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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

COORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE

SILVIA DA SILVA QUEIROZ

CADERNO PEDAGÓGICO

POESIA E ARGUMENTAÇÃO: Um diálogo possível

JACAREZINHO

2010

SILVIA DA SILVA QUEIROZ

POESIA E ARGUMENTAÇÃO: Um diálogo possível

Caderno Pedagógico apresentado à Secretaria Estadual de

Educação, que constitui parte integrante dos estudos realizados

durante a participação da professora, no Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE, contendo textos e propostas

de atividades para serem trabalhados no 3º ano do Ensino Médio,

do Colégio Estadual José Pavan– E.F.M.

Orientadora: Maria da Graça de Souza

JACAREZINHO 2010

INTRODUÇÃO Entendendo que a escrita de textos sempre fora um grande desafio para

os alunos, é preciso buscar diversos meios na intenção de atraí-los para tal

atividade, dentro e fora da sala de aula. Se na verdade, o que se pretende formar é

um aluno que saiba expressar seus valores, seus anseios, suas opiniões e

reflexões a respeito dos assuntos que se fazem presentes em seu cotidiano, é

necessário, então, ampliar as possíveis buscas desse aluno, o que pode muito bem

ser iniciado através de leituras de diversos gêneros, onde ele possa ter contato

com o grande universo textual que o cerca. Diante do exposto, pretende-se

oportunizar, neste trabalho, a leitura de textos poéticos, que será utilizada como

pretexto para atividades de escrita de textos argumentativos, o que, segundo João

Wanderley Geraldi, na obra O texto na sala de aula – Leitura & Produção, é

perfeitamente aceitável, já que as leituras realizadas por um sujeito, sempre irá

servir-lhe para efetivar a interlocução entre leitor/autor:

Tiradas as farpas, entre aspas, que vão em função dos efeitos do que das

propostas, o que se quer salientar é que a leitura do texto como pretexto para outra

atividade define a própria interlocução que se estabelece. Não vejo porque um texto

não possa ser pretexto (para dramatizações, ilustrações, desenhos, produção de

outros textos, etc.). Antes pelo contrário: é preciso retirar os textos dos sacrários.

Dessacralizando-os com nossas leituras, ainda que estas venham marcadas por

pretextos. Prefiro discordar do pretexto e não do fato do texto ter sido pretexto.

(GERALDI, 1984: 85)3

É necessário, portanto, o reconhecimento do valor da leitura de textos

poéticos para o desenvolvimento da criticidade, do despertar de opiniões no sujeito

que os lê, da compreensão de si mesmo e da sociedade onde está inserido, mas

para tanto, é preciso reconhecer a intencionalidade desses textos, a dialogicidade

que os mesmos trazem em si, caso contrário, eles não passarão de meros contatos

frios entre leitor/texto, onde nenhum preencherá os espaços vazios do outro e

assim a leitura não terá valido para acréscimos na cultura daquele que leu.

Uma das mais valiosas atividades que devem ser propostas nas aulas de

Língua Portuguesa é o trabalho com o tema que se faz presente em cada texto,

pois quando se compreende a fala do outro ou quando se é compreendido pelo

outro, constitui-se aí um diálogo pleno, onde a interação de ideias e pensamentos

se fazem presentes e participam na constituição da linguagem. Dessa forma, é

preciso enfatizar a necessidade de participação do interlocutor no momento da

leitura de textos, já que a compreensão dos temas ali presentes demanda a

contrapalavra desse interlocutor, seja de conflito ou de acordo, para que assim a

produção conjunta de sentidos possa ser efetivada. Portanto, é preciso que tal

interlocutor oriente-se em relação à palavra do locutor, e assim sejam efetivados os

processos de negociações de sentidos que devem ser atribuídos aos textos.

Neste primeiro momento serão apresentados aos alunos alguns textos

poéticos que os levarão a uma reflexão a respeito da constituição da sociedade

onde estão inseridos, por isso a necessidade da interação desses alunos com

diversos textos que abordem o mesmo tema, já que a significação de um tema

somente ganha sentido, quando o interlocutor passa a compreender os elementos

da situação e os recursos expressivos utilizados pelo locutor.

A Escrita do Texto Dissertativo-Argumentativo

Antes de realizarem a leitura dos textos poéticos, os alunos deverão entrar

em contato com uma outra modalidade redacional, a dissertação. No entanto,

esses novos textos serão escritos por eles mesmos, assim terão a oportunidade de

apresentar o ponto de vista e argumentar a respeito daquilo que pensam, já que o

objetivo deste trabalho é romper as grandes amarras que dificultam a expressão do

aluno através da oralidade e, principalmente, através da escrita.

Para tanto, antes de serem iniciadas essas tarefas de escrita e reescrita da

dissertação, o professor deverá trabalhar com os alunos alguns textos

dissertativos, na intenção de mostrar a eles como tal modalidade é estruturada e,

principalmente, como deve ser exposto o ponto de vista do autor desses textos e

como os argumentos devem ser usados em sua defesa. Da mesma forma, é

necessário que os alunos entendam que é fundamental a delimitação do tema

abordado no texto e como esse tema fora discorrido na produção textual. Vale

lembrar os alunos também que, se eles precisam escrever sobre um determinado

tema, é preciso então que assumam um ponto de vista a respeito do mesmo e

saibam defendê-lo através de argumentos consistentes que irão fundamentar a

posição assumida por eles diante do assunto em questão. Outros elementos

textuais como a propriedade dos argumentos, a coesão, a coerência, a clareza e a

organização lógica das ideias devem ser trabalhados com os alunos, na intenção

de prepará-los para uma escrita perfeita e adequada a essa modalidade textual.

UNIDADE 1 - Sociedade Capitalista, Geradora da Desi gualdade Social

Nesta unidade, professor(a) e alunos terão a oportunidade de refletir a

respeito dos inúmeros problemas que assolam as sociedades capitalistas. O Brasil,

infelizmente, está inserido neste quadro onde a desigualdade social é a grande

geradora de muitos conflitos.

Texto 1

Texto 2

Morte do leiteiro – Carlos Drummond de Andrade

A Cyro Novaes

Há pouco leite no país,

é preciso entregá-lo cedo.

Há muita sede no país,

é preciso entregá-lo cedo.

Há no país uma legenda,

que ladrão se mata com tiro.

(...)

Carlos Drummond de Andrade. Antologia Poética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008. p.178

O Açúcar – Ferreira Gullar O branco açúcar que adoçará meu café nesta manhã de Ipanema não foi produzido por mim (...) Ferreira Gullar. Melhores Poemas de Ferreira Gullar. São Paulo: Global, 2004. p. 76.

