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Desportos de Natureza como fator impulsionador de
preservação e Turismo Sustentável – o caso de Amarante
por
Ana Sofia Peixoto Ribeiro
Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Economia e Gestão do
Ambiente pela Faculdade de Economia do Porto
Orientada por:
Nuno Eduardo Malheiro Magalhães Esteves Formigo
Co-orientada por:
Maria Cristina Guimarães Guerreiro Chaves
15 setembro, 2017
i
Nota Biográfica
Ana Sofia Peixoto Ribeiro nasceu em Amarante, em dezembro de 1994.
Ingressou em 2012 na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, onde se
licenciou em Ciências e Tecnologia do Ambiente.
Em 2015 iniciou o mestrado em Economia e Gestão do Ambiente, na Faculdade
de Economia da Universidade do Porto, com o objetivo de complementar a sua
formação, obtendo uma visão mais concreta de todas as áreas envolvidas, tanto do setor
privado como público, na gestão dos recursos naturais.
ii
Agradecimentos
Agradeço aos meus familiares e amigos, que me deram confiança, incentivo e
apoio, sobretudo nos momentos mais difíceis deste processo, principalmente na etapa
final.
Um agradecimento especial aos meus pais e irmãos que sempre estiveram
presentes ao longo do meu percurso académico e me apoiaram em todas as decisões,
fazendo sempre com o que dia de amanhã fosse melhor que o de hoje.
Quero também agradecer aos meus orientadores, Prof. Doutor Nuno Formigo e
Prof. Doutora Cristina Chaves, pela disponibilidade sempre demonstrada, pelo apoio e
pela orientação para a produção deste trabalho.
iii
Resumo
O objetivo desta dissertação é analisar o potencial turístico da região de
Amarante, através da prática de desportos na natureza, tendo em conta a preservação e a
valorização dos espaços e dos recursos naturais.
Esta análise revela-se importante, num contexto em que formas alternativas de
turismo contribuem para a revitalização das regiões que foram perdendo
sustentabilidade económica ao longo dos anos. Desta forma, pode funcionar como uma
das soluções para o crescimento económico local.
Com recurso a inquéritos distribuídos aos residentes no concelho de Amarante,
aos turistas portugueses de visita ao concelho e aos praticantes de desporto, procurou-se
identificar os principais motivos da visita à região, os atributos que são mais
valorizados, bem como o interesse pela prática de atividades desportivas na natureza.
Os resultados mostram que o desenvolvimento de uma oferta turística que ajuste
o desenvolvimento económico da região à preservação e conservação dos espaços e
recursos naturais pode contribuir para a sustentabilidade de Amarante.
Códigos-JEL:Q26, Q56, Z29, Z32
Palavras-chave: Turismo Responsável, Sustentabilidade, Desporto
iv
Abstract
The objective of this dissertation is to analyze the tourist potential of the
Amarante region, through the practice of sports in nature, taking into account the
preservation and appreciation of spaces and natural resources.
This analysis proves to be important in a context where alternative forms of
tourism contribute to the revitalization of regions that have been losing economic
sustainability over the years. In this way, it can act as one of the solutions for local
economic growth.
Based on surveys distributed to residents in the city of Amarante, Portuguese
tourists visiting the municipality and sports practitioners, the aim was to identify the
main reasons for the visit to the region, the attributes that are most valued, as well as the
interest in practice sports activities in nature.
The results show that the development of a tourism supply that adapts the
economic development of the region to the preservation and conservation of natural
spaces and resources can contribute to the sustainability of Amarante.
JEL-codes: Q26, Q56, Z29, Z32
Key-words: Responsible tourism, Sustainability, Sports
v
Índice
Nota biográfica ................................................................................... .….……...........i
Agradecimentos ........................................................................................................ ii
Resumo .................................................................................................................... iii
Abstract .................................................................................................................... iv
Índice de quadros .................................................................................................... vii
Índice de figuras ..................................................................................................... viii
Índice de gráficos……………………………………………………………………...ix
Introdução ................................................................................................................. 1
1. Turismo, Desporto e Sustentabilidade ................................................................….4
1.1. Breve caracterização e importância do setor turístico…………………......….....4
1.2. Turismo de desporto como agentes de desenvolvimento sustentável………..….5
1.3. Sustentabilidade so setor turístico…………………..……………..………..........7
1.4. Desportos de Natureza………...................................……………..……….........9
2. Turismo Responsável .......................................................................................... 12
2.1. Turismo Sustentável ....... ………………………………………………………12
2.2. Ecoturismo ..................................................................................................... 14
2.3. Turismo de Natureza .. …………………………………………………………16
2.4. Turismo Ativo ............ …………………………………………………………18
2.5. Síntese........................ …………………………………………………………19
3. Caracterização da região de Amarante ................................................................. 20
3.1. O concelho de Amarante ………………………………………………………20
3.2. Atrativos Naturais da região………...……………………………....……...…..21
3.3. Atrativos Culturais da região ... …..……………………………………………23
3.4. Eventos Desportivos ... …………………………………………………………25
3.5. Síntese........................ …………………………………………………………26
4. Metodologia ........................................................................................................ 27
4.1. Técnica de recolha de informação.. ……………………………………………27
4.2. Caracterização da amostra . ……………………………………………………28
5. Apresentação e discussão dos resultados .............................................................. 29
5.1. Inquérito 1 – Residentes no concelho de Amarante…………...………….........29
5.2. Inquérito 2 – Turistas portugueses de visita ao concelho de Amarante……..…40
vi
5.3. Inquérito 3 – Praticantes de desportos no concelho de Amarante…….………..56
5.4. Análise multivariada dos inquéritos…………………………….…….……...…64
5.4.1. Correlação…………………………………………………………………….. 64
5.4.2. Análise em componentes principais ............................................................... 69
5.5. Breve discussão dos resultados ……...……………………….………..…..…..73
5.6. Análise SWOT …………………...…...………………………………..........…73
6. Conclusão ............................................................................................................ 77
Referências bibliográficas ...................................................................................... .80
Anexos .................................................................................................................... 86
Anexo I – Inquérito aos residentes no concelho de Amarante .................................. 87
Anexo II – Inquérito aos turistas portugueses de vista ao concelho de Amarante...... 88
Anexo III – Inquérito aos praticantes de desporto no concelho de Amarante ............ 89
Anexo IV – Folheto informativo de Amarante ......................................................... 90
vii
Índice de quadros
Quadro 1 – Atividades classificadas como Desportos de Natureza……........................11
Quadro 2 – Ideais principais dos conceitos: Turismo Sustentável, Ecoturismo, Turismo
de Natureza e Turismo Ativo……………………………..............................................19
Quadro 3 – Distribuição dos inquéritos……………………...........................................28
Quadro 4 – Sugestão de locais de interesse turístico……...............................................39
Quadro 5 – Nacionalidade…………………………………...........................................40
Quadro 6 – Coeficiente de correlação de Spearman relativo ao inquérito respondido
pelos residentes no concelho de Amarante………………..............................................64
Quadro 7 – Coeficiente de correlação de Spearman relativo ao inquérito respondido
pelos turistas de visita ao concelho de Amarante……………........................................66
Quadro 8 – Coeficiente de correlação de Spearman relativo ao inquérito respondido
pelos praticantes de desporto no concelho de Amarante…………….............................68
Quadro 9 – Forças e Fraquezas…………………..….....................................................74
Quadro 10 – Oportunidades e Ameaças………..….......................................................75
viii
Índice de figuras
Figura 1 – Percurso do desporto e do turismo ao longo do tempo………………………7
Figura 2 – Enquadramento da cidade de Amarante…………………………………….20
Figura 3 – Logótipo Amarante Cidade Desportiva………………………………….....25
ix
Índice de gráficos
Gráfico 1 – Fatores de sustentabilidade turística…….......................................................8
Gráfico 2 – Género……………….…….........................................................................29
Gráfico 3 – Faixa Etária………….…….........................................................................29
Gráfico 4 – Grau de escolaridade……............................................................................30
Gráfico 5 – Situação profissional…...….........................................................................30
Gráfico 6 – Ocupação profissional…...….......................................................................31
Gráfico 7 – Nº de pessoas do agregado familiar…….....................................................31
Gráfico 8 – Rendimento médio mensal……...................................................................32
Gráfico 9 – Classificação da área de Amarante e arredores do rio Tâmega....................32
Gráfico 10 – Preocupação em reduzir e reciclar os resíduos……...................................33
Gráfico 11 – Distribuição de ecopontos na zona de residência……...............................33
Gráfico 12 – Preocupação em minimizar o consumo de água e energia…….................33
Gráfico 13 – A sensibilização da população para a preservaçao ambiental é
importante?......................................................................................................................34
Gráfico 14 – A sensibilização para a preservação ambiental por parte da Câmara
Municipal de Amarante é importante?............................................................................34
Gráfico 15 – Um turismo mais focado na Natureza pode ser uma atividade de potencial
crescimento na região de Amarante?...............................................................................35
Gráfico 16 – A região de Amarante tem condições e recursos para acolher atividades de
turismo associadas à Natureza?.......................................................................................35
Gráfico 17 – Já participou em algum evento associado ao desporto de natureza na
região?.............................................................................................................................36
Gráfico 18 – Atividades desportivas…….......................................................................36
Gráfico 19 – Como considera a divulgação dos eventos associados ao desporto de
natureza em Amarante?...................................................................................................37
Gráfico 20 – Tem conhecimento da existência de apoios, financeiros ou técnicos, para a
realização de eventos associados ao desporto de natureza?............................................37
x
Gráfico 21 – Aceitava pagar uma taxa ecológica na prática das atividades de desporto
de natureza, para apoiar o financiamento da qualidade/preservação ambiental do
local?................................................................................................................................38
Gráfico 22 – Montante justo a pagar ……......................................................................38
Gráfico 23 – Principais motivos para visitar a região de Amarante................................39
Gráfico 24 – Género……………….…….......................................................................40
Gráfico 25 – Faixa Etária…………….….......................................................................40
Gráfico 26 – Concelho/Distrito de residência…….........................................................40
Gráfico 27 – Classificação da área de habitação……....................................................41
Gráfico 28 – Grau de escolaridade…...….......................................................................41
Gráfico 29 – Situação profissional……..........................................................................42
Gráfico 30 – Ocupação profissional….….......................................................................42
Gráfico 31 – Nº de pessoas do agregado familiar……...................................................43
Gráfico 32 – Rendimento médio mensal…….................................................................43
Gráfico 33 – Frequência de deslocação em férias……...................................................44
Gráfico 34 – Com quem costuma viajar quando vai de férias?……...............................44
Gráfico 35 – Nº de pessoas com quem viaja……...........................................................45
Gráfico 36 – Já ouviu falar de alternativas ao turismo convencional, como Ecoturismo e
Turismo de Natureza?......................................................................................................45
Gráfico 37 – Que tipo de turismo pratica?......................................................................46
Gráfico 38 – Opção de viagem……….….......................................................................46
Gráfico 39 – Tipo de alojamento…..…….......................................................................47
Gráfico 40 – Procura destinos que envolvem o contacto com a Natureza?....................48
Gráfico 41 – Preocupação em preservar o ambiente do local que visita…….................48
Gráfico 42 – Preocupação em minimizar o consumo de água e energia…….................49
Gráfico 43 – Preocupação em reduzir os resíduos……..................................................49
Gráfico 44 – Quando viaja, pratica alguma atividade associada ao desporto de
natureza?..........................................................................................................................50
Gráfico 45 – Atividades desportivas…….......................................................................50
Gráfico 46 – Aceitava pagar uma taxa ecológica na prática das atividades de desporto
de natureza, para apoiar o financiamento da qualidade/preservação ambiental do
local?................................................................................................................................51
xi
Gráfico 47 – Montante justo a pagar…….......................................................................51
Gráfico 48 – Já visitou a região de Amarante?……........................................................52
Gráfico 49 – Nº de vezes que visitou……......................................................................52
Gráfico 50 – Principais motivos de visita à região de Amarante……............................53
Gráfico 51 – Atividades que já praticou ou gostaria de praticar na região de
Amarante…………………………..…….......................................................................54
Gráfico 52 – Atributos que mais valorizam a região de Amarante…….........................55
Gráfico 53 – Género………………….….......................................................................56
Gráfico 54 – Faixa Etária…………….….......................................................................56
Gráfico 55 – Concelho/Distrito de residência…….........................................................56
Gráfico 56 – Grau de escolaridade……..........................................................................57
Gráfico 57 – Situação profissional…...….......................................................................57
Gráfico 58 – Ocupação profissional….….......................................................................58
Gráfico 59 – Nº de pessoas do agregado familiar……...................................................58
Gráfico 60 – Rendimento médio mensal…….................................................................59
Gráfico 61 – Com que frequência pratica desporto?……...............................................59
Gráfico 62 – Com quem costuma praticar?…….............................................................60
Gráfico 63 – Atividade/modalidade desportiva frequentemente praticada……...…......60
Gráfico 64 – Associação/clube…………........................................................................60
Gráfico 65 – Nome da Associação/clube……................................................................60
Gráfico 66 – Aceitava pagar uma taxa ecológica na prática das atividades de desporto
de natureza, para apoiar o financiamento da qualidade/preservação ambiental do
local?................................................................................................................................61
Gráfico 67 – Montante justo a pagar…….......................................................................61
Gráfico 68 – Atividades experimentadas……................................................................62
Gráfico 69 – Atividades que gostaria de experimentar em Amarante…….....................62
Gráfico 70 – Uma forma de cativar praticantes para as atividades desportivas, passa pela
preocupação com um estilo de vida saudável?................................................................63
Gráfico 71 – Uma maior aposta em programas turísticos associados ao desporto em
contacto com a Natureza seria positivo para Amarante?.................................................63
Gráfico 72 – Representação dos resultados relativos ao inquérito aos residentes no
concelho de Amarante………………….........................................................................70
xii
Gráfico 73 – Representação dos resultados relativos ao inquérito aos turistas nacionais
de visita ao concelho de Amarante……..........................................................................71
Gráfico 74 – Representação dos resultados relativos ao inquérito aos praticantes de
desporto no concelho de Amarante…….........................................................................72
1
Introdução
O setor turístico é dos principais setores económicos em todo o mundo, sendo
muito importante para o desenvolvimento em muitas regiões (Rosa, 2013). Para garantir
esse desenvolvimento, é fundamental a existência de recursos ambientais que apoiem as
suas atividades (Williams e Ponsford, 2009). Deste modo, associado ao turismo, está
cada vez mais presente o valor ecológico e a procura de ambientes naturais com recurso
a atividades que proporcionem o contacto com a natureza (Pons, 2016).
Para aproveitar os recursos turísticos existentes nas regiões e valorizar os seus
impactes económicos, sociais e ambientais, têm surgido, ao longo das últimas décadas,
iniciativas de desenvolvimento de um turismo mais sustentável (Williams e Ponsford,
2009).
Atualmente é cada vez maior a diversidade de motivações de viagem, o aumento
de preferência por férias mais ativas, a escolha de locais equilibrados, que
proporcionem um maior contacto, tanto com a cultura, como com a natureza, podendo
ainda usufruir de experiências de maior qualidade.
Segundo Bessy e Mouton (2004), os espaços naturais e as práticas desportivas
de ar livre são fatores presentes nas motivações de viagem. O aumento pela prática de
atividades de ar livre aparece, geralmente, associado ao desenvolvimento das várias
formas turísticas ditas responsáveis, que têm a natureza como objeto principal.
O Turismo de Portugal (2015) mostra que nos últimos anos, a atividade turística
tem-se adaptado às constantes motivações dos indivíduos, relativamente à forma como
pretendem usufruir do seu tempo livre, em consequência da rotina instalada no dia-a-
dia.
O setor do turismo está em constante concorrência, sendo por isso, essencial
uma mudança. A inovação é importante para o desenvolvimento da oferta turística,
correspondendo nos dias de hoje, ao fator-chave de um destino turístico (Turismo de
Portugal, 2015).
Reflete-se então, uma nova tendência de turismo. O turista atual é, em termos de
qualidade, mais exigente e essa qualidade inclui a sustentabilidade, derivada de uma
maior consciência ambiental.
2
Com o desenvolvimento de práticas turísticas mais preocupadas com a atual
situação ambiental, a prática de atividades desportivas pode também surgir como fator
potencial de desenvolvimento de uma determinada região, não implicando
necessariamente uma deterioração do meio.
A ação conjunta de integração dos desportos de natureza no desenvolvimento
sustentável, apesar de ser diferente de local para local, associa-se aos novos conceitos
turísticos, permitindo novos desafios e, portanto, um novo lugar no mercado (Bessy e
Mouton, 2004).
Nota-se uma afluência por parte de turistas portugueses e até estrangeiros nos
últimos anos, à região de Amarante, o que parece indicar que, de um modo geral, há
uma maior atratividade turística de algumas regiões do interior do país, que não existia
anteriormente na mesma magnitude.
