDICATIVAS

1. Melhorar, expandir e integrar o sistema estadual de transporte de cargas

i. Meta indicativa para 2022: Iniciar a implantação de uma solução técnica

robusta para o funcionamento e a integração competitiva do transporte de

cargas do RN aos mercados regional, nacional e internacional.

ii. Meta indicativa para 2022: Elevar o percentual de rodovias com ótimo e bom

estado de conservação dos atuais 46% (2017) para 60%

33 Ro-Ro é a abreviatura de Rolll on-Roll off, um tipo de cargueiro gigante para o transporte de automóveis e outros veículos, que permite que estes saiam e entrem dos navios por seus próprios meios

| 95 |

Gráfico 35. Evolução do percentual de rodovias com qualidade ótima e boa para alcance da meta em

2022

Nota: Supondo manutenção do percentual do dado oficial em 2017 e 2018

Fonte: Macroplan

iii. Meta indicativa para 2022: Pavimentar 400 quilômetros de rodovias

ampliando o total dos atuais 4,5 mil quilômetros (2015) para 4,9 mil

quilômetros em 2022

iv. Meta indicativa para 2022: Elevar a capacidade de movimentação de carga do

Porto de Natal de 805 mil toneladas (2017) para 1,2 milhões de toneladas em

2022

v. Meta indicativa para 2022: Elevar a capacidade de movimentação de carga do

aeroporto Aluísio Alves das atuais 10 mil toneladas (2015) para 15 mil

toneladas em 2022

ESTRATÉGIAS 2019-2022 E INICIATIVAS PRIORITÁRIAS

1. Robustecer o Sistema Integrado de Transporte de Cargas

i. Elaborar uma solução técnica robusta para o funcionamento e a integração

competitiva do transporte de cargas e da logística do RN aos mercados

regional, nacional e internacional com a participação de todos os atores

públicos e privados relevantes para a iniciativa

ii. Gerir integradamente a elaboração e atualização de projetos de expansão e

melhoria de obras e capacidades de todos os modais do sistema de transporte

de cargas do RN

2. Melhorar e expandir a malha rodoviária

i. Realizar programa emergencial de recuperação e melhoria das rodovias

estaduais em estado de conservação ruim ou péssimo

41%

20%

46% 49% 51% 54% 57% 60%

2016 20162 2017 2018 2019 2020 2021 2022

| 96 |

ii. Reavaliar todas as obras rodoviárias estaduais em andamento para racionalizar

os cronogramas de execução e entregas e a alocação de recursos

iii. Implantar ação sistemática de manutenção das rodovias estaduais

iv. Conceder à iniciativa privada as rodovias estaduais com ótima qualidade e alta

densidade

v. Atrair investimento federal para a recuperação e ampliação das rodovias

federais

vi. Elaborar e viabilizar projeto da Rodovia Litorânea Setentrional com integração

a polos turísticos

3. Ampliar a capacidade e aumentar a eficiência do sistema portuário do RN

i. Elaborar projeto robusto de ampliação da capacidade e da eficiência do

sistema portuário do Rio Grande do Norte no contexto do sistema portuário

regional

ii. Empreender esforço ativo e sistemático junto ao Governo Federal para

melhoria da eficiência operacional e ampliação da capacidade do porto de

Natal

4. Estimular a ampliação e melhoria do sistema aeroportuário do RN

i. Estimular a consolidação do aeroporto Aluísio Alves como hub regional de

transporte de cargas

ii. Melhorar a interligação do aeroporto de São Gonçalo do Amarante à Região

Metropolitana de Natal

iii. Diligenciar pela reativação do aeroporto de Mossoró

5. Empreender esforço ativo e sistemático para a reativação da malha ferroviária do RN

e sua integração à Transnordestina, no contexto de um projeto federal de

desenvolvimento regional

i. Elaborar projeto robusto de reativação, expansão e integração do sistema

ferroviário do Rio Grande do Norte à Transnordestina

ii. Estimular a reativação de trechos da malha ferroviária atual

| 97 |

Conectividade

OBJETIVOS E METAS INDICATIVAS

Ampliar e melhorar a conectividade digital do Rio Grande do Norte com acesso à

internet de banda larga e alta velocidade

i. Meta indicativa para 2022: ampliar pelo menos em 10% a rede de fibra ótica

para acesso à internet de alta velocidade

ESTRATÉGIAS 2019-2022 E INICIATIVAS PRIORITÁRIAS

1. Melhorar e expandir a rede de fibra ótica

i. Investir na implantação de rede de fibra ótica no Estado

ii. Implantar conexão de fibra ótica nas unidades de ensino e nas instituições de

pesquisa do Estado

iii. Implantar rede de fibra ótica em cidades polos do Estado

iv. Investir na implantação de rádio frequência em cidades pequenas e locais de

difícil acesso

v. Apoiar a expansão do Instituto Metrópole Digital

| 98 |

TRANSPORTE E CONECT I VIDADE DO

RN EM NÚMEROS

Transportes

Indicador Fonte

Período mais recente

Dado mais recente

% do PIB Estadual de transportes, armazenagem e correio IBGE 2015 2,20%

Transporte urbano

Indicador Fonte

Período mais recente

Dado mais recente

Malha Rodoviária total (federal + estadual) (km) CNT/DNIT 2017 5.770,5

Malha Rodoviária pavimentadas no total (Federal + Estadual) (km)

CNT/DNIT 2017 4.594

Proporção das rodovias classificadas como Ótima ou Boa CNT/DNIT 2017 46,1%

Proporção das rodovias classificadas com pavimentação Ótima ou Boa

CNT/DNIT 2017 48,1%

Proporção das rodovias classificadas com sinalização Ótima ou Boa

CNT/DNIT 2017 54,1%

Frota total de veículos com placa que circulam no estado CNT/DNIT 2016 1.183.363

Quantidade de passageiros transportados por km em linhas interestaduais (superiores a 75 km)

CNT/DNIT 2013 295.815

Quantidade de passageiros transportados por km em linhas interestaduais (inferiores a 75 km)

CNT/DNIT 2013 63.348

Frota de ônibus RN DETRAN-RN jul/18 7.084

Frota de ônibus Natal DETRAN-RN jul/18 2.702

Frota de ônibus Mossoró DETRAN-RN jul/18 369

Tarifa de ônibus Natal - mai/18 3,65

Tarifa de ônibus Mossoró - mai/18 3,3

Concessionárias de ônibus - Natal Dados Abertos Natal fev/18 6

Número de linhas de ônibus - Natal Dados Abertos Natal 1º sem 2018 89

Número médio mensal de passageiros de ônibus - Natal Dados Abertos Natal 1º sem 2018 7.786.416

Número médio mensal de viagens de ônibus - Natal Dados Abertos Natal 1º sem 2018 178.095

| 99 |

Transporte Portos

Indicador Fonte Período mais

recente Dado mais

recente

Quantidade de portos em operação MaisRN 2016 3

Capacidade Nominal Porto Natal (TEU) Plano Mestre - Porto

Natal 2015 4 mil

Movimentação total de cargas Porto de Natal (ton) CODERN 2017 805.910

Capacidade da área retro portuária Porto Natal (m²) CODERN jul/18 1.500

Capacidade de armazém seco Porto Natal(m²) CODERN jul/18 1.875

Capacidade de armazém frigorífico Porto Natal (ton) CODERN jul/18 2.000

Embarque total de sal no Porto Areia Branca (ton) CODERN 2017 1.980.003

Capacidade de armazém de sal Porto Areia Branca (ton) CODERN jul/18 100.000

*TEU representa a capacidade de carga de um container marítimo normal, de 20 pés de comprimento, 8 de largura e 8 de altura

Transporte Aeroportos

Indicador Fonte Período mais

recente Dado mais

recente

Aeroportos utilizados para voos domésticos regulares e não regulares

CNT/DNIT 2015 2

Aeródromos públicos existentes ANAC jul/18 5

Aeródromos privados existentes ANAC jul/18 7

Volume de passageiros transportados (internacional) Ministério do Turismo 2016 29.355

Volume de passageiros transportados (nacional) Ministério do Turismo 2016 1.107.177

Carga paga despachada pelo transporte aéreo (mercado doméstico)

CNT/DNIT 2015 5.313.029

Conectividade

Percentual de moradores por domicílios permanentes que apresentam telefone (fixos e celulares)

PNAD Contínua 4º trimestre de

2016 96,3%

Percentual de domicílios permanentes que utilizam internet por banda larga

PNAD Contínua 4º trimestre de

2016 93,5%

Moradores em domicílios particulares permanentes que tem acesso a internet

PNAD Contínua 4º trimestre de

2016 70,3%

Percentual de pessoas, com mais de 10 anos, que utilizam a internet

PNAD Contínua 4º trimestre de

2016 59,9%

Percentual de domicílios permanentes que possuem microcomputadores ou tablets

PNAD Contínua 4º trimestre de

2016 42,3%

| 100 |

TRANSPORTE E CONECT I VIDADE DO RN EM MAPA S

Figura 20. Infraestrutura de Transportes do Rio Grande do Norte

Fonte: Ministério dos Transporte

Rodovias Federais

Duplicadas

Em Duplicação

Pavimentadas

Em Pavimentação

Implementadas

Em Leito Natural

Planejadas

Rodovias Estaduais

Duplicadas

Em Duplicação

Pavimentadas

Em Pavimentação

Implementadas

Em Leito Natural

Planejadas

Ferrovias

Hidrovias

Portos

Aeroporto Intern.

Aeroporto Nac.

| 101 |

TRANSPORTES E CONECTIVIDADE

Transporte de Cargas

Reorganizar e

melhorar o sistema

estadual de

transporte público

de passageiros

Melhorar, expandir e

integrar o sistema

estadual de

transporte de cargas

Reduzir o tempo médio de

deslocamento de

passageiros (residência-

trabalho) da Região

Metropolitana de Natal de

31 minutos para 28 minutos

Elaborar, em

parceria com as

Prefeituras

Municipais, planos

de melhoria do

transporte público

de passageiros de

Mossoró e cidades

potiguares com

mais de 50 mil

habitantes

Transporte Público

de Passageiros

Ob

jeti

vos

Me

tas

Ind

ica

tiva

s 2

022

Est

raté

gia

s 2

019

-202

2 e

inic

iati

vas

prio

ritá

ria

s

Elaborar uma solução técnica

robusta para o funcionamento e a integração competitiva do transporte de cargas do RN aos

mercados regional, nacional e internacional com a participação de

todos os atores públicos e privados

relevantes para a iniciativa

Gerir integradamente a elaboração

e atualização de projetos de expansão e melhoria de obras e capacidades de todos os modais do

sistema de transporte de cargas do RN

Planejar e gerenciar o sistema de

transporte

Contratar serviços de transporte por meio

de licitação pública

Regulamentar as atividades concedidas,

reforçar a fiscalização e atualizar

contratos de concessão

Combater o transporte clandestino de

passageiros à medida em que as soluções

públicas mais econômicas e seguras sejam

implantadas Realizar programa emergencial de

recuperação e melhoria das

rodovias estaduais em estado de conservação ruim ou péssimo

Reavaliar todas as obras de rodoviárias estaduais em andamento para racionalizar os

cronogramas de execução e entregas e a alocação de recursos

Implantar ação sistemática de manutenção das rodovias estaduais

Conceder à iniciativa privada as rodovias estaduais com ótima qualidade e alta densidade

Atrair investimento federal para a recuperação e ampliação das

rodovias federais

Elaborar e viabilizar projeto da Rodovia Litorânea Setentrional com

integração a polos turísticos

Elaborar projeto robusto de

ampliação da capacidade e da eficiência do sistema portuário do Rio Grande do Norte no contexto

do sistema portuário regional

Empreender esforço ativo e

sistemático junto ao Governo

Federal para melhoria da eficiência operacional e

ampliação da capacidade do porto de Natal

Implantar modelo de gestão metropolitana

de transporte público de passageiros

semelhante ao utilizado na Região

Metropolitana do Recife (Grande Recife –

Consórcio de Transporte Metropolitano)

Robustecer o Sistema Integrado de

Transporte de Cargas

Assegurar a participação dos principais

atores intervenientes no plano de

melhorias do transporte coletivo

intermunicipal

Modernizar e fortalecer a regulação e

fiscalização do transporte coletivo

intermunicipal

Elaborar um plano geral de melhorias do

sistema e modernizar a regulação do

transporte coletivo intermunicipal no RN

Estimular a renovação da frota de

transporte coletivo urbano

Estimular os municípios a implantar

projetos urbanos de mobilidade,

especialmente na região metropolitana

(foco nos municípios de São José de

Mipibu, Parnamirim, Macaíba, São

Gonçalo, Extremoz e Ceará-Mirim)

Disponibilizar um plano de

melhorias e modernizar a

regulação do transporte

coletivo intermunicipal

Iniciar a

implantação de uma

solução técnica

robusta para o

funcionamento e a

integração

competitiva do

transporte de cargas

do RN aos mercados

regional, nacional e

internacional

Elevar o percentual de

rodovias com ótimo e

bom estado de

conservação de 20,4%

(2016) para 42%

Pavimentar 400

quilômetros de

rodovias ampliando o

total de 4,5 mil km

(2015) para 4,9 mil km

Elevar a

capacidade

de

movimenta-

ção de carga

do Porto de

Natal de

805 mil ton

(2017) para

1,2 milhões

de ton

Elevar a

capacidade

de

movimentaçã

o de carga do

aeroporto

Aluísio Alves

de 10 mil ton

(2015) para

15 mil ton

Melhorar e ampliar a oferta de transporte

público urbano

Ampliar pelo

menos em 10% a

rede de fibra ótica

para acesso à

internet de alta

velocidade

Estimular a consolidação do

aeroporto Aluísio Alves como hub

regional de transporte de cargas

Melhorar a interligação do

aeroporto de São Gonçalo do Amarante à Região Metropolitana

de Natal

Diligenciar pela reativação do aeroporto de Mossoró

Elaborar projeto robusto de reativação, expansão e integração do sistema ferroviário do Rio Grande do Norte à Transnordestina

Estimular a reativação de trechos da malha ferroviária atual

Conectividade

Ampliar e melhorar a

conectividade digital do

Rio Grande do Norte

com acesso à internet

de banda larga e alta

velocidade

Investir na implantação de rede

de fibra ótica no Estado

Implantar conexão de fibra ótica nas

unidades de ensino e nas instituições de pesquisa do Estado

Implantar rede de fibra ótica em cidades

polos do Estado

Investir na implantação de rádio

frequência em cidades pequenas e locais de difícil acesso

Apoiar a expansão do Instituto Metrópole Digital

Melhorar e expandir a malha

rodoviária

Estimular a ampliação e melhoria

do sistema aeroportuário

portuário do RN

Ampliar a capacidade e

aumentar a eficiência do

sistema portuário do RN

Melhorar e expandir a

rede de fibra ótica

Empreender esforço ativo e sistemático para a reativação da malha

ferroviária do RN e sua integração à Transnordestina, no contexto

de um projeto federal de desenvolvimento regional

| 102 |

| 103 |

6. RECURSOS HÍDRICOS E SANEAMENTO

| 104 |

VISÃO 2022

O Rio Grande do Norte melhora a segurança hídrica com aumento da disponibilidade de água

e gestão eficiente dos usos alternativos. Eleva sua capacidade de convivência com os períodos

de estiagem, seja com uma gestão ativa da demanda, seja como decorrência da ampliação da

rede de reservatórios e da malha de distribuição e de água para consumo humano e irrigação,

contando com estrutura de reservatórios e adutoras que permite a recepção das águas da

transposição.

POR QUE RECURSOS HÍDRICOS E SANEAMENTO?

A oferta adequada e estável dos recursos hídricos é um fator decisivo da qualidade de vida da

população e de grande relevância para as atividades econômicas, determinante da

competitividade da economia. Esta importância aumenta quando se trata de um Estado, como

o Rio Grande do Norte, que tem, aproximadamente, 93% do seu território no semiárido, com

grande instabilidade pluviométrica e elevada evaporação e, mais ainda, pelo peso da

agricultura irrigada na economia potiguar.

COMO ESTAMOS?

Embora conte com grandes reservatórios de água, o Rio Grande do Norte não tem ainda uma

rede ampla e adequada de canais e adutoras para abastecimento estável no conjunto do

território. A capacidade dos reservatórios do Rio Grande do Norte chega a 4,44 mil hm3,

capacidade fortemente concentrada no reservatório Armando Ribeiro Gonçalves na bacia do

Alto Piranhas que representa 54% do total. A localização deste reservatório é estratégica por

ser a região de maior produção de fruticultura irrigada.34

34 Sistema de Acompanhamento de Reservatórios - ANA

| 105 |

Figura 21. Bacias hidrográficas do Rio Grande do Norte

Fonte: Secretaria de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Rio Grande do Norte (SEMARH), 2017

Com quase 40% de todos os reservatórios do Estado, médios e pequenos, a bacia do Apodi-

Mossoró concentra 24,9% da capacidade total de acumulação de água. 35Para uma

comparação com o Estado que tem a melhor rede de acúmulo de água do Semiárido, o Ceará

tem 141 reservatórios com capacidade para 18,26 mil hm³ que, embora concentrados no Alto

Jaguaribe (Oros e Castanhão), representam apenas 6,7% do total do Estado. Por outro lado,

Pernambuco tem uma capacidade total inferior à do Rio Grande do Norte, apenas 3,2 hm³,

todos de pequeno porte (o maior tem apenas pouco mais de 300 mil hm³).