Texto 3

Texto 4

ESTUDO DOS TEXTOS

Sobre o texto 1

Diálogo com o professor

O poema Morte do Leiteiro fora escrito por Carlos Drummond de Andrade e

está inserido num quadro literário que expõe aos leitores os grandes conflitos vividos

Alagados – Herbert Viana/ Bi Ribeiro/ João Barrone

Todo dia o sol da manhã

Vem e lhes desafia

Traz do sonho pro mundo

Quem já não o queria

(...)

http://www.vagalume.com.br/paralamas-do-sucesso/ala gados.html

O Meu País – Livardo Alves/ Orlando Tejo/ Gilvan Chaves

Tô vendo tudo, tô vendo tudo

Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo

Um país que crianças elimina

Que não ouve o clamor dos esquecidos

Onde nunca os humildes são ouvidos

E uma elite sem Deus é quem domina

Que permite um estupro em cada esquina

http://letras.terra.com.br/ze-ramalho/400344/

pela humanidade entre as décadas de 1930-40, diante da expansão do Fascismo,

da Guerra da Espanha e da Segunda Guerra Mundial. Depois de realizados alguns

estudos históricos, é possível perceber que, neste mesmo contexto, nasce o

capitalismo moderno, o qual parece substituir as relações humanas por atitudes que

exigem a racionalização imediata. Daí a necessidade de uma breve pesquisa

histórica, antes do início do estudo desse texto.

• Diante do exposto, o aluno deverá estabelecer uma relação entre o quadro

social apresentado no momento da escrita do poema e a estruturação da

primeira estrofe do mesmo, onde o poeta evidencia traços básicos do Brasil

capitalista através do uso de orações sem sujeito.

• A partir da segunda estrofe é feita a apresentação do leiteiro, personagem

que ganha destaque na voz do narrador do texto. É possível, portanto,

perceber esta personagem movimentando-se no decorrer dos acontecimentos

narrados. No entanto, tal expressividade é contraposta à falta de voz do

leiteiro, já que não é ele quem anuncia sua própria chegada, mas sim a lata, a

garrafa, os sapatos de borracha que são usados por ele. Como explicar essa

relação entre “homem que trabalha” e “homem sem voz”, apresentados numa

só personagem?

• Na terceira estrofe o poeta parece não compreender a condição do leiteiro,

homem trabalhador, capaz de ‘vender’ o tempo que teria para compreender a

humanidade, tornando-se, portanto, incapaz de compreender a própria

situação. O poeta prefere chamá-lo então de “leiteiro ignaro”, o que pode ser

interpretado como desconhecido ou desconhecedor, aquele que, como foi

discutido na questão anterior, não tem voz diante dos fatos que a vida lhe

coloca. O aluno deve, nesse momento, explicar quem é esse personagem a

quem o poeta quer dar voz. O que ele sabe? Quem ele representa

socialmente, dadas as condições vividas por ele no decorrer da narrativa?

• Na quarta estrofe tem-se a impressão de que o poeta pretende denunciar

algo de errado que o leiteiro esteja praticando, já que dirige o mesmo para a

‘porta dos fundos’, onde esconde alguém que talvez não possa pagar pela

mercadoria ofertada por ele, o leite, ou que talvez não mereça tomar esta

bebida que é essencial para o ser humano desde o início da vida. Além disso,

o poeta utiliza alguns verbos na primeira pessoa do plural, estabelecendo

então uma íntima relação entre leiteiro/poeta/leitor. O aluno deverá apontar

nessa estrofe expressões que denunciam a hipotética clandestinidade

praticada pelo leiteiro, além de comentar sua participação no texto enquanto

leitor, dado o contexto histórico vivido no Brasil e no mundo entre as décadas

de 1930-40.

• Na sexta estrofe é instaurado o conflito da narrativa, quando um homem

acorda em pânico ao escutar o barulho do leiteiro próximo à sua propriedade.

Em seu estado ainda sonâmbulo, não quer saber quem está fazendo barulho,

o que importa é a defesa dessa propriedade. Utilizando-se de

personificações, o poeta elimina a culpa do proprietário pela morte do leiteiro,

já que o revólver ‘salta’ para a mão deste senhor e ‘os tiros’ matam o invasor.

O assassinato do leiteiro deixa então de ser um ato individual e humano e se

torna efeito das coisas e das situações. A partir de então, a vida do leiteiro

permanece incognoscível para o narrador que, neste momento, declara não

saber nada sobre o leiteiro, embora tenha participado de todo o poema junto

com ele. Percebe-se então a impossibilidade de entender as coisas e a

verdadeira condição humana na reorganização do mundo quando se trata da

defesa da propriedade. Baseados em fatos reais intimamente relacionados

com a ficção apresentada neste texto, o aluno deverá expor oralmente os

vários conflitos que assiste pela televisão, lê nos jornais ou revistas e depois

escrever um parágrafo argumentando sobre a falta de punição ou a forma

como são punidas, no Brasil, as pessoas que praticam crimes bárbaros.

• Na estrofe seguinte fica evidenciada a diferença de classe entre o leiteiro e o

‘senhor’ que o matou, que ao contrário do leiteiro, tem voz no texto. Inclusive

o narrador lhe atribui voz utilizando-se do discurso direto, evidenciando assim

sua capacidade social de justificativa e defesa do crime cometido por ele.

Este ‘senhor’ utiliza-se de expressões cínicas para justificar sua insensatez,

como “Bala que mata gatuno/ também serve para furtar/ a vida de nosso

irmão” ou ainda “Polícia não bota a mão/ neste filho de meu pai”. Oralmente,

o aluno deverá comentar essas falas utilizadas pelo assassino do leiteiro,

baseando-se na possível tentativa de livrar-se de más intenções ao

confidenciar o seu crime, já que recorre ao intimismo por meio da alusão à fé

e à suposta ‘consideração’ por aquele que acaba de assassinar. Qual seriam

as verdadeiras intenções do assassino ao utilizar-se de tais recorrências?

• Na última estrofe ainda são feitas referências ao leiteiro através de coisas

inerentes ao seu trabalho. Também as pessoas ali presentes são

referenciadas como “objetos confusos”. Mesmo anunciando a manhã, a noite

permanece sobre as coisas, sobre os homens e sobre o próprio discurso. Há

uma certa dificuldade do narrador em diferenciar as coisas. O leite escorrido,

já não é mais leite, igualmente ao sangue que a ele se mistura e que deixa de

ser, agora, a simbologia da vida. É quando o poeta apresenta uma nova

hipótese de ser das coisas, a que ele chama de ‘terceiro tom’, onde sintetiza o

conflito desencadeado no poema entre defesa da propriedade e vida, entre

sujeito explorado e sujeito explorador. A essa síntese o poeta chama “aurora”.

Depois de consultar o dicionário e baseado no estudo do texto, o aluno

deverá expor sua opinião a respeito do termo ‘aurora’, que fora utilizado pelo

poeta para nomear uma nova situação no texto, um novo elemento que se

insere na narrativa para desencadear o desfecho da mesma.

Sobre o texto 2

Diálogo com o professor

Antes de iniciar o estudo deste texto, é necessário que o professor trabalhe

com os alunos as figuras de linguagem e os tipos de argumentos que podem ser

utilizados na estruturação de um texto dissertativo, com a intenção de prepará-los

para a leitura e escrita do seu próprio texto.

• No poema O Açúcar, Ferreira Gullar apresenta quatro cenários diferentes

responsáveis pela produção e consumo desse elemento simples do nosso

cotidiano: o apartamento, situado em Ipanema, no Rio de Janeiro; a

mercearia do Oliveira; os canaviais e as usinas escuras. A partir dessas

informações, o aluno deverá estabelecer a relação existente entre cada um

desses cenários e as pessoas inseridas nos mesmos.

• Na efetivação dos fatos históricos são necessárias as múltiplas relações entre

os sujeitos históricos, caso contrário, tais fatos não se concretizam. Levando

em consideração essas múltiplas relações que são necessárias para a

efetivação da história da humanidade, o aluno deverá analisar e expor suas

ideias a respeito das relações estabelecidas neste texto para que o fato

desencadeador, ou seja, o poeta poder utilizar o açúcar para adoçar o seu

café, seja concretizado.

