DESOBJETO

download DESOBJETO

of 1

Transcript of DESOBJETO

  • 8/17/2019 DESOBJETO

    1/1

    ESCOLA EVANGÉLICA DA COMUNIDADE DE CASTROLANDA

    Ensino Fundamental II – 9 ano ! "o#tu$u%s

    Desobjeto [manoel de barros]O menino que era esquerdo viu no meio do quintal um pente. O pente estava próximo de não ser mais umpente. Estaria mais perto de ser uma folha dentada. Dentada um tanto que já se havia incuído no chão quenem era uma pedra um caramujo um sapo. Era alguma coisa nova o pente. O chão teria comido logo umpouco dos seus dentes. Camadas de areia e formigas roeram seu organismo. e ! que um pente temorganismo.O fato ! que o pente estava sem costela. "ão se pederia mais di#er de aquela coisa fora um pente ou umleque. $s cores a chifre de que fora feito o pente deram lugar a um esverdeado a musgo. $cho que os %ichosdo lugar mijavam muito naquele deso%jeto. O fato ! que o pente perdera a sua personalidade. Estavaencostado &s raí#es de uma árvore e não servia mais nem para pentear macaco. O menino que era esquerdoe tinha cacoete pra poeta' justamente ele enxergara o pente naquele estado terminal. E o menino deu para

    imaginar que o pente' naquele estado' já estaria incorporado & nature#a como um rio' um osso' um lagarto.Eu acho que as árvores cola%oravam na solidão daquele pente.

    Desobjeto [manoel de barros]O menino que era esquerdo viu no meio do quintal um pente. O pente estava próximo de não ser mais umpente. Estaria mais perto de ser uma folha dentada. Dentada um tanto que já se havia incuído no chão quenem era uma pedra um caramujo um sapo. Era alguma coisa nova o pente. O chão teria comido logo umpouco dos seus dentes. Camadas de areia e formigas roeram seu organismo. e ! que um pente temorganismo.O fato ! que o pente estava sem costela. "ão se pederia mais di#er de aquela coisa fora um pente ou um

    leque. $s cores a chifre de que fora feito o pente deram lugar a um esverdeado a musgo. $cho que os %ichosdo lugar mijavam muito naquele deso%jeto. O fato ! que o pente perdera a sua personalidade. Estavaencostado &s raí#es de uma árvore e não servia mais nem para pentear macaco. O menino que era esquerdoe tinha cacoete pra poeta' justamente ele enxergara o pente naquele estado terminal. E o menino deu paraimaginar que o pente' naquele estado' já estaria incorporado & nature#a como um rio' um osso' um lagarto.Eu acho que as árvores cola%oravam na solidão daquele pente.

    Desobjeto [manoel de barros]O menino que era esquerdo viu no meio do quintal um pente. O pente estava próximo de não ser mais um

    pente. Estaria mais perto de ser uma folha dentada. Dentada um tanto que já se havia incuído no chão quenem era uma pedra um caramujo um sapo. Era alguma coisa nova o pente. O chão teria comido logo umpouco dos seus dentes. Camadas de areia e formigas roeram seu organismo. e ! que um pente temorganismo.O fato ! que o pente estava sem costela. "ão se pederia mais di#er de aquela coisa fora um pente ou umleque. $s cores a chifre de que fora feito o pente deram lugar a um esverdeado a musgo. $cho que os %ichosdo lugar mijavam muito naquele deso%jeto. O fato ! que o pente perdera a sua personalidade. Estavaencostado &s raí#es de uma árvore e não servia mais nem para pentear macaco. O menino que era esquerdoe tinha cacoete pra poeta' justamente ele enxergara o pente naquele estado terminal. E o menino deu paraimaginar que o pente' naquele estado' já estaria incorporado & nature#a como um rio' um osso' um lagarto.Eu acho que as árvores cola%oravam na solidão daquele pente.