Tendo o setor do turismo, em geral, um papel determinante no desenvolvimento
económico do país, e em particular, na cidade de Amarante, torna-se importante
perceber se os desportos de natureza são um bom segmento de mercado para apostar,
bem como, o que pode e/ou deve ser melhorado para aumentar as ofertas turísticas,
aumentando assim, o número de turistas, através, por exemplo, da procura de uma
determinada atividade desportiva ou de um determinado espaço natural ou cultural.
Amarante é uma cidade pequena, agradável e com um património natural
relativamente bem preservado nos seus arredores (dentro das fronteiras do concelho).
Neste contexto, o presente estudo visa analisar o potencial turístico da região de
Amarante, através da prática de desportos, preservando e valorizando os espaços e os
recursos naturais. Procura também fazer uma reflexão sobre possíveis estratégias de
crescimento alternativas, na área do turismo sustentável, avaliando a sustentabilidade
económica, social e ambiental das mesmas.
Surge então, a seguinte questão de investigação principal:
A oferta turística associada às atividades de desporto na natureza
funciona como estratégia de competitividade na região de Amarante,
sendo, nesta oferta, valorizados os recursos naturais?
Com recurso à análise das respostas a inquéritos, dadas por indivíduos de três
populações alvo distintas (residentes no concelho de Amarante; turistas portugueses de
visita à região de Amarante; e praticantes de desporto no concelho de Amarante),
3
pretende-se analisar a interação das atividades turísticas e dos desportos de natureza,
bem como a possibilidade da sua utilização como estratégia para aumentar a
competitividade da região.
A presente dissertação será estruturada da seguinte forma:
no primeiro capítulo, é apresentado um breve enquadramento do setor do
turismo, descrevendo a importância da atividade turística e desportiva; é
também apresentado uma abordagem para a prática de atividades que
envolvem o contacto com a natureza, designadas desportos de natureza;
no segundo capítulo, analisa-se a evolução das práticas de turismo
alternativas, tendo em conta o contacto com os recursos naturais e o
desenvolvimento das comunidades locais;
no terceiro capítulo, caracteriza-se brevemente a área em foco, o
concelho de Amarante, descrevendo os principais atrativos naturais e
culturais da região;
no quarto capítulo, é exposta a metodologia utilizada neste trabalho,
sendo definido o método de investigação utilizado no estudo, bem como
todos os procedimentos para o tratamento dos dados;
o quinto capítulo procede à apresentação e discussão dos resultados
obtidos.
no sexto capítulo, são apresentadas as principais conclusões do trabalho,
tendo em conta os objetivos propostos e a identificação de problemas e
lacunas de investigação efetuada; são igualmente apresentadas as linhas
principais para possíveis futuros trabalhos sobre este tema na região.
4
1. Turismo, Desporto e Sustentabilidade
1.1. Breve caracterização e importância do setor turístico
Para Rosa (2013), a importância do setor turístico é mundialmente reconhecida,
pois, é um dos principais setores económicos em muitas regiões, constituindo-se, assim,
um indicador de desenvolvimento económico mundial.
Uma indústria de turismo bem gerida e promovida garante muitas vantagens
para a região onde o turismo se desenvolve, apoiando e estimulando as economias
locais (Dziuba, 2016).
O setor do turismo tem vindo a desenvolver-se em grande escala nas últimas
décadas. Em 2010, 940 milhões de viajantes foram registados em todo o mundo,
mostrando um aumento de 9,9% em relação a 2009 (Sezgin e Gumus, 2016), o que
permitiu um impacte significativo a nível económico, envolvendo atividades de
comércio de bens e serviços de artesanato e restauração. É de notar, que o
desenvolvimento deste setor oferece benefícios económicos. No entanto, a este rápido
crescimento estão associados também, impactes negativos sociais e ambientais, como
por exemplo, degradação ambiental, perda de património cultural e destruição de
infraestruturas (Buckley, 2012; Yazdi, 2012; Dziuba, 2016; Sezgin e Gumus, 2016).
O setor turístico representa cerca de 5% das emissões globais de CO2, mas, este
valor pode ser mais elevado (até 14%), se tivermos em conta o aquecimento causado
pelo CO2 e outros gases de efeito estufa. Previsões indicam, que em 2035 e se nenhuma
ação for tomada, a emissão de CO2 causada pelo turismo seja três vezes superior à de
hoje (CREST, 2016). Deste modo, este setor tem a responsabilidade de promover
práticas mais sustentáveis, sendo importante uma atuação urgente, focalizada, de forma
a minorar esta situação (Williams e Ponsford, 2009).
Nos dias de hoje, a atividade turística necessita de recursos naturais, mas,
garantir a proteção dos mesmos é igualmente importante para manter a integridade
ecológica. Para isso, são necessárias abordagens coletivas, em que o debate sobre os
desafios ambientais e sustentáveis sejam o foco (Williams e Ponsford, 2009).
5
Desta forma, o investimento em áreas naturais mostra uma nova relação com a
natureza, que ajuda na valorização dos territórios e no desenvolvimento económico
(Bessy e Mouton, 2004).
A nível nacional, um dos objetivos do setor do turismo para 2020 é tornar
Portugal um destino ágil e dinâmico, ou seja, criar condições para que as receitas
obtidas no setor privado cresçam, sendo para isso essencial a garantia de condições de
competitividade, para melhorar as propostas de oferta, responder às motivações da
procura e investir na qualificação da atividade. Neste contexto, em que surgem novos
produtos, o sucesso e a capacidade de criar propostas diferentes para atrair os turistas
são a base da mudança (Turismo de Portugal, 2015; Santos, 2012).
Segundo o relatório “Estatísticas do Turismo 2016”, verificou-se que em 2016
se realizaram 20,2 milhões de deslocações turísticas (mais 5,4% em relação a 2015), das
quais 18,2 milhões em território nacional (INE, 2017).
1.2. Turismo de desporto como agentes de desenvolvimento sustentável
O desenvolvimento de produtos turísticos que sejam capazes de ajustar o
desenvolvimento económico local à preservação dos recursos naturais, contribuindo
ainda para a revitalização das regiões que, ao longo dos anos, foram perdendo
sustentabilidade económica, é fundamental nos dias de hoje, logo, o turismo pode ser
visto como um agente de desenvolvimento sustentável (Ramos, 2014).
O conceito de desenvolvimento sustentável foi divulgado em 1987 após a
publicação do Relatório Brundtland, onde surgiu a definição do conceito, mais
conhecida como "um desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem
comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias
necessidades" (Bessy e Mouton, 2004).
A ideia de desenvolvimento sustentável progrediu de forma a envolver todas as
atividades económicas, estando por isso também incluídas as atividades do setor do
turismo.
Segundo Cocossis (1996) (cfr. Butler, 1999), a interpretação do turismo no
contexto do desenvolvimento sustentável pode ser feita de, pelo menos, três maneiras
diferentes: do ponto de vista setorial, envolvendo a sustentabilidade económica do
6
turismo; do ponto de vista ecológico, dando importância à necessidade de um turismo
ecologicamente sustentável; e do ponto de vista da viabilidade a longo prazo,
reconhecendo a competitividade crescente dos destinos turísticos.1
Relativamente à importância do desporto, tal como o turismo, o desporto
também funciona como um mecanismo impulsionador de desenvolvimento sustentável,
pois promove a conservação dos recursos naturais e culturais, através de uma gestão
adequada.
No âmbito da Carta Europeia do Desporto, o Conselho da Europa definiu
desporto como
“todas as formas de atividades físicas que, através de uma participação
organizada ou não, têm por objetivo a expressão ou o melhoramento da condição
física e psíquica, o desenvolvimento das relações sociais ou a obtenção de
resultados na competição a todos os níveis” (Conselho da Europa, 1992, p. 2).
O desporto é uma importante dimensão na sociedade nos dias de hoje, que
procura cada vez mais afirmar-se. A interligação entre turismo e desporto é um fator em
desenvolvimento (Rosa, 2013).
Para que esta interação funcione, é necessário a criação de estratégias entre os
vários setores, nomeadamente, turismo, desporto e ambiente. Desta forma, as autarquias
locais, por exemplo, são as principais entidades responsáveis para garantir o
desenvolvimento e a divulgação, bem como uma aproximação à comunidade local
(Cortinhas, 2016).
Em suma, Carvalho e Lourenço (2009) afirmam que o desporto e o turismo
tiveram origem na revolução industrial, mantendo desde esse período uma evolução
individual mas em simultâneo. Os mesmos afirmam, que o desporto e o turismo têm
sofrido modificações, e por isso, destacam quatro fatores fundamentais que mostram os
contextos sociais da mudança e do desenvolvimento destes dois setores na sociedade
atual:
1 O conceito de desenvolvimento sustentável envolve várias dimensões: económica, social e ambiental
que interligadas entre si se complementam.
7
“a) a concentração das populações em torno dos centros urbanos; b) o
aumento da duração do tempo de lazer; c) o aumento do poder de compra; d) o
desenvolvimento dos meios de transporte” (Carvalho e Lourenço, 2009, p.3).
Como consequência desta evolução, era de esperar o cruzamento dos seus
percursos (Figura 1). Deste modo, segundo Carvalho e Lourenço (2009) e Cortinhas
(2016), o turismo e o desporto desenvolveram-se ao longo do tempo como um sistema
aberto e dinâmico.
Na Figura 1, pode-se observar a zona onde as duas atividades se sobrepõem, o
que mostra que os pontos em comum entre desporto e turismo têm aumentado ao longo
do tempo.
Figura 1 – Percurso do desporto e do turismo ao longo do tempo.
Fonte: Carvalho e Lourenço (2009).
1.3. Sustentabilidade do setor turístico
O turismo apresenta impactes tanto positivos como negativos a nível económico,
social e ambiental.
Atualmente é raro desenvolver políticas turísticas sem ter em conta os princípios
de sustentabilidade, porque os recursos estão cada vez mais frágeis e escassos, logo, a
continuidade dos mesmos só é garantida através do equilíbrio (Martínez et al., 2011).
8
Valdés e Martínez (2015) afirmam que a sustentabilidade está em constante
desenvolvimento, o que permite mudanças favoráveis a longo prazo.
Para Camilo e Bahl (2017), o turismo deve participar ativamente na estratégia de
desenvolvimento sustentável, garantindo assim, a sustentabilidade dos recursos culturais
e naturais.
A sensibilização para a sustentabilidade no turismo pode ser influenciada através
da aproximação e do envolvimento das comunidades locais nas atividades. Uma das
formas de promover esta aproximação é através da integração da identidade de cada
região na proposta de valor do turismo, criando condições para a valorização dos ativos
regionais (Turismo de Portugal, 2010).
A sensibilização do turista é igualmente importante, pois torna-o responsável
nas mudanças de hábitos, na valorização e na preservação dos destinos turísticos que
escolhe para visitar (Turismo de Portugal, 2010).
Tendo em conta o desenvolvimento sustentável, a sustentabilidade turística
envolve, em geral, os seguintes fatores: economia, sociedade, cultura e ambiente
(Gráfico 1). Para que se estabeleça uma ligação e um equilíbrio entre eles, a
responsabilidade é uma vertente presente em todos os fatores.
Gráfico 1 – Fatores de sustentabilidade turística
Fonte: Elaboração própria
A sustentabilidade no turismo envolve a conservação de recursos naturais e a
procura de equilíbrio entre os fatores económicos, sociais, culturais e ambientais
Sustentabilidade
Responsabilidade
Economia Sociedade Cultura Ambiente
9
(Gráfico 1). Desta forma, a proteção de áreas naturais, o planeamento local e a gestão
ambiental são indicações fundamentais para o desenvolvimento sustentável de uma
determinada região (Valdés e Martínez, 2015).
A proteção da integridade ecológica de um destino turístico é uma das
características para garantir a competitividade sustentável a longo prazo (Williams e
Ponsford, 2009).
É importante construir uma parceria entre as áreas naturais e todos aqueles que
possuem uma função importante no desenvolvimento do turismo numa dada região,
com o objetivo específico de estabelecer os princípios de desenvolvimento sustentável.
Isto, segundo Bramwell & Lane (1999) (cfr. Martínez et al., 2011), permite alcançar a
satisfação dos turistas, dos habitantes e dos operadores turísticos a nível ambiental, sem
nunca esquecer o desenvolvimento económico dos locais. Esta parceria inicia-se a partir
do planeamento de uma estratégia que estabelece objetivos como a conservação e
valorização do património; o desenvolvimento económico e social; a melhoria da
qualidade de vida dos habitantes; a gestão do fluxo de turistas e o aumento da qualidade
da oferta turística (Maluly e Filho, 2011).
Desta forma, Martínez et al. (2011) afirmam que a colaboração de todos os
setores é essencial para garantir a sustentabilidade de um destino turístico.
1.4. Desportos de Natureza
A utilização de zonas naturais como destino de férias ou local de realização de
atividades desportivas é uma realidade em desenvolvimento, permitindo uma
aproximação à natureza. Desta forma, segundo Sarmento (2012), o usufruto da natureza
apresenta diferentes possibilidades.
O aumento pela prática de atividades de ar livre aparece associado ao
desenvolvimento do turismo de natureza, que tem como objeto de atividade turística a
própria natureza.
Em Portugal, a prática de atividades de ar livre tem aumentado
significativamente, destacando-se a procura de atividades que envolvam experiências
diferentes, associadas a uma maior consciência ambiental relativamente a uma grande
diversidade de recursos naturais. São muitas as atividades que nos dias de hoje estão ao
10
dispor do público, seja na terra, na água ou no ar. A região Norte dispõe de um
diversificado conjunto de recursos de elevado interesse turístico para a prática destas
atividades (Turismo de Portugal, 2015).
O crescimento da procura dos desportos na natureza é um sinal de valorização
da mesma. No entanto, a principal ameaça à integridade ecológica é o uso humano, pois
existem riscos associados a esse crescimento (Rosa e Carvalhinho, 2012), logo é
necessário uma maior consciencialização ambiental (Melo, 2003).
Como já foi referido anteriormente, o fenómeno “desporto” desenvolveu-se num
sentido em que este recorreu aos serviços de outros setores, nomeadamente do setor
turístico. O mesmo aconteceu com o turismo, pois cresceu num sentido que tornou
vantajoso a utilização dos serviços e dos conhecimentos da vertente desportiva no
âmbito da atividade turística (Carvalho e Lourenço, 2009).
Para Melo (2003) os desportos de natureza definem-se pelo espaço em que se
praticam, pois envolvem necessariamente um ambiente natural (ou em paisagens
humanizadas com forte componente natural).
As atividades desportivas na natureza contribuem para a consciencialização da
degradação ambiental e sensibiliza para a preservação dos recursos através de um maior
conhecimento do contacto entre turismo, desporto e ambiente.
O Decreto Regulamentar n.º 18/99, de 27 de agosto (alterado pelo Decreto
Regulamentar n.º 17/2003, de 10 de outubro), no artigo 3º, nº 3, explicita as atividades
que são enquadradas no âmbito do desporto de natureza (Quadro 1).
Os desportos de natureza podem representar o segmento de mercado que mais
cresce em termos económicos, porque a sua procura reflete-se tanto a nível local como
turístico. Desta forma, é importante desenvolver políticas desportivas que integrem os
vários níveis envolvidos (Bessy e Mouton, 2004).
A procura de atividades desportivas em contacto com a natureza é uma
tendência atual e crescente. Este facto permitirá o desenvolvimento de novos empregos,
potenciando a economia de uma dada região e a conservação da natureza através da
educação ambiental.
11
Quadro 1 – Atividades classificadas como Desportos de Natureza
Terra Ar Água
Pedestrianismo Balonismo Canoagem
Montanhismo Parapente Remo
Orientação Asa-delta sem
motor Vela
Escalada Surf
Rapel Windsurf
Espeleologia Mergulho
Bicicleta todo o
terreno (BTT) Rafting
Hipismo Hidrospeed
Paintball
Fonte: Elaboração própria com base no Decreto Regulamentar n.º 18/99, de 27 de
agosto (alterado pelo Decreto Regulamentar n.º 17/2003, de 10 de outubro)
12
2. Turismo Responsável
O turismo responsável implica o envolvimento da responsabilidade nas
atividades em que coopera (Gráfico 1). No presente trabalho, surge como um turismo
alternativo ao turismo de massas, não pretendendo eliminá-lo, mas sim, torná-lo mais
sustentável, envolvendo fatores, como a conservação, a sustentabilidade, a educação e a
cooperação (Bjork, 2000; Martínez et al., 2011Cheia, 2013).
Para Bustam et al. (2012), a educação permite simplificar a compreensão do
ambiente natural entre a comunidade local e os turistas, possibilitando a promoção de
práticas de comportamentos responsáveis. A educação ambiental é transmitida pela
interpretação, ou seja, a interpretação funciona como um veículo através do qual a
comunidade local e os turistas podem ser informados. Deste modo, a interpretação
representa a herança histórica, cultural e natural de um dado local.
Abordagens diversificadas e um prévio planeamento são essenciais para abordar
os desafios ambientais e sustentáveis (Williams e Ponsford, 2009).