• Trabalhando com a sinestesia, na segunda estrofe é evidenciada a relação

entre o poeta e o açúcar, que chega a ser quase uma relação amorosa. Num

parágrafo, o aluno deverá explicar a utilização desses elementos sinestésicos

para caracterizar a relação homem/produto de consumo.

• Na quarta e quinta estrofes do texto, o poeta procura esclarecer a origem do

açúcar. Para tanto, ele faz uma denúncia social séria e que muitas vezes

passa despercebida aos nossos olhos, ou simplesmente fingimos não

percebê-la. Oralmente, os alunos deverão comentar tal denúncia e, através

das experiências vividas por eles, por seus familiares ou simplesmente pelas

histórias fictícias que viram em filmes, novelas ou livros, deverão confirmar ou

não a denúncia feita pelo autor do texto.

• Na última estrofe o poeta retoma o uso da sinestesia para demonstrar a

relação daqueles que trabalham na produção e os homens que consomem o

produto produzido, que no caso é o açúcar. A partir de então, o aluno deverá

escrever um parágrafo onde possa contrapor tal relação, levando em

consideração o mundo do consumo, onde uns produzem e outros consomem.

Existem outras pessoas inseridas nessas relações? Quem leva maior

vantagem e quem é o maior prejudicado em tal processo? O aluno deverá

utilizar-se de argumentos de valoração para expor suas ideias a respeito do

assunto.

Sobre o texto 3

Diálogo com o professor

Antes de iniciar o trabalho com o texto Alagados, composto por Herbert

Viana, Bi Ribeiro e João Barrone, vale lembrar que este fora musicado e gravado

pelo grupo Paralamas do Sucesso e que os alunos certamente irão gostar muito de

ouvir esta música.

Este deve ser um trabalho interdisciplinar, já que os cenários apresentados

no texto (Alagados, Trenchtown e Favela da Maré), exigem atenção especial para o

entendimento do mesmo. Sendo assim, o professor deverá propor aos alunos que,

antes de iniciarem o estudo do texto, façam uma pesquisa geográfica em livros ou

na internet a respeito dos indicadores socioeconômicos das localidades

apresentadas pelos autores no texto. Através desses indicadores, será possível

compreender melhor as condições sanitárias, educacionais, e econômicas dessas

populações e assim relacionar tais aspectos com as ideias expostas no texto.

Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica,

A interdisciplinaridade está relacionada ao conceito de contextualização sócio-histórica como

princípio integrador do currículo. Isto porque ambas propõem uma articulação que vá além

dos limites cognitivos próprios das disciplinas escolares, sem, no entanto, recair no

relativismo epistemológico. Ao contrário, elas reforçam essas disciplinas ao se

fundamentarem em aproximações conceituais coerentes e nos contextos sócio-históricos,

possibilitando as condições de existência e constituição dos objetos dos conhecimentos

disciplinares. (PARANÁ, 2008)

• Na primeira estrofe do texto, chama a atenção do leitor o número de

metáforas das quais os autores se utilizam para explicitar a situação em que

se encontra a população dos cenários abordados por eles: “... traz do sonho

pro mundo/ palafitas, trapiches, farrapos/ filhos da mesma agonia”. O aluno

deverá comentar, num parágrafo, a respeito do uso dessas metáforas na

apresentação dessas personagens. Qual seria a intenção dos autores do

texto ao utilizarem essas metáforas e não os vocábulos de sentido denotativo

para representarem esses habitantes, como pessoas, indivíduos, moradores,

etc.? Atentando para os dois primeiros versos do texto, o aluno deverá

explicar, oralmente, o uso da personificação utilizada pelos autores para

retratar o início de um novo dia para essas populações.

• Na segunda estrofe, os autores contrapõem dois cenários bastante diferentes:

a Favela da Maré e a cidade do Rio de Janeiro. Partindo para a simbologia da

religiosidade, eles apresentam o Cristo Redentor, monumento que serve para

representar Aquele que protege e abençoa a todos e ao mesmo tempo, além

de retratar a beleza da cidade nos cartões postais, chamando a atenção dos

turistas para que venham conhecê-la. Utilizando-se de argumentos

consistentes, o aluno deverá comentar as denúncias que são feitas pelos

autores nessa mesma estrofe.

• Baseados na pesquisa geográfica que os alunos realizaram anteriormente,

eles deverão explicar essas afirmações apresentadas no refrão do texto: “A

esperança não vem do mar”/ “nem das antenas de TV”.

Sobre o texto 4

Caro(a) professor(a)!

O texto O meu país, de Livardo Alves, Orlando Tejo e Gilvan Chaves, é uma

música que fora gravada pelo cantor Zé Ramalho e está ancorada nas várias

denúncias sociais presentes no mesmo. Antes de iniciarmos o processo de estudo

do texto, é interessante que o professor ouça com os alunos essa música.

• Ao observar a estrutura do texto, é possível perceber o uso da primeira

pessoa quando os autores colocam ao final de cada estrofe: “Mas não é com

certeza o meu país”, ou no refrão: “Tô vendo tudo, tô vendo tudo/ Mas, bico

calado, faz de conta que sou mudo”. O aluno deverá levantar possíveis

hipóteses a respeito da intencionalidade do autor ao usar a primeira pessoa

somente no final de cada estrofe e no refrão, verificando que no restante do

texto, ele usa sempre a terceira pessoa.

• Através do uso de tópicos, o aluno deverá fazer um levantamento das várias

denúncias sociais presentes no texto e, em seguida, escrever um parágrafo

onde possa concordar ou discordar de tais denúncias, desde que esteja

amparado por argumentos de autoridade e/ou de valoração.

DEBATER É ATO DE CIDADANIA

Terminados os exercícios de compreensão dos textos e já tendo delimitado

o tema apresentado nos mesmos, o professor deverá organizar um debate com os

alunos, no qual terá o papel de moderador, assim terá a oportunidade de lançar os

questionamentos na intenção de provocá-los para a discussão a respeito de tal

tema. É fundamental, nesse momento, que o professor esteja preparado para

intermediar as opiniões que serão lançadas pelo grupo, as quais poderão gerar

concordâncias e/ou discordâncias, mas é exatamente nesse momento que os alunos

estarão se preparando para estruturar o ponto de vista deles a respeito do assunto

em questão. É importante que o educando saiba que, quando participa de um

debate, deve apresentar argumentos persuasivos, na intenção de modificar o ponto

de vista de seu interlocutor. No entanto, pode ser que tenha suas opiniões

modificadas em razão do poder de convencimento dos outros participantes do

grupo. O importante é perceber que essa troca de argumentos é uma experiência

enriquecedora e somente tem a acrescentar, para ele e para todos os outros

participantes.

PRODUÇÃO DE TEXTO

Tendo realizado o estudo dos textos poéticos, certamente os alunos já terão

delimitado o tema abordado por todos eles que, claramente, já está exposto na

abertura da unidade. Cabe agora ao professor, orientá-los na produção do texto

dissertativo-argumentativo, verificando a estrutura do mesmo, os elementos textuais

fundamentais para essa produção e, principalmente, a forma como irão defender seu

ponto de vista.

