Desafios e possibilidades de atuação da saúde do ...
Transcript of Desafios e possibilidades de atuação da saúde do ...
...
Desafios e possibilidades de atuação da saúde do
trabalhador na atenção básica.
Diretoria de Saúde do Trabalhador
Centro de Vigilância
Sanitária/CCD/SES
São Paulo
26 de Abril de 2021
Elizabeth Costa Dias
Roteiro
Considerações iniciais – aspectos históricos e conceituais
Por que desenvolver ações de Saúde do Trabalhador na APS ?
Importância no atual contexto e possibilidades
Caminhos por onde ou como começar?
O trabalho prescrito para as equipes
Dificuldades, desafios
Uma agenda possível
Movimento ou Campo da Saúde do Trabalhador
Processo sociopolítico de mudança de conceitos e práticas de saúde, incorporando as
relações Trabalho-Saúde-Doença-Ambiente na determinação do processo saúde–
doença e na práticas dos serviços de saúde, articulado ao movimento da
Reforma Sanitária e criação do SUS.
➔ colocar o TRABALHO na vida e na atenção à saúde dos trabalhadores.
“DNA” da Saúde do Trabalhador
Base Teórica - Determinação social do processo saúde-doença
Trabalhador sujeito: participação e controle social da saúde
Indissociabilidade – preventivo-curativo – com primazia da prevenção Conflito vigilância x assistência
Ênfase no enfoque transversal das políticas e das práticas de saúde intra e inter -
➔modelo de desenvolvimento
Integralidade do cuidado em saúde do trabalhador
Ações de Promoção da Saúde
• Reconhecer o trabalho como oportunidade de saúde considerando que a doença não é inerente mas uma construção social
• Empoderar os trabalhadores
Ações de Vigilância da Saúde – articuladas/integradas VISA
• Conhecer os riscos presentes no trabalho para antecipar e prevenir os danos, por meio de mudanças nos processos de trabalho
Assistência à saúde e reabilitação
• reconhecer a relação do adoecimento com o trabalho e desencadear os desdobramentos clínicos (plano de cuidado), a notificação, o acesso à Previdência Social e a reabilitação, entre outros.
INDISSOCIÁVEIS
Base normativa – modelo do SUS – RAS
➔ Características da rede de APS➔ Capilaridade
➔ Organização por território
➔ Trabalho em equipe multiprofissional – Papel dos ACS
➔ Responsabilidade sanitária pela população do território
➔ Possibilidade de vínculos – usuário – equipe
➔ Participação social
Base técnica - Alma Ata ( 1978)
➔ levar atenção resolutiva o mais próximo de onde as pessoas vivem e trabalham
Base social
➔ Perfil atual dos trabalhadores brasileiros
Por que desenvolver ações de Saúde do Trabalhador na APS ?
Modelo Assistencial – Pirâmide / Redes de Atenção
em Saúde
PRIMÁRIO
SECUNDÁRIO
TER
CIÁRIO
PORTA DE ENTRADA
APS
Redes: Sistema horizontal
com a APS sendo o centro
coordenador do cuidado
Características do cuidado na APS
Capilaridade da rede de serviços da APS ➔ acesso dos trabalhadores do setor trabalho
informal e em domicílio
Foco no território – permite conhecer e produzir informações sobre a condição de vida e
saúde dos trabalhadores e de intervir:
Vínculo com a equipe – a atuação dos ACS
Responsabilidade sanitária;
Mapeamento das atividades produtivas desenvolvidas no território ➔vigilância dos
ambientes e condições de trabalho
Identificação do usuário trabalhador e do perfil epidemiológico dos agravos e doenças
relacionados ao trabalho na população adscrita
Ênfase na promoção da saúde
Notificação e análise de informações sobre os agravos relacionados ao trabalho - Vigilância
Epidemiológica
Potencial de fomento à organização dos trabalhadores, principalmente, setor informal.
AÇÕES DE SAÚDE DO TRABALHADOR NA APS
As prescritas para o trabalho das equipes, incorporando o TRABALHO
▪ Mapeamento das atividades produtivas desenvolvidas no território
▪ Integralidade do cuidado, com ênfase na Promoção da Saúde
▪ Assistência qualificada que considere o trabalho do usuário e da família
▪ Coordenação do cuidado
▪ Notificação dos agravos à saúde relacionados ao trabalho
▪ Vigilância dos ambientes e condições de trabalho
▪ Ações de promoção da saúde – Empoderamento individual e coletivo
• Fomento à organização e participação dos trabalhadores do território
Ações ▪ Mapeamento das atividades produtivas desenvolvidas no
território
▪ Identificação do usuário trabalhador e do perfil epidemiológico
dos agravos e doenças relacionados ao trabalho na população
adscrita
▪ Notificação e análise de informações sobre os agravos
relacionados ao trabalho - Vigilância Epidemiológica
▪ Vigilância dos ambientes e condições de trabalho
➔ trabalho domiciliado
Por onde começar?
Pelo processo de trabalho prescrito e o real das
equipes
➔ Qualificar as ações de saúde – individuais e
coletivas - desenvolvidas com/para os usuários
trabalhadores, considerando a inserção particular
nos processos produtivos.