Ao longo dos anos, várias foram as perspetivas para definir os conceitos de um
turismo responsável. Existem vários estudos sobre o desenvolvimento desta temática,
em que descrevem conceitos como turismo sustentável, ecoturismo, turismo de natureza
e turismo ativo, explicando as razões do seu aparecimento, a sua diferenciação, bem
como a evolução constante ao longo das últimas décadas (Butler, 1999; Juric et al.,
2002; Bessy e Mouton, 2004; Wurzinger e Johansson, 2006; Martínez et al., 2011;
Buckley, 2012; Yazdi, 2012; Cobbinah, 2015).
2.1. Turismo Sustentável
O desenvolvimento do turismo de forma sustentável implica a realização de
ações que sejam economicamente viáveis, socialmente justas e ecologicamente corretas
a longo prazo (Neves e Mateus, 2015; Camilo e Bahl, 2017).
Com o aparecimento de noções de boas práticas ambientais, surge o termo
turismo sustentável, que reflete três princípios fundamentais: sustentabilidade ecológica,
social e cultural (Yazdi, 2012). Deste modo, o turismo sustentável pode ser visto como
13
um tipo de turismo onde são aplicados princípios de sustentabilidade (Diamantis e
Ladkin, 1999; Wurzinger e Johansson, 2006; Neves e Mateus, 2015).
“O turismo sustentável pode ser considerado como um turismo que gere todos
os recursos, para que as necessidades económicas e sociais possam ser cumpridas,
mantendo a integridade cultural, os processos ecológicos e a diversidade biológica”
(CREST, 2016, p. 1).
Dziuba (2016) vai ao encontro da definição anterior, afirmando que este é um
turismo que respeita o dia-a-dia da população local, o património cultural e o meio
ambiente em que se desenvolve, criando uma ligação entre si.
Umas das problemáticas subjacentes ao turismo mais sustentável é a falta de
compreensão do termo a nível local, o que não permite uma divulgação correta dos
produtos e serviços, bem como a perceção real dos impactes económicos e ambientais
locais (Wunder, 2000; Williams e Ponsford, 2009; Buckley, 2012).
Este tipo de turismo tem em consideração os problemas económicos, sociais e
ambientais dos territórios, permitindo assim, uma maior interação entre os turistas e os
habitantes (Buckley, 2012). Deste modo, Yazdi (2012) enfatiza que o objetivo é garantir
experiências positivas tanto para os turistas como para a população local.
Ainda, para Yadzi (2012), o turismo sustentável assenta em três características
básicas: qualidade, continuidade e equilíbrio, ou seja, assegura aos turistas e à
população local experiências de qualidade protegendo também a qualidade do ambiente;
garante a continuidade dos recursos naturais para posterior uso das gerações futuras; e
ainda, equilibra as exigências da indústria do turismo, dos defensores do ambiente e da
população local.
O desenvolvimento do turismo sustentável (Williams e Ponsford, 2009) exige a
participação de todas as partes interessadas e de uma forte liderança política. Os
mesmos autores afirmam, que o futuro do turismo sustentável depende de ações
ambientais conscientes, que têm em consideração, por exemplo, a preservação dos
locais, a quantidade de resíduos produzidos e o consumo de água e energia, permitindo
uma procura por produtos turísticos mais ecológicos e sustentáveis.
14
Assim sendo, o turismo sustentável é um objetivo que se destina a ser alcançado,
podendo ser aplicado em todas as formas de turismo, independentemente da oferta
turística (Martínez et al., 2011).
Segundo Diamantis e Ladkin (1999), por vezes é usado como uma imagem para
representar todos os produtos turísticos “verdes”, pretendendo encontrar uma posição de
equilíbrio entre todos os atores envolvidos (Valdés e Martínez, 2015).
2.2. Ecoturismo
O contacto com a natureza é cada vez mais uma opção para turistas que
procuram experiências diferentes, com uma vertente mais ecológica.
O aparecimento do ecoturismo está ligado às preocupações com o ambiente e
recursos naturais, estando também associado ao conceito de desenvolvimento
sustentável (Cobbinah, 2015).
Wunder (2000) tenta combinar a responsabilidade ambiental com a criação de
benefícios locais, fornecendo um incentivo para o desenvolvimento e conservação local.
Para ele, o ecoturismo corresponde a um eco rótulo de turismo natural.
A primeira definição de ecoturismo foi desenvolvida por Ceballos-Lascurain em
1987, em que o anuncia como uma
“viagem para áreas naturais relativamente não perturbadas ou não
contaminadas por fatores humanos, com o objetivo específico de estudar, admirar
e apreciar a paisagem, as suas plantas e animais selvagens, bem como quaisquer
características culturais existentes nessas áreas (tanto do passado como do
presente)” (Diamantis e Ladkin, 1999, p. 39; Bjork, 2000, p. 190; Cheia, 2013, p.
57).
De acordo com Cordeiro et al. (2017), o foco principal do ecoturismo é o
ambiente natural, sendo visto como uma solução de desenvolvimento sustentável para a
conservação do património natural e cultural e como dinamização das regiões locais.
O ecoturismo é considerado uma modalidade de turismo que é mais sustentável
(Buckley, 2012), sendo garantida por melhores práticas de promoção dos produtos,
15
como por exemplo, a compra de bens e serviços locais, - proporcionando a divulgação
dos mesmos, os benefícios económicos e oportunidades de emprego - o uso de materiais
recicláveis e até a dimensão do grupo de viagens para respeitar a capacidade de carga
das áreas locais (Wurzinger e Johansson, 2006; Bustam et al., 2012; Neves e Mateus,
2015;
Além disso, pode ser entendido como uma forma de turismo que implica, a
interação e o respeito pelos recursos naturais, ao mesmo tempo que promove o
desenvolvimento das comunidades locais (Yadzi, 2012; Pons, 2016).
Bjork (2000) afirma que o ecoturismo tornou-se mais conhecido por três razões:
a primeira, pelo facto dos mercados turísticos terem-se tornado mais ecológicos, a
segunda, devido ao conhecimento crescente da instabilidade atual do meio ambiente,
por exemplo, a problemática das alterações climáticas, e a terceira, pela existência da
relação entre boa ecologia, boa economia. O mesmo, ainda diz que o ecoturismo não é
um turismo de natureza ou de aventura.
Ainda, segundo Tickell (1994) (cfr. Cheia, 2013 p. 57), o ecoturismo é uma
“viagem para desfrutar da diversidade da vida natural e da cultura
humana sem causar dano a nenhum deles”,
ou seja, é visto como uma forma de turismo que pode preservar os componentes
naturais e culturais.
Numa das suas versões mais recentes, a Sociedade Internacional de Ecoturismo
(The International Ecotourism Society - TIES) – entidade que procura valorizar e
promover o ecoturismo - considera que este é definido como uma
“viagem responsável para áreas naturais que preserva o meio ambiente,
sustenta o bem-estar da comunidade local e envolve interpretação e educação”
(The International Ecotourism Society, 2015).
Também a Comunidade Internacional de Ecoturismo define o conceito como um
tipo de viagem em que a comunidade protege o meio ambiente, assegura o seu bem-
estar e tem sensibilidade para com as áreas naturais locais (Sezgin e Gumus, 2016).
16
A perceção deste conceito tem sofrido várias alterações nas últimas décadas,
sendo essencialmente definido com base na conservação e educação ambiental; nos
benefícios socioeconómicos; na sustentabilidade ética/responsabilidade e ainda na
preservação cultural (Cobbinah, 2015).
Para Valdés e Martínez (2015), não é apenas um segmento de mercado, mas sim
um modelo de turismo que envolve uma maior preocupação com o meio ambiente e
uma procura pelo desenvolvimento económico e social.
O ecoturismo tem registado um aumento notável, resultado do desenvolvimento
sustentável (Cordeiro et al., 2017).
De um modo geral, as abordagens teóricas deste conceito têm a característica de
se basearem na natureza, nas áreas mais sensíveis, na preocupação com a conservação e
proteção ambiental. Desta forma, o ecoturismo pode ser um meio importante para
promover o desenvolvimento económico e social das comunidades, ao mesmo tempo
que gera recursos para a preservação e conservação de bens naturais e culturais (Juric et
al., 2002; Wood, 2002; Yazdi, 2012; Cheia, 2013; Bustam et al., 2015; Cobbinah,
2015). No entanto, alguns autores como Bjork (2000) afirmam que a múltipla
interpretação do conceito pode ser razão para a sua rejeição.
É um facto, que ao comparar as noções de ecoturismo entre elas, algumas
limitações surgem, pois há uma variedade de definições e conceitos que foram
introduzidos para descrever este fenómeno. Uma única definição aceite de ecoturismo, é
dificultada pelo facto de existirem semelhanças com outros tipos de turismo, como o
turismo de natureza, turismo de aventura, turismo ativo, entre outros.
2.3. Turismo de Natureza
De acordo com o Decreto-Lei nº 108/2009, de 15 de maio, o turismo de natureza
é referido como atividades de animação turística desenvolvidas em áreas protegidas -
também conhecidas como áreas classificadas - ou em outras áreas com valores naturais,
que são reconhecidas como tal pelo Instituto de Conservação da Natureza e da
Biodiversidade (ICNB). Contudo, o turismo de natureza não se fixa apenas a atuar
nessas áreas, pois pode atuar em todas as áreas consideradas naturais.
17
O turismo de natureza segundo Ingram e Durst (1987) (cfr. Weaver, 2001) é
uma viagem que envolve o uso dos recursos naturais de uma determinada área sem os
degradar ou esgotar, que está ligado à biodiversidade e à realização de atividades em
natureza.
Este é um tipo de turismo que permite apreciar o património natural,
arquitetónico, paisagístico e cultural, de forma a criar um produto turístico integrado e
diversificado (Bessy e Mouton, 2004).
Numa perspetiva de curto e médio prazo, Portugal deve centrar esforços na
criação e na melhoria das condições, por exemplo, acessibilidade e informações de
atividades turísticas, com vista tanto à procura interna como externa (Alves, 2010).
É de salientar que cerca de 21% do território em Portugal é constituído por áreas
classificadas com valores naturais e de biodiversidade a nível da fauna, flora e
paisagem, tendo por isso, uma elevada oferta de atividades enquadradas no turismo de
natureza (ICNB, 2017).
Segundo os resultados de um estudo realizado por THR2 para o Turismo de
Portugal (2006), o turismo de natureza apresenta fatores básicos (fundamentais para
garantir a presença no mercado) e fatores chave (para alcançar o sucesso e uma elevada
vantagem competitiva). Exemplos de fatores básicos são a diversidade de recursos
naturais, boas acessibilidades e a limpeza e conservação das áreas. No entanto, para
garantir o êxito de um destino turístico, é necessário muito mais que uma diversidade de
recursos, ou seja, os recursos devem estar organizados, através de regulamentação
rigorosa para proteger e conservar os locais e deve ainda existir uma oferta variada de
atividades que podem ser desenvolvidas naqueles locais.
O mesmo estudo atribui ao Turismo de Natureza, dois mercados: o mercado de
natureza soft e o mercado de natureza hard. O mercado de natureza soft envolve a
prática de atividades ao ar livre de baixa intensidade (por exemplo, percursos pedestres,
observação da fauna e flora, entre outros), representando cerca de 80% das viagens. O
mercado de natureza hard envolve a experiência de atividades ao ar livre de alta
intensidade (por exemplo, rafting, entre outros) (Turismo de Portugal, 2006).
Convém finalmente referir que “turismo de natureza” é também diferente de
“turismo de aventura”, que consiste numa atividade que ocorre num local considerado
2 THR (Asesores en Turismo Hotelería y Recreación, S.A.).
18
geralmente remoto ou selvagem, que tende a ser associado a níveis elevados de
aventura, ao ar livre, envolvendo um elevado esforço físico e risco (Diamantis e Ladkin,
1999; Bjork, 2000).
2.4. Turismo Ativo
Para Aspas (2000) (cfr. Alves, 2010) e Sarmento (2012), o turismo ativo
consiste em um turismo que ocorre em contacto com a natureza, que utiliza os recursos
naturais, envolvendo a participação ativa dos indivíduos. Este é motivado para a
realização de desportos, numa área natural, como zonas de montanha, rios ou zonas
costeiras adequadas.
De acordo com Higman (2005) (cfr. Alves, 2010), um dos principais motivos
que leva as pessoas a viajar para um determinado local é participar ou experimentar
atividades desportivas.
Desta forma, o turismo ativo pode ser definido como
“viagens de entretenimento, educação ou desporto, que correspondem às
exigências do turismo ativo. Podemos afirmar que o turismo ativo consiste em
desportos relacionados com o país, a educação/turismo e a cultura, que incorpora
de alguma forma a atividade do turista” (Vorauskait, 2005) (cfr. Alves, 2010,
p.36).
Sarmento (2012) afirma que este tipo de turismo deve ser um exemplo de
respeito ao meio ambiente, por isso, deve ser utilizado como ferramenta para
sensibilizar o ser humano.
O termo turismo ativo referencia as atividades físicas ou desportivas que
garantem momentos de lazer e de envolvimento com a natureza. Trata-se portanto, de
um tipo de turismo que utiliza e valoriza a natureza, protege a biodiversidade e envolve
os serviços de recreação e educação, tendo como consequência os benefícios locais.
19
2.5. Síntese
Perante estas definições de um turismo mais responsável, a valorização natural e
a dimensão sustentável são a base dos vários conceitos apresentados, através de uma
abordagem multidisciplinar - Quadro 2).
Quadro 2 – Ideias principais dos conceitos: Turismo Sustentável, Ecoturismo,
Turismo de Natureza e Turismo Ativo
Turismo
Sustentável
Compreende os princípios que o setor do turismo deve adotar, tendo
em conta a sustentabilidade económica, social, cultural e ecológica.
Ecoturismo
Envolve a componente do desenvolvimento do turismo sustentável.
Promove a conservação das áreas naturais e o desenvolvimento local.
O foco principal é o ambiente natural.
Turismo de
Natureza
Abrange a satisfação com o meio ambiente, ou seja, a experiência em
natureza.
Turismo Ativo Utiliza e valoriza a natureza, exigindo a participação ativa dos
indivíduos.
Fonte: Elaboração própria
Com as problemáticas atuais das alterações climáticas, a promoção do
desenvolvimento sustentável através de estratégias de preservação de áreas naturais não
é suficiente para atingir os objetivos de um turismo responsável, pois são apenas teorias
criadas, que na prática ainda precisam de ser melhoradas (Williams e Ponsford, 2009;
Martínez et al., 2011).
20
3. Caracterização da região de Amarante
3.1. O concelho de Amarante
A região aqui estudada localiza-se na região Norte e sub-região do Tâmega. O
concelho abrange 301, 33 km2 de área, tendo um total de 26 freguesias (INE, 2014).
Aquando dos Censos de 2011, Amarante apresentava uma população de
aproximadamente 56 264 habitantes residentes (INE, 2012).
O município de Amarante é limitado a norte pelo município de Celorico de
Basto, a nordeste por Mondim de Basto, a este por Vila Real e Santa Marta de
Penaguião, a sul por Baião e Marco de Canavezes, a sudoeste por Penafiel, a oeste por
Lousada e a noroeste por Felgueiras (Figura 2).
Figura 2 – Enquadramento da cidade de Amarante
Fonte: https://www.google.pt/search?biw=1164&bih=631&tbm=isch&q=amarante+mapa&sa=X&ved=0ahUKEwjMoouwt
qLVAhXDxRQKHSvMAbMQhyYIJA#imgrc=yo8BVUFXHZyWEM
21
Ao nível das acessibilidades, o facto de Amarante se situar relativamente perto
da cidade do Porto permite um fluxo maior de visitantes devido à proximidade ao
Aeroporto Francisco Sá Carneiro, bem como a diversificação de outras redes de
transporte como comboios e autocarros. Para além disso, como se pode observar na
Figura 2, Amarante é ponto de passagem para outras cidades do Norte, o que aumenta a
possibilidade de paragem.
Relativamente às atividades económicas da região, caracterizam-se por um
sistema económico constituído por micro, pequenas e médias empresas (Batista e Alves,
2017). É de destacar a agricultura e a vinicultura, pois a produção de vinho verde
merece destaque devido ao seu reconhecimento tanto a nível nacional como
internacional. A construção civil, o pequeno comércio e a indústria como a metalúrgica
e a transformação de madeiras são outras das atividades económicas da região. É de
salientar que o comércio internacional está a crescer, apresentando um valor anual de
exportações de 36 640 260€. Parte deste valor, deve-se à exportação de produtos
agrícolas e vinícolas (INE, 2017). A apicultura apresenta-se como uma atividade em
expansão.
A oferta de alojamento é um fator a ter em conta na escolha de um destino
turístico. Amarante dispõe de vários alojamentos tanto no centro da cidade como nos
arredores. Em 2013, o número de dormidas (anual) registado nos estabelecimentos
hoteleiros3 foi no total de 33 428 (INE, 2016). Estes dados mostram que o setor turístico
é um setor com fortes potencialidades de crescimento. No entanto, para estes valores
continuarem a aumentar é essencial a elaboração de planos turísticos onde as atividades
se desenvolvem, tendo em consideração as qualidades e os defeitos da região.
