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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA

UNIDADE DIDÁTICA

DANÇA NO ESPAÇO ESCOLAR:

CONHECIMENTO E MOVIMENTO

PDE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO

EDUCACIONAL

ÁREA: EDUCAÇÃO FÍSICA

PROFESSORA: VÂNGELA CIMARA BARBIERI

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VÂNGELA CIMARA BARBIERI

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA:

UNIDADE DIDÁTICA

Produção Didático-Pedagógica, apresentada

ao Programa de Desenvolvimento

Educacional - PDE, sob a orientação da

Profª. Drª. Marilene Cesário, do

Departamento de Educação Física, da

Universidade Estadual de Londrina.

LONDRINA

2010

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1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Professor PDE: Vângela Cimara Barbieri

Área: Educação Física

NRE: Londrina

Professor Orientador IES: Drª Marilene Cesário

IES: Universidade Estadual de Londrina (UEL)

Escola de Implementação: Escola Estadual Monteiro Lobato

Público Objeto da Intervenção: Alunos da 8ª série do Ensino Fundamental

2. PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA: UNIDADE DIDÁTICA

3. TEMA DE ESTUDO NA INTERVENÇÃO: DANÇA

4. TÍTULO: DANÇA NO ESPAÇO ESCOLAR: CONHECIMENTO E MOVIMENTO

5. INTRODUÇÃO

A dança, que já faz parte da vida de nossos educandos fora do contexto

escolar, pode também tornar-se parte integrante do currículo da escola, de uma

maneira lúdica, prazerosa e repleta de aprendizado.

O presente trabalho tem o intuito de ser utilizado como material didático

pedagógico de apoio ao professor que deseja utilizar a dança como parte do seu

projeto pedagógico. É uma contribuição ao cotidiano das aulas de Educação Física e

de todo o processo educacional. A dança, dessa forma, fará parte da construção do

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aprendizado, uma forma de linguagem que se solidifica a cada vez que é explorada

e que já se incorporou ao nosso dia a dia.

Podemos dizer que antes mesmo de o homem utilizar a linguagem verbal

ele já se comunicava se expressando com a linguagem corporal, por meio dos

gestos e movimentos voluntários e involuntários. Desta forma, o movimento constitui

um dos principais meios de interação entre o homem e o mundo, um modo de

exteriorizar suas emoções, podendo se constituir como intencionais, voluntários e

expressivos.

Cabe ressaltar que, o papel da dança, como parte do processo

educacional, trata do movimento, da expressão, da criação e da transformação do

educando frente ao mundo. Segundo Nanni (1995, p. 180), ”[...] a dança hoje retrata

as ansiedades, idéias, necessidades e interesses de nossa época [...]”,

relacionando-se com a vida, a saúde, a religião, a morte, a fertilidade, o vigor físico e

o sexual, perpassando, ainda, os caminhos terapêuticos e os educacionais. Vale

ressaltar que, atualmente, a dança está também vinculada aos interesses da mídia,

aos modismos emergentes e ao consumismo, desvinculando-se do seu valor cultural

e transformando-se em um produto de consumo.

Tratar a dança no contexto educacional como meio de expressão,

aprendizagem e cultura requer não apenas preparação para a aquisição de

habilidades e capacidades motoras, mas sim como processo pedagógico, vinculado

à vivência individual e coletiva, em busca da formação do senso crítico e reflexivo

dos educandos, permitindo ainda a reformulação do conhecimento de seus limites e

as possibilidades no aprender e no ensinar a dança como totalidade corporal.

A justificativa para a escolha do tema em questão reside em duas

premissas: a primeira é a de que a dança na escola, associada à Educação Física,

deve ter um papel fundamental enquanto atividade pedagógica, valorizando as

potencialidades de cada aluno e possibilitando-o a expressar-se criticamente, no

sentido de tornar a linguagem corporal transformadora e não reprodutora. A segunda

premissa refere-se à importância de se trabalhar a dança de forma prazerosa junto

aos alunos, ajudando-os a vivenciarem, (re)conhecerem e a desmitificarem papéis

que foram construídos em determinado tempo histórico e atribuídos de maneira

estereotipada à dança.

Com base na experiência de 14 anos como professora de Educação

Física, em várias escolas da rede pública de ensino na cidade de Sertanópolis, e,

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ainda, na observação do quanto os alunos se interessam pela dança, dentro e fora

da escola, seja em festas, comemorações ou simplesmente ao ouvir uma música

durante o intervalo, na entrada ou saída das aulas, a autora deste trabalho teve a

ideia e o interesse em desenvolver um projeto que possa apresentar a contribuição

da dança na formação do sujeito crítico, bem como o porquê de se ensinar dança na

escola.

Nessas observações foi possível concluir, também, que a dança na

escola é realizada, na maioria das vezes, de forma descontextualizada, com

reprodução de coreografias de forma mecânica, sem que haja uma tematização e

estudos relacionados, e está aliada a um trabalho corporal capaz de contemplar os

movimentos e como os mesmos se transformam na dança. Objetiva-se então com

este estudo, no contexto educativo, apresentar a importância do ensino da dança no

cenário educacional e o quanto esta manifestação pode contribuir para a formação

humana do educando. Esse processo proporcionará condições de oferecer mais

qualidade às aulas de Educação Física.

