DC Saúde - 26 de Janeiro

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DC Saúde DIRECTOR ADRIANO LUCAS NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE 26 DE JANEIRO DE 2010 TERÇA-FEIRA SUPLEMENTO QUINZENAL Diário de Coimbra Médicos contra prescrição feita por enfermeiros Ordem dos Médicos recusa exemplo de Espanha na prescrição de medicamentos Os enfermeiros espanhóis já podem prescrever medicamen- tos, uma possibilidade que os médicos portugueses jamais acei- tariam por considerarem que estes profissionais não estão habi- litados e por defenderem a máxi- ma: “cada macaco no seu galho”. A possibilidade de os enfer- meiros espanhóis prescreve- rem medicamentos, para já os sem receita médica e, após regu- lamentação própria, os sujeitos a prescrição clínica, data de 30 de Dezembro do ano passado. Em Espanha, os enfermeiros aplaudiram a medida, conside- rando-a uma concretização do que já acontece na prática, mas os médicos reiteraram a oposi- ção que manifestam há muito tempo. Questionado sobre a possibili- dade de os enfermeiros portu- gueses passarem a ter esta prer- rogativa, o bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, aler- tou para os «enormes riscos» para a população. «Pôr pessoas que não têm qualificação para prescrever a fazer uma coisa para a qual não têm qualificação é muitíssimo arriscado. É a mes- ma coisa que os médicos pilota- rem aviões», disse à agência Lusa. Para o bastonário, se um me- dicamento não é sujeito a recei- ta médica, é porque não precisa de ser prescrito e se os enfer- meiros agora passam a receitar estes fármacos só pode ser para «brincarem aos médicos». Por outro lado, «se os medicamen- tos são de receita médica, isso significa que só podem receita- dos por quem tem qualificação: os médicos». Para Pedro Nunes, os enfer- meiros são «gente imprescindí- vel, de grande dignidade e com cursos superiores, mas sem ha- bilitação para prescrever medi- camentos». O bastonário consi- dera que a situação em Espanha, que se segue a outros países como Inglaterra, é «uma fraude» e ga- rante que, «se o governo portu- guês optar pelo caminho do governo espanhol», não terá o apoio da Ordem dos Médicos. Caminho evolutivo Contactada pela Lusa, a basto- nária da Ordem dos Enfermei- ros sublinhou que «os contex- tos nacionais não são os mes- mos» e que os enfermeiros es- panhóis não tinham, como os portugueses têm, um quadro regulamentador. É esse quadro (Regulamento do Exercício Profissional dos Enfermeiros) que define as inter- venções dos enfermeiros e no qual se lê que estes «procedem à administração da terapêutica prescrita, detectando os seus efei- tos e actuando em conformidade, devendo, em situação de emer- gência, agir de acordo com a qua- lificação e os conhecimentos que detêm, tendo como finalidade a manutenção ou recuperação das funções vitais». Maria Augusta de Sousa re- corda que, segundo este quadro regulamentador, «a prescrição do medicamento é da responsabili- dade dos médicos», mas que, «em situação de urgência, os enfermeiros prescrevem e admi- nistram, não esperam que a pes- soa morra para depois irem bus- car um médico». Sobre a possibilidade de os enfermeiros virem a prescrever medicamentos em Portugal, a bas- tonária considera que este «é um caminho evolutivo que, mais tar- de ou mais cedo, se clarificará». l OS ENFERMEIROS espanhóis vão fazer prescrições clínicas de medicamentos D.R. BREVES A FACULDADE de Ciências da Saúde da Covilhã, da Uni- versidade da Beira Interior, vai testar em 50 pessoas um sis- tema que controla à distância doenças crónicas como a hipertensão. Um pequeno apa- relho de medição da pressão arterial vai comunicar sem fios com um telefone que vai infor- mar os médicos do estado dos doentes e lançar alertas, se necessário. «O utente também recebe informação de volta e o sistema vai recordá-lo na altu- ra em que for necessário fazer novas medições ou tomar me- dicação», sublinhou Miguel Castelo Branco, presidente da faculdade e médico no Hospital da Covilhã. UM ESTUDO da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto concluiu que o diag- nóstico remoto de problemas oro-dentários em crianças, com base em fotografias, cons- titui um recurso válido na se- lecção das que devem ser en- caminhadas para tratamento médico-dentário. A investiga- ção integrou a avaliação tradi- cional e a avaliação à distância (observação de fotografias das arcadas dentárias e preenchi- mento de questionário online). O telediagnóstico demonstrou ter «uma taxa de acerto média de 85 por cento».