3.2. Atrativos Naturais da região
Em termos de recursos naturais há que destacar os três principais espaços: o rio
Tâmega, a Serra do Marão e a Serra da Aboboreira.
O rio Tâmega apresenta um elevado número de recursos que, perspetivados em
conjunto apresentam um potencial de desenvolvimento local de grande importância.
3 Quando se fala em estabelecimentos hoteleiros, estão integrados para além dos estabelecimentos
hoteleiros convencionais, os do turismo no espaço rural e novas unidades de alojamento local.
22
Existe um plano de proteção do rio Tâmega, que já se encontra em operação
para implementar melhorias no funcionamento hidráulico, ecológico e social.
A zona do centro de Amarante promove uma atraente atividade turística, através
de passeios de “gaivota” e de barco (Batista e Alves, 2017).
Para além da oferta de praia fluvial, o troço do rio Tâmega a montante de
Amarante é conhecido pelas suas características particulares para a prática de desportos
aquáticos, em geral, e de canoagem, em particular. Esta atividade tem um forte
reconhecimento na região, pois é motivo de visita por parte de muitos desportistas, tanto
para a realização de estágios, como para competições nacionais e internacionais na
freguesia de Fridão, onde se situa a pista natural de canoagem. No entanto, para que esta
oferta se mantenha e cresça, é essencial garantir a qualidade para a prática das
modalidades, pois novas pistas de percursos de canoagem surgem em outros locais com
condições muito melhores.
Ainda na zona centro, podemos fazer referência ao Parque Florestal de
Amarante. No entanto, este necessita de intervenção, para cobrir a degradação que se
instalou ao longo dos últimos anos.
Os territórios de montanha oferecem um suporte diversificado de recursos para o
desenvolvimento de atividades turísticas, pois possuem características únicas – as
paisagens, a diversidade e a autenticidade natural e cultural – que proporcionam as
condições ideais à prática de atividades desportivas na natureza (Borges e Lima, 2006)
como BTT, percursos pedestres, trails, orientação, entre outros.
Relativamente à Serra do Marão, é a sétima maior elevação de Portugal
Continental, com 1 415 metros de altitude. Situa-se na região de transição do Douro
Litoral para Trás-os-Montes e Alto Douro, entre os concelhos de Amarante, Baião, Vila
Real, Mesão Frio, Santa Marta de Penaguião e Régua.
Oferece locais de descanso/sossego, tendo à disposição parques de merendas
(Parque das Lameiras), bastante procurado no verão para piqueniques.
No ponto mais alto – Senhora da Serra, encontra-se o vértice geodésico do
Marão. Na Segunda Guerra Mundial a exploração mineira de volfrâmio era abundante,
apresentando-se agora ao abandono (Câmara Municipal de Amarante, 2016).
No que diz respeito à Serra da Aboboreira, é um local onde se mistura a natureza
e a cultura, com lugares de interesse arqueológico, pois estudos realizados mostram a
23
existência de uma necrópole megalítica (conjunto de sepulturas), das maiores que é
conhecida em Portugal. Situa-se entre Amarante, Baião e Marco de Canavezes, tendo
Amarante uma pequena percentagem.
O facto de existirem locais de habitação próximos de ambas as serras, permite
aumentar a oferta turística, facilitar o acesso e ainda facilitar a prática de atividades
desportivas com maior segurança.
Tanto o rio Tâmega como as serras do Marão e da Aboboreira são locais
privilegiados, pois o contacto com a natureza funciona como fator de desenvolvimento
e de atração da região de Amarante. Deste modo, os três espaços de oferta turística
natural podem servir de epicentro para atividades desportivas na natureza.
Segundo informações apresentadas recentemente pela Câmara Municipal de
Amarante, é ainda de destacar:
Aprovação da candidatura ao “Património Natural” do Norte 2020 que irá
transformar o rio Ôlo (afluente do rio Tâmega) em laboratório de turismo
sustentável. O objetivo é proteger e valorizar o património natural e cultural e
ainda, classificar o vale do rio Ôlo como “local turístico único e inovador”.
Permitirá experiências de turismo de natureza e de desportos, tanto para os
turistas como para a população local (Câmara Municipal de Amarante, 2017).
Parque Linear de Amarante, que já se encontra em projeto, ligará o centro
histórico da cidade à freguesia de Vila Caiz, pela margem do rio Tâmega com
7Km de extensão. Esta estrutura funcionará como parque fluvial, mas também
como percurso para peões e ciclistas (Câmara Municipal de Amarante, 2017).
3.3. Atrativos Culturais da região
Existe um valor cultural que é preciso manter, pois a tradição e a cultura são
essenciais para o conhecimento de uma região. O património histórico e cultural é para
Camilo e Bahl (2017) fundamental para o crescimento do turismo, podendo ser visto
como fonte de sustentabilidade para a atividade.
O património cultural tornou-se um dos principais elementos no processo de
planeamento de crescimento das cidades, sendo um elemento estratégico na criação de
24
identidade de uma região (Camilo e Bahl, 2017), não sendo exceção no caso de
Amarante.
Rico em termos ambientais e paisagísticos, reúne também um conjunto
admirável de edifícios e monumentos (Câmara Municipal de Amarante, 2016).
O centro histórico de Amarante é motivo de visita. Encontra-se bem preservado
e apresenta uma variedade de monumentos e pontos turísticos como a Ponte Velha, o
Convento e Igreja de São Gonçalo, as Igrejas de São Pedro e São Domingos, o Solar
dos Magalhães, o Museu Amadeo de Souza Cardoso, e muito mais, não esquecendo
todo o património existente nos arredores da cidade, que fazem parte da Rota do
Românico.
As referências históricas de Amarante surgem nos períodos Megalítico e
Paleolítico, datando os mais antigos monumentos (Câmara Municipal de Amarante,
2017).
É de salientar também, a área de artesanato, com destaque para o barro negro, a
cestaria, as rendas e os bordados, as mantas e as meias de lã (Câmara Municipal de
Amarante, 2016).
Para além da oferta de património histórico, a animação cultural também faz
parte da estratégia de afirmação da cidade nos últimos anos, colocando o foco da
atenção no plano da cultura, do turismo e da juventude.
Movimentos como o Há Fest!, que consiste em um conjunto de iniciativas
culturais, desportivas e lúdicas, visa destacar a valorização da participação dos jovens
nos movimentos de cidadania da cidade; o Band`Arte, um festival de bandas que
pretende valorizar os novos talentos.
Ainda sobre eventos/diversão, é de salientar o MIMO Festival, que ocorreu em
2017 no segundo ano consecutivo. É uma marca forte no Brasil que se internacionalizou
pela primeira vez em Amarante. É um evento, com atividades gratuitas, tendo
concertos, cinema, workshops e poesia. Constitui-se como uma ponte cultural entre o
Brasil e Portugal, valorizando, o património nacional e promovendo Amarante no plano
internacional.
Este festival tem sido um sucesso a nível de atração de turistas, sendo visíveis os
efeitos económicos e sociais que o festival tem na cidade e no turismo da região Norte.
25
Um local de referência também no verão é o Parque Aquático de Amarante, que
proporciona variadas atrações aquáticos, sendo um local de forte visita turística.
Por fim, é importante fazer referência, que a cidade de Amarante tem associado
ao seu património cultural a gastronomia tradicional, que continua ainda, a ser motivo
de visita à região, destacando os doces conventuais de Amarante.
No entanto, a sazonalidade é ainda um problema em regiões do interior, pois
apenas existe uma maior aposta no verão.
3.4. Eventos Desportivos
A iniciativa ACD - Amarante Cidade Desportiva, que acolhe mais de 40 eventos
desportivos de várias modalidades como atletismo, canoagem, ténis, ciclismo,
automobilismo, natação, trail, golfe, polo aquático, voleibol, futsal, futebol, BTT e
caminhadas tanto pela cidade como pelos percursos pedestres. A Câmara Municipal de
Amarante em parceria com a Associação Desportiva de Amarante e todas as outras
associações desportivas locais, desenvolvem eventos com vista a abranger todas as
modalidades para atingir um público-alvo cada vez maior (Câmara Municipal de
Amarante, 2016).
Figura 3 – Logótipo Amarante Cidade Desportiva
Fonte: http://www.amarantecidadedesportiva.pt
Amarante Cidade Desportiva é uma iniciativa que tem como objetivo, divulgar e
promover o desporto que ocorre em Amarante. Para além disso, é uma iniciativa que
pretende aumentar a atratividade turística, numa perspetiva de dinamização da
economia local (Câmara Municipal de Amarante, 2016).
26
3.5. Síntese
Os recursos existentes permitem uma diversificada oferta, pois há a reunião de
recursos naturais e culturais, que lhe conferem um fator de competitividade a ter em
conta.
É possível falarmos da existência de um trinómio entre turismo, desporto e
ambiente.
Seja na exuberância de mosteiros e igrejas, na abundância de espaços verdes e
naturais, nos sítios de convívio e de degustação da gastronomia tradicional, Amarante
tem um atrativo de uma cidade antiga. No entanto, sobre essa origem histórica,
Amarante assume-se como uma vertente de desenvolvimento regional face aos desafios
do futuro através da criação de condições de acessibilidade, da aposta na qualificação de
produtos e serviços de excelência na área do turismo, da oferta cultural e ambiental,
bem como da criação de infraestruturas urbanas que dão prioridade ao bem-estar dos
seus habitantes (Câmara Municipal de Amarante, 2017).
De acordo com o trabalho realizado por Alves (2010), em muitos destinos
turísticos comete-se o erro de apenas confiar no valor natural dos recursos naturais para
atrair os turistas, baseado apenas por exemplo, na beleza dos lugares, acabando por não
criar as condições necessárias para que, o turista possa usufruir de experiências locais.
Em muitos casos, a experiência de Natureza é limitada à simples observação de
paisagens naturais como rios e montanhas, o que não deixa de ser uma experiência
positiva, embora seja muito superficial para o que é pretendido. Perante esta situação, o
objetivo é aproveitar os recursos naturais disponíveis nas áreas escolhidas, criando
condições para desenvolver experiências, que façam tanto do turista, como da
população, protagonistas ativos no desenvolvimento dos locais.
O objetivo é então interligar os atrativos naturais e culturais, existentes na região
de Amarante, com os eventos desportivos, permitindo, diversificar a oferta turística,
tendo em conta a sustentabilidade em todas as vertentes.
Para Wunder (2000), a renda do turismo local facilita os incentivos para uma
gestão dos recursos mais sustentável, substituindo as atividades degradantes, por
atividades mais sustentáveis, aumentando a capacidade de proteção local. Deste modo, a
gestão turística equilibrada permite a valorização das tradições de cada lugar.
27
4. Metodologia
Neste capítulo pretende-se descrever o processo metodológico utilizado no
presente estudo, de forma a perceber as técnicas de recolha de informação.
4.1. Técnica de recolha de informação
A metodologia utilizada neste estudo é de natureza quantitativa, sendo usada
como técnica de recolha de dados o inquérito por questionário.
Foram elaborados três inquéritos diferentes, com algumas perguntas
semelhantes entre eles.
Os inquéritos foram disponibilizados na Internet, através da rede social
“Facebook”. Em alguns casos, foram entregues diretamente na rua, e recolhidos após o
seu preenchimento.
Devido à especificidade do tema em estudo, as principais questões do inquérito
resultaram da pesquisa bibliográfica anteriormente apresentada e dos objetivos
propostos para a realização do trabalho.
No inquérito, as questões estão distribuídas por perguntas de resposta fechada e
aberta, sendo na maioria de reposta fechada, o que simplifica o seu tratamento.
Para a análise de dados dos questionários utilizou-se o programa Microsoft
Excel, com o qual foram calculadas as estatísticas descritivas apresentadas e elaborados
os respetivos gráficos; e o programa PAST 3.0, com o qual foram calculadas as matrizes
de correlação (foi calculado o coeficiente de correlação de Spearman, com um nível de
significância de 5%), e efetuadas as análises em componentes principais. Para o cálculo
das matrizes de correlação e das análises em componentes principais, às matrizes de
dados originais foram retiradas as colunas correspondentes a respostas que não
apresentavam nenhuma variação, ou que só apresentavam dois tipos de resposta, sendo
a resposta diferente da resposta modal inferior a 10%. Junto com a apresentação dos
resultados destas análises é apresentada uma legenda que indica as variáveis
efetivamente utilizadas na mesma.
28
4.2. Caracterização da amostra
Este estudo tem como população alvo os residentes no concelho de Amarante;
os praticantes de desporto no concelho de Amarante; os turistas portugueses de visita ao
concelho de Amarante.
A amostra obtida era constituída, por N= 93 indivíduos. A distribuição dos
indivíduos pelas populações alvo está indicada no quadro 3.
Quadro 3 – Distribuição dos inquéritos
Fonte: Elaboração própria
Residentes no concelho de Amarante 48
Turistas portugueses de visita ao
concelho de Amarante 32
Praticantes de desporto no concelho de
Amarante 13
TOTAL 93
29
5. Apresentação e discussão dos resultados
Para distinguir os três inquéritos elaborados, estes serão designados da seguinte
forma:
Inquérito 1 – Residentes no concelho de Amarante
Inquérito 2 – Turistas portugueses de visita ao concelho de Amarante
Inquérito 3 – Praticantes de desporto no concelho de Amarante
Os três inquéritos aplicados encontram-se na secção dos Anexos.
5.1. Inquérito 1 – Residentes no concelho de Amarante
Dos 48 inquéritos respondidos, 67% foram por pessoas do sexo “feminino” e
33% por pessoas do sexo “masculino”. A faixa etária com maior destaque é a dos “31 -
40 anos”, com 27% de respostas.
Gráfico 2 – Género Gráfico 3 – Faixa Etária
Fonte: Elaboração própria Fonte: Elaboração própria
6%
21%
10%
27%
19%
15%
2%
≤ 18 anos
19 - 25 anos
26 - 30 anos
31- 40 anos
41 - 50 anos
51 - 66 anos
≥ 67 anos
67%
33%
Feminino
Masculino
30
No que diz respeito ao grau de escolaridade completado, o “12ºAno” destaca-se
com 30% das respostas, seguindo-se a opção “ <9ºAno” com 26%.
Gráfico 4 – Grau de escolaridade
Fonte: Elaboração própria
Quanto à situação profissional, 60% é “Empregado por conta de outrem” e 17%
“Estudante”.
Gráfico 5 – Situação profissional
Fonte: Elaboração própria
7%
26%
22%
30%
13%
2%
Nenhum, em específico
< 9ºAno
9ºAno
12ºAno
Licenciatura
Mestrado
Doutoramento
17% 2%
4%
60%
15%
2% Estudante
Trabalhador-Estudante
Empregado por conta própria
Empregado por conta de outrem
Desempregado
Reformado
31
1
12 12
16
7
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
1 pessoa 2 pessoas 3 pessoas 4 pessoas 5 pessoas
No gráfico seguinte estão representadas as ocupações profissionais.
Gráfico 6 – Ocupação profissional
Fonte: Elaboração própria
No gráfico abaixo, verificou-se que, na maioria das respostas, o agregado
familiar é constituído por “4 pessoas”.
Gráfico 7 – Nº de pessoas do agregado familiar
Fonte: Elaboração própria
1 1 1 1 1 1 1
13
1 1 1 1 1 1 1 1 3 0
2
4
6
8
10
12
14
32
2 13
30
2 1 0 5
10 15 20 25 30 35
1 2 3 4 5 Não responderam
Escala: 1 - Muito abaixo da média a 5 - Muito acima da média
Relativamente ao rendimento médio mensal, dos 48 inquiridos, 30 responderam
a opção “3”, colocando-se numa situação financeira estável.
Gráfico 8 – Rendimento médio mensal
Fonte: Elaboração própria
No gráfico abaixo, perante a classificação de zonas específicas em Amarante,
verificou-se que a opção “Razoável” é a que apresenta maior número de respostas para
cada área. No entanto, é de destacar também o número de respostas da opção “Mau” e
“Péssimo”, aquando da classificação da qualidade ambiental do troço do rio Tâmega.
Gráfico 9 – Classificação da área de Amarante e arredores do rio Tâmega
Fonte: Elaboração própria
os espaços verdes / naturais na cidade de Amarante e na área circundante?
a qualidade ambiental do troço do rio Tâmega em
Amarante?
a possibilidade de usufruir dos
espaços naturais da Serra do Marão?
a possibilidade de usufruir dos
espaços naturais da Serra da
Aboboreira?
Péssimo 6
Mau 1 15 2
Razoável 35 23 26 27
Bom 11 3 18 16
Excelente 1 1 2 4
Não reponderam 1
0 5
10 15 20 25 30 35 40
33
44%
44%
12%
Sempre
Regularmente
Ocasionalmente
Nunca
Questionados sobre a preocupação em reduzir e reciclar os resíduos, 42%
responderam “Ocasionalmente”, 15% responderam “Sempre” e 8% responderam
“Nunca”.
Quando inquiridos sobre a distribuição de ecopontos na zona de residência
(Gráfico 11), 35% consideraram “Razoável”, 23% “Mau” e 19% “Péssimo”.