Terminada a produção textual, o professor deverá fazer a correção desses textos e,

em seguida, propor aos alunos a reescrita dos mesmos, exercício esse fundamental

para que o aluno reavalie sua escrita e possa melhorá-la cada vez mais através das

observações feitas pelo professor no momento da correção da mesma.

UNIDADE 2 – AMOR QUE TRANSGRIDE FERE

Esta unidade é destinada à discussão a respeito dos relacionamentos

amorosos, principalmente àqueles em que a atual sociedade tem aplacado como

“amor moderno”, onde o compromisso já não faz parte dessas relações e somente o

momento é o que importa para ambos os parceiros.

Texto 1

O “adeus” de Teresa – Castro Alves

A vez primeira que eu fitei Teresa,

Como as plantas que arrasta a correnteza,

A valsa nos levou nos giros seus...

E amamos juntos... E depois na sala

”Adeus” eu disse-lhe a tremer co’a fala...

E ela, corando, murmurou-me: “adeus”.

Uma noite... entreabriu-se um reposteiro...

E da alcova saiu um cavaleiro

Inda beijando uma mulher sem véus...

Era eu... Era a pálida Teresa!

“Adeus” lhe disse conservando-a presa...

E ela, entre beijos, murmurou-me: “adeus!”

Passaram tempos... séculos de delírio...

Prazeres divinais... gozos do Empíreo...

... Mas um dia volvi aos lares meus.

Partindo eu disse – “Voltarei!... descansa!...”

Ela, chorando mais que uma criança,

Ela, em soluços, murmurou-me: “adeus!”

Quando voltei... era o palácio em festa!...

E a voz d’Ela e de um homem lá na orquestra

Preenchiam de amor o azul dos céus.

Entrei!... Ela me olhou branca... surpresa!

Foi a última vez que eu vi Teresa!...

E ela arquejando murmurou-me: “adeus!

http://www.revista.agulha.nom.br/calves05.html

Texto 2

Texto 3

Texto 4

Vulgívaga – Manuel Bandeira

Não posso crer que se conceba

Do amor senão o gozo físico!

O meu amante morreu bêbado,

E meu marido morreu tísico!

(...)

Manuel Bandeira. A cinza das horas; Carnaval; O ritmo dissoluto. Rio de Janeiro: Frente

Editora, 2008.p. 106

Teresa – Manuel Bandeira

A primeira vez que vi Teresa

Achei que ela tinha pernas estúpidas

(...)

Manuel Bandeira. Antologia Poética. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. p: 79.

Texto 5

ESTUDO DOS TEXTOS

Antes de iniciar o estudo desses textos, é importante que o professor

retome as características tanto do Romantismo quanto do Modernismo, devido ao

dialogismo que será observado entre os textos 1 e 3.

Sobre o texto 1

• A palavra adeus registrada entre aspas no título do poema já adverte o leitor

a respeito da importância da mesma, o que se confirma em suas seis

Sozinho – Peninha

Às vezes no silêncio da noite

Eu fico imaginando nós dois

Eu fico ali sonhando acordado

Juntando o antes, o agora e o depois

(...)

http://www.vagalume.com.br/peninha/sozinho.html

Já sei namorar – Marisa Monte/ Carlinhos Brown/

Arnaldo Antunes

Já sei namorar

Já sei beijar de língua

Agora só me resta sonhar

(...)

Não tenho paciência pra televisão

Eu não sou audiência para a solidão

(...)

http://www.vagalume.com.br/tribalistas/ja-sei-namorar.html

aparições no decorrer do texto. O aluno deverá explicar, oralmente, a

importância desse vocábulo que, nestes contextos, deixa de ser um sinal

gráfico e passa a ser um indicador do discurso direto.

• O texto O “adeus” de Teresa está inserido no Romantismo, já que o autor do

mesmo, Castro Alves, é participante desse movimento literário. No entanto, é

importante que o aluno saiba que, embora preserve um ou outro vestígio do

amor platônico e da idealização da mulher, de modo geral a poesia desse

autor representa uma transgressão na tradição poética brasileira, já que o

mesmo abandona tanto o amor convencional e abstrato dos clássicos quanto

o amor cheio de inseguranças e culpas da maioria dos poetas românticos. A

partir dessas informações, o aluno deverá apresentar, por escrito, através de

tópicos, as transgressões possíveis de serem observadas no texto em estudo

e justificar, de acordo com conhecimentos prévios a respeito do autor, por que

ele preferiu escrever sobre o amor de uma forma mais erotizada e verdadeira,

diferentemente de outros poetas românticos.

• A mulher, nas poesias de Castro Alves, ganha vida e expressividade em

abundância, diferente das mulheres criadas por outros autores românticos.

Em vez de virgem, frágil e submissa, ela participa ativamente do envolvimento

amoroso, vivendo tanto a felicidade e o prazer quanto a possível dor

amorosa, o que mostra uma superação da fase idealista romântica e o

prenúncio de um amor mais realista, o qual será vivenciado na escola literária

que irá suceder o Romantismo, o Realismo. Em um parágrafo, o aluno deverá

explicar quais são as características presentes em Teresa que rompem com

os valores românticos e prenunciam a mulher que se expõe, sendo capaz de

modificar sua situação amorosa, como se percebe facilmente no Realismo.

• O texto estudado nesse momento é classificado como um poema narrativo, já

que apresenta elementos como cenário, personagens e enredo. Depois de

rever os elementos da narrativa, o professor pedirá aos alunos que escrevam

o texto O “adeus” de Teresa em prosa, utilizando-se dos mesmos elementos

narrativos que foram utilizados na construção do poema de Castro Alves.

Sobre o texto 2

Olá professor!

É preciso que, antes de iniciar o estudo desse texto, os alunos sejam

situados no espaço e no tempo em relação à poesia bandeiriana, que procura

inspiração no simples, no cotidiano e nas relações humanas. Isso, certamente,

contribuirá para a significação do conhecimento que o professor pretende transferir

para o aluno. Dessa forma, o que parecia sem sentido, passa a ter significação e o

educando, então, passará a problematizar tal conteúdo para que possa, finalmente,

apreendê-lo. É importante lembrar que a contextualização nada mais é do que a

inserção do conteúdo disciplinar numa realidade plena de vivências, o que transfere

significação verdadeira àquilo que está sendo explicitado pelo professor durante

suas aulas, facilitando assim, a aprendizagem dos educandos.

Poeta modernista, Manuel Bandeira derruba alguns valores até então

respeitados como símbolos do primor artístico, como a estética dos textos, a

linguagem elaborada, a valorização do “sublime” em relação ao “grotesco”. Dessa

forma, esse autor dissocia-se da estética clássica, onde a poesia é vista como um

produto nobre do espírito, onde as palavras de baixa cultura eram simplesmente

excluídas da linguagem poética. Utiliza-se então da linguagem prosaica e

conversacional que marcam a naturalidade das expressões no cotidiano das

pessoas.

A inspiração desse autor é buscada nos ambientes onde a comunicação do

poeta e seu povo pudesse ser viabilizada da melhor forma possível, ou seja, nos

bares, na rua, nos cabarés, nos prostíbulos, nas livrarias e nos salões literários. A

vida boêmia do autor converge para uma temática constante em sua poética: o

carnaval. Inclusive, o autor dedica um livro a esse assunto, intitulado, Carnaval,

(1919), onde está contido o poema Vulgívaga.