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Suplemento do Diário de Coimbra sobre saúde

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DCSaúdeDIRECTOR ADRIANO LUCAS NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

26 DE JANEIRO DE 2010 TERÇA-FEIRA SUPLEMENTO QUINZENAL DiáriodeCoimbra

Médicos contra prescrição feita por enfermeirosOrdem dosMédicos recusa exemplo de Espanhana prescrição de medicamentos

� Os enfermeiros espanhóis jápodem prescrever medicamen-tos, uma possibilidade que osmédicos portugueses jamais acei-tariam por considerarem queestes profissionais não estão habi-litados e por defenderem a máxi-ma: “cada macaco no seu galho”.

A possibilidade de os enfer-meiros espanhóis prescreve-rem medicamentos, para já ossem receita médica e, após regu-lamentação própria, os sujeitosa prescrição clínica, data de 30de Dezembro do ano passado.Em Espanha, os enfermeirosaplaudiram a medida, conside-rando-a uma concretização doque já acontece na prática, masos médicos reiteraram a oposi-ção que manifestam há muitotempo.

Questionado sobre a possibili-dade de os enfermeiros portu-gueses passarem a ter esta prer-rogativa, o bastonário da Ordem

dos Médicos, Pedro Nunes, aler-tou para os «enormes riscos»para a população. «Pôr pessoasque não têm qualificação paraprescrever a fazer uma coisapara a qual não têm qualificaçãoé muitíssimo arriscado. É a mes-ma coisa que os médicos pilota-rem aviões», disse à agência Lusa.

Para o bastonário, se um me-dicamento não é sujeito a recei-ta médica, é porque não precisade ser prescrito e se os enfer-

meiros agora passam a receitarestes fármacos só pode ser para«brincarem aos médicos». Poroutro lado, «se os medicamen-tos são de receita médica, issosignifica que só podem receita-dos por quem tem qualificação:os médicos».

Para Pedro Nunes, os enfer-meiros são «gente imprescindí-vel, de grande dignidade e comcursos superiores, mas sem ha-bilitação para prescrever medi-

camentos». O bastonário consi-dera que a situação em Espanha,que se segue a outros países comoInglaterra, é «uma fraude» e ga-rante que, «se o governo portu-guês optar pelo caminho dogoverno espanhol», não terá oapoio da Ordem dos Médicos.

Caminho evolutivo

Contactada pela Lusa, a basto-nária da Ordem dos Enfermei-ros sublinhou que «os contex-

tos nacionais não são os mes-mos» e que os enfermeiros es-panhóis não tinham, como osportugueses têm, um quadroregulamentador.

É esse quadro (Regulamentodo Exercício Profissional dosEnfermeiros) que define as inter-venções dos enfermeiros e noqual se lê que estes «procedem àadministração da terapêuticaprescrita, detectando os seus efei-tos e actuando em conformidade,devendo, em situação de emer-gência, agir de acordo com a qua-lificação e os conhecimentos quedetêm, tendo como finalidade amanutenção ou recuperação dasfunções vitais».

Maria Augusta de Sousa re-corda que, segundo este quadroregulamentador, «a prescrição domedicamento é da responsabili-dade dos médicos», mas que,«em situação de urgência, osenfermeiros prescrevem e admi-nistram, não esperam que a pes-soa morra para depois irem bus-car um médico».

Sobre a possibilidade de osenfermeiros virem a prescrevermedicamentos em Portugal, a bas-tonária considera que este «é umcaminho evolutivo que, mais tar-de ou mais cedo, se clarificará». l

OS ENFERMEIROS espanhóis vão fazer prescrições clínicas de medicamentos

D.R.