Em relação à preocupação em minimizar o consumo de água e energia, 44%
responderam “Sempre” e outros 44% “Regularmente”.
Gráfico 12 – Preocupação em minimizar o consumo de água e energia
Fonte: Elaboração própria
Gráfico 10 – Preocupação em reduzir e reciclar
os resíduos
Fonte: Elaboração própria
Gráfico 11 – Distribuição de ecopontos na zona
de residência
Fonte: Elaboração própria
15%
35% 42%
8%
Sempre
Regularmente
Ocasionalmente
Nunca
19%
23%
35%
17%
6%
Péssimo
Mau
Razoável
Bom
Excelente
34
2%
8%
23%
67%
Discordo Totalmente
Discordo
Não concordo nem discordo
Concordo
Concordo Totalmente
10%
48%
42%
Discordo Totalmente
Discordo
Não concordo nem discordo
Concordo
Concordo Totalmente
No gráfico seguinte, é possível verificar que 67% responderam “Concordo
Totalmente” com o facto de ser importante sensibilizar as pessoas para preservar o
ambiente, mostrando preocupação ambiental. O mesmo se observa relativamente à
sensibilização para a preservação ambiental por parte da Câmara Municipal de
Amarante (Gráfico 14), em que 42% responderam “Concordo Totalmente” e 48%
“Concordo”.
Gráfico 13 – A sensibilização da população para a preservação ambiental é
importante?
Fonte: Elaboração própria
Gráfico 14 – A sensibilização para a preservação ambiental por parte da Câmara
Municipal de Amarante é importante?
Fonte: Elaboração própria
35
10%
23%
48%
19%
Discordo Totalmente
Discordo
Não concordo nem discordo
Concordo
Concordo Totalmente
8%
52%
40%
Discordo Totalmente
Discordo
Não concordo nem discordo
Concordo
Concordo Totalmente
Inquiridos sobre o facto de um turismo mais focado na Natureza ter potencial de
crescimento na região, 52% responderam “Concordo”. De seguida, questionados sobre
a existência de condições e recursos para um turismo ligado à Natureza, 48%
responderam “Concordo” e 10% escolheram a opção “Discordo”.
Gráfico 15 – Um turismo mais focado na Natureza pode ser uma atividade de
potencial crescimento na região de Amarante?
Fonte: Elaboração própria
Gráfico 16 – A região de Amarante tem condições e recursos para acolher
atividades de turismo associadas à Natureza?
Fonte: Elaboração própria
36
35%
65%
Sim
Não
6
9
1 1 2
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
BTT Pedestrianismo (Passeios
Pedestres)
Trails Canoagem Não responderam
Quando questionados em relação a participação em algum evento associado ao
desporto de natureza na região, apenas 35% responderam “Sim”, mostrando-se no
Gráfico 18 as atividades indicadas. É de notar que “Pedestrianismo (Passeios
Pedestres) ” é a atividade mais praticada.
Gráfico 17 – Já participou em algum evento associado ao desporto de natureza na
região?
Fonte: Elaboração própria
Gráfico 18 – Atividades desportivas
Fonte: Elaboração própria
37
6%
21%
50%
21%
2%
Péssimo
Mau
Razoável
Bom
Excelente
23%
75%
2%
Sim
Não
Não responderam
Ao avaliar a divulgação dos eventos associados ao desporto de natureza, metade
dos inquiridos responderam “Razoável” e 21% responderam “Mau” e “Bom”.
Gráfico 19 – Como considera a divulgação dos eventos associados ao desporto de
natureza em Amarante?
Fonte: Elaboração própria
Relativamente ao conhecimento de apoios para a realização destas atividades,
75% responderam “Não”.
Gráfico 20 – Tem conhecimento da existência de apoios, financeiros ou técnicos,
para a realização de eventos associados ao desporto de natureza?
Fonte: Elaboração própria
Ao perguntar se estavam dispostos a pagar uma taxa ecológica, 72% dos
inquiridos responderam “Sim”. No Gráfico 21, são apresentados os montantes
38
72%
28%
Sim
Não
17%
63%
14%
3% 3% < 1€
1€ - 2€
2€ - 5€
> 5€
Não responderam
considerados justos pelos inquiridos que aceitavam pagar, sendo de destacar o valor “1€
- 2€”, pois é o que apresenta maior percentagem de resposta (63%).
Gráfico 21 – Aceitava pagar uma taxa ecológica na prática das atividades de
desporto de natureza, para apoiar o financiamento da qualidade/preservação
ambiental do local?
Fonte: Elaboração própria
Gráfico 22 – Montante justo a pagar
Fonte: Elaboração própria
39
No Gráfico 23, é apresentada uma lista com exemplos de motivos para visitar a
região de Amarante. São de destacar os três principais motivos escolhidos:
“Gastronomia Tradicional”, “Património Histórico” e “Contacto com a
Natureza/Apreciar a Natureza e a Paisagem”.
Gráfico 23 – Principais motivos para visitar a região de Amarante
Fonte: Elaboração própria
A título de sugestão, foi pedido aos inquiridos para indicarem locais de interesse
turístico, que considerassem como reunindo condições adequadas de património
histórico/cultural ou natural. As sugestões mais frequentes são as apresentadas no
quadro 4.
Quadro 4 – Sugestão de locais de interesse turístico
Fonte: Elaboração própria
Zona histórica de Amarante - Ponte e Mosteiro de S. Gonçalo
Rota do Românico
Serra do Marão
Serra da Aboboreira
Ribeirinho
Parque Florestal
Rio Tâmega
Museu Amadeo de Souza Cardoso
4
3
41
27
33
15
13
40
7
9
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Profissionais / Negócios
Interação Social
Gastronomia Tradicional
Descanso / Sossego
Contacto com a Natureza / Apreciar a Natureza e a Paisagem
Património Natural
Lazer e Animação
Património Histórico
Participação em eventos culturais
Desportos de Natureza
Nenhuma das anteriores
40
56%
44% Feminino
Masculino
5.2. Inquérito 2 – Turistas portugueses de visita ao concelho de Amarante
Dos 32 inquéritos respondidos por turistas de língua portuguesa, que visitavam o
concelho de Amarante, 56% foram por pessoas do sexo “feminino” e 44% por pessoas
do sexo “masculino”, onde a faixa etária com maior destaque é a dos “19 - 25 anos”,
com 56%.
No Gráfico 26, é apresentado o local de residência dos inquiridos.
Gráfico 24 – Género Gráfico 25 – Faixa Etária
Fonte: Elaboração própria Fonte: Elaboração própria
Quadro 5 – Nacionalidade Gráfico 26 – Concelho/Distrito de residência
Fonte: Elaboração própria
Fonte: Elaboração própria
Portuguesa 30
Portuguesa/Alemã 1
Portuguesa/Suíça 1
3%
56% 16%
10%
6% 6%
3%
≤ 18 anos
19 - 25 anos
26 - 30 anos
31 - 40 anos
41 - 50 anos
51 - 66 anos
≥ 67 anos
8
5
1
4 5
1 2 2 2 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
41
2 3
13
7 7
0 2 4 6 8
10 12 14
1 2 3 4 5
Escala: 1 - Essencialmente rural a 5 - Essencialmente urbana
3% 3%
9%
13%
69%
3% Nenhum em específico
< 9ºAno
9º Ano
12º Ano
Licenciatura
Mestrado
Doutoramento
No Gráfico 27, é ilustrada, através de uma escala de 1 a 5, a classificação que é
atribuída pelo indivíduo à sua zona de habitação.
Gráfico 27 – Classificação da área de habitação
Fonte: Elaboração própria
No que diz respeito ao grau de escolaridade completado, a “Licenciatura”
destaca-se com 69%, relativamente às outras opções.
Gráfico 28 – Grau de escolaridade
Fonte: Elaboração própria
42
41%
25%
9%
19%
3% 3% Estudante
Trabalhador-Estudante
Empregado por conta própria
Empregado por conta de outrem
Desempregado
Reformado
1 1 1
2
1 1 1 1 1 1
2
1
2
0
0,5
1
1,5
2
2,5
Quanto à situação profissional, 41% é “Estudante”, 25% “Trabalhador-
Estudante” e 19% “Empregado por conta de outrem”. No Gráfico 30 estão enunciadas
as ocupações profissionais.
Gráfico 29 – Situação profissional
Fonte: Elaboração própria
Gráfico 30 – Ocupação profissional
Fonte: Elaboração própria
43
5
13
9
2 1 2 0
2
4
6
8
10
12
14
2 pessoas 3 pessoas 4 pessoas 5 pessoas 6 pessoas Não responderam
2 4
18
7
1 0
5
10
15
20
1 2 3 4 5 Não responderam
Escala: 1 - Muito abaixo do nível a 5 - Muito acima do nível
No gráfico abaixo, verificou-se que, na maioria das respostas, o agregado
familiar é constituído por “3 pessoas”.
Gráfico 31 – Nº de pessoas do agregado familiar
Fonte: Elaboração própria
Relativamente ao rendimento médio mensal, dos 32 inquiridos, 18 responderam
a opção “3”, colocando-se numa situação financeira estável.
Gráfico 32 – Rendimento médio mensal
Fonte: Elaboração própria
44
4
12 11
5
0
2
4
6
8
10
12
14
1 2 3 4 5
Escala: 1 - Pouca frequência a 5 - Muita frequência
0%
59%
0%
16%
25%
Sozinho
Família
Excursão / Pacote turístico
Casal
Amigos
Usando uma escala de 1 a 5 é possível observar no Gráfico 33, a frequência com
que as pessoas se deslocam em férias. Observa-se na maioria, uma posição média, entre
a opção “2” e “3”.
Gráfico 33 – Frequência de deslocação em férias
Fonte: Elaboração própria
Relativamente à companhia escolhida para ir de férias mais de metade dos
inquiridos (59%), responderam “Família” e 25% responderam “Amigos”.
Cerca de 44% das respostas obtidas correspondem a inquiridos que preferem
viajar em grupos, “≥ 4 pessoas” (Gráfico 35).
Gráfico 34 – Com quem costuma viajar quando vai de férias?
Fonte: Elaboração própria
45
94%
6%
Sim
Não
12%
19%
25%
44%
1 pessoa
2 pessoas
3 pessoas
≥ 4 pessoas
Gráfico 35 – Nº de pessoas com quem viaja
Fonte: Elaboração própria
Analisando o Gráfico 36, apenas 6% dos inquiridos não conhecem práticas
turísticas alternativas.
Gráfico 36 – Já ouviu falar de alternativas ao turismo convencional, como
Ecoturismo e Turismo de Natureza?
Fonte: Elaboração própria
46
2
20
22
3
14
3
2
0 5 10 15 20 25
Turismo de Negócios
Turismo Cultural
Turismo de Natureza
Turismo de Saúde
Turismo Gastronómico
Ecoturismo
Nenhum dos anteriores
69%
31%
Ficar num único local por vários dias
Deslocar-se por vários locais
Os três tipos de turismo mais praticados pelos turistas inquiridos são o “Turismo
de Natureza”, que apresenta o maior número de respostas, o “Turismo Cultural” e
“Turismo Gastronómico”.
Gráfico 37 – Que tipo de turismo pratica?
Fonte: Elaboração própria
Mais de metades dos turistas (69%) responderam que preferiam “Ficar num
único local por vários dias”.
Gráfico 38 – Opção de viagem
Fonte: Elaboração própria
47
Hotel Pousadas de
Portugal
Arrendamento de alojamento
privado Hostel
Parque de Campismo
Sempre 4 3
Regularmente 6 2 7 4 10
Ocasionalmente 9 7 10 9 6
Nunca 11 18 7 15 12
Não responderam 2 5 5 4
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Questionados sobre o tipo de alojamento que costumam escolher, verificou-se
que a opção “Nunca”, é a que apresenta maior número de respostas em geral, ou seja, a
maioria dos inquiridos não costuma utilizar os tipos de alojamento sugeridos no
inquérito. É de referir também o facto de existirem muitas omissões nesta questão.
Outros tipos de alojamento foram apontados pelos turistas: Couchsurfing (1
resposta) e Casa de familiares/amigos (1 resposta).
Gráfico 39 – Tipo de alojamento
Fonte: Elaboração própria
48
16%
75%
9%
Sempre
Regularmente
Ocasionalmente
Nunca
97%
3%
Sempre
Regularmente
Ocasionalmente
Nunca
Relativamente à escolha do destino turístico em contacto com a Natureza,
apenas 16% responderam “Sempre” e 75% responderam “Regularmente”.
Gráfico 40 – Procura destinos que envolvem o contacto com a Natureza?
Fonte: Elaboração própria
Relativamente, à existência de uma preocupação constante em preservar o
ambiente dos locais que visitam 97% afirmaram “Sempre”.
Gráfico 41 – Preocupação em preservar o ambiente do local que visita
Fonte: Elaboração própria
49
47%
50%
3%
Sempre
Regularmente
Ocasionalmente
Nunca
50%
41%
9%
Sempre
Regularmente
Ocasionalmente
Nunca
Questionados sobre a preocupação em minimizar o consumo de água e energia
50% dos inquiridos responderam “Regularmente” e 47% responderam “Sempre”.
Gráfico 42 – Preocupação em minimizar o consumo de água e energia
Fonte: Elaboração própria
Em relação à preocupação com os resíduos que produz nos locais que visita,
50% responderam “Sempre” e 41% responderam “Regularmente”.
Gráfico 43 – Preocupação em reduzir os resíduos
Fonte: Elaboração própria
Perguntou-se se quando viajam praticam algum tipo de atividade desportiva
associada à natureza: 56% dos inquiridos responderam “Sim” e 44% responderam
“Não”. No Gráfico 45 estão apresentadas as atividades desportivas indicadas por quem
50
56%
44% Sim
Não
4
9
1
3
1
3
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
10
BTT Pedestrianismo (Passeios
Pedestres)
Natação Trails Observação da fauna e flora
Caminhadas
pratica desporto quando viaja, sendo de destacar o “Pedestrianismo (Passeios
Pedestres) ”. Um inquirido colocou “Natação”, no entanto, está não é considerada de
desporto de natureza.
Gráfico 44 – Quando viaja, pratica alguma atividade associada ao desporto de
natureza?
Fonte: Elaboração própria
Gráfico 45 – Atividades desportivas
Fonte: Elaboração própria
À pergunta sobre se estavam dispostos a pagar uma taxa ecológica, 87%
responderam “Sim”. No Gráfico 47, são indicados os montantes considerados justos
pelos inquiridos que aceitavam pagar, sendo de destacar o valor “1€ - 2€”, pois é o que
51
87%
13%
Sim
Não
21%
54%
25% < 1€
1€ - 2€
2€ - 5€
> 5€
apresenta maior percentagem de resposta (54%), seguindo-se o valor de “2€ - 5€” com
25%.
Gráfico 46 – Aceitava pagar uma taxa ecológica na prática das atividades de
desporto da natureza, para apoiar o financiamento da qualidade/preservação
ambiental do local?
Fonte: Elaboração própria
Gráfico 47 – Montante justo a pagar
Fonte: Elaboração própria
52
81%
19%
Sim
Não
11% 4%
8%
77%
1
2
3
> 3
A região de Amarante já foi visitada pela maioria dos turistas inquiridos, que na
sua maioria (77%) já visitou Amarante mais de 3 vezes.
Gráfico 48 – Já visitou a região de Amarante?
Fonte: Elaboração própria
Gráfico 49 – Nº de vezes que visitou
Fonte: Elaboração própria
53
No Gráfico 50, é apresentada uma lista com exemplos de motivos que levaram
os turistas a visitar a região de Amarante. São de destacar os três principais motivos
escolhidos: “Lazer e Animação”, “Contacto com a Natureza/Apreciar a Natureza e a
Paisagem” e “Gastronomia Tradicional”.
Gráfico 50 – Principais motivos de visita à região de Amarante
Fonte: Elaboração própria
1
3
11
9
11
4
15
8
2
1
6
1
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Profissionais / Negócios
Interação Social
Gastronomia Tradicional
Descanso / Sossego
Contacto com a Natureza / Apreciar a Natureza e a Paisagem
Património Natural
Lazer e Animação
Património Histórico
Participação em eventos culturais
Desportos de Natureza
Nenhuma das anteriores
Outro: Visitar Família / Amigos
Outro: Parque Aquático
54
6
11
7
8
6
11
6
7
18
13
10
1
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Montanhismo
Trails
Orientação
Observação da fauna e flora
Passeios Equestres
Passeios de barco (tradicionais da região)
Escalada
BTT
Pedestrianismo (Passeios Pedestres)
Paintball
Canoagem
Nenhuma das anteriores
No Gráfico 51 são também apresentadas as atividades desportivas que os
inquiridos já praticaram ou que gostariam de praticar em Amarante, destacando-se
“Pedestrianismo (Passeios Pedestres) ”, “Paintball”, “Passeios de barco (tradicionais
da região) ”, “Trails” e “Canoagem”.