A poética de Manuel Bandeira, caracterizada por outros poetas e por

diversos críticos pela sua musicalidade, pelo seu estilo humilde e pela presença do

amor carnal, tem tudo a ver com a manifestação cultural representada pelas

festividades carnavalescas, onde esses mesmos temas também são destacados.

O poema intitulado “Bacanal”, que também poderá ser lido com os alunos,

abre o livro Carnaval e caracteriza muito bem a visão do poeta a respeito dessa

festividade popular. Nesse poema o autor evoca três divindades do mundo pagão,

presentes no seu imaginário carnavalesco: Baco, Mono e Vênus, os quais são

elementos da cultura clássica e representantes profanos e libertadores do

comportamento humano. É importante destacar a representatividade de cada um

desses elementos dentro da mitologia grega, mostrando aos alunos que Baco ou

Dionísio, é o Deus do vinho e da embriaguez, que Mono é o filho do sonho e da

noite, deus do escárnio e que, no carnaval brasileiro, ele é o rei, mas com atributos

reais subvertidos, ou seja, aqui Mono é o rei do “mundo às avessas”. Vênus é a

deusa do amor em todas as suas formas, desde o mais sublime até o que é regido

apenas pelo prazer carnal. O erotismo é outra temática de extrema importância nas

festas carnavalescas, onde não há espaços para o amor espiritual e romântico, e é

exatamente essa temática que será percebida claramente no poema Vulgívaga.

Transmitidas essas informações e outras mais que o professor considerar

relevante para o entendimento da temática na poesia de bandeiriana, deve-se então

iniciar o estudo do texto.

• O universo lexical trabalhado no texto de Manuel Bandeira é muito

significativo em relação à temática apresentada no mesmo, que é a

sexualidade. O próprio título Vulgívaga, já traz consigo uma carga semântica

que irá transferir ao texto grande parte da sua significação. Propõe-se nesse

momento que o professor peça ao aluno para buscar informações em

dicionários ou em sites da internet a respeito da significação desse vocábulo,

e que esclareça em seguida, a relação do mesmo com o resto do texto.

• Na primeira estrofe o sujeito narrativo, a Vulgívaga, já denuncia suas

preferências relativas ao sexo oposto quando aponta em seus companheiros

(o marido e o amante), sérios problemas de saúde, o alcoolismo e a tísica

(doença que está relacionada a uma lesão no pulmão, ou à própria

tuberculose no pulmão). Diante de tal afirmação, deve ser proposta ao aluno,

uma breve pesquisa a respeito dessas doenças, quais as conseqüências que

elas trazem para o organismo humano, como se desenvolvem no organismo

e como devem ser tratadas.

• Analisando a segunda estrofe, percebemos que Vulgívaga, talvez queira nos

fazer uma denúncia. Que denúncia seria essa? Que conseqüências o fato

poderia ter gerado na vida desse sujeito narrativo? Como está sendo tratada

essa questão na atual sociedade? (Propõe-se que o professor peça para que

os alunos tragam para a sala de aula, textos que falem sobre a pedofilia e

que, depois de lidos todos esses textos, seja aberta uma discussão a respeito

do assunto, onde os alunos poderão opinar, criticar e sugerir soluções para tal

problema social).

• No decorrer do texto, percebem-se vários tipos de homens com os quais

Vulgívaga já procurou encontrar sua fonte de prazer, o gozo físico. No

entanto, nem todos puderam satisfazê-la. O aluno deverá, nesse momento,

refletir e apontar quais desses tipos transferem a Vulgívaga maior satisfação

sexual, justificando as escolhas desse sujeito narrativo. (É preciso que depois

de expostas as opiniões dos alunos, o professor faça uma abordagem sobre o

sadomasoquismo, baseando-se em explicações científicas para esse

comportamento).

• Conhecendo as temáticas prediletas de Manuel Bandeira e sabendo que

quase todas estão relacionadas à transgressão de valores sociais, o aluno

deverá fazer uma análise do comportamento do sujeito narrativo, a Vulgívaga,

que não se prende a valores sociais, mas que tem como objeto de desejo o

gozo físico, o qual ela encontra somente através do sexo. Feita essa análise,

através da leitura do poema, o aluno deverá fazer um comentário, por escrito,

a respeito do caráter de Vulgívaga e das conseqüências que tal

comportamento pode acarretar para a vida da mesma. Devem ser abordadas

nesse comentário, questões como família, sociedade, trabalho, doenças

sexualmente transmissíveis e outras que o professor considerar relevante.

• A primeira estrofe é repetida no fechamento do poema. Qual seria a intenção

do autor ao reforçar a ideia de que a única coisa referente ao amor que

interessa a Vulgívaga é o gozo físico? Qual a verdadeira relação dessa

mulher com o amor? Essas questões deverão ser discutidas oralmente com

os alunos.

Sobre o texto 3

• Embora seja fácil perceber a dialogia entre o texto O “adeus” de Teresa de

Castro Alves e o texto Teresa de Manuel Bandeira, percebem-se também

diferentes estruturas poéticas e diferentes reações do eu lírico diante da

figura feminina exposta nos dois textos. Baseado nessas informações, o

aluno deverá classificar a estrutura poética dos dois textos e fazer uma

comparação a respeito da relação amorosa entre os sujeitos líricos desses

textos e suas referidas amadas.

• O texto Teresa foi escrito em três estrofes e apresenta três momentos que

descrevem as diferentes visões do sujeito lírico a respeito dessa mulher. Na

trajetória de sua vida, um homem também pode ter diversas visões a respeito

da figura feminina, o que depende de cada momento: menino, adolescente ou

homem. Depois de refletir a esse respeito, o aluno deverá expor em um

parágrafo, o que conclui ao ler o texto de Manuel Bandeira, ou seja, qual a

relação do sujeito lírico e Teresa em cada momento do texto.

• Ao ler esse texto, o leitor percebe que é quebrada a expectativa que ele tinha

de encontrar uma musa por quem o sujeito lírico fosse capaz de apaixonar-se

perdidamente no decorrer do mesmo. Sabendo que o autor deste texto é

modernista e conhecendo as características dessa escola literária, propõe-se

ao aluno que justifique, oralmente, essa quebra de expectativa que acontece

com o leitor durante a leitura do texto.

• “Achei que os olhos eram muito mais velhos que o resto do corpo / (Os olhos

nasceram e ficaram dez anos esperando que o resto do corpo nascesse)”.

Lendo esses versos, o aluno deverá descrever e justificar as características

pessoais (físicas e psicológicas) de Teresa a partir dos olhos da mesma. É

interessante o professor ressaltar que os olhos de uma pessoa podem

transmitir muitas informações a respeito dela como sabedoria, esperteza,

sofrimento, expectativas, medo e outras.

• A terceira estrofe consiste na narração do encontro em que o sujeito lírico não

consegue mais enxergar a aparência indesejada de Teresa apresentada até

então. Nesse momento, ele apenas vive a magia do instante, descobrindo

sensações profundas e demonstrando impotência diante da figura dessa

mulher. O autor utiliza-se, nessa estrofe, de duas passagens bíblicas para

justificar tais sensações vividas pelo eu lírico. Num parágrafo, o aluno deverá

justificar a escolha do autor ao fazer essa intertextualidade entre a relação

amorosa descrita em seu texto e as duas passagens bíblicas escolhidas por

ele.

