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Radar de inovação Um panorama especial das novas tecnologias desenvolvidas por empresas alemãs. # 5 OUT. 2019 Empresas e causas socioambientais andam de mãos dadas Inovação é cultura: boas ideias não são o bastante Blockchain: tendências para empresas brasileiras CUSTOMER EXPERIENCE

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Radar de inovaçãoUm panorama especial das novas tecnologias desenvolvidas por empresas alemãs.

# 5OUT. 2019

Empresas e causassocioambientais

andam de mãos dadas

Inovação é cultura: boas ideias não são o bastante

Blockchain:tendências para

empresas brasileiras

CUSTOMEREXPERIENCE

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EDITORIAL >

Mensagem do Presidente

Atualmente, vivemos um momento único de avanço tecnológico e quebra de paradigmas. Diariamente nos deparamos com novida-des, desde o cenário industrial, quanto na ponta da cadeia, no que diz respeito aos clientes. E é importante lembrar o quão fascinante isso é! Por um lado, temos o privilégio de experimentar essas in-venções em primeira mão e, por outro, temos a oportunidade de, nós mesmos, criar soluções para um futuro melhor.

E é por meio da nossa revista Revista BrasilAlemanha de Ino-vação que damos espaço e visibilidade para empresas, instituições e pessoas que estão fazendo a diferença e moldando a tecnologia para os próximos anos.

Alguns dos temas abordados na 5ª edição dessa publicação já estão em pauta há algum tempo e continuam nos surpreendendo com novas ideias e abordagens. É o caso de smart cities que, neste ano, discute a importância desse conceito e de suas soluções para que as metrópoles possam ainda ser lugares confortáveis para se habitar daqui a alguns anos.

As startups, como de costume, ganham destaque, mas dessa vez abordamos uma nova visão: as pequenas empresas que nascem com um propósito e que também conseguem garantir a sua sobre-vivência fazendo o bem para a sociedade.

A matéria de capa, claro, não poderia ser outra a não ser sobre a experiência do usuário. Em uma sociedade na qual o consumidor fica cada vez mais exigente e questionador, discutimos os desafios das empresas em criar experiências únicas com base em seus pro-dutos e serviços para garantir um relacionamento com seus clien-tes de longa data.

A Revista BrasilAlemanha de Inovação está disponível no for-mato físico e pode ser acessada também digitalmente por meio do site da Câmara Brasil-Alemanha.

Philipp Schiemer

Presidente da Câmara Brasil- Alemanha de São Paulo

Desejo a todos uma ótima leitura!

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ÍNDICE >

12. Cocriando o futuro4. Smart Cities

>> CAPA

Customer experience20. A tecnologia é uma grande aliada das empresas para a superação de expec-tativas do consumidor.

> BLOCKCHAIN

A tecnologia por trás do bitcoin27, A Blockchain vem ga-nhando espaço no ambien-te corporativo e promete mudanças.

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ÍNDICE >

A Revista Brasil-Alemanha de Inovação é uma publicação da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha de São Paulo produzida e editada pelos Departamentos de Comunicação Social e Inovação e Tecnologia.

Conselho EditorialThomas Timm (Vice-Presidente Executivo), Bruno Vath Zarpellon (Diretor Departamento de Inovação e Tecnologia) e Stephanie M. Viehmann (Diretora de Comunicação Social)

Coordenação EditorialStephanie Marcucci ViehmannAna Carolina Castro (MTB 0075601/SP)

RedaçãoAna Carolina Castro (MTB 0075601/SP), Bernardo Campos, Bruno Vath Zarpellon Hannah Bremberger, Marina Silveira, Nicole Ziesmann e Stephanie M. Viehmann

Foto da CapaShutterstock

Equipe de CriaçãoFlávia Viana e Juliana Nogueira

Coordenação ComercialVinícius De Luca Tel.: +55 11 5187-5210

EdiçãoOutubro/2019

Câmara de Comércio e Indústria Brasil-AlemanhaRua Verbo Divino 1488 - 3o andar04719-904 - São Paulo - SPE-mail: [email protected]

Distribuição gratuita a todos os associados da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Ale-manha de São Paulo. Os conceitos emitidos nas matérias não representam necessariamente a opinião oficial das Câmaras de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha.

4 SMART CITIES Smart Cities:

os desafios da mobilidade urbana

8 STARTUPS Internacionalização

de startups: para aqueles que querem conquistar o mundo

12 COCRIAÇÃO Cocriando o futuro

16 EM FOCO Radar de inovação

24 CULTURA PARA INOVAÇÃO

Inovação é cultura

27 BLOCKCHAIN A tecnologia por

trás do bitcoin é uma tendência para as empresas brasileiras

30 PROPÓSITO Empresas e causas

socioambientais andam de mãos dadas

34 DIT Raio X da conexão

entre startup e empresa

36 TECNOLOGIA Interação Homem-

Máquina

36. Interação homem-máquina

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SMART CITIES >4

Smart Cities: os desafios da mobilidade urbana

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5SMART CITIES >

Carros voadores, casas e equipamentos conectados, uma população totalmente familiarizada com tecnologias e robôs por todos os lados essas são as primeiras imagens que nos vêm à cabeça quando falamos sobre smart cities. A realidade ainda está um pouco distante dessas fantasias, mas se revela não menos empolgante devido as inovações na área. De acordo com a World Foundation for Smart Communities, o conceito de smart city está associado ao crescimento estruturado e inteligente das metrópoles, uma vez que o aumento das populações ao redor do mundo preocupa as governanças com o futuro de suas cidades. Uma pesquisa da Organização das Nações Unidas (ONU) mostra que dois terços de toda a população mundial viverão em co-nurbações, unificação da urbanização de duas ou mais cidades, em consequência de seu crescimento geográfico, até 2050. Naturalmente esse crescimento traz novos problemas à tona - e a lista de empe-cilhos para o desenvolvimento dessas cidades não é nada pequena: trânsito, poluição, aumento da violência e falta de acessibilidade são alguns dos impactos trazidos pelas superpopulações. Este crescimen-to desenfreado exige também o auxílio da tecnologia na questão da infraestrutura e a união entre esses dois itens é essencial para ajudar na operação e execução das ações das smart cities de forma eficiente.

Atributos tecnológicos são de extrema valia para a implementação e desenvolvimento das smart cities: Internet das Coisas (IoT, em sua sigla no inglês), big data e Inteligência Artificial aparecem no topo da lista como principais alicerces das chamadas “cidades do futuro”. Especialistas consideram que é neste século que está acontecendo a 4ª Revolução Industrial, na qual a robotização chega em níveis inima-gináveis há poucos anos. Algumas empresas, como a Bosch, empresa líder em tecnologia e associada à Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo (AHK São Paulo), pensam no futuro e já utilizam a inteligência artificial e o IoT para auxiliar o desenvolvimento nas grandes cidades. O Gerente de Marketing, Comunicação e Relações Institucionais da Robert Bosch América Latina, Carlos Abdalla, afirma que as grandes cidades precisam se preocupar com o crescimento desordenado. “É preciso ter uma nova concepção de cidade - mais inteligente e efi-ciente. E o fator chave para isso passará por soluções e tecnologias baseadas na Internet das Coisas e na Inteligência Artificial (IA). A longo prazo, cidades não-inteligentes não sobreviverão, sucumbindo ao engarrafamento e à falta de infraestrutura”.

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SMART CITIES >6

Atuando ativamente para preparar as cidades para uma mobilidade inteligente, a Siemens prepara suas soluções vi-sando a melhoria da mobilidade das cidades. O Head of Fu-ture Grids da Siemens no Brasil, Ricardo Nakamura, explica qual é o foco da empresa para formar o conceito de smart cities. “Nós atuamos em várias frentes de mobilidade urbana com suas soluções, que, atreladas ao nosso foco em Digitaliza-ção, formam a base para o conceito de smart cities. Dados de monitoramento e performance coletados por meio de equi-pamentos Siemens podem ser utilizados em plataformas de computação na nuvem, como nosso Mindsphere (plataforma de nuvem aberta desenvolvida pela Siemens), para gerar ações específicas de melhoria e eficiência energética, contribuindo assim com uma mobilidade urbana sustentável.