Gráfico 51 – Atividades que já praticou ou gostaria de praticar na região
de Amarante
Fonte: Elaboração própria
55
18
7
27
19
16
5
0 5 10 15 20 25 30
Património Histórico e Cultural
Contacto Social / Interação
Contacto com a Natureza / Apreciar a Natureza e a Paisagem
Possibilidade de praticar atividades ao ar livre e de ter novas experiências
Gastronomia Tradicional
Diversão / Eventos
Por fim, pediu-se aos inquiridos para escolherem os atributos que mais
valorizam a região, destacando-se os seguintes: “Contacto com a Natureza/Apreciar a
Natureza e a Paisagem”, “Possibilidade de praticar atividades ao ar livre e de ter
novas experiências”, “Património Histórico e Cultural” e ainda “Gastronomia
Tradicional”.
Gráfico 52 – Atributos que mais valorizam a região de Amarante
Fonte: Elaboração própria
56
62%
38% Feminino
Masculino
16%
46% 8%
15%
15%
≤ 18 anos
19 - 25 anos
26 - 30 anos
31 - 40 anos
41 - 50 anos
51 - 66 anos
≥ 67 anos
10
1 1 1 0
2
4
6
8
10
12
Amarante Maia Vila Real Santo Tirso
5.3. Inquérito 3 – Praticantes de desporto no concelho de Amarante
Dos 13 inquéritos respondidos por desportistas, 62% foram por pessoas do sexo
“feminino” e 38% do sexo “masculino”, sendo a faixa etária com maior destaque a dos
“19 - 25 anos”, com 46% de respostas.
Gráfico 53 – Género Gráfico 54 – Faixa Etária
Fonte: Elaboração própria Fonte: Elaboração própria
A nacionalidade dos desportistas é portuguesa e no Gráfico 55 está representado
o local de residência.
Gráfico 55 – Concelho/Distrito de residência
Fonte: Elaboração própria
57
8%
23%
15%
46%
8%
Nenhum em específico
< 9ºAno
9º Ano
12º Ano
Licenciatura
Mestrado
Doutoramento
46%
8% 8%
38%
Estudante
Trabalhador-Estudante
Empregado por conta própria
Empregado por conta de outrem
Desempregado
Reformado
No que diz respeito ao grau de escolaridade completado, a “Licenciatura” tem
46% de respostas e o “9ºAno” tem 23%.
Gráfico 56 – Grau de escolaridade
Fonte: Elaboração própria
Quanto à situação profissional, 46% é “Estudante”, 38% é “Empregado por
conta de outrem”.
Gráfico 57 – Situação profissional
Fonte: Elaboração própria
58
1 1 1 1
3
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
Farmacêutica Confeção Mecânico Serralheiro Não respoderam
1 1
2
4
5
0
1
2
3
4
5
6
1 pessoa 2 pessoas 3 pessoas 4 pessoas 5 pessoas
No Gráfico 58 estão enunciadas as ocupações profissionais dos inquiridos.
Gráfico 58 – Ocupação profissional
Fonte: Elaboração própria
Na maioria das respostas, o agregado familiar é constituído por “5 pessoas”.
Gráfico 59 – Nº de pessoas do agregado familiar
Fonte: Elaboração própria
59
3
8
2 0
2
4
6
8
10
1 2 3 4 5
Escala: 1 - Muito abaixo da média a 5 - Muito acima da media
15%
46%
23%
8% 8%
Todos os dias
Mais de 3x / semana
2 - 3x / semana
1x / semana
Ocasional
Relativamente ao rendimento médio mensal, dos 13 inquiridos, 8 responderam a
opção “3”, colocando-se numa situação financeira estável.
Gráfico 60 – Rendimento médio mensal
Fonte: Elaboração própria
Inquiridos sobre a frequência da prática de desporto, 46% responderam “Mais
de 3x / semana” e 23% “2 -3x / semana”.
Gráfico 61 – Com que frequência pratica desporto?
Fonte: Elaboração própria
60
54%
46% Sozinho
Família / Amigos
3
1
3
2
4
2
1 1
0 0,5
1 1,5
2 2,5
3 3,5
4 4,5
15%
85%
Sim
Não
1 1 1
0 0,2 0,4 0,6 0,8
1 1,2
A.D.A. (Associação
Desportiva de Amarante)
Motos Bogalheira
Madalena Ginásio
Com 54%, os desportistas optam por praticar desporto “Sozinho” e 46% em
“Família/Amigos”. No Gráfico 63 mostram-se as atividades praticadas mais
frequentemente, das quais se destaca: “Motocross”, “Corrida” e “Fitness”.
O Gráfico 64 mostra que apenas 15% dos inquiridos estão associados a
associações/clubes.
Gráfico 64 – Associação/clube
Fonte: Elaboração própria
Gráfico 65 – Nome da Associação/clube
Fonte: Elaboração própria
Gráfico 62 – Com quem costuma
praticar?
Fonte: Elaboração própria
Gráfico 63 – Atividade/modalidade desportiva
frequentemente praticada
Fonte: Elaboração própria
61
85%
15%
Sim
Não
9%
82%
9%
< 1€
1€ - 2€
2€ - 5€
> 5€
Ao perguntar se estavam dispostos a pagar uma taxa ecológica, 85%
responderam “Sim”. No Gráfico 67, são apontados os montantes considerados justos,
sendo de destacar o valor “1€ - 2€”, pois é o que apresenta maior percentagem de
resposta (82%).
Gráfico 66 – Aceitava pagar uma taxa ecológica na prática das atividades de
desporto de natureza, para apoiar o financiamento da qualidade/preservação
ambiental do local?
Fonte: Elaboração própria
Gráfico 67 – Montante justo a pagar
Fonte: Elaboração própria
62
2
3
3
3
4
2
2
7
9
1
2
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Montanhismo
Trails
Orientação
Observação de fauna e flora
Passeios Equestres
Passeios de barco (tradicionais da região)
Escalada
BTT
Pedestrianismo (Passeios Pedestres)
Paintball
Canoagem
Nenhuma das anteriores
1
9
1
2
3
1
8
9
1
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Montanhismo
Trails
Orientação
Observação de fauna e flora
Passeios Equestres
Passeios de barco (tradicionais da região)
Escalada
BTT
Pedestrianismo (Passeios Pedestres)
Paintball
Canoagem
Nenhuma das anteriores
No Gráfico 68, é apresentada uma lista com as atividades experimentadas pelos
desportistas. É de destacar: “Pedestrianismo (Passeios Pedestres) ” e “BTT”.
Gráfico 68 – Atividades experimentadas
Fonte: Elaboração própria
No Gráfico 69 são apresentadas as atividades que os desportistas gostariam de
experimentar em Amarante, como: “Canoagem”, “Trails” e “Paintball”.
Gráfico 69 – Atividades que gostaria de experimentar em Amarante
Fonte: Elaboração própria
63
15%
62%
23%
Discordo Totalmente
Discordo
Não concordo nem discordo
Concordo
Concordo Totalmente
16%
69%
15%
Discordo Totalmente
Discordo
Não concordo nem discordo
Concordo
Concordo Totalmente
Pode-se verificar que 62% dos inquiridos concordam com o facto da procura de
atividades desportivas passar por ter um estilo de vida mais saudável.
Gráfico 70 – Uma forma de cativar praticantes para as atividades desportivas,
passa pela preocupação com um estilo de vida saudável?
Fonte: Elaboração própria
Por fim, perguntou-se aos desportistas se consideravam positivo para a região de
Amarante, apostar em programas turísticos com desportos de Natureza, e mais de
metade (69%) responderam “Concordo”.
Gráfico 71 – Uma maior aposta em programas turísticos associados ao desporto
em contacto com a Natureza seria positivo para Amarante?
Fonte: Elaboração própria
64
5.4. Análise multivariada dos inquéritos
5.4.1. Correlação
Nos quadros 6, 7 e 8, apresentam-se os resultados obtidos para o coeficiente de
correlação de Spearman, para cada um dos inquéritos efetuados.
Quadro 6 – Coeficiente de correlação de Spearman relativo ao inquérito
respondido pelos residentes no concelho de Amarante
Nota: a matriz inferior apresenta o valor do coeficiente de correlação; a matriz superior apresenta o nível
de significância – foram realçados a amarelo os valores com um nível de significância inferior a 0.05.
Fonte: Elaboração própria
Variáveis a b c d e f g h i j k l m n o p
a 0,02 0,00 0,71 0,73 0,81 0,30 0,96 0,71 0,16 0,64 0,42 0,92 0,02 0,38 0,18
b -0,33 0,38 0,02 0,34 0,35 0,25 0,46 0,08 0,05 0,11 0,21 0,11 0,17 0,36 0,48
c 0,69 -0,13 0,90 0,57 0,22 0,09 0,97 0,67 0,40 0,43 0,48 0,83 0,00 0,08 0,40
d 0,06 0,34 0,02 0,35 0,78 0,88 0,61 0,98 0,82 0,64 0,41 0,22 0,88 0,43 0,84
e 0,05 0,14 0,08 0,14 0,01 0,01 0,05 0,17 0,01 0,01 0,06 0,00 0,89 0,34 0,57
f 0,04 -0,14 -0,18 -0,04 0,39 0,58 0,35 0,37 0,04 0,16 0,31 0,52 0,68 0,00 0,23
g 0,15 -0,17 0,25 -0,02 0,38 0,08 0,00 0,95 0,47 0,57 0,79 0,80 0,62 0,14 1,00
h -0,01 0,11 0,01 -0,07 0,28 0,14 0,45 0,39 0,59 0,91 0,69 0,73 0,19 0,88 0,79
i -0,06 -0,26 0,06 0,00 -0,20 0,13 0,01 -0,13 0,02 0,10 0,02 0,19 0,39 0,15 0,93
j -0,21 0,29 -0,13 0,03 0,38 0,30 -0,11 0,08 -0,34 0,22 0,02 0,00 0,73 0,04 0,65
k -0,07 -0,23 -0,12 -0,07 -0,37 -0,21 -0,08 -0,02 0,24 -0,18 0,27 0,01 0,77 0,86 0,33
l 0,12 0,18 -0,11 0,12 0,28 0,15 0,04 0,06 -0,34 0,35 -0,16 0,04 0,42 0,03 0,72
m 0,02 0,23 -0,03 0,18 0,41 0,10 0,04 -0,05 -0,19 0,44 -0,37 0,30 0,80 0,09 0,74
n 0,34 -0,20 0,41 -0,02 0,02 0,06 0,07 -0,19 0,13 -0,05 0,04 -0,12 0,04 0,89 0,28
o 0,13 -0,13 -0,25 0,12 0,14 0,42 0,21 0,02 -0,21 0,29 0,03 0,32 0,25 -0,02 0,17
p 0,20 -0,10 0,13 -0,03 -0,08 0,18 0,00 0,04 -0,01 0,07 -0,14 -0,05 -0,05 -0,16 0,20
65
Legenda das variáveis apresentadas no quadro 6:
As situações em que se obtiveram valores estatisticamente significativos para o
coeficiente de correlação encontram-se dispersas pela matriz de correlação, não sendo
identificável nenhum padrão relevante. Com efeito, algumas das correlações seriam
expectáveis (por exemplo, a correlação negativa entre a faixa etária e a escolaridade; do
grau de escolaridade com o rendimento médio; etc). Nas que se referem às questões
mais ligadas ao ambiente e ao turismo, os resultados são demasiado dispersos para
permitir inferir padrões de conexão entre as respostas. No entanto, é importante referir
a Faixa Etária
b Que grau de escolaridade completou?
c Qual a sua situação profissional?
d O rendimento médio mensal do agregado familiar é:
e
De um modo geral, em relação à área de Amarante e arredores do rio
Tâmega, como classifica: [os espaços verdes / naturais na cidade de
Amarante e na área circundante?]
f
De um modo geral, em relação à área de Amarante e arredores do rio
Tâmega, como classifica: [a qualidade ambiental do troço do rio Tâmega
em Amarante?]
g
De um modo geral, em relação à área de Amarante e arredores do rio
Tâmega, como classifica: [a possibilidade de usufruir dos espaços naturais
da Serra do Marão?]
h
De um modo geral, em relação à área de Amarante e arredores do rio
Tâmega, como classifica: [a possibilidade de usufruir dos espaços naturais
da Serra da Aboboreira?]
i Tem preocupação em reduzir e reciclar os resíduos?
j Como considera a distribuição de ecopontos, na sua zona de residência?
k Tem preocupação em minimizar o consumo de água e de energia?
lUm turismo mais focado na Natureza pode ser uma atividade de potencial
crescimento na região de Amarante?
mA região de Amarante tem condições e recursos para acolher atividades de
turismo associadas à Natureza?
nJá participou em algum evento associado ao desporto de natureza na
região?
oComo considera a divulgação dos eventos associados ao desporto de
natureza em Amarante?
p
Aceitava pagar uma taxa ecológica na prática das atividades de desporto
de natureza, para apoiar o finaciamento da qualidade / preservação
ambiental do local?
66
que não se obteve nenhuma correlação estatisticamente significativa que não fizesse
sentido no âmbito do conjunto de dados analisados.
Quadro 7 – Coeficiente de correlação de Spearman relativo ao inquérito
respondido pelos turistas nacionais de visita ao concelho de Amarante
Nota: a matriz inferior apresenta o valor do coeficiente de correlação; a matriz superior apresenta o nível
de significância – foram realçados a amarelo os valores com um nível de significância inferior a 0.05.