Sobre o texto 4

Olá professor!

No aspecto formal do texto percebe-se uma composição simples,

apresentando uma estrutura estrófica e métrica irregular. Os versos não apresentam

rimas fixas. A linguagem do texto é simples e próxima do cotidiano, deixando

transparecer quase uma situação de interlocução entre o sujeito lírico e a mulher

amada. Esses são alguns aspectos que devem ser abordados pelo professor para

que os alunos percebam como a música consegue atingir a todos. Caso tivesse uma

linguagem elaborada, formal e composições clássicas, certamente o resultado não

seria o mesmo.

• No texto Sozinho, a musicalidade vem marcada basicamente pelo uso de

consoantes surdas iniciais e mediais (noite, juntando, antes, depois, boca),

mediais surdas e sonoras (agora, cola, sozinho), oclusivas (silêncio, esquece)

e constritivas (você, secretos). Depois de feita toda abordagem a respeito da

sonoridade do texto, o professor pedirá ao aluno que descreva os efeitos de

sentido trabalhados através dessa sonoridade em cada uma das estrofes.

• O que se percebe nesse texto, é o lamento por um amor que não se realiza

plenamente. Podem ser relembradas, nesse momento, as cantigas de amigo,

compostas na época do Trovadorismo português, já que, mesmo marcada

pela voz masculina, essa canção também reclama o amor da amada que está

sempre ausente. É preciso que o professor relembre, portanto, as

características das cantigas de amigo e peça ao aluno para que faça uma

comparação entre as composições trovadorescas já citadas e a canção

escrita no século XX por Peninha.

• Nesta canção, percebem-se diferentes momentos de estado de alma do

sujeito lírico. O aluno deverá separar esses momentos, lendo com muita

atenção cada uma das estrofes e, em seguida, descrever as diferentes

reações desse sujeito lírico em cada momento analisado.

• Através das lamentações e questionamentos que o sujeito lírico faz no

decorrer do texto, “Por que você me deixa tão solto? / Por que você não cola

em mim? / Tô me sentindo muito sozinho.”, ele deixa claro quais são as suas

visões a respeito do amor e quais são as atitudes de sua amada diante desse

mesmo sentimento. O professor deve pedir ao aluno que faça uma

comparação entre o comportamento do sujeito lírico e o comportamento

dessa mulher que ele tanto ama em relação ao amor que supostamente

exista entre eles. Comentar também se são comuns as atitudes dessa mulher

em se tratando da atual sociedade e como seria a reação social em relação a

ela, caso se comportasse dessa maneira no início do século passado, por

exemplo.

• Através de alguns marcadores temporais, o sujeito lírico parece querer narrar

sua relação amorosa em três momentos: o antes, o agora e o depois. Devem

ser discutidas com os alunos as possíveis sensações desse homem em cada

um desses momentos, baseando-se nas informações que ele nos transmite

no decorrer da leitura do texto. Discutir também a reação de cada um deles,

caso estivessem vivendo uma relação onde a pessoa amada se mostrasse

ausente e desinteressada pelo relacionamento.

Sobre o texto 5

Utilizando-se da conjunção entre a coloquialidade da fala e a simplicidade

harmônico-melódica, a música Já sei namorar explodiu nas paradas de sucesso,

sendo cantada nas baladas, nas praias, nos barzinhos, ou seja, em todos os lugares

onde estivessem presentes jovens e adolescentes

• A música inicia-se por um marcador temporal “já”, que mostra uma suposta

mudança no comportamento do sujeito lírico apresentado no texto.

Atentando-se para esse detalhe, o aluno deverá fazer uma análise do

comportamento do eu lírico, através da comparação entre o antes e o agora

vivenciado por esse sujeito. Que idade apresenta supostamente esse sujeito

lírico?

• “Já sei namorar/Já sei beijar de língua/Agora só me resta sonhar”. Esses

versos transmitem que ideia desse sujeito lírico que, aparentemente mostra

segurança e conhecimento diante das relações amorosas? Discutir com a

classe a respeito da ‘falsa maturidade’ que os adolescentes costumam

apresentar, quando na verdade ainda tem muito que aprender em relação não

só ao amor, mas a muitos aspectos pessoais e sociais.

• “Não tenho paciência pra televisão/Eu não sou audiência para a solidão”, são

versos que mostram a inquietude do sujeito lírico diante das poucas coisas

que ele tem para fazer no seu cotidiano e da ausência de pessoas que

preencham os espaços vazios de sua vida. O professor deve pedir aos alunos

que listem coisas que um adolescente gosta de fazer diariamente para que

seu tempo seja preenchido e que pessoas eles gostariam que estivessem

sempre ao lado deles, o(a) namorado(a), os pais, os irmãos, os amigos e que

descrevam as sensações que eles tem quando estão ao lado dessas

pessoas.

• “Eu sou de ninguém/Eu sou de todo mundo/E todo mundo me quer bem/Eu

sou de ninguém/Eu sou de todo mundo/E todo mundo é meu também”.

Nesses versos, percebemos que os autores do texto fazem um jogo

semântico com a palavra “ninguém” e com a expressão “todo mundo”.

Juntamente com esse jogo, eles trabalham também a ideia de posse, de

pertencimento entre uma pessoa e outra. Pedir para que os alunos expliquem

qual foi a intencionalidade dos autores ao estruturarem esses versos no texto,

acompanhados das ideais expostas anteriormente. Que sentidos ganharam

esses versos de acordo com o contexto?

• Na terceira estrofe o sujeito lírico demonstra total domínio situacional e

autoconfiança, “Já sei namorar/Já sei chutar a bola/Agora só me resta

ganhar”. Pode-se afirmar que isso demonstra a total imaturidade desse sujeito

perante a vida, levando em consideração que, na vida, nem sempre se

ganha. Analisando os versos, os alunos deverão escrever um parágrafo

argumentando sobre as afirmativas em questão.

MOMENTO INTERTEXTUAL

Terminada a análise dos textos, o professor deverá pedir aos alunos que

pesquisem em revistas ou na internet, outros textos que abordem essa mesma

temática, ou seja, que falem sobre os relacionamentos amorosos e suas

transgressões. Todos os textos que forem trazidos para a sala de aula deverão ser

lidos e, se possível, comentados e discutidos pela turma.

DEBATE É CIDADANIA

Deverá também ser organizado um debate onde o professor novamente terá

o papel de moderador, lançando alguns questionamentos como: “que tipo de

relacionamento é mais interessante para os jovens, namorar ou ficar?” “O aumento

das DSTs está relacionado ao comportamento dos jovens em suas relações

amorosas?” “Namoro e casamento são coisas arcaicas ou devem sempre estar na

moda, já que transmitem mais segurança?” “A gravidez na adolescência é também

consequencia da insensatez nas relações amorosas?”.

PRODUÇÃO DE TEXTO

Depois de todas essas atividades, chega novamente a hora da participação

escrita dos alunos. Deve ser retomada, portanto, a estrutura do texto dissertativo-

argumentativo, para que os educandos tenham mais segurança ao redigirem seus

textos. O professor não deve esquecer da importância da reescrita desses textos,

logo após eles terem sido corrigidos, o que favorece a reflexão do aluno a respeito

de sua expressão escrita. O tema do texto a ser dissertado é o mesmo tema da

unidade, ou seja, Amor que transgride fere que, por conseguinte, deverá ser

discutido com os alunos quantas vezes for necessário, desde que eles entendam

que essa transgressão está relacionada tanto ao próprio relacionamento amoroso

quanto aos valores sociais.