Alguns fatores cruciais distanciam as cidades brasileiras das metrópoles da Europa ou Ásia que já atendem aos con-ceitos de smart city. Para Abdalla, a única chave para mi-nimizar essa distância é o investimento. “O Brasil precisa de um investimento mais forte seja ele na área tecnológica - transmissão e recebimento de dados (tecnologia 5G), wi-fi

gratuito nas ruas – seja na área de serviços oferecendo so-luções que integrem a população com os serviços públicos, melhor aproveitamento dos espaços urbanos e dos recursos naturais”, Nakamura reforça o posicionamento de Abdalla e acrescenta que: “O Brasil possui um grande potencial de crescimento no conceito de smart cities. Temos grandes ci-dades que demandarão cada vez mais digitalização e mo-dernização de suas instalações para continuarem crescendo de forma sustentável. Agentes públicos e privados devem se unir para gerar planos concretos de desenvolvimento e esta-belecer metas de controle”, afirma o Head de Future Grids da Siemens no Brasil.

Bernardo Campos

A longo prazo, cidades não- inteligentes não sobrevi-verão, sucumbindo ao en-garrafamento e à falta de infraestrutura.

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RealizaçãoInnovation Partners

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STARTUPS >8

Internacionalização de startups:para aqueles que querem conquistar o mundo

O que startups como Dafiti, TNS Nanotecnologia e VTEX têm em comum? Além de terem seus negócios avaliados em milhões, elas apostaram na oportunidade de levar sua ideia para fora do Brasil, a fim de prosperar ainda mais em seus ramos de atuação. Startups que sonham alto e buscam levar seu negócio para além das fronteiras do próprio país precisam estar preparadas não apenas para o desejado sucesso, mas também para o caminho que as levará até lá.

Ainda que seja uma jornada difícil, internacionalizar um negócio e conquistar o desconheci-do pode proporcionar inúmeros benefícios para uma empresa. Uma visão visionária não só tem consciência disso, como também estabelece a expansão internacional como um de seus principais objetivos. “A internacionalização de empresas é vital para a existência a longo prazo. Considerando o processo atual de abertura econômica do Brasil e o Acordo de Livre Comércio entre o Mercosul e a União Europeia, por exemplo, acredito que diversos setores terão que se reorganizar e voltar a olhar o mercado externo para se manter competitivos”, comenta Ricardo Castanho, Diretor do Departamento de Internacionalização de Empresas e Desenvolvimento de Negócios da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo.

Além da competitividade, Castanho destaca duas vantagens decorrentes da internacionalização: menos dependência do mercado local, de seus riscos e deficiências e receitas em moedas fortes. “Empresas internacionalizadas tendem a ser muito mais resilientes em crises e a desenvolver sistemas de governança e controle mais robustos”, complementa.

A startup TNS Nanotecnologia foi acelerada pelo Programa Star-tups Connected da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo em 2017 e a partir dali deu início ao seu processo de internacionalização. A startup faz aditivos em escala micro e nano que permitem as mais diversas aplicações industriais, tornando-as mais eficientes. Após identificar for-te sazonalidade e instabilidade nos abastecimentos recorrentes no Brasil, a TNS viu que a aplicação para busca de regulamenta-ção internacional poderia ser uma oportunidade e encontrou apoio de clientes globais atuantes no Brasil para dar início ao processo. “A oportunidade de buscar clientes no mercado externo sur-giu durante a elaboração do nosso planejamento estratégico.

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STARTUPS >10

Atuar com clientes globais estava em nosso roadmap, prin-cipalmente devido ao tamanho das oportunidades e o fator multiplicador que poderíamos alcançar após encantar os clientes presentes nas unidades brasileiras”, comenta Gabriel Nunes, Diretor Geral da startup.

A TNS Nanotecnologia deu seus primeiros passos na América Latina e África, seguindo para a Europa, e este ano planeja entrar no mercado da Oceania. Apesar de enfrentar fortes competidores a nível global, a startup enxerga suas vantagens em relação à concorrência. “Buscamos aproveitar nossa realidade de ser ainda uma pequena corporação, com métodos enxutos e velocidade no desenvolvimento e proto-tipagem. Com este pacote de vantagens, conseguimos ofere-cer celeridade e economia aos leads que se tornarão clientes dentro e fora do Brasil”, complementa.

A VTEX, multinacional brasileira de tecnologia com foco em cloud commerce, iniciou sua expansão em 2009, enxer-gando a demanda por um serviço diferenciado, junto com o crescimento do mercado de e-commerce fora do Brasil. Hoje, a empresa possui operação em mais de 30 países.

“Conhecer e entender o mercado, trazer para perto pesso-as locais que sejam referência no ramo e que possam aumen-

tar a notoriedade da marca nesse novo mercado, participar das principais iniciativas para mostrar a presença da marca e procurar parcerias estratégicas. Essas são as primeiras coisas a se fazer na hora de internacionalizar uma empresa”, revela Diego Cione, EMEA Team da VTEX.

Entre os principais obstáculos da expansão internacional, Cione destaca o reconhecimento da marca e a adaptação ao mercado local. “Não é de um dia para o outro que a empresa começa a ser conhecida e reconhecida no mercado, e o fato de muitas vezes não existirem casos de sucesso locais, pode complicar o fechamento dos primeiros negócios. Além dis-so, o processo de adaptação ao mercado local, tanto das pes-soas, quanto do produto, dificulta a conquista de um novo território”, complementa.

Por outro lado, empresas brasileiras possuem um diferen-cial competitivo que, muitas vezes, nem elas sabem que têm. No caso da VTEX, Cione explica que os problemas enfren-tados no mercado brasileiro proporcionam uma vantagem para a empresa em escala global. “O mercado brasileiro é extremamente competitivo e difícil, e isso nos dá uma gran-de vantagem quando se trata de solucionar questões mais complexas em mercados internacionais. Nossa flexibilidade e capacidade de resolver problemas complexos é um grande diferencial em relação à concorrência”, destaca.

Percorrendo um caminho diferente, porém não menos desafiador, o brasileiro-alemão Philipp Povel deixou a Ale-manha para abrir, em 2011, o primeiro e-commerce de moda 100% online no Brasil. CEO e cofundador da Dafiti, Povel ex-plica o porquê dessa decisão. “O Brasil tem algumas caracte-rísticas que são muito únicas: é um mercado amplo, com uma grande indústria de moda local e, naquela época, ninguém vendia calçados de moda pela internet”. Mesmo não sendo bem aceita a princípio, os fundadores da empresa persistiram na ideia. “Quando meus sócios e eu viemos ao Brasil, conver-samos com vários empresários, fundos, pessoas do ramo de moda, e elas sempre falavam: ‘Mas ninguém compra moda pela internet aqui’. Já sabíamos que isso se tornaria realidade em algum momento. Então usamos isso como o principal ar-gumento para entrarmos no mercado. Se não existia moda na internet naquela época, conseguimos criar esse mercado.” A empreitada gerou resultados tornando a Dafiti o maior e-com-merce de moda e lifestyle da América Latina.

“É essencial ter consciência que não será um trabalho fá-cil. Você terá que sacrificar muitas coisas e é preciso estar

Freepik

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disposto a fazer isso. Nada acontece sem trabalho, disciplina e muito esforço. Meu segundo conselho seria lembrar que, para ter um negócio realmente bom, você tem que ter um negócio que seja bom para todo mundo, que tenha uma pro-posta de valor única para os seus clientes. Por fim, é preci-so ter humildade para aprender com os erros e não desistir quando as coisas se tornam um pouco mais complicadas”, compartilha Povel.