Fonte: Elaboração própria
Coluna1 a b c d e f2 f3 f4 f5 f6 g h1 h2 h3 h4 h5 j k l m2 m3 m4 m5 m6 m7 m8 m12 n1 n2 n3 n4 n5 n6 n7 n8 n9 n10 n11
a 0,00 0,00 0,65 0,16 0,05 0,04 0,00 0,58 0,49 0,81 0,56 0,36 0,37 0,78 0,79 0,69 0,82 0,41 0,27 0,00 0,03 0,61 0,89 0,07 0,00 0,28 0,30 0,80 0,34 0,95 0,90 0,31 0,30 0,70 0,38 0,50 0,79
b -0,56 0,03 0,58 0,31 0,30 0,00 0,04 0,51 0,39 1,00 0,38 0,27 0,19 0,18 0,20 1,00 0,32 0,25 0,39 0,00 0,36 0,38 0,32 0,13 0,12 0,40 0,20 0,86 0,32 1,00 0,67 0,86 0,08 0,55 0,74 0,87 1,00
c 0,63 -0,38 0,96 0,48 0,27 0,17 0,02 0,13 0,44 0,83 0,09 0,20 0,32 0,98 0,63 0,99 0,75 0,42 0,23 0,04 0,90 0,82 0,96 0,12 0,00 0,17 0,07 0,63 0,14 0,53 0,60 0,29 0,07 0,99 0,79 0,51 0,76
d 0,09 0,10 0,01 0,00 0,46 0,75 0,41 0,12 0,50 0,26 0,19 0,09 0,15 0,40 0,54 0,49 0,15 0,27 0,15 0,88 0,89 0,27 0,21 0,81 0,53 0,07 0,07 0,53 0,24 0,53 0,05 0,04 0,22 0,91 0,10 0,86 0,20
e 0,25 -0,19 0,13 0,66 0,18 0,49 0,02 0,33 0,30 0,05 0,52 0,55 0,76 0,61 0,10 0,35 0,22 0,16 0,70 0,39 0,93 0,39 0,01 0,26 0,74 0,17 0,57 0,95 0,56 0,44 0,17 0,03 0,57 0,21 0,35 0,73 0,17
f2 0,35 -0,19 0,20 0,14 0,24 0,85 0,17 0,10 0,29 0,18 0,69 0,69 0,77 0,71 0,95 0,60 0,60 0,40 0,29 0,40 0,06 0,40 0,60 0,33 0,42 0,50 0,82 0,93 0,24 0,10 0,04 0,02 0,82 0,60 0,60 0,17 0,85
f3 -0,37 0,59 -0,25 0,06 -0,13 0,03 0,18 0,31 0,94 0,92 0,40 0,22 0,33 0,35 0,55 0,22 0,78 0,57 0,23 0,22 0,88 0,74 0,16 0,04 0,67 0,91 0,07 0,74 0,29 0,67 0,41 0,74 0,07 0,87 0,78 0,43 0,92
f4 0,69 -0,36 0,40 0,15 0,41 0,25 -0,25 0,42 0,57 0,18 0,69 0,43 0,08 0,97 0,98 0,42 0,51 0,45 0,57 0,01 0,13 0,23 0,51 0,09 0,00 0,51 0,40 0,20 0,35 0,31 0,51 0,97 0,40 0,35 0,12 0,80 0,23
f5 0,10 -0,12 0,27 0,29 0,18 0,29 0,19 0,15 0,71 0,05 0,09 0,54 0,28 0,52 0,37 0,44 0,19 0,86 0,71 0,02 0,96 0,11 0,80 0,70 0,04 0,58 0,22 0,39 0,96 0,69 0,22 0,39 0,22 0,96 0,93 0,10 0,64
f6 -0,13 0,16 -0,14 -0,13 -0,19 -0,19 -0,01 -0,10 -0,07 0,23 0,17 0,71 0,67 0,63 0,98 0,71 0,27 0,45 0,57 0,97 0,84 0,97 0,27 0,49 0,74 0,40 0,51 0,23 0,35 0,31 0,40 0,97 0,51 0,63 0,71 0,80 0,23
g 0,04 0,00 -0,04 0,21 0,35 0,24 0,02 0,25 0,36 -0,22 0,59 0,49 0,03 0,52 0,14 0,07 0,16 0,66 0,94 0,22 0,51 0,74 0,16 0,21 0,67 0,07 0,91 0,66 0,47 0,67 0,29 0,66 0,41 0,87 0,64 0,48 0,37
h1 0,11 -0,16 0,30 -0,24 -0,12 -0,07 -0,15 0,07 0,30 0,25 0,10 0,00 0,00 0,02 0,19 0,99 0,71 0,82 0,58 0,07 0,64 0,79 0,19 0,44 0,17 0,91 0,02 0,58 0,17 0,69 0,64 0,58 0,12 0,75 0,99 0,34 0,03
h2 0,17 -0,20 0,23 -0,31 0,11 -0,07 -0,22 0,14 0,11 0,07 0,13 0,58 0,00 0,00 0,00 0,27 0,06 0,96 0,39 0,15 0,38 0,87 0,75 0,40 0,30 0,95 0,01 0,68 0,22 0,73 0,05 0,74 0,19 0,82 0,89 0,28 0,26
h3 0,16 -0,24 0,18 -0,26 0,06 0,05 -0,18 0,32 0,20 0,08 0,38 0,50 0,63 0,00 0,08 0,96 0,03 0,92 0,65 0,09 0,76 0,95 0,81 0,29 0,34 0,50 0,04 0,74 0,04 0,61 0,76 0,31 0,50 0,26 0,96 0,24 0,50
h4 -0,05 -0,24 0,00 -0,16 0,09 -0,07 -0,17 0,01 0,12 0,09 0,12 0,40 0,70 0,52 0,01 0,52 0,12 0,96 0,39 0,36 0,09 0,14 0,46 0,51 0,71 0,69 0,20 0,86 0,81 0,94 0,35 0,52 0,79 0,70 0,35 0,71 0,64
h5 -0,05 -0,23 -0,09 0,11 0,30 0,01 -0,11 -0,01 0,16 -0,01 0,26 0,24 0,56 0,31 0,47 0,15 0,77 0,61 0,36 0,22 0,53 0,88 0,28 0,73 0,65 0,48 0,71 0,04 0,31 0,88 0,29 0,22 0,97 0,71 0,72 0,99 0,17
j -0,07 0,00 0,00 -0,13 -0,17 -0,10 -0,22 0,15 -0,14 -0,07 -0,32 0,00 0,20 0,01 0,12 0,26 0,19 0,44 0,71 0,89 0,96 0,39 0,19 0,70 0,23 0,22 0,58 0,89 0,96 0,23 0,58 0,89 0,58 0,44 0,44 0,36 0,78
k -0,04 0,18 0,06 0,26 -0,22 0,10 0,05 -0,12 0,24 0,20 -0,25 -0,07 -0,34 -0,38 -0,28 -0,05 0,24 0,60 0,51 0,50 0,31 0,50 0,44 0,90 0,23 0,74 0,09 0,50 0,88 0,23 0,74 0,07 0,09 0,16 0,19 0,14 0,78
l -0,15 0,21 -0,15 -0,21 -0,25 0,16 0,10 -0,14 -0,03 -0,14 0,08 -0,04 -0,01 0,02 0,01 -0,09 0,14 0,10 0,45 0,08 0,14 0,08 0,37 0,02 0,17 0,26 0,94 0,48 0,92 0,42 0,01 0,20 0,20 0,02 0,44 0,05 0,01
m2 -0,20 0,16 -0,22 -0,27 -0,07 -0,19 0,22 -0,10 -0,07 -0,10 0,01 -0,10 -0,16 -0,08 -0,16 -0,17 -0,07 -0,12 -0,14 0,97 0,13 0,23 0,27 0,49 0,31 0,40 0,51 0,97 0,05 0,74 0,40 0,97 0,51 0,35 0,42 0,80 0,94
m3 0,50 -0,54 0,37 0,03 0,16 0,15 -0,22 0,44 0,42 -0,01 0,22 0,33 0,26 0,31 0,17 0,22 0,02 0,12 -0,31 -0,01 0,12 0,09 0,50 0,40 0,00 0,95 0,95 0,87 0,22 0,14 0,95 0,36 0,33 0,22 0,89 0,26 0,26
m4 0,38 -0,17 0,02 0,03 0,02 0,34 -0,03 0,28 0,01 0,04 -0,12 0,09 -0,16 -0,06 -0,30 -0,12 0,01 0,18 -0,27 0,28 0,28 0,12 0,03 0,87 0,12 0,20 0,76 0,94 0,37 0,51 0,50 0,12 0,76 0,37 0,96 0,20 0,02
m5 0,09 -0,16 0,04 0,20 0,16 0,15 0,06 0,22 0,29 -0,01 -0,06 -0,05 0,03 0,01 0,27 -0,03 0,16 0,12 -0,31 0,22 0,31 0,28 0,50 0,91 0,00 0,07 0,39 0,87 0,61 0,84 0,33 0,09 0,95 0,73 0,04 0,26 0,26
m6 0,02 0,18 -0,01 -0,23 -0,43 -0,10 0,25 -0,12 0,05 0,20 -0,25 0,24 0,06 0,04 -0,14 -0,20 0,24 0,14 -0,16 0,20 0,12 0,39 0,12 0,02 0,01 0,09 0,74 0,68 0,27 1,00 0,32 0,68 0,74 0,88 0,44 0,51 0,16
m7 -0,33 0,27 -0,28 -0,05 -0,21 -0,18 0,36 -0,30 -0,07 0,13 -0,23 -0,14 -0,15 -0,19 -0,12 -0,06 -0,07 0,02 -0,40 0,13 -0,15 -0,03 -0,02 0,40 0,55 0,87 0,05 0,40 0,82 0,16 0,11 0,11 0,30 0,55 0,28 0,95 0,61
m8 0,59 -0,28 0,56 0,12 0,06 0,15 -0,08 0,56 0,36 0,06 -0,08 0,25 0,19 0,18 0,07 -0,08 0,22 0,22 -0,25 -0,19 0,49 0,28 0,49 0,44 -0,11 0,01 0,61 0,53 0,48 1,00 0,61 0,84 0,61 0,48 0,04 0,55 0,20
m12 0,20 -0,16 0,25 0,33 0,25 -0,12 -0,02 0,12 -0,10 -0,15 -0,32 -0,02 -0,01 -0,12 0,07 -0,13 0,22 0,06 -0,21 -0,15 -0,01 0,23 0,33 0,30 0,03 0,46 0,20 0,33 0,74 0,61 0,89 0,39 0,20 0,74 0,15 0,20 0,07
n1 -0,19 0,23 -0,33 0,33 -0,11 0,04 0,32 -0,15 0,22 0,12 0,02 -0,41 -0,46 -0,36 -0,23 -0,07 -0,10 0,30 0,01 0,12 -0,01 0,06 0,16 0,06 0,35 -0,09 -0,23 0,39 0,07 0,61 0,89 0,39 0,00 0,47 0,15 0,02 0,29
n2 0,05 0,03 0,09 0,12 0,01 0,02 0,06 -0,23 0,16 0,22 0,08 -0,10 0,08 0,06 -0,03 0,37 0,02 0,12 -0,13 -0,01 0,03 -0,01 0,03 -0,07 -0,15 -0,11 -0,18 0,16 0,16 0,53 0,33 0,36 0,95 0,16 0,11 0,73 0,66
n3 -0,18 0,18 -0,27 0,22 0,11 -0,21 0,19 -0,17 -0,01 -0,17 0,13 -0,25 -0,22 -0,36 -0,05 0,18 -0,01 0,03 -0,02 0,35 -0,22 -0,16 0,09 -0,20 -0,04 -0,13 -0,06 0,33 0,25 0,03 0,74 0,16 0,47 0,60 0,38 0,06 0,47
n4 -0,01 0,00 -0,12 0,12 0,14 0,30 0,08 -0,19 0,07 -0,19 0,08 0,07 -0,06 -0,09 0,01 -0,03 -0,22 -0,22 0,15 0,06 -0,27 0,12 0,04 0,00 -0,25 0,00 0,09 -0,09 -0,11 0,39 0,12 0,06 0,61 0,48 0,04 0,55 0,67
n5 -0,02 0,08 -0,10 0,35 0,25 0,37 0,15 0,12 0,22 -0,15 0,19 -0,09 -0,35 0,06 -0,17 -0,19 -0,10 0,06 0,45 -0,15 -0,01 -0,12 -0,18 -0,18 -0,29 -0,09 -0,03 -0,03 -0,18 -0,06 0,28 0,07 0,33 0,47 0,58 0,16 0,29
n6 0,18 -0,03 -0,19 0,38 0,38 0,42 0,06 -0,01 0,16 -0,01 0,08 -0,10 -0,06 -0,19 0,12 0,22 0,02 0,32 0,23 -0,01 0,17 0,28 0,31 -0,07 -0,28 0,04 0,16 0,16 0,17 0,25 0,34 0,33 0,39 0,61 0,56 0,06 0,74
n7 -0,19 0,31 -0,33 0,23 -0,11 0,04 0,32 -0,15 0,22 0,12 -0,15 -0,28 -0,24 -0,12 -0,05 -0,01 -0,10 0,30 0,23 0,12 -0,18 0,06 -0,01 0,06 0,19 -0,09 -0,23 0,59 -0,01 0,13 0,09 0,18 0,16 0,47 0,58 0,16 0,04
n8 -0,07 0,11 0,00 0,02 -0,23 0,10 0,03 -0,17 -0,01 0,09 -0,03 0,06 0,04 0,20 0,07 0,07 0,14 0,26 0,40 -0,17 -0,22 -0,16 -0,06 0,03 0,11 -0,13 -0,06 0,13 0,25 -0,10 -0,13 0,13 0,09 0,13 0,96 0,90 0,47
n9 0,16 -0,06 -0,05 0,30 0,17 0,10 -0,05 0,28 0,02 0,07 -0,08 0,00 -0,02 -0,01 0,17 -0,07 0,14 -0,24 -0,14 -0,15 -0,02 -0,01 0,37 0,14 0,20 0,36 0,26 0,26 -0,29 0,16 0,36 0,10 0,11 0,10 0,01 0,23 0,64
n10 -0,12 0,03 -0,12 0,03 -0,06 0,25 0,15 -0,05 0,30 -0,05 0,13 -0,17 -0,20 -0,21 0,07 0,00 0,17 0,26 0,35 -0,05 0,21 -0,23 0,21 -0,12 -0,01 0,11 -0,23 0,42 -0,06 0,33 0,11 0,25 0,34 0,25 0,02 0,22 0,02
n11 -0,05 0,00 0,06 -0,24 -0,25 -0,03 0,02 -0,22 0,08 -0,22 -0,16 -0,39 -0,20 -0,12 -0,09 -0,25 -0,05 -0,05 0,45 0,01 -0,20 -0,42 -0,20 -0,25 -0,09 -0,23 -0,32 0,19 0,08 0,13 0,08 0,19 -0,06 0,37 0,13 -0,08 0,40
67
Legenda das variáveis apresentadas no quadro 7:
As situações em que se obtiveram valores estatisticamente significativos para o
coeficiente de correlação encontram-se dispersas pela matriz de correlação, não sendo
identificável nenhum padrão relevante. Com efeito, algumas das correlações seriam
expectáveis (por exemplo, a correlação negativa entre a faixa etária e a escolaridade; do
grau de escolaridade com o rendimento médio; etc). Nas que se referem às questões
Faixa Etária a
Que grau de escolaridade completou? b
Qual a sua situação profissional? c
O rendimento médio mensal do agregado familiar é: d
Com que frequência se desloca em férias? e
Turismo de Negócios f1
Turismo Cultural f2
Turismo de Natureza f3
Turismo de Saúde f4
Turismo Gastronómico f5
Ecoturismo f6
Nenhum dos anteriores f7
Quando viaja, normalmente opta por: g
Hotel h1
Pousadas de Portugal h2
Arrendamento de alojamento privado h3
Hostel h4
Parque de Campismo h5
Quando viaja, pratica alguma atividade associada ao desporto de j
Aceitava pagar uma taxa ecológica na prática das atividades de desporto
da natureza, para apoiar o financiamento da qualidade / preservação
ambiental do local? k
Já visitou a região de Amarante? l
Profissionais / Negócios m1
Interação Social m2
Gastronomia Tradicional m3
Descanso / Sossego m4
Contacto com a Natureza / Apreciar a Natureza e a Paisagem m5
Património Natural m6
Lazer e Animação m7
Património Histórico m8
Participação em eventos culturais m9
Desportos de Natureza m10
Nenhuma das anteriores m11
Outra: Visitar família m12
Outra: Parque Aquático m13
Montanhismo n1
Trails n2
Orientaçao n3
Observação de fauna e flora n4
Passeios Equestres n5
Passeios de barco (tradicionais da região) n6
Escalada n7
BTT n8
Pedestrianismo (Passeios Pedestres) n9
Paintball n10
Canoagem n11
Nenhuma das anteriores n12
Indique quais os três principais motivos da sua
visita à região:
Qual das seguintes atividades já praticou ou
gostaria de praticar na região de Amarante?
Que tipo de turismo pratica?
Qual o tipo de alojamento que costuma escolher?
68
mais ligadas ao turismo, os resultados são demasiado dispersos para permitir inferir
padrões de conexão entre as respostas. No entanto, é importante referir que não se
obteve nenhuma correlação estatisticamente significativa que não fizesse sentido no
âmbito do conjunto de dados analisados.
Quadro 8 – Coeficiente de correlação de Spearman relativo ao inquérito
respondido pelos praticantes de desporto no concelho de Amarante
Nota: a matriz inferior apresenta o valor do coeficiente de correlação; a matriz superior apresenta o nível
de significância – foram realçados a amarelo os valores com um nível de significância inferior a 0.05.
Fonte: Elaboração própria
Variáveis a b c d e f g1 g2 g3 g4 g5 g6 g7 g8 g9 g10 g11 h2 h5 h10 h11
a 0,88 0,00 0,13 0,50 0,20 0,84 0,38 0,15 0,63 0,86 0,04 0,20 0,41 0,57 0,21 0,84 0,83 0,46 0,83 0,34
b 0,05 0,89 0,04 0,62 0,36 0,74 0,21 0,71 0,48 0,04 0,36 0,78 0,00 0,04 0,29 0,74 0,06 0,33 0,39 0,36
c 0,73 0,04 0,18 0,13 0,15 0,91 0,42 0,62 0,42 0,47 0,25 0,15 0,64 0,73 0,34 0,91 0,73 0,91 0,73 0,62
d 0,44 0,58 0,39 0,58 0,86 0,86 0,82 0,45 0,82 0,61 0,86 0,86 0,02 0,16 0,14 0,86 0,23 0,86 0,23 0,45
e 0,21 -0,15 0,44 0,17 0,55 0,20 0,74 0,74 0,44 0,88 0,17 0,20 0,72 0,53 0,19 0,20 0,74 0,49 0,02 0,17
f -0,38 -0,28 -0,43 0,05 -0,18 0,55 0,44 0,37 0,44 0,06 0,55 0,17 0,92 0,74 0,69 0,55 0,74 0,55 0,74 0,37
g1 -0,06 0,10 0,04 0,05 -0,38 -0,18 0,37 0,44 0,00 0,74 0,55 0,17 0,92 0,74 0,01 0,00 0,74 0,55 0,06 0,00
g2 0,27 0,38 0,24 0,07 0,10 -0,23 0,27 0,32 0,66 0,85 0,37 0,44 0,65 0,14 0,61 0,37 0,01 0,44 0,85 0,66
g3 -0,42 -0,11 -0,15 -0,23 0,10 0,27 -0,23 -0,30 0,66 0,85 0,44 0,44 0,46 0,85 0,61 0,44 0,85 0,00 0,14 0,66
g4 -0,15 0,21 0,24 0,07 -0,23 -0,23 0,78 0,13 0,13 0,85 0,44 0,37 0,46 0,85 0,06 0,00 0,85 0,37 0,29 0,04
g5 -0,06 -0,59 -0,22 -0,16 -0,04 0,54 0,10 -0,06 -0,06 -0,06 0,06 0,06 0,16 0,94 0,22 0,74 0,94 0,26 0,94 0,29
g6 0,58 -0,28 0,34 0,05 0,41 -0,18 -0,18 0,27 -0,23 -0,23 0,54 0,55 0,18 0,26 0,69 0,55 0,74 0,55 0,26 0,44
g7 -0,38 -0,09 -0,43 0,05 -0,38 0,41 0,41 -0,23 -0,23 0,27 0,54 -0,18 0,92 0,74 0,01 0,17 0,74 0,55 0,06 0,37
g8 0,25 -0,77 0,15 -0,62 0,11 -0,03 -0,03 0,14 -0,23 -0,23 0,41 0,39 -0,03 0,16 0,38 0,92 0,47 0,11 0,47 0,65
g9 0,17 0,59 0,11 0,42 0,19 -0,10 -0,10 0,43 0,06 0,06 -0,03 0,34 -0,10 -0,41 0,22 0,74 0,02 0,26 0,24 0,29
g10 -0,37 -0,32 -0,29 -0,43 -0,39 -0,12 0,68 -0,16 -0,16 0,53 0,37 -0,12 0,68 0,27 -0,37 0,01 0,45 0,69 0,22 0,06
g11 -0,06 0,10 0,04 0,05 -0,38 -0,18 1,00 0,27 -0,23 0,78 0,10 -0,18 0,41 -0,03 -0,10 0,68 0,74 0,55 0,06 0,00
h2 -0,06 -0,54 0,11 -0,36 -0,10 -0,10 -0,10 -0,69 0,06 0,06 -0,03 -0,10 -0,10 0,22 -0,63 0,23 -0,10 0,74 0,94 0,85
h5 -0,22 0,29 0,04 0,05 0,21 -0,18 -0,18 -0,23 0,78 0,27 -0,34 -0,18 -0,18 -0,46 0,34 -0,12 -0,18 -0,10 0,26 0,44
h10 -0,06 -0,26 0,11 -0,36 0,63 -0,10 -0,54 0,06 0,43 -0,32 -0,03 0,34 -0,54 0,22 0,35 -0,37 -0,54 0,03 0,34 0,29
h11 0,29 0,28 0,15 0,23 0,40 -0,27 -0,78 -0,13 -0,13 -0,57 -0,32 0,23 -0,27 -0,14 0,32 -0,53 -0,78 -0,06 0,23 0,32
69
Legenda das variáveis apresentadas no quadro 8:
As situações em que se obtiveram valores estatisticamente significativos para o
coeficiente de correlação encontram-se dispersas pela matriz de correlação, não sendo
identificável nenhum padrão relevante. Com efeito, algumas das correlações seriam
expectáveis (por exemplo, a correlação negativa entre a faixa etária e a escolaridade; do
grau de escolaridade com o rendimento médio; etc). Nas que se referem às questões
mais ligadas ao desporto e ao turismo, os resultados são demasiado dispersos para
permitir inferir padrões de conexão entre as respostas. No entanto, é importante referir
que não se obteve nenhuma correlação estatisticamente significativa que não fizesse
sentido no âmbito do conjunto de dados analisados.
