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DIREITOS FUNDAMENTAIS E PROCESSUAL NA SEARA DOS DIREITOS PRIVADOS Estudos em Homenagem ao Dr. Raul Moreira Pinto

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Direitos FunDamentais e Processual na seara Dos

Direitos PrivaDos

Estudos em Homenagem ao Dr. Raul Moreira Pinto

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Direitos FunDamentais e Processual na seara Dos

Direitos PrivaDos

Estudos em Homenagem ao Dr. Raul Moreira Pinto

ELOY PEREIRA LEMOS JUNIORMARIA LÚCIA ANDRADE ABREUMICHELLE FREIRE NOGUEIRA

ROBERTO CORREIA DA SILVA GOMES CALDAS(Coordenadores)

Belo Horizonte2016

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341.27 Direitos fundamentais e processual na seara dos direitos privadosD598 [Organizado por]: Eloy Pereira Lemos Júnior, Maria Lúcia Andrade2016 Abreu, Michelle Freire Nogueira, Roberto Correia da Silva Gomes Caldas. Belo Horizonte: Arraes Editores, 2016. p.178

ISBN: 978-85-8238-207-3

1. Direito processual privado. I. Lemos Júnior, Eloy Pereira (Org.). II. Abreu, Maria Lúcia Andrade (Org.). III. Nogueira, Michelle Freire (Org.). IV. Caldas, Roberto Correia da Silva Gomes. (Org.). V. Título.

CDDir–341.27 CDD(23.ed.)–323.01

Belo Horizonte2016

CONSELHO EDITORIAL

Elaborada por: Fátima Falci CRB/6-nº 700

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Impresso no Brasil | Printed in Brazil

Arraes Editores Ltda., 2016.

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Álvaro Ricardo de Souza CruzAndré Cordeiro Leal

André Lipp Pinto Basto LupiAntônio Márcio da Cunha Guimarães

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Clèmerson Merlin ClèveDavid França Ribeiro de Carvalho

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Florisbal de Souza Del’OlmoFrederico Barbosa Gomes

Gilberto BercoviciGregório Assagra de Almeida

Gustavo CorgosinhoJamile Bergamaschine Mata Diz

Janaína Rigo SantinJean Carlos Fernandes

Jorge Bacelar Gouveia – PortugalJorge M. LasmarJose Antonio Moreno Molina – EspanhaJosé Luiz Quadros de MagalhãesKiwonghi BizawuLeandro Eustáquio de Matos MonteiroLuciano Stoller de FariaLuiz Manoel Gomes JúniorLuiz MoreiraMárcio Luís de OliveiraMaria de Fátima Freire SáMário Lúcio Quintão SoaresMartonio Mont’Alverne Barreto LimaNelson RosenvaldRenato CaramRoberto Correia da Silva Gomes CaldasRodolfo Viana PereiraRodrigo Almeida MagalhãesRogério Filippetto de OliveiraRubens BeçakVladmir Oliveira da SilveiraWagner MenezesWilliam Eduardo Freire

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V

Um homem com retidão de caráter e reputação ilibada, culto, de notório saber jurídico, excelente amigo, pai e avô,

estes são alguns dos predicados que definem o nosso homenageado - Dr. Raul Moreira Pinto.

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VI

agraDecimentos

Primeiro agradecemos a Deus;Às nossas famílias, sempre tão compreensivas em nossos momentos de ausên-cia dedicados ao estudo e ao trabalho;Aos nossos colegas mestres dos diversos locais onde trabalhamos, que com tanto carinho nos ajudam a desempenhar nossa atividade de professores;Aos demais colegas de trabalho, que nos apóiam na empreitada diária;Aos nossos alunos, que enriquecem a cada dia a nossa jornada;Com amor, amizade, apreço, dedicação e lealdade,

Eloy Pereira Lemos JuniorMaria Lúcia Andrade Abreu

Michelle Freire NogueiraRoberto Correia da Silva Gomes Caldas

Coordenadores da obra

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VII

sumário

À QUISA DE PREFÁCIO ....................................................................................... IX

INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1

Capítulo 1A RESTITUIÇÃO EM DINHEIRO NO PROCESSO DE FALÊNCIA E SUAS REPERCUSSÕES NO DIREITO FUNDAMENTAL DE PROPRIEDADERaiane Ingrid Pereira Costa.................................................................................. 2

Capítulo 2RESPONSABILIDADE CIVIL DOS ACIONISTAS CONTROLADORES NA VISÃO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA: AÇÃO SOCIAL X AÇÃO INDIVIDUAL Betânia Faria e Pessoa ............................................................................................ 22