Para quem deseja entrar no mercado alemão, oportunida-des não faltam – só o total de importações da Alemanha em 2017 foi equivalente a quase 2 vezes o PIB argentino no mes-mo ano – e a Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo dá apoio para startups que buscam expansão, oferecendo serviços como estudos de mercados, formação de portfólio de clientes e parceiros comerciais, e participação em feiras alemãs.

Entretanto, para garantir que este passo seja dado com sucesso, Castanho afirma que startups devem tomar os mes-mos cuidados que uma empresa consolidada, considerando diferenças culturais, jurídicas e, principalmente, de comuni-cação.“É muito importante realizar adequações à propagan-da e ao posicionamento da startup de acordo com a cultura alemã, para que as mensagens ligadas ao produto sejam po-sitivas, gerem bons negócios e contribuam para o sucesso internacional da startup”.

Assim, antes de tudo, a internacionalização requer cora-gem: é necessário ter um propósito e agir com verdade para tornar o mundo um lugar cada vez mais revolucionário.

Marina Silveira

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COCRIAÇÃO >12

Cocriando o futuroPor meio de espaços de compartilhamento de expertise, empresas apostam em um novo formato para impulsionar a criatividade

Dos smartphones superpotentes a geladeiras inteligentes e carros movidos a energia elétrica: a inovação está presente em nosso cotidiano para garantir melhor conforto e qualidade de vida.

Contudo, a jornada de um produto ou oferta de serviço antes de chegar ao consumidor pode ser bastante longa. Seguindo uma tendência glo-bal, cresce o número de empresas que investem

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13COCRIAÇÃO >

no conceito de cocriação como um instrumento de colabo-ração, por meio do qual diversos profissionais discutem a solução de um problema ou a criação de novos produtos e serviços e, por fim, o que era só imaginação passa a ser re-alidade.

“Cocriação é um termo que surge no cenário empresarial no contexto das novas tendências da economia compartilha-da ou economia do compartilhamento como estratégia de negócio”, explica Marcelo Vecchi, Gerente de Comunicação Externa da Faber-Castell. Diante dessa nova tendência, mui-tas empresas trouxeram a proposta de criar ambientes propí-cios para a geração de novas ideias: os espaços corporativos de cocriação. Essa plataforma normalmente é composta por tecnologias especiais para testar esses produtos e/ou servi-ços e com uma decoração diferenciada para influenciar no processo de criatividade.

Para o Diretor da área Digital na BASF para a América do Sul, Fabiano Sant’Ana, cocriação para a empresa não é ape-nas uma tendência, “mas uma necessidade. O mundo está repleto de questões e problemáticas complexas que necessi-tam de muitas mãos, de um verdadeiro exercício de cocriar entre múltiplas culturas e experiências para que seja possível chegar a soluções. As corporações estão percebendo a rique-za que existe em atividades e ambientes que gerem conexões, inovação e criatividade.”

A BASF, multinacional que atua na indústria química, conta hoje com o Centro de Experiências Científicas e Di-gitais, chamado de onono, que traz diversas empresas para seu espaço e ajudam no processo criativo de ideias para im-plementar no mercado. “Gerar networking, parcerias e co-nexões, acelerar a transformação digital da BASF e de seus clientes e parceiros, com incentivo à digitalização, à cocria-ção e à inspiração” são os principais benefícios propostos nesse espaço.

Na área da saúde, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz en-xergou potencial para propiciar a inovação e desta oportu-nidade surgiu o recém-inaugurado Centro de Inovação e Educação em Saúde. O espaço estimula a heterogeneidade de ideias, considerada de extrema importância para o hospi-tal. Para manter a colaboração em prol da criação, Kenneth Almeida, Superintendente de Inovação, Pesquisa e Educa-ção do Hospital, afirma que o Centro visa reunir médicos, enfermeiros, alunos da Faculdade do próprio hospital e tam-bém de outras instituições de ensino em um ambiente de co-

nhecimento colaborativo. “Colaboração é um dos pilares da inovação e está dentro da nossa estratégia para os próximos anos”, afirma Almeida.

Brincando e cocriandoUm mindset inovador se constrói na infância. O dese-

jo constante por descobertas e a não conformidade com a ausência de respostas é uma das características inerentes às crianças e que deve ser estimulada por toda a vida.

“A velocidade das mudanças que temos enfrentado nos últimos anos e, possivelmente irão se acentuar no futuro, faz com que novos modelos de aprendizagem, que estimulem as crianças a pensarem de forma inovadora, sejam funda-mentais”, destaca Vecchi. “Cada vez mais habilidades como senso crítico, comunicação, criatividade e colaboração são fundamentais para prepará-las para a vida adulta. Não bas-tará apenas ter a informação e o conhecimento. O grande diferencial será como usá-los de forma criativa e inovadora.”

Por acreditar no potencial inovador de uma nova geração, a Faber-Castell investiu em um Espaço de Criatividade e

BASF

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COCRIAÇÃO >14

Inovação para crianças, seu público-alvo. Além de interagi-rem umas com as outras, elas são estimuladas a cocriarem soluções de um desfio contando histórias.

Essas atividades não estão longe daquilo que o conteúdo da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) espera dos alunos. A ideia do Espaço é complementar o aprendizado e fazer com que as crianças se divirtam e sejam criativas. Como estratégia, a Faber-Castell implementa os conceitos de Aprendizagem Criativa que tem os 4 P’s, mencionados ao lado, como pilares estruturantes.

O conceito lúdico não limita o espaço aos pequenos. Se-gundo Vecchi, há programas de capacitação corporativa para empresas e workshops para público geral, que têm o Nicole Ziesmann

diferencial de agregar atividades e práticas adicionas como desenvolvimento/desbloqueio criativo e prototipação de soluções. A iniciativa brasileira já é valorizada pela matriz alemã, dita como pioneira, inovadora e necessária, conside-rando a expansão do projeto para outros países.

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15COCRIAÇÃO >

1Projetos (projects)

Aprendemos melhor quando trabalha-mos ativamente em projetos concretos que possam ser compartilhados com

outros.

Paixão (passion)Quando as pessoas trabalham em pro-jetos pelos quais têm interesse, traba-

lham com mais dedicação, se esforçam mais e persistem diante dos desafios.

Pares (peers) O desenvolvimento de soluções e pro-

jetos significativos só é possível quando se faz parte de um ambiente social

positivo, com pessoas compartilhando ideias, colaborando e cocriando soluções

com seus pares.

Pensar brincando (play) A busca de soluções criativas e ino-

vadoras envolve explorações lúdicas, manipulação de diferentes materiais,

busca de soluções novas, testar limites e assumir riscos sem ter o receio de

errar.

2

3 44 P’s

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EM FOCO >16

Radar de inovação

Linha de produção conectada e in-teligente

A TRUMPF vem desenvolvendo uma série de soluções no campo da conectividade aprimorada de máquinas. A análise de dados inteligente, ge-rados pela conectividade na linha de produção, pode reduzir o tempo de processamento e pes-quisa, aumentando a vida útil da máquina, sem alterar a qualidade das peças, com redução do custo final. “À medida que a personalização do processo de produção aumenta, também cresce a necessidade de maior conectividade, levando- nos até a fábrica autônoma”, explica Heinz-Jür-gen Prokop, CEO de Máquina-Ferramenta da TRUMPF.

Equipadas com sensores, as máquinas têm a capacidade de controlar seu próprio ambiente operacional. O recurso Active Speed Control usa um sensor óptico que olha diretamente para o corte e controla a velocidade de corte das má-quinas equipadas com laser de estado sólido de forma autônoma, como se fosse guiada por um assistente invisível. Isso garante um proces-so mais confiável para o corte com oxigênio e com nitrogênio, reduzindo assim o desperdício e economizando no retrabalho, além de respon-der imediatamente a quaisquer alterações no material que está sendo processado.