5.4.2. Análise em componentes principais
Os gráficos 72, 73 e 74, apresentam-se os resultados obtidos para análise em
componentes principais, para cada um dos inquéritos efetuados.
Faixa etária a
Que grau de escolaridade completou? b
Qual a sua situação profissional? c
O rendimento médio mensal do agregado familiar é: d
Com que frequência pratica desporto? e
Aceitava pagar uma taxa ecológica na prática das atividades de desporto
de natureza, para apoiar o financiamento da qualidade qualidade /
preservação ambiental do local? f
Montanhismo g1
Trails g2
Orientaçao g3
Observação de fauna e flora g4
Passeios Equestres g5
Passeios de barco (tradicionais da região) g6
Escalada g7
BTT g8
Pedestrianismo (Passeios Pedestres) g9
Paintball g10
Canoagem g11
Nenhuma das anteriores g12
Montanhismo h1
Trails h2
Orientaçao h3
Observação de fauna e flora h4
Passeios Equestres h5
Passeios de barco (tradicionais da região) h6
Escalada h7
BTT h8
Pedestrianismo (Passeios Pedestres) h9
Paintball h10
Canoagem h11
Nenhuma das anteriores h12
Qual das seguintes atividades já experimentou?
Qual das seguintes atividades gostaria de
experimentar em Amarante?
70
Gráfico 72 – Representação dos resultados relativos ao inquérito aos residentes no
concelho de Amarante
Nota: 29,57% da variação total associada à primeira componente; 17,39% da variação total associada à
segunda componente. A legenda das variáveis usadas nesta análise pode ser consultada no Quadro 6.
Fonte: Elaboração própria
Da análise do gráfico 72, é importante realçar os seguintes aspetos:
As variáveis utilizadas na análise parecem definir 4 grupos distintos: b/j/m; a/c;
k/i; restantes variáveis.
As variáveis que apresentam maior relação com as duas primeiras componentes
principais (b/j/m opostas a a/c) explicam parte do gradiente associado à primeira
componente principal.
O gradiente associado à segunda componente principal parece ser devido à
oposição entre as variáveis referidas no ponto anterior e as variáveis k/i.
Os grupos de inquiridos que se podem identificar no gráfico (entre outros,
3/30/31; 18/20; 1/16/15/8; 13/22/24) não parecem ser explicados por nenhum
subconjunto específico das variáveis utilizadas na análise.
71
Gráfico 73 – Representação dos resultados relativos ao inquérito aos turistas
nacionais de visita ao concelho de Amarante
Nota: 23,23% da variação total associada à primeira componente; 17,43% da variação total associada à
segunda componente. A legenda das variáveis usadas nesta análise pode ser consultada no Quadro 7.
Fonte: Elaboração própria
Da análise do gráfico 73, é importante realçar os seguintes aspetos:
A maior parte das variáveis utilizadas na análise tem uma relação muito pequena
com as duas primeiras componentes.
As variáveis que apresentam maior relação com as duas primeiras componentes
principais (n10 e n11 opostas a n9, m8 e m12) explicam parte do gradiente associado à
primeira componente principal.
O gradiente associado à segunda componente principal parece ser devido à
oposição nas respostas dentro de cada variável e não a diferenças entre variáveis.
Os grupos de inquiridos que se podem identificar no gráfico não parecem ser
explicados por nenhum subconjunto específico das variáveis utilizadas na análise.
72
Gráfico 74 – Representação dos resultados relativos ao inquérito aos praticantes
de desporto no concelho de Amarante
Nota: 38,88% da variação total associada à primeira componente; 20,31% da variação total associada à
segunda componente. A legenda das variáveis usadas nesta análise pode ser consultada no Quadro 8.
Fonte: Elaboração própria
Da análise do gráfico 74, é importante realçar os seguintes aspetos:
As variáveis utilizadas na análise não parecem definir grupos entre si,
apresentando uma distribuição equilibrada pelos quatro quadrantes do gráfico.
As variáveis que parecem explicar parte do gradiente associado à primeira
componente principal são as variáveis h10/h11/g9 por oposição a g11.
O gradiente associado à segunda componente principal parece ser devido
sobretudo à variável g8.
Os inquiridos 1 e 9 apresentam-se isolados dos restantes por serem praticantes
de canoagem.
Devido à dispersão das variáveis no gráfico, anteriormente referida, não é
possível explicar a distribuição dos restantes inquiridos no mesmo.
73
5.5. Breve discussão dos resultados
Em comparação com o relatório, “Estatísticas do Turismo 2016”, o principal
motivo em 2016 para viajar foi a “visita a familiares e amigos”, seguido do motivo
“lazer, recreio e férias”. Estes dados vão ao encontro das respostas obtidas nos
inquéritos distribuídos aos turistas, em que destacaram os seguintes motivos: “Lazer e
Animação”, “Contacto com a Natureza/Apreciar a Natureza e a Paisagem”,
“Gastronomia Tradicional”, “Descanso/Sossego”, “Património Histórico” e “Visita a
familiares e amigos”.
Dados obtidos no nosso estudo, revelam que um dos principais atributos que
mais valorizam e motivam a visita à região de Amarante é o “Contacto com a
Natureza/Apreciar a Natureza e a Paisagem”. Desta forma, é importante preservar e
conservar os atributos naturais existentes nas serras do Marão e da Aboboreira, bem
como no rio Tâmega, e ainda garantir condições de segurança e de limpeza nos locais a
explorar, monitorizando o fluxo de turistas para evitar a erosão dos locais (Wunder,
2000).
A maior parte dos turistas inquiridos afirmam procurar destinos que envolvem o
contacto com a natureza. Deste modo, o desenvolvimento do turismo de natureza é
importante para construir uma imagem turística atraente. Para complementar esta
imagem turística, é fundamental desenvolver atividades desportivas de natureza.
Nos inquéritos distribuídos aos turistas pode-se verificar que o Turismo de
Natureza, e o Cultural e Gastronómico são os mais praticados. A região de Amarante
apresenta produtos turísticos em todas essas áreas, o que mostra que a região pode ser
um mercado em desenvolvimento se forem aplicadas as estratégias corretas.
Divulgar os locais de alojamento em zonas mais rurais, irá permitir uma
deslocação para outras zonas de Amarante e facilitar a exploração dos atrativos
existentes.
Segundo Williams e Ponsford (2009), o mercado turístico está cada vez mais
consciente a nível ambiental, o que faz com que haja mudanças nas práticas de consumo
de água e energia e na produção de resíduos. Com base nos dados obtidos, pode-se
confirmar que existe uma preocupação constante por parte dos turistas inquiridos.
74
• Privilegiada localização geográfica
• Razoável rede hoteleira
• Possibilidade de exploração como local de ecoturismo
• Quantidade e diversidade de recursos naturais
• Boa qualidade ambiental dos recursos naturais existentes
• Gastronomia Tradicional
• Património cultural e histórico preservado e valorizado
Forças
• Falta de programa sólido a favor do turismo, indicando ausência de um planeamento estratégico
• Falta de marketing (promoção)
• Ausência de pacotes integrados de turismo com outras áreas
• Ausência de eventos e locais de diversão
• Sazonalidade
Fraquezas
5.6. Análise SWOT
Uma análise SWOT permite verificar quais as forças e as fraquezas (elementos
internos) de Amarante enquanto destino turístico, bem como identificar as
oportunidades que existem para o seu desenvolvimento e as ameaças a esse mesmo
desenvolvimento (elementos externos). Esta análise permite avaliar a posição
competitiva do concelho e identificar e selecionar opções estratégicas de crescimentos
alternativas.
Quadro 9 – Forças e Fraquezas
Fonte: Elaboração própria
75
• Incentivo às ações de desenvolvimento de turismo de natureza
• Fortalecimento do turismo com diversos eventos
• Desenvolvimento de um turismo ecológico
• Desenvolvimento de infra estruturas e dos serviços de apoio
• Novas tecnologias
• Turismo local com valor agregado
Oportunidades
• Perda de mercado regional e de investimentos, para outros concelhos mais ativos (por exemplo: Penafiel, Felgueiras)
• Atração de turistas por outros locais com uma maior diferenciação estratégica
Ameaças
Quadro 10 – Oportunidades e Ameaças
Fonte: Elaboração própria
No sentido de criar uma ligação com o território, é importante o envolvimento
tanto da comunidade local como do turista. Um exemplo de sucesso que pode ser
tomado como referência é o caso da cidade brasileira de Piraju (Maluly e Filho, 2011),
que numa primeira fase, elaborou um plano estratégico com os destinos turísticos da
região, que foi amplamente divulgado pelos habitantes, incluindo todos os atrativos
naturais e culturais que poderiam ser aproveitados pelos turistas; numa segunda fase, foi
desenvolvida a relação entre os habitantes e o valor do património da região e, por fim,
diversificou-se as opções de lazer, não só para os turistas, mas também para a população
local.
Deste modo, seria importante elaborar um plano estratégico de atividades
culturais/diversão, para garantir a qualidade de vida dos habitantes residentes em
Amarante e de possíveis visitantes à região, diminuindo a sazonalidade.
A região de Amarante está muito dependente do património histórico e cultural,
sendo por isso necessário o desenvolvimento de novas ofertas de produtos turísticos
(por exemplo, a participação em atividades desportivas e a divulgação e exploração de
76
ambientes naturais). A diferenciação da oferta turística tradicional irá permitir um
desenvolvimento a nível local.
As receitas turísticas aceleram o crescimento dos locais (INE, 2017). No
entanto, Wunder (2000) afirma que o impacte local do turismo não depende apenas do
fluxo de turistas, mas sim, dos processos de mudança aplicados localmente.
A divulgação das ofertas turísticas é fundamental para o aumento do número de
turistas, por isso, apostar em guias turísticos informativos é uma opção, aproveitando as
novas tecnologias na sua difusão.
77
6. Conclusão
O turismo encontra-se em crescimento, em especial na natureza. Desta forma, os
espaços naturais possuem um forte potencial, podendo ser valorizado na oferta turística.
É por isso necessário assegurar a preservação dos mesmos, através, por exemplo, da
participação ativa dos residentes e turistas na conservação da natureza e biodiversidade.
Pode-se afirmar que Amarante apresenta excelentes atrativos turísticos, tais
como, boa localização geográfica, património histórico bem preservado, gastronomia
tradicional reconhecida, unidades hoteleiras distinguidas a nível europeu, paisagens
únicas tanto no centro da cidade como nas zonas mais rurais e ainda, diversidade de
recursos naturais. Se todos estes fatores forem relacionados e integrados numa oferta
coerente, a região apresentará um potencial turístico ainda mais diversificado.
No entanto, a dinâmica económica da cidade de Amarante assenta na dimensão
cultural, resultado do valor significativo do património histórico e cultural da cidade,
assumindo um papel fundamental na dinamização da economia da região. Deste modo,
os planos estratégicos devem assentar na inovação, criando condições para uma
exploração transversal.
Ao longo da investigação, foi possível observar que tanto o turismo, como o
desporto são setores em expansão a nível local, por isso, podem funcionar como agentes
de desenvolvimento económico.
Ao existir uma procura crescente por espaços naturais para a prática desportiva e
tendo o município, boas condições geográficas e paisagísticas, concluiu-se que seria
importante desenvolver atividades diversificadas e integradas com base no turismo, no
desporto e na natureza. Para uma valorização deste potencial, é necessária uma
participação ativa de todas as entidades competentes, como, autarquias locais,
associações desportivas, Turismo Porto e Norte de Portugal)
A região dispõe de abundantes espaços naturais para a realização de variadas
atividades de desporto de natureza como: Pedestrianismo, Orientação, Trails, BTT,
Canoagem, Passeios de barco, entre outras.
Um dos problemas notados é a sazonalidade do destino turístico, pois dificulta
possíveis investimentos em todas as áreas de turismo, desporto e ambiente. Se não
existir uma procura considerável, não é rentável para os investidores. Desta forma, o
78
essencial, como já foi referido, seria diversificar e integrar a oferta turística através de
novos produtos, para combater a sazonalidade turística na região de Amarante.
Um turismo mais sustentável pode trazer à região contributos importantes no
sentido de criar uma ligação entre a comunidade local e os turistas, para a valorização e
preservação do património natural, bem como a garantia de práticas de consumo mais
sustentáveis.
Pode-se então afirmar que o desenvolvimento de produtos turísticos que ajustam
o desenvolvimento económico local à preservação dos recursos naturais contribui para a
revitalização e sustentabilidade da região.
É de referir a existência de limitações no estudo, como a falta de colaboração
por parte das entidades, que foram contactadas várias vezes, mas não se mostraram
disponíveis para colaborar. A forma como os inquéritos foram aplicados também pode
ter penalizado o trabalho de investigação porque os resultados poderiam ter sido mais
significativos em alguns inquéritos, mas por questões ligadas a dificuldades de
autorização de divulgação dos inquéritos tal não foi possível.
Serão de seguida, apresentadas sugestões para futuros trabalhos. Um possível
trabalho, seria fazer uma retrospetiva económica da cidade de Amarante, comparando o
município há 20 anos com os dias de hoje; uma outra análise seria realizar um estudo
qualitativo sobre a população, de maneira a perceber ao certo a relação que existe com o
município; um outro aspeto relevante seria fazer um estudo da rede hoteleira da região
de Amarante, com base nas certificações e normas ambientais.
Em resultado deste estudo, dado que Amarante tem um potencial turístico, e
sendo eu residente da região, sugiro, em seguida, locais ou implementação de serviços
que poderiam ser utilizados para revitalização da cidade:
Projeto de manutenção e proteção nas minas abandonadas de volfrâmio na Serra
do Marão, permitindo a segurança de possíveis visitas guiadas;
Criar um posto desportivo, onde fosse possível alugar equipamentos para a
prática de determinadas atividades desportivas;
Desenvolvimento de uma aplicação onde fossem divulgadas todas as ofertas
turísticas disponíveis em Amarante, ou seja, apresentar mapas de localização das
áreas, acessibilidades, serviços de restauração e hotelaria, locais de património
histórico e cultural, eventos e divulgar os espaços verdes bem como atividades
79
que se possam explorar nos locais, por exemplo, experiências de canoagem no
rio Tâmega para, grupos com guias para a realização de percursos pedestres e
trails nas serras (A ideia deste projeto vai ao encontro da iniciativa Cidades
Criativas, em que Batista e Alves sugerem a criação de uma aplicação para a
revitalização cultural da cidade);
Realizar feiras semestrais com os produtos e atividades que cada freguesia tem
ao dispor do público, divulgando todas as áreas e não apenas o centro da cidade,
permitindo um envolvimento da comunidade local;
Valorizar a importância da fauna e flora existente em Amarante, aproveitando o
Parque Florestal de Amarante para construir um local de observação das
espécies existentes em Amarante.
80
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