Começar pelo que já é feito
incluir as atividades produtivas no diagnóstico situacional do território
➔ atividades produtivas no domicílio;
reconhecer o usuário – trabalhador
cadastramento das famílias
Acolhimento
Consulta clínica na unidade
Grupos
ampliar as ações de Vigilância dos Acidentes e Doenças relacionados ao trabalho e dos ambientes e condições de trabalho – investigação óbitos por AT
empoderamento dos trabalhadores:
◦ Ex: discussão sobre os riscos relacionados às atividades produtivas que desenvolvem;orientações sobre os direitos trabalhistas e previdenciários, entre outras .
Instrumentos/tecnologias utilizadas pelas eAB/eSF que podem facilitar as ações de saúde do trabalhador
Mapeamento território/cadastramento das familias
Acolhimento
Atendimento compartilhado ou consulta conjunta
Discussão de casos ou reunião de matriciamento
Construção do Projeto Terapêutico Singular (PTS)
Visita Domiciliar
Atividades em grupo – grupo operativos
Fragilidade da Atenção Primária
➔ Dissociação entre discurso e prática
➔ Dependência do poder político local
Precariedade da rede física
Inadequação das condições de trabalho – rotatividade
Baixo índice conectividade e informatização
Critério de adscrição da população por moradia – local de trabalho
Pouca Resolutividade
➔ Desarticulação na Rede de Atenção – gargalo da atenção 2a e 3a
➔ Faltam fluxos bem estabelecidos e suporte técnico - matriciamento
➔ Renovação acelerada e despreparo das equipes
➔ Subnotificação de agravos relacionados ao trabalho ➔ agenda técnica e politica
Aspectos culturais e valoração das tecnologias duras
Dificuldades e Desafios
Estratégias de enfrentamento - MATRICIAMENTO
APOIO INSTITUCIONAL, TÉCNICO E PEDAGÓGICO ÀS EQUIPES DA APS
Arranjo organizacional que viabiliza o suporte técnico em áreas específicas parao desenvolvimento de ações básicas de saúde.
ER: têm a responsabilidade pela condução de um caso individual, familiar oucomunitário;
E Apoiadores: especialistas com a missão de agregar conhecimentos à ER =>contribuem no aumento da capacidade de resolver problemas.
=> Metodologia de trabalho:
- assegurar retaguarda especializada e apoio tecnico pedagógico às equipescom construção compartilhada - Equipe de Referência (profissionais daAPS) e apoiadores (CEREST) de soluções
Apoio Institucional,Técnico e Pedagógico – Matriciamento
=> Arranjo organizacional que viabiliza o suporte técnico em áreas específicas parao desenvolvimento de ações básicas de saúde.
ER: têm a responsabilidade pela condução de um caso individual, familiar oucomunitário;
E Apoiadores: especialistas com a missão de agregar conhecimentos à ER
➔ para aumentar da capacidade de resolver problemas.
Metodologia de trabalho
- assegurar retaguarda especializada e apoio tecnico pedagógico às equipes comconstrução compartilhada - Equipe de Referência (profissionais da APS) eapoiadores (CEREST) de soluções
Apoio técnico e pedagógico – Cerest- Betim - APS
Fonte: Elaborado por Marcia Lazarino – Cerest Betim, 2017s.
Instâncias responsáveis pelo matriciamento
INTRASETORIAIS – SUS
Cerest NASF
Referências Técnicas de Saúde do Trabalhador Estaduais e Municipais
Equipes da Vigilância em Saúde
Serviços Especializados
Instituições de ensino e pesquisa
INTERSETORIAIS
Apoios dos setores Trabalho e Emprego e Fundacentro
Coordenação Benefício da Previdência Social
Ministério do Meio Ambiente
Justiça do Trabalho e MPT
Matriciamento na atenção integral à saúde dos
trabalhadores – papel dos CEREST
A PNSTT-SUS atribui ao CEREST o papel de núcleo de
inteligência e centro articulador das ações intra e
intersetoriais e de apoio técnico especializado
para o desenvolvimento de ações de atenção integral
à saúde do trabalhador na rede de saúde,
juntamente com as áreas técnicas de Saúde do
Trabalhador, nos âmbitos estaduais e municipais
(BRASIL, 2012)
Instrumentos apoio
Caderno de Atenção Básica - Saúde do Trabalhador
Caderno de Atenção Básica – NASF
Manual da RENAST
Diretrizes para VISAT na Atenção Básica
......................................
Equipamento de proteção individual e segurança no trabalho para
profissionais de saúde da APS no atendimento às pessoas com suspeita
ou infecção pelo novo coronavírus (Covid-19) - Procedimento
operacional padronizado. COVID-19, EPI, Ministério da Saúde, Atenção
Primária, trabalho em saúde
Secretaria de Atenção Primaria em Saúde, MS. 2020
Recomendações para catadores e trabalhadores de
materiais recicláveis e à população diante da pandemia do
coronavírus (COVID-19) - DVISAT/COVISA/SP. 2020
Oportunidades - pensando uma agenda
Ampliar a politização do movimento pela Saúde do Trabalhador para suporte ao SUS
Ampliação e revisão de conceitos:
saúde, doença, sofrimento, desgaste relacionados ao Trabalho
Articulação das ações de Vigilância em Saúde do Trabalhador VISAT na
Vigilância em Saúde – VISA
Ampliar e alimentar um sistema robusto e ágil de informações de interesse para a Saúde do Trabalhador
Buscar a integralidade superando o falso dilema – Assistência x Vigilância
Quando os ventos de mudança sopram, umas
pessoas levantam barreiras, outras constroem
moinhos de vento.
Érico VeríssimoELIZABETH DIAS, 2015