35 O estado do RN contará, no futuro, com a Barragem de Oiticica, um grande reservatório de água, com capacidade de armazenamento de cerca de 590 milhões de m³ de água, que em 2018 já se encontra 75% concluído e será o segundo maior reservatório do estado.

| 106 |

Figura 22. Rede hidrometeorológica do Rio Grande do Norte

Fonte: IGARN

Depois de vários anos de seca, atualmente, os reservatórios do Rio Grande do Norte

acumulam apenas 61,5% da sua capacidade, sendo que o maior reservatório (Armando Ribeiro

Gonçalves) tem apenas 28,1% da sua capacidade. Para não depender exclusivamente da

retomada das chuvas, os reservatórios do semiárido devem receber água da transposição do

São Francisco. O projeto conta com dois canais que desaguarão no Rio Apodi e no Rio

Piranhas-Açú (Figura 23), ampliando a segurança hídrica da região e estimava-se que a oferta

de água nas regiões mais secas seria dobrada e permitiria a manutenção de regularidade no

abastecimento de canais e açudes. Essa transposição beneficiará principalmente as regiões de

Caicó, Alto Apodi e grande parte da região Mossoroense (Figura 24).

| 107 |

Figura 23. Projeto de Transposição das Águas do Rio São Francisco

Fonte: Ministério da Integração Nacional. Adaptação Macroplan 2014

| 108 |

Figura 24. Municípios vizinhos aos futuros canais de transposição

Fonte: Elaborado por Macroplan com base em dados do IBGE.

Ocorre, contudo, que o Rio Grande do Norte não tem uma estrutura preparada para a

recepção das águas dessa transposição como Ceará e Pernambuco. Algumas obras previstas e

em andamento não avançaram com o ritmo e a abrangência necessária para melhor o

aproveitamento das águas da transposição de modo a garantir a oferta estável de recursos

hídricos no Estado, tanto para o consumo humano quanto para irrigação.

Por outro lado, mesmo diante de uma restrição hídrica decorrente da irregularidade da

precipitação pluviométrica e do índice de evaporação do semiárido, o Rio Grande do Norte

ainda registra um elevado percentual de perda de água na distribuição de água potável. De

acordo com estudo do instituto Trata Brasil, na distribuição, o Rio Grande do Norte perde

cerca de 50% da água, muito acima da média do Brasil (38%), um dos piores desempenhos do

Brasil (apenas seis Estados tem perda superior), como mostra o gráfico 36.36

36 Segundo fontes do Governo do Estado um trabalho de melhoria vem sendo feito com a realização de obras nos sistemas de água e esgoto tais como: (i) ampliação e expansão dos sistemas de abastecimento de água (SAA) de Nova Parnamirim, Caicó, Assú e Pedências (ii) ampliação e expansão dos sistemas de esgotamento sanitário no bairros Quintas e Nordeste; zonas norte e sul de Natal, Macaíba e das Bacias BS e CS.

PB

CE

ESTIMATIVA DE CIDADÃOS BENEFICIADOS

Trecho 1 Trecho 2 Total

555.832 161.421 717.253

MOSSORÓ

APODI

AREIA

BRANCA

SÃO

RAFAEL

TRECHO 1

TRECHO 2

| 109 |

Gráfico 36. Perdas de água na distribuição dos Estados brasileiros (%) do consumo - 2016

Fonte: Trata Brasil – Saneamento e Saúde

70

67

63

61

53

51

50

48

46

45

44

43

43

41

38

38

37

37

36

36

36

35

35

35

32

31

30

30

0 10 20 30 40 50 60 70 80

Amapá

Roraima

Maranhão

Acre

Pernambuco

Rondônia

Rio Grande do Norte

Sergipe

Alagoas

Amazonas

Piauí

Pará

Mato Grosso do Sul

Ceará

Brasil

Bahia

Rio Grande do Sul

Santa Catarina

São Paulo

Espírito Santo

Paraíba

Paraná

Minas Gerais

Distrito Federal

Matro Grosso

Rio de Janeiro

Tocantis

Goiás

| 110 |

UM CASO DE SUCESSO

Gestão de Recursos Hídricos no Ceará

A política de gestão das águas no Ceará foi desenvolvida sob uma base conceitual e legal bem definida e conta com

a Secretaria de Recursos Hídricos, criada em 1987, com o Sistema Integrado de Gestão de Recursos Hídricos

(SIGERH) e com uma série de instrumentos de gestão e iniciativas, que ao longo do tempo, ajudaram a impulsionar

o estado para o seu considerável sucesso nesse meio.

Uma iniciativa muito importante foi o Pacto das Águas, desenvolvido entre os anos de 2007 e 2009, que resultou no

Plano Estratégico Dos Recursos Hídricos do Estado do Ceará, um plano construído de forma participativa e integrada

com as instituições e organismos coligados do SIGERH e que busca abordar um aspecto multissetorial da gestão dos

recursos hídricos, além de identificar alternativas e soluções para a segurança hídrica e estabelecer compromissos

institucionais para a implementação das ações propostas. Assim, este instrumento passou a ser adotado também

como a atualização do Plano Estadual de Recursos Hídricos, traçado em 1992 e, associado aos Planos de Bacias

Hidrográficas, vem orientando a atuação do SIGERH.

Hoje, o Estado tenta direcionar seus esforços para se antecipar, de forma estruturante, à ocorrência das secas mais

prolongadas e severas que ocorrem na região semiárida, para isso, identificou a necessidade de otimizar a operação

dos reservatórios , diversificar o uso de fontes hídricas alternativas, promover o uso racional da água, implantar

sistemas mais eficientes de transferência e distribuição de água no território, monitorar as águas subterrâneas,

fortalecer a gestão compartilhada e participativa da água e outras diversas ações estratégicas, com horizonte

temporal de longo prazo.

UM CASO DE SUCESSO

Gestão de Saneamento pela iniciativa privada em Niterói

A gestão de saneamento da cidade de Niterói, no Rio de Janeiro, é realizada pela iniciativa privada, pela empresa

Companhia Águas de Niterói, pertencente ao grupo Águas do Brasil. Quando a empresa assumiu a concessão em

1999, no lugar da Cedae, apenas 330 mil dos 450 mil habitantes da cidade tinham acesso a água encanada e um

número ainda menor contava com esgoto tratado.

Como Niterói não apresenta manancial de água, a cidade precisa comprar o recurso diretamente da produção da

Cedae (responsável por distribuir água para a capital do Rio de Janeiro e toda a sua região metropolitana). Dessa

forma, de 1999 até o ano de 2014, a empresa permaneceu comprando, todo mês, uma quantidade de 1.800 litros

de água por segundo por dia, além de realizar um esforço no sentido de reduzir as perdas, o que foi suficiente para

universalizar a distribuição de água na cidade.

Essa mudança na gestão da distribuição de água permitiu aumentar, no intervalo de dois anos, 36% a quantidade de

pessoas atendidas pelo serviço, sem que fosse necessário elevar o volume de água consumida pelo município.

Segundo os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), em 2014, todos os 491,8 mil

moradores de Niterói tinham acesso a água encanada e 92,8% da população, acesso a esgoto tratado.

No intuito de diminuir perdas, a empresa construí ainda um centro de monitoramento e controle automatizado da

rede de distribuição, rearranjou as equipes de manutenção de vazamentos, trocou o parque de hidrômetros e

empreendeu uma cruzada contra ligações irregulares. Segundo o SNIS, em 2014, Niterói tinha percentual de perdas

físicas ou de faturamento de 19,55%, enquanto a média nacional era de 37,7%.

| 111 |

Esses resultados colocaram Niterói como o terceiro melhor município em 2008 em relação a cobertura de água e

esgoto e em 14º lugar na edição de 2013 do Ranking do Saneamento elaborado pelo Instituto Trata Brasil com os

dados do SNIS.37

AONDE QUEREMOS CHEGAR?

OBJETIVO E METAS INDICATIVAS

1. Melhorar a segurança hídrica do Rio Grande do Norte para assegurar a regularidade do

abastecimento humano e da agricultura irrigada

i. Meta indicativa para 2022: Aumentar a disponibilidade de água para consumo

humano e para irrigação, com melhoria na eficiência no uso dos recursos

hídricos

ii. Meta indicativa para 2022: Reduzir o percentual de perda na distribuição dos

atuais 50% para 41% (nível semelhante ao do Ceará)

iii. Meta indicativa para 2022: Ampliar a rede de reservatórios e o sistema de

distribuição dos recursos hídricos (açudes, adutoras e canais)

iv. Meta indicativa para 2022: Regularizar o abastecimento de água das cidades

v. Meta indicativa para 2022: Ampliar a área irrigada dos atuais 50,6 mil hectares

(2015) para 60 mil (9,4 mil hectares adicionais).

ESTRATÉGIAS 2019-2022 E INICIATIVAS PRIORITÁRIAS

2. Estruturar e ampliar a rede de reservatórios (preparação para o recebimento das

águas do São Francisco)

i. Realizar estudos das obras estaduais de conexão das bacias hidrográficas do

Estado

ii. Finalizar obras no leito dos rios Apodi e Piranha-Açu

iii. Finalizar obras do perímetro irrigado da chapada do Apodi

iv. Implantar o perímetro irrigado do Mendubim

v. Concluir segunda etapa do Baixo Assu

vi. Viabilizar reativação dos perímetros de irrigação paralisados

vii. Concluir a barragem de Oiticica

37 Fonte: VETTORAZZO L, Niterói amplia acesso à água com rede de distribuição automatizada, Folha de São Paulo, 11/2014. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2014/11/1545444-niteroi-corta-perdas-e-leva-agua-a-100.shtml

| 112 |

3. Consolidar a gestão hídrica integrada de todo o Estado

i. Consolidar e aprimorar o sistema de planejamento e gestão dos recursos

hídricos do Estado

ii. Oferecer apoio técnico aos municípios para implantação do sistema de gestão

dos recursos hídricos

iii. Implantar medidas de reutilização e conservação de recursos hídricos

iv. Incentivar o reaproveitamento da água da chuva e reuso de água e esgotos

tratados

v. Promover o reflorestamento de matas ciliares

4. Melhorar a disponibilidade e a qualidade do abastecimento de água nas cidades

i. Investir no sistema de distribuição para reduzir vazamentos estruturais nas

tubulações, redes e ramais

ii. Introduzir medidas gerenciais para melhoria urgente da eficiência operacional

e o desempenho da CAERN

| 113 |

RECURSOS HÍDRICOS DO RN EM

NÚMEROS

Indicador Fonte Período mais

recente Dado mais

recente

Consumo de água per capita (litro / hab. dia) SNIS jan/18 113,77

Índice de perda de água na distribuição Trata Brasil jan/18 49,9%

Índice de atendimento total de água SNIS jan/18 79,2%

Índice de atendimento urbano de água SNIS jan/18 92,1%

Índice de atendimento total de esgoto referido aos municípios atendidos com água

SNIS jan/18 23,5%

Índice de coleta de esgoto SNIS jan/18 27,9%

Índice de tratamento de esgoto SNIS jan/18 78,9%

Tarifa média de água (R$/m³) SNIS jan/18 3,66

Tarifa média de esgoto (R$/m³) SNIS jan/18 2,78

Capacidade Total dos Reservatórios (hm³) ANA/SAR jul/18 4.445,02

Volume atual (% relação à capacidade total) ANA/SAR jul/18 30,98%

Capacidade Reservatório Armando Ribeiro Gonçalves (hm³)

ANA/SAR jul/18 2400

Volume Reservatório Armando Ribeiro Gonçalves (hm³)

ANA/SAR jul/18 675,23

Quantidade de municípios atendidos com abastecimento de água

SNIS jan/18 163

Quantidade de municípios atendidos com esgoto sanitário

SNIS jan/18 55

| 114 |

RECURSOS HÍDRICOS

Melhorar a segurança hídrica do Rio

Grande do Norte para assegurar a

regularidade do abastecimento

humano e da agricultura irrigada

Aumentar a

disponibilidade de

água para consumo

humano e para

irrigação, com

melhoria na eficiência

no uso dos recursos

hídricos

Ob

jeti

vos

Me

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Ind

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s 2

022

Est

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gia

s 2

019

-202

2 e

inic

iati

vas

prio

ritá

ria

s Realizar estudos das obras estaduais de conexão

das bacias hidrográficas do Estado

Finalizar obras no leito dos rios Apodi e Piranha-

Açu

Finalizar obras do perímetro irrigado da chapada

do Apodi

Implantar o perímetro irrigado do Mendubim

Concluir segunda etapa do Baixo Assu

Viabilizar reativação dos perímetros de irrigação

paralisados

Investir no sistema de distribuição para reduzir

vazamentos estrutural nas tubulações, redes e

ramais

Introduzir medidas gerenciais para melhoria

urgente da eficiência operacional e o

desempenho da CAERN

Consolidar e aprimorar o sistema de

planejamento e gestão dos recursos hídricos do

Estado

Oferecer apoio técnico aos municípios para

implantação dos sistemas locais de gestão dos

recursos hídricos

Implantar medidas de reutilização e conservação

de recursos hídricos

Incentivar o reaproveitamento da água da chuva

e reuso de água e esgotos tratados

Estruturar e ampliar a rede de reservatórios

(preparação para o recebimento das águas do

São Francisco)

Melhorar a disponibilidade e a qualidade do

abastecimento de água nas cidades

Reduzir o

percentual de

perda na

distribuição dos

atuais 50% para

40%

Ampliar a rede de

reservatórios e o

sistema de

distribuição dos

recursos hídricos

(açudes, adutoras e

canais)

Ampliar a área

irrigada de 50,6 mil

hectares (2015)

para 60 mil

Regularizar o

abastecimento de

água das cidades

Consolidar a gestão hídrica integrada de todo o

Estado

| 115 |

7. AMBIENTE AMIGÁVEL PARA NEGÓCIOS E EMPRESAS

| 116 |

VISÃO 2022

O Rio Grande do Norte começa a melhorar seu ambiente de negócios, tornando-se mais

atrativo para empresas e investimentos e gerando empregos para a sua população. Assim,

progressivamente se torna um estado mais competitivo. Os investimentos atraídos e mantidos

no estado geram mais renda e ajudam a melhorar outros indicadores do estado, inclusive a

arrecadação tributária.

PORQUE AMBIENTE DE NEGÓCIOS?

O ambiente de negócios é o conjunto de fatores externos que influenciam as decisões de

investir e produzir dos empresários em determinado país ou região. Tais fatores incluem a

dimensão e o perfil do mercado, forma de atuação do governo, competição com outras

empresas, burocracia, entre outros. Um ponto importante que liga o governo ao ambiente de

negócios diz respeito à burocracia e regulamentação, principalmente para abrir, manter ou

fechar empreendimentos, o que impacta o custo dos negócios consideravelmente. Um outro

fator diretamente ligado à gestão pública é a cobrança de impostos, tanto pela carga tributária

quanto pela facilidade de pagamento.

Ter um ambiente mais amigável para empresários e investidores envolve tanto um esforço de

longo prazo, como investimento em qualificação de mão-de-obra, segurança pública e

infraestrutura, como também de curto prazo, como facilidade para conseguir documentos,

licenças e permissões para operar, acesso a crédito e flexibilidade do mercado de trabalho. O

avanço neste tema é essencial para melhorar a competitividade do Estado e de garantir a

retomada do crescimento sustentado.

COMO ESTAMOS?

Medir a competitividade de uma região é uma tarefa das mais complicadas, principalmente em

regiões mais desagregadas, como estados. Uma pesquisa que faz este levantamento no Brasil

é publicada pelo Centro de Liderança Pública (CLP) e tenta medir, com base em 65 indicadores,

a competitividade de cada estado brasileiro. No ranking mais recente, de 2016, o Rio Grande

do Norte ficou na quarta posição no Nordeste, atrás de Pernambuco, Ceará e Paraíba, além de

conseguir apenas a 18ª posição no Brasil. Isso indica que o estado tem muito a avançar para se

tornar competitivo a nível nacional e se destacar em sua região.38

38 Segundo o Governo do Estado, o RN tem a REDESIM (Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios) em todos os seus 167 municípios, e é referência nacional.

| 117 |

Gráfico 37. Nota no ranking geral de produtividade da CLP 2016 – RN e os outros estados do Nordeste

Fonte: Centro de Liderança Pública. Ranking de Competitividade dos Estados 2016

Ambiente de negócios e competitividade

Com o mundo cada vez mais globalizado, o ambiente de negócios de uma região se torna um

importante diferencial na decisão de investir do empresário. No contexto brasileiro, isso fica

ainda mais em evidência uma vez que as condições favoráveis aos negócios variam muito de

um estado para outro. Ter um ambiente amigável para as atividades econômicas é essencial

para que o estado seja competitivo e atraia mais investimentos, empregos e renda.

Atualmente, o Rio Grande do Norte se encontra em uma posição abaixo da média do Brasil, na

18ª posição do ranking de competitividade do CLP. Além disso, há uma percepção generalizada

no empresariado local de que existem “bolsões de hostilidade” no ambiente de negócios

potiguar. A insegurança jurídica, falta de critério na aplicação de regulamentações, demora

para obter licenças e permissões e burocracia custosa são alguns dos entraves normalmente

citados pelos investidores do estado.

Enquanto alguns fatores são mais difíceis e demorados para resolver, como qualificação da

mão-de-obra e infraestrutura, as dificuldades ligadas à burocracia ou atuação da gestão

pública em geral podem ser melhorados adotando boas práticas. Mais transparência da gestão

pública, facilidade e agilidade para abrir empresas (inclusive conseguindo licenças cabíveis),

maior flexibilidade nas regulamentações e simplificação de pagamento de impostos são

exemplos de medidas que possuem alto impacto no ambiente de negócios sem gerar custos

excessivos. 39

39 O Governo do RN promoveu um movimento de desburocratização na liberação das licenças ambientais, o que ajuda e acelera o processo de instalação de algumas empresas, contribuindo também para a geração de empregos no estado.

50,3 48,1 47,8 44,5

42,3

34,3 34,1 28,5

15,9

PE CE PB RN BA MA PI SE AL

| 118 |

UM CASO DE SUCESSO

Melhorias no Ambiente de Negócios Chileno

O Chile foi um país que investiu bastante em melhorar seu ambiente de negócios, principalmente a partir dos anos

2000. Além da modernização da gestão pública, com políticas fiscais responsáveis e transparentes, gestão orientada

para resultados e investimento na cobertura integral da educação básica, o país criou serviços voltados diretamente

para as empresas, facilitando o processo de abrir e fechar um estabelecimento. No início dos anos 2010, foi

aprovada a lei de criação de empresas em um dia, que consiste em um portal eletrônico online onde se pode

solicitar e conseguir todas as permissões mais simples para atuar em até 24 horas (se houver alguma licença mais

específica ou de maior complexidade, é preciso aguardar mais tempo). Esse tipo de serviço diminui sensivelmente

os custos para começar a operar, já que o empreendedor consegue legalizar seu negócio e oferecer seus produtos e

serviços em menos tempo.