Capítulo 3ALTERAÇÃO DO PEDIDO: UMA DECISÃO INÉDITA Raul Moreira Pinto e Pedro Junqueira Bernardes........................................... 32

Capítulo 4A SUBORDINAÇÃO NO CONTRATO DE TRABALHO À DISTÂNCIA: TRABALHO EM DOMICÍLIO E TELETRABALHO Milton Vasques Thibau de Almeida e Thiago Azeredo Rodrigues Zuppo .. 45

Capítulo 5A BANALIZAÇÃO DO INSTITUTO DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA Raul Moreira Pinto ................................................................................................. 77

Capítulo 6A USUCAPIÃO COMO MEIO DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE PRIVADA Arthur de Almeida Malta e Eloy Pereira Lemos Junior ................................ 88

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VIII

Capítulo 7DESAPROPRIAÇÃO POR DANOS AMBIENTAIS Diogo Rasia Escobar ................................................................................................ 114

Capítulo 8NOÇÕES ELEMENTARES SOBRE A RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANO MORAL: TENDÊNCIAS DOUTRINÁRIAS E JURISPRUDENCIAIS Roberto Correia da Silva Gomes Caldas e Christiane Correia da Silva Gomes Caldas ............................................................................................................ 132

Capítulo 9SOBRE O FOMENTO E A GLOBALIZAÇÃO: ASPECTOS DE DESENVOLVIMENTO E SUSTENTABILIDADE Kelly Corrêa de Moraes e Maria Lúcia Andrade Abreu ............................... 152

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IX

À guisa De PreFácio

É dever elementar do aluno superar o professor.Sendo bom o professor, dará ele condições ao aluno para a superação; não

sendo, então a superação se impõe.Não se quer com isso dizer que a superação deva ser total ou em bloco, o que

é verdadeiramente impossível. A superação de que se fala não se prende à extensão ou à largueza, mas à contribuição, pormínima que seja. Que seja um grão de areia num soberbo edifício. A contribuição é de natureza cultural: o ensinamento é o dado, a contribuição é o construído; o ensinamento é o cru, a contribuição é o cozido. O dado e o construído; o cru e o cozido – a Cultura.

Sabe-se que um professor de Física e Matemática, de uma escola de Passos, tinha, como todos nós, muitas dúvidas, conscientes, na matéria que ensinava.

Na época vigorava o chamado Curso Científico, ao lado do Curso Clássico, este para as humanidades.

O velho mestre lecionava no curso Científico. Ministrava suas aulas com grande alegria, pois tinha a sala de aula como uma

oficina fecunda e fervente de conhecimentos e de sabedoria.Gabava-se ele de ser o melhor professor da escola (quiçá de Passos), uma vez

que chegava aensinar até aquilo que não sabia.Certa vez filosofou: “Estou no meio de cabeças jovens e fresquinhas, rechea-

das de muito conhecimento, ou aflorados ou camuflados em potencial. Por que não aproveitá-los? Está na hora de sanar minhas dúvidas – as que eu trouxe da faculdade e as que venho adquirindo no exercício do magistério.”

E pôs mãos à obra.Discretamente, que fazia ele? Inseria em cada prova aplicada uma de suas dúvidas.A maioria dos alunos chiava, mas não ousava esbravejar: Parecia que aprova

continha matéria estranha! Matéria que não foi dada. Resmungavam. Deixavam, contudo, para reclamar particularmente, no ato da entrega da prova. Ali, então, professor reconsiderava a prova.

Alguns alunos, porém, enfrentavam a prova e, uns poucos, entregavam-na com a estranha questão resolvida. Certamente tais alunos eram os menos assíduos, e se sentiamsem direito de reclamar, pois, pelas ausências, não atinavam tratar-se de matéria não ensinada. “Matéria dada nos dias de falta”, pensavam.

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X

E o sábio professor ia apagando suas dúvidas...Esta pequena introdução se faz, em primeiro lugar, para mostrar, com Guima-

rães Rosa, que “Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende” (em que tiraríamos apenas o “de repente”) e, em segundo lugar, para ilustrar que, além da fertilidade da sala de aula, o acrescentamento costuma vir, com frequência e em grande parte, do aprendizado extraclasse, das “aulas que não foram ministradas”. Não foram ministradas,mas germinaram, tomaram corpo e se desenvolveram tendo como fonte motivadora a oficina ou o laboratório, que é afecunda eexuberante da sala de aula.