Tendo em vista que raramente a dança constitui parte do currículo

escolar, seja pela falta de preparação do professor ou até mesmo de condições

materiais e físicas da escola, o referido projeto de intervenção colaborará com a

mudança da realidade vigente à medida que apresenta o quanto a dança pode ser

explorada no contexto escolar, contribuindo com o professor de Educação Física e o

planejamento de trabalho a ser realizado.

O objetivo deste material didático-pedagógico é elaborar uma proposta de

intervenção metodológica para o ensino da dança na escola, levando-se em

consideração que a dança enquanto área do conhecimento precisa estar presente

na escola a partir de ações concretas, fazendo desta atividade uma construção

contínua. Dessa forma, pretende-se elaborar uma proposta de intervenção

metodológica para o ensino da dança na escola. Tal proposta visa explorar os

aspectos da dança como forma de conhecimento e valorização cultural, além de

propor vivências por meio da expressividade que a dança é capaz de proporcionar.

Para Kunz (1998), quando se compreende a dança como uma das artes

preferidas do ser humano, e, levando-se em consideração que essa arte é relegada

na maioria das vezes às academias, não estando ao alcance de todos, é necessário

repensar essa atividade na escola enquanto mediadora da construção do

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conhecimento, compreensão e expressão, aliada ao prazer e à alegria do

movimento.

A dança pode ainda ajudar a romper com o mito sexista, ou seja, a ideia

de que alguns movimentos da dança são apenas femininos, fazendo com que os

meninos não queiram dançar.

O referido material didático-pedagógico terá várias fases e, em cada fase,

atividades a serem desenvolvidas, as quais serão descritas a seguir:

PRIMEIRA FASE: INVESTIGAÇÃO

Ilustração Geisa Mara Reis Rodrigues

Atividade 1

Será realizada uma investigação por meio de conversa informal com os

educandos, no sentido de diagnosticar o que eles conhecem sobre a dança e a

forma como ela é concebida na escola, em seu cotidiano ou no desejo expresso ou

oculto de explorar essa arte. Nessa fase será possível explorar os aspectos da

dança como forma de conhecimento e valorização cultural por meio de um

questionário com as seguintes questões:

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DIAGNÓSTICO SOBRE DANÇA

Você já teve aulas de Dança?

Em que local ocorreram?

Caso teve, como foram essas aulas?

Como foi abordado este conteúdo:

( ) com aulas práticas?

( ) com aulas teóricas?

( ) as duas formas?

De que forma eram realizadas as atividades?

Você sabe a história da dança, onde, quando e como ela surgiu?

Quais são os gêneros da dança que você conhece?

Para você, o que é movimento expressivo?

Podemos expressar sentimentos sem utilizar palavras?

Você gosta de dançar? Qual seu estilo de dança preferido para dançar?

Justifique sua preferência.

Qual estilo de dança você gosta de assistir? Justifique sua preferência.

Em que local você costuma dançar?

Você faz parte de algum grupo de dança?

Há algum tipo de dança que você sentiria vergonha em dançar? Qual? Por

quê?

Você acha que a mídia, especialmente a TV, pode interferir na forma como

as pessoas dançam ou veem a dança?

Faça uma lista das formas de dança que você conhece.

Atividade 2

GRÁFICO

Elaborar um gráfico com os alunos sobre os estilos de dança preferidos por eles.

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SEGUNDA FASE: VIVENCIANDO A DANÇA

Ilustração Geisa Mara Reis Rodrigues

Propor situações de vivência que imprimam significado à dança,

compreendendo por meio dela como o corpo se movimenta e se relaciona no

espaço e no tempo.

Tendo por base as respostas obtidas nesses questionamentos orais e

escritos terão início as discussões sobre como a dança está presente em nossas

vidas. Para ilustrar e fomentar essa discussão será apresentado um vídeo,

produzido com os resultados obtidos mediante busca na internet, retratando

momentos em que a dança se faz presente: festas, homenagens, rituais, concursos,

entre outros. Nessa fase será possível analisar a dança enquanto expressão

corporal, tratada no sentido de contribuir para o desenvolvimento do aluno de forma

crítica e transformadora.

Sites para visualizar sugestões dos vídeos (acesso em 04 de junho de

2010):

FESTAS: www.youtube.com/watch?v=v-xsbwX9Bbs&feature=related

HOMENAGENS: www.youtube.com/watch?v=-DMxPIwjCeg

FESTIVAIS: www.youtube.com/watch?v=ElrPWqm7Qys

RITUAIS: www.youtube.com/watch?v=H4qQMgb1IX8&feature=related

CONCURSO: www.youtube.com/watch?v=SyJ9z0uFXXc&feature=related

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A escolha dos participantes do grupo será variada, algumas vezes por escolha dos

próprios alunos, outras por sorteio, ou realização de dinâmicas, no intuito de que

haja a socialização de toda a turma e não apenas dos grupos que já se formam.

Atividade 3

PRODUÇÃO DE VÍDEO

Ilustração Geisa Mara Reis Rodrigues

Os alunos serão divididos em grupos, para produzirem um vídeo de

dança voltado à realidade da sociedade em que estão inseridos, ou seja, em

situações vividas na sua própria comunidade, de acordo com a escolha dos

participantes quanto ao melhor local para a pesquisa: baladas, festas em família,

entre outros. Eles também poderão escolher alguma ocasião especial como os

bailes da terceira idade, apresentação de grupos de dança, etc.