O sistema Track & Trace, outra novidade apre-sentada pela TRUMPF, é uma solução conectada

que fornece uma logística aprimorada no chão de fábrica, permitindo determinar a localização precisa de peças, melhorando consideravelmente a movimentação delas de uma estação de proces-samento para outra.

“Nossas máquinas estão se tornando cada vez mais autônomas, e isso significa que elas facili-tam a vida dos operadores. Mas, só podemos desbloquear esses benefícios com um ambiente de produção inteligente e conectado. Isso é o que nos ajuda a alcançar ganhos de produtividade e, assim, consolidar a vantagem competitiva de nossos clientes”, conclui Prokop.

[tecnologia]

TR

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17EM FOCO >

Segurança Cibernética com a nova Lei Geral de Proteção de Dados

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) en-tra em vigor em agosto de 2020 para regulamen-tar o tratamento de dados pessoais de usuários por empresas. Sancionada pelo Presidente da República em agosto de 2018, a Lei 13.709 visa regulamentar o tratamento de dados pessoais dos usuários por empresas do setor público ou pri-vado, estabelecendo multas que podem chegar a R$ 50 milhões, sem contar o prejuízo às marcas na eventualidade de uma crise de segurança ci-bernética na proporção da que grandes empresas de tecnologia vem enfrentando recentemente.

O prazo, até o segundo semestre do próximo ano para a entrada em vigor da nova lei, visa proporcionar às empresas e aos órgãos do go-verno fôlego para implantar as políticas, estru-turas e controles necessários à eliminação de brechas tecnológicas para diminuir, e idealmen-te evitar, qualquer tipo de vazamento por parte de sistemas ou funcionários que possuam acesso aos dados pessoais de usuários.

A consultoria Berkeley Research Group (BRG) já sinaliza algumas tendências para o próximo ano, como o maior investimento por parte das empresas em infraestrutura e tecnologia de com-pliance, IoT (Internet-of-things) e planos de con-tingência de crises cibernéticas e quebra de priva-cidade de dados.

Denise Debiasi, Diretora Geral da BRG Brasil, responsável pelas áreas de Investigações Globais e Inteligência Estratégica, revela que a consulto-ria tem atendido cada vez mais empresas interes-sadas no planejamento para o compliance digital. Segundo ela, isso demonstra a preocupação dos dirigentes de empresas em se antecipar a um pico

[jurídico]

de demanda por esses serviços que possa provo-car uma eventual escassez de assessorias especia-lizadas para tratar do assunto de forma eficaz e dentro do prazo exigido.

Em decorrência disso, a própria BRG Brasil vem conciliando especialidades da área de gestão de riscos com as de segurança cibernética a fim de oferecer um serviço completo da revisão de todos os controles e processos da empresa até a construção de estratégia e plano de ação que en-volvam o mapeamento de dados sensíveis e sua proteção de forma abrangente e integrada.

Educação digital: Colégio investe no desenvolvimento de competên-cias em tecnologias

Em um mundo cada vez mais digitalizado, a introdução das novas tecnologias na educação pode ser vista como indutora de mudanças nos sistemas educacionais. Pensando nisso, o Colé-gio Humboldt, instituição bilíngue e multicul-tural (português/alemão), elaborou uma Matriz de Competências e Habilidades em Tecnologias e Mídias Digitais, que norteia os trabalhos peda-gógicos da instituição em todos os níveis. Tra-ta-se de um projeto de caráter multidisciplinar, concebido pelo próprio colégio para orientar as práticas pedagógicas inseridas ao universo tec-nológico. “Exploramos quatro eixos: Dominar Tecnologias, Dominar Linguagens Digitais,

[educação]

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EM FOCO >18

Desenvolver Pensamento Crítico e Enfrentar Situações-Problema, que por suas vezes estão subdivididos em 10 competências e cerca de 70 habilidades. Uma dessas habilidades, por exem-plo, trata especificamente de como o aluno deve ‘analisar e efetuar curadoria de forma crítica e re-flexiva dos diversos sites e informações obtidos por meios digitais e eletrônicos’. Trata-se de uma concepção bastante estruturada, que com certeza permite aos professores abordagens mais mo-dernas e significativas, dentro do contexto atual”, explica Marcelo Milani, coordenador de Tecno-logias Educacionais do Colégio.

Os conteúdos que devem ser trabalhados jun-to aos alunos em cada ano foram divididos em quatro unidades temáticas - “Hardware, Software e Redes”, “Análise, Consciência e Decisão”, “Es-téticas, Narrativas e Programação” e “Sociedade Tecnológico-Midiática e Segurança”.

Outra importante iniciativa tem sido a criação de um “Programa de Educação Digital”, que ini-ciou os trabalhos a partir de um criterioso estudo acerca dos hábitos digitais que envolvem os alu-nos do ensino fundamental. A nova abordagem, além de pautar-se por evidências colhidas nesse estudo, inverte o sentido do discurso tradicional, permitindo que alunos e alunas expressem suas percepções e necessidades, o que tende a gerar mais engajamento.

DACHSER testa caminhões movi-dos a gás natural em Karlsruhe na Alemanha

A Alemanha está atualmente envolvida em um debate sobre níveis aceitáveis de partículas finas e óxidos de nitrogênio. Várias grandes cidades alemãs, incluindo Stuttgart, Berlim e Bonn, já to-maram medidas banindo veículos a diesel mais velhos ou anunciando uma breve proibição.

Ainda que os caminhões estejam isentos de tais proibições, a DACHSER está se preparando para aumentar o número de motores de baixa emis-são em sua frota. A empresa já opera caminhões híbridos e elétricos nos centros das cidades, mas o gás natural liquefeito também pode ser uma alternativa promissora - como mostram os resul-tados de testes recentes realizados em condições reais em Karlsruhe.

Como parte de sua investigação, a DACHSER construiu uma estação móvel de abastecimento de GNL em Karlsruhe. Os resultados foram en-corajadores: depois de completar testes de mais de 5 mil quilômetros, o caminhão movido a GNL

[sustentabilidade]

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19EM FOCO >

Centro de Experiência Digital vol-tado para a indústria

A Siemens inaugurou, em sua sede em São Paulo, o primeiro Centro de Experiência Di-gital da América Latina. O Digital Experience Center (DEX) é um espaço interativo projetado para mostrar como as indústrias de manufatura e processo podem acelerar sua transformação para a digitalização. Com aporte de R$ 1 milhão,

[tecnologia]

provou ser uma alternativa viável para a frota. O combustível oferece vários benefícios adicionais: 20% de redução de CO2, 70% de redução de NOx e 95% de redução de partículas de fuligem.

“A DACHSER está testando vários tipos de mo-tores alternativos. O GNL agora oferece uma al-ternativa muito promissora ao motor a diesel - os testes em condições reais de operação provaram isso”, explica Christian Schütz, Chefe de Departa-mento de Técnica / Compra Técnica da DACH-SER. “Mas, dadas as opções limitadas de reabas-tecimento, precisamos realizar análises e cálculos detalhados para determinar se, e em quais rotas, seria viável para nós implantar um veículo de GNL neste momento”.

será o primeiro espaço voltado para experiência digital da Siemens na América Latina.

No DEX, empresas de todos os tamanhos po-derão ver de perto soluções para aumentar a produtividade, otimizar desempenho e até ex-plorar outras linhas do negócio. Além de empre-sas parceiras e clientes, o Centro de Experiência Digital estará aberto às escolas e entidades de preparação profissional.

Entre as demonstrações, os visitantes poderão acompanhar simulações feitas por meio de Gê-meos Digitais, que projeta uma linha de produ-ção virtualmente para as empresas planejarem o funcionamento de suas fábricas e analisarem gargalos e possíveis soluções. Também haverá demonstração de outras tecnologias, como mo-delagem 3D, realidade aumentada e integração com aplicativos industriais por meio da plata-forma MindSphere, sistema operacional aberto em nuvem da Siemens.