Esse acrescentamento, urdido no labor extracurricular, que representaa su-peração que se espera do aluno, e do próprio professor superando-se a si mesmo (com perdão pelo pleonasmo e pelo paradoxo), vem da reflexão crítica, do ideal e do trabalho a serviço desse ideal.

O Prof. José Luiz Fiorin, referindo-se à reflexão sobre fatos linguísticos e lite-rários, leciona que ela, a reflexão, não pode ser feita de maneira empírica, mas deve pressupor a crítica bem fundamentada teoricamente.

A sábia lição do ilustre professor da USP se aplica a todo trabalho intelectual produzido com seriedade, e que tenha como objetivo contribuir para o crescimen-to doacervo cultural existente, recebido dos antecedentes, remotos ou imediatos, ou até mesmo dos contemporâneos em faina incessante.

Não se pode, contudo, concluir que o festejado professor paulista recomende a abstração do conhecimento empírico, que tem por princípio a primazia da expe-rimentação (Gr. εμπειριχός – experiência). O que afirma ele é que a reflexão é que não pode ser feita de maneira empírica. Com razão o mestre, pois nem seria refle-xão cabalse se priorizasse a experiência em prejuízo da crítica bem fundamentada.

Por outro lado, nas ditas ciências experimentais o empírico reveste-se de im-portância fundamental, é sua pedra de toque. Até já se disse alhuresque sem a experiência é impossível conhecer algo de maneira suficiente. Argumenta-se que se um homem, que nunca viu o fogo, pudesse provar, por raciocínios adequados, que o fogo queima, mesmo assim sua mente não sossegaria,até que pusesse sua mão ali, ou pusesse alguma coisa combustível. Mas depois da experiência da combus-tão, sua mente se acalmaria na certeza da verdade. Data venia, defensor maior da ciência experimental foi o apóstolo Tomé. Ao ouvir: “Vimos o Senhor”, responde-com convicção: “Se eu não vir o sinal dos cravos nas suas mãos, e não puser o dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma acreditarei.” (Jo 20,25). O experimentalismo do apóstolo contudo não chegaria a ponto de levá-lo a por a mão ou o dedo no fogo ou na água-viva para comprovar a sua existência. Apenas na chaga. Chaga não queima...

No experimentalismo, tudo há que se passar pela fusão no cadinho fervente da experimentação, donde a verdade aflora.

Como se sabe, as ciências experimentais se valem da experiência, da experi-mentação, por isso mesmo, experimentais.

Essa experiência, acrisolada no cadinho da reflexão crítica, também é fonte segura e produtivade ganho para o acrescentamento superavitário.

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XI

Com respeito ao presente trabalho, de tratamento sério sobre temas de Direi-to, algumas considerações há que se fazerem.

Ainda se debate sobre conferir ou não ao Direito a estatura de Ciência. O céu ainda nãoé de brigadeiro, em que pese a autoridade de Kelsen, que o eleva a essa categoria, na nunca por demais celebrada Teoria Pura do Direito, em quereserva à Sociologia o ser, como objeto, e ao Direito o dever ser, como fim almejado.

Embora de relevante significado, desviam-se do objetivo destes escritos consi-derações a respeito de conferir ou não conferir status de ciência ao Direito. Os de-bates travados nesse campo, como o ocorrido por volta de 1913, entre Hans Kelsen e Eugen Ehrlich, importam menos pela tese do que pela riqueza dosargumentos de sustentação expendidos, jorrados e transbordados da pena de um e de outro defensor de envergadura tamanha.

Importante é saber que, pela reflexão crítica teoricamente bem fundamentada ou pela experimentação exaustiva (em que o empírico sobreleva e ganha forma), o aluno, ou o estudioso adquire o cabedal que possibilita a ele superar o professor, e ao professor superar a si mesmo, e a ambos superar o statu quo existente.

Reflete criticamente ou experimenta à exaustão e dá a conhecer o fruto de seu labor.

O compartilhamento do fruto do trabalho se faz por meio de publicações nos veículos de divulgação. É o que fazem os autores dos artigos da obra presente.

Refletiram sobre cada um dos temas de interesse da classe acadêmica e dos ope-radores do Direito; posicionaram-se criticamente sobre publicações afins existentes, e dão ao público a sua contribuição, ou o contributo de sua responsabilidade.

São em número de sete os trabalhos que se dão a público. Em direito material, seis; um em direito processual.