Todas as pessoas participantes deverão autorizar (por meio de assinatura

do termo de cessão pessoa física) a gravação/filmagem de sua imagem para

posterior utilização em eventos e trabalhos da área.

Após a produção dos vídeos, cada grupo apresentará o seu trabalho para

os demais alunos, expondo onde foram feitas as filmagens, em que dia e horário,

especificando os estilos de dança e o que lhes chamou a atenção.

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Atividade 4

LEITURA DE TEXTO

Concomitantemente à produção do vídeo fora do ambiente escolar, nas

aulas será apresentado o texto para discussão sobre o papel da dança na

sociedade. O mesmo foi produção da professora a partir de recortes da internet e

dos autores estudados durante a realização do projeto no PDE.

Os alunos lerão o texto transcrito abaixo e deverão comentar por escrito a

seguinte frase: “A dança pode ser diretamente relacionada à educação e oferecer

possibilidades de apropriação do conhecimento e reconhecimento cultural e social

do meio em que estamos inseridos”.

TEXTO:

O PAPEL DA DANÇA NA SOCIEDADE

A dança é primeiramente o movimento que se transforma em expressão

de vida, transmissão de sentimentos, comunicação, vivência corporal e emocional.

Esses movimentos executados na dança podem transmitir emoção, êxtase e até

mesmo expressar sentimentos reprimidos. Além disso, é possível através da dança

reafirmar o autoconceito, autorrealização e autoconfiança, utilizando-se das

possibilidades que a execução dos movimentos oferece.

A dança é uma das mais antigas artes criadas pelo ser humano, ela está

presente desde os primórdios da humanidade, quando o ser humano sentiu a

necessidade de manifestar-se pela dança, utilizando-a em seus movimentos

corporais para atrair a caça, pedir proteção divina. Até hoje a dança é muito usada

nos rituais religiosos, nas comemorações, na busca da fertilidade, na arte e nas mais

diversas manifestações culturais e sociais. Vivenciar a dança no contexto escolar,

especialmente nas aulas de Educação Física, pode resultar em grandes

contribuições para o desenvolvimento geral do educando.

Nas mais diferentes sociedades a dança se faz presente, seja em

momentos festivos ou mesmo dolorosos. Ela proporciona o conhecimento cultural

que podemos compreender de determinado povo. Dessa forma, a prática da dança

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na Educação Física não pode estar voltada somente para a recreação, ou o treino

de habilidades motoras, mas deve assegurar oportunidades de se explorar o

equilíbrio psíquico, a expressão criativa e espontânea, a imaginação, a

compreensão da simbologia presente nos movimentos e a própria compreensão do

eu enquanto sujeito determinante na sociedade. É importante destacar que dançar

não é apenas para bailarinos e dançarinos profissionais. Todo mundo pode dançar e

tornar a dança algo prazeroso, algo que desperte o desejo de ir além dos seus

próprios limites e reconhecer todo o potencial de movimentos que o nosso corpo

oferece, improvisando e criando movimentos, repetindo sequências e refletindo

sobre as formas de execução desses movimentos.

A dança pode ser diretamente relacionada à educação e oferecer

possibilidades de apropriação do conhecimento e reconhecimento cultural e social

do meio em que estamos inseridos. Dançar pode ajudar a transformar vidas, pois

favorece a ampliação das relações humanas, a quebra de barreiras sociais, a

superação das dificuldades e o desenvolvimento da imaginação e da criatividade.

Não se pode, entretanto, apenas executar o movimento, é preciso agir e pensar

sobre ele.

A mídia também tem um importante papel quando falamos do

reconhecimento da dança enquanto cultura. Ela pode transformar alguns ritmos em

cultura de massa, fazendo com que seja um sucesso comercial, muitas vezes

explorando o corpo mediante apelos sexuais, sem que se conheça o significado do

movimento e de toda a cultura que ele carrega. Cabe à escola, portanto, promover a

reflexão acerca da aceitação da influência da mídia pela população.

Os educandos poderão intervir sempre que oportuno, nas discussões, apresentando

seu ponto de vista. Para motivar essas interferências serão realizados

questionamentos individuais acerca do papel da dança na escola e na sociedade.

Para vocês a dança traz algum benefício?

Por que deve ser ensinado o conteúdo dança na escola?

A dança tem algum valor na sua comunidade?

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TERCEIRA FASE: PRÁXIS PEDAGÓGICA

Nesta fase terão início algumas atividades teórico-práticas de

descontração e soltura, sem que os alunos percebam que estão realizando a dança.

Atividade 5

ATIVIDADES COM TNT

Material: Tiras de 10 cm de comprimento por 3 cm de largura, aparelho de

som e CDs de vários estilos de música.

Disposição: Espalhados pela quadra.

Desenvolvimento: Andando e equilibrando a tira de TNT na palma da

mão, sem deixá-la cair.

Idem sobre o dorso da mão, a coxa, cotovelo, cabeça e assim

sucessivamente em várias partes do seu próprio corpo.

Variação 1: Dois a dois segurar a tira de TNT com a palma da mão. Não

pode deixar cair.

Idem ombro com ombro, cotovelo com cotovelo, cabeça com cabeça,

quadril com quadril, polegar com polegar e assim sucessivamente.