UNIDADE 3 – A VIDA EM SUA ESSÊNCIA

Essa unidade exige muita reflexão a respeito de algo que está sempre

inquietando o ser humano: a vida. Os autores dos textos a seguir levantaram muitos

questionamentos nesses textos, dessa forma, estes serão estudados como fonte de

busca para tantas respostas procuradas e não encontradas.

Texto1

Texto 2

Texto 3

Poema 30 do livro Rubaiyat A vida é um

jogo monótono, em que tens a certeza de ganhar dois pontos:

a dor e a morte.

Feliz a criança que expirou no dia do nascimento!...

Mais feliz ainda é o que não veio a este mundo...

(Omar kháyyám: Rubaiyat. Rio de janeiro,

J. Olympio, 1983. p. 32)

Noções – Cecília Meireles

Entre mim e mim, há vastidões bastantes

para a navegação dos meus desejos afligidos.

(...)

Cecília Meireles. Viagem, Vaga música. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982. p: 73.

Vida Menor – Carlos Drummond de Andrade

A fuga do real,

ainda mais longe a fuga do feérico,

mais longe de tudo, a fuga de si mesmo,

Carlos D. de Andrade. Antologia poética. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008. p: 318

Texto 4

Texto 5

ESTUDO DOS TEXTOS

Sobre o texto 1

Conversa com o professor

Antes que sejam iniciados os estudos do texto 1 desta unidade, é preciso

que o aluno conheça um pouco da história do autor, Omar Ibn Ibrahim El Kháyyám,

que nasceu na Pérsia, no ano de 1040 da Era Cristã. Dessa forma, deve ser feita

uma pesquisa a respeito da biografia do autor, bem como a respeito da história do

Império Persa, baseando-se na cultura e na política daquele povo. Os filmes, muitas

Sei lá - Toquinho e Vinícius de Moraes

Tem dias que eu fico pensando na vida

E sinceramente não vejo saída.

(...)

http://www.vagalume.com.br/toquinho-e-vinicius/sei-la-a-vida-tem-sempre-razao.html

O que é o que é – Luís Gonzaga Júnior

(Gonzaguinha)

Eu fico

Com a pureza

Da resposta das crianças

É a vida, é bonita

E é bonita...

(...)

vezes, podem ser grandes aliados para pesquisas históricas, ainda mais quando os

alunos se interessam pelo tema do mesmo.

Vale assistir:

• Na primeira estrofe, o eu lírico afirma que a vida é apenas um jogo monótono.

Afirma também que, deste jogo, se ganha apenas duas recompensas: a dor e

a morte. Baseados na pesquisa feita anteriormente a respeito da biografia do

autor e da história do povo persa, os alunos deverão discutir as possíveis

causas de tanto desencanto do eu lírico diante da vida.

• “Feliz a criança que expirou/no dia do nascimento!.../Mais feliz ainda é o

que/não veio a este mundo...”. Diante da leitura desses versos, os alunos

deverão refletir a respeito das expectativas que se tem quando uma criança

vai nascer. O que é preciso para que ela tenha uma vida saudável e digna.

Será que o bem estar dessa criança diz respeito apenas aos pais ou o

governo também deve ter participação social na vida desta pessoa que virá

ao mundo?

• Sabe-se que para o eu lírico deste texto, a vida é um jogo monótono, em que

se ganha apenas a dor e a morte, mas deve ser questionado em sala de aula,

o que a vida representa para os alunos. Num parágrafo, eles deverão expor

suas visões: Será que em algum momento já sentiram as mesmas

impressões que o sujeito lírico apresenta no texto? O que leva uma pessoa a

sentir tanto desencanto diante da vida? Quais seriam as saídas para que

suas visões fossem transformadas?

Sobre o texto 2

Príncipe da Pérsia – As areias do tempo

Produção de: Jerry Bruckheimer

Direção: Mike Newell Writers

Filme recente, que aborda muito a historicidade do povo persa.

Conversa com o professor

Para ser efetivada a análise textual do poema Noções de Cecília Meireles, é

preciso retomar o conceito de hipérbato, metáfora, aliteração e assonância, já que

esses são recursos utilizados na construção desse texto e constituem grande

importância para o entendimento do mesmo.

O primeiro verso deste poema apresenta o uso da primeira pessoa, o que é

percebido pelo uso do pronome “mim”. É preciso que o professor prepare o aluno,

portanto, para que ele possa analisar uma poesia introspectiva.

• “Entre mim e mim, há vastidões bastantes/para a navegação dos meus

sonhos afligidos”. O hipérbato que aqui se apresenta demonstra a ideia de

vastidão existente na alma do eu lírico. Para acentuar tal ideia, a autora

utiliza-se da repetição do pronome “mim”. Neste momento, deve ser aberta

uma discussão na sala de aula para que, oralmente, os alunos exponham

opiniões sobre o que seja essa vastidão na alma do eu lírico e que

sentimentos permeiam essa alma tão reflexiva.

• Na segunda estrofe, as metáforas naves e espelhos, podem representar,

respectivamente, esperanças e sentimentos tristes que envolvem o eu lírico.

No entanto, a palavra “lâmina” pode demonstrar, neste contexto, algo que

possa eliminar os desprazeres que envolvem esse eu poético. O aluno deve

escrever um parágrafo sobre o que seja essa lâmina e os efeitos que ela

produz na vida do eu lírico, já que é a responsável por eliminar as intempéries

capazes de assolar a existência desse ser.

• Os alunos deverão fazer um comentário escrito expondo suas visões a

respeito da terceira estrofe, onde a palavra sonho pode estar metaforizando a

“vida”, que também é breve, e onde correnteza, talvez represente os diversos

acontecimentos que podem surpreender uma pessoa.

• Na quarta estrofe há uma mudança brusca no uso dos verbos, que até então

vinham sendo usados no presente e agora passam a ser usados no pretérito

perfeito do indicativo. Deve ser feita, nesse momento, uma reflexão a respeito

de tal mudança. O que ela significa, levando em consideração o contexto

desta estrofe.

• Ao iniciar a última estrofe com uma exclamação, percebe-se a surpresa do eu

lírico ao notar que a sua alma é atemporal, perante o corpo frágil e precário

que agora observa. Recorrendo novamente às metáforas, a autora utiliza-se

dos elementos vento e areia e os associa a corpo e alma. Oralmente, os

alunos deverão explicar por que a autora utilizou-se de elementos da

natureza para representar as partes que integram a existência humana.

• Esta análise deverá ser finalizada com comentários do professor a respeito da

estrutura do poema que, diferentemente da maioria dos poemas de Cecília

Meireles, apresenta versos livres, característicos do Modernismo. Deve ser

observado também que o poema não apresenta rimas e é composto de cinco

estrofes, sendo que as três primeiras são compostas por dois versos e as

duas últimas compõem-se de três versos. Pode ser estabelecida neste

momento, uma relação entre o poema e a transitoriedade da vida. A liberdade

de criação da autora, talvez queira representar a liberdade da alma, quando

esta já se encontra livre da matéria a que antes se encontrava presa.