O governo chileno também atuou para facilitar ao máximo as exportações, tendo identificado o mercado externo

como importante consumidor e motor para o crescimento da economia do país. A estratégia se mostrou vantajosa

para o país, que chegou a ter mais de 40% do seu PIB vindo diretamente das exportações em meados dos anos

2000. Mais recentemente, esse valor caiu para em torno de 30%, mas ainda é uma parcela bastante relevante da

produção chilena.

AONDE QUEREMOS CHEGAR?

OBJETIVO E META INDICATIVA

1. Melhorar o ambiente de negócios do Estado em comparação ao de outros estados

do Nordeste

i. Meta indicativa para 2022: Melhorar a percepção dos investidores em relação

ao ambiente de negócios do RN

ESTRATÉGIAS 2019-2022 E INICIATIVAS PRIORITÁRIAS

1. Garantir o bom funcionamento dos serviços públicos essenciais para o

funcionamento do Estado

ii. Melhorar a situação da segurança pública

iii. Assegurar a transparência dos serviços e órgãos públicos

iv. Oferecer maior estabilidade nas regras e regulamentos que interferem em

negócios

v. Ampliar o protagonismo do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos

órgãos de controle na melhoria da segurança jurídica no Rio Grande do Norte

| 119 |

2. Reduzir a burocracia e facilitar as atividades produtivas

i. Desburocratizar o processo de abertura, licenciamento e baixa de CNPJs

através da expansão do sistema REDESIM RN

ii. Simplificar obrigações e licenças não fundamentais, principalmente em micro e

pequenas empresas

iii. Realizar parcerias com Ministério Público e agências reguladoras para facilitar

a adequação de negócios às exigências vigentes

3. Melhorar fatores de competitividade de negócios para atrair e reter negócios e gerar

empregos privados

i. Melhorar a qualificação da mão-de-obra potiguar, com investimento em

educação de nível médio e profissional

ii. Garantir uma boa qualidade de infraestrutura de transporte rodoviário e de

portos

iii. Estimular o desenvolvimento do mercado financeiro e de crédito, facilitando o

investimento das empresas

| 120 |

AMBIENTE DE NEGÓCIOS DO RN EM

NÚMEROS

Indicador Fonte Período mais

recente Dado mais

recente

Nota no ranking de competitividade do CLP CLP 2016 44,5

Posição no ranking de competitividade do CLP CLP 2016 18ª

Escolaridade Média (25 anos ou mais) PNAD Contínua 2017 8,2

Percentual de matrículas no ensino técnico integrado ou concomitante em relação ao total do ensino médio

INEP 2017 14,93%

IDEB Ensino Fundamental I - Rede Pública INEP 2015 4,4

IDEB Ensino Fundamental II - Rede Pública INEP 2015 3,4

IDEB Ensino Médio - Rede Estadual INEP 2015 2,8

Taxa de homicídios por 100.000 habitantes Atlas da Violência 2016 53,4

Taxa de CVLI por 100.000 habitantes FBSP 2015 46,1

Taxa de roubo de veículos por 100.000 veículos FBSP 2016 508

Taxa de furto de veículos por 100.000 veículos FBSP 2016 112,9

Taxa de roubo a instituições financeiras por 100 instituições FBSP 2016 4,89

Taxa de mortalidade por DCNT por 100.000 habitantes de 30 a 69 anos

DATASUS 2015 143,3

Proporção de rodovias pavimentadas no total (Federal + Estadual) CNT/DNIT 2015 76,9%

Proporção das rodovias classificadas como Ótima ou Boa CNT/DNIT 2016 20,4%

PIB per capita (valores correntes) IBGE 2015 16.632

Nota no Ranking Nacional de Transparência MPF 2016 9,2

Taxa de congestionamento da justiça estadual (1º grau) CNJ 2016 81,7

| 121 |

AMBIENTE DE NEGÓCIOS

Melhorar o ambiente de negócios do

Estado em comparação ao de outros

estados do Nordeste

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Est

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-202

2 e

inic

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prio

ritá

ria

s

Melhorar a situação da segurança pública

Assegurar a transparência dos serviços e órgãos

públicos

Oferecer maior estabilidade nas regras e

regulamentos que interferem em negócios

Ampliar o protagonismo do Poder Judiciário, do

Ministério Público e dos órgãos de controle na

melhoria da segurança jurídica no Rio Grande do

Norte

Melhorar a qualificação da mão-de-obra

potiguar, com investimento em educação de

nível médio e profissional

Garantir uma boa qualidade de infraestrutura de

transporte rodoviário e de portos

Estimular o desenvolvimento do mercado

financeiro e de crédito, facilitando o

investimento das empresas

Desburocratizar o processo de abertura,

licenciamento e baixa de CNPJs através da

expansão do sistema REDESIM RN

Simplificar obrigações e licenças não

fundamentais, principalmente em micro e

pequenas empresas

Realizar parcerias com Ministério Público e

agências reguladoras para facilitar a adequação

de negócios às exigências vigentes

Reduzir a burocracia e facilitar as atividades

produtivas

Garantir o bom funcionamento dos serviços

públicos essenciais para o funcionamento do

Estado

Melhorar fatores de competitividade de

negócios para atrair e reter negócios e gerar

empregos privados

Melhorar a percepção dos investidores

em relação ao ambiente de negócios

do RN

| 122 |

8. ATRAÇÃO E RETENÇÃO DE INVESTIMENTOS

| 123 |

VISÃO 2022

Até 2022, o Rio Grande do Norte amplia a atração e a capacidade de retenção de

investimentos produtivos privados e aumenta os investimentos públicos estaduais e a

captação de investimentos federais estruturadores, contribuindo para a melhoria das

vantagens competitivas do estado.

POR QUE ATRAÇÃO E RETENÇÃO DE INVESTIMENTOS?

O crescimento da economia e a geração de emprego e renda no Estado dependem do

aumento dos investimentos, públicos e privados, que ampliam a competitividade e elevam a

capacidade produtiva.

Finalmente, a atração e retenção de investimentos privados dependem da combinação de

quatro fatores: (i) ambiente de negócios favorável do ponto de vista institucional ou

regulatório; (ii) capacidade de sensibilização, atração de e negociação com potenciais

investidores privados na forma de “marketing” das potencialidades e oportunidades de

investimento no Estado e de um atendimento expedito e preciso às suas demandas de

informações e contatos com autoridades públicas e investidores locais; (iii) vantagens

competitivas dadas ou construídas por investimentos já realizados – especialmente em capital

físico (infraestrutura) e humano; e (iv) incentivos fiscais que oferecem um diferencial mas

têm, como contrapartida, alguma forma de renúncia fiscal.

Os investimentos públicos, estaduais ou federais, tendem a se concentrar nos componentes de

competitividade – infraestrutura, capacitação e inovação – enquanto os investimentos

privados, mesmo podendo ocupar espaços na infraestrutura, se orientam, normalmente, para

as atividades produtivas, dinamizando a economia e ampliando a oferta de emprego. O

investimento público estadual depende da situação fiscal com a disponibilidade de recursos

para além do custeio e das despesas com pessoal e encargos e previdência social. Para a

atração de investimento público federal são necessários a elaboração de bons projetos e o

esforço de negociação técnica e política com as diferentes instâncias da União.

COMO ESTAMOS?

Mesmo com um baixo índice de investimento público, o Estado do Rio Grande tem atraído, nas

últimas décadas, vários empreendimentos privados nacionais e mesmo internacionais para

aproveitamento das suas potencialidades. Para se ter uma ideia, só em financiamento do

Banco do Nordeste, foram injetados R$ 1,7 bilhões no Rio Grande do Norte em 2017, a maioria

(65% ou R$ 1,10 bilhões) do FNE-Fundo Constitucional de Financiamento. Apesar da crise

| 124 |

econômica nacional, com seus rebatimentos no Estado, este financiamento representou um

aumento de 38% no que foi concedido em 2016 (dados oficiais do Banco do Nordeste). Este

financiamento equivale a, aproximadamente, 2,6% do PIB (se for considerado o PIB de 2013

deflacionado supondo que não teve crescimento real de 2013 a 2017). Estimando que o Banco

do Nordeste financia, em média, 60% do investimento, em 2017, teria havido um investimento

de R$ 2,83 bilhões no Rio Grande do Norte alavancados por esta instituição de crédito, cerca

de 4,7% do PIB do Estado.

Em todo caso, no que se refere ao financiamento do FNE, houve um declínio de 2,86% de 2010

a 2017, passando de R$ 1.134,64 mil para R$ 1.102,14 a preços de 2017, tendo registrado uma

queda drástica nos empréstimos de 2015 (apenas R$ 651,80 mil), como mostra a tabela

comparando com os outros Estados. O maior declínio ocorreu no Ceará, queda de 7,86%, que,

em todo caso, recebeu o quarto maior volume de financiamento, bem acima do que foi

aplicado no Rio Grande do Norte.

Tabela 4. Financiamento do FNE nos Estados do Nordeste – 2010/2017 (a preços de 2017)

2010 2015 2017 Variação

2010/2017

Bahia 4.079,75 3.514,28 4.258,25 0,61

Piauí 1.190,41 1.161,50 2.346,10 10,18

Pernambuco 2.503,93 1.345,86 2.161,72 -2,08

Ceará 3.052,17 1.964,57 1.721,29 -7,86

Maranhão 1.429,41 1.333,16 1.635,33 1,94

Rio Grande do Norte 1.134,64 651,80 1.102,14 -0,41

Paraíba 823,62 690,97 903,08 1,32

Sergipe 678,92 407,20 604,38 -1,65

Alagoas 716,25 471,34 448,53 -6,47

Fonte: Banco do Nordeste

Considerado apenas o financiamento do FNE, o Rio Grande do Norte recebeu, em 2017, cerca

de 1,66% do PIB. Como mostra o gráfico 38, o Estado do Piauí se destaca do conjunto com

quase seis porcento do PIB, mas o Rio Grande do Norte aparece como o terceiro maior

beneficiário (em termos proporcionais) do Nordeste.

Gráfico 38. Financiamento do FNE como percentual do PIB dos Estados do Nordeste – 2017

Fonte: Banco do Nordeste

5,83

1,88 1,66 1,62 1,51 1,33 1,23 1,19 0,94

Pia

Mar

anh

ão

Rio

Gra

nd

ed

o N

ort

e

Bah

ia

Par

aíb

a

Serg

ipe

Cea

Per

nam

bu

co

Ala

goas

| 125 |

UM CASO DE SUCESSO

A Investe São Paulo

A Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (INVESTE SÃO PAULO) é um Serviço Social

Autônomo (SSA), pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, de interesse coletivo e de utilidade pública,

vinculado por cooperação à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, autorizada a

instituição por meio da Lei nº 13.179/2008 e instituída pelo Poder Executivo pelo Decreto nº 53.766/2008, com seu

estatuto aprovado pelo Decreto nº 53.961/2008, do Estado de São Paulo. É a única representante do modelo

Serviço Social Autônomo no âmbito do Governo do Estado de São Paulo, e uma entre as três dezenas de entidades

no País.

A agência INVESTE SÃO PAULO executa políticas que contribuem para a atração de novos investimentos nacionais e

internacionais para o Estado de São Paulo, com o objetivo de estimular a competitividade da economia, a geração

de emprego e renda para a população e a inovação tecnológica. A Agência fornece, gratuitamente, informações

estratégicas que ajudam os investidores a encontrar os melhores locais para seus negócios, prestando assessoria

ambiental, tributária e de infraestrutura, facilitando o relacionamento das empresas com instituições

governamentais e concessionárias de serviços públicos.

Estão ainda entre as atribuições da INVESTE SÃO PAULO prospectar novos negócios, recepcionar delegações

estrangeiras, promover a imagem de São Paulo no Brasil e no exterior como principal destino de empresas na

América Latina e propor ao Governo do Estado políticas que contribuam para a melhoria da competitividade de São

Paulo.

Além das competências definidas em Lei, a INVESTE SÃO PAULO tem como orientação de suas atividades a

execução dos seguintes serviços:

Apoio aos potenciais investidores em sua interlocução com órgãos públicos, com o objetivo de facilitar o

processo de tomada de decisão e de implantação de novos empreendimentos.

Apoio ao empreendedor para que ele identifique os melhores locais do estado para investir, de acordo

com as necessidades de sua atividade: mão de obra, infraestrutura, logística, disponibilidade de

fornecedores, mercado consumidor, meio ambiente, entre outros fatores.

Fornecimento de informações pontuais e estratégicas sobre as melhores condições para se investir no

estado de São Paulo.

o Articulação com entidades públicas e privadas relevantes para o processo de atração de

investimentos: instituições públicas nos níveis estadual, municipal e federal; e instituições

privadas, como concessionárias de serviços públicos, associações empresariais, entre outras.

o Articulação com os municípios visando: identificar oportunidades para atração de novos

investimentos; apoiar os municípios na atração de empresas; e identificar entraves à

competitividade e propor medidas para superá-los.

MISSÃO: ser a porta de entrada das empresas que pretendem se instalar ou expandir seus empreendimentos no

estado de São Paulo, gerando emprego e renda, além da melhoria contínua da competitividade e da imagem do

estado.

VISÃO: ser reconhecida como uma das melhores agências de promoção de investimentos no mundo, visando ao

desenvolvimento econômico sustentável do estado de São Paulo.40

40 Fonte: Mais RN – Plano Estratégico de Desenvolvimento do Rio Grande do Norte 2016-2035 – Capítulo 10

| 126 |

Já no tocante ao investimento público, dados da FIRJAN mostram que o Rio Grande do Norte

investiu, em 2016, apenas 4,5% da Receita Corrente Líquida, sendo um dos Estados brasileiros

com menor percentual de investimento. Este baixo investimento é o resultado do

comprometimento de parcela significativa da receita com despesas de pessoal e encargos e

com Previdência. Com efeito, o Rio Grande do Norte já ultrapassou o limite máximo definido

pela Lei de Responsabilidade Fiscal e tem um elevado déficit previdenciário: diante de uma

receita equivalente a 12,7% da Receita Corrente Líquida, a Previdência teve, em 2016, um

dispêndio com benefícios (aposentadoria e pensões) de 26%, gerando uma necessidade de

financiamento de 13,4%, uma das mais altas dos Estados brasileiros (sétima maior).

Gráfico 39. Investimento público como percentual da Receita Corrente Líquida dos Estados brasileiros-

2016

Fonte: FIRJAN – Publicações Sistema FIRJAN – Pesquisas e Estudos Socioeconômicos – Conjuntura Econômica – abril de 2017

O ajuste fiscal é condição decisiva para que o estado possa captar mais empréstimos para

investir. De fato, uma vez superada esta restrição fiscal, a capacidade de investimento do

governo do Estado poderia ser ampliada de forma significativa através de financiamento na

medida em que o Rio Grande do Norte tem o mais baixo índice de endividamento dos Estados

brasileiros. Como mostra o gráfico 40, o endividamento do Rio Grande do Norte é apenas 3,1%

quando a Lei de Responsabilidade Fiscal autoriza os Estados a se endividarem até 200% da

Receita Corrente Líquida. Os Estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais já

ultrapassaram o limite legalmente autorizado apenas dois – São Paulo e Alagoas – tem

compromissos superiores à Receita Corrente Líquida.

| 127 |

Gráfico 40. Dívida consolidada líquida (percentual da Receita Corrente Líquida) dos Estados brasileiros -

2016

Fonte: FIRJAN – Publicações Sistema FIRJAN – Pesquisas e Estudos Socioeconômicos – Conjuntura Econômica – abril de 2017

AONDE QUEREMOS CHEGAR?