BREVES

� A FACULDADE de Ciênciasda Saúde da Covilhã, da Uni-versidade da Beira Interior, vaitestar em 50 pessoas um sis-tema que controla à distânciadoenças crónicas como ahipertensão. Um pequeno apa-relho de medição da pressãoarterial vai comunicar sem fioscom um telefone que vai infor-mar os médicos do estado dosdoentes e lançar alertas, senecessário. «O utente tambémrecebe informação de volta e osistema vai recordá-lo na altu-ra em que for necessário fazernovas medições ou tomar me-dicação», sublinhou MiguelCastelo Branco, presidente dafaculdade e médico no Hospitalda Covilhã.

� UM ESTUDO da Faculdadede Medicina da Universidadedo Porto concluiu que o diag-nóstico remoto de problemasoro-dentários em crianças,com base em fotografias, cons-titui um recurso válido na se-lecção das que devem ser en-caminhadas para tratamentomédico-dentário. A investiga-ção integrou a avaliação tradi-cional e a avaliação à distância(observação de fotografias dasarcadas dentárias e preenchi-mento de questionário online).O telediagnóstico demonstrouter «uma taxa de acerto médiade 85 por cento».

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II 26 DE JANEIRO DE 2010 TERÇA-FEIRAWWW.DIARIOCOIMBRA.PT DiáriodeCoimbra

OPINIÃO

UMA DAS descobertas maisinteressantes dos últimos tem-pos é o ginkgo biloba, umextracto de planta que dilata osvasos sanguíneos e ajuda oaporte de oxigénio e nutrientes atodas as partes do corpo.

Quando se fazem palavrascruzadas, o cérebro trabalha agrande velocidade para encon-trar as respostas certas. As tare-fas de concentração e reflexãorequerem um enorme forneci-mento de sangue ao cérebro,dado que o sangue transporta ooxigénio e os nutrientes neces-sários às células cerebrais. Omúsculo também está depen-dente de sangue, oxigénio enutrientes, bem como qualqueroutra função do nosso corpo. À

medida que se envelhece, o for-necimento de sangue fica maislento devido à formação gradualde placas no interior dos vasossanguíneos. Tal afecta geral-mente a memória, e a concentra-

ção torna-se também cada vezmais difícil. Os pés e as mãospodem arrefecer e muitas dasfunções do corpo ficam maislentas. A boa notícia é que esteproblema pode ser resolvido

através da administração de umextracto de planta designadoginkgo biloba.

Como funciona?O que contêm as folhas que tema capacidade de melhorar a cir-culação? O segredo está nos fla-vona-glicósidos e nas terpeno-lactonas, que são as substânciasactivas (flavonóides) com diver-sos efeitos biológicos. De ummodo simples, o ginkgo bilobadilata (expande) os vasos san-guíneos, facilitando a passagemdo sangue. O ginkgo bilobaapresenta um outro efeitoimportante: torna o sanguemenos viscoso. Tal facilita a cir-culação do sangue.

Melhora a memóriae a concentraçãoAgora, se considerar o facto deque apenas o cérebro humanoutiliza cerca de 20 por cento dooxigénio consumido, não serádifícil imaginar como ginkgo bilo-ba pode melhorar o desempenhomental. As pessoas mais velhasque tomam este extracto aperce-bem-se de que conseguem lem-brar-se mais facilmente de por-menores e que têm maior facili-dade de concentração, mas exis-tem outros benefícios associadosà utilização de ginkgo biloba. Oginkgo biloba contribui tambémpara o alívio de outros problemasrelacionados com a má circulaçãocomo tonturas, zumbidos nosouvidos e pernas pesadas.

Mãos e pés mais quentesInvestigadores demonstraramque ginkgo biloba melhora o for-necimento de sangue às extremi-dades, tais como os pés e as mãos.A utilização de termografia, umatécnica particular de imagem quemostra as diferenças de tempera-tura com cores diversas, permi-tiu aos investigadores demons-trar como as zonas frias se tor-nam quentes após a utilização desuplementos de ginkgo biloba.Por outras palavras, o acréscimode fornecimento de sangueaumenta a temperatura nosdedos das mãos e pés.