Em face da grande amplitude da matéria tratada em cada artigo, o tema foi destacado como gênero do qual se desgarrou ou abstraiu a espécie. Sobre essa es-pécie se debruça e reflete cada autor dos sete títulos. Dessa reflexão crítica nasce o texto, que seu autor ora oferece aos leitores, não somente como sua contribuição, mas também como gratidão pelo que tem recebido dos antepassados, próximos ou remotos, ou ainda da lida dos contemporâneos.

Assim, num tratamento crítico-reflexivo, cada artigo põe em relevo a espécie que compõe o gênero que, por sua vez, encabeça o título.

Ei-los:

1 - Da Restituição em Dinheiro no Processo de Falência e suas Reper-cussões no Direito Fundamental de Propriedade, de autoria de Raiane Ingrid Pereira Costa. Precede o exame do tema, “A Restituição em Dinheiro no Processo de Falência”, verdadeiro estudo propedêutico, pelo qual a autora reflete sobre a estrutura do direito de propriedade e sobre os atributos do domínio; sobre a apli-cação daquele instituto e ainda com respeito à função social dos poderes dominiais que repousam sobre a res. Com essa preparação, debruça ela sobre o tema que emprestou o título ao artigo, e que convida para a leitura das mais proveitosas.

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XII

2 - Da Responsabilidade Civil dos Acionistas Controladores, de Betânia Faria e Pessoa. Aautora define a linha divisória dos espaços onde se torna possível ou não movimentar legitimamente o instituto da responsabilização dos sócios. Trata-se de tema de longo alcance, mormente agora, com a banalização da desconsi-deração da personalidade jurídica, cujos tentáculos já estão alcançando as próprias sociedades anônimas, por força da “tentação de ampliar o campo da responsabili-zação”, como alerta Raul Moreira Pinto, em “Banalização do Instituto...”, que se publica nesta mesma edição.

3 - A Subordinação no Contrato de Trabalho à Distância, de Milton Vas-ques Thibau de Almeida e Thiago Azeredo Rodrigues Zuppo. Relevo no presente ar-tigo é a espécie de subordinação caracterizadorado contrato de trabalho à distância. Os autores debruçam-se sobre o tema e refletem com apurado senso crítico sobre as diversas teorias existentes: A da subordinação objetiva, defendida por Paulo Emílio Ribeiro de Vilhena; a subordinação estrutural, de Maurício Godinho, que conside-ra insuficiente a objetiva de Vilhena. Clamam, por fim, pela carência de legislação específica sobre o assunto, que possa tirar da solidão o art.

6º da legislação trabalhista consolidada. Importante estudo que vem contribuir para opreenchimento deuma lacuna existente na legislação sobre o trabalho a distância.

4 - A Desapropriação por Danos Ambientais. De Diogo Rasia Escobar. Artigo de grande interesse. Verdadeiro estudo não só dos dispositivos existentes de preservação do espaçoem que vive o homem, considerado esse espaço em toda a sua amplitude - “o meio ambiente”; como também daquele que habita e desempenha suas atividades – objeto da ecologia, do grego “oikos”, casa e “logos”, estudo.

Vistos os dispositivos não como elementos isolados perseguindo o mesmo ob-jeto, mas como um sistema de partes entrelaçadas e comprometidas, pugna o autor pelo enriquecimento desse sistema, com a adoção do instituto da desapropriação por danos ambientais. Contribuição significativa.

5 - A Usucapião como Meio de Aquisição da Propriedade Privada, de Ar-thur de Almeida Malta e Eloy Pereira Lemos Junior. Amplo e exaustivo estudo do instituto, em que se destaca o convalescimento da posse precária para a aquisição da propriedade pelo ou pela usucapião.

6 - Alteração do Pedido – Uma Decisão Inédita. De Raul Moreira Pinto e Pedro Junqueira Bernardes. Ali se analisa a ampliação dacausa de pedir e do pedido sem agressão ou malferimento ao disposto no art. 264 do CPC ou a outros institutos inibidores de alteração da inicial.

7 - A Banalização do Instituto da Desconsideração da Personalidade Jurí-dica, de Raul Moreira Pinto. De maneira clara, objetiva e simples, o autor contribui alertando para os riscos não só da aplicação indiscriminada do instituto da desconsi-deração como também da tentação de ampliar a aplicação da medida, espécie de pla-cebo, por ressentir das propriedades que lhe são atribuídas. Nem rima nem solução.

Relevantes também as considerações que o articulista faz das consequências do aberratio ictus da caneta presidencial, ao vetar o parágrafo primeiro do art. 28, do CDC, em vez de vetar o parágrafo quinto.