OBJETIVOS E METAS INDICATIVAS

1. Ampliar a atração e retenção de investimentos privados para o RN

i. Meta indicativa para 2022: Dobrar o volume de investimentos em novos

empreendimentos privados no RN

ii. Meta indicativa para 2022: Aumentar o financiamento do FNE dos atuais

1,66% do PIB do Estado para 1,8%, em 2022 (pouco menos do percentual

recebido pelo Maranhão em 2017)

2. Elevar o investimento público

i. Meta indicativa para 2022: Aumentar o percentual do investimento público

estadual na Receita Corrente Líquida dos atuais 4,5% (2016) para 5,4% (nível

de Pernambuco em 2016)

3. Ampliar a captação de recursos federais ou de instituições financeiras para

investimentos estruturantes no Estado

| 128 |

i. Meta indicativa para 2022: Dobrar o volume de investimentos com recursos de

terceiros em empreendimentos estruturantes no RN

ESTRATÉGIAS 2019-2022 E INICIATIVAS PRIORITÁRIAS

1. Implantar e operar o Investe-RN - agência público-privada de atração de

investimentos

i. Criar e implantar a INVESTE-RN, Serviço Social Autônomo (SSA), pessoa jurídica

de direito privado, sem fins lucrativos, de interesse coletivo e de utilidade

pública conforme modelo proposto no Plano Mais RN (Capítulo 10)

ii. Organizar e cumprir, em conjunto com investidores locais, uma agenda de

missões no país e no exterior para atração de novos negócios e investimentos

privados para o Rio Grande do Norte

2. Implantar e operar um processo “poupa tempo” (fast track) para receber, analisar e

licenciar projetos de investimento no RN

i. Fazer benchmarking de casos de sucesso em outros estados ou grandes

cidades do Brasil

ii. Desenhar, testar, implantar e operar processo adaptável ao RN, garantindo

estreita articulação com todos os órgãos e poderes envolvidos

3. Organizar operação sistemática de captação de recursos a fundo perdido e de

empréstimos federais, estrangeiros ou internacionais, para financiar investimentos

de interesse estratégico para o Estado

i. Inventariar e avaliar os investimentos públicos em andamento; e identificar e

priorizar as principais necessidades de investimentos estruturantes no RN

ii. Elaborar estudos e projetos para captação de investimentos, incluindo

identificação de fontes e modalidades (fundo perdido, PPPs, concessões,

empréstimos e outros)

iii. Organizar e manter equipe especializada para executar e gerir um esforço

continuado, coordenado e organizado do Governo Estadual na captação de

recursos junto às fontes selecionadas

| 129 |

ATRAÇÃO E RETENÇÃO DE INVESTIMENTOS

Ampliar a atração e

retenção de

investimentos

privados para o RN

Elevar o

investimento público

Ampliar a captação de

recursos federais ou de

instituições financeiras

para investimentos

estruturantes no Estado

Dobrar o volume

de investimentos

em novos

empreendimento

s privados no RN

Aumentar o

financiamento do

FNE de 1,66% do

PIB do Estado

para 1,8%

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s

Criar e implantar a INVESTE-RN, Serviço Social

Autônomo (SSA), pessoa jurídica de direito

privado, sem fins lucrativos, de interesse coletivo

e de utilidade pública conforme modelo proposto

no Plano Mais RN (Capítulo 10)

Organizar e cumprir, em conjunto com

investidores locais, uma agenda de missões no

país e no exterior para atração de novos

negócios e investimentos privados para o Rio

Grande do Norte

Implantar e operar o Investe-RN - agência

público-privada de atração de investimentos

Inventariar e avaliar os investimentos públicos

em andamento; e identificar e priorizar as

principais necessidades de investimentos

estruturantes no RN

Elaborar estudos e projetos para captação de

investimentos, incluindo identificação de fontes

e modalidades (fundo perdido, PPPs, concessões,

empréstimos e outros)

Organizar e manter equipe especializada para

executar e gerir um esforço continuado,

coordenado e organizado do Governo Estadual

na captação de recursos junto às fontes

selecionadas

Organizar operação sistemática de captação de

recursos a fundo perdido e de empréstimos

federais, estrangeiros ou internacionais, para

financiar investimentos de interesse

estratégico para o Estado

Fazer benchmarking de casos de sucesso em

outros estados ou grandes cidades do Brasil

Desenhar, testar, implantar e operar processo

adaptável ao RN, garantindo estreita articulação

com todos os órgãos e poderes envolvidos

Implantar e operar um processo “poupa tempo”

(fast track) para receber, analisar e licenciar

projetos de investimento no RN

Aumentar o

percentual do

investimento

público estadual

na Receita

Corrente Líquida

de 4,5% (2016)

para 5,4%

Dobrar o volume

de investimentos

com recursos de

terceiros em

empreendimento

s estruturantes

no RN

| 130 |

9. PRODUTIVIDADE E INOVAÇÃO NAS EMPRESAS

| 131 |

VISÃO 2022

As empresas e empresários do Rio Grande do Norte intensificam e diversificam o seu esforço

para aumentar a produtividade e melhorar sua capacidade de inovação. Também se observa

uma melhoria contínua na capacidade de pesquisa e desenvolvimento das universidades e

instituições tecnológicas, com maior interação com as empresas levando a um pequeno, mas

consistente aumento da produtividade das empresas nos setores de maior potencial de

desenvolvimento no Estado. Start-Ups se multiplicam, especialmente no campo da economia

digital, dinamizando o ecossistema de inovação potiguar.

POR QUE PRODUTIVIDADE E INOVAÇÃO?

A competitividade das nações (e dos Estados brasileiros) depende cada vez mais do ambiente

de inovação que pressupõe condições institucionais, capacidade de pesquisa e

desenvolvimento tecnológico, e interação entre empresas e institutos de pesquisa. O nível de

produtividade das empresas, fundamental para sua posição no mercado globalizado, depende,

por outro lado, da postura inovadora dos empresários e da sua capacidade de introdução de

novos processos e produtos. Além do nível de qualificação da mão de obra que permita aos

funcionários acompanhar os avanços tecnológicos. Com uma economia fortemente integrada

à economia nacional e com vínculos de alguns setores ao mercado internacional, o

desempenho do Rio Grande do Norte está diretamente ligado à capacidade de inovação e seu

resultado na produtividade das empresas, acompanhando as mudanças do ambiente externo

ao Estado.

COMO ESTAMOS?

Embora não existam dados oficiais sobre a postura inovadora das empresas do Rio Grande do

Norte (a pesquisa PINTEC do IBGE inclui apenas os grandes Estados do Nordeste, Bahia,

Pernambuco e Ceará)41, há uma percepção de que o empresariado potiguar inova muito

pouco, acomodado com processos produtivos tradicionais, apresenta limitada cooperação com

as instituições de pesquisa e praticamente não investe em pesquisa e desenvolvimento de

processos e novos produtos. A capacidade científica e tecnológica do Rio Grande do Norte é

relativamente baixa (medida pelo número de pesquisadores ativos), contando, em 2016, com

apenas 4.743 pesquisadores ativos que representavam 1.365 por milhão de habitantes.

Embora seja o 14º no número de pesquisadores ativos entre os Estados brasileiros, o número

de pesquisadores do Rio Grande do Norte representa cerca de 2,1% do total dos

41 Mesmo nesses três Estados, quando as empresas falam em inovação, quase se limitam à simples aquisição e introdução de novos equipamentos nos processos produtivos, mais modernização que inovação.

| 132 |

pesquisadores do Brasil, bem mais do que a contribuição do Estado ao PIB brasileiro (apenas

0,97%).

Em 2016, o Rio Grande do Norte tinha o quinto contingente de pesquisadores do Nordeste,

abaixo apenas da Bahia, de Pernambuco, do Ceará e da Paraíba, mas aparecia em segundo no

número de pesquisadores por milhão de habitantes, atrás apenas da Paraíba, como mostra o

gráfico 41:

Gráfico 41. Quantidade de pesquisadores e a proporção de pesquisadores por milhão de habitantes no

Rio Grande do Norte e nos Estados do Nordeste - 2016

Fonte: CNPq

Nos últimos anos, o número de pesquisadores no Rio Grande do Norte vem crescendo

rapidamente, tendo saltado de 2.860, em 2010, para os atuais 4.743 (2016), aumento de 66%

em apenas seis anos (na média, a cada ano, 314 novos pesquisadores passam a atuar no Rio

Grande do Norte).

A capacidade de pesquisa e desenvolvimento tecnológico do Rio Grande do Norte vem

melhorando, como mostram os dados, mas ainda é bem modesta mesmo quando se compara

com outros Estados do Nordeste, como a Paraíba. Vale lembrar que o Estado de São Paulo

tinha no mesmo ano de 2016 quase dez vezes mais pesquisadores que o Rio Grande do Norte

(45.204) embora com uma população também muito superior (pesquisador por milhão de

habitante era apenas 1.010).

O governo do Rio Grande do Norte destina cerca de 1,39% da receita total em ciência e

tecnologia (2015), sendo o terceiro que mais gasta (percentualmente) no Nordeste, abaixo

apenas da Paraíba (1,80%) e da Bahia (1,78%). Este dispêndio público do governo do Rio

Grande registrou um rápido crescimento em 2009, chegando a 1,36% com tendência à

flutuação em torno deste percentual (ver gráfico 42).

11.552

8.302 6.112 5.919

4.743 3.214 3.200 2.743 2.483

756

882

1.528

660

1.365

462

1.412

817

773

-1.200

-700

-200

300

800

1.300

0

5.000

10.000

15.000

20.000

Pesquisador Pesquisador por milhão de habitantes

| 133 |

Gráfico 42. Percentual do dispêndio em ciência e tecnologia do Governo do Estado do Rio Grande do

Norte em relação às receitas totais – 2000-2015

Fonte: MCTIC

A melhora da capacidade científica e tecnológica e do dispêndio público em C&T não se traduz

em inovação na medida em que existe um descolamento quase completo entre as instituições

de pesquisa e as empresas do Rio Grande do Norte dificultando a incorporação de melhoria e

inovações no setor produtivo. O que se reflete na baixa produtividade do trabalho no Estado.

Em 2015, a produtividade do trabalho no Rio Grande do Norte era igual a R$ 10.930,00 mil

reais por trabalhador, acima da média do Nordeste (R$ 9.113,00) mas abaixo da média do

Brasil (R$ 14.544,00), como mostra o gráfico 43. No período de dez anos (2005/2015), a

produtividade do Rio Grande do Norte cresceu lentamente, apenas 0,56% ao ano, assim

mesmo em ritmo mais acelerado que o Brasil com apenas 0,29% ao ano; o Nordeste, que tem

a mais baixa produtividade, teve crescimento bem maior no período, cerca de 1,98% ao ano.

Gráfico 43. Produtividade do Rio Grande do Norte, Nordeste e Brasil – 2005-2015 – VAB em R$

mil/trabalhador (a preços constantes de 2002)

Fonte: IBGE

0,2 0,3

0,5

0,3

0,4 0,4 0,3

0,3

0,5

1,4 1,4

1,2

1,0

1,4

1,3

1,4

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

14,1

10,3

7,5

14,3

10,9

8,6

14,5

10,9

9,1

-

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

16,00

Brasil Rio Grande do Norte Nordeste

2005 2010 2015

| 134 |

UM CASO DE SUCESSO

Investimento em P&D no Ceará

A multinacional Schneider Electric, especializada em produtos e serviços para distribuição elétrica, controle e

automação industrial, possui mais de 7 mil pontos de venda no Brasil e cinco fábricas em diferentes estados do país.

Uma delas, localizada em Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza, apresenta bons resultados para a

empresa, o que a faz investir em P&D na região.

A fábrica possui mão de obra intelectual 100% local, gera produtos com uma qualidade excelente, respondeu, no

início de 2018, por quase metade de toda a demanda nacional atendida pela multinacional e em nível mundial,

apresenta destaque por ser uma das poucas que conta com uma equipe própria responsável pela área de pesquisa

e desenvolvimento de produtos, visando também a inovação. Esse grupo de pesquisadores é resultado de uma

parceria da Schneider com a Universidade Federal do Ceará (UFC) e é formado por profissionais nativos do Estado.

Com esse nível de qualidade e especialização, a empresa pretende, nos próximos anos, expandir seu mercado para

a América do Sul e retornar 5% do faturado na fábrica cearense em forma de investimento para ela própria, na área

de P&D.

AONDE QUEREMOS CHEGAR?

OBJETIVOS E METAS INDICATIVAS

1. Aumentar a competitividade e o nível tecnológico das empresas do Rio Grande do

Norte

i. Meta indicativa para 2022: Elevar a produtividade da economia do Rio Grande

do Norte dos atuais (2015) R$ 10.930,00/trabalhador para R$ 11.420,00 em

2022, resultado de um crescimento médio de 0,63% ao ano (de 2005 a 2015

foi registrado um crescimento de 0,56% ao ano)

| 135 |

Gráfico 44. Tendência de Crescimento da Produtividade do Rio Grande do Norte e Meta de evolução da

produtividade 2015/2022 – VAB em R$ mil/trabalhador (a preços constantes de 2002)

Fonte: IBGE. Elaboração Macroplan

ii. Meta indicativa para 2022: Aumentar o percentual das empresas do Rio

Grande do Norte que inovam (introduzem melhorias ou novos processos e

produtos)

iii. Meta indicativa para 2022: Aumentar o número de pesquisadores dos atuais

4.743 (2016 – CNPq) para 8.554 em 2022, ultrapassando o número atual de

Pernambuco, como resultado de um crescimento médio anual de 4% (de 2010

a 2016 houve um crescimento anual de 9%).

Gráfico 45. Meta de evolução do Número de Pesquisadores - 2016/2022

11,3

10,7

10,9

Meta 11,42

Resultado tendencial

11,37

10,5

10,6

10,7

10,8

10,9

11,0

11,1

11,2

11,3

11,4

11,52

01

2

20

13

20

14

20

15

20

16

20

17

20

18

20

19

20

20

20

21

20

22

Rio Grande do Norte Tendência últimos dez anos Trajetória meta indicativa

2.860

4743

6140

10,5

1010,5

2010,5

3010,5

4010,5

5010,5

6010,5

7010,5

20

10

20

11

20

12

20

13

20

14

20

15

20

16

20

17

20

18

20

19

20

20

20

21

20

22

Rio Grande do Norte Trajetória meta indicativa

| 136 |

ESTRATÉGIAS 2019-2022 E INICIATIVAS PRIORITÁRIAS

1. Estimular programas de melhoria da produtividade e inovação tecnológica das

empresas

i. Fomentar melhoria da produtividade e qualidade nas empresas

ii. Fomentar a inovação e a incorporação de novas tecnologias pelas empresas

iii. Estimular a cooperação das instituições de pesquisa com o setor produtivo

(articulação da pesquisa com as demandas de inovação e desenvolvimento

tecnológico)

iv. Apoiar e inserir metas para qualificação profissional das empresas

v. Fomentar a ampliação do acesso das empresas potiguares aos benefícios da lei

federal de inovação

2. Promover o fortalecimento das instituições de pesquisa e a formação de recursos

humanos

i. Consolidar e fortalecer os centros de excelência atuantes no Rio Grande do

Norte (incluindo universidades)

ii. Promover a criação de novos centros de excelência

iii. Fomentar a formação e a atração de pesquisadores

iv. Explorar alternativas de financiamento do amparo à pesquisa

| 137 |

PRODUT IV IDADE E INOV AÇÃO DO

RN EM NÚMEROS

Indústria RN

Indicador Fonte Período mais

recente Dado mais

recente

PIB Industrial RN (R$) CNI jul/18 10,7 bilhões

Número de empresas industriais no RN CNI 2016 6257

Número de trabalhadores empregados na indústria CNI jul/18 100451

Rede de Ensino Superior UERN

Indicador Fonte

Período mais recente

Dado mais recente

Escolaridade Média (25 anos ou mais) PNAD Contínua 2017 8,2

Total de alunos matriculados no ensino superior UERN UERN 2018 12.381

Percentual de matrículas no ensino técnico integrado ou concomitante em relação ao total do ensino médio

INEP 2017 14,93%

Docentes efetivos ou provisórios no ensino superior UERN

UERN 2017 987

Cursos presenciais no ensino superior UERN UERN 2018 67

Técnicos efetivos ou provisórios no ensino superior UERN

UERN 2017 668

Pesquisas

Indicador Fonte

Período mais recente

Dado mais recente

Produtividade do trabalho no RN (R$/trabalhador) IBGE 2015 10930 mil

Número de pesquisadores ativos no RN CNPq 2016 4743

Percentual de pesquisadores do Brasil que são norte rio-grandense

CNPq 2016 2,1%

Percentual da receita total investido em ciência e tecnologia pelo governo do RN

MCTIC 2015 1,39%

Patentes e Marcas

Indicador Fonte Período mais

recente Dado mais

recente

Número de Patentes no RN INPI 2016 57

Proporção patentes RN em relação ao total de patentes brasileiras

INPI 2016 0,71%

Número de Marcas no RN INPI 2016 949

| 138 |

PRODUTIVIDADE E INOVAÇÃO

Aumentar a competitividade e o nível

tecnológico das empresas do Rio

Grande do Norte

Elevar a produtividade da

economia do Rio Grande do

Norte dos atuais (2015) R$

10.930,00/trabalhador para R$

11.420,00 em 2022, resultado

de um crescimento médio de

0,63% ao ano

Ob

jeti

vos

Me

tas

Ind

ica

tiva

s 2

022

Est

raté

gia

s 2

019

-202

2 e

inic

iati

vas

prio

ritá

ria

s

Fomentar melhoria da produtividade e qualidade nas

empresas

Fomentar a inovação e a incorporação de novas

tecnologias pelas empresas

Estimular a cooperação das instituições de pesquisa

com o setor produtivo (articulação da pesquisa com as

demandas de inovação e desenvolvimento tecnológico)

Apoiar e inserir metas para qualificação profissional

das empresas

Fomentar a ampliação do acesso das empresas

potiguares aos benefícios da lei federal de inovação

Consolidar e fortalecer os centros de excelência

atuantes no Rio Grande do Norte (incluindo as

Universidades)

Promover a criação de novos centros de excelência

Fomentar a formação e a atração de pesquisadores

Explorar alternativas de financiamento do amparo à

pesquisa

Promover o fortalecimento das instituições de pesquisa e a

formação de recursos humanosEstimular programas de melhoria da produtividade e

inovação tecnológica das empresas

Aumentar o percentual das

empresas do Rio Grande do

Norte que inovam (introduzem

melhorias ou novos processos

e produtos)

Aumentar o número de

pesquisadores de 4.743 (2016 –

CNPq) para 6.140, como

resultado de um crescimento

médio anual de 4%

| 139 |

10. GERAÇÃO DE RECEITAS PÚBLICAS

| 140 |

VISÃO 2022

O Rio Grande do Norte aumenta a receita pública com melhoria da arrecadação contribuindo

para o equilíbrio fiscal e a elevação da capacidade de investimento público do Estado com

maior da eficiência na gestão e sem alteração da carga tributária.

POR QUE GERAÇÃO DE RECEITA?

Os gastos e investimentos públicos têm um papel fundamental na prestação de serviços à

sociedade e na promoção das condições de competitividade da economia principalmente em

educação, infraestrutura e inovação, criando as bases para o desenvolvimento econômico e

social do Estado. Mais ainda em um Estado, como o Rio Grande do Norte, com enorme

necessidade de iniciativas e projetos governamentais para promoção da competitividade e

aumento da oferta de serviços públicos de qualidade.

COMO ESTAMOS?

O Rio Grande do Norte registrou, em 2017, uma receita total de R$ 10,58 bilhões (2017), o que

representa, aproximadamente, 18,5% do PIB (cálculo com PIB de 2015, último ano com dado

oficial disponível). Nos últimos anos, a receita total do Estado vem declinando continuamente,

depois um longo período de crescimento de 2005 a 2013, como mostra o gráfico 46.