Quer acompanhar mais novidades no dia a dia? Acesse o portal de notícias da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo: www.brasilalemanhanews.com.br

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CAPA >20

Customer experience: a tecnologia como aliada na construção da relação entre empresa e consumidor

A digitalização mudou para sempre a relação entre empresa e consumidor. As plataformas di-gitais, em especial as mídias sociais, não apenas criaram canais que permitem que o consumidor tenha acesso a uma infinidade de informações de forma rápida, como também transformaram estes canais em oportunidades para que as empresas ouçam mais o seu público e colham informações para atender às suas novas demandas. “Essa hi-perconectividade dos consumidores leva empre-sas de todos os segmentos a buscar cada dia mais soluções inovadoras para atender essa demanda. E isso se faz com inovação”, comenta o Vice-Pre-sidente de Vendas da SAP, Renato Ajauska. Parte essencial da construção desta relação entre em-presas e consumidores, um conceito tem ganhado cada dia mais destaque nas corporações: a expe-riência do consumidor (customer experience, em inglês).

Mais do que mapear o percurso feito pelo con-sumidor (desde o contato inicial até o pós-venda), Sh

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o customer experience está relacionado desde ações básicas de atendimento até grandes projetos; e não apenas à entre-ga do prometido, mas também à superação de expectativas. Não é surpresa que no levantamento da Customer Experien-ce Trends 2019, a área de maior investimento nas empresas pesquisadas é a gestão de atendimento e relacionamento com o cliente. O estudo indica que 49% das empresas en-trevistadas aumentaram os investimentos nesta área. Ainda nesta pesquisa foi registrado que para 65% dos consumido-res, o atendimento influencia diretamente a decisão de com-prar novamente de uma empresa. Investindo em ferramen-tas de personalização do atendimento, as empresas fogem do lugar comum e inovam ao apresentar uma nova experiência de compra. Com o crescimento constante do mercado di-gital, levar a experiência de um atendimento personalizado para o universo digital é um dos maiores desafios. No Global Customer Insights Survey da PwC de 2019 constatou-se que o número de participantes que compram online pelo menos uma vez por semana aumentou 5% em relação ao ano passa-do, chegando a 29%.

Um exemplo de case de sucesso no uso de plataformas di-ferentes para atender demandas do consumidor foi o K-com-merce, uma plataforma digital criada pela SAP para a venda de carros da Renault. A iniciativa inédita provou que com as funcionalidades de customer experience adequadas, as plata-formas digitais podem ser utilizadas para comercializar até mesmo produtos de alto valor, como carros.

“Historicamente, as montadoras têm o desafio de se co-municar com o consumidor final, pois por lei precisam pas-sar pelas concessionárias. Recebemos o desafio da Renault, selecionamos um parceiro de negócio e buscamos uma al-ternativa para gerar este contato direto com o consumidor, aproveitando os canais digitais e respeitando as regras”, ex-plica Ajauska.

Ainda na pesquisa da PwC foi constatado que as ferra-mentas tecnológicas atualmente disponíveis colocam o con-sumidor na posição de exigir uma experiência personaliza-da e consciente do ponto de vista socioambiental: 35% dos participantes escolhem produtos sustentáveis para ajudar a proteger o meio ambiente.

Enxergando a importância das questões ambientais e também da relevância que o tema tem para a Geração Z, a Lufthansa saiu à frente do mercado ao oferecer aos consu-midores um novo tipo de conteúdo: o Compensaid, platafor-ma digital para verificar a quantidade de CO2 emitida pelos aviões de querosene comparado com o SAF (Sustainable Aviation Fuel) que utiliza o CO2 neutral, um combustível sintético. “Voar beneficia o mundo em diferentes modos – conecta pessoas, cria pontes culturais, intensifica relações comerciais e possibilita interações a longa distância. Mas voar também traz efeitos climáticos negativos, que preci-sam ser neutralizados – até mesmo da perspectiva digital. Todo viajante pode agir: com Compensaid, nós fornecemos às pessoas uma ferramenta que mostra os efeitos climáticos

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de seus voos. Esse impacto pode ser reduzido significativa-mente com a ajuda de tecnologias inovadoras, como o com-bustível sustentável,” explica Gleb Tritus, Managing Director da Lufthansa Innovation Hub.

Ainda que o investimento em tecnologia seja importante para inovar e atrair o consumidor, é preciso ressaltar que o que realmente faz o produto ou serviço ser notado pelo público-alvo é o conjunto de toda experiência que ele já teve com a marca. “A tecnologia nos forneceu avanços in-críveis, informação e conhecimento, acesso instantâneo, e entretenimento como nunca. Porém mudou também o jeito que nos comunicamos, nos comportamos, pensamos, o que levou a habilidades deploráveis com pessoas. The Relationship Economy, que é baseada em valorizar o rela-

cionamento com o consumidor, visa construir uma cultura que reconhece a importância de cada indivíduo, fazendo deles parte de uma comunidade que está trabalhando em direção a algo maior, e sentindo-se cuidado”, afirma John DiJulius, autor do Customer Service Revolution, em entre-vista para a revista Forbes.

Experiência do consumidor não é apenas o olho-no-olho de um atendimento presencial, mas sim expandir essa per-cepção de que o cliente é a prioridade para todas as plata-formas utilizadas pela empresa e oferecer uma experiência única. Uma vez fidelizado, a lucratividade será o resultado orgânico deste processo.

Escute o seu cliente

Aproveite todas as oportunidades para co-nhecer mais sobre os desejos e aspirações de seu consumidor. Isso estreita a relação entre cliente e empresa.

Estabeleça um laço Fidelize o consumidor com

carisma e lealdade.

Responsabilidade e com-promisso são peças únicas

Busque sempre estabelecer uma relação de compromisso respei-toso. Vá além para atender suas necessidades.

Criatividade como diferencial Para surpreender, a experiência deve ser especial

e memorável. Procure inovar sempre pesquisando onde o cliente está e a melhor forma de acessá-lo.

Nicole Ziesmann

Customer Experience - o cliente no centro do negócio

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CULTURA PARA INOVAÇÃO >24

Inovação é culturaBoas ideias não são o bastante. Empresas que desejam desenvolver um terreno fértil para a inovação precisam primeiro criar ambientes propícios para negócios disruptivos

Vamos direto ao ponto: inovação não é discurso, é cultura. É estabelecer em todos os níveis da organização um mindset que promova a disrupção de seus negócios. Se uma compa-nhia deseja inovar, todos os seus profissionais - do C-level ao estagiário - devem estar engajados na proposta de propiciar um processo criativo e sustentável de geração de produtos e soluções. Todas as empresas querem alcançar o sucesso e ser reconhecidas no mercado por sua capacidade de inovar. Contudo, nem todas estão dispostas, de fato, a levar a inova-ção para além de seus discursos.

“Inovação se tornou a palavra da vez. Muitas empresas aderiram à ‘onda da inovação’, porém, de forma desestru-turada, sem alinhamento com a estratégia de seu negócio e até mesmo com iniciativas que se sobrepõem, tendo em vista a frequente falta de governança. Pode-se dizer que tais ações muitas vezes foram postas em prática apenas para fins de comunicação, marketing ou atração de talentos de forma superficial, sem buscar de fato uma mudança consistente a médio e longo prazos. Ao contrário do que se vê por aí, não é o puff colorido ou o escorregador que farão sua empresa estabelecer uma cultura de inovação”, garante Bruno Vath Zarpellon, Diretor de Tecnologia e Inovação da Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo.

São muitos os pilares que apoiam essa transformação cul-tural, entre eles a adoção de modelos e práticas ágeis (como estruturas de times, organização por produtos, redução do Time to Market e criação de modelos colaborativos) e a ado-ção de técnicas de Design Thinking e User Experience. Se a sua empresa não fizer, os concorrentes farão.