Variação 2: Individualmente, com a tira de TNT sobre a cabeça e com os

olhos fechados, realizar um passo à frente e volta. Um passo para trás e volta. Um

passo para a direita e volta. Um passo para a esquerda e volta. Passo lateral

cruzando a perna à frente. Passo lateral cruzando a perna para trás. Durante a

realização dos movimentos, coloca-se uma música para que os alunos continuem

fazendo o solicitado. Dois passos à frente e volta dois passos para trás. Dois passos

para a direita e volta dois passos para a esquerda. Girar sobre o apoio dos dois pés.

Girar sobre o apoio de um pé.

Variação 3: Dois a dois um à frente do outro, a uma distância de um

passo mais ou menos, realizar os mesmos movimentos: enquanto um realiza o

passo à frente, o outro realiza para trás, quando um vai para a direita, o outro vai

para a esquerda, e assim sucessivamente. Partindo daí o professor poderá utilizar

da sua criatividade para elaborar outros movimentos.

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Atividade 6

DESLOCAMENTOS VARIADOS

Ilustração Geisa Mara Reis Rodrigues

Material: Aparelho de som e CDs com vários estilos de músicas, cones,

bolas de borracha.

Disposição: Em seis colunas pela quadra.

Desenvolvimento: Seguindo o ritmo da música colocada pelo professor,

realizar vários movimentos como: andar, correr, saltar, girar, saltar objetos dispostos

no solo, correr e saltar, realizar vários saltitos, etc.

Variação 1: Os seis primeiros de mãos dadas realizam a polca (passo une

passo), de frente, quatro tempos perna direita e quatro tempos perna esquerda,

depois dois tempos cada perna.

Variação 2: Um de costas para o outro, polca lateral, idem do outro lado.

Variação 3: Os seis, de mãos dadas, fazem a polca de frente com quatro

tempos e vira de lado, segurando na cintura do colega, mais quatro tempos (polca

lateral), de costas, mais quatro tempos e vira para o outro lado mais quatro tempos

(polca lateral). Idem ao anterior com contagem de dois tempos.

Variação 4: Dois a dois de frente um para o outro de mãos dadas.

Realizar a polca lateral em dois tempos e fazer meio giro (180 graus) soltando um a

mão esquerda e o outro a mão direita, em seguida fazer a polca para a outra lateral

em dois tempos, ficando um de costas para o outro. Voltar novamente de frente e

assim continuar. Inicia como o anterior, mas ao invés de voltar novamente de frente

continua completando o giro (360 graus).

Variação 5: Dois a dois um à frente do outro de mãos dadas, realizar o

saltito valseado (ritmo ternário).

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Variação 6: Dois a dois, um de frente para o outro. Realizar o saltito

cruzado com uma das pernas à frente e depois atrás, alternadas e acelerando os

movimentos.

Variação 7: Os alunos que estão à frente da coluna terão uma bola e a

conduzirão até o final da quadra, quicando no ritmo da música.

A partir destes movimentos o professor poderá sugerir outras variações

de atividades.

O professor sempre estará mudando os estilos das músicas para que os

alunos vivenciem os movimentos em diferentes ritmos.

Os alunos terão a oportunidade de falar e se expressar sobre as emoções

vivenciadas na execução das atividades.

Pontos para discussão:

Todos conseguiram realizar as atividades?

Quais dificuldades foram encontradas?

Que tipo de emoção sugeriu cada uma das sequências de acordo com a velocidade

de execução, direção, energia utilizada, etc.?

QUARTA FASE: EXPRESSÃO CORPORAL

Ilustração Geisa Mara Reis Rodrigues

Os alunos assistirão ao filme “Vem Dançar”, com o objetivo de dar suporte

teórico, com posterior discussão sobre o mesmo, analisando também a questão da

dança enquanto forma de transformação social e melhoria na autoestima, o que

acarreta já uma transformação geral do ser humano.

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Atividade 7

DEBATE

Debate sobre as possibilidades de transformação social através da dança.

Os resultados do debate deverão ser escritos.

Atividade 8

EVOLUÇÃO DA DANÇA ATRAVÉS DOS TEMPOS

Com o vídeo So Pure - Alanis Morissette, disponível em:

http://www.dailymotion.com/video/x1vdy7, os alunos observarão a evolução da

dança através dos tempos.

Para refletir:

Ilustração Geisa Mara Reis Rodrigues

a) Através do vídeo So Pure, procure identificar algumas das épocas retratadas nas

danças. Como é possível essa identificação? Que características diferenciam essas

danças?

b) Que outros ritmos você acha que poderiam ter sido acrescentados ao vídeo

levando-se em consideração a música utilizada?

c) Há movimentos comuns nas danças apresentadas? Quais são eles?

d) Escolha uma das danças apresentadas no vídeo e pesquise sobre ela:

Que ritmo é esse?

Onde e quando ele foi criado?

Qual sua influência no contexto histórico?

Ele ainda é reconhecido e utilizado hoje? Por quem?

Esta pesquisa será realizada no laboratório de informática da escola.

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As atividades abaixo (9, 10, 11 e 12) terão como objetivo o trabalho com a

expressão corporal aliada ao ritmo e à forma como descobrimos nosso corpo,

estimulando a execução e interpretação de seus movimentos expressivos, pois para

se comunicar não é necessário palavras, mas sim movimentos que expressam

algum significado, e a dança é exatamente isso, é o corpo em movimento,

movimento intencional expressivo. O objeto de estudo da dança é exatamente o

corpo em movimento.