Gráfico 46. Receita total do Estado do Rio Grande do Norte – R$ bilhões (a preços de 2017) 2005/2017

Fonte: Balanços Consolidados do RN. Disponível em: http://www.control.rn.gov.br. Deflator: IPCA

No mesmo ano (2017), o governo do Rio Grande do Norte teve uma despesa

(autorizada/empenhada) de R$ 11,33 bilhões, do que resultou um déficit de R$ 754,46

milhões. Ao longo dos 12 anos (2005 a 2017), o Estado acumulou déficits continuados,

7,65

8,57 9,23

10,07 10,43

11,31

11,24

11,93

12,92

12,25

11,53

10,41

10,58

6

7

8

9

10

11

12

13

14

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Bilh

ões

| 141 |

alcançado o auge em 2009 (cerca de R$ 2,77 bilhões) embora declinando no período mais

recente com a despesa acompanhando a queda da receita.

Gráfico 47. Déficit orçamentário do Rio Grande do Norte (a preços de 2017)

Fonte: Balanços Consolidados do RN. Disponível em: http://www.control.rn.gov.br. Deflator: IPCA

Fatores estruturais e conjunturais contêm o aumento da receita pública do Rio Grande do

Norte e levam ao seu declínio é contida por três fatores combinados: alta informalidade da

economia associada à sonegação (a informalidade do estado alcançou quase 50% dos

trabalhadores empregados no primeiro trimestre de 2018), renúncia fiscal decorrente dos

incentivos fiscais, e persistência de elevada dívida ativa, estimada pela Procuradoria Geral do

Estado em R$ 7,5 bilhões.42 A recuperação de parte dessa dívida ativa (boa parte da dívida é

considerada “irrecuperável”) é uma das alternativas para gerar receitas extraordinárias e

ajudar a equilibrar as contas públicas no curto prazo.

42 Fonte: http://agorarn.com.br/cidades/divida-ativa-do-rio-grande-do-norte-e-de-r-75-bilhoes-diz-relatorio-da-pge/

-5

0

5

10

15

20

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Bilh

ões

Receita Despesa empenhada/autorizada Déficit

| 142 |

UM CASO DE SUCESSO

Estado e Município de São Paulo

Tanto o estado quanto o município de São Paulo são bons exemplos de geração de receitas extraordinárias. O

Governo do Estado é controlador da Companhia Paulista de Securitização, cujo objetivo é a aquisição de direitos

creditórios de titularidade do Estado de São Paulo, originários de créditos tributários e não tributários e a

estruturação e implementação de operações envolvendo emissão de valores mobiliários. Em outras palavras, a

companhia utiliza os recebíveis do Estado para emitir títulos mobiliários, como debêntures, e comercializa esses

títulos no mercado de capitais, a fim de obter recursos para o tesouro estadual. Essa é uma forma mais prática de

gerar receita através da dívida ativa do Governo do Estado, além de representar um fluxo de caixa de curto prazo.43

Já no município de São Paulo, o exemplo de geração de receitas vem da Secretaria de Desestatização e Parcerias,

responsável pelo Plano Municipal de Desestatização. O Plano consiste em uma lista de serviços e ativos que podem

ser alvos de desestatização, ou seja, que possam através de concessão, Parceria Público Privada ou privatização, ser

geridos pela iniciativa privada, desonerando a prefeitura. Além de estudar e propor as áreas ou serviços a serem

privatizados, também foi criado o Fundo Municipal de Desenvolvimento Social, onde ficariam depositadas as

receitas oriundas das desestatizações. A existência do Fundo garante que essas receitas não serão utilizadas com

custeio, e sim com investimentos em áreas prioritárias, como saúde, educação ou habitação. A Secretaria já obteve

sucesso na criação e aprovação de alguns Projetos de Lei (PLs), como a concessão do Mercado de Santo Amaro e do

Complexo do Pacaembu, sendo uma importante fonte de receita e de desoneração da Prefeitura de São Paulo.44

AONDE QUEREMOS CHEGAR?

OBJETIVOS E METAS INDICATIVAS

1. Ampliar a receita pública estadual sem aumento da carga tributária

i. Meta indicativa para 2022: Aumentar a receita pública em 10% (a preços

constantes) passando dos atuais R$ 10,6 bilhões (2017) para cerca de R$ 11,6

bilhões (2022)

2. Recuperar parte da dívida ativa e gerar outras receitas extraordinárias

i. Meta indicativa para 2022: Gerar receita extraordinária até 2022 com a venda

de ativos

ii. Meta indicativa para 2022: Recuperar pelo menos 20% da dívida ativa estadual

ESTRATÉGIAS 2019-2022 E INICIATIVAS PRIORITÁRIAS

1. Manter esforço de melhoria contínua da capacidade de arrecadação

i. Intensificar a digitalização e a automação da arrecadação

43 Fonte: https://portal.fazenda.sp.gov.br/Institucional/Paginas/CPSEC.aspx 44 Fonte: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/desestatizacao/noticias/?p=233938

| 143 |

ii. Combater a sonegação de impostos

iii. Intensificar processo de formalização de empresas

iv. Adotar política de “tolerância zero” com devedores reincidentes sem justa

causa

2. Revisar e aprimorar o sistema de incentivos fiscais

i. Reavaliar periodicamente todas as isenções de impostos e taxas concedidas,

de forma transparente e segundo critérios objetivos de efetividade e

economicidade

ii. Realizar simulações para avaliar relação entre incentivos (renúncia) e impactos

na receita total

iii. Analisar modelos de incentivos fiscais de outros Estados (benchmarking)

iv. Definir novo sistema de isenções fiscais mais eficiente e com impacto positivo

na receita total (renúncia/arrecadação adicional)

v. Negociar novo modelo com os beneficiários respeitando os contratos firmados

e os direitos adquiridos

3. Securitizar os recebíveis da dívida ativa

i. Analisar o perfil da dívida ativa e as características de sua recuperação

ii. Fazer benchmarking das melhores práticas no Brasil (níveis estadual e

municipal)

iii. Efetuar a modelagem jurídica e econômico-financeira das operações de

securitização

iv. Aprovar as medidas legislativas necessárias inclusive para assegurar segurança

jurídica às operações

4. Vender ativos imobiliários

i. Atualizar inventário geral dos bens imóveis do Estado e definir estratégia

específica de desmobilização e destinação dos ativos imobiliários

ii. Efetuar a modelagem jurídica e econômico-financeira das operações de venda

ou realocação dos ativos imobiliários

iii. Aprovar as medidas legislativas necessárias inclusive para assegurar segurança

jurídica às operações

| 144 |

iv. Assegurar gestão especializada e profissional da operação de venda ou

realocação dos ativos imobiliários

IV. Privatizar estatais e realizar concessões de serviços públicos ao setor privado

i. Fazer benchmarking das melhores práticas e casos de sucesso no Brasil (níveis

federal, estadual e municipal)

ii. Realizar avaliação das empresas e/ou serviços do Estado passíveis de

privatização ou concessão

iii. Definir estratégia de privatização ou concessão com ampla discussão pública

do tema e em parceria com o BNDES

iv. Aprovar as medidas legislativas necessárias inclusive para assegurar segurança

jurídica às operações

v. Assegurar gestão especializada e profissional das operações de privatização e

concessão

| 145 |

F INANÇAS DO RN EM NÚMEROS

Indicador Fonte Período mais

recente Dado mais

recente

PIB, em reais de 2015 IBGE 2015 57.249.755.820

Receita arrecadada, em reais SIAF/RN 2017 10.576.495.626

Despesa empenhada, em reais SIAF/RN 2017 11.330.957.553

Despesa bruta com pessoal, em reais (todos os Poderes)

SIAF/RN 2017 8.395.368.055

Despesa bruta apenas com pessoal ativo, em reais (todos os Poderes)

SIAF/RN 2017 4.820.856.212

Despesa bruta com pessoal inativo e pensionistas, em reais (todos os Poderes)

SIAF/RN 2017 2.826.490.633

Receita Corrente Líquida (RCL), em reais SIAF/RN 2017 8.561.334.812

Orçamento do Legislativo, em reais per capita

Lei Orçamentária Anual

2018 121,76

Orçamento do Judiciário, em reais per capita

Lei Orçamentária Anual

2018 247,94

Déficit orçamentário do Balanço Geral Consolidado

SIAF/RN 2017 754.461.927

| 146 |

GERAÇÃO DE RECEITAS PÚBLICAS

Ampliar a receita

pública estadual sem

aumento da carga

tributária

Recuperar parte da

dívida ativa e gerar

outras receitas

extraordinárias

Aumentar a receita

pública em 10% (a

preços constantes)

passando de R$

10,6 bilhões (2017)

para cerca de R$

11,6 bilhões (2022)

Ob

jeti

vos

Me

tas

Ind

ica

tiva

s 2

022

Est

raté

gia

s 2

019

-202

2 e

inic

iati

vas

prio

ritá

ria

s

Intensificar a digitalização e a automação da arrecadação

Combater a sonegação de impostos

Intensificar processo de formalização de empresas

Dar tratamento diferenciado aos bons pagadores

Adotar política de “tolerância zero” com devedores reincidentes sem justa causa

Manter esforço de melhoria contínua da capacidade de

arrecadação

Analisar o perfil da dívida ativa e as características de sua recuperação

Fazer benchmarking das melhores práticas no Brasil (níveis estadual e municipal)

Efetuar a modelagem jurídica e econômico-financeira das operações de securitização

Aprovar as medidas legislativas necessárias inclusive para assegurar segurança jurídica às operações

Securitizar os recebíveis da dívida ativa

Gerar receita

extraordinária até

2022 com a venda

de ativos

Atualizar inventário geral dos bens imóveis do Estado e definir estratégia específica de desmobilização e destinação dos ativos imobiliários

Efetuar a modelagem jurídica e econômico-financeira

das operações de venda ou realocação dos ativos imobiliários

Aprovar as medidas legislativas necessárias inclusive para assegurar segurança jurídica às operações

Assegurar gestão especializada e profissional da

operação de venda ou realocação dos ativos imobiliários

Vender ativos imobiliários

Recuperar pelo

menos 20% da atual

dívida ativa

estadual

Reavaliar periodicamente todas as isenções de impostos e taxas concedidas, de forma transparente e segundo critérios objetivos de efetividade e economicidade

Realizar simulações para avaliar relação entre incentivos (renúncia) e impactos na receita total

Analisar modelos de incentivos fiscais de outros Estados (benchmarking)

Definir novo sistema de isenções fiscais mais eficiente e

com impacto positivo na receita total (renúncia/arrecadação adicional)

Negociar novo modelo com os beneficiários respeitando os contratos firmados e os direitos adquiridos

Fazer benchmarking das melhores práticas e casos de sucesso no Brasil (níveis federal, estadual e municipal)

Realizar avaliação das empresas e/ou serviços do Estado passíveis de privatização ou concessão

Definir estratégia de privatização ou concessão com ampla discussão pública do tema e em parceria com o BNDES

Aprovar as medidas legislativas necessárias inclusive para assegurar segurança jurídica às operações

Assegurar gestão especializada e profissional das operações de privatização e concessão

Privatizar estatais e realizar concessões de serviços

públicos ao setor privado

Revisar e aprimorar o sistema de incentivos fiscais

| 147 |

11. REDUÇÃO DE DESPESAS PÚBLICAS

| 148 |

VISÃO 2022

Até 2022, os gastos públicos do Estado alcançarão níveis compatíveis com a receita, levando a

um declínio continuado e consistente do déficit público, como resultado do efeito combinado

de racionalização das despesas, redução de gastos desproporcionais nas atividades-meio, e

corte dos desperdícios, contribuindo para ampliação da capacidade de investimento público

no Rio Grande do Norte.

POR QUE REDUÇÃO DE DESPESAS?

O gasto público é um fator determinante do desenvolvimento pelo que representa de

promoção da competitividade econômica (infraestrutura, educação e inovação) e oferta de

serviços públicos de qualidade à população. No entanto, no Brasil e vários dos Estados,

incluindo o Rio Grande do Norte, os gastos públicos vêm crescendo de forma exagerada e

desordenada, atendendo a interesses corporativos, além do desperdício de recursos públicos,

o que vem comprometendo gravemente a capacidade de investimento dos governos nas áreas

que, efetivamente, contribuem para o desenvolvimento. Por isso, é fundamental um esforço

de redução de gastos em áreas e atividades que criam rigidez e que dificultam o cumprimento

da responsabilidade central dos governos na sociedade.

COMO ESTAMOS?

O Rio Grande do Norte vive uma grave crise fiscal com elevado déficit (mais de R$ 110 milhões

por mês) e descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal com gastos com pessoal

alcançando 71,6% da Receita Corrente Líquida para todos os Poderes e 62,3%, considerando

somente o Poder Executivo, segundo o Balanço Consolidado 2017. Além dos desperdícios e

perdas por conta de ralos, grandes e pequenos, por onde fluem os recursos públicos, o

principal responsável pelo déficit fiscal é o crescente gasto com os servidores públicos assim

como o déficit do sistema de Previdência. De 2003 a 2017, as despesas com pessoal (ativos e

inativos) saltaram de R$ 3,31 bilhões para R$ 8,40 bilhões (a preços de 2017), crescimento

médio real de 6,68% ao ano. No mesmo período, os gastos com inativos e pensionistas

cresceram de R$ 324 milhões (2005) para R$ 2,83 bilhões, um crescimento médio anual de

16,7%.

| 149 |

Gráfico 48. Evolução das despesas com Pessoal (Ativos e Inativos+pensionistas) – R$ milhões (a preços de

2017) – 2003/2017

Fonte: Balanços Consolidados Anuais. http://www.control.rn.gov.br

Depois de um leve declínio das despesas em 2015, iniciou-se um processo de crescimento

acelerado principalmente com Previdência social: em dois anos (2015/2017), as despesas

totais de pessoal ativo e inativos (e pensionista) cresceram 8,95% ao ano, sendo 6,11% de

pessoal ativo e 15,28% ao ano de benefícios da Previdência (ver gráfico 48).

Em termos absolutos, nos últimos anos, vem declinando o número de servidores ativos (do

Executivo) movimento acompanhado do aumento significativo de inativos e pensionistas,

como mostra a tabela. Apenas no período recente (janeiro de 2015 a novembro de 2017), o

número de servidores declinou da ativa cerca de 18,04%, precisamente o segmento que

contribui para a Previdência social do Estado, enquanto o número de inativos e pensionistas

subiu mais de 33%. O resultado é drástica diminuição da relação ativos/inativos que

compromete a solvência do sistema previdenciário: em janeiro de 2015 o setor público do Rio

Grande do Norte ainda tinha uma relação era de 1,71 ativos para cada inativo (já muito baixa),

relação que caiu para quase 1 a 1 em novembro de 2017.

Tabela 5. Variação de servidores ativos e inativos no Estado do Rio Grande do Norte

Jan/15 Nov/17

Variação absoluta

Variação percentual

Total de servidores que contribuem

Percent.

Servidores ativos 65.490 53.677 -11.813 -18,04% 49.006 91,30%

Inativos e pensionistas 38.285 51.072 12.787 33,40% 8.753 17,14%

Relação 1,71 1,05 - 104.858 74.855 55,14%

Fonte: Governo do Estado do RN – SEPLAN – janeiro, 2018

Em apenas três anos, o déficit da Previdência no Rio Grande do Norte mais que dobrou em

termos reais, passando de R$ 63,4 milhões por mês, em janeiro de 2014, para R$ 132,34, em

janeiro de 2017, como mostra o gráfico 49.

324

2.826 2.992

5.569

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Milh

ões

Despesa bruta com pessoal inativo ou pensionista Despesa bruta com pessoal ativo

| 150 |

Gráfico 49. Evolução do déficit da Previdência do Rio Grande do Norte (em R$ milhões de jan/17)

Fonte: Governo do Estado do RN – SEPLAN – janeiro, 2018. Valores deflacionados pelo IPCA.

Entretanto, enquanto o Executivo afunda na crise com elevado déficit fiscal, os outros poderes

– Legislativo e Judiciário – apresentam superávits, evidenciando uma desigual distribuição dos

recursos públicos estaduais. Para se ter uma ideia do desequilíbrio, no período de 2010 a 2018,

em valores correntes, o orçamento geral do Estado cresceu cerca de 53% enquanto o

orçamento dos poderes e órgãos do Judiciário e Legislativo subiu algo próximo de 110%.

Os dois poderes do Rio Grande do Norte, Judiciário e Legislativo, estão entre os mais caros do

Brasil e do Nordeste quanto se estima sua despesa per capita. Em 2016, o Legislativo do Rio

Grande do Norte teve uma despesa per capita empenhada de, aproximadamente, R$ 104,09,

bem acima das médias do Nordeste (R$ 76,38) e do Brasil (R$ 76,00); e o Judiciário gastou

(despesa empenhada) cerca de R$ 223,40 per capita, muito superior às médias do Nordeste

(R$ 146,70) e do Brasil (R$ 187,60), como mostram os gráficos 50 e 51.

63,4 75,4

122,1 132,3

jan/14 jan/15 jan/16 jan/17

| 151 |

Gráfico 50. Despesa Empenhada per Capita Poder Legislativo - Estados Brasileiros – 2016

Fonte: Macroplan com base nos dados do SICONFI / Tesouro Nacional. Obs: Em valores de 2016 – IPCA

Gráfico 51. Despesa Empenhada per Capita por Função – Judiciário - Estados Brasileiros - 2016

Fonte: Macroplan com base nos dados do SICONFI / Tesouro Nacional. Obs: Em valores de 2016 – IPCA

O efeito mais imediato e dramático desta crise fiscal tem sido atrasos frequentes no

pagamento de salários e de fornecedores com resultados negativos na economia potiguar e na

vida das famílias. A crise pode se agravar no futuro por conta da tendência inercial de

crescimento dos gastos com a Previdência social com a pressão de inativos que acompanham o

movimento geral de envelhecimento da população.

