DIETA PÓS-CIRÚRGICA Etapas da Assistência · PDF fileDIETA...

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  • DIETA PS-CIRRGICA

    Etapas da Assistncia Nutricional Pr e ps-operatria

    Nut. Patrcia Jacob

    1. Pr-operatria:

    O candidato a cirurgia baritrica, deve submeter-se a no mnimo 2

    consultas nutricionais antes da cirurgia, o objetivo destas consultas em

    primeiro momento, reconhecer o indivduo em seu contexto social,

    familiar, alimentar e antropomtrico, identificando a presena ou no de

    compulso alimentar e outros transtornos que possam dificultar a

    adeso deste na proposta teraputica nutricional no perodo ps-

    operatrio.

    Ao nutricionista cabe ainda explicar e alertar todos os passos do

    acompanhamento nutricional no ps-operatrio bem como as restries

    alimentares que se faro necessrias e obrigatrias neste momento,

    sobre a necessidade da utilizao de suplementos alimentares, para

    evitar deficincias nutricionais e da instituio de uma reeducao

    alimentar continuada e permanente. Esclarecer a responsabilidade do

    paciente neste processo fundamental.

    Em um segundo encontro, deve-se avaliar a compreenso das

    informaes dadas anteriormente e refor-las.

    O paciente tambm deve ser orientado sobre a alimentao do pr-

    operatrio (dia anterior ao procedimento cirrgico), com a prtica de

    refeies leves e jejum de 10h.

    A dieta no hospital est condicionada a presena de RHA (rudos

    hidroareos) e/ou eliminao de flatos. Esta ento dever ser iniciada

    com dieta LQUIDA RESTRITA, com volume inicial de 15 a 30 ml, a

    cada hora e aumentando conforme tolerncia do paciente. Pode ser

    oferecido lquidos claros, tais como chs (erva-cidreira, erva-doce,

    camomila, ma), gua de coco e sucos no cidos (laranja lima, melo,

    ma, limada).

    A restrio de resduos est fundamentada na necessidade de evitar

    obstruo ou retardo no esvaziamento gstrico prevenindo o aumento

  • da presso da cmara gstrica o que pode levar a rompimento da sutura

    e complicaes graves.

    Deve-se evitar neste perodo: alimentos contendo sacarose e gordura

    para prevenir a Sndrome de Dumping, bem como promover perda

    ponderal adequada.

    A visita do nutricionista no leito do paciente imprescindvel para evitar

    complicaes causadas pela pratica alimentar errada, e esclarecer sobre

    a evoluo da dieta.

    2. Ps-operatria:

    Aps a alta hospitalar o paciente deve ser orientado a manuteno da

    dieta lquida restrita, por mais 10 dias. Quando ento esta ser

    progressivamente evoluda para a consistncia LQUIDA COMPLETA

    (caldos de vegetais, caldo de leguminosas, mingaus, vitaminas, leite

    desnatado). A orientao nutricional neste momento ajudar na melhor

    tolerncia ao ps-operatrio e uma perda de peso progressiva e

    adequada. Precisa-se ainda esclarecer a necessidade de liquidificar e

    coar todas as refeies, bem como a ingesto destes lquidos que deve

    ser lenta e dosada em etapas de 50 ml (por 30 min), que ser

    progressivamente evoluda de acordo com a tolerncia de cada

    indivduo.

    Neste perodo, o paciente geralmente tolera cerca de 200 ml por

    refeio, feito a cada 2 horas e ingeridas lentamente. No entanto, a

    tolerncia muito individual e dependente da capacidade do novo

    reservatrio e da sensao de saciedade de cada um.

    Atentar ainda para a ingesto mnima diria de lquidos que deve

    alcanar 2 litros/dia e a necessidade de iniciar o suplemento protico.

    Aps 20 dias de ps-operatrio, o paciente retorna para reavaliao

    nutricional com nova tomada antropomtrica e investigao de sintomas

    digestivos que possam estar comprometendo a adeso proposta

    dietoterpica, bem como a adeso ao uso do suplemento protico.

    Neste momento decide-se pela manuteno da dieta Lquida completa,

    caso os sintomas sejam considerados relevantes, ou orienta-se a nova

  • etapa alimentar que ser feita com a DIETA PASTOSA por no mnimo

    30 dias.

    A orientao nutricional desta etapa est pautada na necessidade de

    estimular a digesto adequada dos alimentos preparando o sistema

    digestrio para a dieta de consistncia normal. Sendo assim, cabe as

    recomendaes de controle do volume das refeies (3 col. de sopa nas

    refeies principais e 200 ml de lquidos nos intervalos) e horrio das

    refeies (intervalos de 3 horas entre elas); a ingesto de lquidos para

    evitar desidratao, clculos renais e crise de gota. Orienta-se Ingesto

    mnima de 2 litros de lquidos/dia (10 copos de 200 ml/dia), no entanto

    est proibida a ingesto de lquidos durante as refeies, pois isto

    contribuiria para a plenitude precoce e reduziria a ingesto alimentar;

    tambm deve-se orientar a prtica da mastigao adequada pois esta

    pode evitar as complicaes digestivas (vmito, dor, diarria, e plenitude

    gstrica), bem como incentivar o uso regular de suplementos dietticos,

    diariamente.

    A DIETA NORMAL instituda com cerca de 50 dias do ps-operatrio,

    desde que a fase anterior (Dieta Pastosa) tenha transcorrido de maneira

    satisfatria.