Sobre o texto 3

Professor!

Retome aqui os conhecimentos a respeito dos efeitos produzidos no texto

pelas consoantes oclusivas e pelas fricativas, já que o texto todo vem marcado pela

presença das mesmas. Vale também destacar a capacidade da poesia drumondiana

em inserir o leitor num mundo de questionamentos e interpretações a respeito do

próprio homem, sua presença no mundo e os obstáculos que a vida lhe impõe, além

da procura do eu em si mesmo. Para comprovar tais temáticas na poesia de

Drummond, são necessárias leituras de vários poemas desse autor, como José, No

meio do caminho, Quadrilha, Especulação em torno da palavra homem, Poema das

sete faces e outras que o professor considerar necessárias.

• O título do poema “Vida menor”, está carregado de sentidos. Baseado na

leitura do texto e nas possíveis interpretações do mesmo, o aluno deverá

apontar o sentido que lhe apresenta maior significação, não esquecendo

que este é um poema onde Drummond questiona a estadia do homem no

mundo.

• O poema está dividido em duas estrofes, sendo que a primeira demonstra

o desejo de fuga do eu lírico da vida que o atormenta e a segunda sugere

o desejo do eu lírico em encontrar a verdadeira essência da vida. Estando

diante de duas afirmações contundentes a respeito da visão do eu lírico do

texto em relação à vida, o aluno deverá comprovar tais afirmações,

utilizando-se de expressões que devem ser retiradas do próprio texto.

• “o eco/já não correspondendo ao apelo, e este fundindo-se,/a mão

tornando-se enorme e desaparecendo,/desfigurada, todos os gestos afinal

impossíveis,/senão inúteis,”. Levando em consideração a poesia

introspectiva apresentada na obra drumondiana, onde a linguagem

poética, ao mesmo tempo em que tenta ser impessoal e casual, torna-se

emotiva e extremamente pessoal, o aluno deverá explicar os versos acima

citados. (Professor, é preciso considerar que a palavra “eco” nesse

contexto, talvez esteja representando a voz do próprio autor, assim como

a palavra “mão” possa significar a sua capacidade de criação poética).

• “vida a que aspiramos como paz no cansaço/(não a morte),/vida mínima,

essencial; um início; um sono;/menos que terra, sem calor; sem ciência

nem ironia;/ o que se possa desejar de menos cruel: vida”. A partir da

leitura desses versos, o aluno deverá explicar qual é o desejo do eu lírico

em relação à vida; o que pode satisfazê-lo nesse momento.

Sobre o texto 4

Olá professor!

Que tal ouvir esse texto musicado por seus autores e interpretado na voz de

Tom Jobim, Miúcha e Vinícius de Moraes? Assim os alunos poderão perceber a

capacidade poética desses compositores além da beleza melódica capaz de

envolvê-los.

• Neste texto encontra-se um eu lírico questionador, mas também

incapaz de responder a seus questionamentos, o que pode ser

percebido em quase todos os versos do texto. O trabalho do aluno

neste momento, será o de apresentar possíveis respostas aos diversos

questionamentos apresentados no texto e que para o eu lírico parecem

não suscetíveis a respostas.

• Nos estribilhos do texto, o eu lírico afirma que “a vida tem sempre

razão”. Levando em consideração os argumentos apresentados no

próprio texto, o aluno deverá escrever um parágrafo argumentativo,

concordando ou não com a opinião exposta no texto através da voz do

eu lírico.

• Deve ser discutido com a classe, qual dos questionamentos efetuados

pelo eu lírico, mais atormenta a existência de cada um dos alunos e

por quê.

Sobre o texto 5

Essa também é para ser ouvida

Professor, é preciso ouvir também essa música com os alunos, atentando

para a melodia alegre da mesma, o que torna o ritmo extremamente contagiante.

Percebe-se também nesse texto, a presença de muitas consoantes surdas, e um

trabalho deslumbrante em se tratando de aliteração com as consoantes /p/, /d/, /s/ e

/z/, além das assonâncias em /a/, /e/ e /i/, o que transmite a ideia de firmeza nos

questionamentos e serenidade nas definições que mais encantam o eu lírico no que

diz respeito ao elemento “vida”.

• Ao realizar a leitura do texto, é possível perceber os vários pontos de vista

que vão se colocando, um após o outro. O aluno deverá, em seu caderno,

separar em duas colunas, esses diversos pontos de vista em: otimistas e

pessimistas.

• Discutir com a classe qual desses pontos de vista mais encanta o eu lírico e

por quê.

• O aluno deverá escolher um desses pontos de vista a respeito do que seja

“vida” para ele e escrever um parágrafo argumentativo, defendendo sua

escolha.

PESQUISA DE CAMPO

Os alunos deverão trazer para a sala de aula, uma história de vida de uma

pessoa que conheça e que tenha muito a lhe ensinar. Pode ser uma pessoa da

família ou não. Essa história poderá estar relacionada a trabalho, superação, amor

ou qualquer outro tema que seja significativo no que diz respeito ao significado da

vida. Todas as histórias deverão ser lidas na sala de aula para que sejam

compartilhadas por todos os alunos e também pelo professor.

PRODUÇÃO DE TEXTO

Realizadas as atividades de leituras, análises e discussões sobre os textos,

é hora de o aluno produzir o seu próprio texto onde o tema A vida em sua essência

seja destacado. Para tanto, é preciso lembrar aos alunos a estrutura do texto

dissertativo-argumentativo e reforçar a ideia de que o ponto de vista dele, num texto

como esse, é de fundamental importância. Os argumentos a serem defendidos

nesse texto, deverão ser retirados dos textos poéticos que foram estudados nessa

unidade, o que poderá proporcionar uma possível dialogia entre os textos dos

renomados autores da literatura e da música brasileira e os textos que serão

produzidos pelos alunos.

CONCLUSÃO

Ao concluir todas as etapas deste projeto, certamente o professor terá

percebido um grande avanço na capacidade leitora dos alunos, já que este trabalho

procura desenvolver alguns processos onde linguagem e vida estejam interligadas

através da leitura. Os questionamentos, as reflexões, e as exposições orais e

escritas, são recursos que colaboram para o avanço dos alunos enquanto leitores,

tornando-os capazes de avaliar e valorizar a natureza dos discursos. A partir de

então, através das várias leituras, esses alunos estarão aptos a efetuar suas

próprias deduções e desenvolver a capacidade crítica que os tornará, finalmente,

cidadãos, participantes de uma sociedade que deve ser criticada, questionada e

refletida quando necessário, ou seja, este é um projeto que pretende favorecer a

emancipação social do aluno através da leitura.

REFERÊNCIAS

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Civilização Brasileira, 2008.

BANDEIRA, Manuel. A cinza das horas; Carnaval; O ritmo dissoluto. Edição

crítica. Rio de Janeiro: Frente Editora, 2008.

_______. Antologia Poética. 12ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

GERALDI. João Wanderley. O Texto na Sala de Aula – Leitura & Produção - 2ª

ed. Cascavel: ASSOESTE, 1984.

GULLAR, Ferreira. Melhores Poemas de Ferreira Gullar. 7ª ed. São Paulo: Global,

2004.

MEIRELES, Cecília. Viagem, Vaga Música. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares

da Educação Básica. Paraná, 2008.

Sites consultados:

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