Atividade 9

SEQUÊNCIA DE MOVIMENTOS

Ilustração Geisa Mara Reis Rodrigues

Esta atividade é baseada no filme assistido e a partir da atividade

reflexiva descrita acima.

Disposição: Os alunos serão divididos em oito grupos.

Desenvolvimento: Cada grupo deverá elaborar de forma livre uma

sequência com no mínimo cinco movimentos, representando uma época, um estilo,

uma forma de apresentar a dança, que mais lhe chamou a atenção no vídeo

assistido anteriormente, explorando assim o significado do movimento corporal como

expressão e transmissão de mensagem de uma forma de linguagem própria.

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Atividade 10

ADIVINHEM O QUE É?

Ilustração Geisa Mara Reis Rodrigues

Material: Recorte de gravuras de bichos, fogo, água, objetos, palhaço, etc.

Disposição: Alunos sentados no chão da quadra.

Desenvolvimento: Cada aluno pega um recorte e esconde para que os

outros não vejam.

Um aluno da turma vai à frente e, por meio de gestos (movimentos

expressivos), demonstra o que tirou para que a turma adivinhe o que é.

Variação: Dividir a turma em equipe para que seja pontuado o número de

acertos.

Pontos para discussão:

Vocês tiveram dificuldades em demonstrar a gravura escolhida, para que as pessoas

descobrissem o que era sem a utilização de palavras?

Vocês tiveram dificuldades em descobrir a gravura sem que o colega utilizasse da

comunicação verbal, para demonstrá-la?

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Atividade 11

VAMOS DESCOBRIR O QUE É?

Ilustração Geisa Mara Reis Rodrigues

Material: Papel, caneta e fita crepe.

Disposição: Espalhados pela quadra.

Desenvolvimento: Cada aluno receberá um papel escrito com uma

sensação ou estado afetivo para que seja colado em suas costas, sem que saiba o

que é, como, por exemplo: tristeza, alegria, raiva, nervosismo, calma, medo,

negação, dor, tranquilidade, choro, riso, ódio, frio, calor, fome, amor, cansaço,

sofrimento, dúvida, aflição, etc.

Com uma música de ritmo lento, os alunos andarão livremente pelo

espaço, passando próximo um do outro, fazendo movimentos de expressão

corporal, demonstrando o que está nas costas do colega, para que o mesmo

descubra o que está escrito, ou seja, o aluno que está com o papel deverá descobrir

o que está escrito nas suas próprias costas.

Depois de certo tempo o professor pedirá a cada um que diga que rótulo

recebeu e como descobriu. Qual foi o movimento expressivo demonstrado que fez

você descobrir?

Variação: Solicitar que os alunos escrevam no papel uma sensação ou

estado afetivo, depois misturar todos. O professor colocará nas costas dos alunos

sem que vejam o que está escrito.

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Atividade 12

CAIXA MISTERIOSA

Ilustração Geisa Mara Reis Rodrigues

Material: Caixas de vários tamanhos que caibam uma dentro da outra.

Alguns objetos como: apito, mamadeira, meia, chupeta, óculos, lenço, pente, etc. e

uma lembrancinha para ser colocada na última caixa. Música para que possa ser

acompanhado o ritmo com palmas.

Disposição: Alunos sentados em círculo.

Desenvolvimento: Algumas caixas terão os objetos dentro dela e outras

estarão vazias.

Os alunos irão passando a caixa um para o outro, acompanhando com

palmas o ritmo da música. Quando a música parar, a pessoa que estiver com a

caixa, deverá abri-la e usar o objeto que está dentro dela, enquanto prossegue a

atividade.

O jogo continua, até que alguém pegue o presente que está na última

caixa.

Pontos para discussão:

O que você pensava enquanto a caixa passava por você?

Qual é o ritmo da música que estava tocando no momento da realização da

atividade?

O ritmo da música ajudou ou não a ampliar as expectativas?

Você conseguiu acompanhar com as palmas o ritmo da música?

Qual a sensação de usar os objetos na presença dos colegas?

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Atividade 13

ATIVIDADES COM BASTÕES

Ilustração Geisa Mara Reis Rodrigues

Esta atividade será desenvolvida partindo de dinâmica de movimentos

simples para os complexos, do espontâneo para o específico, onde a criatividade e

execução sejam crescentes, ampliando as possibilidades e formas de se trabalhar

com a coordenação rítmica e a dança.

Material: Com materiais alternativos como bastões de madeira de

aproximadamente 40cm (cabo de vassoura). Trabalhar as coordenações rítmicas

com ações do corpo com objetos no tempo e no espaço.

Disposição: Os alunos ficarão em círculo na quadra poliesportiva, cada

um com um par de bastões.

Desenvolvimento: A professora fará a contagem 1, 2, 3, 4 e todos juntos

batem um bastão no outro, simultaneamente, no 4º tempo. Realizar várias vezes.

Depois com a mesma contagem batendo os bastões no 3º tempo. Ir variando no 2º

tempo e no 1º tempo, trabalhando também com movimento do corpo. Exemplo:

batendo à frente do corpo, na lateral direita e esquerda, acima da cabeça, girando o

tronco, batendo um dos pés à frente e os bastões simultaneamente na contagem no

4º tempo, alternando os pés e assim sucessivamente.