Neste contexto, um dos principais empecilhos para esta-belecer uma cultura da inovação com processos alinhados,

focados e contínuos são os obstáculos internos – muitas ve-zes ocultos – que podem barrar ideias sofisticadas ou novas visões estratégicas. Por isso, um dos primeiros passos para estabelecer essa cultura é compreender a necessidade de ter a inovação intrínseca em seu DNA corporativo.

Este foi o exercício realizado pela multinacional alemã GFT. “Em 2009 foi criado um braço de inovação chamado CODE_n, cujo objetivo é ser uma plataforma global de ino-vação. Esta plataforma promove, entre outras coisas, con-cursos para startups com modelos de negócio baseados em tecnologias exponenciais. O CODE_n é uma referência no assunto na Alemanha, e traduz a veia de inovação que a GFT Technologies tem”, conta Carlos Kazuo, Director of Custo-mer Innovation Solutions da GFT Brasil , completando que

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25CULTURA PARA INOVAÇÃO >

o fato de a empresa trabalhar no desenvolvimento de novos modelos de negócio para oferecer aos seus clientes, conecta globalmente todas as áreas, resultando naturalmente em um processo constante de polinização do mindset de inovação.

Estudos corroboram essa ideia ao comprovar que a preo-cupação em inovar sua cultura sempre é uma constante entre as empresas que mais crescem. Um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) com mais de 72 mil empresas com mais de dez funcionários mos-trou que, apesar de as companhias que se preocupam com a cultura de inovação representarem apenas 1,7% da amostra, elas são responsáveis por 25,9% do faturamento da indústria no Brasil, e por 13,2% do número de empregos gerados.

“Toda a nossa oferta de transformação digital está baseada em práticas ágeis. Para isto, tivemos que repensar há dois anos toda a nossa estrutura de entrega dos projetos, pas-sando pelos processos internos de recrutamento, seleção, formação, pela mudança de modelo de execução, e princi-palmente, passando pela mudança de mindset para abraçar a agilidade na GFT. Isto se deu por meio da criação de um LACE (Lean-Agile Center of Excellence), área que funciona como um hub de inovação dentro da empresa para promo-ver a mudança. A estratégia se mostrou vencedora, e hoje o LACE é um dos pilares de criação de valor agregado na GFT, seja na construção das ofertas, seja na execução dos proje-tos”, explica Kazuo.

Para ele, a transformação ágil acontece de dentro para fora, de maneira orgânica, e é preciso ter em mente que este processo é gradual. Isto porque a cultura organizacional diz respeito ao conjunto de valores que a companhia cultiva jun-to aos seus colaboradores. Ao dizer que ela é de inovação, espera-se que a empresa foque na criatividade das suas equi-pes, fornecendo autonomia e permitindo que novas ideias surjam. Sabemos, contudo, que muitas vezes a inovação fica restrita apenas ao marketing e não chega, de fato, a todos os níveis da organização.

Por isso, a atração e retenção de talentos está diretamente relacionada à cultura de inovação, uma vez que são as pes-soas responsáveis por de fato fazerem uma empresa inova-dora. “Isto se dá por meio de um ambiente que propicia o desenvolvimento de carreira, a autonomia, a oportunidade de aprendizado e de atuação em diferentes projetos, com di-ferentes tecnologias. Estes pontos geram o engajamento, que

é outro pilar fundamental para promovermos a inovação constante”, afirma Kazuo.

Não há receita infalível para a implementação de uma cultura de inovação. Este complexo processo deve ser adaptado para cada organização, respeitando as principais barreiras, desafios e forças dos times. “No nosso cotidiano temos a oportunidade de acompanhar de perto as empre-sas ganhando experiência e maturidade no assunto. Des-de o momento em que entendem melhor as suas forças e fraquezas, bem como os gargalos envolvidos no processo de inovação, até o momento em que começam a tratar o tema de forma estratégica, envolvendo colaboradores e a liderança da empresa. Com isso, observamos uma alta nos investimentos relacionados à Cultura de Inovação no últi-mo ano”, revela Zarpellon.

Aos líderes, resta o desafio de criar um ambiente de traba-lho que inspire as pessoas a dar o melhor de si todos os dias, construindo o futuro, enquanto garantem o presente.

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A tecnologia por trás do bitcoin

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O “boom” das bitcoins, a partir de 2008, trouxe à tona um novo con-ceito: a Blockchain, sistema que nos últimos anos se tornou uma febre no mundo da tecnologia. De maneira simplificada, a Blockchain pode ser descrita como uma espécie de livro razão que registra todas as ações monetárias virtuais de pessoas ou empresas. Mesmo que essa cadeia de blocos tenha sido criada, inicialmente, para o armazenamento das crip-tomoedas, o seu uso expandiu para empresas dos mais diversos setores.

“A principal funcionalidade da tecnologia é a automação da confiança, podendo ser implementada de maneiras ainda inimagináveis, explica a CSO (Chief Strategy Officer) da Global Strategy e membro fundadora da Oxford Blockchain Foundation, Tatiana Revoredo. “Nas empresas o uso da Blockchain se deu pelo fato de criar um importante diferencial com-petitivo, reduzindo desperdícios e custos, aumentando a transparência e permitindo a gestão e o fluxo de dados mais eficientes. Isso aprimora o processo de pesquisa de informações, trazendo mais agilidade em pro-cessos”, acrescenta Revoredo.

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Vantagens• Redução dos custos de verificação e dos

custos de rede• Surgimento de novos modelos e negócios• Transparência e Segurança• Definição dos direitos de propriedade

Desafios• Falta de profissionais qualificados no mer-

cado• Ausência de padrões• Substituição de sistema legados• Atitude humana e organizacional

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De acordo com uma pesquisa realizada pela Gartner, em-presa de consultoria e pesquisa, o valor comercial agregado da Blockchain será de cerca de US$ 3,1 trilhões até 2030. Es-ses números mostram o quanto as empresas estão investin-do nesta tecnologia, explorando o seu potencial e vantagens e criando seus diferenciais em relação aos seus concorrentes. No Brasil, a Blockchain ainda não é tão difundida como em outros países: sete dos oito países que mais utilizam a tec-nologia no mundo estão no eixo Ásia-Europa. No entanto, devido às novas predisposições comerciais e industriais a tendência é que a tecnologia seja cada vez mais recorren-te no cotidiano das empresas nacionais e multinacionais. “Existem excelentes profissionais da indústria Blockchain no

Brasil, mas há escassez de mão de obra qualificada no País e certa resistência cultural. Em países mais desenvolvidos como Singapura e Coreia do Sul, e na Europa, as indústrias têm a vantagem de se beneficiar, por exemplo, das ferramen-tas legislativas criadas para trazer vantagens competitivas e atrair mão de obra qualificada. Além disso, contam com empresas que já atuam no ecossistema Blockchain, para es-tabelecer operações nesses países, atraindo inovação e novos negócios”, avalia a especialista.

Mesmo assim, já há empresas que utilizam a solução em solo brasileiro, é o caso da OriginalMy. Fundada em 2015, a startup funciona como uma ponte entre o usuário e a Block-chain. “Nosso primeiro serviço foi pensado para preservar a propriedade intelectual de uma obra artística; depois per-cebemos que existem diversas aplicações possíveis e expan-dimos nossos serviços”, afirma a cofundadora da empresa, Miriam Oshiro.

Participante do Startup Speed Dating, uma série de even-tos que promove reuniões entre startups e grandes empresas, realizada pela Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo, a Ori-ginalMy é uma das pioneiras na utilização de Blockchain e já desenvolveu alguns aplicativos com a tecnologia. Um dos mais emblemáticos e que prova que a tecnologia tem espaço no Brasil é o app Mudamos. “O aplicativo foi criado para que todo cidadão com o título de eleitor válido, pudesse votar em projetos de lei de iniciativa popular.”, explica Oshiro.