Combate à demênciaOutra área que se mostra pro-missora é a prevenção de pro-

blemas como a Doença deAlzheimer. Estudos demons-tram como pessoas em estadosiniciais desta doença podematrasar o desenrolar da doen-ça. Deste modo, são capazes dese manter num estado inicialde doença, quando se espera-ria que dependessem comple-tamente de terceiros. Assim,ginkgo biloba ajuda no bem--estar físico e mental e pareceser um meio extremamenteútil na manutenção da saúde,especialmente durante o enve-lhecimento. Actualmente, nãoexistem medicamentos capa-zes de igualar ginkgo biloba noque se refere à melhoria dosproblemas circulatórios. Poreste motivo, este suplemento éúnico.

Como escolherum bom produto?Existem vários suplementosdisponíveis nas farmácias queajudam a melhorar a circulaçãosanguínea. Estes podem pareceriguais mas estarem muito longeem termos de qualidade e eficá-cia. É por isso essencial ter emconta a matéria-prima utilizada.

Tal foi claramente demons-trado no estudo inglês publicadohá alguns anos. Comparando 18marcas de ginkgo biloba dispo-níveis comercialmente, os cien-tistas encontraram diferençasenormes quando compararam aactividade do extracto e o efeitoprotector. Alguns dos produtosque declaravam um elevadoconteúdo em extracto de ginkgobiloba eram praticamente inefi-cazes. O suplemento que surgiuno topo da lista dos melhores foiBioActivo Biloba Forte, da Phar-ma Nord. A matéria-prima utili-zada neste suplemento foi con-siderada a melhor matéria-pri-ma do mercado - a mais eficaz,de melhor absorção e de melhorqualidade. Apresenta também aparticularidade de cada compri-mido conter a dose diária neces-sária para um efeito óptimo(100mg por dia). Apenas umcomprimido por dia contribuipara uma circulação sanguíneasaudável. l

(Fonte: J Altern ComplementMed. 2003 Oct;9(5):625-9)

BREVES

� O COMITÉ de Medicamentospara Uso Humano da AgênciaEuropeia do Medicamento(EMA) recomendou que fosseconcedida a autorização deintrodução no mercado condi-cional a uma quarta vacinacontra a pandemia da gripe(H1N1), Arepanrix, da GlaxoS-mithKline Biologicals. Foramtambém revistos os dadosadicionais das três vacinascom autorização de introduçãono mercado centralizada (Cel-vapan, Focetria e Pandemrix) edo antivírico Tamiflu.

� SEIS POR CENTO dos inter-nautas com idades compreen-didas entre os 18 e os 64 anosjá adquiriram medicamentosatravés da Internet, para si oupara outra pessoa, revela umasondagem realizada pelo Infar-med. A Autoridade Nacional doMedicamento partilha de umapreocupação emergente a ní-vel internacional, a contrafac-ção de medicamentos, que en-contra na Internet o seu princi-pal meio de distribuição. Com acampanha “Não confie na Sor-te, Confie no Infarmed” alertapara os perigos da compra demedicamentos em websitesnão autorizados.

� A PORTUGAL TELECOM e aTMN manifestam a sua solidari-edade com as vítimas do sismoque assolou o Haiti, através dapromoção de uma campanhade apoio a Organizações NãoGovernamentais com missõesno Haiti. Para participar nestacampanha apenas necessita deser cliente PT e realizar umachamada telefónica para onúmero 760 206 206. O valor dachamada (60 cêntimos +IVA)reverte a favor da AMI, CruzVermelha e Médicos do Mundo.

Acabe com as mãose pés frios de forma natural

� INÊS VEIGA� Farmacêutica

D.R.

D.R.

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III26 DE JANEIRO DE 2010 TERÇA-FEIRAWWW.DIARIOCOIMBRA.PTDCSaúde

Andrea Trindade

� Com um novo edifício já a fun-cionar, obras de ampliação adecorrer na área de fábrica eInvestigação e Desenvolvimento(I&D), 30 novos colaboradores aserem contratados, a Bluephar-ma aposta em 2010 como o anodo crescimento. «Em contra-ciclocom o resto do país», repara opresidente do Conselho deAdministração, Paulo Barradas,lembrando que só nas instala-ções foram investidos 3,5 milhõesde euros.