Variação 1: Dividir a turma em dois grupos, um de frente para o outro

espalhados pela quadra. Um grupo bate na contagem no 2º tempo e o outro grupo

no 4º tempo. Depois um grupo bate no 1º tempo e o outro grupo no 3º tempo. Depois

um grupo no 3º tempo e o outro no 4º tempo. O professor começará contando para

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marcar as batidas fortes, depois, para de contar, e os alunos continuam a realizar as

batidas com os bastões, seguindo a contagem já estabelecida.

Variação 2: Com o posicionamento anterior, os alunos farão, todos juntos,

as batidas com os bastões e a marcação com o pé direito à frente, no 4º tempo.

Dando sequência ao movimento os alunos baterão os bastões no 1º tempo com um

passo à frente com a perna direita, realizam meio giro (180 graus) sem tirar os pés

do apoio (chão), na contagem do 2º tempo, depois transferem o peso do corpo para

a perna esquerda e tira o pé direito do apoio, transferindo-o para a frente, batendo o

bastão novamente no 3º tempo, e realiza novamente o meio giro (180 graus), no 4º

tempo. Assim sucessivamente várias vezes.

Variação 3: Em dupla, um de frente para o outro, espalhados pelo espaço,

darão continuidade à atividade anterior cruzando os bastões, um com o outro, e

batendo na contagem no 1º tempo à frente; no 2º tempo realiza o meio giro (180

graus); no 3º tempo bate individualmente no seu próprio bastão, um de costas para

o outro; e no 4º tempo gira de frente novamente, dando continuidade ao movimento.

Essa atividade lembra os movimentos da dança do maculelê.1

Atividade 14

SEQUÊNCIA RÍTMICA

Ilustração Geisa Mara Reis Rodrigues

Material: Bastões e um tambor (lata de tinta virada de boca para baixo).

1 Maculelê, dança de forte expressão dramática, destinada a participantes do sexo masculino, que

dançam em grupo, batendo as grimas (bastões) ao ritmo dos atabaques e ao som de cânticos em dialetos africanos ou em linguagem popular. Disponível em http://www.capoeiradobrasil.com.br/maculele.htm

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Disposição: Alunos em círculo, cada um com um par de bastões.

Desenvolvimento: Um aluno coordena as batidas no tambor realizando

uma sequência rítmica e os outros alunos deverão repetir batendo bastão com

bastão simultaneamente.

Variação: Separar os alunos em grupos, cada grupo criará uma sequência

rítmica utilizando somente os bastões. Cada grupo irá à frente e demonstrará a sua

sequência rítmica para que os outros grupos repitam e assim sucessivamente.

QUINTA FASE: OBSERVAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO

Os alunos assistirão ao filme “Ela dança, eu danço” com o objetivo de

explorar o quanto a dança pode transformar a vida das pessoas, além disso, o filme

se caracteriza por ser um excelente material para a compreensão da mistura de

ritmos, de estilos, de gestos musicais e de dança, e isso é possível, desde que haja

criatividade, conhecimento e desejo de transformação.

Atividade 15

Questionamentos:

a) De acordo com o filme a dança pode transformar vidas. Você acha isso possível?

Por quê?

b) Que relação se estabelece no filme entre a dança e o preconceito social?

c) Como a dança pôde superar as barreiras sociais e diminuir as distâncias entre os

mundos que os jovens protagonistas viviam?

d) Comente sobre a união de ritmos e os efeitos que isso produziu na dança que

serviu como espetáculo no final do filme.

e) As danças de antigamente são as mesmas de hoje?

f) O que ocorreu de mudança entre as danças antigas e as atuais?

g) Qual dança lhe chamou mais atenção? Dê sua opinião.

h) Por que as pessoas dançam?

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Atividade 16

PESQUISA BIBLIOGRÁFICA E DE CAMPO

Após os questionamentos sobre o filme, os alunos realizarão uma

pesquisa, tanto teórica quanto de campo, sobre as mudanças ocorridas na forma de

dançar no decorrer dos anos, na questão do preconceito contra os dançarinos, a

preferência por ritmos de cada década, quais eram as vestimentas em cada época,

os locais em que eles dançavam, etc.

Para a realização desta tarefa, os alunos serão divididos em grupos de

oito pessoas, cada grupo ficará com uma década a ser pesquisada, iniciando pela

década dos anos 50 até a década dos anos 90. Os grupos deverão assistir a um

filme previamente escolhido pelo professor, relacionando a década em que o seu

trabalho será desenvolvido. Cada grupo será dividido em dois subgrupos - quatro

pessoas farão a pesquisa bibliográfica e os outros quatro farão uma entrevista com

quatro pessoas que viveram na década que ficou estabelecida para a realização do

seu trabalho. Todos os grupos terão os mesmos questionamentos a serem

pesquisados.

FILMES A SEREM ASSISTIDOS PELO GRUPO:

Década de 1950: Grease – Nos Tempos da Brilhantina (este filme foi lançado nos

cinemas na década de 1970, mas retrata um musical sobre os fabulosos anos 50).

Década de 1960: Dirty Dancing – Ritmo Quente.

Década de 1970: Os Embalos de Sábado à Noite.

Década de 1980: Footloose – Ritmo Louco.

Década de 1990: Dança Comigo?

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Questões para a pesquisa bibliográfica:

Qual era o estilo de dança que se destacava na época?

Qual era o ritmo naquela década?

A característica da dança naquela época.

Quem dançava?

Onde e quando foi criado?

Quais as vestimentas daquela época? Elas contribuíam para o desenvolvimento da

dança?