Nesses casos a coleta e validação de assinaturas feitas em papel demora anos e muitas vezes não é confiável. A cria-ção dessa plataforma permite não somente reduzir a quan-tidade de papel envolvida no processo, mas também validar milhões de assinaturas de forma rápida e segura. A Câmara Municipal de João Pessoa na Paraíba, por exemplo, já apro-vou duas leis que chegaram à casa por meio do aplicativo.

Tendo sido criada inicialmente para o mundo financeiro digital, a Blockchain é um exemplo claro de como as tecno-logias podem ser moldáveis e trazer benefícios para as mais diferentes áreas. Atualmente, há diversos projetos que se uti-lizam dessa criação para mapear a origem de produtos e ma-térias-primas, assim como para controlar e facilitar processos de assinaturas de contratos. Enquanto de um lado se discute a segurança do mundo digital, a Blockchain prova, do outro, que existem soluções poderosas para esse problema.

Bernardo Campos

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Empresas e causas socioambientais andam de mãos dadasHoje, já não é mais possível ter um negócio sem pensar no seu impacto: é preciso entender o contexto e atuar diante dele

“Muda que quando a gente muda o mundo muda com a gente; A gente muda o mundo na mudança da mente; E quando a mente muda a gente anda pra frente” São as famosas palavras usadas por Gabriel, o Pensador

em sua música “Até Quando?” lançada em 2001. E é bom enxergar que elas não estão distantes, atualmente, do que es-tamos vendo no ambiente empresarial. O engajamento das empresas em questões sociais e ambientais está diretamente relacionado ao impacto social que elas promovem e valida seus discursos de missão e valores corporativos.

Fome, péssimas condições de saúde, educação escassa, au-mento das noções de superioridade entre os gêneros, degra-dação do meio ambiente, mudanças climáticas intensas, são apenas algumas das inúmeras problemáticas no mundo que podem – e devem – ser incluídas no propósito das empresas.

Em um acordo mundial, a ONU elencou na Agenda 2030 os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e as 169 metas para a concretização dos direitos humanos bási-

cos. De um lado, muitas empresas já consolidadas no merca-do vêm adaptando suas iniciativas para apoiar essas metas, de outro, muitas novas empresas já nascem com as causas socioambientais intrínsecas em seu cerne.

A desigualdade de gênero, por exemplo, é uma das pro-blemáticas que vem ganhando crescente visibilidade. Segun-do dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio em 2013, 44% das vagas de emprego registradas no Brasil são ocupadas por mulheres. Porém, os dados relativos às po-sições de liderança ocupadas por mulheres são pouco pro-missores. O International Business Report (IBR) - Women in Business 2018 registrou um aumento de 5% em 2015 para 16% em 2017 no Brasil, e mesmo assim representam apenas 2,8% dos cargos mais altos. Felizmente, cresce a cada ano o número de empresas que abraçam a luta por equidade de gêneros no mercado de trabalho e dão voz à causa.

Um exemplo desse engajamento é a investidora de impac-to e especialista em venture capital Julia Profeta. “Na minha

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Tanto consumidores quanto colaboradores demandam das empre-sas um propósito e en-gajamento social claro. R

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área de atuação menos de 10% dos sócios em fundos de ven-ture capital e private equity são mulheres. Isso impacta nas inovações, produtos e serviços que veremos no futuro, pois é esse grupo que toma essas decisões, sem a presença femini-na não temos muita força. No em-preendedorismo a mesma situação: mulheres representam cerca de 30% e 40% dos empreendedores, mas recebem menos de 3% de todo o capital de risco investido”, afirma Profeta. Este cenário desigual a im-pulsionou a fundar o Ella Impact, uma rede global de mulheres foca-das no tema de negócios e investi-mentos de impacto, e consultoria de estratégias de impacto socioam-biental com retorno financeiro.

Profeta se apoia principalmente na ODS de número 5: alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e me-ninas. “Precisamos de mais mulheres trazendo princípios de investimentos e negócios de impacto socioambiental para

que, de fato, alcancemos as metas de 2030 estabelecidas pela ONU”, explica e complementa: “acredito que podemos ser o início desse efeito em cascata que precisamos ver no mun-do dos negócios. Negócios e investimentos de impacto são a

intencionalidade de gerar, ao mes-mo tempo, retornos financeiros e socioambientais, que possam ser mensuráveis”.

Uma importante ferramenta para potencializar o engajamento em causas sociais é a cooperação. Um exemplo disso, é a interação da empresa VerBem com a ONG Renovatio. O processo de colabo-ração entre as empresas se iniciou pela inspiração no projeto de su-cesso do alemão Martin Aufmu-th, o EinDollarBrille, que visa oferecer óculos de grau a pesso-

as em situação de vulnerabilidade social. Os óculos cus-tam apenas US$1 para serem confeccionados. Chocado com os dados apresentados pela associação, o fundador

32 PROPÓSITO >

A definição de negócios e investimentos de impac-to é a intencionalidade de gerar ao mesmo tempo retornos financeiros e socioambientais que pos-sam ser mensuráveis.

168 milhõesde pessoas compõem as camadas com faixas de rendas mais baixas

no Brasil.

Fonte: IBGE, Censo de 2010

US$ 60 bilhõesé o valor movimentado por ano em nível global por negócios de impacto,

aumentando aproximadamente 7% ao ano.

Fonte: Ande Brasil (Aspen Network of Development Entrepreneurs)

Há mais de 800 negócios de impacto

social no Brasil.

Fonte: Sebrae e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)

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da VerBem e da Renovatio, Ralf Toenjes, deu partida no projeto no Brasil. Atualmente, a EinDollarBrille é uma das investidoras e suporta financeiramente a operação na América Latina.

A atuação da Renovatio e da VerBem caminham “indepen-dentes, mas sempre de mãos dadas”, como explica Victor Fa-zio, Coordenador de Ação Corporativa da VerBem. As duas atuam na política chamada de “one-for-one”, que prevê que a cada óculos comprado nas lojas da VerBem outro é doado para a Renovatio. O projeto da ONG já esteve em 21 estados brasileiros e 73 municípios, segundo Dias, além de ter ido para o Haiti e Moçambique também.

Atualmente, a ONG mantém as mesmas tecnologias da associação EinDollarBrille, mas sendo fabricados na Bolívia e com um preço de 30% a 40% mais baixo que o custo de mercado. Para atender o público, os óculos são montados na medida do usuário e entregues no mesmo momento.

Apesar do otimismo em relação ao crescente interesse das empresas por um propósito social mais claro, a fundadora do Ella Impact reconhece que ainda há muitas problemáti-cas nessa área de atuação: “Muitas [empresas] têm começado apenas pelo marketing, o que é um grande problema e temos chamado de Social Washing. Olham para o que já têm em seu portfólio de produtos e serviços e reclassificam como impacto - grandes instituições financeiras, por exemplo, tem feito isso.”

Contudo, a atuação deste tipo de negócio vem crescendo, gerando lucro e segundo Julia Profeta, “é um tema que não tem mais volta, principalmente em função da geração Z. Tanto consumidores quanto colaboradores demandam das empresas um propósito e engajamento social claro. Assim, muitas startups já estão nascendo com esse DNA e muitas empresas estão tentando entender esse movimento.”

Nicole Ziesmann

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Desde 2015, a Câmara Brasil-Alemanha de São Paulo conecta empresas a soluções inovadoras oferecidas por startups. Desde então, a instituição tem observado e acompanhado de perto empre-sas e startups nesse processo, adquirindo cada vez mais experiência e maturidade.

Como resultado de um workshop realizado neste ano com suas empresas associadas, a Câ-mara Brasil-Alemanha de São Paulo mapeou os principais pontos que devem ser levados em con-sideração quando o assunto é a construção de um relacionamento entre empresas e startups.