    Devemos considerar que neste perodo que acontecem as maiores

    queixas de intolerncia alimento-especfico, sendo necessrio fazer as

    devidas substituies, evitando assim restries de nutrientes.

    Todas as recomendaes da fase anterior devero ser reforadas e

    ainda, deve-se esclarecer sobre o valor calrico dos alimentos.

    Nesta fase todos os grupos de alimentos so reintroduzidos na dieta,

    porm ainda h necessidade da restrio de calorias, frituras, frutos do

    mar, oleaginosas, alimentos industrializados, bebidas gaseificadas,

    bebidas alcolicas, alimentos de pastelaria e temperos picantes.

    Cabe ainda ao nutricionista considerar na prescrio diettica, as co-

    morbidades do paciente, tais como HAS e DM.

    Aps o perodo de 30 dias do incio da dieta Normal, importante o

    retorno deste paciente ao consultrio para avaliarmos a sua capacidade

    de ingesto de grupos de alimentos para prevenir as deficincias

    nutricionais que esto descritas na literatura como associadas cirurgia

  • baritrica, dentre elas as mais comuns so: protica, ferro, clcio, zinco,

    Vit. D, Vit. A e complexo B.

    Os pacientes devem ser muito bem orientados pelo nutricionista quanto

    a realizao da dieta, com o uso correto de suplementos de vitaminas e

    minerais, como profilaxia, assim como a escolha correta de alimentos

    fontes impedindo deficincias nutricionais futuras.

    O acompanhamento nutricional partir deste momento, deve ser

    realizado a cada 3 meses at o segundo ano do ps-operatrio, quando

    poder ser realizado a cada 4-5 meses.

    3 - ALIMENTOS PARA CADA DIETA DO PS-OPERATRIO:

    1. DIETA LQUIDA RESTRITA:

    ALIMENTOS PERMITIDOS:

    1. Chs Claros: erva-cidreira, erva-doce, camomila, ma

    2. gua de coco

    3. Sucos: mamo, melancia, melo pra, ma, tangerina, limada.

    4. Caldo de carnes com vegetais:

    a. Carne: utilizar carne magra de frango ou peixe, deixar

    cozinhar em gua com vegetais e temperos. Quando cozidos

    coar e ingerir somente o caldo do cozimento (a parte lquida)

    b. Vegetais: tomate, cenoura, beterraba, chuchu, abobrinha,

    abbora, berinjela

    c. Temperos: naturais (coentro, cebolinha, salsinha,.... exceto

    hortel), cebola, alho, tomate, sal com moderao.No utilizar

    temperos industrializados em p, cubos ou sopas prontas...

    no utilizar pimenta ou outros condimentos picantes.

    d. leo: acrescentar sopa j pronta 1 colher de ch de leo de

    canola.

    5. Gelatina diet: em consistncia lquida (no colocar na geladeira)

    6. Bebidas isotnicas: gatorate, maraton

    ALIMENTOS PROIBIDOS:

  • 1. car (Sacarose): verificar rtulos dos alimentos, inclusive lights

    2. Pimenta, Hortel, Molho shoyo

    3. Temperos industrializados: sazon, maggi, knor, etc.

    4. Lquidos: gaseificados, caf e achocolatado

    5. Chs: escuro (preto/mate)

    6. Suco: industrializados

    2. DIETA LQUIDA COMPLETA:

    ALIMENTOS PERMITIDOS:

    1. Todos da fase anterior

    2. Sucos industrializados: sem acar e sem conservantes.

    3. Sopa: Quando cozida liquidificar todos os ingredientes, coar e

    acrescentar leo de canola (1 col. Ch)

    4. Caldo de feijo ou lentilha: cozinhar o feijo ou lentilha com

    temperos naturais, coar e ingerir

    5. Leite desnatado: diluir 3 colheres de sopa do ps em 200 ml de

    gua filtrada

    6. Iogurte natural desnatado: pode ser adicionado p de gelatina diet

    ou 1 fruta para melhorar sabor. Deve ser liquidificado, coado e em

    consistncia rala.

    7. Vitamina: bater o leite desnatado com 1 fruta (sem casca, sem

    bagao ou semente)

    8. Mingau: aveia, maisena, tapioca ou milho. Ralo e coado.

    ALIMENTOS PROIBIDOS:

    1. car (Sacarose): verificar rtulos dos alimentos, inclusive lights

    2. Pimenta, Hortel, Molho shoyo

    3. Temperos industrializados: sazon, maggi, knor, etc.

    4. Lquidos: gaseificados, caf e achocolatado

    5. Chs: escuro (preto/mate)

    6. Suco: industrializados em p

    3. DIETA PASTOSA:

  • ALIMENTOS PERMITIDOS:

    1. Todos os da fase anterior

    2. Gelatinas, pudins, flans dietticos: consistncia normal (pode levar

    geladeira)

    3. Iogurte: light ou desnatado com sabor

    4. Gelia diet: at 1 col. de sobremesa rasa /dia

    5. Requeijo light: at 1 col. de sobremesa rasa /dia

    6. Pes: 1 fatia de forma branco ou unidade de po de leite ou

    unidade de po de milho ou unidade de po francs ou 3 und. Biscoito

    gua e sal. Preferir torrados e molhados no leite desnatado - No usar

    pes ou biscoitos integ