Qual sua influência no contexto histórico?

Havia algum tipo de preconceito em relação à dança? Como ele é manifestado no

filme?

Questões para a pesquisa de campo:

Idade do entrevistado:___________

Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

Em que lugar morava naquela época?

Qual era o ritmo de Dança que se destacava na época da sua adolescência?

Você dançava?

Qual Dança costumava dançar?

Qual o local que vocês costumavam dançar?

Em que ocasiões as pessoas dançavam?

Como era produzido o som para dançar?

Era ao vivo ou som eletrônico?

Que instrumentos utilizavam?

Existia algum tipo de preconceito com relação às pessoas que dançavam e com

relação aos homens?

A dança teve algum significado na sua vida?

Os grupos explanarão os trabalhos realizados para os demais colegas da

turma, para que todos tenham conhecimento da evolução da dança no decorrer das

décadas. Essa explanação deverá ser em DVD ou pen drive, contendo a produção

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bibliográfica, com textos, vídeos e relatório das pessoas entrevistadas. Tendo por

base estas pesquisas estudaremos a história da dança com apreciação de vídeos

que mostrem os gêneros das danças e características de determinadas épocas e

lugares, por meio de textos que comentem sobre as danças e o povo das épocas em

questão.

O professor poderá selecionar os vídeos, mediante buscas na internet,

contemplando o conteúdo especificado acima.

SEXTA FASE: ELABORANDO MOVIMENTO

Ilustração Geisa Mara Reis Rodrigues

Atividade 17

ELEMENTOS CORPORAIS

Apresentar um texto explicativo sobre os elementos corporais: salto,

saltito, transferência, deslocamentos, giros, formações espaciais, para que os alunos

possam realizar a atividade teórico-prática abaixo solicitada.

Material: Aparelho de som e CDs.

Disposição: Alunos em grupos, espalhados pela quadra.

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Desenvolvimento: A turma será dividida em 9 grupos, cada grupo ficará

com uma atividade para elaborar no mínimo quatro movimentos solicitados pela

professora.

1º grupo – Transferência.

2º grupo – Deslocamentos e direções: andar e correr na base do pé, para

a frente, para trás, esquerda, direita e diagonal.

3º grupo – Saltar: base do pé.

4º grupo – Descobrir deslocamentos e locomoções na base ajoelhada e

na base sentada.

5º grupo – Girar nas bases: de pé, sentada e ajoelhada.

6º grupo – Realizar movimentos em que se utilize flexão e rotação da

coluna.

8º grupo – Usar variações de posicionamento em forma de círculo, em

colunas, em filas, em diagonais, 2 a 2.

9º grupo – Estabelecer no mínimo quatro formações espaciais.

As danças em geral apresentam várias formações espaciais, não sendo a

mesma durante toda a execução, começando pela formação inicial ou posição inicial

que é a formação que os dançarinos assumem antes de começar a dançar. Entre

elas, em fila única, duas filas, em círculo, pares unidos, pares soltos, em colunas,

espalhados aleatoriamente pelo espaço.

Alunos: Um grupo executa e os outros observam para oferecer o

feedback. Os alunos deverão passar por todas as etapas, a de execução e a do

feedback.

Variação: Depois, os grupos deverão descobrir elementos de ligação

coreográfica entre as fases e elaborarem uma pequena sequência de movimentos,

primeiro sem música e depois com música.

Atividade 18

SEM DESLOCAMENTO

Material: Aparelho de som e CDs.

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Disposição: Organizados em grupos, espalhados pela quadra.

Desenvolvimento: Ao som de uma música, os alunos elaborarão alguns

movimentos, nos quais não ocorra nenhum tipo de deslocamento. Podendo ser em

várias posições: em pé, sentados, deitados, etc.

Pontos para discussão:

O que você achou mais fácil na execução dos movimentos?

Você achou fácil dançar sem sair do lugar e sem se deslocar?

De que outras formas pode acontecer o deslocamento?

Atividade 19

REPRESENTANDO O ESPORTE

Ilustração Geisa Mara Reis Rodrigues

Material: Balões de ar, aparelho de som, CDs, papel e caneta.

Disposição: Alunos em grupo espalhados pela quadra.

Desenvolvimento: Para a divisão dos alunos em grupo nesta atividade,

será realizada uma brincadeira com balões de ar, dentro destes terá um pedaço de

papel em que estará escrito uma modalidade esportiva, entre elas, voleibol,

basquetebol, futsal, handebol e atletismo. Com uma música, os alunos rebaterão o

balão de ar sem deixá-lo cair, podendo trocar com os colegas. Quando a música

parar, eles deverão estourar os balões e dividirem-se em 5 grupos de acordo com a

modalidade sorteada no seu balão.

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Cada grupo representará com movimentos expressivos o esporte com o

qual foi sorteado, utilizando uma música de ritmo lento para a realização.

Pontos para discussão:

Foi fácil descobrir qual o esporte representado pelo grupo?

Os movimentos expressivos apresentam significados?

Ao observarmos atentamente os gestos expressados pelo corpo, veremos

que eles estão repletos de sentimentos, emoções e técnicas, que apresentam

intenções que podem ser decifradas.