0,00

100,00

200,00

300,00

400,00

500,00

600,00

RR AP DF AC MT TO RO MS PI SE AM RN PB RJ PA SC PE AL RS MA ES GO CE PR MG BA SP

Média BR – R$76,00

Média Nordeste – R$76,38

104,09

0,0

50,0

100,0

150,0

200,0

250,0

300,0

350,0

400,0

450,0

RR RO AP TO MT AC MS RJ ES RN SC SE SP PR RS GO MG PB AM AL PI PE BA MA CE PA

Média BR – R$ 187,60

Média Nordeste – R$146,70

223,4

| 152 |

UM CASO DE SUCESSO

Peru

O estado do Espírito Santo vem conseguindo, desde 2015, reduzir consistentemente suas despesas e,

consequentemente, sua dívida consolidada. Mesmo em um contexto de recessão econômica, o estado foi capaz de

reverter um déficit de 1,4 bilhões de reais em 2014 e conseguiu superávits em 2015 e 2016 (embora os saldos

positivos tenham sido tímidos, 199 e 25 milhões, respectivamente, é um avanço significativo dado o cenário

econômico e a situação fiscal anterior). Tal resultado foi alcançado principalmente via corte de despesas, uma vez

que as receitas arrecadadas no período foram abaixo do previsto. Uma das principais medidas foi a não concessão

de reajuste linear anual para os servidores públicos em 2015 e 2016, o que ajudou a equacionar melhor os gastos

com pessoal e previdenciários.

Para realizar e acompanhar o ajuste fiscal, o Governo do Estado criou o Programa de Reestruturação e de Ajuste

Fiscal do Estado do Espírito Santo, onde estabelece objetivos e metas para alcançar o equilíbrio fiscal, além de

realizar breve diagnóstico da situação atual das finanças estaduais. O programa contempla o total de 6 metas,

englobando variáveis de receita, despesa e resultado primário. Os objetivos envolvem: controle da relação Dívida

Consolidada/Receita Corrente Líquida, realização de resultados primários previstos, adequação da despesa com

pessoal ao limite da Lei de Responsabilidade Fiscal, aumentar receitas de arrecadação própria, melhorar a gestão

pública e a transparência dos dados fiscais e obter maior disponibilidade de caixa.

O comprometimento do poder público com o ajuste fiscal capixaba fez com que o estado, na contramão da maior

parte das unidades federativas, obtivesse um bom resultado fiscal nos últimos anos. Tal resultado possibilita que as

obrigações do Estado sejam cumpridas nos prazos corretos e consegue manter a responsabilidade fiscal apesar de

resultados fracos do PIB estadual (e consequentemente das receitas).

AONDE QUEREMOS CHEGAR?

OBJETIVOS E METAS INDICATIVAS

1. Reduzir e conter a despesa corrente global do Estado em patamar que assegure o

equilíbrio fiscal

i. Meta indicativa para 2022: Alcançar o equilíbrio entre a receita e a despesa

corrente considerando todos os Poderes do Estado

ii. Meta indicativa para 2022: Reduzir a participação dos demais Poderes no

orçamento estadual à média da região (excluído o RN no cálculo desta média)

2. Enquadrar as finanças do Estado na Lei de Responsabilidade Fiscal

i. Meta indicativa para 2022: Reduzir a relação “Gastos com pessoal/RCL” do

Poder Executivo dos atuais 62% para 48%, pouco abaixo do limite máximo

(49%), e de todos os Poderes dos atuais 71% para 59%, pouco abaixo do limite

máximo (60%)

| 153 |

ESTRATÉGIAS 2019-2022 E INICIATIVAS PRIORITÁRIAS

I. Reduzir o tamanho da estrutura administrativa estadual para que ela caiba nas reais

possibilidades do Governo do Estado

i. Vender participações e vender ou conceder empresas ou serviços estatais para

terceiros (CAERN, POTIGÁS, CEASA, etc.), preservado o interesse público

ii. Avaliar a essencialidade e a economicidade de todos os órgãos, empresas e

autarquias vinculadas ao Governo do Estado no atual contexto de crise

econômica e escassez de recursos públicos

iii. Planejar a racionalização e compactação da estrutura administrativa e redução

dos cargos comissionados

iv. Extinguir todos os órgãos públicos que perderam a função ou que

representem um “luxo” face à atual situação de insolvência e déficit estrutural

do Estado

II. Avaliar e racionalizar todas as obras do Estado

i. Auditar todos os contratos de obras com o Estado do RN

ii. Suspender ou cancelar obras com evidências de irregularidades e/ou que

sejam supérfluas em face ao contexto atual do Estado

iii. Só dar continuidade às obras consideradas essenciais e que tenham recursos

asseguradas

iv. Reconhecer os débitos legítimos do Estado em atraso com as empresas

executoras de obras e negociar um plano de quitação desses débitos

III. Reduzir o custeio e as despesas com pessoal

i. Negociar com os servidores públicos o congelamento de salários e vantagens

em troca do pagamento em dia, enquanto não for alcançado o equilíbrio fiscal

do Estado

ii. Atuar decisivamente para a inclusão da Previdência Estadual na Reforma da

Previdência pública nacional

iii. Revisar todos os programas, projetos, atividades e gastos públicos e montar

um PPA e orçamento muito mais “enxuto”. Eliminar sumariamente todos os

programas, projetos e atividades de baixo retorno

iv. Auditar as aposentadorias e pensões

| 154 |

v. Auditar e renegociar todos os contratos de prestação de serviços de terceiros,

assegurando a quitação de débitos

vi. Minimizar a frota de veículos do Estado ou terceirizados e o uso de imóveis

alugados pelo Estado

vii. Manter controle rigoroso de diárias e despesas de viagens

IV. Reduzir progressivamente a participação dos poderes Legislativo, Judiciário e do

Ministério Público na receita estadual no contexto de um esforço multi-institucional

e cooperativo de busca do equilíbrio fiscal

i. Negociar e estabelecer metas de redução da participação dos demais Poderes

no orçamento estadual

ii. Incluir os saldos dos poderes na formação do orçamento do ano seguinte

iii. Monitorar e gerir a realização dessas metas de forma participativa e

transparente

| 155 |

F INANÇAS DO RN EM NÚMEROS

Indicador Fonte Período mais

recente Dado mais

recente

Receita arrecadada, em reais SIAF/RN 2017 10.576.495.626

Despesa empenhada, em reais SIAF/RN 2017 11.330.957.553

Despesa bruta com pessoal, em reais (todos os Poderes)

SIAF/RN 2017 8.395.368.055

Despesa bruta apenas com pessoal ativo, em reais (todos os Poderes)

SIAF/RN 2017 4.820.856.212

Despesa bruta com pessoal inativo e pensionistas, em reais (todos os Poderes)

SIAF/RN 2017 2.826.490.633

Receita Corrente Líquida (RCL), em reais SIAF/RN 2017 8.561.334.812

Nota de Capacidade de Pagamento (CAPAG)

STN 07/2018 C

Custo per capita da Assembleia Legislativa Conselho Regional de Contabilidade de SC

2017 87,68

Orçamento do Legislativo, em reais per capita

Lei Orçamentária Anual

2018 121,76

Orçamento do Judiciário, em reais per capita

Lei Orçamentária Anual

2018 247,94

Déficit orçamentário do Balanço Geral Consolidado

SIAF/RN 2017 754.461.927

| 156 |

REDUÇÃO DE DESPESAS PÚBLICAS

Reduzir e conter a

despesa corrente

global do Estado em

patamar que assegure

o equilíbrio fiscal

Enquadrar as finanças do

Estado na Lei de

Responsabilidade Fiscal

Alcançar o

equilíbrio entre a

receita e a despesa

corrente

considerando todos

os Poderes do

Estado

Reduzir a

participação dos

demais Poderes no

orçamento estadual

à média da região

(excluído o RN no

cálculo desta

média)

Ob

jeti

vos

Me

tas

Ind

ica

tiva

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022

Est

raté

gia

s 2

019

-202

2 e

inic

iati

vas

prio

ritá

ria

s

Vender participações e vender ou conceder empresas

ou serviços estatais para terceiros (CAERN, POTIGÁS,

CEASA, etc), preservado o interesse público

Avaliar a essencialidade e a economicidade de todos os

órgãos, empresas e autarquias vinculadas ao Governo

do Estado no atual contexto de crise econômica e

escassez de recursos públicos

Planejar a racionalização e compactação da estrutura

administrativa e redução dos cargos comissionados

Extinguir todos os órgãos públicos que perderam a

função ou que representem um “luxo” face à atual

situação de insolvência e déficit estrutural do Estado

Reduzir o tamanho da estrutura administrativa

estadual para que ela caiba nas reais possibilidades

do Governo do EstadoNegociar com os servidores públicos o congelamento de

salários e vantagens em troca do pagamento em dia,

enquanto não for alcançado o equilíbrio fiscal do

Estado

Atuar decisivamente para a inclusão da Previdência

Estadual na Reforma da Previdência pública nacional

Revisar todos os programas, projetos, atividades e

gastos públicos e montar um PPA e orçamento muito

mais “enxuto”. Eliminar sumariamente todos os

programas, projetos e atividades de baixo retorno

Auditar as aposentadorias e pensões

Auditar e renegociar todos os contratos de prestação

de serviços de terceiros, assegurando a quitação de

débitos

Minimizar a frota de veículos próprios do Estado ou

terceirizados e o uso de imóveis alugados pelo Estado

Manter controle rigoroso de diárias e despesas de

viagens

Reduzir o custeio e as despesas com pessoal

Auditar todos os contratos de obras com o Estado do

RN

Suspender ou cancelar obras com evidências de

irregularidades e/ou que sejam supérfluas em face ao

contexto atual do Estado

Só dar continuidade às obras consideradas essenciais e

que tenham recursos asseguradas

Reconhecer os débitos legítimos do Estado em atraso

com as empresas executoras de obras e negociar um

plano de quitação desses débitos

Reduzir a relação

“Gastos com

pessoal/RCL” do

Poder Executivo de

62% para 48% e de

todos os Poderes de

71% para 59%

Negociar e estabelecer metas de redução da

participação dos demais Poderes no orçamento

estadual

Monitorar e gerir a realização dessas metas de forma

participativa e transparente

Reduzir progressivamente a participação dos poderes

Legislativo, Judiciário e do Ministério Público na receita

estadual no contexto de um esforço multi-institucional e

cooperativo de busca do equilíbrio fiscal

Avaliar e racionalizar todas as obras do Estado

| 157 |

12. MELHORIA DA GESTÃO PÚBLICA ESTADUAL

| 158 |

VISÃO 2022

Para fazer face ao cenário de forte escassez de recursos o Estado avança na modernização da

gestão pública, com foco na produtividade do gasto público e na qualidade dos serviços

prestados. Com isso, aumenta a credibilidade do Governo (poder Executivo) do Estado junto à

população, aos demais Poderes estaduais, aos investidores e empresários, e aos níveis federal

e municipal.

POR QUE GESTÃO PÚBLICA?

Uma gestão pública de qualidade é condição necessária para o bom desempenho de um

estado em diversas áreas de resultado. Seja na saúde, educação, segurança pública, ambiente

de negócios ou infraestrutura, buscar a eficiência e a produtividade dos gastos públicos é

sempre o melhor caminho para se alcançar resultados expressivos e sustentáveis.

Sendo assim, é de extrema importância que os entes públicos sejam estruturados de forma a

oferecer incentivos corretos para a obtenção desses resultados. Isso envolve desde

transparência dos órgãos públicos até a gestão orientada para resultados e focada nas

necessidades da população.

Este tema será dividido em 3 áreas distintas, mas interligadas: Equilíbrio Fiscal, Produtividade

do Gasto e Qualidade dos Serviços. Ao melhorar nessas áreas, o Rio Grande do Norte estará no

caminho para ser mais competitivo e entregar melhores resultados para seus habitantes.

COMO ESTAMOS?

Gráfico 52. Posição no ranking geral do DGE – RN e os outros estados do Nordeste

Fonte: Macroplan.

12

14

17

13

23

12

20

15

2005 2014 2015

RN CE PE PB

| 159 |

Gráfico 53. Nota de Capacidade de Pagamento (CAPAG)45 calculada pelo STN – RN e os outros estados

do Nordeste

Fonte: STN. Elaboração Macroplan

Embora a gestão pública seja um conceito mais complexo de ser medido, existem alguns

indicadores que podem ser usados como boas aproximações. O Índice dos Desafios da Gestão

Estadual (IDGE), elaborado pela Macroplan, é um deles, avaliando a qualidade dos serviços

públicos prestados pelos governos estaduais. Neste indicador, o Rio Grande do Norte está com

sua posição estagnada, porém com tendência de baixa, diferente de Pernambuco e Paraíba,

por exemplo, que mostraram evolução significativa entre 2005 e 2015.

Outro indicador, mais ligado à gestão fiscal, é a CAPAG, divulgada pelo Tesouro Nacional. Ele

mede diversos fatores que afetam a saúde fiscal dos estados e a capacidade dos mesmos de

receber e pagar eventuais empréstimos junto ao Tesouro. O Rio Grande do Norte obteve mais

recentemente a nota C, juntamente com outros estados do Nordeste, como Paraíba, Bahia,

Piauí e Sergipe. Os demais estados da região receberam nota B, mostrando que o RN pode

avançar na sua gestão fiscal.

Gestão fiscal e equil íbrio das contas públicas

Após a crise de 2008, diversos estados brasileiros presenciaram uma acelerada deterioração

de suas contas. O Rio Grande do Norte foi um deles, sendo o que apresentou pior resultado

recente. Enquanto o estado acumulou superávit de R$ 4 bilhões entre 2011 e 2014, o

panorama se reverteu para um déficit de mais de R$ 2,8 bilhões entre 2015 e 2017.46 Com um

déficit desta magnitude, é praticamente impossível para o estado manter uma política de

investimentos e até contar com seus pagamentos em dia.

Como mostra a nota de Capacidade de Pagamento (CAPAG) do Tesouro Nacional, a situação

fiscal do Rio Grande do Norte é precária, com o estado tendo dificuldade em cumprir suas

45 Para mais informações sobre a metodologia de cálculo da CAPAG, ver http://sisweb.tesouro.gov.br/apex/f?p=2591:3:0::NO:2 46 Fonte: https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,em-tres-anos-conta-dos-estados-sai-do-azul-para-um-rombo-de-r-60-bi,70002152198

C

B B

C

RN CE PE PB

| 160 |

obrigações e obter novos financiamentos. As recentes crises, principalmente na área de

segurança pública, apenas reforçam a necessidade do governo atuar ativamente e com

agilidade para o equilíbrio das contas públicas e consequente retorno do funcionamento

normal do Estado. O equilíbrio passa também por outros poderes, não apenas o poder

Executivo, visto que a Assembleia Legislativa do estado é a 10ª mais cara do Brasil, em termos

per capita, com custo de 87,68 reais anuais por habitante.47

Além do equilíbrio das contas públicas e da redução dos gastos, também é necessário

melhorar a transparência do governo estadual, ferramenta importante inclusive para que a

sociedade civil auxilie a gestão pública com estes desafios. No ranking de transparência do

MPF de 2016, o Rio Grande do Norte obteve nota 9,2, se posicionando em 9º lugar entre os

estados brasileiros, mas ficando atrás de Ceará (que obteve nota 10) e Alagoas, o que mostra

que é possível melhorar a transparência de suas informações para o público.

UM CASO DE SUCESSO

Programa Juntos

Entre as iniciativas já realizadas para qualificar a gestão pública da área fiscal, uma que se destaca é o Programa

Juntos. O programa foi criado para estimular parcerias que melhorem a gestão pública, inclusive disseminando boas

práticas em áreas como educação, saúde e equilíbrio fiscal. Atuando principalmente com municípios, já atinge mais

de 24 milhões de pessoas, atendendo cidades como São Paulo (SP), Campinas (SP) e Curitiba (PR). O Juntos apoia

iniciativas inicialmente direcionadas para o equilíbrio fiscal, já que o ajuste das contas públicas resulta na

reorganização da administração municipal.48

Além do equilíbrio fiscal, o programa também envolve treinamentos com gestores públicos e servidores (em temas

como métodos de gestão e acompanhamento de indicadores e resultados), busca de oportunidades de melhorias

em processos internos e disseminação de boas práticas já mapeadas. Com a gestão mais eficiente e orientada para

resultados, o objetivo final é proporcionar ao governo a capacidade de oferecer serviços de melhor qualidade para

o público sem pressionar o aumento dos gastos.

Produtividade do gasto e qualidade dos serviços públicos

A boa qualidade dos serviços públicos é a principal demanda da sociedade para qualquer

esfera de governo. No caso do Governo do Estado, essa cobrança é ainda mais intensificada

pela maior disponibilidade de recursos e de responsabilidades. Com a dificuldade de equilibrar

as contas públicas, o “fazer mais com menos” se torna cada vez mais necessário para conseguir

oferecer esses serviços. Por isso, aumentar a produtividade do gasto público é essencial para

resgatar a capacidade do Estado suprir as demandas da população.

Existe uma forte percepção de que o Rio Grande do Norte não possui uma boa produtividade

do gasto público, oferecendo pouco pela quantidade de recursos disponível para a

47 Fonte: Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina. Disponível em: http://www.crcsc.org.br/contabilizandocidadao 48 Para mais informações sobre o Programa Juntos, ver https://wiki.redejuntos.org.br/

| 161 |

administração estadual. Para exemplificar essa questão, o gráfico 54 apresenta a evolução

recente do gasto por aluno e das notas do IDEB do Ensino Médio (responsabilidade estadual)

do Rio Grande do Norte e de Pernambuco. Fica evidente que, enquanto ambos os estados

aumentaram seu gasto por aluno, apenas Pernambuco obteve resultados melhores na

avaliação, aumentando sua nota de 3,0 para 3,9. O Rio Grande do Norte, por sua vez, ficou

com a nota estagnada em 2,8, embora tenha quase dobrado o gasto por aluno.

Gráfico 54. Nota no IDEB Ensino Médio e gasto por aluno do RN e de PE – 2009 e 2015

Fonte: INEP e SIOPE. Elaboração Macroplan. Obs: Gastos em valores de 2015 deflacionados pelo IPCA.

O objetivo de melhorar a produtividade do gasto público pode ser atingido de duas maneiras

diferentes: redução dos gastos sem queda correspondente dos resultados ou melhorar os

resultados sem gerar pressão nos gastos. Nesse sentido, os extremos não são desejáveis, uma

vez que não é interessante reduzir gastos e oferecer um atendimento precário, ao mesmo

tempo que não há espaço fiscal para investir de forma agressiva em uma melhora na qualidade

dos serviços. Assim como na área fiscal, é preciso encontrar o equilíbrio entre gastos razoáveis

e serviços que atendam as demandas sociais.

