Educação em Astronomia: desafios e possibilidades

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Desafios e possibilidades da Educação em Astronomia no Brasil

Prof. Rodolfo Langhi

[email protected]

http://sites.google.com/site/proflanghi


INTRODUÇÃO: um panorama


Semiprofissionais em Astronomia (não hobbystas), clubes, associações, observatórios didáticos e particulares

Astrônomos profissionais, observatórios profissionais, institutos de pesquisa em Astronomia, agências espaciais

1) Comunidade Científica

2) Comunidade Amadora

3) Comunidade Escolar (e de Ensino não formal)Estabelecimentos de ensino não formal, divulgação e popularização

(planetários, museus) e de ensino formal, tais como as escolas da Educação Básica (ensino fundamental e médio), universidades, instituições formadoras de

professores, professores em exercício, alunos


COMUNIDADE CIENTÍFICA

Estabelecimentos de Astronomia profissional (alguns exemplos):

Observatórios – internacionais (consórcios), nacionais, ONInstitutos de pesquisa – INPE, LNA, IAGUniversidades – USP, UFRJ, UFES, UFRGS, UFSC, UFOP, UFMG, UNIFEI

Agências – AEB, CTA



COMUNIDADE CIENTÍFICA

Grupos de Pesquisa em Astronomia:

Exemplos de algumas áreas (CNPq): gravitação, cosmologia, radiação cósmica de fundo,

relatividade e energia escura, planetas; últimos estágios de evolução estelar; núcleos ativos e

buracos negros; ensino de Astronomia.



COMUNIDADE AMADORA

Clubes locais de Astronomia amadora (231 ou menos), com atividades pulverizadas e dissolvidas

pelo território nacional, que podem auxiliar as atividades de ensino e divulgação da Astronomia,

em parcerias com professores.

Lista com dados cadastrais para contato: http://sites.google.com/site/proflanghi/clubes



COMUNIDADE ESCOLAR E DE ENSINO- Escolas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio;

- Universidades (formação de professores)

- Professores em formação inicial e em exercício (formação continuada);

- Alunos;

-Contexto escolar (entorno, população, famílias);

-Material didático, documentos oficiais (PCN, Referenciais estaduais etc).

Consultar: http://sites.google.com/site/proflanghi/documentos_levantamento



Estabelecimentos:

Planetários fixos (~45)Observatórios astronômicos (95)

Lista com dados cadastrais para contato destes estabelecimentos: http://sites.google.com/site/proflanghi/estabelecimentos-1


COMUNIDADE ESCOLAR E DE ENSINO


PESQUISAS NACIONAIS SOBRE EDUCAÇÃO EM ASTRONOMIA

71 teses e dissertações de 1973 até 2012:60 dissertações de mestrado

11 teses de doutorado

Alguns resumos e links: http://sites.google.com/site/proflanghi/resumos


Fonte:

http://www.btdea.ufscar.br/



Literatura específica:RELEA (desde 2004)

Boletim SAB (desde 1974)... e publicações ocasionais sobre ensino de Astronomia em outras revistas científicas da área de ensino de Ciências e Física: na área de Ensino (CAPES) com qualis A e B há mais de 100 artigos publicados sobre ensino de Astronomia nos últimos 10 anos (CBEF, RBEF, C&E, RBPEC, Investigações etc)

Links para os artigos: http://sites.google.com/site/proflanghi/artigos_levantamento




Eventos específicos:ENAST (predominantemente amadores)

EBEA (descontinuado desde 2004)Reuniões anuais da SAB (resumos)Reuniões da ABP (popularização)

EREA (recente)SNEA (desde 2011)

… e os eventos relacionados: ENPEC, EPEF, SNEF, ENDIPE, SBPC

Links para os trabalhos e anais dos eventos:http://sites.google.com/site/proflanghi/congressos_levantamento

http://sites.google.com/site/proflanghi/anais



DESAFIOS:

Declínio histórico de conteúdos de Astronomia no ensino básico e superior

Lacunas na formação inicial de professores relativos a conteúdos e a metodologias de ensino de Astronomia

Cursos de curta duração, normalmente denominados de “formação continuada”, em geral, não promovem

mudanças efetivas na prática docente



DESAFIOS:

Carência de material bibliográfico e fonte segura de informações sobre Astronomia

Espetacularização da mídia e sensacionalismos exagerados sobre temas

e fenômenos de Astronomia

Escassez de estabelecimentos dedicados à astronomia (observatórios, planetários, associações, museus, etc)



DESAFIOS:

Potencial dos estabelecimentos (observatórios, planetários, associações e clubes) pouco aproveitado e atividades pontuais;

Persistência de erros conceituais em livros didáticos e outros manuais didáticos, apesar de diversas revisões em seus textos

Quantidade reduzida de pesquisas sobre educação em Astronomia

Perda de valorização cultural e falta do hábito de olhar para o céu



DESAFIOS:

Propagação em massa de concepções alternativas e mitos sobre Astronomia

Falta de atualizações aos professores quanto a novas descobertas e informações sobre fenômenos astronômicos

iminentes que poderiam ser aproveitados nas aulas

Subutilização da forte componente motivacional e interdisciplinar da Astronomia no ensino (falta de

instrumentação metodológica e “física”)



POSSIBILIDADES:

Fomentar a criação, nas escolas, de Grupos de Estudos sobre Educação e Divulgação da Astronomia

Interdisciplinar (ex.: OBA - http://www.oba.org.br)

Reunir as fontes de saberes do conteúdo sobre educação em Astronomia visando facilitar a sua busca pelos

professores em contínua formação mediante a criação de um portal do saber astronômico, catalogando conteúdos

específicos, propostas de atividades, sugestões metodológicas e didáticas, relatos (ex.: http://sites.google.com/site/proflanghi)