Atividade 20

O CORPO EM MOVIMENTO

Ilustração Geisa Mara Reis Rodrigues

Essa atividade tem o objetivo de propiciar aos alunos a elaboração de

pequenas composições coreográficas utilizando o ritmo, a criatividade e a autonomia

e para que eles percebam que o espaço, o tempo e corpo são elementos

formadores do movimento expressivo. O que interessa na dança é o corpo se

movimentando em um determinado tempo e espaço, pois não existe dança sem um

corpo em movimento. O espaço é elemento fundamental na dança. Ele influencia na

elaboração e execução dos movimentos expressivos, pois é nele que se realizam os

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movimentos. Mudanças nos ritmos das músicas ocasionarão mudanças no tempo de

realização dos movimentos expressivos.

Material: Cordas, bastão de madeira, elástico, lençol colorido, fitas de TNT

ou cetim colorido, bolas de borracha, aparelho de som, CDs, fita adesiva.

Disposição: Os alunos permanecerão em grupo como na atividade

anterior.

Desenvolvimento: Para cada grupo será sorteado um material alternativo

dentre os já estabelecidos. Exemplo: grupo 1 (cordas), grupo 2 (Bastão de madeira)

e assim sucessivamente.

Cada grupo deverá compor uma pequena composição coreográfica sem

música, utilizando os materiais estabelecidos anteriormente, em um espaço

demarcado pelo professor, com fita adesiva no solo. Depois, a mesma coreografia

será realizada com a música de preferência do grupo. Após um tempo, trocam os

grupos de lugar para que vivenciem outro espaço e percebam como este influencia

na execução dos movimentos.

Para refletir:

Ilustração Geisa Mara Reis Rodrigues

Quais as dificuldades em realizar os movimentos da coreografia sem música?

Quais as dificuldades em realizar os movimentos da coreografia com música?

Qual maneira é mais fácil?

A música interfere na execução dos movimentos?

O ritmo auxilia na realização da coreografia?

O espaço influenciou na elaboração e na realização dos movimentos na

coreografia?

Então, quais são os três elementos formadores no movimento expressivo?

Podemos dançar sem música? Por quê?

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SÉTIMA FASE: DANÇAS PROMOVIDAS PELA INDÚSTRIA CULTURAL

Ilustração Geisa Mara Reis Rodrigues

Atividade 21

PESQUISA

Pesquisar na mídia televisiva, os programas e propagandas que se

utilizam da dança para divulgar seu produto e conquistar seu público.

Atividade 22

Questionamentos.

O que são danças promovidas pela indústria cultural?

Essas danças têm um sentido (objetivo) para a mídia. Qual seria?

O que a mídia quer nos incutir com esses estilos de Dança?

A mídia quer passar uma mensagem para a população que está assistindo ou

realizando essas danças?

Vocês observam as manifestações (significados) que essas danças querem passar

com as letras das músicas, com os movimentos executados nas coreografias e as

vestimentas?

Dê sua opinião sobre essas danças.

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FASE FINAL: APRESENTAÇÃO DO PROJETO À COMUNIDADE

FESTIVAL DE DANÇA

Para apresentar alguns resultados do trabalho e a possibilidade de

ampliá-lo à comunidade escolar, os alunos realizarão o 1º festival de dança da

escola com coreografias tematizadas e elaboradas por eles com o apoio da

professora. Estas coreografias representam a síntese dos trabalhos de pesquisa dos

alunos e da professora frente a cada conteúdo ensinado. O professor irá sugerir

alguns temas, que serão escolhidos pelos alunos por meio de votação.

Ilustração Geisa Mara Reis Rodrigues

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REFERÊNCIAS

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aulas de Educação Física. Dissertação (Mestrado em educação) Universidade

Estadual de Pernambuco, Recife, 2001.

CARBONERA, Daniele. CARBONERA, Sérgio A. A importância da dança no

contexto escolar. Monografia (Pós-Graduação em Educação Física Escolar)

Faculdade Iguaçu, ESAP, Cascavel.

Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br>. Acesso em: 10 jul. 2010.

DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico e educativo. 8. ed. São Paulo: Cortez,

2001.

DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA. Governo do Paraná.

Educação Física. Paraná, 2008.

EHRENBERG, Mônica C.; GALLARDO, Jorge S. P. Dança: conhecimento a ser tratado nas aulas de Educação Física Escolar. Motriz, Rio Claro, v.11, n.2, p. 121-126, maio/ago. 2005. Disponível em: <http://www.rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/11n2/11MCE.pdf>. Acesso em: 10 jul. 2010.

FERREIRA, Vanja. Dança Escolar: um novo ritmo para a Educação Física. 2. ed. Rio

de Janeiro: Sprint, 2009.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa.

30. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

KUNZ, Elenor (org). Didática da Educação Física 1. (Coleção Educação Física). Ijuí:

Unijuí, 1998.

MARQUES, Isabel. Dançando na escola. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2005.

NANNI, Dionísia. Dança Educação. Pré-escola à universidade. Rio de Janeiro:

Sprint, 1998.

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SANTOS, Marcelo C.; LEITE, Marcelo G. Acertando o passo. In: Vários autores. Arte

- Ensino médio. Curitiba: SEED-PR, 2006. p.200-215.

SOARES, Carmen L. et. al. Metodologia do Ensino de Educação Física. Coletivo de

Autores. São Paulo: Cortez, 1992.

SOSSAI, Sonia Maria Furlan. Quem não dança, dança! In: Vários autores. Arte-

Ensino médio. Curitiba: SEED-PR, 2006. p.302-321