2

2,2

2,4

2,6

2,8

3

3,2

3,4

3,6

3,8

4

R$1.000,00 R$2.000,00 R$3.000,00 R$4.000,00 R$5.000,00 R$6.000,00

IDEB

En

sin

o M

éd

io -

Re

de

Est

ad

ua

l

Gasto por aluno do Ensino Médio

(R$ de 2015)

PE RN

2009; PE

2015; PE

2009; RN 2015; RN(R$1.430,85 /3)

(R$3.173,57 / 3,9)

(R$2.562,14 / 2,8) (R$4.867,57 /2,8)

| 162 |

UM CASO DE SUCESSO

Escola de Gestão Pública no Estado do Ceará

Um bom projeto de modernização da gestão pública foi implantado no Ceará em 2009 e está em atuação até hoje:

a Escola de Gestão Pública do Estado do Ceará. A implantação do projeto foi feita inteiramente pela Secretaria de

Planejamento do Estado do Ceará e as atividades são concentradas em duas linhas de atuação: desenvolvimento e

atualização de competências de servidores e empregados públicos do poder Executivo estadual e municipal (cursos

de aperfeiçoamento e escolarização) e melhorias de bem-estar no trabalho.

Outra iniciativa um pouco mais simples, mas que obteve bons resultados tanto na área de custos quanto no

atendimento à população foi o Poupatempo em São Paulo. O objetivo do programa é reunir, em um único local,

diversos serviços públicos, principalmente os que envolvem emissão de documentos ou trâmites burocráticos, a fim

de reduzir os custos da burocracia e gerar um contato mais direto dos cidadãos com os órgãos públicos. O projeto

apresenta alto nível de satisfação por parte da população e realizou mais de 40 milhões de atendimentos no ano de

2015.

AONDE QUEREMOS CHEGAR?

OBJETIVOS e METAS INDICATIVAS

1. Alcançar e manter o equilíbrio fiscal do Estado

i. Meta indicativa para 2022: Déficit público zero em 2020 (todos os poderes

consolidados) e manutenção do equilíbrio até 2022

2. Melhorar a qualidade e produtividade do gasto público estadual

i. Meta indicativa para 2022: Aumentar, no mínimo em 20%, a relação

resultado/custo dos serviços de educação, saúde e segurança pública do

Estado, segundo indicadores monitorados por instituições independentes

ESTRATÉGIAS 2019-2022 E INICIATIVAS PRIORITÁRIAS

1. Formular e implementar estratégia de ajuste e equilíbrio fiscal sustentável

i. Efetuar benchmarking das melhores estratégias de equilíbrio fiscal postas em

prática por estados e municípios no Brasil em período recente

ii. Avaliar todas as medidas de ajuste fiscal e financeiro encaminhadas à

Assembleia Legislativa nos últimos dois anos e que ainda não foram aprovadas

iii. Propor, negociar, obter apoios estratégicos (demais poderes, empresários,

servidores e opinião pública) e viabilizar a aprovação legislativa de um

“pacote” de ajuste e equilíbrio fiscal, incluindo ajustes na Previdência Estadual

iv. Captar assistência técnica da STN, do COMFAZ e de outros estados para a

formulação e implementação da estratégia de ajuste

| 163 |

v. Instituir o Conselho Estadual de Responsabilidade Fiscal, com mandato de 5

anos, e composto por representantes de todos os poderes, dos contribuintes e

servidores e da sociedade civil, para monitorar e fazer a gestão estratégica do

desempenho fiscal do estado

2. Instituir e pôr em execução Programa Estadual de Melhoria da Qualidade e

Produtividade do Gasto Público

i. Efetuar benchmarking das melhores práticas e modelos de gestão em outros

estados

ii. Estabelecer metas e programas focalizados na melhoria da produtividade dos

principais serviços e órgãos públicos estaduais.

iii. Revisar todos os programas, projetos, atividades e gastos públicos e montar

um PPA e orçamento muito mais “enxuto”.

iv. Eliminar sumariamente todos os programas, projetos e atividades de baixo

retorno

v. Captar assistência técnica nacional e internacional para a formulação e

implementação dos programas de melhoria

3. Melhorar a qualidade da prestação dos serviços públicos estaduais

i. Ampliar a oferta de serviços públicos básicos pela internet, com mais

proximidade dos cidadãos

ii. Implementar política de foco em resultado nos órgãos públicos, com

incentivos à produtividade e meritocracia

iii. Formular parcerias com o setor privado para novos modelos de gestão (PPP,

OS, etc.)

iv. Melhorar o acesso remoto a dados do Estado e a informações relevantes para

o cidadão

4. Tolerância zero com corrupção e privilégios

i. Fortalecer sistemas de prevenção e combate à corrupção e fraudes -

transparência, rastreabilidade dos atos administrativos, códigos de conduta,

avaliação por instituições independentes, etc.

ii. Estimular a atuação de entidades independentes na avaliação da qualidade do

gasto público e da prática de privilégios (“Public Expenditure Review”).

iii. Assegurar a transparência da atuação do Estado e de seus agentes.

iv. Estimular a agilização de processos de investigação e punição de casos de

corrupção nas esferas privada, pública ou no terceiro setor.

| 164 |

GESTÃO PÚBL ICA DO RN EM

NÚMEROS

Indicador Fonte Período mais

recente Dado mais

recente

Nota no ranking de competitividade do CLP CLP 2016 44,5

Posição no ranking de competitividade do CLP

CLP 2016 18ª

Posição no ranking do IDGE Macroplan 2017 14ª

Nota de Capacidade de Pagamento (CAPAG) STN 07/2018 C

Custo per capita da Assembleia Legislativa Conselho Regional de Contabilidade de SC

2017 87,68

Déficit orçamentário do Balanço Geral Consolidado

SIAF/RN 2017 754.461.927

Nota no Ranking Nacional de Transparência MPF 2016 9,2

Taxa de congestionamento da justiça estadual (1º grau)

CNJ 2016 81,7

| 165 |

MELHORIA DA GESTÃO PÚBLICA ESTADUAL

Alcançar e manter o

equilíbrio fiscal do

Estado

Melhorar a qualidade e

produtividade do gasto

público estadual

Déficit público zero

em 2020 (todos os

poderes

consolidados) e

manutenção do

equilíbrio até 2022

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Efetuar benchmarking das melhores estratégias de equilíbrio fiscal postas em prática por estados e municípios no Brasil em período recente

Avaliar todas as medidas de ajuste fiscal e financeiro

encaminhadas à Assembleia Legislativa nos últimos dois anos e que ainda não foram aprovadas

Propor, negociar, obter apoios estratégicos (demais poderes, empresários, servidores e opinião pública) e viabilizar a aprovação legislativa de um “pacote” de ajuste e equilíbrio fiscal,

incluindo ajustes na Previdência Estadual

Captar assistência técnica da STN, do COMFAZ e de outros estados para a formulação e implementação da estratégia de ajuste

Instituir o Conselho Estadual de Responsabilidade Fiscal, com

mandato de 5 anos, e composto por representantes de todos os poderes, dos contribuintes e servidores e da sociedade civil, para monitorar e fazer a gestão estratégica do desempenho fiscal do estado

Efetuar benchmarking das melhores práticas e modelos de gestão em outros estados

Estabelecer metas e programas focalizados na melhoria da produtividade dos principais serviços e órgãos públicos estaduais.

Revisar todos os programas, projetos, atividades e gastos públicos e montar um PPA e orçamento muito mais “enxuto”.

Eliminar sumariamente todos os programas, projetos e atividades de baixo retorno

Captar assistência técnica nacional e internacional para a

formulação e implementação dos programas de melhoria

Aumentar, no mínimo em

20%, a relação

resultado/custo dos

serviços de educação,

saúde e segurança pública

do Estado, segundo

indicadores monitorados

por instituições

independentes

Ampliar a oferta de serviços públicos básicos pela internet, com mais proximidade dos cidadãos

Implementar política de foco em resultado nos órgãos públicos, com incentivos à produtividade e

meritocracia

Formular parcerias com o setor privado para novos modelos de gestão (PPP, OS, etc)

Melhorar o acesso remoto a dados do Estado e a informações relevantes para o cidadão

Melhorar a qualidade da prestação dos serviços

públicos estaduais

Fortalecer sistemas de prevenção e combate à corrupção e fraudes - transparência, rastreabilidade dos atos administrativos, códigos de conduta, avaliação por instituições

independentes, etc.

Estimular a atuação de entidades independentes na avaliação da qualidade do gasto público e da prática de privilégios (“Public ExpenditureReview”).

Assegurar a transparência da atuação do Estado e de seus agentes.

Estimular a agilização de processos de investigação e punição de casos de corrupção nas esferas privada, pública ou no terceiro setor.

Tolerância zero com corrupção e privilégios

Formular e implementar estratégia de ajuste e equilíbrio fiscal

sustentável

Instituir e pôr em execução Programa Estadual de Melhoria da

Qualidade e Produtividade do Gasto Público

| 166 |

13. GOVERNANÇA COOPERATIVA E SOLIDÁRIA

| 167 |

VISÃO 2022

Estimulados pelo Governador do Estado, que assume papel ativo e exemplar, os principais

atores políticos, econômicos e sociais do Rio Grande do Norte, constroem e operam redes e

fóruns de diálogo, articulação e cooperação visando reverter a tendência de declínio

econômico e de acentuação da pobreza do Rio Grande do Norte. Na esfera pública estadual,

os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e o Ministério Público harmonizam suas agendas;

e o Governo do Estado intensifica uma atuação conjunta com todos os municípios potiguares

independentemente das vinculações político-partidárias dos Prefeitos.

POR QUE GOVERNANÇA?

Governança se refere a padrões de articulação e cooperação entre atores sociais e políticos,

assim como os arranjos institucionais que coordenam e regulam essas articulações. Do ponto

de vista do governo, uma governança cooperativa, agregadora e solidária pressupõe uma

atuação mais dinâmica, democrática e baseada na participação ativa de diferentes setores da

sociedade. No mundo atual, tomar decisões em conjunto com a população é essencial para

que essas sejam bem aceitas e tenham resultados efetivos.

A “Nova Governança Pública” é um paradigma da atuação do Estado contemporâneo que

valoriza princípios como foco no público alvo (cidadãos), entrega de resultados relevantes para

a sociedade, flexibilidade administrativa, valorização e comprometimento do profissional

público e controle social. Inclui também a ênfase na integração e avaliação das políticas

públicas, ênfase nos valores públicos e na ética e, principalmente, cooperação e colaboração

na administração e nas políticas públicas.

Desta forma, atuar segundo este novo paradigma é benéfico para qualquer nível de gestão

pública. No caso do Governo Estadual, a necessidade se torna ainda mais patente, pelo fato de

existirem diversos atores sociais e políticos impactados pela gestão estadual (prefeituras,

ONGs, entidades civis e empresariais). Tomar decisões compartilhadas ou suportadas em

processos de consulta prévia é, então, uma boa prática no sentido de assegurar maior

legitimidade e apoio e maiores chances de execução.

COMO ESTAMOS?

Como a governança é um tema muito complexo de se medir, não existem indicadores

disponíveis para quantificar a situação do Rio Grande do Norte. De toda forma, a percepção de

grande parte da população potiguar é de que a atual governança é fragmentada e frágil, com

falta de cooperação sistemática inclusive entre os três Poderes estaduais. Nesse cenário, é

| 168 |

dificultada a elaboração de políticas públicas eficazes e que realmente impactem

positivamente e diretamente a população.

Um dos preceitos da gestão pública moderna, assim como de uma boa governança, é a

transparência. Todos os cidadãos deveriam ter a capacidade de acessar os dados do governo e

avaliar o andamento de suas políticas e ações. No ranking de transparência do MPF, embora

tenha avançado bastante nos últimos anos, o Rio Grande do Norte ainda fica atrás de Ceará e

Alagoas no Nordeste (é o 9º lugar do Brasil). Ainda que seja um bom resultado, é possível

melhorar a disponibilidade de informações e a forma como são divulgadas, podendo ser mais

claras e acessíveis.

O Governo do Estado do RN já tomou medidas na tentativa de melhorar sua governança e

realizar pactuações com a sociedade, inclusive assumindo compromissos e metas,

principalmente com o projeto “GoveRNança Inovadora”.49 Porém, essas medidas ainda não se

converteram em resultados efetivos, sendo necessário novo esforço para avançar na gestão

pública.

Governança e cooperação

Com a divisão entre os Poderes e entre as diferentes esferas de governo (Municipal, Estadual e

Federal), os incentivos à cooperação são reduzidos, uma vez que cada um deles possui seus

orçamentos e responsabilidades de acordo com a lei. A atuação em conjunto deve ser feita

sempre de acordo com a legalidade, com responsabilidades bem definidas e objetivos claros e

pactuados. Embora os incentivos de cooperar não sejam os melhores, diversos casos de

sucesso mostram que seus resultados são benéficos tanto para a população quanto para a

própria gestão pública.

Atualmente no Rio Grande do Norte ocorre um desequilíbrio entre os Poderes. Tanto do ponto

de vista fiscal quanto do ponto de vista político, o Poder Executivo é prejudicado nas

negociações com os outros dois. Em parte, isso é devido à incapacidade do próprio Executivo

de abrir uma linha de diálogo agregadora com o Legislativo e o Judiciário. Mas além disso,

também existe certa intransigência por parte destes últimos, que aproveitam a fragilidade do

Executivo para perseguir seus próprios objetivos individuais. O ideal para a gestão pública (e

para a sociedade) seria uma relação mais transparente e integrada entre os Poderes, que

poderiam oferecer melhores soluções para os complexos problemas do estado.

Uma relação de cooperação que já foi realizada em outras regiões do Brasil e sempre com

resultados expressivos é a do Governo do Estado com os municípios. Embora suas

responsabilidades constitucionais sejam distintas, as políticas e ações organizadas em conjunto

tendem a apresentar resultados positivos e que agradam à população. O papel do governo

estadual deve ser o de coordenar, junto com as Prefeituras, a execução das políticas

49 Mais detalhes do projeto “GoveRNança Inovadora” podem ser encontrados em seu site: http://www.governancainovadora.seplan.rn.gov.br/

| 169 |

propostas, além de atuar diretamente no seu planejamento e idealização. Desta forma, a

cooperação traz benefícios tanto para os municípios quanto para o estado como um todo.

UM CASO DE SUCESSO

Educação no Ceará e Consórcio Brasil Central

Existem diversos casos de sucesso de cooperação e governança colaborativa. No tema de Educação, o Ceará é um

dos casos mais emblemáticos da atuação conjunto entre estado e municípios. O Governo do Estado atuou para

identificar e mapear boas práticas e iniciativas utilizadas em escolas municipais que apresentavam resultados

excepcionais. Em seguida, essas práticas passaram a ser disseminadas para outros municípios, com apoio da

Secretaria de Educação do Estado. Isso fez com que os avanços educacionais fossem melhor distribuídos por todo o

estado, impactando milhões de habitantes de forma direta.

Outro caso de cooperação entre estados e municípios é o Consórcio Público Brasil Central, criado para facilitar a

comunicação e cooperação federativa entre a União, estados e seus municípios. Os estados participantes do

consórcio atualmente são: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Tocantins, Maranhão e Distrito

Federal. Juntos, eles buscam soluções para o desenvolvimento econômico e social sustentável, melhoria da

competitividade, articulação institucional e gestão pública. Com os municípios, atuam principalmente com grupos

focais, a fim de resolver os problemas nas regiões onde eles exercem maior impacto e, consequentemente, atingem

uma maior parcela da população.

| 170 |

UM CASO DE SUCESSO

Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) 50

O CDES foi criado em 1º de janeiro de 2003, por meio de medida provisória, pelo presidente Lula. Ele consiste em

uma estrutura corporativa de negociação entre governo, trabalhadores e empresários. Além dessas classes,

também participavam do conselho membros de diversos movimentos sociais, intelectuais e personalidades,

buscando representar a sociedade como um todo. O presidente do Conselho é o próprio presidente da república,

com o governo sendo representado por conselheiros. Os primeiros conselheiros foram escolhidos pelo presidente

Lula e atuaram no primeiro biênio, podendo continuar nos biênios seguintes. Dos representantes da sociedade civil,

vinte se mantiveram no Conselho até o final do governo Lula, em 2010, sendo doze do empresariado, cinco

representantes dos trabalhadores e três do restante da sociedade civil.

A grande inovação do CDES foi na sua abrangência de composição e na sua função, que não era restrita a políticas

setoriais. O objetivo do Conselho é discutir os caminhos do desenvolvimento econômico e social e a construção de

novo pacto social, mais igualitário e justo. O órgão tem caráter consultivo (e não deliberativo), mas representa uma

linha de diálogo direto entre diversos atores da sociedade e o Presidente da República.

O CDES possui duas formas de atuação: as reuniões do Pleno, onde todos os conselheiros estão presentes, inclusive

o Presidente da República, e os Grupos Temáticos ou de Trabalho (GTs). Nos GTs são discutidos e aprofundados os

temas propostos pelos membros do Conselho ou pelo governo diretamente. Esses GTs são coordenados por

membros do governo, representantes do Ministério da área temática e dez conselheiros, podendo contar com o

apoio de cidadãos convidados de fora do Conselho.

Um dos mais abrangentes Grupos de Trabalho foi de Fundamentos Estratégicos para o Desenvolvimento. Esse GT

foi responsável por elaborar a Agenda Nacional de Desenvolvimento (AND), lançada pelo governo em agosto de

2005 e divulgada como fruto da concertação, e não como projeto governamental. O Grupo contava com cerca de 50

do total de 176 conselheiros e se reuniu durante os dois primeiros anos do Conselho. A Agenda elaborada apontava

seis áreas problemáticas, traçando seis objetivos a serem alcançados. A partir dessas áreas e objetivos, são

propostas diretrizes estratégicas com ações governamentais e medidas para alcançar mais equidade social,

fortalecimento das instituições e reformas tributária e judiciária, por exemplo.