O Raio X a seguir ilustra de forma resumida o que foi discutido por empresas como Mercedes- Benz, Lufthansa e BASF.

Escaneie o QR-Code abaixo e conheça mais sobre o

Programa Startups Connected

Bruno Zarpellon e Hannah Bremberger

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Interação Homem-MáquinaDo chão de fábrica ao próprio corpo humano, tecnologias robóticas sofisticadas se mostram cada vez mais pre-sentes no cotidiano

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Cenas que antes se limitavam aos filmes de ficção científi-ca há tempo já fazem parte do cotidiano do cidadão comum. Carros sem condutor, drones e robôs que executam tarefas complexas de forma autônoma não apenas já são realidade, como crescem em quantidade e qualidade – especialmente no ambiente industrial.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), atualmente 85 mil robôs já estão atuando dentro de empresas. E este número só tende a crescer na próxima década graças às possibilidades de aumento de produção, eficácia e segurança.

A Festo, empresa alemã especializada em produtos e ser-viços para controle e automação industrial de pneumáticos e eletrônicos, trabalha intensamente com a ajuda de má-quinas para o aperfeiçoamento de novas experiências no

ramo da saúde e da medicina. A empresa tem duas prin-cipais inovações com máquinas: O BionicWorkplace que é um local de autoaprendizagem com inteligência artificial para colaboração entre homens e robôs, no qual um robô colaborativo baseado com tecnologia pneumática - isso significa um equipamento extremamente leve - pode ser aplicado em um local onde pessoas podem trabalhar juntos de maneira segura. Já a BionicSoftHand é uma mão biônica pneumática que utiliza inteligência artificial, na qual se be-neficia do método aprendizado por reforço. Isso significa que, em vez de imitar uma ação concreta, a mão recebe apenas um objetivo. Ele tenta conseguir isso por meio de tentativa e erro. Com base no feedback positivo e negativo recebido, a mão otimiza gradualmente suas ações até final-mente resolver a tarefa com êxito.

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No segmento de automação industrial pneumática, a em-presa desenvolve projetos junto a universidades, institutos e empresas apresentando avanços em equipamentos tecno-lógicos para integrar as pessoas com seus trabalhos cotidia-nos. Desenvolvendo soluções inovadoras para diferentes vertentes, a empresa lançou recentemente o seu serviço de Industrial Internet of Things (IIoT), uma plataforma de in-teligência operacional, na qual consegue transformar dados de automação em informação significante para a gestão de produção e manutenção.

Para Nicollas Prada de Araújo, Head of Digital Business & Services da Festo, está claro que a interação entre homem e máquina já é uma realidade dentro das empresas e essa ten-

dência deve se expandir nos próximos anos. O elemento hu-mano, contudo, continua sendo a peça chave neste processo. Afinal, a tecnologia é um produto humano. São os agentes humanos, de modo individual ou coletivo, que contribuem com o avanço dos processos tecnológicos. “Com as novas tecnologias e a digitalização, as empresas devem se benefi-ciar cada vez mais e de forma rápida dessa interação entre homem e máquina. Por exemplo, o big data sozinho não é mais suficiente, mas as informações já analisadas se tornam fundamentais para empresas, obtendo operações mais efi-cientes e sustentáveis. Assim, as pessoas são a parte mais im-portante, pois partem delas as necessidades”.

Fornecer produtos sustentáveis e que inspiram é o maior compromisso da Symrise, uma empresa alemã que vem inovando em seus processos. Através de sua plataforma de negócio, a Symrise inova não só no produto, mas também na gestão, garantindo a origem de suas matérias-primas através de processos e cadeias rastreáveis e promove um impacto socioambiental positivo para as pessoas e a biodiversidade em suas origens. Além disso, a Symrise gera uma economia que circula, que agrega valor e que se diferencia no mercado, apresentando uma equação que une os elos da cadeia produtiva, descomplicando a sustentabilidade e buscando melhorias para a sociedade e o ambiente. É com esse espírito que a Symrise oferece ao mundo fragrâncias, aromas e ingredientes cosméticos inspirados na natureza e que asseguram recursos para as próximas gerações.

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Tecnologia a serviço da inclusão

Segundo pesquisa do IBGE, estima-se que no Brasil existem mais de 45 milhões de pessoas que sofrem de algum tipo de deficiência física. O número representa quase 25% da população total do País e destaca a importância do investimento em pesquisas e projetos de melhoria para infraestrutura e mobilidade, uma vez que a a maioria das cidades brasileiras não está preparada para a inclusão dos portadores de deficiência na sociedade.

O papel da tecnologia como agente de inclusão não se limita, contudo, à infraestrutura. Em alguns casos, a interação homem-máquina pode ser literalmente sentida na pele. Mais do que recuperar a autoestima ou permitir melhor conforto e mobilidade, as tecnologias empregadas na fabricação de próteses e órteses são o carro chefe para a inclusão social. “Estamos desenvolvendo o sistema Myo Plus aqui no Brasil, uma tecnologia diferente que capta os padrões de movimentos da mão da pessoa. Com isso, o paciente tem maior facilidade de usar a prótese, porque ela já reconhece os movimentos naturais. Na área de membros inferiores, o lançamento é o joelho Kenevo, destinado para pacientes com uma menor mobilidade. Todos os joelhos eletrônicos da Ottobock são extremamente seguros, são os únicos que têm o padrão de segurança dele na área de apoio. O objetivo das próteses é devolver a autonomia com segurança e conforto”, afirma Leonardo Ferreira, Supervisor Técnico da Ottobock, empresa alemã no Brasil há mais de 40 anos e líder no mercado de próteses e órteses.

Escaneie o QR-Co-de e conheça mais sobre o projeto.

Bernardo Campos

Ottobock

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International Experience - Brazilian FlexibilityExperiência Internacional e Flexibilidade Brasileira

• International Freight Forwarder since 1983 Agente de Cargas Internacionais desde 1983

• Agent IATA, FIATA, NVOCC Agente IATA, FIATA, NVOCC

• Regular Air and Sea Import / Export Consolidations Serviços regulares de Consolidação por via aérea e marítima

• Partial and Full Charters (air and sea import/ export) Fretamento parcial e/ou total (aéreo e marítimo)

• Project Cargo (door-to-door and turn-key) Cargas de Projeto (porta-à-porta e “turn key”)

• Export Documentation Documentação de exportação

• Weekly Full and Consolidated Truck Service BRASIL - Argentina, Chile, Uruguay, Paraguay and Bolivia Serviço Rodoviário FTL e Consolidado, semanal, entre Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e Bolívia

• Logistics Integrator Integrador Logístico

• Customs Consulting Consultoria Aduaneira

• Transport Insurance Seguro de Transporte

• Warehouse and Trucking Armazenagem e transporte rodoviário

• Global Network present in over 75 countries and 20 important business centers in Brazil Presença Global em mais de 75 países e em 20 importantes Centros de Negócios no Brasil

• Fumigation Fumigação

• Domestic Airfreight, Int´l Courier and Multimodal Transports Frete aéreo doméstico, Courier Internacional e Transp.

Multimodais

Guarulhos / SPPhone: (55-11) 2303.0023

Viracopos / SPPhone: (55-19) 3725.5646

Phone: (55-31) 3427.6456

Phone: (55-19) 3738.1600

Caxias do Sul / RSPhone: (55-54) 3211.1552

Phone: (55-41) 3282.9833

Phone: (55-47) 3481.1500

Fortaleza / CE Phone: (55-85) 3268.3633

Phone: (55-47) 3481.1500

Phone: (55-51) 3358.1500

Recife / PEPhone: (55-11) 5098.1500

Phone: (55-16) 3995.8800

Phone: (55-21) 3461.9300

Phone: (55-11) 5098.1500

Phone: (55-13) 3229.1200

Phone: (55-12) 3946.1500

Phone: (55-27) 2123.1500