O novo edifício da Bluephar-ma, a funcionar há cerca de doismeses - e englobando a área deadministração, parte da fábrica earmazém -, deve ser inauguradoem Março, mês em que a empre-sa assinala o 9.o aniversário. En-tretanto, a empresa está a refor-çar os recursos humanos, contra-tando 30 novos colaboradores, asua maioria farmacêuticos eengenheiros bioquímicos, mastambém informáticos e adminis-trativos, para dar sequência àspolíticas de expansão e reforço dainternacionalização.

No ano de 2008, com o Gover-no a reduzir os preços dos medi-camentos em 30 por cento, a far-macêutica viu-se obrigada areduzir os custos na BluepharmaGenéricos, sacrificando 22 postosde trabalho. Hoje esta área denegócio está, segundo Paulo Bar-radas, consolidada e tem 10novos medicamentos para lan-çar no mercado.

De resto, o presidente do Con-selho de Administração sublinhao objectivo de «duplicar o volumede negócios da BluepharmaIndústria este ano», nomeada-mente através da exportaçãopara o mercado norte-america-

no. A Bluepharma é a primeiraempresa nacional a obter a certi-ficação da Food and Drug Admi-nistration (FDA) para a produçãode formas farmacêuticas sólidas,o que traz elevadas expectativas,admite Paulo Barradas.

«Temos três medicamentosem licenciamento para o merca-do norte-americano: um antipi-lético oral já pronto, mais umanti-parkinsónico e um anti-

diabético, que já lançámos emoutros países europeus», adiantao responsável, apontando Ale-manha, França e Itália como osprincipais destinos de exporta-ção. «Começamos já a estabele-cer boas ligações no Iraque e naVenezuela, mas com dificulda-des a vários níveis», acrescentaPaulo Barradas.

As expectativas da adminis-tração para o ano que agora

começa são as melhores. «Estive-mos estes nove anos a investir e aconsolidar um projecto, 2010representa para nós o crescimen-to», sublinha.

A farmacêutica de Coimbra,nascida há nove anos aquandoda aquisição da antiga fábrica da Bayer por um grupo de jo-vens ligados à Universidade deCoimbra (UC), emprega hojecerca de 160 pessoas, sendo que

a maioria mão-de-obra qualifi-cada, «talentos e jovens licencia-dos pela UC que conseguimosreter na região»

Sem respostas do QREN

Mas nem tudo são rosas, no ca-minho da farmacêutica. «Somosum sector muito regulado peloEstado e, diariamente, sentimosgrandes dificuldades na capaci-dade de decisão dos seus órgãosde gestão», diz Paulo Barradas. Oexemplo mais importante é o doQuadro de Referência Estratégi-ca Nacional (QREN). Os três pro-jectos que a empresa candidatoua financiamento, «e que mexemcom postos de trabalho na áreada I&D», continuam por concre-tizar. «Temos patentes de medi-camentos que estão a perder avalidade, trabalhadores qualifi-cados que acompanham esseprocesso há anos e que podemagora dar o seu contributo. Cadadia que passa é menos um diapara o fazer e os recursos podemperder-se para outro país»,sublinha.

Em causa está um projectoapresentado no âmbito doQREN Inovação, que tem a vercom o investimento feito paraampliar instalações e aumentara mão-de-obra qualificada. «Foiaprovado, mas o financiamentoestá atrasado», aponta PauloBarradas.

Os outros dois têm a ver comI&D, relacionadas com as taispatentes que perdem agora vali-dade, e permitem recrutar pesso-as especializadas para esse traba-lho. Entre desaprovações doQREN e contestações posteriores,a Bluepharma aguarda respostashá mais de um ano. «E não é fácilfalar com quem decide», acres-centa o responsável da empresa. l

Bluepharma lança-se no mercado norte-americano

Com organismosdo Estado “tudo é lento e complicado”

� «É lamentável que osempresários cumpram assuas obrigações de investi-mento e criação de postos detrabalho, formação e qualifi-cação, quando o Estado nãoassume as suas responsabi-lidades e crie ainda dificul-dades às empresas», declarao presidente do Conselho deAdministração da Bluep-harma. «Os organismos nãorespondem a tempo, tudo élento, tudo é complicado»,considera Paulo Barradas.