A atuação do CDES é um caso prático de como diferentes atores sociais podem trabalhar em conjunto para pensar

em soluções para os problemas e obstáculos do país, independente da heterogeneidade entre seus integrantes.

AONDE QUEREMOS CHEGAR?

OBJETIVO E META INDICATIVA

1. Pactuar e pôr em prática um modelo de Governança do Estado do Rio Grande do

Norte que assegure o protagonismo cooperativo, agregador e solidário de todos os

Poderes e das principais lideranças privadas e da sociedade civil do Estado

i. Meta indicativa para 2022: Ter o novo modelo de Governança implantado,

consolidado e reconhecido como uma boa prática entre especialistas e

formadores de opinião.

50 Fonte: ARAUJO, M. P., Participação social no governo Lula: Os casos do CDES e do CNDI. Diversitates, vol. 5, nº 2, págs 109 a 132

| 171 |

ESTRATÉGIAS 2019-2022 E INICIATIVAS PRIORITÁRIAS

1. Pactuar e fazer funcionar regularmente um modelo de Governança participativa dos

assuntos de interesse público do Rio Grande do Norte

ii. Viabilizar um pacto com a participação de todos os Poderes públicos e

principais agentes do setor privado e da sociedade civil visando ao resgate,

crescimento e modernização do RN

iii. Instituir o ‘Comitê de Gestão Estratégica do Estado’, com a participação dos

dirigentes dos poderes públicos estaduais; das entidades de representação

empresarial e da sociedade civil, com a missão de monitorar mensalmente o

desempenho finalístico, financeiro e fiscal do Estado do Rio Grande do Norte

iv. Estimular a organização e funcionamento de redes sociais de participação

cidadã no monitoramento de ações, metas e resultados do Governo do Estado.

v. Liderar pelo exemplo: estimular o Governador do Estado a dialogar com todas

as lideranças sobre problemas e soluções para o RN, independentemente das

suas vinculações ou preferências político-partidárias, ideológicas, religiosas, de

cor ou sexo

vi. Dar transparência total aos atos do governo e prestar contas à toda a

população do RN, todos os meses, das ações e dos gastos do governo

2. Instituir e fazer funcionar uma Aliança Estado-Municípios pelo crescimento

econômico e qualidade de vida

i. Mapear e avaliar experiências e casos de sucesso de parcerias (alianças) entre

Estado-Municípios

ii. Desenhar, testar, implantar e gerir o modelo potiguar com foco em temas de

alta sinergia: educação, saúde, segurança e infraestrutura urbana

iii. Garantir a extensão da Aliança a todos os municípios do RN, independente das

vinculações partidárias dos prefeitos

iv. Assegurar o monitoramento de resultados e a avaliação de impactos por

instituições independentes

| 172 |

GOVERNANÇA COOPERATIVA E SOLIDÁRIA

Pactuar e por em prática um modelo de Governança

do Estado do Rio Grande do Norte que assegure o

protagonismo cooperativo, agregador e solidário de

todos os Poderes e das principais lideranças privadas

e da sociedade civil do Estado

Ter o novo modelo de

Governança implantado,

consolidado e

reconhecido como uma

boa prática entre

especialistas e

formadores de opinião

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s Viabilizar um pacto com a participação de todos os

Poderes públicos e principais agentes do setor privado e

da sociedade civil visando ao resgate, crescimento e

modernização do RN

Instituir o ‘Comitê de Gestão Estratégica do Estado’,

com a participação dos dirigentes dos poderes públicos

estaduais; das entidades de representação empresarial

e da sociedade civil, com a missão de monitorar

mensalmente o desempenho finalístico, financeiro e

fiscal do Estado do Rio Grande do Norte

Estimular a organização e funcionamento de redes

sociais de participação cidadã no monitoramento de

ações, metas e resultados do Governo do Estado.

Liderar pelo exemplo: estimular o Governador do

Estado a dialogar com todas as lideranças sobre

problemas e soluções para o RN, independentemente

das suas vinculações ou preferências político-

partidárias, ideológicas, religiosas, de cor ou sexo

Dar transparência total aos atos do governo e prestar

contas a toda a população do RN, todos os meses, das

ações e dos gastos do governo

Mapear e avaliar experiências e casos de sucesso de

parcerias (alianças) entre o Estado e todos os

Municípios

Desenhar, testar, implantar e gerir o modelo potiguar

com foco em temas de alta sinergia: educação, saúde,

segurança e infraestrutura urbana

Garantir a extensão da Aliança a todos os municípios

do RN, independente das vinculações partidárias dos

prefeitos

Assegurar o monitoramento de resultados e a avaliação

de impactos por instituições independentes

Instituir e fazer funcionar uma Aliança Estado-

Municípios pelo crescimento econômico e qualidade de

vida

Pactuar e fazer funcionar regularmente um modelo

de Governança participativa dos assuntos de

interesse público do Rio Grande do Norte

| 173 |

14. PROTAGONISMO REGIONAL E NACIONAL

| 174 |

VISÃO 2022

Até 2022 o Rio Grande do Norte amplia sua participação ativa no debate regional e nacional,

através dos seus principais atores sociais e políticos, tanto sobre as reformas econômicas e

institucionais e como sobre políticas e instrumentos de desenvolvimento influenciando nas

grandes decisões que impactam o desenvolvimento do Estado.

POR QUE PROTAGONISMO?

As decisões e orientações políticas nacionais e regionais têm impacto sobre a realidade do Rio

Grande do Norte tanto em termos econômicos e sociais como também fiscais. Deste modo, os

atores sociais e políticos do Estado devem estar atentos para a pauta de decisões nacionais e

regionais e tomar iniciativa para atuar ‘em bloco’ para defender os interesses do Rio Grande

do Norte.

COMO ESTAMOS?

Há uma percepção dominante entre observadores do cenário político, de que a participação

dos atores sociais e políticos do Rio Grande do Norte no debate nacional e regional é tímida e

descoordenada, mesmo quando se trata de temas de alta relevância para o desempenho

futuro do Estado como as reformas tributária, previdenciária e política e a formulação de

planos e políticas na Segurança Pública. Da mesma forma, pelo menos aparentemente tem

sido pouco ousada e propositiva a atuação do Rio Grande do Norte nas questões de interesse

regional com grande impacto no Estado como a guerra fiscal, as políticas e instrumentos

regionais, e os projetos estruturadores voltados para o Nordeste.

Uma medida que tenta aproximar a capacidade dos atores políticos de se organizarem e

representarem protagonismo são as chamadas “emendas de bancada”. Essas emendas

coletivas demandam que os deputados/senadores atuem de forma colaborativa,

independente dos interesses e diferenças partidárias para conseguir junto à União verba para

temas de maior importância para o estado. Na tabela abaixo estão os valores desde 2013 das

emendas autorizadas para cada estado do Nordeste, ponderadas pela despesa orçamentária

anual do estado. O Rio Grande do Norte se posiciona bem neste indicador, sendo o segundo

estado com maior percentual da despesa de 2017 vindo dessas emendas. Isso mostra que os

atores políticos ainda são bastante capazes de atuar em conjunto na busca dos melhores

interesses do estado.

| 175 |

Tabela 6. Valor autorizado total por emendas de bancada dividido pela despesa orçamentária

empenhada por estado

2013 2014 2015 2016 2017

Alagoas 6,3% 4,2% 0,8% 1,8% 2,7%

Bahia 1,6% 1,7% 0,6% 0,6% 0,9%

Ceará 2,3% 1,9% 3,1% 9,3% 3,5%

Maranhão 2,5% 2,6% 1,8% 2,2% 1,8%

Paraíba 5,5% 5,3% 2,6% 4,7% 2,2%

Pernambuco 1,6% 1,4% 0,6% 1,2% 0,5%

Piauí 6,2% 5,1% 2,7% 5,0% 6,0%

Rio Grande do Norte 2,6% 3,3% 1,3% 4,3% 4,8%

Sergipe 4,8% 3,9% 2,4% 3,0% 4,6%

Fontes: Siga Brasil e SICONFI/Finbra

AONDE QUEREMOS CHEGAR?

OBJETIVO E META INDICATIVA

1. Projetar o Rio Grande do Norte como protagonista nacional e regional nas questões

de interesse estratégico para o desenvolvimento do Estado

i. Meta indicativa para 2022: RN reconhecido nacional e regionalmente como

protagonista atuante e propositivo

ESTRATÉGIAS 2019-2022 E INICIATIVAS PRIORITÁRIAS

2. Atuar de forma sistemática e coordenada para a viabilização de medidas favoráveis

ao Rio Grande do Norte nos principais temas nacionais – Reforma da Previdência,

Reforma Tributária, Política de Segurança Pública, Pacto Federativo

i. Inserir os servidores públicos estaduais na Reforma da Previdência pública

ii. Introduzir mudanças no sistema tributário que elevem a participação dos

Estados na receita (ICMS no destino)

iii. Ampliar a atuação da União na segurança pública do Estado, através do SUSP

iv. Negociar redistribuição da receita pública nacional nas instâncias federativas

em favor dos Estados (Pacto federativo)

| 176 |

3. Atuar de forma sistemática e coordenada para a viabilização de projetos regionais

convergentes e complementares acelerem o desenvolvimento do Nordeste com foco

em capital humano, em educação, inovação, qualidade da infraestrutura

i. Ampliar a atuação da União no desenvolvimento do capital humano da região

ii. Ampliar a atuação da União na expansão e melhoria da infraestrutura regional

de transporte de cargas de alta capacidade com integração à infraestrutura

nacional

iii. Ampliar a atuação da União na expansão e melhoria da infraestrutura de

recursos hídricos no Semiárido com prioridade para a conclusão da

transposição do Rio São Francisco para o RN

iv. Estimular inovação e pesquisa e desenvolvimento tecnológico na Região

v. Redefinir sistema de incentivos fiscais estaduais para eliminar ou conter a

‘guerra fiscal predatória’

| 177 |

PROTAGONISMO REGIONAL E NACIONAL

Projetar o Rio Grande do Norte como

protagonista nacional e regional nas questões

de interesse estratégico para o desenvolvimento

do Estado

RN reconhecido nacional

e regionalmente como

protagonista atuante e

propositivo

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019

-202

2 e

inic

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ria

s

Inserir os servidores públicos estaduais na Reforma da

Previdência pública

Introduzir mudanças no sistema tributário que elevem a

participação dos Estados na receita (ICMS no destino)

Ampliar a atuação da União na segurança pública do

Estado, através do SUSP

Negociar redistribuição da receita pública nacional nas

instâncias federativas em favor dos Estados (Pacto

federativo)

Ampliar a atuação da União no desenvolvimento do

capital humano da região

Ampliar a atuação da União na expansão e melhoria da

infraestrutura regional de transporte de cargas de alta

capacidade com integração à infraestrutura nacional

Ampliar a atuação da União na expansão e melhoria da

infraestrutura de recursos hídricos no Semiárido com

prioridade para a conclusão da transposição do Rio São

Francisco para o RN

Estimular inovação e pesquisa e desenvolvimento

tecnológico na Região

Redefinir sistema de incentivos fiscais estaduais para

eliminar ou conter a ‘guerra fiscal predatória’

Atuar de forma sistemática e coordenada para a

viabilização de projetos regionais convergentes e

complementares acelerem o desenvolvimento do

Nordeste com foco em capital humano, em educação,

inovação, qualidade da infraestrutura

Atuar de forma sistemática e coordenada para a

viabilização de medidas favoráveis ao Rio Grande do

Norte nos principais temas nacionais – Reforma da

Previdência, Reforma Tributária, Política de

Segurança Pública, Pacto Federativo

| 178 |

ANEXOS

| 179 |

ANEXO I | RELAÇÃO DOS ENTREVISTADOS

1. Amaro Sales – Presidente da FIERN

2. Anderson Paiva Cruz – Diretor do Parque Tecnológico Metrópole Digital

3. Antônio Jales – Presidente do Tribunal de Contas do Estado

4. Eudo Laranjeiras – Presidente da FETRONOR

5. Eudo Leite - Procurador-geral de Justiça

6. Expedito F. Souza – Presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte

7. Fernando Freitas – Presidente do SINDIFERN

8. Gustavo Fernandes Rosado Coêlho - Diretor Adjunto do Parque Tecnológico Metrópole

Digital

9. Gustavo Nogueira -Secretário do Planejamento e das Finanças do Rio Grande do Norte

10. Ivênio Hermes – Especialista em Segurança Pública

11. Jaime Mariz – Diretor Executivo da FECOMÉRCIO

12. Jorge Bastos – Presidente do SINDIPESCA

13. José Ferreira de Melo Neto – Superintendente do SEBRAE

14. José Vieira – Presidente da FAERN

15. Josivan Cardoso Moreno – Diretor Geral do IGARN

16. Laumir Almeida Barrêto - Assessor Especial da Presidência da FECOMÉRCIO

17. Luis Roberto Barcelos – Empresário do Setor de Fruticultura

18. Luiz Roberto Fonseca – Especialista em Saúde e Diretor do Hospital Rio Grande

19. Marcelo Queiroz - Presidente da FECOMÉRCIO

20. Marcelo Rosado - Coordenador do Fórum Empresarial do RN

21. Mário Tavares de Oliveira Cavalcanti Neto– Presidente do SINDMINERAÇÃO

22. Paulo Morais – Empresário dos setores de Carcinicultura e Energia Fotovoltaica

23. Rondinelle Silva Oliveira- Diretor Geral do IDEMA

| 180 |

ANEXO II | ESTUDO E ÍNDICE DESAFIOS DA GESTÃO

ESTADUAL

O estudo “Desafios da Gestão Estadual” é produto de uma ampla pesquisa realizada

anualmente pela Macroplan e que avalia e compara todas as 27 unidades federativas do Brasil

em 9 Áreas de Resultado, além da Gestão fiscal. O último estudo do DGE completo está

disponível no link: www.desafiosdosestados.com.

O DGE busca contribuir para a melhoria da gestão pública brasileira com a análise de

indicadores econômicos, socioambientais e institucionais. Ao se comparar cada UF

individualmente e entre si, é possível apoiar políticos, gestores públicos e organizações da

sociedade na definição mais clara das prioridades para ação governamental e na definição de

metas para o desenvolvimento do estado.

Um dos instrumentos centrais do estudo é o IDGE – Índice Desafios da Gestão Estadual, que

detalha as 9 Áreas de Resultado em 28 indicadores finalísticos. O IDGE permite uma

comparação geral entre todos os Estados nestas áreas, num período de 10 anos, tanto no

ranking atual quanto na evolução passada de cada uma das UFs.

O estudo permite ainda identificar quais são as áreas e os indicadores mais críticos no estado

em relação às outras 26 UFs, assim como avaliar onde o estado avançou ou recuou em relação

aos demais. Esta avaliação inclui ainda um painel fiscal, que fornece um “pano de fundo” para

avaliar os resultados alcançados em função da gestão fiscal realizada.

| 181 |

Os indicadores de partida são os seguintes:

INDICADOR FONTE PERÍODO

EDUCAÇÃO | POPULAÇÃO EM IDADE ESCOLAR

IDEB Ensino Fundamental I – Total INEP 2005-2015

IDEB Ensino Fundamental I I – Total INEP 2005-2015

IDEB Ensino Médio – Total INEP 2005-2015

EDUCAÇÃO | POPULAÇÃO ADULTA

Taxa de Analfabetismo (15 anos ou mais) PNAD/IBGE 2005-2015

Escolaridade média (25 anos ou mais) PNAD/IBGE 2005-2015

JUVENTUDE

Jovens Nem Nem Nem (15 a 29 anos) PNAD/IBGE 2005-2015

Gravidez Precoce (mulheres de 15 a 19 anos com fi lho)

PNAD/IBGE 2005-2015

Jovens que concluíram o Ensino Superior (25 a 29

anos)PNAD/IBGE 2005-2015

SAÚDE

Expectativa de Vida (em anos) IBGE 2005-2015

Taxa de Mortalidade Infantil (por 1000 nascidos

vivos)DataSUS 2005-2015

SEGURANÇA

Taxa de Homicídios (por 100.000 habitantes)DataSUS e

IBGE2005-2015

Taxa de Óbitos no Trânsito (por 100.000 habitantes)DataSUS e

IBGE2005-2015

INFRAESTRUTURA | TRANSPORTES

Proporção de Rodovias Pavimentadas CNT/ DNIT 2005-2015

Qual idade das Rodovias – Proporção em ótimo ou bom estado

CNT/DNIT 2006-2016

INDICADOR FONTE PERÍODO

INFRAESTRUTURA | TELECOMUNICAÇÕES

Porcentagem de moradores que utilizaram internet

nos últimos 3 mesesPNAD/IBGE 2009-2015

Porcentagem de moradores com pelo menos um

telefone fixo / celularPNAD/IBGE 2005-2015

INFRAESTRUTURA | ENERGIA ELÉTRICA

Frequência das interrupções do fornecimento de energia elétrica - FEC

ANEEL/ABRADEE 2005-2015

Duração das interrupções do fornecimento de energia elétrica – DEC

ANEEL/ABRADEE 2005-2015

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

PIB per capita (em R$ de 2014) IBGE 2004-2014

Taxa de Desemprego (15 anos ou mais) IBGE 2005-2015

Porcentagem de empregados sem carteira assinada no total de empregados

PNAD/IBGE 2005-2015

DESENVOLVIMENTO SOCIAL

Porcentagem de Pobres PNAD/IBGE 2005-2015

Coeficiente de Gini PNAD/IBGE 2005-2015

Renda domiciliar per capita (em R$ de 2014) PNAD/IBGE 2005-2015

CONDIÇÕES DE VIDA

Déficit Habitacional RelativoFundação

João Pinheiro2007-2014

Proporção de domicílios com saneamento adequado PNAD/IBGE 2005-2015

INSTITUCIONAL

Índice de TransparênciaContas

Abertas2010-2014

Taxa de Congestionamento da Justiça Estadual – 1º grau

CNJ 2009-2015