POSSIBILIDADES:

Estabelecer campanhas nacionais de observação do céu, envolvendo estabelecimentos do setor, aproveitando

fenômenos astronômicos, sejam eles raros ou cotidianos (por exemplo: fases da lua, horários e pontos do “nascer” e

“pôr” do sol, data de entrada de estações do ano e seus significados, movimento diurno da esfera celeste,

reconhecimento de constelações da época, eclipses, trânsitos, ocultações, cometas, conjunções, etc)

(ex.: Eratóstenes - http://sites.google.com/site/proflanghi ; I SNCT - http://semanact.mct.gov.br )



POSSIBILIDADES: Elaboração e envio de periódicos de Astronomia que motivem professores e alunos a observar o

céu e trabalhar o tema em sala de aula(ex.: IODA - http://sites.google.com/site/iodastronomia )

Promover, durante eventos e congressos de pesquisadores, momentos de discussões e trocas

de saberes de conteúdo e experiências entre professores e astrônomos amadores e profissionais (ex.: Reunião da SAB - http://www.sab-astro.org.br )



POSSIBILIDADES:

Criação de um órgão nacional de pesquisa, produção de material didático e organização de eventos, envolvendo instâncias

profissionais, amadoras e de educação, mantendo um cadastro nacional permanente de instituições desta natureza

(ex.: era a intenção da RBA - http://www.rba.astronomos.com.br/index.php )

Envolver-se com as políticas públicas a fim de motivar as secretarias municipais e estaduais de educação, universidades, MEC e os órgãos

de fomento, no sentido de fornecer incentivos aos professores interessados em sua formação contínua em Astronomia,

disponibilizando recursos financeiros, logísticos e temporais, específicos para este fim



POSSIBILIDADES:

Aumentar a quantidade e a qualidade da produção de pesquisas sobre a Educação em Astronomia no Brasil

Utilizar metodologias de formação de professores que contribuam com resultados de pesquisas para a área e que sejam reflexivas e

ativistas (no sentido de “mudança da ação”) e não meramente conteudistas

Produção midiática de documentários televisivos e publicações impressas como fontes confiáveis visando instrumentalizar o

trabalho docente



POSSIBILIDADES:

Desmistificar concepções e mitos em Astronomia por meio de ações nacionais e divulgação midiática

Aproveitar nacionalmente o potencial dos estabelecimentos (observatórios, planetários, associações e clubes)

Mobilizar as comunidades de astrônomos profissionais, amadores, pesquisadores em ensino e de professores a fim

de exercer pressões em poderes públicos quanto a mudanças educacionais



POSSIBILIDADES:

A execução das possibilidades acima pode ser potencializada a partir de articulações

nacionais entre as comunidades:Científica

Amadora eEscolar



Exemplos internacionais:

Países, como os EUA, Alemanha, França, Itália e Polônia, sentiram fortemente a influência de

associações de astrônomos amadores, observatórios e sociedades astronômicas,

juntamente com os astrônomos profissionais e escolas, em promover mudanças nacionais no

curriculo escolar, mediante pressão sobre órgãos governamentais.



Exemplos nacionais:

Ações recentes:

OBA – Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica

IYA2009 – Ano Internacional da Astronomia (2009)

Projeto Eratóstenes – Escolas do mundo medem o raio da Terra

Ações anteriores: SNCT (BOPOC), Revista Astronomy Brasil...



A OBA tem mobilizado professores e alunos do Brasil a buscar fontes

de informações acerca de conteúdos de Astronomia e

práticas de ensino sobre o tema.

Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica



A resolução 62/200 da 62ª Assembléia Geral da ONU, que declarou 2009 como o Ano Internacional da Astronomia (IYA2009), gerou apoio financeiro a

partir de órgãos públicos para projetos de divulgação científica na área de Astronomia e

ciências afins, visando estimular a popularização da ciência e tecnologia e de promover a melhoria

da educação científica no País (por exemplo, o edital MCT/SECIS/CNPq Nº 63/2008).

O IYA2009 dá início à RBA.

Ano Internacional da Astronomia (2009)



O Projeto Eratóstenes visa resgatar didaticamente o procedimento histórico do bibliotecário de Alexandria há quase 2.300 anos atrás, ao medir o raio da Terra usando a sombra de uma haste vertical.

Alunos e professores do Brasil e do mundo envolvem-se em atividades de socialização e motivação ao aprendizado da Ciência,

através da utilização das TIC.

Projeto Eratóstenes Brasil



Quaisquer ações de âmbito nacional, visando o ensino e a divulgação, deveriam levar em conta os resultados das

pesquisas sobre Educação em Astronomia, caso contrário, qualquer atividade estaria baseada no senso

comum.

Por outro lado, a Educação em Astronomia compõem-se ainda em um campo fértil de trabalho no Brasil.

Considerações finais



Referências LANGHI, R. Um estudo exploratório para a inserção da Astronomia na formação de professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Dissertação (Mestrado em Educação para a Ciência). Faculdade de Ciências, UNESP, Bauru, 2004.

LANGHI, R. Astronomia nos anos iniciais do ensino fundamental: repensando a formação de professores. 2009. 370 f. Tese (Doutorado em Educação para a Ciência). Faculdade de Ciências, UNESP, Bauru, 2009.

LANGHI, R. Aprendendo a ler o céu: pequeno guia prático para a astronomia observacional . Campo Grande, MS: Ed. UFMS, 2011.


Educação em Astronomia: desafios e possibilidades

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