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8 - Responsabilidade Civil por Dano Moral, de Roberto Correia da Silva Gomes Caldas e Christiane Correia da Silva Gomes Caldas. O trabalho de Roberto Correia da Silva Gomes Caldas e Christiane Correia da Silva Gomes, sobre a “res-ponsabilidade civil por dano moral”, ainda que os autores o queiram elementar e simples arranhões (noções), como figura no introito da obra – “Noções elementa-res...”, refoge ele àquela singela pretensão.

À exaustão, os autores não só pesquisam sobre o tema como refletem sobre ele. O acabamento é um rico e fecundo filão de estudo, com farto cabedalque se põe à disposição não só dos operadores do direito, como também da mocidade estudantil, sem excluir os provectos.

9 - Sobre o Fomento e a Globalização, de Kelly Corrêa de Moraes e Maria Lúcia Andrade Abreu. Em face da interação e da possível integração entre países e pessoas, o mundo se globalizou econômica e socialmente. Se na globalização social, cultural por isso mesmo, as pessoas se interagem e se integram - até com-confraternização, o mesmo pode não se darna globalização econômica, onde não é de se estranhar o jogo de interesse. A conjunção comercial costuma não se dar com abnegação! Com frequência se concretiza com arranhões. Feira de escambo (conferindo ao termo o sentido etimológico), a primazia é do lucro, não sendo incomuma consequente evolução fonético-semântica do termo.

Delicada e não raro temerária arte, a atividade que envolve o mercado eco-nômicointernacional tem seus mistérios. Com efeito, requer o seu desempenho estudo sério e acurado, que permita compreender esse complexo mundo da troca, assim como as normas que o regem.

É o que nos oferece o estudo das autoras Kelly Corrêa de Moraes e Maria Lúcia Andrade Abreu, com primorosa introdução, verdadeiro estudo que supera simples nota introdutória.

Fértil o capítulo dedicado ao “Desenvolvimento e Globalização”. Ao tratar da conexão entre os continentes, não se esquecem de especificar as regiões excluídas do processo e de protestar pela sua integração. Sobressai a necessidadedo fomento - tese angular do auspiciosotrabalho.

Sob o título de “O Mercado e o Direito”, não fica à margem o Direito Interna-cional, de aplicação indispensável nas relações entre Estados como entes soberanos. Por ele, pelo Direito, se aparam as arestas e se arredondam as quinas, eliminando-se as asperezas e as rusgas do trato comercial, mormente quando essa prática, sob a égide da teoria de Adam Smith, soltando as cadeias do mercantilismo, desenvolve desmesuradamente o liberalismo econômico. Assim, hãoque se conter os avanços, com a necessária submissão às amaras disciplinadoras do direito.

Finis coronat opus. Coroando a obra, sobressai a importância do fomento, que deu título ao trabalho. Sem o fomento, as regiões menos favorecidas, sem poder de bar-ganha, comporão o quadro apenas para oferecer-se à sangria do liberalismo selvagem.

Ei-la aí a importância do artigo O FOMENTO E A GLOBALIZAÇÃO, com ênfase no desenvolvimento sustentável, de autoria de Kelly Corrêa de Moraes e Maria Lúcia Andrade Abreu.

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XIV

Os que se dedicam às relações internacionais de troca de bens ou serviços, as-sim como os que se debruçam sobre o estudo das normas que as regem, não podem permanecer alheios ou indiferentes a essa publicação.

Do Organizador

Por fim, algumas considerações sobre a responsabilidade do organizador da publicação – Eloy Pereira Lemos Junior.

Seu trabalho se desenvolveu em duas frentes – a da publicação e a do relacio-namento com os autores dos artigos. Por consequência deste último, o envolvimen-to com o próprio conteúdo da matéria que se publica.

No que tange à publicação, preocupou-se ele com a exposição linguística, relativamente ao policiamentoda linguagem escrita, tanto no que se refere à corre-ção gramatical quanto à recomendação do rigor científicoque a ciência do Direito exige. Todo o procedimento cercado do maior respeito ao estilo de cada articulista – fiel à constatação de Buffon: Le stylec´estl´hommemême.

No que se refere ao seu relacionamento com os autores, louva-se o seu senso crítico, a sua capacidade de se relacionar com intelectuais de respeitável magnitude, todos interessados em oferecer sua contribuição para o progresso das letras jurídicas.

O trabalho do organizador, Eloy Pereira Lemos Junior, se mostra digno de respeito e de louvor.

PEDRO JUNQUEIRA BERNARDES e RAUL MOREIRA PINTO