Recorde-se que o inquéritoao Potencial Científico e Tec-nológico Nacional, promovi-do pelo Ministério da Ciência,Tecnologia e Ensino Superior,classificou no final do anopassado a Bluepharma em 2.o

lugar entre as empresas far-macêuticas e em 17.olugargeral entre as 100 empresas,que em Portugal, apresentammaior investimento em I&Dem percentagem do volumede negócio. l

NÚMEROS

400apresentações produzidas

40medicamentos diferentes

160pessoas que emprega

3,5milhões de investimento naampliação das instalações

BLUEPHARMA inaugura novo edifício em Março e quer duplicar o volume de negócios, diz Paulo Barradas

FIGUEIREDO

EMPRESA produz cerca de 40 medicamentos em 400 apresentações diferentes

ARQUIVO

BLUEPHARMA É APRIMEIRA EMPRESANACIONAL A OBTERCERTIFICAÇÃODA FDA

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DCSaúde REDACÇÃO E PUBLICIDADE RUA ADRIANO LUCAS 3020-264 COIMBRA TELEFONE 239 499 900

26 DE JANEIRO DE 2010 TERÇA-FEIRA

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REUNIÃO NOS HUC

� A Sociedade Portuguesa deCirurgia (SPC) promove, sábado,no auditório dos Hospitais daUniversidade de Coimbra (HUC),

o evento intitulado “ProblemasMédicos em Doentes Cirúrgi-cos”. “O doente que não quer san-gue”, os aspectos clínicos, os

aspectos legais e jurídicos doproblema dão mote à primeirasessão, moderada por Castro eSousa e Fernando Martinho, eque conta com a participação dediversos especialistas. O doenteanémico, o doente anticoagula-do ou antiagregado, o doentediabético, o doente a tomar corti-cóides, o doente com isquémia

coronária e o doente com insufi-ciência respiratória sustentamas apresentações da segundasessão, moderada por FernandoJosé Oliveira e Xavier da Cunha.Integrada no projecto “Um DiaUm Tema”, a iniciativa decorreentre as 9h15 e as 13h00, tementrada gratuita e não exige ins-crição prévia. l

Diagnóstico à saúdedas mulheres na EuropaRelatório da ComissãoEuropeia� O cancro da mama ainda é aforma mais comum de cancronas mulheres e a principal causade morte relacionada com cancroentre as mulheres; a demência edoença de Alzheimer são maiselevadas entre as mulheres doque nos homens. Estas são ape-nas duas das conclusões do rela-tório publicado a semana passa-da pela Comissão Europeia.

No “diagnóstico” sobre a saúdedas mulheres na União Europeiae em alguns países do EspaçoEconómico Europeu são analisa-das tendências demográficas esocioeconómicas, questões desaúde, estilos de vida e cuidadosde saúde. No que se refere à saú-de, o documento refere ainda quea depressão é mais prevalentenas mulheres e a tentativa de sui-cídio na população feminina éduas vezes mais frequente quenos homens.

As mulheres correm um riscomais elevado que os homens emdesenvolver doenças como oste-oartrite, artrite reumatóide e oste-oporose; a Federação Internacio-nal da Diabetes estima umaumento de 16 por cento de pes-soas com diabetes entre 2007 e2025, com aumentos mais signifi-cativos nas mulheres.

Jovens fumam mais

Quando a questão são os hábitose comportamentos de risco, orelatório repara que, nos grupos

etários mais jovens, as mulherestêm mais tendência para fumar ealerta que o consumo nocivo doálcool traz riscos específicos paramulheres, tais como problemasde fertilidade e danos pré-natalem mulheres grávidas.

Para obter dados fiáveis e rele-vantes por sexo – algo ainda nãoatingido, apesar do trabalho rea-lizado -, existe uma recomenda-ção de implementar uma recolhanormalizada de dados específi-cos para cada género em toda aUnião Europeia.

O presente relatório foi realiza-do pela Faculdade de MedicinaCarl Gustav Carus, pela Associa-ção de Investigação de SaúdePública da Saxónia e Saxónia-Anhalt e pela Universidade Téc-nica de Dresden, na Alemanha.Na Primavera de 2011, deverá serpublicado o primeiro relatóriosobre a saúde dos homens naEuropa. l

“Problemas médicos em doentes cirúrgicos”

O CANCRO da mama é uma das

principais causas de morte

D.R.